"Comunicações" março de 2023

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LIÇÃO SINODAL

MARÇO DE 2023 | ANO LXXI | N º 3
PROVÍNCIA FRANCISCANA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASIL

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FRATERNIDADES

Xaxim faz a 11ª Festa em homenagem a Frei Bruno

Paróquia São Luiz Gonzaga inicia as obras de restauro da Igreja Matriz

A lição sinodal do povo na 33ª Caminhada Penitencial Frei Bruno

Depois da tempestade em Rodeio, a bonança da presença do Pastor

EVANGELIZAÇÃO

USF inaugura as novas instalações da Clínica Odontológica de alta tecnologia

Frei Florival fala sobre os encantos de Angola

Entrevista: Frei José Francisco de Cassia dos Santos fala sobre o tema da fome

Coral dos Canarinhos recebe sete novos meninos cantores

“Jesus e a fome (2)”, de Frei Luiz Iakovacz

FORMAÇÃO E ESTUDOS

Aspirantado: Jesus volta a reunir

CFFB Duas Irmãs Clarissas do Mosteiro Santíssima Trindade fazem a Profissão Solene

OFM

Ministro Geral conclui a visita canônica em Entidades na América Latina

Veja como foi a visita canônica à Colômbia

AGENDA

MENSAGEM DO MINISTRO PROVINCIAL “Jubileus e a Identidade Franciscana”, de Frei Paulo Roberto Pereira
“RB III - Uma espiritualidade que perpasse a vida”, de Frei Rodrigo da Silva Santos ARTIGO
FORMAÇÃO PERMANENTE
12 novos discípulos em Ituporanga Postulantes da Fundação Imaculada Mãe de Deus participam do primeiro Postulinter do ano 155 158 161 162 163 164 167 168 174 175 176 178 181 182 184 186 187 março de 2023
Ministro Provincial: Frei Paulo Roberto Pereira Vigário Provincial: Frei Gustavo W. Medella Secretário: Frei Rodrigo da Silva Santos

JUBILEUS Jubileus

e a Identidade Franciscana

Oano de 2023 marca o início de um tempo jubilar para o Movimento Franciscano. Este e os próximos três anos nos convidarão ao olhar retrospectivo que oferecerá a criativa oportunidade de mergulhar nos oitocentos anos de história franciscana. Tal mergulho, certamente, terá o condão de revigorar nossa maneira de ver o mundo e de viver a dádiva do seguimento de Cristo nos passos de Santa Clara e São Francisco de Assis. A celebração dos Jubileus franciscanos, para ser vivida como graça, deverá ser acolhida como convocação para olhar para trás, mas com olhos desejosos de enxergar o futuro. Este movimento, olhar para trás mirando o que virá, foi o que os Ministros Gerais propuseram, há quarenta anos, quando escreveram uma carta por ocasião da abertura do Jubileu de Nascimento de São Francisco: “O Centenário não é uma data para celebrar, mas um acontecimento a ser vivido”. Os Ministros das quatro obediências alertavam que a recordação do nascimento do Pobrezinho de Assis era “uma graça que deve estimular o rejuvenescimento do ideal franciscano em que tantos se inspiraram e inspiram ainda a própria vida (...). Perde a graça se for entendido como simples comemoração

acadêmica de um feliz acontecimento histórico passado; é um acontecimento de fé e salvação para toda a humanidade, e em primeiro lugar para os próprios franciscanos. Um momento de salvação se for entendido como uma forte chamada para uma consciência maior de que somos seguidores de São Francisco e para renovarmos nossa vontade de agir como verdadeiros franciscanos”.

Outro elemento que aproxima o Jubileu celebrado em 1982 com os Jubileus que se seguirão a partir deste ano é a proposta de repensar nossa identidade. Assim se manifestaram os Ministros naquela ocasião: “Se nós franciscanos queremos aplicar, no mundo de hoje, aquela força de sedução que caracterizou o tempo das origens e reanimar-nos com a chegada de numerosas vocações, temos que meditar sobre a nossa identidade e avaliar-nos segundo o parâmetro do ideal primitivo. Será que a crise de hoje e a redução de perspectivas para o futuro não dependem do vazio espiritual que frequentemente congela nossa vida e de nosso conformismo com a sociedade de consumo? Impõe-se um severo exame de consciência, feito tu a tu como São Francisco diante do crucificado, para devolver sabor ao sal. Se todos nós, filhos espirituais do Poverello, voltarmos ao antigo fervor de santidade e nos entregarmos ao trabalho com espírito evangélico, es-

Março de 2023 – COMUNICAÇÕES 155 MENSAGEM DO MINISTRO PROVINCIAL

taremos cumprindo de verdade nossa parte na história da salvação e contribuiremos para fazer com que o universo inteiro experimente mais de perto o dinamismo do mistério pascal”.

Renovação da Identidade, convite dos Capítulos Gerais

O tema da redefinição da identidade, que acompanha a reflexão na Ordem há algum tempo, é sempre de novo visitado. Recordemos o que o Papa Francisco pediu aos frades em 2015, quando da visita feita ao Pontífice no transcurso do Capítulo Geral que acabara de eleger o Ministro Geral Frei Michael Anthony Perry. Na ocasião, o Papa abordou os dois elementos essenciais da identidade franciscana: a minoridade e a fraternidade. “A minoridade chama a ser e a sentir-se pequeno diante de Deus, entregando-se totalmente à sua infinita misericórdia”. “Quem não se reconhece como ‘menor’, como pecador, não compreende a misericórdia. Quanto mais cientes somos de ser pecadores, mais estaremos próximos da salvação”. “Minoridade significa também sair de nós mesmos, de nossos esquemas e visões pessoais; significa ir além das estruturas, dos hábitos e de nossas seguranças e testemunhar a proximidade concreta aos pobres, carentes e marginalizados, em atitude de partilha e serviço”. O Papa considerou a dimensão da fraternidade, frisando que ela também pertence ao testemunho evangélico. “A Família Franciscana é chamada a expressar esta fraternidade concreta, recuperando a confiança recíproca nos relacionamentos interpessoais, para que o mundo veja e creia”. “Nesta perspectiva é importante resgatar a consciência de que são portadores de misericórdia, reconciliação e paz. Se realizarem esta vocação – que corresponde ao seu carisma – serão uma Ordem ‘em saída’”.

O Capítulo Geral seguinte, em 2021, entre as resoluções apresentadas, novamente indicou a necessidade de renovação de nossa identidade franciscana e da vida fraterna. Retomando o que o Papa havia intuído seis anos antes, o Capítulo ressaltou a Minoridade e a Fraternidade como os dois pulmões da identidade franciscana: “Esses dois pulmões que possibilitam o sopro do Espírito Santo para animar todo o nosso modo de ser no mundo são Fraternidade e Minoridade. Primeiramente, somos todos irmãos e o modo da nossa vida fraterna é a minoridade voluntária, na sociedade e na Igreja. As pressões sociais, como a cultura prevalente do individualismo, e as pressões eclesiais, como o clericalismo, não têm lugar naquele que abraça com autenticidade a vida franciscana (...). Reconhece-

mos que, como todas as pessoas, também nós somos influenciados pelos contextos em mudanças de nossas comunidades locais e globais (...). Os membros da Ordem dos Frades Menores não são imunes a essas mudanças e devemos lembrar que a nossa vocação é a de ser peregrinos e forasteiros no mundo e, por isso, ser discípulos missionários no mundo, mas não partidários do mundo. O Capítulo recordou ainda que “a tarefa de renovar nossa identidade franciscana requer discernimento, estudo, formação e ação. O povo de Deus pede mais de nós, em virtude de nosso empenho público de ser frades menores, a exemplo de São Francisco. Jamais precisamos ter medo de recomeçar pois, como nos recorda Celano, no fim de sua vida, São Francisco ‘não julgava que tivesse alcançado e, permanecendo infatigável no propósito da santa renovação, esperava sempre recomeçar’. Não basta chamar-nos simplesmente de Frades Menores, é preciso também pôr em prática o que nosso nome pede: assumir a causa daqueles que, contra sua vontade, são ‘menorizados’ em nosso mundo, de maneira que nós, que voluntariamente nos identificamos com aqueles que estão à margem, possamos acompanhar e defender nossos irmãos e irmãs em necessidade”.

A busca da Identidade, exigência dos tempos atuais

A definição dos tempos atuais como uma “mudança de época” parece balizar o movimento que há nos diferentes setores da sociedade que empenham esforços na redefinição da sua identidade. No turbilhão das grandes transformações que tomam forma nos nossos dias, instituições, grupos, povos, indivíduos, todos enfim, sentem-se provocados a revelar as motivações, mostrar as razões, elucidar os contornos que dão forma à sua existência e garantem sua significância. Num contexto assim, a proposta pela redefinição da identidade não soa como privilégio da Ordem ou do Movimento Franciscano. Mais ainda, não só não significa um privilégio, como se impõe como urgência. Assim, devemos perfazer nosso caminho e evitar os riscos que este itinerário pode esconder.

Um dos mais danosos riscos quando algum grupo ou instituição se envolve, sem critérios, no projeto de definir e garantir a sua identidade é o fechamento sobre si mesmo. Tragada pelos arroubos de auto referencialidade, a busca pela própria identidade pode, facilmente, desviar-se para o sectarismo. Do sectarismo pode nascer a autossuficiência, ou uma postura complacente com os percalços ou decisões equivocadas que, ao longo da existência,

156 COMUNICAÇÕES – Março de 2023 Mensagem do Ministro Provincial

podem ter levado à descaracterização da sua finalidade ou missão.

Há registros de movimentos identitários que se popularizaram sobretudo na Europa no período que se seguiu à Segunda Guerra Mundial que afirmava o direito dos europeus a uma cultura e territórios exclusivamente seus. Este olhar restritivo ganhou proporções globais e infestou culturas em todos os Continentes. Na contramão da proposta de um mundo globalizado, promotor da igualdade entre os povos e da compreensão da possibilidade de convivência harmoniosa entre todas as culturas, tais movimentos não conseguem esconder seu apreço pela xenofobia, pelo racismo ou outros pensamentos supremacistas. Por vezes, utilizam de um discurso tornado palatável e pretensamente sustentado pela racionalidade. Assim, procuram fazer críveis as ideais dos seus manuais. Apropriam-se de valores universais, anunciam-se como seus promotores e defensores, entretanto, suas escolhas revelam exatamente o contrário.

O identitarismo também pode ser verificado a partir de grupos sociais formados por pessoas que compartilham aspectos da sua identidade e, por aproximação, identificam interesses, perspectivas e demandas em comum. Trata-se da agrupação de pessoas com características similares, como orientação sexual, etnia, classe, nacionalidade, que busca visibilizar suas dificuldades e lutar por seus direitos. Embora distinguidos por demandas específicas, os grupos que se empenham na luta pela igualdade de gênero, pelo fim do racismo, pela preservação ambiental, entre outras lutas, devem reservar atenção e crescer na percepção de que a raiz de muitos desmandos e ameaças se alimentam do mesmo terreno e promovem o empobrecimento, a violência, a violação dos direitos, a morte. A consideração da existência de um “inimigo” comum, antes de prejudicar, favorece a configuração da própria identidade.

