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formação e estudos ________________________________________

ASPIRANTES FAZEM RETIRO EM AGUDOS

Comunicações . janeiro de 2014

Natanael José Barbosa e Anderson de Moraes Mariano Aspirantes

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Realizou-se nos dias 11, 12 e 13 de dezembro, no Seminário Santo Antônio de Agudos, o Retiro dos Aspirantes, conduzido por Frei Roberto Ishara, que, com muita simplicidade, prestatividade e organização trouxe a cada um de nós uma mensagem de paz e bem e ajudou a compreendermos melhor e mais claramente a vocação no carisma franciscano. Os três dias do retiro nos proporcionaram grandes momentos marcados pela Celebração Eucarística, que dava início a cada dia de retiro, o deserto, que predominou na maior parte do dia, o que foi favorável para confrontar-nos com nossas “chagas” e nossa vocação, a oração diante do Santíssimo, que ficou exposto durante todo o dia. Cada um pôde ter profundo momento de adoração e íntima comunicação com Deus. Houve também no final de cada dia a partilha das experiências que cada um vivenciou no deserto. “Em São Damião, a Igreja restaurou No encontro com o leproso, sua alma lavou Na escuta do Evangelho, o coração palpitou No Monte Alverne, os estigmas encarnou.” Com este pequeno mantra, escrito por um dos aspirantes, resumimos quatro encontros da vocação de Francisco que nos serviram como base para nossas reflexões. Assim foi nosso retiro, na alegria daqueles que o Senhor fez irmãos pelo dom da vocação.

Depoimento de Natanael Vivo minha vocação como uma resposta de conformação com Cristo. Talvez esteja longe de alcançar tão grande dádiva. Vou seguindo as pegadas profundas de Francisco. Não me recordo de um crucifixo ter-me dito: “Vai e repara a minha casa, que como vês, esta em ruínas”, nem tive um encontro com o leproso, enquanto, pela Palavra, talvez, me senti impulsionado. Recordo que sou chamado a anunciar a Boa Notícia entre todas as nações e a toda criatura. A abraçar muitos leprosos e até mesmo a minha própria lepra, para continuar nesta missão e produzir frutos. A Palavra tem me guiado, tem sido “Lâmpada para os meus pés e Luz para o meu caminho”. Tenho o Evangelho como base sólida da minha vida e como regra das minhas ações. Assim vou me identificando com o pobrezinho de Assis, na humildade do acolhimento, na simplicidade do agir, no desapego do mundo, no despojamento da riqueza e da matéria, no esvaziar-me de mim e de tudo, na perseverança da oração e na docilidade do Espírito, no morrer para o pecado, vontades e desejos... Afinal, “já não sou mais eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim...”. No fim da minha vida não espero receber as chagas do Cristo Crucificado impressas no meu corpo, já recebo tantas em minha alma... Não desisto, sei que de lá emana um amor cultivado por quem ama. Quero mergulhar neste oceano, mesmo sem saber nadar, com maré alta ou maré baixa, vou lançar-me na maior onda, sei que em algum lugar minha missão chegará ao fim. Enquanto navego mar adentro, vou buscando mais amar do que ser amado. Mais compreender, do que ser compreendido, mais consolar, do que ser consolado. Mais perdoar, do que ser perdoado. Pois, antes mesmo de chegar ao porto eu aprendi que é dando que se recebe, e é morrendo que se vive para a vida eterna. Nunca perca de vista seu ponto de partida!


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