"Comunicações" Novembro/Dezembro 2022

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Referencial para a evangelização da Província Frei Galvão

NOVEMBRO/DEZEMBRO DE 2022 | ANO LXX | Nº 11 PROVÍNCIA FRANCISCANA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASIL

nov./dez.

MENSAGEM DO MINISTRO PROVINCIAL

“Glória a Deus nas alturas...”, de Frei Paulo Roberto Pereira

FORMAÇÃO PERMANENTE

“Evangelização na Educação - Final “, de Frei Vitorio Mazzuco Filho

ARTIGO: “O milagre que Deus mais deseja”, de Frei Luiz Iakovacz

FORMAÇÃO E ESTUDOS

Frades estudantes recebem Ministério do Acolitado

Ordenação Diaconal em Petrópolis Oito jovens fazem a Profissão Solene em Angola

SAV

Estágios Vocacionais “mergulham” a Província no Ano Vocacional

FRATERNIDADES

ESPECIAL Festa de Frei Galvão 2022

Colatina: uma experiência de contemplação e fraternidade até o Cruzeiro de Marilândia

EVANGELIZAÇÃO

Fórum da Evangelização: Uma luz sobre a missão da Província USF promove Noites de Oração Inter-religiosa pela paz no mundo

Espírito de Assis: “Com armas não há paz!”

IMBARIÊ: Paróquia Santa Clara celebra o Espírito de Assis Grupo Educacional Bom Jesus realiza encontro de catequistas Canarinhos: Concerto de aniversário marca a volta das Meninas “Quando o Amor se faz reconciliação” é tema do 10º Retiro Universitário da USF

USF recebe Leonardo Boff para palestra: “Qual é o caminho para a fraternidade universal”

Dia Mundial dos Pobres: “Não vamos dar ouvidos aos profetas da desgraça” Noviços participam do Dia Mundial dos Pobres em Rio do Sul

Gaspar celebra o Dia Mundial dos Pobres e 70 anos da Conferência Vicentina Paróquia Santo Antônio de Sorocaba celebra o Dia Mundial dos Pobres

DEFINITÓRIO PROVINCIAL

Notícias da Reunião de 10 a 12 de novembro de 2022

CFByCS

Custódia São Benedito e Rede Franciscana de Paróquias celebram a apresentação do novo Governo Custodial Província São Francisco de Assis elege novos Definidores Provinciais Província da Assunção elege novos Definidores Provinciais

OFM

Franciscanos apresentam ao Papa o programa do 8º Centenário Franciscano Em meio à guerra, Frei Massimo volta à Ucrânia para rever seus confrades e o povo AGENDA

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PROVÍNCIA FRANCISCANA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DO
ofmimac@franciscanos.org.br Ministro Provincial: Frei
Vigário Provincial:
Secretário:
de 2022
BRASIL Rua Borges Lagoa, 1209 CEP 04038-033 | São Paulo - SP www.franciscanos.org.br
Paulo Roberto Pereira
Frei Gustavo W. Medella
Frei Rodrigo da Silva Santos
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Nascimento de Jesus, de Botticelli (1473-1475), domínio público.

“Glória

a Deus nas alturas...”

Desde o início do século quinto da Era Cristã já se entoava o hino que hoje chamamos de Glória. Seu conteúdo, flagrantemente pascal, não inibiu a associação da frase que o introduz à solenidade do Natal. As palavras do coro angelical que on tem trouxeram luz à escuridão que envolvia os pastores em Belém, hoje ainda figuram nas diver sas representações do Presépios, nos cartões e saudações que aproximam os corações nesta época em que todos, ansiosos, auguramos tempos novos.