Portanto, a autorreferência desprovida de autocrítica, o fundamentalismo associado ao totalitarismo, ou a configuração de uma identidade fluida, podem desvirtuar ou até impedir a oportunidade criativa da redescoberta dos valores da experiência primeva, bem como da fecundidade dos frutos colhidos ao longo da história, seja dos indivíduos, seja das instituições.

Mudar para permanecer fiel

Em 1982 recordamos o nascimento de São Francisco. Quarenta anos depois somos convidados a reviver momentos marcantes da sua trajetória de

santificação. Separados por oitocentos anos, o tempo que viu nascer o Movimento Franciscano e os tempos hodiernos compreendem algumas similaridades. Ambos são caracterizados como um período de profundas mudanças na forma de ver o mundo e de organizar a vida. A palavra crise pode ser usada para identificar os dois momentos históricos. Aliás, a crise das estruturas externas, como faz com os corações e mentes atualmente, sem sombra de dúvidas, deixou marcas na experiência pessoal de São Francisco. Assim podemos afirmar que a crise, não aquela percepção amedrontadora e paralisante que faz tudo perder o sentido, mas aquele dinamismo purificador que, inclusive supõe dolorosas rupturas, forjou o luzidio Movimento Franciscano.

Desde sua primeira intuição, São Francisco foi construindo sua identidade e apontando elementos que até hoje identificam sua obra. O encontro com o Evangelho, assumido sem tergiversações; a escolha afetiva e efetiva por estar entre os últimos da sociedade e a disposição corajosa de servi-los; a intuição de que a forma mais eloquente de anunciar o Reino de Deus é promover a fraternidade, evidenciam as raízes da vida franciscana e são suas irrenunciáveis referências.

Nós, privilegiados por herança tão fecunda, somos instados a, corajosamente, buscar a construção e atualização da identidade franciscana. Ao nos desafiar dizendo “Eu fiz a minha parte... Que o Cristo vos ensine a vossa”, o próprio Francisco deixa ver que nas respostas construídas por ele há uma sabedoria a ser preservada; concomitantemente, há uma novidade a ser construída. Na busca da redefinição da identidade franciscana, certamente, alguns traços hão de permanecer, outros poderão ou até deverão ser revistos, renovados ou até deixados.

Neste ano, além do oitavo centenário do presépio, somos convidados a recordar a aprovação da Regra Franciscana. Como nos convidou Frei Fidêncio nas Comunicações de janeiro, “a celebração dos 800 anos da Regra Bulada é uma ocasião propícia, um tempo favorável, para ressignificar o próprio da nossa vocação franciscana, isto é, rever, revisitar e revigorar a nossa identidade carismática em vista da missão evangelizadora professada por cada um de nós: Eu possa tender constantemente para a perfeita caridade, ao serviço de Deus, à Igreja e aos homens (CCGG art. 5)”. Eis o tempo oportuno. A graça não nos faltará.

Março de 2023 – COMUNICAÇÕES 157 Mensagem do Ministro Provincial
Frei Paulo Roberto Pereira, OFM MINISTRO PROVINCIAL

ANO DA REGRA DE VIDA DOS

FRADES MENORES

CAPÍTULO III

UMA ESPIRITUALIDADE QUE PERPASSE A VIDA

O8º Centenário da aprovação da Regra Bulada foi assumido pela Ordem dos Frades Menores como convite à ressignificação de sua própria identidade enquanto fraternidade de homens consagrados a Deus. Como forma de ajudar a corresponder a este convite, este artigo se soma à proposta de lançar luz sobre o texto da Regra em vista da recordação daquilo com que cada Frade Menor se comprometeu buscar e viver por toda sua vida.

Depois de apresentar os fundamentos de nossa Forma de Vida: o Evangelho, os votos e a comunhão eclesial (Cap. 1), e de estabelecer o modo como cada irmão deverá ser recebido “na obediência” da Ordem quando descobrir-se chamado pelo Senhor (Cap. 2), a Regra se volta para a vida de oração e jejum, assim como para o modo como os frades deverão apresentar-se diante das pessoas (Cap. 3). Sem se deter nos detalhes das temáticas abordadas – o que pode

158 COMUNICAÇÕES – Março de 2023 Formação Permanente
2023
El Greco, domínio público (Wikimedia Commons)

ser acessado pela leitura do próprio capítulo da Regra – buscar-se-á dar acento à intenção presumida de São Francisco de Assis e os secretários da Ordem.

A PARTIR DA ORAÇÃO... (vv. 1-5)

O terceiro Capítulo da Regra Bulada, ao falar da oração, determina que os frades rezem a Liturgia das Horas e participem da celebração eucarística, seguindo a prática de toda a Igreja e, para aqueles que não sabem ler, rezem o “ofício dos Pai Nossos”. Além disso, estabelece que cada irmão reze os devidos sufrágios por um confrade falecido.

Não há dúvidas de que São Francisco entendia que o primado da existência pertence a Deus e que este princípio é a base de toda vida que se pretenda religiosa. Caberia ao Frade Menor assumir como seu primeiro “ofício” o zelo pela relação com Deus. Este fundamento, longe de se opor à vida apostólica, deve ser assumido como adoção da dinâmica evangélica de alternância entre a “montanha e a planície”, elevando as necessidades e experiências da vida e da missão à oração enquanto as perpassa e as motiva com a intimidade cultivada com Deus. Sem o cultivo de uma profunda experiência de fé, porque um frade sairia a evangelizar? Sem o cultivo de reais relacionamentos humanos e fraternos, sem a dedicação à ação evangelizadora, o que um frade traria às suas orações? Apenas a si mesmo?

A partir desta perspectiva, tornam-se mais claros os demais princípios da vida de oração do Frade Menor: ao estabelecer um único ofício dentre tantas outras possibilidades, São Francisco queria garantir unidade entre as Fraternidades e a fidelidade/proximidade com a Igreja Romana. Estas intenções permeiam outras escolhas feitas pela Ordem, mas é importante que

se ressalte como elas também estão presentes na prática da oração comunitária. Onde quer que um frade esteja, como residente ou visitante, a mesma oração oficial da Igreja será rezada. Ali ele terá a possibilidade de participar da celebração eucarística, fonte da comunhão entre os irmãos. Saberá que, aqueles irmãos que estiverem impossibilitados de rezar comunitariamente, serão recordados e incluídos nas preces dos demais. A oração comunitária é apresentada, deste modo, como forte elo de comunhão e de identidade fraterna do Frade Menor.

A proximidade com a Igreja Romana manifestada na adoção do modo proposto por ela para rezar e celebrar revela-se como elegante modo de fidelidade e unidade com seu Magistério. Mesmo os irmãos iletrados, incomuns em nosso tempo, podem rezar o Pai Nosso, oração ensinada pelo próprio Filho de Deus, conhecida de cor – mente e coração – por todos, e legada como patrimônio espiritual para toda a Igreja. Tal leitura não impede a inculturação, tão estimada e estimulada, especialmente em nossa realidade de América Latina, pelo contrário, oferece importantes balizas para que a criatividade própria do Espírito Santo suscite adaptações que não firam a unidade do único Corpo de Cristo.

Por fim, a lembrança da oração pelos confrades falecidos faz recordar a comunhão dos santos e fortalecer a vivência da unidade da Ordem. Os frades rezam movidos pela gratidão pela vida dos irmãos que os precederam e dos seus esforços consagrados à construção do Reino e a evangelização a partir da Ordem. Confiam-se a sua intercessão para que possam, em seu tempo, continuar a dar passos e oferecer seu contributo à História da Salvação.

Assim, a oração é entendida como meio ou exercício para o

cultivo da comunhão e intimidade fraterna e dos irmãos com Deus. Como tal, sempre haverá espaço para a reflexão de como ela tem sido vivida nas Fraternidades, ou com que espírito os irmãos têm celebrado juntos. Se a oração tem ajudado os irmãos a estarem em consonância com Deus e entre si.

...FIRMANDO-SE NO ESSENCIAL DA VIDA... (vv. 6-10)

Já sobre a ascese, o Capítulo estabelece três quaresmas a serem vividas (a da Epifania, do Natal e da Páscoa) sendo que apenas as duas últimas permanecem prescritas pelas Constituições Gerais atuais, além de apresentar as sextas-feiras como dias de jejum para a Ordem.

O próprio texto da Regra, após estas determinações, revela o espírito pretendido por São Francisco nesta dimensão ascética: “em tempo de manifesta necessidade, os irmãos não sejam obrigados ao jejum corporal”. Mesmo que sob o olhar de nosso tempo não esteja claro, o texto da Regra já havia reduzido a prática dos jejuns ao mais essencial, o que fica mais evidente quando comparado com outras Regras e Constituições religiosas. São Francisco aproximava a vivência da dimensão ascética por parte dos frades à pratica de todo fiel cristão. E, ainda, a expressão por demais vaga para um texto legislativo “tempo de manifesta necessidade”, confia à maturidade e responsabilidade de cada irmão e Fraternidade esclarecer, caso por caso, quando a necessidade justificaria a amenização do exercício ascético tão próprio da vida religiosa. Assim, evidencia-se o espírito paternal e humano de São Francisco que se sobrepõe ao frio legalismo que poderia limitar a misericórdia.

O modo de São Francisco entender a ascese não desconsidera

Março de 2023 – COMUNICAÇÕES 159

sua importância enquanto exercício que favorece a busca do essencial da vida e da experiência de fé, entretanto, ele evidencia a consciência de que esta não passa de um recurso para aquilo que é essencial e alerta, ao mesmo tempo, que ela pode ser assumida como falso critério de santidade. O jejum é um exercício proposto pela Igreja e pelos documentos da Ordem, ele é exercício de experiência de ausência, de abnegação de coisas com as quais o frade se acostumou, para recordá-lo d’Aquele a quem quer sempre buscar, mas, por vezes, acaba se esquecendo. O jejum, assim, lança o frade novamente na busca por Deus e, além disso, pode despertá-lo à outra característica tão própria da espiritualidade cristã: a caridade. Pois, o movimento da ascese só é completo quando ele provoca a doação de si e do que se tem ao outro, quando se deixa de buscar apenas a si, para buscar a Deus.

Contemplando tal perspectiva, importa refletir porque a ascese não encontra seu devido espaço na vida cotidiana e prática de fé, colocada muitas vezes sob desconfiança ou entendida como tema desgastado e ultrapassado. Afinal, exercitar-se na abnegação de si em vista da doação do que de melhor se possui a Deus e ao próximo não está no âmago da fé cristã?

A ascese corporal, quando devidamente empregada, é um recurso que pode ser grande auxílio na conversão de todas as energias em direção da razão primeira de sua vida. Porém vale dizer: a ascese é tudo isso, mas apenas isso.

...PARA REVELÁ-LO AO MUNDO (vv. 11-15).

São Francisco entendia que a vida do Frade Menor deve se realizar no mundo, em meio às pessoas que estão no mundo. Concluindo o Capítulo 3 da Regra, ele descreve

o modo como esta grande “Fraternidade em missão” deverá se apresentar. O texto afirma: os frades devem ir desarmados de qualquer julgamento, ímpeto de discussão e divisão. Devem ser mansos, pacíficos e humildes e tratar a todos com o devido respeito.

