Jornal nº 24

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AGRUPAMENTO

DE ESCOLAS DE CONDEIXA-A-NOVA 3º TRIMESTRE

#24 24-

JE

2010/2011

Fernando Namora

Nesta

edição:Nesta ção:

edi-

DIA DO PATRONO II — 2º SUCESSO!

Nesta edição: DIA DO PATRONO

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LÍNGUAS & COMPANHIA

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N-ACTIVIDADES 2010/2011

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DIA DA EUROPA

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ATL ACTIVIDADES

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EDUCAÇÃO ESPECIAL Uma aventura no Algarve

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BOAS FÉRIAS!

DESTAQUE

iMunes Soluções dos jogos do JE nº23

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SUPLEMENTO: FOLHA DO CNO

SESSÃO SOLENE DE ABERTURA


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MEGA AULA BODYBALANCE

EXPO FERNANDO NAMORA: ESCOLA ABERTA ร COMUNIDADE


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Laboratórios abertos Palestras Jogos

Tertúlia: “Um livro, mil leituras”


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Línguas & Companhia O meu nome é Jahongir, vim do Uzbequistão e estou cá há quatro anos. Moro com os meus pais e dois irmãos. Tenho dois tios e dois primos que também vivem em Condeixa. Quando vim para Portugal, as principais dificuldades foram aprender a Língua e encontrar amigos, mas correu bem! A minha língua materna é Tadjique, mas a língua materna do Uzbequistão é Uzbek. O meu país tem três línguas diferentes: Russo, Uzbek e Tadjique. Eu falo Tadjique porque a cidade onde nasci, Samarkand, antes pertencia ao Tadjiquistão que agora faz fronteira com o Uzbequistão, e era a capital do Tadjiquistão. Vista geral

A última vez que estive no meu país foi nas férias de Verão de 2010. Como já há quatro anos que o tinha deixado, achei tudo mudado, mas para melhor! Todos os prédios estavam reconstruídos! Fui ver a minha família, sobretudo os meus avós que há tanto tempo não via. Gostei muito de voltar lá!

de

Em casa, com a minha família, normalmente, falamos tadjique. A minha mãe já faz muitos pratos de comida portuguesa, mas também da comida nacional do meu país, Algumas pessoas falam Russo porque o como por exemplo shashlik ( espetadas de meu país pertencia à URSS; ficou indepen- cordeiro). dente em 1991 e, como a língua oficial da União Soviética era Russo, muitos estão habituados a falar russo, agora. Samarkand

Actualmente, a religião do Uzbequistão é o Islamismo, mas sei da História que antes era Cristã; depois houve guerra com os Árabes e estes ganharam. O Uzbequistão fica no Também cozinha plov, que é um dos pratos mais típicos. É um arroz cozinhado com centro da Ásia. óleo de algodão e pedaços de carne. A refeição acompanha-se com pão (non), frutas secas diversas e chá, preto ou verde. Samarkand

Trabalho realizado na aula de PLNM pelo aluno Jahongir Miralimov, 9ºD (Professora: Maria Pia Pinto Serra)


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SOLTEM AS PALAVRAS! (Prof. Célia Mafalda Oliveira, 7º F, 8º D e 8º E) Foi, é e será sempre tempo de usar a palavra e as palavras. Por isso, construímos um blogue (http://obaudaspalavras.blogspot.com) e andámos, andamos e andaremos a enfeitálo com os nossos textos. Aprendemos, tal como diz Sebastião da Gama, no seu Diário, que “Há palavras alegres e há palavras tristes. E essa tristeza ou essa alegria umas vezes está nelas, outras no modo de as dizer.” Sendo assim, resolvemos aplicar isto no nosso dia-a-dia e aventurar-nos no “Mundo da Escrita”, do qual todos podemos fazer parte.

Visita o nosso blogue!

