Informativo ps aveiro, 1 set 2016

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nformativo

Distribuição gratuita | Trimestral

2016

Partido Socialista

ave ro

Nº 1 setembro

PENSAR O FUTURO DE AVEIRO PARA QUE AVEIRO TENHA FUTURO Eduardo Anselmo Castro, :3

Filipe Neto Brandão,

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As bancarrotas socialistas Porfírio Silva,

É com todo o gosto que ajudarei o PS neste combate

Entevista

Aveiro – Muito mais e muito melhor

Alberto Souto

1. No próximo ano vamos ter eleições autárquicas. O Partido Socialista tem de se organizar e mobilizar internamente para saber estar à altura desse desafio. E a nossa ambição só pode ser a de merecer de novo a confiança dos aveirenses para governar a Câmara de Aveiro!

Manuel Oliveira de Sousa

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Presidente da Comissão Política 50 anos | Professor

Aveiro Cidade (In)Acessível Paula Urbano,

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A Política é bem mais simples Pedro Pires da Rosa,

Freguesia a Freguesia :5-7

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ps.Aveiro – Oliveira de Sousa (OS) assumiu a liderança do partido há três meses. Passou o período de verão. Como avalia estes quase cem dias? OS – Dentro do que estabelecemos para este período e apresentámos em Plano de Ação à Comissão Política, estamos a cumprir os compromissos essenciais: adequação interna, visitas ao Concelho e mobilização dos cidadãos para além da vida dos partidos. E já estamos a colher frutos… ps.Aveiro – E surgiu a vereação na Câmara Municipal de Aveiro… OS – O facto de ter assumido a vereação, no lugar do camarada Eduardo Feio, veio trazer outros compromissos institucionais e políticos que, apesar de complementares, não alteraram as orientações iniciais, mas como faz parte da vida de quem assume estas responsabilidades… vamos em frente! ps.Aveiro – Que considerações pode fazer sobre os rivais políticos? OS – Essa questão é muito interessante: rivais! Como sabe a expressão é muito aliciante, no seu significado mais profundo, “aqueles que usam o mesmo rio”! Acredito nas pessoas. Não me deixo confundir entre o acessório, o detalhe inócuo, e o essencial.

Nos oito anos em que o PS esteve à frente dos destinos de Aveiro, entre 1999 e 2005, Aveiro progrediu imenso e afirmou-se como um dos mais vibrantes e inovadores municípios portugueses. Podemos ter muito orgulho desse período. Aveiro deu um importante salto para o futuro e os aveirenses sabem isso muito bem. Infelizmente, com a coligação PSD/PP Aveiro está há onze anos a andar para trás e quase tudo se deteriorou. Não há estratégia, navega-se à vista. Não há capacidade de projectar e de executar, há delongas e ineficiências. Não há respeito pelos adversários e pelos munícipes, há prepotenciazinhas e um “posso, não sei o que quero, mas mando”. Aveiro estagnou e perdeu o norte. Foram onze anos perdidos. Oito anos a carpir e três anos de conversa. Mas é conversa fiada e são promessas não cumpridas. Tapar buracos nas estradas e concluir uma rotunda com três anos é o grau infantil da gestão autárquica. É muito pouco para o Município que queremos. Tem sido mesmo um desastre para o Aveiro que exigimos a nós próprios.

