2020.02.24_DA_AAS

Page 1

DIÁRIO DE AVEIRO | Anabela Almeida Saraiva, 2020.02.24 ARADAS POR UM CANUDO Sentimos, percebemos e agimos falando a verdade. O panfleto intitulado ARADAS COM PASSADO, FREGUESIA DE FUTURO elaborado pela Câmara Municipal de Aveiro e pela Junta de Freguesia de Aradas congestiona o ângulo de visão periférico da freguesia, transformando-a na sua maioria em obras de fachada, amplificadas pelo binóculo da propaganda política. Daí a génese da nomenclatura Aradas+ quando amplificada pelo binóculo, contrapondo a visão realista, por um canudo, de Aradas menos. É verdade abriu a época da caça, as tarjas, as entrevistas na rádio, artigos no jornal, panfletos, tudo vale para iludir a realidade. Ao mesmo tempo que caçam votos também fazem caça às bruxas no seio da família partidária, insultando, ameaçando, não olhando a meios para atingir os fins. É esta a postura para elevar e dirigir Aradas? São estes os princípios em que nos revemos? As obras são mais importantes que as pessoas? Os prazos de execução não são cumpridos em prejuízo dos cidadãos e a razão invocada oficialmente ora pertence às condições meteorológicas, ora à falta de pessoal, ora às empresas contratadas, nunca em caso algum aos verdadeiros responsáveis. “Quando está bom tempo é que as obras crescem como cogumelos”(citação), é uma questão de hidratação, direi. Algumas das emblemáticas obras não são da exclusiva responsabilidade dos organismos mencionados, mas sim da iniciativa privada que melhorou as zonas adjacentes. Os poucos passeios existentes na freguesia e sobretudo na Ex. E.N. 109 assim o demonstram. Os executivos sabem o que é ser peão em plena Avenida Europa? Sentimos que não, percebemos que não há segurança e a solução é fazer mais rotundas? Sabem os transtornos causados aos moradores? Tudo a favor do automóvel e pouco a pensar nas pessoas. Diz o povo que as rotundas são para circular, circular é viver, ora a nova rotunda na Ex. EN 109 (Sacobão) sentido Aveiro – Ílhavo o condutor não circula vai a direito. Circula-se a direito com rotundas raquíticas. Falando em Ex. EN 109, porque de Europa não tem nada, não basta enviar cartas à população a apelar à compreensão da mudança de nome é preciso respeitar aqueles que já pagam impostos suficientes e que não estão na disposição de alterar toda a sua documentação por um capricho político. Já que têm tanto dinheiro para panfletos da revista “Maria” assumam os encargos dos residentes. Se Aveiro está na Europa e a Europa está em Aveiro comportem-se como europeus. Percebemos que em relação à remodelação da Unidade de Saúde Familiar de Aradas a qualidade dos fregueses melhorou, no antes o responsável era o governo, no depois é uma evidência de progresso do qual a Junta se orgulha. Onde está a seriedade política? A Rua Capitão Lebre, em Verdemilho, parece ser um baluarte da engenharia criativa, só foi intervencionada no princípio e no fim, ao longo do percurso o pavimento está cheio de buracos, os passeios não existem, as bermas são perigosas. Onde está a segurança das pessoas? Vários acessos pedonais estiveram sem pintura durante largos meses, assunto aflorado em assembleia, qual foi a resposta? A culpa era das condições atmosféricas, não era da Junta. E o estado das outras ruas e travessas da freguesia? Sentimos que a freguesia vive um momento de “fulgor” principalmente ao nível do autoritarismo, do défice democrático, da falta de transparência, das ameaças e faltas de educação dirigidos a elementos da assembleia de freguesia e a algum público em geral. É essa + democracia que anunciam?