Esperamos por ti! Eis alguns dos textos que lá poderás encontrar:

Ser poeta é…

Ser poeta é voar mais alto que as montanhas Ser poeta é ter uma mente de imensa fantasia e união com as palavras Ser poeta é ser escritor de sonhos e pesadelos Ser poeta é viver no céu com os pés na terra. Ser poeta é saber partilhar as palavras Ser poeta é libertar sentimentos Ser poeta é ser criativo Ser poeta é ter imaginação

8º D


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Ser Poeta é…

Sentir o que se escreve; Exprimir sentimentos; Ser sonhador; Sentir e viver cada palavra como se fosse a ultima; Ter imaginação para poder voar; Ser poeta é ser diferente e igual; Viver a vida sem pontos finais; Ser livre; Transmitir os sentimentos através das palavras; Perceber as palavras de maneira diferente; Ter pensamentos; Ser mais forte; Criar palavras lindas; Ter liberdade de alcançar o imaginário; Ter imaginação; Criar palavras lindas e espantosas; Sentir o mundo; Ser amigo das palavras; Ter sentimentos; Escrever as suas próprias palavras. 8ºE

"Reescrita de poema" A Zundapp A Zundapp traça no branco da estrada A negrura do escape Há um som grave A Zundapp brilha docemente o seu rater De certa forma Fico a pé.

Carlos Mendes, 8º


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São Bués!... Ouçam agora, meus meninos, uma história de arrepiar: houve uma invasão de bichos, estando eu a leccionar. Mas não creiam que tal aconteceu em vão: ensinei recursos de estilo num instante, pois então! A esses bichinhos voadores, que teimavam em aparecer, deu-lhes nome a Vanessa mesmo sem ser por querer. Foi numa troca de palavras, em diálogo entrecruzado, enquanto um perguntava o que eram, ela dizia “São bués!” Foi engraçado! E os bués eram tantos, segundo a Mariana “aos milhares”; “Isso é uma hipérbole”disse eu para os ares… Foi tempo logo então do pleonasmo aprender “Vamos sair para fora” não se fosse ali morrer… E o Bruno foi chamar a D. Anália a correr, pediu um aspirador, veio uma vassoura para varrer. Como isso não resultaria (fugiriam, com certeza!), foi buscar o aspirador e o Bruno quis fazer a “limpeza”. Mas havia mais quem não tivesse medo ou rastilho de pavor, foi o Luís Albano nomeado o nosso homem exterminador!

Professora Célia Mafalda Oliveira, num dos muitos momentos Fantásticos do 7º F, algures numa sala de aula…


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N-actividades 2010/11 O ano lectivo 2010/11 chega ao fim e, mais uma vez, é tempo de balanço. Ao longo deste ano foi possível a concretização de diversas actividades que proporcionaram novas vivências e aprendizagens aos alunos nelas envolvidos.

Exposições - “Expo Rosa-dos-ventos”, no final do 1º período, com base nos trabalhos dos alunos do 7º ano, no âmbito da disciplina de Geografia, fazendo parte do conteúdo “A localização relativa”;

- “Conhecer o meu Concelho”, no final do 2º período, com base num intenso trabalho de pesquisa de informação e imagem levadas a cabo pelos alunos do 12º TAL, no âmbito da disciplina de Área de Integração (AI), fazendo parte do tema “Identidade Regional” ;

- “Dia da Europa”, e “ Capitais Europeias da Cultura”, no 3º período, com base nos trabalhos realizados pelos alunos do 7º ano, na disciplina de Geografia, integrada na unidade “ Espaços geográficos de Portugal, Europa e Mundiais”. Estas exposições foram integradas nas actividades do Clube Europeu e de Geografia.


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Outras actividades Visita de Estudo ao Buçaco – CuriaAveiro e Mira, no inicio do 2º período, no âmbito de AI, integrada no tema “Identidade Regional”. Foi uma visita planeada pelo grupo de Geografia da Escola Secundária Fernando Namora e por outros professores do Curso Técnico do Turismo para as turmas 10ºTT, 10ºC e 12ºTAL.

“Empreendedor por um Dia”, a 18 de Março, com a participação dos alunos do 2º EI que apresentaram os seus projectos no âmbito da gestão de resíduos e venderam alguns dos seus trabalhos.