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Portanto, acredito que todas as intervenções e preocupações são canalizadas para o mesmo fim. Contudo, há razões profundas, e às vezes meramente circunstanciais, que alicerçam as decisões e que as tornam diferentes. É por isso que é normal haver debates profundos, quase a levar à perda da paciência, e no final tudo fica encerrado com cordialidade. Contudo, às vezes lá vem um dia que também se encalha… – como é inesgotavelmente citado entre nós, de Carlos Candal: “lá calha”! Depois é importante considerar que a política é serviço – é a minha posição na política. Só a entendo com altruísmo; a arte, a capacidade, o instrumento,… – o que quiser como sinónimo – para pensar e exercer o poder delegado pelas pessoas. E nisso somos todos responsáveis pelo bem comum, sejamos de bancada A ou partido B. É assim que o entendo. É assim que me coloco na vida. ps.Aveiro – Mas há disputas, lugares de poder…?! OS – Não o entendo assim e luto para que se faça diferente. Fazemos propostas e apresentamos soluções para o governo das coisas públicas. Depois há milhares de cidadãos que confiam em nós, e outros veem de maneira diferente. No final, com o que nos for confiado, reunimos as nossas diversidades para trabalhar um programa a favor de todos. Quem pense que isto é lirismo, em democracia, enganou-se na porta! Os partidos não são sociedades herméticas e filantrópicas, mas devem ser, cada vez mais, meio de participação no que é de todos, a começar pelo dito poder (em democracia, o poder é das pessoas, dos cidadãos, que o delegam, por representação, nos eleitos, como sabemos) favorecendo a participação efetiva e o acesso de todos às responsabilidades públicas em ordem ao bem comum. Nós contamos com cada um para que todos sejamos mais por Aveiro em todas as suas diversidades e riquezas! ps.Aveiro – Quais os principais problemas com que se confrontou neste período? OS – Claramente mobilidade/transportes, educação, taxas, saúde. ps.Aveiro – E está à vontade com as matérias? E a sua inexperiência política? OS – O caminho faz-se caminhando, aprofundando os dossiers e os contactos. Devo dizer, com alguma piada, que já participei em mais listas de candidatura à Câmara de Aveiro do que quem me atirou a primeira vez com isso! É acessório. Contudo, depende do que se entenda por política. Tenho uma visão mais ampla nessa interpretação. Desde que me conheço sempre estive nas causas públicas. Agora estou aqui com profundo interesse. Crescemos cada dia no conhecimento da vida e dos que vão connosco! ps.Aveiro – É reconhecida a sua capacidade de trabalho metódico, com visão aberta da vida, da cultura, do conhecimento, capacidade de fazer pontes. E com humor! Revê-se? OS – Sobre o humor… é sabido que o humor é um caso sério! De resto, são coisas agradáveis de ouvir! O mais importante é que sejamos coerentes e autênticos nas propostas, na concretização e com as pessoas. ps.Aveiro – E o futuro? A começar por este “informativo”… OS – Ir para além das fronteiras do partido e dos partidos. É também com essa preocupação, ou intuito, que surge este jornal. E continuamos a ir ao encontro das pessoas, das associações, das empresas,… acolher as suas ideias, dificuldades, projetos, ambições, alargar as bases de reciprocidade para consolidar as propostas de todos e renovar a garantia da capacidade de fazer bem, com rigor, em cada dia, nos mandatos que nos serão confiados.

É muita parra, mas uvas, só de alcatrão pré-eleitoral… 2. Ganhar de novo a Câmara de Aveiro é pois necessário e urgente para que Aveiro reencontre a senda do progresso, da qualidade de vida, da inclusão social, da eficiência administrativa, da afirmação estratégica. O contexto político local e as variáveis macroeconómicas e da nova regulamentação autárquica tornam este desafio muito exigente. Mas um Presidente em primeiro mandato pode mesmo perder a reeleição, quando até os seus correligionários estão já desapontados; quando os aveirenses estão fatigados de tanta prosápia, para tão pouca obra; quando tendo vindo exportado de Ílhavo, ao fim de três anos, ainda não se lhe conhece uma única ideia sobre Aveiro. É bom em dichotes. Mas Aveiro precisa é de ideias consistentes. O adversário não é, pois, um político forte. É um político falador. Fala muito para os incautos, fala grosso com quem o contradiz, fala de cátedra para Lisboa sem que ninguém o ouça, fala de mansinho nos meses antes das eleições. Anuncia e adia. É um anunciador de nadas. 3. O PS não pode, porém, menosprezar um profissional destas artes tagarelas e manhas eleitorais. O PS tem de construir o seu projecto autárquico 2017 sabendo o que quer para Aveiro e para os aveirenses, com que sentido estratégico e com que programa, com que postura no exercício do poder. Deve mobilizar-se internamente, mas também externamente. Todos os militantes são necessários. Mas todos os independentes são desejados e bem-vindos. Esta eleição vai ganhar-se com todos os aveirenses de boa vontade cívica e que acham que é possível fazer melhor. O contributo de todos será decisivo para construir um programa sólido e que corresponda aos anseios das populações de todas as freguesias. Que entusiasme, mas que seja realista. Que prometa o que possa cumprir. Que seja ambicioso, mas não fantasioso. E, claro, encontrar bons candidatos para todos os órgãos autárquicos, Câmara, Assembleia e Freguesias. Devem ser mulheres e homens bons, que queiram ser úteis aos seus. Que acreditem que Aveiro pode ter mais e melhor futuro. Que saibam estar na vida pública com ética republicana e seriedade pessoal, vontade de fazer, mas disponibilidade para servir. Que acreditem que os destinos do seu município se defendem melhor através do exercício participado da democracia local, do debate das ideias, do respeito pelos adversários, da capacidade para unir esforços no que for essencial para o desenvolvimento de Aveiro. Pela minha parte, é com todo o gosto que ajudarei o PS neste combate, como militante de base, mas com a memória e o orgulho do muito futuro que o PS soube fazer em Aveiro. Com a vontade de um novo futuro ajudar a construir.