O louvor que enche a noite de Belém traduz, ao mes

comunicações NOVEMBRO/DEZEMBRO 2022 DO MINISTRO PROVINCIAL
(Lc 2,14).
mo tempo, a expectativa e a realização das promessas de Deus. As lições do presépio revelam Jesus Cristo como atenção de Deus para com suas prediletas criatu ras. Jesus Cristo,encarnado na história humana, vestido da fragilidade nossa, é dom do céu que oferece à terra possibilidades de plenitude. Jesus Cristo é sinal incon teste do amor do Senhor e da sua escolha pela criatura mais frágil. Jesus Cristo, Príncipe da Paz anunciado pe los profetas, é a mais límpida tradução da boa vontade de Deus em relação à aliança que Ele constantemente renova com a humanidade. 2022

MINISTRO PROVINCIAL

...“e paz na terra aos homens de boa vontade”

Baseadas na Vulgata, algumas traduções com plementam assim a saudação anunciada aos pasto res de Belém. No entanto, a forma desde há muito proposta pelos estudiosos “paz na Terra aos homens que Ele ama”, comporta uma interpretação que su gere ênfase, nem tanto à disposição voluntária do ser humano, notadamente aqueles que demonstram boa vontade, mas à disposição generosa de Deus que oferece a todos o seu amor.

Em uma celebração natalina, o Papa Bento XVI discorreu acerca desta controvérsia exegética. As sim ele se posicionou: “A tradução latina desta frase, que usamos na Liturgia, remonta a São Jerônimo. Precisamente nos últimos decênios, esta expressão ‘homens de boa vontade’ entrou de modo particular no vocabulário da Igreja. Mas qual é a tradução justa? Devemos ler, juntas, as duas versões; só assim compreendemos retamente a frase dos anjos. Seria errada uma interpretação que reconhecesse apenas o agir exclusivo de Deus, como se Ele não tivesse chamado o homem a uma resposta livre e amorosa. Mas seria errada também uma resposta moralizan te, segundo a qual o homem, com a sua boa vontade, poderia, por assim dizer, redimir a si próprio. As duas coisas andam juntas: graça e liberdade; o amor de Deus, que nos precede e sem o qual não o pode remos amar, e a nossa resposta. O entrelaçamento de graça e liberdade, o entrelaçamento de apelo e resposta, não podemos dividi-lo em partes sepa radas uma da outra. Ambas estão indivisivelmente entrançadas entre si. Assim, essa frase é simultaneamente promessa e apelo” (Papa Bento XVI, dezem bro 2010).

Basta a boa vontade

Se alguns quiserem receber esta vida e vierem aos nossos frades, mandem-nos aos seus ministros pro vinciais, aos quais somente e não a outros se conceda a licença de receber frades. Mas os ministros exami nem-nos diligentemente sobre a fé católica e os sacra mentos da Igreja. E se crerem em todas essas coisas e as quiserem confessar fielmente e observar firmemen te até o fim (...), digam-lhes a palavra do santo Evan gelho (cfr. Mt 19,21) que vão e vendam todas suas coisas e procurem distribuí-las aos pobres, mas se não o

puderem fazer, basta-lhes a boa vontade (RB 2).

Condição suficiente para ser acolhido na Ordem, a boa vontade pode ser havida como característica fundamental do irmão menor. Assim como muitas expressões e conceitos desgastados pela exaustiva repetição ou por diversa interpretação, a boa vonta de elementar merece acurada atenção. Diante desta empreitada não se equivoca quem se vale das refle xões kantianas, o pensador que consagrou a boa vontade como “o bom sem limitação”. Assim Kant (1724-1804) teria afirmado: “Neste mundo, e até fora dele, nada é possível pensar que possa ser con siderado como bom sem limitação a não ser uma só coisa: uma boa vontade”.

Algumas qualidades humanas, tais como coragem, compaixão, moderação, autodomínio, calma, costumam ser associadas ao bom e, em tese, são atitudes moralmente boas e devem ser cultivadas. No entanto, o filósofo alerta que, ainda que nobres, tais comportamentos não estão isentos daquelas condições limitantes e, por isso, podem sofrer de incompletude e de tudo aquilo que a incompletude traz consigo.