“Concurso de Ideias”, no dia 19 de Maio, integrada na Acção de Empreendedorismo com a participação dos alunos Bruno, Nelson e Rúben do 2º EI, que ficaram em 2º lugar da série do 3º ciclo, com o projecto Robolândia. O desenvolvimento do mesmo foi também acompanhado pelos professores Laurentina Soares e Victor Paranhos. Monteiro, N (2010/11)


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Dia da Europa No dia 9 de Maio, O Clube Europeu e o Grupo de Geografia comemoraram, mais uma vez, “ O Dia da Europa”, dia em que Robert Schuman, ministro francês dos negócios estrangeiros, em 1950, apresentou uma proposta de aprofundamento das relações entre países europeus, criandose uma comunidade organizada de nações numa Europa recentemente marcada pela II Guerra Mundial. Esta proposta, conhecida como "Declaração de Schuman", foi um instrumento fundamental na consolidação da paz na Europa e é considerada o começo da criação da actual União Europeia (CECA em 1951). Por se considerar que este dia foi o marco inicial da UE, os Chefes de Estado e de Governo, na Cimeira de Milão de 1985, decidiram consagrar o dia 9 de Maio como "Dia da Europa", tendo sido celebrado pela primeira vez em 1986. Deste então, são várias as iniciativas neste sentido, tendo o Agrupamento de Escolas de Condeixa assinalado este dia com: - duas exposições, uma na Escola Básica 2,3 e outra na Escola Secundária Fernando Namora, alusivas ao tema “Europa” através dos trabalhos realizados pelos alunos e outros materiais disponíveis em cada uma das escolas.

- um concurso interturmas dos 9º anos. Esta actividade contou com a presença da Presidente da CAP, Drª Anabela


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Lemos e com a abertura solene pelos alunos do 9ºA e professor Mário Alves, com o “Hino da Alegria”. Nesta actividade, foi nítido o entusiasmo e a participação dos concorrentes e público. A equipa vencedora foi o 9ºD, com os alunos Emanuel Bacalhau, Carolina Moreira e Mariana Centeio. Estes foram presenteados com um pequeno prémio e aos restantes foi-lhes atribuído um diploma de participação.

- dois pequenos concursos, um, em suporte digital, na Biblioteca Escolar com a participação da equipa PTE e outro, em suporte de papel, através de um passatempo, palavras cruzadas. Neste último, a aluna vencedora foi Ana Luís Sena do 9ºC, da Escola Básica 2,3, tendo sido agraciada com um presente oferecido pelo Clube Europeu. No primeiro não se registaram vencedores.

O Clube Europeu


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ATL - ACTIVIDADES


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Folha da

Educação Especial

Uma Aventura no Algarve Prólogo Sou motorista de um autocarro de dois andares, vermelho e com o símbolo do Benfica em ambas as portas. Hoje vou iniciar uma viagem ao Algarve e levo muitos amigos comigo: o Marcelo, a Susana, o Alexandre, o Toni, o Diogo, a Mariana, o Jorge, o Tiago e o David. Quero mostrar-lhes as praias e os centros comerciais daquela região. Para isso, levamos dinheiro connosco (muito!). O autocarro tem duas casas de banho: uma em cima e outra em baixo. Também existe uma pequena cozinha, onde levamos o almoço já preparado. Para descansarmos temos sofás-cama. Assim não precisamos de parar durante a viagem. E para os passageiros estarem entretidos temos um computador e duas playstations. A minha é a número dois. Levo ainda o meu irmão, que também é um dos motoristas. E ainda tenho outro condutor, a quem eu paguei para conduzir durante a maior parte da viagem.

Primeiro Dia Estamos a 12 de Agosto, o dia do meu aniversário. Por isso, hoje não vou conduzir. Partimos de Condeixa-a-Nova à meia-noite. Quando o autocarro cá chegou já trazia o meu irmão e os amigos dele, que vivem em Coimbra. O meu irmão também faz anos hoje: somos gémeos. Eu sou o Vítor e ele é o Luís. Somos tão parecidos que no Domingo passado, quando fui visitá-lo, entrei no café e o senhor que lá trabalha pensou que eu era o Luís. Nesse dia ganhei dois chocolates: o meu e o dele! Fizemos a nossa viagem na auto-estrada e correu tudo bem, à excepção da chuvada que caiu, que não é comum nesta época do ano. O asfalto ficou perigoso e na zona da estação de serviço de Alcácer do Sal apanhámos uma fila enorme. Tinha ocorrido um desastre!