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PENSAR O FUTURO DE AVEIRO PARA QUE AVEIRO TENHA FUTURO

Construindo

Compromissos… Eduardo Anselmo Castro

2. Aveiro para os Aveirenses A estratégia é fundamental mas não deve fazer esquecer que a cidade é para os cidadãos, na sua diversidade de interesses e pontos de vista, assim com na diversidade das necessidades dos variados territórios que constituem o município. Conhecer os problemas de cada freguesia, cada bairro ou cada lugar, a par das aspirações de quem os habita e conjugar esse mosaico de perspetivas num todo coerente é uma das tarefas mais difíceis mas mais importantes de quem quiser gerir bem o Município

Daqui a um ano os Aveirenses serão de novo chamados a escolher o que querem para o seu futuro, elegendo quem querem que governe o município. Era bom que essa escolha decorresse de uma discussão construtiva e participada e não tanto do tradicional campeonato dos abraços, beijinhos, sacos de plástico e outros adereços baratos, que o tempo de outras ofertas já se foi com a austeridade. Era ainda melhor que essa discussão tivesse por base uma visão estratégica que projetasse Aveiro para uma dinâmica de futuro, que já teve largos horizontes mas que, com o virar do século, se transformou no penoso arrastar de uma rotina sem projeto. Sendo tempo de iniciar essa discussão, avanço com uma curta contribuição sobre o que penso serem as bases de um programa para o próximo mandato autárquico, estruturadas em 4 pontos

3. Aveiro com os Aveirenses Conhecer Aveiro e escolher os caminhos para o futuro não poder ser tarefa exclusiva de técnicos e representantes autárquicos. Os Aveirenses têm uma grande palavra a dizer. No entanto, se a afirmação deste princípio se está a transformar num lugar-comum, a sua aplicação é um campo aberto à experimentação. Para lá da incerteza, é possível dizer que uma gestão participada do município terá de inventar métodos processuais que conjuguem a expressão da pluralidade de opiniões e interesses num programa coerente que respeite as restrições técnicas e financeiras e não perca nos seus detalhes e particularismos a visão estratégica necessária para construir um futuro melhor

1. Visão estratégica O futuro é incerto, mas quem melhor prever o que virá e melhor preparado estiver para reagir ao que prevê, melhor posicionado estará para o que esse futuro nos trouxer. O futuro é incerto, mas é certo que Aveiro, embora seja um município privilegiado face ao panorama nacional, irá na melhor das hipóteses assistir a um crescimento populacional muito moderado, irá ter menos gente em idade ativa, irá tem menos crianças e jovens e irá ter bastante mais idosos. A diminuição de ativos terá de ser compensada com melhores ativos, melhores empresas e maior eficiência e não com o contínuo crescimento de áreas empresariais; as alterações na estrutura etária implicarão menos salas de aula, mas maior capacidade de assistência a idosos e de serviços de saúde. Preparar o futuro começa nestas ideias genéricas, mas terá de continuar com a previsão possível dos seus impactos quantitativos em termos de mercado de trabalho e oferta de serviços e com o desenho das políticas necessárias para responder a esses impactos O futuro é incerto, mas é certo que as formas de mobilidade e as redes de telecomunicações se irão alterar profundamente. A poluição, o fim dos combustíveis fósseis e a crescente necessidade de tudo se ligar a tudo assim o exigem. Preparar o futuro nestas matérias é uma tarefa complexa, mas não passa certamente por privatizar os transportes públicos, deixar correr os operadores de telecomunicações e esperar pacientemente que o mercado faça as suas maravilhas O futuro é incerto mas é certo que num mundo crescentemente globalizado as médias cidades que ficarão no mapa são aquelas que se conseguirem afirmar por serem as melhores em algo a que o País e o Mundo deem valor. Por muito jeito que dê não será certamente a rotunda do Botafogo e muito menos o passadiço psicadélico da Avenida Artur Ravara (que não dá jeito nenhum), que contribuirão para tal.