Quando as ações corajosas, compadecidas, mo deradas e calmas são resultado de opções descom promissadas ou imediatistas, elas podem facilmen te escorregar para o egoísmo ou, o que é pior, para a dissimulação interesseira. A garantia do êxito supõe a síntese do bom comportamento e da boa vontade, a síntese entre o bom agir e a boa motivação. Neste caso, a conquista pode até ficar aquém daquilo que incialmente foi projetado; no entanto, a tenacidade empenhada em alcançar a reta fé, a firme esperança e a perfeita caridade suplanta todo limite.

Falta boa vontade

O crescente subjetivismo, que criou raízes pro fundas entre nós, não favorece a constituição de uma cosmovisão abrangente. O universo se restrin ge à soma de valores e expectativas com o tamanho da satisfação estritamente pessoal ou, no máximo, à garantia de segurança do meu grupo seja familiar, seja corporativo. Multiplicam-se episódios de pes soas que se autodenominam “de bem”, ou “de boa vontade” que facilmente se recusam a perceber os

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DO

danos que suas opções têm promovido. Respaldados por uma visão complacente e enganosa de si mes mos, pessoas e grupos se apresentam como defensores do que consideram verdadeiro e bom e se põem a ofender, agredir e eliminar a tantos que pensam de forma diversa. Em profusão são registradas cenas de intolerância e violência promovidas por grupos ou pessoas que repetem métodos autoritários que vi sam impor, a qualquer preço, suas convicções e proje tos. Até o universo religioso se deixou contaminar por esta postura que desdenha da alteridade, não cultiva a postura dialogal, solidária, empática, sinodal e, mui to menos, fraterna.

A falta de boa vontade nos relacionamentos inter pessoais, nos tratados entre os organismos e povos tem levado ao esgarçamento do equilíbrio da socie dade. A avidez pelo lucro, somada às irrefletidas com preensões de mérito e competitividade, aprofundam o fosso que separa ricos e pobres, agridem os já debilitados ecossistemas e elevam quase ao ponto de não retorno uma crise global sem precedentes.

A reflexão proposta por Leonardo Boff acende o sinal de alerta e aponta solução: “Se a boa vontade não for a atitude prévia a tudo que pensarmos e fi zermos, será impossível criar-se uma base comum a todos. Só contando com a boa vontade de todos po demos construir algo bom para todos. Em momentos de crise é a boa vontade o fator principal de união de todos para uma resposta que supere a crise. Se a boa vontade é assim tão decisiva, então urge suscitá-la em todos. Em momento de risco, como o atual estado da Terra que se parece a um Titanic soçobrando, todos, até os principais responsáveis pela crise atual, podem ajudar com um mínimo de boa vontade. É a condição de sua sobrevivência. Os conflitos de classe continuam virulentos e devem ser tomados a sério, mas em situação extrema, devem ser relativizados. Em todos vigora um mínimo de capital de boa vontade. Se cada um, de fato, quisesse que a humanidade desse certo, com a boa vontade de todos, ela daria certo”.

A boa vontade de Deus

Nos votos matrimoniais, nas promessas dos con selhos evangélicos e em tantos outros momentos em que se evidenciam os fundamentos da aliança de Deus com seus amados, a livre vontade e a disponibi lidade generosa são manifestadas. O consentimento dos noivos é inaugurado pela pergunta: “É de livre e espontânea vontade que o fazeis”? No pedido para

a profissão religiosa o candidato apresenta sua livre vontade que o habilita a assumir os compromissos advindos da consagração. A sustentação de tais manifestações não é outra senão aquela disposição que sobe aos céus em prece ensinada pelo próprio Filho de Deus “Seja feita a vossa vontade, na terra e no céu”. A liberdade da vontade a torna boa; a liberdade da vontade a torna desapegada de qualquer reserva, a liberdade da vontade a torna plena, ilimitada. No momento mais agudo do sofrimento no Monte das Oliveiras, Jesus reúne todas as suas forças e diz: “Não como eu quero, mas como tu queres” (Mt 26,39). A mãe de Jesus, Maria Santíssima, com corajosa dispo sição também exclamou: “Eis me aqui; faça-se confor me a vossa palavra” (Lc 1,38).

