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DIÁRIO DE AVEIRO | João Francisco Sousa, 2020.04.22 Necessidade de protagonismo na crise Como que num passe de mágica a nossa vida coletiva esfumou-se na forma e no modo como sempre a interiorizámos e vivenciámos. Um vírus de elevada perigosidade promoveu o caos na saúde pública e na economia na maioria dos países mundiais, com perdas significativas de vidas e incalculáveis prejuízos económicos cuja recuperação é uma imensa incógnita. Num breve piscar de olhos o que era considerado adquirido e realizável, tornou-se numa tremenda incógnita e suspendeu a nossa vida, como nunca teríamos pensado que pudesse acontecer. Sem vacina para enfrentar o flagelo e conscientes das consequências da pandemia (de saúde e económicas) nos países onde já tinha provocado sérios danos, o governo português, ponderadas e analisadas as atuações dos governos desses países, promulgou e implementou um conjunto de medidas e ações que se têm mostrado acertadas e minimizadoras dos efeitos trágicos que os portugueses, com a sua tradicional desconfiança, esperariam. Contou com o apoio da grande maioria dos cidadãos que assumiram o confinamento social como profilaxia essencial à minimização do contágio, e o extraordinário trabalho desenvolvido em primeira linha pelos profissionais de saúde, credores do nosso respeito e consideração, não esquecendo todas as restantes profissões essenciais ao funcionamento da sociedade, nomeadamente as forças de segurança e os bombeiros, entre outras. Não haverá dúvidas para ninguém de que um cataclismo desta dimensão e repercussões, afetando áreas tão diversas como a saúde, a economia, a educação, o emprego ou a cultura, não tem um plano standard de enfrentamento e resolução. Todos sabemos que nem tudo tem corrido bem, mas numa forma geral a atuação tem sido deveras positiva e os portugueses disso são testemunhas. Se ao cidadão comum se aceita o negativismo e algum criticismo na análise, a atuação de alguns autarcas na presente crise tem ultrapassado os limites da razoabilidade. Questionar despudoradamente a atuação de agentes públicos altamente responsáveis e qualificados, desprezando os interesses do todo nacional em favor do seu protagonismo pessoal, não são atributos responsáveis de um titular de um cargo público. A atuação de um autarca, numa crise desta dimensão e gravidade, deve primar pela ponderação e pelo bom senso, pelo equilíbrio emocional, pela preocupação com as pessoas e pela antecipação das suas necessidades, e não pautar o seu trabalho por uma postura de pirómano político em constantes exercícios de aparecimento áudio visual. As eleições são só em 2021 e o tempo não está para eleitoralismos.

João Francisco Sousa Professor Universitário Vereador do PS na Câmara Municipal de Aveiro

Partido Socialista | CPC – Aveiro Rua Guilherme Gomes Fernandes, nº 8 | 3800-197 Aveiro www.psaveiro.ps.pt | psconcelhiaaveiro@gmail.com


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