4. Uma governação rigorosa Os últimos anos têm sido pródigos a demonstrar que de boas intenções está o inferno dos desastres financeiros cheio. Ter uma visão de futuro e uma política que responda às escolhas dos cidadão só é possível com uma gestão rigorosa dos recursos disponíveis, com a mobilização de todas as vontades e com uma avaliação rigorosa dos impactos financeiros dos projetos, em termos de investimento inicial mas também em termos dos resultados de operação e manutenção. Os 4 pontos acima enunciados têm uma generalidade que lhes permite serem aceites pela generalidade das opções políticas em confronto. Dir-se-á também que estas generalidades são boas de enunciar mas difíceis de levar à prática. É verdade, mas se estas generalidades são boas, temos um ano para as debater e converter em linhas políticas concretas que façam um bom programa para o próximo mandato autárquico. Vamos a isso, esperando que o eleitorado premeie quem melhor desempenhar esta tarefa.

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Aveiro

É universal o direito à inclusão na sociedade mas este só é exercido se não existirem barreiras a essa inclusão e a inexistência de uma rampa de acesso a um restaurante ou a um café pode impedir o convívio social assim como a inexistência de uma casa de banho adaptada num edifício de escritórios pode impedir o acesso ao emprego. E no município de Aveiro não falta espaço público com obstáculos de difícil transposição, que não cumpre os preceitos da acessibilidade. Nem só o território é matéria da acessibilidade. A acessibilidade à informação ou aos processos de decisão, por exemplo, são tão ou mais importantes, no quadro da cidadania moderna e ativa, do que a acessibilidade territorial. Participar significa coresponsabilizarmo-nos com o que é feito no espaço público, seja na rua onde moramos seja nos centros urbanos onde frequentamos serviços, lojas, parques e jardins. Porém para participarmos precisamos de ter acesso à informação e aos processos de decisão. Apesar de Aveiro ser uma cidade acessível, porque está servida por boas vias de comunicação, quer por terra quer por mar, e porque não se estende sobre planaltos ou colinas, é uma cidade (in)acessível para as Pessoas com Deficiências e Incapacidades: encontramos passeios sem a largura necessária para a circulação de uma cadeira de rodas e sem o pavimento num estado de conservação que permita a um cego andar ou passear nele sem cair; encontramos esplanadas instaladas nos passeios que impedem quem tem mobilidade reduzida de neles circular; encontramos passadeiras cujo acesso às mesmas não está rebaixado; estamos numa cidade com canais navegáveis e encontramos cais de embarque com rampas improvisadas e consequentemente perigosas; encontramos ramos de árvores ao nível da cabeça de um cego. E não encontramos sinais de mudança! Ironicamente, a Sessão de Lançamento do Programa RAMPA – Regime de Apoio aos Municípios para a Acessibilidade – teve lugar no dia 9 de Julho de 2010, no Auditório da Reitoria da Universidade de Aveiro, e foi presidida pela Secretária de Estado Adjunta e da Reabilitação tendo como público alvo Presidentes de Câmara e responsáveis autárquicos pela promoção de acessibilidades. Ninguém diria, após um passeio apenas pelo centro da cidade, que a Câmara Municipal de Aveiro se candidatou, e obteve aprovação de financiamento no âmbito deste Programa para desenvolver dois planos: o plano local de promoção da acessibilidade, cuja área de intervenção eram as duas freguesias predominantemente urbanas – Glória e Vera Cruz, atualmente União de Freguesias da Glória e Vera Cruz; e o plano municipal de promoção da acessibilidade cuja área de atuação reportava às restantes 12 sedes de freguesia, atualmente são 9. Urge pois, fazer de Aveiro uma cidade acessível e inclusiva, onde a Câmara Municipal, em conjunto com as Juntas de Freguesia, escolas, organizações sociais, Secretaria de Estado da Reabilitação, Secretariado Nacional para a Reabilitação e Integração das Pessoas com Deficiência, Instituto do Emprego e Formação Profissional, Universidade de Aveiro, Instituições Particulares de Solidariedade Social do município, Hospital Infante D. Pedro, Centro de Saúde de Aveiro, Associação Industrial do Distrito de Aveiro (AIDA), Associação Comercial de Aveiro (ACA), CERCIAV, promova o acesso ao espaço público, aos edifícios privados e sobretudo à informação e aos processos de decisão.