“Aqui estou!” Tenho grande alegria em fazer a tua vontade, ó meu Deus; a tua lei está no fundo do meu coração” (Sl 40). Assim como o salmista, homens e mulheres consagrados, com ouvidos atentos e olhos fixos no Senhor, reconhecemos sua inolvidável boa vontade para conosco. Ao reviver o mistério do Natal de Jesus reconhecemos a dádiva oferecida a todos. Ao vestir-se de humana gente, o Senhor do céu e da terra cobre de luz o caminho que conduz à santida de. Noite enluarada da história humana, o Natal nos oferece a antevisão da plena glória que a enche toda a terra e a aproxima do céu. O nascimento do Menino em Belém faz explodir em nós exultante alegria e confiança.

O Senhor nos ama e demonstrou sua boa vontade para conosco. Boa vontade que suplanta nossa fragi lidade e nos torna pessoas capazes de amar com ele. Na medida em que correspondermos a tão grande amor veremos reinar a paz sobre a terra. Paz abun dante, paz transformadora, paz que sustenta a teimosa esperança que dá sentido aos nossos dias.

O Natal do Senhor inaugure tempos novos; tem pos com a marca da reconciliação; tempos a serem vividos sob o signo do respeito e do acolhimento das diferenças. A ternura do Menino sobre as palhas inun de nossos relacionamentos e nos leve ao abraço que recompõe, que repropõe a fraternidade.

Feliz Natal aos homens e mulheres que, incansa velmente, perseguem a boa vontade e, por isso, po dem experimentar a largueza do amor do Senhor.

Paz e Bem!

comunicações NOVEMBRO/DEZEMBRO 2022
DO MINISTRO PROVINCIAL
Frei Paulo Roberto Pereira MINISTRO PROVINCIAL

EVANGELIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO - FINAL

Continuação da edição anterior.

2 A EVANGELIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO

COMO PROJETO PROVINCIAL

Façamos uma síntese das ideias presentes no Plano de Evangelização da Província:

NOSSA VOCAÇÃO E MISSÃO

Somos chamados por Deus a viver o Evangelho de Jesus Cristo, segundo a forma revelada por Deus a São Francisco de Assis, e enviados a evangelizar pela vida, obras e palavras, como irmãos e menores.

2.1- Por que optamos pela educação na atualidade?

“Os frades da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, desde seus inícios, sempre investi ram na educação, num trabalho conjunto com a evan gelização. São herdeiros de uma inegável e rica história na área da educação, desde os tempos mais antigos aos mais recentes.

É sabido que os franciscanos restauradores da Província, no início do século XX, primeiro procuravam levantar a es cola paroquial e só depois a matriz. Havia as diretamente ligadas à Província, a ponto de seus diretores serem nomea dos pelo Definitório (Blumenau, Lages, Petrópolis, Pari, Curi

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tiba, Florianópolis, Rodeio, Curitibanos, Porto União, Quissa mã, Ipanema, entre outras).

Havia as ligadas à Paróquia (Alto da Serra, Duque de Caxias, São João do Meriti).” (Neotti, Clarêncio - Francisca nos na Educação, São Paulo,1985). Foram muitas as escolas paroquiais criadas pelos franciscanos como nucleadoras de comunidade e fontes de evangelização.

A produção de cartilhas e livros didáticos impressos na gráfica São José, fez nascer a Editora Vozes, e espalhou este material, a partir da Escola Gratuita São José, de Petrópolis, para outros colégios em todo país.

A presença dos frades nos seminários com uma forte educação humanística: Rio Negro, Luzerna, Agudos, Itupo ranga, Rodeio, Guaratinguetá. Os Institutos próprios, a Filo sofia em Curitiba (Faculdade de Filosofia São Boaventura), a Teologia em Petrópolis (Instituto Teológico Franciscano – ITF).

A expressiva atuação das Instituições pertencentes à Província: Associação Franciscana de Ensino Senhor Bom Jesus (AFESBJ) e a Casa Nossa Senhora da Paz – Ação Social Franciscana (CNSP-ASF). As duas Instituições presentes nos estados de Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, e Rio Grande do Sul.

