Edição ESPECIAL - Reforma Trabalhista

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Especial Reforma Trabalhista Terça-feira, 21 de março de 2017

IMPRENSA/SMETAL

Ano: XXIV - Nº 6068

DIVULGAÇÃO

PAULO PINTO/AGPT

Deputados vão à luta contra reforma Trabalhista e não aceitarão manobras para retirar direitos A Bancada do PT na Câmara não vai aceitar que o governo golpista de Michel Temer e sua base aliada usem o rolo compressor para precarizar as relações de trabalho e retirar direitos históricos dos trabalhadores. O aviso é do líder do PT, deputado Carlos Zarattini (SP) (SP), que denuncia a manobra do presidente da Casa, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), para impedir a votação da reforma Trabalhista (PL 6787/16) em plenário. A reforma do governo ilegítimo e sem voto altera direitos básicos garantidos pela CLT, como salários, jornada de trabalho, intervalo de descanso e férias. O ponto central da proposta é a definição de que acordos entre patrões e empregados valham mais do que a legislação, a chamada prevalência do “negociado sobre o legislado”, mesmo que isso signifique, por exemplo, um aumento da jornada diária, parcelamento de férias e até redução salarial. “Não aceitaremos as manobras do presidente Rodrigo Maia”, reforçou Zarattini, destacando que é inaceitável que a tramitação da Reforma Trabalhista tenha caráter conclusivo na comissão especial que analisa a proposta, com o voto de apenas 37 dos 513 deputados. “Um projeto dessa magnitude, que anula conquistas históricas dos trabalhadores, que reduz a proteção trabalhista e que enfraquece o movimento sindical tem que ser discutido e votado em plenário pelos 513 deputados. Cada parlamentar tem que colocar a sua digital nessa votação para que o Brasil saiba quem é contra os trabalhadores”, argumentou. Para o líder do PT, não é às escondidas que se muda uma legislação que há tantos anos vem beneficiando os trabalhadores. “Não vamos admitir que se faça essa reforma, como se diz, à sorrelfa, mas que se faça ela claramente, à luz do dia. Não se escondam em uma comissão especial: façam a votação em plenário”, reforçou. Zarattini lembrou que muitos no governo, e até o presidente da Câmara, têm falado em extinguir a Justiça Trabalhista. “A Justiça Trabalhista é o último local aonde trabalhador pode recorrer. Querem extingui-la, e, quem sabe, o trabalhador vai recorrer ao bispo, e o bispo não vai poder resolver o problema do trabalhador!”, ironizou. Na avaliação do líder do PT, a questão trabalhista no País não pode ser tão simples

GUSTAVO BEZERRA/PTNACÂMARA

assim para se dizer: prevalece o negociado sobre o legislado, sem nenhum parâmetro básico, como a CLT, sem garantias mínimas para o trabalhador. “Não! Isso não é aceitável! Isso é o rebaixamento das condições de trabalho, como querem fazer na votação a toque de caixa da chamada terceirização. Ora, terceirizar sem discutir neste plenário?”, questionou. O deputado se referiu ao PL 4.302/98, que dispõe sobre terceirização indiscriminada e que já está na pauta do plenário, podendo ser votado a qualquer momento. “Querem aprová-lo a toque de caixa”, alertou. Ele explicou ainda que trata-se de projeto que estava engavetado desde 1998. “Portanto, uma proposta antiga que não condiz com a realidade. Nem os próprios empresários vão ficar felizes, pois é um projeto muito ruim”, criticou. Mobilização – Para o líder do PT, o povo brasileiro abriu o olho. “O povo percebeu que o que se está fazendo, que o que se fez e o que se vai fazer, ou o que se pretende fazer com esse golpe, é exatamente tirar direitos”, destacou. Zarattini disse acreditar que a pressão da sociedade poderá ajudar a derrotar as propostas de reforma previdenciária e trabalhista do governo golpista de Temer. “O governo está perdendo a guerra na opinião pública. A reforma da Previdência, cada dia mais, está sendo rejeitada pela sociedade, porque a população está entendendo o que eles estão propondo. E isso vai fazer o governo perder a batalha no plenário”, declarou o líder. Os atos públicos contra as reformas, como os ocorridos na quarta-feira (15), segundo Zarattini, demonstram que a população não vai aceitar as mudanças apresentadas pelo governo. “As manifestações aconteceram não apenas nas capitais e grandes cidades, também aconteceram em pequenas cidades, onde as câmaras municipais vêm aprovando moções de repúdio, em que os vereadores vêm expressando publicamente a rejeição a essa reforma”, argumentou o petista. O líder Zarattini alertou ainda que, sem a certeza de ter voto suficiente da sua base aliada para aprovar a reforma da Previdência, o governo Temer manobra para inverter a ordem de prioridade, apreciando primeiro as mudanças na legislação trabalhista. Parecer ao projeto, antes previsto para o início de maio, agora será antecipado para até a segunda semana de abril.

Fechamento: 20/03/2017 às 22h00


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