Cidade (In)Acessível Paula Urbano

O objectivo fundamental da governação local deve ser a promoção de desenvolvimento competitivo, integrado e sustentável. Assim, o desafio é pensar-se, reflectir-se, sobre o tipo de cidade e de sociedade em que desejamos viver e que caminhos percorrer para a alcançar, tendo sempre presente que «não existem caminhos, os caminhos fazem-se ao caminhar». E se queremos que Aveiro se desenvolva de forma sustentada e sustentável, para que possa competir com outras cidades na captação de cidadãos e empresas que aqui se queiram fixar porque se sentem bem numa cidade que pressentem como socialmente coesa, como capaz de criar trabalho e riqueza, como potenciadora do conhecimento, da criatividade, de novas oportunidades..., temos que proporcionar aos cida-

dãos um espaço de participação cívica no qual sejam ao mesmo tempo atores e espetadores. Em primeiro lugar, a cidade de Aveiro, o município de Aveiro, sim, Aveiro não se resume à cidade, é um património também ele rural, de periferia, onde igualmente se vive, se trabalha e se sonha, precisa de se tornar um município acessível na verdadeira acepção da palavra. E como podemos transformar o nosso município num município acessível? Parece-me que deveremos começar pela chamada acessibilidade urbana e esta não é mais do que a adequação dos ambientes a todos os cidadãos, para que todos a eles acedam, e liga-se também à questão da mobilidade. É um desafio transformar Aveiro num município acessível aos cidadãos que têm necessidades especiais. Acessível a todos: altos, baixos, magros, gordos, velhos, novos, mães com carros de bebés, pessoas portadoras de deficiência sensorial ou motora. Porque todos têm direito a terem acesso aos edifícios públicos e privados, aos transportes, às tecnologias da informação e da comunicação, a passearem à beira dos canais da Ria ou pelas ruas da cidade, a tomarem banhos de sol e de sal na nossa praia de São Jacinto e porque não nas praias da Barra ou da Costa Nova no vizinho município de Ílhavo...

É um desafio transformar Aveiro num município acessível aos cidadãos

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A política é bem mais simples

do que alguns a querem fazer parecer Pedro Pires da Rosa

Muito agradeço o convite da actual concelhia do PS/Aveiro, no sentido de deixar contributo para a Aveiro que todos desejamos. Este convite revela um sinal claro de quem tem estado Sempre aberto à inclusão das ideias de Todos, aberto à pluralidade de pensamento no Partido, sempre com um Mais e Melhor Aveiro como fim único a atingir. Não podemos permitir que Aveiro se torne um palco de espectáculo político para desfile de egos, para satisfação de desejos pessoais, muito menos do actual Presidente de Câmara. É pois necessário alterar a visão que os cidadãos têm dos políticos, devendo nós mesmos, em primeiro lugar, garantir uma mudança no comportamento. A política é bem mais simples do que alguns a querem fazer parecer, os projectos não têm de ser bonitos e para a

fotografia, têm de ser virados para as pessoas, têm de ir ao encontro dos anseios dos cidadãos. Aveiro precisa em primeiro lugar de uma ideia de desenvolvimento económico que possa garantir prosperidade e emprego para os Aveirenses, garantindo-lhes também condições e cuidados de vida para os seus. O dinheiro público é um bem de todos, Muito precioso, não podendo ser gasto para as habituais flores políticas. Só assim conseguiremos servir bem. E é para isso que devemos existir. Tudo o mais, não interessa aos Aveirenses.

Freguesia a Freguesia: atentos e com propostas em cada comunidade…

Aradas A freguesia de ARADAS está há quase doze anos parada no tempo e subserviente aos diversos executivos municipais que não têm olhado para ela como merece. Urbana e rural, prestes a comemorar 180 anos, necessita de uma mudança significativa. É preciso acreditar e criar uma equipa dinâmica e multifacetada capaz de promover projetos e de colocar ARADAS e os seus fregueses em lugar de destaque. Aí sim!... Vai uma voltinha por Aradas? Anabela Saraiva/Paulo Coelho

Cacia Cacia é a porta de entrada e saída norte do nosso concelho. Tem a indústria exportadora (conhecida) – Portucel (The Navigator Company); Renault C.A.C.I.A.; Vulcano; Funfrap – com as vantagens e implicações na melhoria ambiental e sã harmonia com a população. A freguesia de Cacia é caracterizada por ser uma vila industrial de maior relevo, já referido, mas vai mais além noutras médias e pequenas empresas; tem muito comércio e, outrora, dominante atividade agrícola, reduzida ao mínimo e ao baixo Vouga. Há carência de investimento público pelo que se torna prioritário a construção de uma pista clicável na antiga EN 109, a conclusão das obras da casa Conselheiro Nunes Silva, reclassificar o largo da igreja matriz e a construção de um parque lúdico junto ao Vouga. Jaime Vinagre

