DIÁRIO DE AVEIRO | Rosa Aparício, 2020.07.22 PASSEIOS POR AVEIRO Cidade plana, propícia à mobilidade em modos suaves, para trabalhar, conhecer…interpretar,… andando a pé,… em passeios! Porém, há passeios e passeios! Os passeios da nossa cidade não estão preparados para permitir que as pessoas, particularmente idosos e outras pessoas com restrições em termos de mobilidade, possam fazer os seus circuitos pedonais. Na verdade, a grande maioria dos passeios da nossa cidade não reúnem condições para que as pessoas possam fazer a tão saudável caminhada e, não podemos esquecer que, para muitos, é o único recurso para a realização das suas atividades diárias. Desataco, porque é inquestionável, que a população idosa tem vindo a aumentar e, consequentemente, têm vindo, também, a mudar os padrões de mobilidade. Porém, mesmo assim, não se esgotam aí as preocupações. Efetivamente, deparamo-nos com passeios sem largura suficiente e em muito mau estado de conservação, com perigosos desníveis, com barreiras diversas, como são os ramos caídos e as ervas, que se traduzem num constante e iminente perigo. Urge desenvolver estratégias a pensar nos peões, na sua segurança, na melhoria da sua qualidade de vida. Urge, a melhoria das infraestruturas dos percursos qualificando as acessibilidades dos caminhos pedonais. Por conseguinte, insistimos na necessidade de reestruturar os passeios de forma a tornarem – se espaços mais seguros, facilitando a movimentação de todos, particularmente dos nossos idosos e de todos aqueles que possuam restrição física. Insistimos na necessidade de dotar os espaços com cenários estéticos mais apelativos nos diversos trajetos pedonais tornando-os mais agradáveis. Insistimos na importância de dotar os nossos passeios com iluminação adequada tornando os espaços mais seguros, contrariando cenários propícios à criminalidade promovendo a sensação de segurança nas pessoas e potenciando a vontade de andar a pé. Insistimos na criação de rampas nos passeios, na criação de corrimãos em todos os espaços onde existam escadas e/ou degraus assim como a presença de passadeiras e a respetiva sinalização. Não podemos esquecer que com o avançar da idade as pessoas vão perdendo a faculdade para a condução de veículo próprio, os horários dos transportes públicos estão concebidos em função dos horários escolares, apesar das muitas lacunas, não respondendo às necessidades dos mais velhos. Convém não esquecer que nem todas as pessoas tem possibilidade de pagar a um táxi. Por fim, atrevo-me a dizer que a questão da mobilidade pode ser considerada matéria de Saúde Pública porque os idosos necessitam mesmo de ver reunidas condições para poderem fazer os trajetos pedonais porque só assim poderão continuar a desenvolver a sua atividade motora e, consequentemente, prolongar a capacidade motora, a sua independência e a sua vida.
* Secretariado do PS-Aveiro
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