O que está sendo descrito pelas letras da Regra é o espírito de minoridade que deve caracterizar o modo do Frade viver e se relacionar com as pessoas. Espera-se que ele não busque reivindicar a razão, a posse da verdade, ou incitar discussões com o mesquinho intuito de derrotar os outros. Espera-se que ele não assuma a posição de julgamento sobre os outros, postura de quem se sente superior aos demais. Tais atitudes fomentam violência e São Francisco era declaradamente contrário a ela.

A minoridade, ainda, conduz a pessoa à libertação da autorreferencialidade narcisista, tornando-a disponível para estabelecer relações realmente marcadas pelo respeito, amor e paz. Torna o indivíduo manso, pacífico e modesto, como prometeu ao se tornar Frade Menor.

Assim, entende-se que, para São Francisco, o anúncio da paz, marca da evangelização ao modo franciscano, não é restrito a uma teoria retórica, mas se revela como compromisso a ser exercitado pessoalmente pelo frade. Seu modo de se portar diante das pessoas e de se relacionar com cada uma delas deve ser marcado por esta busca existencial.

As demais normativas seguem este lastro da sensibilidade minorítica que impele o frade a tratar cada pessoa com cortesia, para que as relações de paz possam crescer; a se importar com as condições e realidades das pessoas que participam das ações evangelizadoras, de modo que suas escolhas sejam

condizentes e coerentes com a minoridade.

A missão dos frades, como se deixa entender, não é apresentada como nenhuma ação específica, mas ela será sempre marcada por uma postura humilde e pacífica diante de todos e assim, e somente assim, o Frade Menor evangelizará e continuará a contribuir com a Igreja sendo fiel ao seu carisma, em qualquer serviço ao qual ele se dedicar. Esta afirmação deve provocar a reflexão pessoal: é com este modo de proceder que cada um tem se relacionado com os irmãos e com o povo em sua vida e missão?

CONCLUINDO

O Capítulo 3 da Regra Bulada, tendo estabelecido o cultivo do espírito de oração e devoção em Fraternidade como a fonte primeira da vivência da forma de vida religiosa franciscana, passou à ampliação do horizonte ao voltar-se para a razão de ser da Ordem: seu modo de ir pelo mundo. A dimensão contemplativa que, quando bem cultivada, revela-se como verdadeira fonte a jorrar a água benfazeja da presença de Deus em toda a sua vida e missão. Estas, fazem orientar este rio de vida por onde o Frade passar, irrigando os projetos evangelizadores e a comunidade a qual pertencer, concedendo evangélico sentido àquilo que prometeu ser e fazer.

CROCOLI, A.; SUSIN, L. C.

A Regra de São Francisco de Assis Vozes: Petrópolis, 2013.

URIBE, F. La Regra de San Francisco: letra y espiritu. Editorial Espigas: Murcia, 2006.

Frei Rodrigo da Silva Santos

160 COMUNICAÇÕES – Março de 2023

Artigo JESUS E A FOME (2)

No mês passado, vimos o texto onde Jesus “teve compaixão do povo faminto” e o saciou com cinco pães e dois peixes. Este fato, narrado pelos quatro evangelistas, pode estar relacionado com outros textos bíblicos.

São João narra que a multiplicação aconteceu “no monte” (6,3). Para os judeus, isto lembra-lhes Moisés que, no Monte Sinai, transmitiu o Código da Aliança (Ex caps. 19 a 24). Os cinco pães podem estar relacionados com os cinco livros do Pentateuco (Torah) e que os dois peixes simbolizam os Profetas e Escritos. Em ordem de valores, Pentateuco/Profetas/Escritos são a base doutrinal da Bíblia Hebraica.

Já Mateus e Marcos relatam que a multiplicação dos pães se dá no deserto (14,13; 6,31). O deserto é um dos lugares fundamentais na história do povo de Israel. Nele, Moisés recebeu a missão de libertá-lo da escravidão egípcia (Ex 3,1-22). Na peregrinação pelo deserto, é alimentado com maná, carne e água (caps. 16 e 17).

É, também, o lugar da revolta, pois querem “escolher um novo chefe e voltar ao Egito” (Nm 14,4).

É no deserto que o povo modela, com suas próprias mãos e recursos, um bezerro de ouro, oferecem-lhe holocaustos e aclamam, “oh, bezerro, foste tu que nos tiraste da escravidão egípcia” (Ex 32,1-6).

O deserto é um dos lugares privilegiados de Deus. Após a libertação do Egito, Deus não conduziu o povo para a Terra Prometida pelo caminho mais curto, mas o levou para o deserto (cf. Ex 13,22). Ali, além do Código da Aliança, Deus quer mudar-lhe os costumes e idolatrias, adquiridos nos 430 anos que passaram no Egito (Ex 12,40).

Quarenta anos eram tidos como o tempo de uma geração. A mudan-

ça de mentalidade é demorada e, às vezes, é questão de gerações. Mais ainda quando o próprio Deus chama seu povo de “cabeça dura” (Dt 9,13; 31,27). Leva-o ao deserto para “falar-lhe ao coração” (Os 2,16).

O mesmo acontece com Jesus. É o Espirito que o conduz ao deserto para ser tentado (Mt 4,1; Mc 1,12; Lc 4,1-2). Por isso, faz sentido os evangelistas Mateus e Marcos situarem a multiplicação dos pães, no deserto. Faz sentido, também, o apóstolo João narrar que “estava próxima a festa da Páscoa” (6,4). Sua intenção é relacionar os cinco pães com o maná no deserto. Porém, todos os que comeram destes pães e do maná, morreram (Jo 6,49). Começa, então, propor-lhe que Ele é o maná que dura eternamente. “Quem come a minha carne bebe o meu sangue tem a vida eterna e Eu o ressuscitarei no último dia” (6,54).

Os judeus têm razão de reclamar e exigir provas, pois são muito criteriosos a respeito de comida, especialmente, carne, com o agravante de ser carne humana.

Jesus não lhes mostra nenhuma prova. Apenas, por seis vezes, insiste: “Quem come a minha carne e bebe meu sangue tem a vida eterna” (6,33.35.50.54.56.58). É uma questão de fé.

Quem não crê, O abandona (6,60). Quem crê, assume a postura do apóstolo Pedro e diz: “A quem iremos, Senhor! Só tens palavras de vida eterna” (6,69).

Os gestos realizados na multiplicação dos pães se repetem na Última Ceia: tomar o pão em suas mãos, elevar os olhos aos céus, abençoá-los e distribuí-los.

Notemos, também, que há uma descentralização: Jesus não faz tudo sozinho! Entrega o pão aos apóstolos e, estes, ao povo. Recolhem as sobras de doze cestos que podem

simbolizar as doze tribos de Israel, bem como os doze apóstolos. Doze é multiplicação de 4x3, isto é, quatro simboliza a totalidade (norte/sul/leste/oeste) e o três (Trindade).

Para Deus, a evangelização universal (nº 4) é feita com o “resto de Israel” que, ao retornar do exílio babilônico, reconstrói o país e o Templo (cf. Is 10,20-22).

Aos seus, Jesus diz: “Não temais, pequeno rebanho, pois foi do agrado do Pai dar-vos o Reino” (Lc 12,32). O fermento colocado na massa é pouco, mas se for um fermento bom leveda toda a massa (cf. Mt 13,33).

Por fim, a simbologia do “ao entardecer”. Nesta hora, Jesus multiplicou os pães. É a mesma hora da Última Ceia e do seu sepultamento. Do primeiro, Ele se torna alimento e, do último, Deus o ressuscitará glorioso e transfigurado (cf. Mt 27,57; Mc 15,42).

Estas simbologias mostram a complementariedade da doutrina cristã, presente nos dois Testamentos. São duas mãos que se somam na mesma doutrina e dois pés que mantêm a Igreja numa contínua peregrinação para a pátria celeste.

“Exorto-vos a que, como peregrinos e forasteiros neste mundo, vos abstenhais dos desejos carnais que promovem verdadeira guerra com os valores espirituais. Seja bom vosso comportamento entre os pagãos para que, mesmo vos caluniando, vendo vossas boas obras, glorifiquem a Deus” (2Pd 2,11-12).

Formação e Estudos

ASPIRANTADO

JESUS VOLTA A REUNIR 12 NOVOS

DISCÍPULOS

EM 2023

No conhecido “Ano Vocacional” da Igreja no Brasil e da nossa Província, um passo concreto de doze jovens inicia o período formativo do Aspirantado em Ituporanga (SC). Se trata dos novos aspirantes que, ao longo deste ano, farão este discernimento vocacional, a fim de assumirem e assimilarem cada vez mais para si o modo franciscano de viver. São eles 12, assim como os primeiros discípulos de Jesus e de São Francisco, que iniciam o processo que os levará a se unirem aos irmãos de nossa Ordem.

Oriundos de nossas Fraternidades nos cinco Estados da Província, portam características culturais bastante variadas, enriquecendo assim a experiência da convivência fraterna e intercâmbio cultural. As idades também são um fator interessante. Alguns irmãos já são um pouco mais experientes, mais abertos para assumir um novo modo de vida. Outros relatam

ser a primeira vez que saem do Estado onde nasceram, ávidos por um começo.

Fato é que esses irmãos, depois acompanhados em nossas Fraternidades, mergulharão profundamente no nosso modo de vida. São aqueles que vêm conosco fazerem um itinerário de busca de se conformar com o Senhor, respondendo ao chamado que sentem em seu coração.

Desde o último final de semana (05-06/02), eles já se encaminhavam para o Aspirantado. Durante a primeira semana realizaram as atividades de integração e organização da casa. No último domingo (12/02) deram mais um passo desse início sendo apresentados à comunidade que costuma participar nas missas do Seminário aos domingos.

E não pense o leitor que tal passo dado por esses jovens foi fácil. Partilharam a insegurança, o medo, a saudade que circundou os seus corações nos últimos dias. Esses mesmos sen-

timentos devem ter aparecido no coração dos doze primeiros. Mas assim como eles, se lançaram na resposta ao chamado do Senhor, buscando entender que para assumir algumas realidades é preciso abrir mão de outras, numa certeza entre escolha/consequência que faz parte da vida. Mas esses sentimentos todos, aos poucos, se esvaem, pois ganha lugar a experiência fraterna, a percepção do outro como dom e como limite e o modo como cada um deles mesmo também é dom e limite. Além disso, a imersão no nosso carisma, o contato com os textos franciscanos e formativos, a rotina de trabalhos e atividades apostólicas cunham um novo modo de vida que se lança para novas experiências. Que Deus conceda a esses irmãos o reto discernimento. Aos confrades que os acompanharão nesta caminhada, desejamos sabedoria e entusiasmo!

162 COMUNICAÇÕES – Março de 2023

POSTULANTES DA FUNDAÇÃO IMACULADA MÃE DE DEUS PARTICIPAM DO PRIMEIRO POSTULINTER DO ANO

Nos dias 20 e 21 de fevereiro, os postulantes da Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola (FIMDA), na companhia do mestre, Frei Jefferson Max Nunes Maciel, participaram do Postulinter na comunidade das Irmãs franciscanas Hospitaleiras, organizado pela Comissão Arquidiocesana de Luanda da Vida Consagrada, integrando as Dioceses de Caxito e Viana.