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Junta de Freguesia de Eixo e Eirol Respondendo a um dos antigos anseios da população de Azurva, em parceria com a Caixa de Crédito Agrícola, projetámos, construímos e instalámos a Caixa Multibanco em propriedade da Freguesia que está a funcionar desde o início de 2015. »» Proporcionamos aulas de atividade física (de forma gratuita) aos nossos seniores duas vezes por semana em Eixo e em Eirol. »» Temos em curso o desenvolvimento do projeto “Parque do Foral” que consiste na construção do monumento comemorativo dos 500 anos da outorga do Foral Manuelino a Vila de Eixo. Até agora, tratamos do processo de demolição das ruínas do edifício Saldanha que existia neste espaço e adquirimos um prédio urbano e outro rústico confinantes com a nossa propriedade que neste momento tem cerca de 1130 m2 onde além do monumento referido, serão construídos um Parque Infantil e um Parque Geriátrico.

Esgueira Esgueira parou no tempo. Existe um sentimento de completa inoperância de uma JF, em 3 anos, incapaz de criar melhorias estruturais e tornar Esgueira uma freguesia onde se possa viver melhor. A manutenção de obras inacabadas pela CM não é atenuante. O brutal aumento que desde 2014 se paga para morrer, a falta de limpeza generalizada, os projectos ditos sociais sem sustentabilidade, as crianças com 1 parque infantil sem manutenção, a pobreza das “Esgueiríadas”, a falta de rigor nos critérios de apoio às associações, levam-nos a fazer o que disse a Presidente em AF de 21.06.2016 – “Podem pedir responsabilidades à Junta.” Em 2017 será um corrupio a manobras de fachada. Foram 3 anos parados no tempo. 3 anos! Romana Fragateiro

Glória e Vera Cruz O Planeamento do espaço onde vivemos deve ser feito com e a pensar em todos. É essencial o envolvimento dos Agentes da Comunidade Local, no levantamento das necessidades e na definição de estratégias de acompanhamento e intervenção, com especial relevância para as prioridades de ordem socioeconómica. Bem-Estar e Qualidade de Vida das Pessoas. Prestar Apoio Social Direto aos seus Cidadãos – Apostar num Atendimento Regular e Personalizado. Melhorar a prestação de Serviços à Comunidade Local – Criar novas dinâmicas de proximidade. Promover parcerias com Entidades Públicas e Privadas da Comunidade Local – Criar novas sinergias. Marília Martins

Oliveirinha É preciso fazer os arruamentos dos dois cemitérios da Freguesia, já prometido há vários anos, que quando chove para os familiares e amigos irem junto de algumas campas , só com galochas. Fazer a requalificação da Rua do Conselheiro Arnaldo Vidal com a Rua da Maritona que são as que se encontram em pior estado do Concelho de Aveiro. M. Simões Rodrigues

Ficha técnica Denominação social Partido Socialista Aveiro. Informativo da Comissão Política Concelhia Sede R Guilherme Gomes Fernandes, nº 8 3800-197 Aveiro

Diretor M. Oliveira de Sousa Coordenadora da edição Daniela Sousa Pinto Acácio Rodrigues Redação Gab. Comunicação – PS.Aveiro

Número de registo de pessoa coletiva 501312188

Tiragem 5.000

Depósito Legal 415434/16

Nota: os títulos dos artigos são da responsabilidade do editor

Design & Impressão Officina Digital – Impressão e Artes Gráficas Telefone 234 308 697 • Taboeira • Aveiro http://officinadigital.pt

Critérios editoriais 1. PS Ave ro é um órgão de informação do Partido Socialista (CPC Aveiro) e orienta-se pela Declaração de Princípios e pelos regimentos

internos; 2. Respeita o direito de opinião de todos os colaboradores-autores; 3. Dá contributos para o debate público e preocupações das pessoas, individuais ou coletivas, nas várias áreas de ação partidária e intervenção politico-social. 4. Os artigos de opinião são da inteira responsabilidade dos autores, no conteúdo e na ortografia utilizada.