Partido Socialista | CPC – Aveiro Rua Guilherme Gomes Fernandes, nº 8 | 3800-197 Aveiro www.psaveiro.ps.pt | psconcelhiaaveiro@gmail.com


Percebemos que a freguesia necessita de crescimento harmonioso, sentimos que crescemos para os lados, a tal malha urbana que somos obrigados a vestir, em função do crescimento imposto por alguns, inibindo o exercício da cidadania. A mesma malha que apaga as frases críticas no Facebook oficial da Junta, que omite, que se esconde por detrás do regime de proteção de dados para não responder às questões da oposição. É este o crescimento que vos norteia? Sentimos e percebemos que na vertente unidade o paradigma é monstruoso, realmente o executivo da Junta de freguesia de Aradas é um caso de estudo no que respeita à coesão de equipa. Em dois anos de mandato já houve três baixas, uma no executivo (tesoureiro) e duas na mesa da assembleia (presidente e secretário). Irá ficar por aqui? A desunião é um degrau para um estágio superior, a união egocêntrica. Não vale a pena tapar o sol com a peneira, transformar as festas de Sunset (pôr do sol) nas piscinas do Carocho em festas de eclipse solar. Aradas não pertence a essa elite que querem implementar. Essa festa já não é digna de panfleto? Os Aradenses revêm-se nos festivais de Aradas, feitos pelo povo e para o povo, sem lugares reservados para os VIP’s, unindo a comunidade e não dividindo-a. Nem tudo é negativo, pois se Eça de Queirós e família fossem vivos teriam à sua porta uma bomba de gasolina que em plena crise energética não teria filas, além disso poderiam abastecer de combustível os seus cavalos, substituindo os cozinhados da sua governanta por uma comida rapidinha, sempre sobrava mais tempo para a escrita. É esta a dita casa de fachada culta, envolta em promessas queirosianas falhadas? Ironia das ironias, não consta do panfleto. Centro Cultural de Aradas, aquele que deveria ser o polo agregador de todas as associações da freguesia, está com um fulgor, progresso e unidade nunca vistos, ao abandono. Inadmissível, não consta do panfleto. O parque geriátrico prometido junto à Escola Sargento Lopes dos Santos ficou a vestir-se, pois nesta Junta pretendia-se construir em terrenos alheios, é o tal ovo no traseiro da galinha que se transforma depois em calimeros da retórica cuja moral define os seus comportamentos erróneos. Palavras leva-as o vento, o prometido é de vidro, voou para outro lado. Viagem à ilha da Madeira inserida no panfleto Aradas+, outrora para seniores, curiosamente transformou-se também para juniores, em suaves prestações mensais. Quem organiza? Em que termos é feito o pagamento? Quem recebe o dinheiro? Há pessoas fora da freguesia que usufruem da viagem? Questões efetuadas em plena assembleia, não houve resposta, mais uma vez o refúgio no regime de proteção de dados. Vai quem quer, pode quem paga, é a pretensão transparente de dar o bailinho da Madeira, entoando a canção da mula da cooperativa do célebre Max, tentando fazer de bananas os que já viram muitos crocodilos. No que respeita ao estabelecimento comercial em construção nos terrenos do antigo matadouro, surpreende que não conste do panfleto. Será porque a obra ainda não está acabada? É que no Facebook da Junta já aparecia a obra concluída antes de ser iniciada, será que foi uma intrusão do hacker Pinto que com os seus conhecimentos profundos de informática conseguiu ser pai antes de ter relacionamentos amorosos, o mistério está desvendado, o Face é seu filho. “Quando se navega sem destino, nenhum vento é favorável”. Quando o canudo de uns é melhor que o dos outros, Aradas passa a ser vista por um canudo tocando a tal gaita que nos envolve e adormece numa música de cana rachada. É a música que nos dão, é a música que estamos fartos de ouvir, são as respostas que tardam em vir. Cabe em democracia sentir, perceber e agir, mudando para melhor. Anabela de Almeida Saraiva Vogal na Assembleia de Junta de Freguesia de Aradas pelo Partido Socialista Partido Socialista | CPC – Aveiro Rua Guilherme Gomes Fernandes, nº 8 | 3800-197 Aveiro www.psaveiro.ps.pt | psconcelhiaaveiro@gmail.com


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.