O tema escolhido para a formação foi: “Os níveis psíquicos”. Os formandos foram provocados a aprimorar suas virtudes, concernente ao conhecimento de si (nível psico-fisiológico), na relação com o outro (nível psico-sociológico) e chegar à transcendência (nível racional/espiritual). Tudo isso para favorecer uma boa convivência fraterna e seguir de forma intensa o projeto do Reino de Deus como consagrados.

Muitos Institutos de Vida Consagrada participaram deste encontro formativo, facilitando assim a troca de experiências, animações e reflexões so-

bre o tema. As atividades se encerraram com um momento de confraternização. O Postulantado é o período que antecede o Noviciado e possibilita o(a) jovem iniciar e aprofundar o autoconhecimento no processo de integração humana, na vivência das diversas relações, na vida comunitária, nas motivações vocacionais, em vista do conhecimento de Jesus Cristo, cultivando um relacionamento pessoal com Ele. É um período privilegiado em que o(a) postulante faz a descoberta progressiva e busca a identificação com o Carisma e Missão da Ordem ou Congregação; realiza uma experiência mais comprometida e participativa de vida em comum, amadurecendo suas opções em vista ao Noviciado.

POSTULANTES

163 Formação e Estudos
Alberto António e Gregório Alfredo Emanuel Bongo

Fraternidades

FREI BRUNO A DEVOÇÃO EM XAXIM

AParóquia São Luiz Gonzaga, em Xaxim (SC), encerrou no dia 26/02, a 11ª Festa em honra a Frei Bruno Linden. Foram 10 dias relembrando os passos do frade franciscano com novena, terço e Santa Missa.

O início das festividades ocorreu na sexta-feira (17/02),

às 18h30, na Igreja Matriz com a novena. A cada dia foi abordado um tema: estudantes, trabalhadores, família, enfermos, vida fraterna, vocações, missões e a oração pela beatificação do Servo de Deus.

Neste ano, o tema central da festa foi: “Com São Francisco e Frei Bruno, chamados a viver o Evangelho”. Durante a Novena, a

oração pela Beatificação fez parte da liturgia diária e a bênção da “pata de vaca” foi realizada para que os fiéis pudessem fazer o chá em suas casas. As celebrações foram transmitidas pelo Facebook e YouTube da Paróquia.

No domingo, o povo de Deus se reuniu para celebrar a Santa Missa no ginásio São Francisco de Assis, às 9h30. O pároco, Frei

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Gilson Kammer, presidiu a Eucaristia, que teve como concelebrantes Frei Jacir Antonio Zolet, Frei Alan Maia de França Victor e Frei Moacir Antonio Longo.

A manhã do domingo também ficou marcada pelo envio dos 62 novos Ministros da Palavra e da Eucaristia e a renovação de 208 Ministros de toda a Paróquia. Os novos Ministros participaram de um curso de formação, ministrado por um grupo com a coordenação de Frei Jacir Zolet.

Em sua homilia, Frei Gilson agradeceu a presença de todos, que participaram da novena, do terço e dos que acompanharam pelas redes sociais. Recordou a caminhada de Frei Bruno pelo tempo que esteve em Xaxim e como ele é lembrado com carinho por todos que o conheceram em vida.

Durante a entrada das ofertas, os integrantes da Comissão pela Beatificação de Frei Bruno trouxeram símbolos lembrando o frade franciscano, como o guarda-chuva, o terço, as san-

dálias. A equipe esteve presente na organização e em todos os momentos celebrativos da festa.

Ao final da Santa Missa, os novos Ministros leram uma pequena homenagem aos frades da Paróquia em agradecimento pela caminhada durante os meses de formação e entregaram uma pequena lembrança.

Após a celebração, no salão paroquial, foi oferecida uma saborosa churrascada e o sorteio da Ação entre Amigos. Todo o valor arrecadado pela 11ª Festa de Frei Bruno será

usado para o restauro da igreja Matriz, que teve início no mês de fevereiro.

As contribuições para o restauro podem ser feitas através de Pix (paroquiaxaximrestauro@gmail.com), por boleto ou por carnê de pagamento. Mais informações pelas redes sociais da Paróquia São Luiz Gonzaga ou pelo (49) 3353-1093.

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Camila Mendo e Diogo Rossoni (fotos) PASCOM DA PARÓQUIA SÃO LUIZ GONZAGA

Os trabalhos de restauro se iniciaram na primeira semana de fevereiro com a proteção em frente à Igreja Matriz e a construção dos andaimes de madeira em frente às torres. Conforme Ermindo Schuh, representante da empresa ARS Artes Sacras, este primeiro momento é de estudos de cor da igreja para chegar o mais próximo possível do que era antigamente. O material usado para o restauro externo é a mica, somente uma empresa no Rio Grande do Sul ainda produz. Dessa forma, esse trabalho é realizado com antecedência. Para Ermindo, com este trabalho, a igreja não precisará passar por

PARÓQUIA SÃO LUIZ GONZAGA INICIA AS OBRAS DE RESTAURO DA IGREJA MATRIZ

AParóquia São Luiz Gonzaga realizou na noite do dia 08/2, a apresentação do projeto de restauro da Igreja Matriz, que será realizado até 2024. Estiveram presentes lideranças das comunidades, imprensa e autoridades.

Na abertura do evento, o pároco Frei Gilson Kammer agradeceu a presença de todos e ressaltou a importância de conhecer este projeto, que é o maior realizado na Paróquia de Xaxim.

Para a realização desta obra, a Paróquia contratou a empresa ARS Artes Sacras, especializada no trabalho de restauro de templos sagrados. O levantamento arquitetônico foi realizado pela arquiteta Rosane Bianchi Schmitz, que apresentou os principais motivos da realização do restauro como as trincas, fissuras, racho, reboco descolando, madeiras deterioradas que, muitas vezes, não podem ser vistas à distância, mas preocupam pela idade de 70 anos da obra.

nenhuma obra em 60 anos.

A obra de restauro tem duração de 12 meses na parte externa, podendo se estender caso tenha muita chuva, não passando de um ano e meio. O investimento será de mais de 1 milhão de reais. Para coordenação dos trabalhos foram criadas comissões de arquitetura e engenharia, marketing, arrecadação, acompanhamento de obras e prestação de contas.

Para ajudar neste momento importante na obra de restauro do cartão postal de Xaxim, foi realizada a 11ª Festa de Frei Bruno. “É um momento importante para toda a comunidade, a nossa igreja merece esse cuidado, nossa cidade merece que ela esteja em condições para as celebrações e para quem a visita”, afirma o pároco.

Março de 2023 – COMUNICAÇÕES 167 Fraternidades

A LIÇÃO SINODAL do povo na

33ª Caminhada Penitencial

Depois de dois anos sem poder manifestar sua fé e devoção devido à pandemia, os fiéis devotos do Servo de Deus Frei Bruno voltaram às ruas de Joaçaba (SC), no domingo (05/3), felizes pelo reencontro e

o momento único de rezar juntos durante a Caminhada Penitencial Frei Bruno, que acontece pela 33ª vez pedindo que o frade franciscano, que já é “santo” para o povo catarinense, seja declarado Venerável e beatificado.

A Igreja sinodal pensada e

sonhada pelo Papa Francisco é uma Igreja que caminha com o Povo de Deus. Caminhar juntos, para os cristãos, mais que uma exigência evangélica, é uma maneira de compartilhar os nossos passos com o Deus. Nessa grande manifestação de fé, o povo se reu-

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muito de sinodalidade. E vocês, sem saber, deram para nós uma aula do que significa esta tal sinodalidade. Pessoas de diferentes idades, proveniências, culturas, graus de instrução, profissões, uns caminhando rápido, uns em pleno desenvolvimento físico, outros quase que com dificuldades caminhando juntos. E todo mundo chega. Todo mundo caminha porque ninguém está sozinho. Temos uns aos outros e todos juntos indo a Deus”, disse Frei Medella, representando o Ministro Provincial, Frei Paulo Roberto Pereira.

Nesse clima sinodal e de gratidão depois de anos de medo pela pandemia, também os confrades de Frei Bruno na Província da Imaculada Conceição vieram em peso para prestar essa homenagem no 33º ano desta Cami-

niu no Meio-Oeste Catarinense para caminhar em sintonia com o Papa e Frei Bruno.

O Sínodo da Igreja, com o tema “Para uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão”, foi convocado em 2021 e termina no ano que vem. Por-

tanto, estamos vivendo este momento sinodal. Segundo o Vigário Provincial. Frei Gustavo Wayand Medella, na Igreja, na sua caminhada de mais de 2 mil anos, muitas ideias ou conceitos foram surgindo e são sempre retomados. “Agora, temos falado

nhada. Além de Frei Medella, o Definidor Provincial e Vice-Postulatador, Frei Alex Sandro Ciarnoscki ; o Definidor Proincial Frei Daniel Dellandrea; o mestre Frei Samuel Ferreira de Lima e os sete noviços, que vieram de Rodeio (SC); o vice-mestre da Fraterni-

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dade São Boaventura, Frei Roger Strapazzon, e os frades estudantes do tempo de Filosofia, que vieram de Campo Largo (PR).

Cerca de 15 mil pessoas fizeram um grande cortejo nos 3,5 quilômetros da Catedral Santa Terezinha até o Cemitério Frei Edgar e celebraram este momento de Ação de Graças. Junto ao povo de Joaçaba, e da vizinha Luzerna,

juntaram-se os peregrinos que vieram em caravanas do Sudoeste do Paraná (Chopinzinho e Pato Branco), do Oeste Catarinense (Coronel Freitas, Xaxim, Concórdia e Curitibanos), do Vale do Itajaí (Balneário Camboriú, Gaspar, Rodeio, Blumenau e Florianópolis) e de Curitiba e Campo Largo. Muitos grupos lotaram ônibus, vans e carros para participar da Caminhada, ainda que o tempo anunciasse chuva. E ela veio antes de iniciar a Caminhada, mas parou e o povo pôde seguir tranquilamente até o Cemitério Frei Edgar. Mas foi só dar início à Eucaristia e ela estava de volta com mais intensidade. Ficou até a comunhão, quando o sol voltou a dar o ar da graça.

No Cemitério, onde foi mon-

tado um altar próximo do túmulo de Frei Bruno, foi celebrada a Santa Missa, presidida por Dom Frei Mário Marquez, OFMCap, concelebrada por Frei Gustavo, Frei Alex, pelo pároco da Catedral, Pe. Joveci Filho, frades da Província, sacerdotes da Diocese,

religiosos (as) e seminaristas. Dom Mário disse na sua homilia que, em doze anos participando da Caminhada Penitencial como bispo em Joaçaba, pôde ver que o Servo de Deus Frei Bruno marcou gerações no passado com sua presença e marca gerações no

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tempo presente, especialmente no Estado de Santa Catarina, nos lugares que ele exerceu sua missão como sacerdote e frade franciscano. “E continua encantando a todos nós que, nesta Romaria, estamos presentes. Ele toca o coração das pessoas e eu chego a me emocionar também ao ouvir relatos de graças ligados à invocação do nosso querido Frei Bruno”, disse o bispo.