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Foi uma espera de duas horas porque se tratou de um acidente em cadeia: um automóvel bateu numa mota e, em seguida, foi a vez de um camião que transportava combustível bater nos dois veículos acidentados porque o motorista não se apercebera do que havia acontecido e não travou a tempo. O motorista do camião chamou o 112 e poucos minutos depois chegaram uma ambulância e um helicóptero, este último para transportar o motard, que ficou bastante magoado. O condutor do automóvel, graças ao air-bag, não se magoou muito. Era um piloto de rally que ia a caminho de uma competição, acompanhado do co-piloto, que também ficou bem. Atrás deles ia a roulote com o resto da equipa, que escapou ao acidente por ter travado a tempo, tendo derrapado para a berma. Estávamos quase a chegar ao nosso destino, quando nos apercebemos que não tínhamos gasóleo. Acabámos, mais uma vez, por ficar parados na auto-estrada até que o reboque da companhia de seguros transportasse o autocarro até à bomba de combustível mais próxima. Com isto tudo, só chegámos ao nosso destino às 24 horas.

Segundo Dia Uma vez em Tavira, a primeira coisa que fizemos foi dar um pulo à praia da Manta Rota para darmos uns bons mergulhos. Soube-nos tão bem, depois de uma viagem tão longa e cansativa! Quando saímos da água ouvimos uma sirene e ficámos assustados porque não sabíamos o que é que se passava. Depois vimos o nadador-salvador passar no jipe. Alguém estava em apuros! Um rapaz que estava perto disse-nos que o INEM ia socorrer uma senhora que estava com grandes problemas nas costas. Ele há cada coincidência! Não é que essa senhora era a mãe da Daniela? Também estavam a passar férias naquela zona. Quando encontrámos a Daniela ela estava muito aflita. É que estavam sozinhas no Algarve e ela não sabia o que fazer. Então eu disse-lhe: -“Não te preocupes, Daniela. Nós ajudamos-te!” Entrámos todos no autocarro, ligámos a sirene e lá fomos atrás da ambulância, em direcção ao hospital de Faro. A meio do caminho, em plena Via do Infante, o Marcelo e a Susana escorregaram quando iam a caminho da casa de banho (do autocarro). A nossa empregada tinha andado nas limpezas e esqueceu-se de colocar o sinal de aviso de pavimento escorregadio. Conclusão: os meus dois amigos, ao caírem, bateram com a cabeça um no outro! Ainda bem que íamos a caminho do hospital. Ligámos logo para a Daniela, que ia na ambulância a acompanhar a mãe, para avisar o médico do INEM que no autocarro também seguiam dois feridos. Em Faro já estavam à nossa espera. Entrámos pelo portão das ambulâncias e dirigimo-nos imediatamente para as urgências. Eu e o meu irmão, que temos formação em primeiros socorros, já tínhamos colocado o Marcelo e a Susana imobilizados, deitados em macas. Aliás, fomos nós que demos entrada com eles no hospital e explicámos aos médicos o que tinha acontecido.


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Felizmente, não parecia nada de grave. Mas como a pancada tinha sido tão aparatosa, os médicos optaram por mantê-los em observação durante 24 horas, não fossem ter algum traumatismo craniano. A D. Cidália também ficou internada e, de regresso a Tavira, demos boleia à Daniela que, por ter medo de ficar sozinha, foi dormir na casa que arrendámos para passar aqueles dias. A nossa casa de férias! A casa que arrendámos era uma moradia com dois quartos, uma sala, uma cozinha e uma casa de banho enorme, muito parecida com o balneário que temos na escola. Apesar de serem só dois, os quartos eram muito grandes. Pareciam camaratas, com tantas camas em fila. Afinal, éramos dezassete! Em frente à moradia tínhamos um espaço relvado e uma magnífica piscina. Nessa noite, decidimos ir jantar. Estávamos muito cansados para preparar uma refeição para tanta gente! Optámos pela Ilha de Tavira. Para lá chegarmos fomos apanhar o barco ao molhe de Tavira. Que linda que foi a viagem de travessia da ria ao pôr-do-sol! Uma vez na ilha, optámos pelo primeiro restaurante, aquele que fica mesmo ao pé da entrada do parque de campismo. A caldeirada de marisco estava com óptimo aspecto, mas eu e o Luís não fomos capazes de resistir ao hambúrguer com batatas fritas e um ovinho estrelado. Uhm!!! Enquanto saboreava o meu petisco lembrei-me da D. Cidália, do Marcelo e da Susana, que ficaram no hospital. A essa hora estariam provavelmente a jantar peixe cozido com batatas e cenouras, praticamente sem sal! A Daniela, com a preocupação, nem tinha vontade de jantar, mas eu insisti, supliquei, pus-me de joelhos e ela, finalmente, lá aceitou comer. Então, sem ela dar por nada, dirigi-me à copa e pedi para falar com o cozinheiro. Queria surpreendê-la e o chefe sugeriu camarão tigre grelhado. Apesar de triste, ao ver o prato esboçou um sorriso e agradeceu-me com um beijinho na cara. Depois de jantarmos, fomos até ao areal beber uma limonada no Pezinhos n’Areia. A limonada estava óptima e nós não parávamos de pedir rodadas atrás de rodadas. Nem demos pelo passar do tempo e quando nos apercebemos de quão tarde era, já não fomos a tempo de apanhar a última carreira para Tavira. Que dia! Só nos faltava esta!!! Sem outro remédio, tivemos que procurar um sítio mais ou menos abrigado para passarmos a noite. O chão da esplanada do bar ao lado do Pezinhos n’Areia é de madeira, e encontra-se um bom bocado acima da areia, onde se encontra assente com estacas. Foi debaixo dele que nos refugiámos para passar a noite, deitados ao lado uns dos outros para evitar sentir o frio que fazia, mas nem assim… Estava uma noite particularmente húmida, com vento de nortada. Seriam para aí umas três horas da manhã quando o meu irmão me acordou por causa de uns barulhos estranhos que ouvira. Muito devagarinho, eu e o Luís fomos ver do que se tratava. E não era que estavam dois fulanos a tentar arrombar o