A FAE presente em Curitiba, São José dos Pinhais e Blu menau. A CNSP presente em Bragança Paulista, Itatiba e Campinas. Temos ainda 30 anos de presença em Angola onde há investimento em escolas.

A Igreja e a Ordem dos Frades Menores consideram a educação “como uma plataforma fundamental e privi legiada de evangelização”. Em comunhão com a Igreja, a missão evangelizadora dos irmãos da OFM exigiu, “quase desde suas origens, ocupar-se da tarefa educativa nas es colas e universidades e, depois, nas chamadas terras de missão”.

Nas Diretrizes Gerais da Ordem para a educação, pede -se que os frades “prestem especial atenção à evangeliza ção dos jovens. As entidades que têm colégios ou dirigem centros educacionais ofereçam aos jovens uma formação inspirada nos valores evangélicos franciscanos”.

Segundo o sentir da Ordem hoje, “esta atividade educa tiva permite colocar as bases do que hoje se denomina di álogo intercultural e inter-religioso. Uma realidade que nos leva a recuperar com espírito crítico as grandes tradições filosóficas, teológicas, místicas e artísticas de nosso patri mônio franciscano, como sustentáculo de nossa missão de pregar o Evangelho por palavras e obras, no meio da cultura contemporânea”. (cf. OFM – Secretariado para a Evangeliza ção, Ide e ensinai, Diretrizes Gerais para a Educação Francis cana, Roma, 2009).

Em 2013, o Papa Francisco, ao se referir à educação

no encontro com os superiores religiosos do mundo, no Vaticano, assim se expressou: “Os pi lares da educação são: transmitir conhecimento, transmitir modos de fazer as coisas, transmitir va lores. Através destes se transmite fé. O educador, ou educadora, deve estar à altura das pessoas que educa; ele ou ela precisa se integrar sobre a forma como anunciar Jesus Cristo a uma geração em constante mudança. A educação hoje é mis são central”.

Sendo a educação plataforma privilegiada de evangelização e lugar tradicional de nossa presen ça, queremos:

Viver e difundir no ambiente educacional os ensi namentos de Jesus Cristo e os valores franciscanos como a solidariedade, fraternidade, minoridade, o espírito de oração, o amor ao próximo, o volunta riado, a ecologia, a cortesia, a justiça e a paz.

Permear significativamente a vida universitária, no âmbito da pesquisa, do ensino e da extensão, por meio de projetos e atividades nos três eixos da Pastoral: espiritualidade, reflexão-formação e ação social solidária.

Gerar uma nova cultura da paz, do encontro, do diálogo com as diferentes culturas e crenças, e da solidariedade com os empobrecidos, pelo testemunho profético dos valores evangélicos franciscanos.

2.2

– Como estar na Educação

Nas Fontes Franciscanas, encontram-se vários elementos que qualificam São Francisco de Assis como “mestre de vida integral”. Narra-se acerca de muitos pequenos gestos de amor, cortesia, respei to, gratidão e bondade que atestam a sensibilidade de Francisco como educador e evangelizador.

Como educador e evangelizador, Francisco tinha a preocupação de primeiramente praticar o que, em seguida, havia de ensinar por palavras. Pois, uma educação libertadora requer coerência de vida com os valores que verdadeiramente liber tam e promovem a vida integral da pessoa.

A presença franciscana no mundo, especial mente no campo da educação, caracteriza-se pelo modus vivendi , ou seja, pela sua maneira amorosa de ser e fazer todas as coisas. O educa dor franciscano valoriza cada pessoa na sua in dividualidade e nas suas múltiplas relações com os semelhantes, com todos os seres da criação e com o Criador.

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Há muitos desafios como oportunidade de crescimento, de revitalização do carisma fran ciscano e do ardor missionário:

Ser presença evangelizadora com valores francis canos e com a qualificação humana e profissio nal que o serviço exige.