“No coração das pessoas, a gente já percebe que consideram ele como santo e, de fato, isso nós podemos constatar em cada Romaria que presenciamos e vivenciamos. A expressão de fé, manifestada em cada uma das Romaria Penitenciais, ao longo de 33 anos, demonstra a presença viva na vida de nossa gente. Quantos devotos simpatizam

com nosso querido Frei Bruno! Como Abraão, ele deixou sua terra, a Alemanha, para se instalar em terras brasileiras porque tinha uma vocação, ouviu um chamado, e se tornou um grande missionário”, disse.

Segundo o bispo, todo mundo tem algo a dizer de Frei Bruno. “Fui visitar uma pessoa de 96 anos em Herval d’Oeste (cidade vizinha a Joaçaba), e do quarto dela se avista o monumento de Frei Bruno. É com esta visão que ela faz suas orações diárias. Ela conheceu o Frei Bruno. Essas histórias nos impressionam. De todas as idades eu ouço falar de Frei Bruno, até crianças influenciadas pelos pais”, ressaltou o bispo.

“O povo, ao avistar o monumento de Frei Bruno no alto do morro, das janelas das casas ou

dos hospitais, dos apartamentos, dos morros, das ruas, dos comércios, trazem à memória um homem santo, um homem que consagrou sua vida ao seguir os passos de São Francisco de Assis. Na simplicidade, ele nos cativa, e por isso estamos aqui”, observou D. Mário.

“Frei Bruno é um homem nascido no século passado, mas é um homem para os dias atuais com seu exemplo. Por isso, ele atrai multidões e por isso estamos aqui hoje. Frei Bruno mostrou para nós o caminho da conversão e santidade nesse tempo quaresmal. Como todos nós, buscamos armar nossa tenda com Jesus, buscamos seguir os passos de Jesus como fez Frei Bruno”, completou.

SINODALIDADE

Frei Gustavo resumiu sua fala

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em duas palavras. A primeira para expressar sua gratidão pela acolhida de D. Mário aos cerca de 50 frades presentes nesta manifestação da fé. “A segunda palavra, Dom Mário, eu quero dizer a cada um de vocês, romeiro, peregrino, caminhante com Frei Bruno. Você pode, às vezes, nem ter consciência, mas tenha certeza, cada um de vocês fez uma verdadeira pregação e deu uma aula para nós”, disse ao falar de sinodalidade. “Até a natureza participou da lição que hoje vocês deram, mostrando que sol e chuva caminham também juntos. O importante é que estamos caminhando, o importante é que temos para onde ir e sabemos onde queremos chegar. Junto com Frei Bruno, a nossa meta é o céu. O Reino de Deus entre nós e é juntos que nós caminhamos na direção deste Reino. Muito, muito obrigado. Vocês deram uma aula, uma pregação para nós do que significa sinodalidade e, com vocês, aprendemos a ser uma Igreja e uma Província Franciscana sinodal. Muito obrigado, parabéns a vocês”, enfatizou Frei Medella, que elencou todas as presenças dos frades neste Estado e no Paraná.

“Pelo testemunho de fé de vocês, temos mais vontade, entusiasmo e alegria de divulgar quem é Frei Bruno e a grandiosidade e o exemplo deste humilde servo de Deus”, acrescentou o frade, lembrando que a Província da Imaculada Conceição vive o Ano Vocacional. “Em todos esses lugares, junto com vocês, queremos celebrar a graça da nossa vocação e pedimos orações para que tenhamos vocações tanto para a vida religiosa franciscana quanto também para o serviço presbiteral desta Diocese. Oração pelas vocações é um compromisso e um caminho que eu peço a

todos vocês. E aí nós viemos embalados no Ano Vocacional com o seguinte lema: ‘Com São Francisco e Frei Bruno, chamados a viver o Evangelho’. Isso vale para todos nós, batizados e batizadas”, concluiu Frei Medella.

O PROCESSO DE BEATIFICAÇÃO DE FREI BRUNO

Frei Alex Ciarnoscki, Vice-postulador da Causa de Frei Bruno, falou sobre o encaminhamento do processo de beatificação. “Conforme o tempo vai passando, o coração vai batendo com muita ansiedade, porque queremos celebrar com muita alegria a beatificação de Frei Bruno. E com toda certeza a gente diz que hoje estamos mais perto do que quando iniciamos a caminhada. Mas lá atrás, quando demos o primeiro passo, já sabíamos que

seria longa a caminhada”, contou Frei Alex.

Segundo ele, esse tempo da pandemia, de modo especial no continente Europeu, atrasou um pouco o processo. “Mas o nosso Postulador garantiu que o processo está andando e andando muito bem. E é um processo muito sólido a partir da fé que o nosso povo tem pelo Frei Bruno. A qualquer momento esperamos que a Igreja dê o título de Venerável a Frei Bruno”, sublinhou.

“Enquanto a Igreja não reconhece Frei Bruno como Venerável, enquanto processo é analisado em Roma, no Brasil já vamos adiantando os nossos trabalhos. Frei Clarêncio Neotti trabalha na redação daquilo que chamamos de Positio, o resumo que deve ser apresentado, após o reconhecimento de Roma, aos cardeais para que eles possam conhecer

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melhor a vida de Frei Bruno. E nós, em julho, deveremos, através do Frei Estêvão Ottenbreit, que pede desculpas porque não pôde estar conosco, apresentar em Roma o dossiê dos milagres. E o nosso Postulador deve indicar para nós qual o milagre que iremos apresentar. Então, a partir de agosto, Dom Mário poderá nomear a Comissão dos Milagres para a gente iniciar o processo”, adiantou o frade.

Frei Alex destacou a importância de as pessoas comunicarem uma graça alcançada por intercessão de Frei Bruno: “Faça chegar ao nosso conhecimento através das Secretarias Paroquiais de Xaxim, Joaçaba e Rodeio. E continuem rezando a Oração pela beatificação de Frei Bruno. Que ele nos ajude a fazermos a caminhada de santidade, como cristãos e cristãs”.

O processo da Causa de Frei Bruno recebeu da Congregação para as Causas dos Santos o “nihil obstat” (nada contrário) no dia 7 de maio de 2013. No

mesmo ano, no dia 30 de outubro, foi instalado o Tribunal Eclesiástico da Diocese, formado por: Pe. Davi Lenor Ribeiro dos Santos, delegado do bispo, Pe. Clair José Lovera, promotor de justiça; Michelle Selig, notária (secretária); e Cláudio Orço, notário auxiliar. Trabalhou neste processo também uma Comissão Histórica formada por Frei Clarêncio Neotti e a historiadora Iraci Lopes, que teve a missão de

recolher toda a documentação sobre Frei Bruno, tudo o que se escreveu sobre ele e todas as referências à vida e santidade de Frei Bruno. Depois de cinco anos de trabalhos, encerrou-se essa fase diocesana no dia 25 de fevereiro de 2018, enviando o processo ao Vaticano.

Moacir Beggo e Frei Gilberto Silveira da Costa Junior (fotos) Os jovens do Santuário Nossa Senhora Aparecida de Blumenau, acompanhados por Frei Nélson Hillesheim, lotaram um ônibus para participar da Caminhada Penitencial.

preceitual: assumir a dinâmica do crer implica também uma esperança interna de confiança. Em toda a celebração o epíscopo dirigiu ao povo palavras de conforto e entusiasmo.

DEPOIS

DA TEMPESTADE EM RODEIO, A BONANÇA DA PRESENÇA DO PASTOR

Odia 17 de janeiro de 2023 ficará marcado para a história da pequena cidade de Rodeio (SC). Tal inscrição, infelizmente, não é positiva, pois se trata de uma data ligada à forte tempestade que atingiu o local. Estima-se que 80% da área urbana tenham sofrido com inundações. Além disso, na área rural, muitas famílias foram castigadas com deslizamentos de terra, atingindo residências, vitimando 5 pessoas que, infelizmente, tiveram suas vidas interrompidas. Somado a tal realidade há um número inestimável de pessoas que, com mais ou menos intensidade, sentiram-se afetadas psicologicamente pelo medo, pelo luto, pela falta de coragem para voltar a seus lares.

Porém, como um povo lutador que sempre foi, logo os rodeenses começaram a se ajustar para fazer a limpeza e reconstrução necessária. Depois da

tempestade veio a bonança da generosidade, da parceria e do carinho. E um dos gestos de reerguimento aconteceu no dia 11/02, às 19h, com a presença do Bispo Diocesano Dom Onécimo Alberton: uma missa em solidariedade a todo o povo. A Igreja Matriz estava repleta de fiéis muito emocionados.

Nesta ocasião, lembrou-se das vítimas, das dificuldades, mas também da esperança de dias melhores vindouros. Dom Onécimo externou a sua paterna sensibilidade ao dizer que, por meio de orações e campanhas, esteve sempre ligado ao povo da querida Paróquia. Lembrou que na hora mais difícil não havia divisões: todos precisavam se ajudar e assim o fizeram, minimizando a dor da perda. O bispo, na homilia, frisou que a fé em Deus é acompanhada da certeza que o Senhor caminha com o seu povo. Não é uma disposição apenas

O pároco Frei João Miguel Silva da Cruz, ao final da celebração, agradeceu a presença do bispo e disse que sua celebração foi um grande renovar de esperanças para continuar na reconstrução. O frade ainda incitou à população para que permanecesse fiel aos gestos de bondade e generosidade que foram muito marcantes. “Apesar da dor, cresceram as iniciativas de ajuda ao próximo”. Antes de despedir o povo, ao final da celebração, o bispo contou uma história: quando era pequeno tinha medo de escuro. Mas venceu este temor graças a seu pai que pedia para ele fechar as construções próximas da casa deles a noite. Mas não fazia isso sozinho. Seu genitor permanecia à porta da casa, conversando com ele. Dom Onécimo disse que Deus também é assim: está conosco! “Nos nossos medos devemos conversar com Ele, manifestar nosso temor, mas nunca parar, pois Ele é presença viva em nossas vidas”. Além de forte representação das comunidades, estavam presentes os irmãos frades Gabriel e Daniel Dellandrea, prestando sua solidariedade a todos os seus conterrâneos. Frei Gabriel também aproveitou a ocasião para anunciar a celebração onde será ordenado presbítero, nesta cidade, no mês de maio vindouro.

174 COMUNICAÇÕES – Março de 2023 Fraternidades

USF INAUGURA AS NOVAS INSTALAÇÕES

DA CLÍNICA ODONTOLÓGICA DE ALTA TECNOLOGIA

AUniversidade São Francisco (USF) inaugurou no dia 16 de fevereiro, a nova Clínica Odontológica de Alta Tecnologia, no Câmpus Bragança

Paulista. O evento marcou o início das celebrações dos 50 anos do Curso de Odontologia.