Pezinhos n’Areia?!?! Entretanto, escondemo-nos atrás do buggy do nadador-salvador e vimos que estava um terceiro fulano numa lancha, na ria. Só podia ser cúmplice dos outros dois! Passou-nos logo pela mente uma ideia brilhante: na ausência de rede nos telemóveis, tínhamos que impedir os assaltantes de sair da ilha, caso contrário a guarda não teria hipóteses de os apanhar. Que fixe! Eu e o Luís adoramos aventuras com muita adrenalina! O plano era o seguinte: com muita calma, íamos acordar os nossos amigos, um por um, e pedir-lhes que abandonassem aquele local. Após isso, arranjaríamos maneira de afastar o tipo da lancha e de saltarmos os dois lá para dentro para nos dirigirmos a Tavira avisar a polícia. Mesmo que demorássemos um bocadinho, sem transporte os bandidos não tinham hipótese alguma de sair da ilha. Estavam feitos!


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Ao sinal, através de uma ligação directa, o Jorge pôs o buggy a funcionar, enquanto a Daniela se aproximou do sítio onde estava a lancha, fingindo que sentia muitas dores numa das pernas. Ao mesmo tempo, nós os dois escondemo-nos atrás de um barco de pesca que se encontrava lá perto, atracado na ria. Mal o fulaninho se afastou cinco metros na direcção da nossa amiga, eu e o Luís corremos para a lancha. Em poucos segundos, nós os dois enfiámo-nos na lancha e fomos a Tavira avisar a polícia. Que vitória! Depois de mais uma noite mal dormida, estávamos completamente “podres” de cansaço. Felizmente, foram os agentes da GNR que nos levaram para casa porque já nem tínhamos forças para conduzir o autocarro, que continuava estacionado no parque, junto ao cais de embarque.