Poupe o ambiente.


tando 6,2% dos eleitores do concelho. As freguesias citadinas da Gloria e Vera Cruz e Esgueira representam 41% dos eleitores do concelho. Neste âmbito a Freguesia de São Bernardo não é uma prioridade para o atual executivo Camarário deixando a freguesia ao abandono. Existem problemas em São Bernardo que o anterior executivo PSD/CDS-PP criou e que o atual executivo PSD/CDS-PP não resolveu. Exemplo disso é a rede viária da freguesia degradada e obsoleta. As marcações na faixa de rodagem já desapareceram com o desgaste ou então nunca foram efetuadas. Passagem de peões que foram suprimidas, mas a sinalização vertical continua lá a anunciar a passadeira inexistente. Os acidentes são uma realidade quase diária e por vezes fatais, mas nada é feito no sentido de contrariar esta flagelo apesar do alerta que o Partido Socialista tem feito na Assembleia de Freguesia. As dez medidas para os primeiros dez meses do mandato do atual executivo camarário também não foram cumpridas já que uma delas respeitava ao Ex-Centro de Saúde Mental que continua ao abandono e sem solução à vista, havendo Associações de São Bernardo à espera de um espaço onde se possam instalar que alimentam ainda a expectativa da utilização de tal edifício para esse fim. São Bernardo foi uma das três freguesias diagnosticadas com necessidades de uma nova Unidade de Saúde Familiar, mas foi também das três a que não foi contemplada com a sua construção. A população da freguesia tem crescido e não tem um serviço de assistência médica de acordo com as suas atuais necessidades. Queremos São Bernardo com futuro e vamos trabalhar com esse fim.

Requeixo, Nossa Senhora de Fátima, Nariz Ao olhar para a “zona” sul do Concelho continuam as preocupações sobre os transportes, a saúde, serviços de proximidade, monitorização da qualidade da vida inerente à ETMB, mobilidade, resolução dos constrangimentos das vias de trânsito que atravessam a freguesia.

Santa Joana Sabe bem viver em Santa-Joana” é o slogan da página da Junta de Freguesia da minha terra, mas será que sabe mesmo? De facto, sabe bem morar num local agradável, bem localizado, sossegado, porém perto da cidade; ter associações muito participativas na comunidade, bem visível na época dos Santos Populares, as tasquinhas são um sucesso; ter centro de saúde; correios, etc. Não obstante as vantagens, a verdade é que, de muitos problemas ainda padece esta freguesia. Não sabe mesmo bem a falta de limpeza dos passeios e terrenos; o mau estado do parque infantil ; acessibilidade reduzida em alguns locais, árvores que se encontram no meio de passeios, impedindo a passagem de cadeiras de rodas; problemas graves de trânsito, por exemplo na rua de S. Braz; ao nível da mobilidade, há poucos autocarros para o centro da cidade. Estes são só alguns exemplos. As questões focadas e outras têm sido alvo da preocupação dos eleitos do PS em todas as assembleias de freguesia. Gostaríamos, efectivamente de poder afirmar “Sabe bem viver em Santa Joana!

Ricardo Madaíl

Sara Tavares

São Jacinto Vencer o isolamento (mobilidade, serviços, eventos,…), atrair desenvolvimento e emprego, potenciar as capacidades locais.

São Bernardo São Bernardo é a freguesia com menor área do concelho de Aveiro. São 3,94 km2 com cerca de 4.400 eleitores represen-

…melhorar a qualidade de vida das pessoas. Autárquica

Contamos com a sua colaboração para elaborar um programa realista com o qual cada aveirense, de todo o concelho, a viver cá ou mais longe, se identifique e acredite.

PS Aveiro

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Convenção

Visite-nos na sede Sábado

29 de Outubro

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10h – 17h | Eixo

ps.aveiro.cpc@gmail.com

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As bancarrotas socialistas

Aveiro Muito mais e muito melhor É sobre este mote, por si indicado, que o nosso presidente da comissão política concelhia de Aveiro me lançou o repto de partilhar convosco umas “muito breves” (sic) palavras. Faço-o com gosto, porque desde logo me parece particularmente feliz o tema a glosar, bem como a ambivalência que o mesmo suscita: Aveiro, ao longo da sua história – desde que, pela mão dos homens, foi resgatado à laguna que a envolve – , foi, de facto, e por diversas vezes, mais e muito melhor do que outras terras que, por uma razão ou outra, se quedaram onde Aveiro se agigantou. Exemplos não faltam. Foi assim no trabalho, conquistando prosperidade para as suas gentes, foi assim na luta pela Liberdade, acolhendo no seu seio os Congressos Republicanos e da Oposição Democrática, foi assim no saber, onde o país viu erigir-se aqui o primeiro Liceu construído de raiz ou onde uma ainda jovem Universidade logrou entrar no ranking das melhores do mundo, como recentemente sucedeu. Porém, se assim é – e é-o – a verdade é que hoje experimentamos quotidianamente o desconforto de sabermos Aveiro muito aquém do que o concelho poderia ser. Desde que PSD e CDS se coligaram para afastar o PS da governação autárquica aveirense, o resultado tem sido desolador. Aliás, tanto é desolador que foram aqueles que fizeram eleger e reeleger o anterior presidente (enaltecendo então os seus supostos méritos) os mesmos que vieram entretanto a atestá-lo de incapaz, substituindo-o por outro ao qual apontaram os mesmos supostos méritos do antecessor... até ao momento em que lhe venham a dar igual sorte, uma vez que os fracos resultados da governação estão à vista de todos. Aveiro pode ser, de facto, muito mais do que é hoje e pode, sobretudo, ser muito melhor. O desafio que o PS/Aveiro tem pela frente é, pois, o de saber ser capaz de construir uma resposta para esse legítimo anseio dos aveirenses. Numa exortação de futuro: “Aveiro, muito mais e muito melhor”. Filipe Neto Brandão