O evento contou com a presença do Diretor Presidente da CNSP-ASF e Vice-Reitor, Frei Thiago Alexandre Hayakawa; o reitor, Frei Gilberto Gonçalves Garcia; o Coordenador do Núcleo de Pastoral Universitária, Frei Vitorio Mazzuco Filho; o Pró-Reitor de Ensino, Pesquisa e Extensão, professor Dilnei Lorenzi; o Pró-Reitor de Administração e Planejamento, professor Adriel de Moura Cabral; o administrador Geral da Mantenedora, Jorge Apóstolos Siarcos; o Administrador dos Câmpus, Rodrigo Ribeiro Paiva; a diretora do Câmpus de Bragança

Paulista, professora Patrícia Teixeira Costa; o Diretor do Câmpus Campinas – Unidades Swift e Cambuí, o professor Paulo Silveira; e o Diretor de Câmpus

Itatiba, professor Renato Pezenti. O prefeito de Bragança Paulista, Amauri Sodré, a articuladora do COAPES regional, Lisamara

Dias de Oliveira Negrini, o professor Miguel Simão Haddad, representando o Presidente da Associação Brasileira de Cirurgiões Dentistas.

Foram inaugurados 20 novos consultórios, totalmente equipados para atendimento à população, com espaços amplos, equipamentos diferenciados e de alta tecnologia para a realização das atividades do Curso. Durante a cerimônia, o reitor da USF destacou a trajetória do Curso ao longo de cinco décadas na educação brasileira. “A data de hoje se soma ao ciclo dos 50 anos de autorização do Curso de Odontologia. Destaco os avanços sucessivos desse curso e os serviços prestados à comunidade bragantina e regional. Com os novos espaços temos um aumento da oferta de cenários de prática e uma modernização tecnológica. Nosso objetivo primário é a formação e, em decorrência, a integração da Universidade com o regional”, explicou o reitor.

O prefeito Amauri Sodré parabenizou e agradeceu todo o trabalho e parceria com a USF.

“Como prefeito não poderia deixar de estar aqui. Juntos somamos, contem conosco para o progresso da nossa cidade”, afirmou.

A Odontologia da USF completa cinco décadas de história, tem a cada semestre um aumento no número de novos estudantes matriculados, além de contribuição à saúde regional. Em 2022, foram aproximadamente 500 estudantes em atividades clínicas e mais de 14 mil atendimentos à comunidade. A expansão da infraestrutura, totalizando 677m² de área construída, possibilitará a ampliação no atendimento assistencial à população. “É com muita alegria, que iniciamos as comemorações dos 50 anos do Curso de Odontologia, inauguramos a Clínica Odontológica de Alta Tecnologia. Não poderíamos iniciar as comemorações dos 50 anos de uma maneira melhor, enfatizando uma das grandes características de nosso curso que é oportunizar ao discente a vivência em seu cenário real de trabalho, realizando procedimentos de várias complexidades de acordo com sua trajetória de formação. Nosso curso cresce a cada semestre e as demandas por espaços físicos se tornam mais necessárias, aliadas ao compromisso da USF em ofertar uma sólida formação com fundamentação técnico-científica, humanística e ética”, reforçou a coordenadora.

O estudante de Odontologia da USF desde o primeiro semestre tem vivências práticas em sua área de atuação profissional e em diversos ambientes que permitem o pleno processo de ensino-aprendizagem, assim a USF sempre atenta às constantes demandas e necessidades, investe na expansão de infraestrutura para que o curso mantenha sua excelência e tradição.

Março de 2023 – COMUNICAÇÕES 175 Evangelização

ENCANTOS DE

1. Hoje foi o término dos encontros de canto franciscano aqui em Angola. Foram dias de “Encantos de Angola”. Passei por Malange no Seminário Monte Alverne com os Aspirantes, na Missão, onde começou os acenos da vida franciscana na Paróquia Santos Mártires de Uganda e também na Paróquia Santa Terezinha, em Kangadala; no mosteiro das Irmãs Clarissas Nossa Senhora dos Anjos. Depois vim para Luanda e me encontrei com os frades aqui no Seminário São Francisco, juntos com a família franciscana (irmãs) e também o mosteiro das Irmãs Clarissas Sagrado Coração de Jesus. Fui na paróquia Nossa Senhora de Fátima, em Viana, com a comunidade e os postulantes. Encontramos todos nesta paróquia por ter mais espaço para tanta gente. De fato foi o maior grupo entre todos.

2. Encantos de Angola retrata bem a minha passagem aqui neste País, nestas cidades de uma cultura rica em pessoas, terras, musicalidade, comida, mas que sofrem pelo descaso das autoridades civis. O povo sofre de verdade, mas não demonstra no seu jeito de acolher e corresponder às coisas do alto com um sorriso aberto e generoso.

3. Encantos de Angola é uma iniciativa do governo Provincial, que estando aqui sentiu que poderia ser mais presente a espiritualidade franciscana através da arte do canto. E, estando aqui, promovendo essa oportunidade de aprender cantar e rezar com Francisco e Clara de Assis, vi que a espiritualidade já está no coração dessa gente e o canto franciscano é só ensinar, porque aprendem rápido! Gostam de louvar a Deus com os gestos, a voz e a alma.

ANGOLA

4. Encantos de Angola veio como que um presente para mim, pois aprender e ensinar é algo extraordinário. “Dar de graça o que de graça recebeu”. Os locais onde estamos como frades menores em nome da Fundação Santa Mãe de Deus são espaços de irradiação do cuidado e solidariedade franciscana. Cantar e ensinar a vida de Francisco e Clara de Assis torna-se um desafio ético, moral e religioso, pois não só “de pão vive o homem, mas de toda a Palavra da boca de Deus”. O apelo franciscano é de transformação, de acolhimento, de fé, de esperança e de justiça social. Onde estamos oferecemos a graça dos sacramentos, a comunhão com as diversas entidades religiosas e a formação dos jovens que nos procuram para serem frades menores. É muita coisa! O canto me leva a pensar nas crianças que têm apenas uma refeição por dia, das mamas que carregam em suas cabeças kilos de coisas para venderem e sustentarem-se, dos casebres em forno sem condições de saneamento básico e de tantos jovens perambulando nas ruas sem nada fazer. Claro que onde eu estive não houve sequer uma queixa quanto a isso, mas eu vi essa realidade. Impressiona a dedicação dos frades, das irmãs religiosas, das mamas, catequistas e jovens que lutam para deixar isso mais bonito e possível de viver. É uma luta para sobreviver.

5. Fui muito bem recebido em todos os cantos. O abraço, o sorriso estampado no rosto, a dança, a música, a comida e aquele “ muito obrigado, frei!” Encantos de Angola foi ensinar, aprender, rezar, conhecer, cantar e sorrir e esperar. Paz e bem!

Luanda, 2 de março de 2023

Frei Florival Mariano de Toledo

ENTREVISTA

FREI JOSÉ FRANCISCO DE CASSIA DOS SANTOS

Pão da Solidariedade

Fome de justiça e de pão. Este é o título do “podcast” produzido pela Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil em vista da Campanha da Fraternidade 2023, que traz o tema “Fraternidade e Fome” e propõe o lema “Dai-lhes vós mesmos de comer”

(Mt 14,16). A série de entrevistas, produzidas por Frei Gustavo Wayand Medella, vai ouvir diferentes vozes de especialistas e conhecedores da questão com o objetivo de proporcionar o aprofundamento dos ouvintes na reflexão da temática da fome. Os episódios serão lançados semanalmente no Spotify.

Dentre as temáticas abordadas estarão a questão da segurança alimentar, o compromisso cristão na superação da fome, o sentido do alimento e da alimentação na tradição cristã e franciscana, os modelos e propostas de combate à fome no Brasil, as obrigações do poder público e dos organismos oficiais nesta área, entre outras.

O primeiro entrevistado foi o Subsecretário Geral para as Campanhas da CNBB, Padre Patriky Samuel Batista, que faz uma apresentação geral da proposta e do tema da CF 2023.

Nesta entrevista, destacamos o segundo entrevis-

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tado, Frei José Francisco de Cassia dos Santos, diretor-presidente do Serviço Franciscano de Solidariedade (SEFRAS), que atua diretamente com ações de combate à fome.

Comunicações - Gostaria de começar esta conversa sobre o lema da Campanha da Fraternidade: ‘Dai-lhe vós mesmos de comer!’ (Mt 14,16). É um versículo do Evangelho de São Mateus. É uma ordem de Jesus muito expressa e direta a seus apóstolos no episódio da multiplicação dos pães. Frei José, de que maneira nós, os cristãos de hoje, devemos acolher esta ordem que vem do próprio Jesus?

Frei José - É um imperativo moral muito forte. Relaciono esse imperativo com a citação do Livro do Gênesis, onde Caim matou Abel, e depois Deus interpela Caim perguntando sobre seu irmão e ele responde: “Por acaso, eu sou o guarda do meu irmão?”. Levando em consideração que todo o projeto de Jesus revelou um rosto de Deus que é Pai e se Deus é Pai e pai de todos nós, somos todos irmãos, e o grande desafio nosso é restituir ou construir essa fraternidade que muitas vezes está fragilizada, mais ainda numa perspectiva da violência do que da paz. Então, penso que a nós, que somos limitados e pobres discípulos do Senhor, cabe olhar um pouco os gestos de Jesus e dos discípulos naquele momento conforme a citação. Penso que perceber que as pessoas têm necessidade – os discípulos perceberam isso – é o imperativo de Jesus e que eles mesmos poderiam providenciar o que era necessário. Então, perceber a necessidade, partilhar o que temos, é o que nos interpela e nos chama a atenção.

Comunicações - Dentre as muitas causas da fome no Brasil, quais delas você considera mais graves e difíceis de serem combatidas ou de serem superadas?

Frei José - O Brasil está entre os maiores produtores de alimentos do mundo. E aí os dados da Campanha da Fraternidade são muito importantes para ajudar a cada um de nós, enquanto Igreja, entender o que está acontecendo: a metade dos brasileiros está em insegurança alimentar. O que significa falar de insegurança alimentar? Significa que as pessoas não têm as refeições, as alimentações diárias garantidas e quando têm também falta a qualidade nutricional que é necessária. A insegurança alimentar pode ser classificada em nível leve, médio e grave. E quando falamos de grave estamos falando de pessoas que seriam os 33 milhões de brasileiros que passam fome, ou seja, que não têm exatamente o que comer. Isso nos faz perguntar por que o Brasil é um dos maiores produtores

de alimentos no mundo e temos essa multidão de pessoas passando fome? Por um lado, a gente tem um desemprego altíssimo e as pessoas estão sem renda. Por outro lado, a comida se tornou bastante cara. Subiu muito o preço da alimentação. Nós podemos perceber, por exemplo, que um pacote de arroz dobrou de preço em pouco tempo. Então, se não tem renda, não se tem acesso à comida. Outro fator é que ela entra na lógica de mercado e vira simplesmente uma mercadoria que vai ser avaliada pela demanda, quer dizer, gera também uma competição no mercado, porque hoje, no Brasil, a comida virou commodities de produto de exportação. Então, a produção para vender o produto no mercado internacional também é um desafio. A gente tem aspectos econômicos, sociais, políticos, que estão muito implicados na questão da fome.

Comunicações - Frei José, além do socorro imediato das pessoas famintas, que outros tipos de atividades a Igreja pode organizar e propor para combater o drama da fome?