Terceiro Dia - “Uaaaah! Como é bom espreguiçarmo-nos depois de uma noite bem dormida!”-pensei assim que abri os olhos. Sim, porque as primeiras 48 horas destas férias foram de arrasar. Era meio-dia quando a malta começou a acordar. Bem, quem realmente acordou primeiro fui eu, e depois o Luís, como não poderia deixar de ser. Os nossos amigos ainda dormiam profundamente e nós não conseguimos resistir! Era impossível resistir à tentação de lhes pregarmos partidas! Como tínhamos o regador mesmo à mão, enchemo-lo de água (fria!) e pronto! Regámo-los um a um, como se as suas cabeças fossem melancias ainda por apanhar. As caras que eles faziam eram dignas de fotografar! Claro que ficaram furiosos connosco, mas quando viram o pequeno-almoço que os aguardava, preparado por nós, esqueceram-se e não largaram a mesa durante quase uma hora! Estávamos todos “esganados” de fome e aquelas torradinhas, acompanhadas com sumo de laranja acabado de fazer, café com leite e ovos mexidos souberam-nos mesmo bem. Tão bem que nem demos pela falta do Jorge. A vingança não tardou e eu dei-me conta disso quando senti uma substância viscosa na cabeça. O Luís, que estava sentado ao meu lado, teve a mesma experiência: um frasco inteirinho de geleia escorregava-lhe pelos cabelos. Ainda por cima, era de laranja, uma fruta que detestamos! E como eu tenho o cabelo curtíssimo, já tinha geleia a pingar-me nos ombros! Corremos imediatamente para fora de casa, pegámos na mangueira e tentámos lavar-nos, mas o resto da malta, já de barriga cheia, sentiu sede de vingança e juntaram-se ao Jorge. Facilmente tiraram-nos a mangueira e deram-nos o maior banho das nossas vidas! Apesar de tudo, divertimo-nos à brava e ainda fomos dar um mergulho colectivo na piscina! Às 16 horas, chamámos um táxi para irmos buscar o meu autocarro, que tinha ficado em Tavira, para depois seguirmos para Faro onde os nossos amigos e a D. Cidália nos aguardavam, depois de lhes ter sido dada alta. Felizmente, nenhum dos três sofrera traumatismos graves. Já que fomos a Faro, aproveitámos para dar um saltinho ao Fórum Algarve, comprar uma prenda para o Jorge, que fazia anos no dia seguinte. Escolhemos uma réplica de espada de Samurai e um livro com a história do Japão. Tínhamos planeado preparar-lhe uma festa surpresa e íamos decorar a nossa casa de férias com motivos japoneses. A comida também seria nipónica: haveria sushi preparado de todas as maneiras e feitios! Eu e o Luís, apesar de detestarmos peixe cru lá iríamos fazer o sacrifício.


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Quarto Dia Chegou o dia de aniversário do Jorge! Era necessário afastá-lo de casa para preparar a festa de maneira a que ele não se apercebesse de nada. No dia anterior, eu e o meu irmão tínhamos dito à malta que gostávamos muito de ir à feira medieval que estava a decorrer em Silves. Uma vez que faltava apenas um dia para terminar, tínhamos de lá ir no dia seguinte, ou seja, no dia de aniversário do Jorge. Silves é uma cidade muito antiga e, em tempos, chegou a ser capital do Algarve. Isso foi na época da reconquista cristã, e ainda lá existe o magnífico castelo mandado construir pelo rei, no topo mais elevado da cidade. Assim, no alto das suas muralhas, os cavaleiros portugueses podiam vigiar os terrenos que circundavam Silves, não fossem os mouros contraatacar! O Jorge adora História e castelos, e por isso aceitou de imediato o nosso convite. Assim, mal acabámos de tomar o pequeno-almoço, nós os três e o Diogo rumámos na direcção do barlavento algarvio. Como éramos só quatro e adoramos aventura, alugámos um jipe e fizemos o percurso pelo interior. Tínhamos todo o dia para aproveitar, enquanto os nossos amigos ficavam em casa, nos preparativos. Viajar pelo interior do Algarve é um espectáculo. Sem praias, turistas e confusões, mas com uma paisagem muito bonita. E o nosso Hummer andava que se fartava, mesmo nos sítios mais inóspitos. A meio do percurso, mais ou menos na zona de Paderne, furou-se um pneu. Nada que não pudéssemos resolver: trocámo-lo pelo pneu sobresselente em três tempos! E já que tivemos que parar, resolvemos consultar o mapa para ver se existia algum ponto de interesse por aquelas bandas. A vila de Alte não ficava longe, por isso decidimos dar lá um saltinho. Tínhamos a ideia de que se tratava de uma típica povoação algarvia, com os traços arquitectónicos e urbanísticos do passado ainda bem preservados. A nossa professora também já nos tinha falado de Alte. Lembro-me que foi após ter recebido um telefonema de um amigo, que é precisamente o pároco daquela vila. O padre telefonara-lhe para desabafar os problemas com que se confrontava com as beatas de lá. Segundo ele, as senhoras punham e dispunham de tudo o que estivesse relacionado com a igreja, querendo impor ao padre “as suas vontades”, que há décadas eram tomadas em conta pelos padres que por lá iam passando. Mas ele era diferente e isso fê-lo passar as “passas do Algarve”. Alte foi uma boa surpresa: as casinhas caiadas de branco, as ruazinhas empedradas e a fonte deixaram-nos muito surpreendidos. Parecia que tínhamos recuado para meados do século XX. As platibandas dos terraços (os algarvios chamamlhes varandas) eram lindas e o contraste do seu colorido com o branco da cal é espectacular. Uma das atracções turísticas da vila são os passeios de burro e nós não resistimos: demos uma voltinha e divertimo -nos muito! O burro do Luís era teimoso que nem “um burro” e recusava mexer-se. O animal estava com vontade de descansar e como o contrariaram, irritou-se, deu um coice e lá foi o Luís. Enquanto isso, o Jorge tentava equilibrar-se no seu burro que, com o susto provocado pelo outro animal, lançou-se a galope. A salvação do meu colega foi a experiência ganha nas sessões de Hipoterapia! Quanto a mim, também não me safei de um galope repentino, que me atirou em cheio para a fonte! Foi digno de se ver: eu, completamente encharcado, e os gansos que vivem na fonte cheios de vontade de me bicarem. Parecia um boneco animado a correr, perseguido por um bando de gansos furiosos!