Em política, além dos argumentos assumidos pelos principais responsáveis de cada força política, há ainda a floresta de enganos produzidos por atores menores, destinados a poluir o ambiente sem que os protagonistas sejam responsabilizados diretamente. Há vários matizes nessa forma de operar, passando por várias ferramentas típicas da internet, mas incluindo a disponibilidade de algumas figuras de segunda linha de certas estruturas partidárias para produzirem falsidades. Exemplo

a desonestidade por vezes confunde-se com a ignorância recente consiste num material de propaganda de um sector de uma juventude partidária de direita que propagandeava “as 3 bancarrotas socialistas”: 1977, 1983, 2011, apontando para os momentos em que o FMI esteve em Portugal. Como a desonestidade por vezes se confunde com a ignorância, deixemos sobre o assunto este breve apontamento. De facto, o PS liderava o governo do nosso país em 1977. Portugal, devido ao difícil contexto internacional e à turbulência da revolução (sim, os fascistas não nos concederam a democracia, foi preciso derrubar a ditadura e fazer uma revolução, onde, naturalmente, nem tudo foi feito a régua e esquadro), teve de pedir a intervenção do FMI. Quem o fez foi o 1º governo constitucional, liderado por Mário Soares, onde era também ministro o Prof. Mota Pinto, fundador do PSD e seu futuro presidente. Ah, e também fazia parte desse governo o inefável crítico de tudo e mais alguma coisa, de seu nome Medina Carreira… O acordo com o FMI foi assinado já durante a vigência do 2º governo constitucional, igualmente liderado pelo PS, mas que contava também com o CDS na sua composição. Portanto, quanto à primeira “bancarrota socialista”, estamos conversados. A segunda “bancarrota socialista” é de 1983. Foi o governo do chamado “bloco central” (uma coligação formal do PS e do PSD) que fez o novo acordo com o FMI. A realidade eco-

nómica que a isso obrigou foi criada durante o governo anterior, o segundo governo da chamada “Aliança Democrática”, cujas principais forças eram o PSD e o CDS, com Pinto Balsemão como primeiro-ministro. Ministros das finanças da AD? Cavaco Silva, primeiro; João Salgueiro, depois. Esses governos da AD deixaram o défice da balança comercial em 10% do PIB, o desemprego acima dos 11% e a dívida externa em estado de alerta. Portanto, quanto à segunda “bancarrota socialista”, também estamos conversados. Quanto ao processo de 2011, seria necessário mais espaço para analisar aqui a questão. Poderemos fazê-lo noutra oportunidade. Mas, para princípio de conversa, basta lembrar as palavras de António Lobo Xavier a 16 de Maio de 2013, no programa televisivo Quadratura do Círculo. Nessa ocasião, o histórico dirigente do CDS afirmou que foram o PSD e o CDS que forçaram a intervenção da troika em Portugal e que nem Merkel queria que o resgate tivesse acontecido assim. Segundo Lobo Xavier, PSD e CDS quiseram a entrada da troika em Portugal por razões de política interna, para pressionar o governo da altura (de José Sócrates). Lobo Xavier lembrou ainda que a ajuda europeia poderia ter ocorrido como em Espanha, sem Memorando e sem troika. (Como, aliás, também se fez em Itália.) Mas Portugal teve todo este aparato de “resgate” porque a oposição de então (PSD e CDS) assim o quis. Perguntado “quem quis?”, Lobo Xavier respondeu: “foi o aprendiz de feiticeiro”. E depois explicou quem fez o papel de aprendiz de feiticeiro: Pedro Passos Coelho. Portanto, quanto às 3 bancarrotas socialistas, estamos conversados: essa teoria ilustra bem a desonestidade de uma certa direita.

Porfírio Silva


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