Frei José - Com a pandemia, a questão da fome foi se acentuando e nos questionou como poderíamos responder a ela. E, com isso, a gente acabou desenvolvendo um projeto que estamos chamando de “Pão da Solidariedade”, que é esse socorro imediato, como você falou, das pessoas com fome. E olhando para a realidade eclesial, agora da Campanha da Fraternidade, e andando pelas comunidades, partilhando e debatendo sobre esse tema, a gente entende que há uma grande sensibilidade no momento em que vivemos para a questão fome e há muita gente envolvida nisso. É um mutirão muito grande do ponto de vista eclesial, sem falar as outras inúmeras iniciativas que também vêm de outras igrejas, grupos religiosos e também comunidades, condomínios. Há muitas iniciativas nesse sentido e é bonito de se ver. Mas eu penso que nós precisamos atuar com muita ênfase nas causas da fome.

Nós, enquanto cristãos, precisamos nos comprometer também em discutir e gerar opinião pública para que possam surgir políticas públicas que deem conta de aplacar esse drama, porque só o Estado tem condição de atender a sociedade de forma universal. As iniciativas das Igrejas são muito importantes. Nesse momento, diria que a Igreja é a maior provedora das necessidades que estamos vivendo, mas por outro lado nós não temos condições de atender essa demanda. É necessário que nos conscientizemos como cristãos, como homens e mulheres de fé, para que, no dia a dia, possamos ter um engajamento na construção de políticas pú-

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Evangelização

blicas que deem conta de atender aos mais diferentes lugares e situações para saciar a fome, pois não é possível fazer isso sozinho. É preciso também chamar o Poder Público para a sua responsabilidade, para que ele execute as políticas que são necessárias. E o Poder Público, nós sabemos, ele só vai funcionar se a sociedade, se nós enquanto Igreja, tivermos um engajamento para provocar que isso aconteça.

Comunicações - Frei José, nós sabemos que a mesa da refeição é considerada um lugar sagrado. O que significa mesa e o alimento na constituição de uma pessoa e de um povo?

Frei José - Na nossa fé cristã católica, a gente pode falar de comida que vai da nutrição à divindade. A gente pode discutir as questões da alimentação sobre vários aspectos, porque ela perpassa toda nossa vida. Tem um estudo que mostra que nos últimos 5 mil anos da humanidade, três grãos

da fome, viraram escravos. Moisés libertou o povo pelo deserto afora procurando a terra com leite e mel, ou seja, uma terra onde pudessem tirar o sustento. E a mesa para nós é o símbolo da nutrição, do encontro, da partilha, mas é também a experiência vivenciada daquilo que nos professamos e acreditamos enquanto fé. Então, a mesa é o espaço pedagógico mais perfeito, espaço daquilo que nós cremos e buscamos vivenciar.

Comunicações - De que maneira o SEFRAS trabalha no combate à fone?

Frei José - Nós sempre, nas nossas casas franciscanas de atendimento, privilegiamos que tivéssemos uma cozinha e um refeitório, levando em consideração toda essa dimensão da mesa eucarística, dessa partilha, dessa construção de vínculos, de tudo isso que gera uma grande espiritualidade. A mesa é um espaço dessa concretização,

formam a base de toda a cultura, alimentação e a fé. Se olharmos os asiáticos, mais pelo Oriente, temos o arroz; se olharmos o Oriente Médio e uma parte significativa da África, nós temos o trigo; e na América, temos o milho. Então, arroz, trigo e milho formam a base da alimentação, da cultura e também do culto das várias regiões do mundo. E nós, sobretudo que somos herdeiros de uma evangelização que vem através da migração, das colônias que foram construídas na América Latina, temos o pão como elemento fundamental e o nosso culto é à mesa. Jesus nos deixou o memorial da Paixão do Senhor numa Ceia. Se a gente olhar bem a história, toda a construção dos nossos antepassados, na perspectiva da tradição bíblica do povo, as coisas estão muito ligadas, estão presentes. O que fez com que o povo fosse parar no Egito, e tornasse ali escravo, foi a fome. Eles foram atrás do celeiro do faraó para conseguir a comida. Por causa

dessa espiritualidade. A pandemia nos chamou a atenção para que déssemos mais ênfase à demanda de alimentação, que ficou maior que as outras demandas em outros trabalhos. E tem se tornado cada vez mais um investimento pedagógico de superação da fome que se expressa na fome material, de saciar o estomago, mas de outras fomes. As pessoas que vivem de doações sentem-se humilhadas. Nesse tempo de pandemia, as pessoas nos procuraram na fila da distribuição de comida, quase que pedindo desculpa porque precisam de uma marmita. Com o Auxílio Emergencial do governo preferem pagar o aluguel para não ir para a rua, mas não sobra o que comer. Dar às pessoas acesso ao alimento é o início do caminho de saciar também outras fomes, como espiritualidade, cultura etc. As nossas casas hoje são espaços de acolhimento e cuidado das pessoas, sobretudo na questão da alimentação.

180 COMUNICAÇÕES – Março de 2023
OBrasilestáentreosmaioresprodutores de alimentos do mundo. E aí os dados da CampanhadaFraternidadesãomuito importantesparaajudaracadaumde nós,enquantoIgreja,entenderoqueestá acontecendo: a metade dos brasileiros estáeminsegurançaalimentar.
Evangelização

CORAL DOS CANARINHOS RECEBE SETE NOVOS MENINOS CANTORES

No dia 4 de março, o Coral dos Canarinhos de Petrópolis (RJ) recebeu sete novos coralistas na Cerimônia de Investidura realizada na Igreja do Sagrado Coração de Jesus. A celebração foi presidida pelo Presidente-diretor do Instituto e Definidor Provincial, Frei Marcos Antônio de Andrade.

Estiveram presentes na Igreja do Sagrado, casa mãe do Coral, familiares, amigos e a Equipe do Instituto dos Meninos Cantores de Petrópolis (IMCP). Todos, alegres por poderem ser testemunhas deste momento em que os outrora aprendizes do Instituto tornaram-se, oficialmente, coralistas deste que é o mais antigo coro de meninos do Brasil.

Os sete jovens vieram em procissão acompanhados de seus padrinhos e madrinhas e foram apresentados, nominalmente, no início da celebração pelo diretor artístico do Instituto e Regente do Coral dos Canarinhos, Marco Aurélio Lischt. Depois, questionados pelo celebrante, os jovens demonstraram firme desejo de receberem a veste coral e tornarem-se meninos cantores.

O Evangelho proclamado na celebração foi tirado do livro de São Mateus (18, 1-5.10) e discorre que o modo próprio de ser de uma criança é aquele que mais se parece com o modo do Rei-

no de Deus. Em sua reflexão, Frei Marcos destacou que “este era um dia muito importante para o Instituto, para o Coral e para toda a Igreja, pois a partir deste dia vocês, queridos meninos, se tornam parte dos Canarinhos de Petrópolis e também fazem parte de um conjunto de meninos do mundo

inteiro que cantam os louvores de Deus”.

Frei Marcos ainda lembrou estar no Coral é próprio de quem aprende a servir e que todo aquele que se faz servo, agrada a Deus. Encorajou também os sete meninos para que no serviço como coralistas possam recordar em todos nós essa beleza que é poder estar próximo de Deus e do seu Reino através do canto. Encerrou sua fala agradecendo aos pais e familiares por “confiarem ao Instituto dos Meninos Cantores a oportunidade de oferecer uma formação integral a estes jovens, seja na música, como também na área humana e religiosa”, concluiu.

Seguindo o rito, o celebrante abençoou as vestes, as cruzes e os livros de música, objetos próprios dos coralistas. Depois, um

a um, os meninos se colocaram à frente do celebrante para receberem estes objetos. Ao final da entrega dos objetos, os sete foram chamados para se apresentarem à comunidade que os acolheu com uma calorosa salva de palmas. Os novos coralistas receberam do Regente, Marco Aurélio Lischt, as Pastas de Partituras e foram em direção ao Coral, do qual agora são membros e já se colocaram em seus lugares designados.

Antes da bênção final, o Regente do Coral tomou a palavra e falou em nome do Instituto agradecendo por esta celebração e por estes novos meninos que iniciam sua caminhada no coro e fazem o necessário e saudável processo de renovação do Coral.

COLATINA DUAS IRMÃS CLARISSAS DO MOSTEIRO

SANTÍSSIMA TRINDADE FAZEM A PROFISSÃO SOLENE

No dia 11 de fevereiro, memória litúrgica de Nossa Senhora de Lourdes, dentro das comemorações do 3º Ano Vocacional do Brasil, o bispo da Diocese de Colatina (ES), Dom Lauro Sérgio Versiani Barbosa, celebrou a Profissão de Votos Perpétuos de duas Irmãs Clarissas, do Mosteiro Santíssima Trindade, da Ordem de Santa Clara.

Irmã Maria Camila de São Miguel, OSC, e Irmã Verônica Giuliani da Mãe de Deus, OSC, ambas da cidade de Iati, Pernambuco, Diocese de Garanhuns (PE). Ingressaram no Mosteiro Santíssima Trindade em 2012 e fi-

zeram seu itinerário vocacional que se completou com a Profissão de Votos Perpétuos.

A celebração Eucarística teve início às 8 horas na Igreja do Mosteiro. Dom Lauro Sérgio foi o presidente da celebração e teve como concelebrantes, Padre Cremilson Silva Gomes, Padre Rodrigo Venicius de Lima, da Diocese de Garanhuns (PE), conterrâneo e amigo das professandas, Frei Paulino Fabris, Frei Pedro de Oliveira Rodrigues, Frei Luiz

Iakovacz, Frei Augusto Luiz Gabriel e o seminarista Geisilan. Também participaram da celebração, familiares das professandas, além de fiéis, amigos, benfeitores e devotos de Santa Clara.

Para a Madre Agnes Maria da Sagrada Família, abadessa do mosteiro, é tempo de

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CFFB
Irmã Maria Irmã Verônica

louvar e agradecer ao Senhor da Messe, pelo “sim” generoso de cada irmã que se oferece em oblação diária por amor a Deus e aos irmãos. “Especialmente pela Profissão Solene dessas jovens, Irmã Maria Camila e Irmã Verônica Giuliani, que se doam sem reservas ao Deus Uno e Trino, o Sumo Bem para fazerem de suas vidas um hino de louvor ao Senhor, através da oração silenciosa no claustro, da oração constante dia e noite, da adoração e contemplação ‘do Belo, o mais Belo dos Filhos dos homens’, da meditação da Pa-

lavra de Deus, da oração suplicante em uma atitude de intercessão ininterrupta, em favor da humanidade que sofre e geme”, frisou.

“Uma diocese onde existe um mosteiro de vida contemplativa é extremamente abençoada, pois a vida de oração e penitência das Irmãs atrai o olhar de Deus em forma de bênçãos”, ressaltou a abadessa.

“Sem dúvidas este foi um momento especial e marcante para nossa Diocese de Colatina, para a mãe Igreja e para a Ordem de Santa Clara, quando essas duas

jovens se comprometem em viver por toda a vida numa entrega total ao Senhor, por meio dos Conselhos Evangélicos, obediência, castidade, sem nada de próprio e clausura, para honra e glória de Deus”, destacou.