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De Alte seguimos em direcção a Silves, onde almoçámos num restaurante que servia verdadeiros petiscos medievais. A feira medieval era espectacular e divertirmo-nos muito até ao fim da tarde. Nessa altura regressámos para casa, onde o Jorge iria ser, sem o saber, rei de uma festa muito divertida!

-“Vitória, vitória, acabou esta história!”

P.S.: Bem, na realidade não acabou. Ficámos no Algarve mais 4 dias, mas os primeiros 4 foram tão cansativos que decidimos nada mais fazer do que dormir, comer, nadar na piscina e esticarmo-nos ao sol. Acabaram, isso sim, as aventuras! Autor (ideia original): Vítor Santos, aluno da turma C do 6º ano, da E.B. n.º 2 de Condeixa-a-Nova. Composição e revisão dos textos: Mónica Sousa e Cunha, professora de Educação Especial.

O JE DESEJA –VOS BOAS FÉRIAS E… DESCONTRAIAM, RINDO! “Desordem no Tribunal” São algumas gafes cometidas em Tribunais, coisas que as pessoas disseram e que foram transcritas textualmente pelos taquígrafos, que tiveram de permanecer impávidos e serenos enquanto estes diálogos, realmente, aconteciam à sua frente. P: Doutor, antes de fazer a autópsia, o senhor confirmou o pulso da vítima?

P: Doutor, o senhor lembra-se da hora em que começou a examinar o corpo da vítima?

R: Não.

R: Sim, a autópsia começou às 20:30.

P: O senhor viu-lhe a pressão arterial?

P: E o Sr. Décio já estava morto a essa hora?

R: Não.

R: Não?!? Ele estava sentado na maca, e perguntava porque é que eu estava a autopsiá-lo.

P: O senhor viu-lhe a respiração?

~~~~~~~~~~~~

R: Também não. P: Bom, então, é possível que a vítima estivesse viva quando a autópsia começou?

P: Qual foi a primeira coisa que o seu marido disse, quando acordou, naquela manhã?

R: Não, é impossível.

R: Ele disse: “Onde é que eu estou, Beta?”

P: Como é que o senhor pode ter essa certeza?

P: E porque é que você se aborreceu com isso?

R: Porque o cérebro do paciente estava num jarro sobre a mesa.

R: Porque o meu nome é Célia.

P: Mesmo assim, não podia acontecer que ele ainda estivesse vivo?

P: Ela tinha 3 filhos, certo?

R: Sim, é possível que ele estivesse vivo e exercendo Direito em algum lugar!!!

P: Quantos eram rapazes?

~~~~~~~~~~~~ P: Doutor, quantas autópsias o senhor já realizou em pessoas mortas? R: Todas as autópsias que fiz foram em pessoas mortas… ~~~~~~~~~~~~

~~~~~~~~~~~~

R: Certo.

R: Nenhum. P: E quantos eram meninas?


SOLUÇ ÕES D O

S JOGO

S DE P ALAVR A

S DO N

º23, PE L

OS iMu nes

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FICHA TÉCNICA Colaboração Alunos e Professores Revisão de texto, composição e grafismo Maria Pia Pinto Serra Coordenação Editorial e Redactorial Maria Pia Pinto Serra Sede e Impressão Escola Secundária Fernando Namora Rua Longjumeau - 3150-122 CONDEIXA-A-NOVA Email esfn.jornalescola@gmail.com Edição online www.aecondeixa.pt Periodicidade Trimestral

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