“Desejamos que nossas queridas Irmãs possam manter ‘os olhos fixos em Jesus’, pois Ele prometeu a Santa Clara: ‘Eu sempre vos guardarei!’. Sim Ele nunca nos abandona! Ele é o caminho e a verdadeira opção de vida. Peçamos a Maria Imaculada, Nossa Senhora, Mãe da Igreja e nossa Mãe, que rogue a Deus por nós, especialmente pelas Irmãs Maria Camila e Verônica Giuliani, para que elas sejam fiéis seguidoras do Cristo que chama, ‘faz nossos corações arderem e põe nossos pés a caminho’, vivendo a ‘vocação como graça e missão’”.

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ABADESSA DO MOSTEIRO
Madre Agnes Maria da Sagrada Família

MINISTRO GERAL CONCLUI A VISITA CANÔNICA NA AMÉRICA LATINA

Na Quarta-feira de Cinzas (22), o Ministro geral, Frei Massimo Fusarelli, acompanhado do Definidor geral para a América Latina, Frei César Külkamp, concluiu a visita das Entidades franciscanas no Brasil, Colômbia e Peru.

A última etapa da visita foi a Custódia do Sagrado Coração no Brasil, de 18 a 21 de fevereiro, onde o Ministro geral se reuniu com os frades de Bebedouro (SP), Olímpia (SP), o Noviciado Internacional de

Catalão (GO) e o Convento Santa Maria dos Anjos em Franca (SP).

Frei Fernando Aparecido dos Santos, Custódio da Custódia do Sagrado Coração, compartilhou a alegria que sua Fraternidade experimentou na presença do Ministro geral: “Bem-aventurado aquele que vem em nome do Senhor. Fazendo uma analogia com esta citação, quero destacar a visita do Ministro Geral nestes quatro dias que esteve conosco. Foi um momento muito importan-

te que recebemos como presente de Deus neste momento em que nos encontramos celebrando o Jubileu da Custódia, o 75º aniversário da chegada dos frades, os primeiros missionários nesta região do interior de São Paulo. A presença do Ministro é um grande presente para nós”.

Um dos momentos mais emocionantes da presença do Ministro geral foi sua visita ao Noviciado Internacional, localizado na Fazenda São Buenaventura, em Catalão. Neste

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OFM

noviciado, o Ministro conversou com noviços, formadores, Ministros provinciais e Custódios das Entidades da região, a saber: Província do Santíssimo Nome de Jesus do Brasil, Custódia Franciscana das Sete Alegrias de Nossa Senhora do Brasil, Custódia do Sagrado Coração de Jesus do Brasil, Província da Santíssima Trindade do Chile e Província da Assunção da Santíssima Virgem do Rio da Prata da Argentina e Paraguai.

“Foi um encontro frutífero e emocionante, o Ministro partilhou a preocupação que tem por todos nós, noviços e Ordem, sublinhando o seu desejo de ver a Ordem mais leve, referindo-se às estruturas”, partilhou Frei Lucas Souza da Província do Santíssimo Nome de Jesus.

Para Frei Rafael Meza, noviço da Província franciscana do Chile, o Ministro geral enfatizou a vida fraterna: “Foi

um encontro frutífero que nos motivou, como Ordem, a ter esperança e vida fraterna, destacando que não são as estruturas mais importantes, mas a vida fraterna e vocacional”.

Além da visita aos frades, o Ministro geral reuniu-se com a Família Franciscana no Santuário de Nossa Senhora Aparecida, em Olímpia. Durante

o encontro e a missa, o Ministro refletiu sobre a comunhão no trabalho de toda a Família Franciscana, enfatizando a terminologia de “sinodalidade” que o Papa Francisco menciona em suas reflexões, assegurando a importância de ouvir a todos.

FONTES: WWW.OFM.ORG E HTTPS://OFMSCJ.COM.BR

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FREI MASSIMO E FREI CÉSAR NA COLÔMBIA

De 8 a 17 de fevereiro, Frei Massimo Fusarelli, Ministro geral, e Frei César Külkamp, Definidor geral para a América Latina, visitaram a Província de Santa Fé e São Paulo Apóstolo, na Colômbia. Acompanhados pelos respectivos Ministros Provinciais, Frei José Alirio Urbina e Frei Nelson Tovar, os frades puderam reunir-se, conversar, ouvir e compartilhar experiências com os frades colombianos.

“Fiquei impressionado com a presença dos dois ministros provinciais e dos frades das duas Províncias em todos os lugares que visitamos. Certamente, este é um fato histórico de grande proximidade, que marcará cada vez mais esta presença da Ordem em solo colombiano”, afirmou Frei César.

Em Bogotá, Frei Massimo e Frei César, novamente acompanhados de Frei José e Frei Nelson, reuniram-se com os noviços, professos temporários, irmãos e Definidores da Província de Santa Fe, das Fraternidades da própria cidade e de Ubaté, Tunja, Villavicencio e Bucaramanga.

Em Ibagué (cerca de 130 km a oeste da capital), os frades visitaram os noviços e os frades da Província de São Paulo Apóstolo, onde testemunharam uma vida franciscana atenta aos pobres, à educação dos jovens, à partilha, ao cuidado pastoral, a proteção de menores e adultos vulneráveis.

Mais a oeste, em Santa Rosa de Cabal, foi a vez do encontro com as Fraternidades da cidade e de Palmira, Cartago, Manizales e Pereira, e com um delegado da Fraternidade de Santa Marta. Foi também uma oportunidade de conhecer a OFS, a Jufra, as Irmãs Franciscanas Missionárias de Maria e as vibrantes comunidades cristãs da região.

No dia 13 de fevereiro, os quatro frades foram a Calarcá, onde se reuniram com as Irmãs Clarissas de Montenegro. Frei Massimo presidiu a solene Celebração Eucarística em que Irmã Ximena do Amor Misericordioso emitiu os seus votos perpétuos. Depois de passar pela ermida da Porciúncula da Província de São Paulo Apóstolo, partiram para a Fraternidade Duns Scoto do Colégio São Luís Rei de Armênia,

onde conheceram a Fraternidade anfitriã e a Fraternidade Imaculada Conceição.

A visita continuou na cidade de Cali para se encontrar as Fraternidades da cidade, a Fraternidade de Buenaventura, Tuluá e a Fraternidade do Postulantado da Província de São Paulo no Distrito de Água Blanca, momento precedido por um espaço de oração preparado pela Fraternidade de acolhida de São Joaquim de Cali. No dia seguinte, no distrito de Agua Blanca, no Vale de Cauca, o Ministro geral presidiu a celebração de admissão dos postulantes, e depois foi a Medellín para se encontrar com as Fraternidades da cidade juntamente com os postulantes da Província de Santa Fé. Na mesma cidade, os frades visitaram a nova casa de repouso da Província de São Paulo Apóstolo, no bairro de Boston, e depois foram para “La Honda”, uma Fraternidade inserida em um espaço social de grande complexidade, onde os frades trabalham com migrantes e pessoas em estado de pobreza e vulnerabilidade.

A visita à Colômbia foi concluída em 17 de fevereiro com os Reitores da Universidade São Boaventura.

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WWW.OFM.ORG

Agenda 2023

AS ALTERAÇÕES E ACRÉSCIMOS ESTÃO DESTACADOS EM VERMELHO

MARÇO

10 e 11

Encontro do Regional Rio de Janeiro (Petrópolis, RJ)

19 a 21

Encontro do Regional São Paulo (São Paulo, SP)

23

Encontro da Frente de Educação (on-line)

ABRIL

12

Conselho da Formação e Estudos (on-line)

17

Festa de Nossa Senhora da Penha (Vila Velha, ES)

18 a 20

Reunião do Definitório Provincial (São Paulo, SP)

24 a 28

Reunião da CFByCS (Franca, SP)

MAIO

08 a 11

Reunião dos Guardiães e Coordenadores de Fraternidade (Agudos, SP)

15 e 16

Encontro do Regional Espírito Santo

15 e 16

Encontro do Regional Frei Bruno (Piratuba, SC)

18 e 19

Encontro do Regional Curitiba

20

Ordenação Presbiteral de Frei Gabriel  Dellandrea em Rodeio (SC)

26 a 28

Retiro dos Benfeitores da Província da Imaculada - Agudos (SP)

JULHO

03 a 07

Reunião do Definitório Provincial (Rodeio, SC)

19 a 23

Retiro Provincial (Petrópolis, RJ)

Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil

26 a 30

Congresso Internacional de Evangelização Missionária OFM (Lima, Peru)

29 e 30

Caminhada Franciscana das Juventudes (Vila Velha, ES)

AGOSTO

07 a 11

Retiro Provincial (Agudos, SP)

21 a 25

Retiro Provincial (Campo Largo, PR)

SETEMBRO

07 a 10

Fórum da Formação e Estudos (Agudos, SP)

12 a 14

Reunião do Definitório Provincial (São Paulo, SP)

16

Celebração da Profissão Solene (Petrópolis, RJ)

NOVEMBRO

21 a 24

Reunião do Definitório Provincial (São Paulo, SP)

O PAPA FRANCISCO NA HUNGRIA NO FINAL DE ABRIL

“Cristo é nosso futuro”” é o lema da viagem apostólica do Papa Francisco à Hungria, programada de 28 a 30 de abril de 2023. A frase pode ser lida no lado direito do logotipo da 41ª visita internacional do Pontífice.

No logotipo, o elemento central é a Ponte das Correntes em Budapeste, a mais antiga ponte da Hungria que atravessa o Danúbio. Símbolo da capital e do país, originalmente construída para ligar as cidades de Buda e Peste, quer evocar o pensamento, reiteradas vezes lembrado pelo Papa, sobre a importância de construir pontes entre os homens.

Nos dois pilares da ponte estão as cores da Santa Sé (amarelo e branco) e as cores nacionais húngaras (ver-

melho, branco e verde). O logotipo é delimitado por um círculo que simboliza a Eucaristia, mas também o mundo redimido por Cristo.

No lado esquerdo do círculo, uma cruz lembra o discurso proferido por Francisco em 12 de setembro de 2021 em Budapeste, no qual fazia votos de que a cruz se tornasse uma ponte entre o passado e o futuro.

Em 12 de setembro de dois anos atrás, o Santo Padre se deteve, na

Hungria, por cerca de sete horas, tempo para presidir a missa de encerramento do Congresso Eucarístico Internacional e se encontrar com o episcopado local, com os representantes do Conselho Ecumênico de Igrejas e algumas comunidades judaicas, antes de ir para a Eslováquia, segunda etapa daquela viagem apostólica. Agora, o Papa volta à Hungria para abraçar todo o país e a sua comunidade eclesial.

Oração a São José

Salve, guardião do Redentor e esposo da Virgem Maria!

A vós, Deus confiou o seu Filho; em vós, Maria depositou a sua confiança; convosco, Cristo tornou-Se homem.

Ó Bem-aventurado José, mostrai-vos pai também para nós e guiai-nos no caminho da vida. Alcançai-nos graça, misericórdia e coragem, e defendei-nos de todo o mal. Amen.

(Papa Francisco, Patris Corde)

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