Oferecer educação de qualidade aos professores, alunos e colaboradores, à luz da espiritualidade evangélica e franciscana, visando criar mais es paços de encontro e diálogo intercultural e in ter-religioso, respeitando as crenças, valores, ap tidões e vicissitudes de cada pessoa.

Dar mais visibilidade ao Carisma Franciscano nas entidades de ensino.

Formação integral e transformacional do ser hu mano e da sociedade.

Envolver sempre os educandos nos projetos de missão e solidariedade que desenvolvemos.

Fortalecer as atividades pastorais: familiaridade com a Palavra de Deus, reflexões, retiros, celebra ções litúrgicas e encontros de formação francis cana.

O anúncio do Evangelho e do nosso estilo de vida às culturas profissionais, científicas e acadêmicas, como “encontro entre fé, a razão e as ciências, criando predisposições para que o Evangelho seja escutado por todos” (EG 132). Dessa forma, os espaços pedagógicos e acadêmicos tornam-se meios favoráveis à evangelização e à interação, acolhida e respeito às diferentes culturas.

A cultura do encontro, da alteridade e do diálo go aberto e respeitoso com as realidades multi culturais e inter-religiosas, propiciando relações de reciprocidade e de promoção da unidade, da justiça e da paz.

O uso responsável das novas tecnologias.

As escolas e universidades como âmbitos privi legiados para pensar e desenvolver atividades evangelizadoras de modo interdisciplinar e in clusivo.

Incluir o Projeto de Evangelização nas disciplinas institucionais (Estudo do Ser Humano Contem porâneo – ESHC, Ética e Empreendedorismo). Apoiar, estimular e implantar o Projeto Virtudes e Atitudes.

Temos também alguns riscos e tentações: Estar na educação sem perspectiva de evange lização, sem referência da fraternidade, sem um projeto comum.

Conformar-se com o neoliberalismo que faz da educação uma oferta de mercado, seguindo a lógica empresarial. Perpetuar-se nas funções com personalismo e inflexibi lidade.

Contentar-se em dar um verniz franciscano à Instituição enquanto sua filosofia é dada por outros.

Não cair no tecnicismo, na competitividade voraz de lu cratividade e produtividade.

Não assumir com convicção uma identidade franciscana, cristã e católica.

Fechar-se apenas na própria atividade e setor, renuncian do a comunhão que torna o esforço p mais eficaz.

Não ir ao encontro dos que estão nas periferias existen ciais e geográficas.

2.3 Fundamentando mais algumas ideias sobre a Evangelização na Educação

Este tema é muito importante que gerou uma obra mui to necessária: Universidade em Saída – Identidade e Missão à luz do humanismo integral, Edições CNBB, autor José Abel de Souza. Vou reproduzir aqui algumas ideias deste livro que ajudam a fundamentar o tema. Dom Joaquim Mol, ao apresentar o livro diz: ” (...) esta obra é uma explicitação do que é o humanismo cristão, o humanismo integral, como elemento chave não apenas para a compreensão da identi dade e missão de uma universidade católica em saída, mas para operar a identidade e a missão, de modo que aquilo que compreendemos é também aquilo que praticamos, experimentamos e vivemos no cotidiano da comunidade universitária que mistura sem confundir e distingue sem separar, um corpo discente, um corpo docente e um corpo técnico-administrativo em diálogo e interações permanen tes, com vistas a cumprir bem seu papel no mundo, pois a universidade católica é um meio de evangelização quando valoriza o conhecimento em si mesmo e quando o coloca na fecunda e ambiciosa relação com o seu entorno socio existencial e ambiental” (Obra citada,p.12).

“Todos nós, de algum modo, nos damos conta das rá pidas e sucessivas transformações socioculturais, das múl tiplas e desconcertantes leituras da realidade à nossa vol ta. Esse fenômeno atinge todos os setores sociais: família, ensino, cultura, política, economia. Todos somos um pouco estrangeiros na atual sociedade, uma vez que não conse guimos conhecer, e, portanto, não dominamos toda a sua enorme e variada realidade (...). Defenderemos que evan gelização e humanização se complementam e se funda mentam na antropologia teológica cristã, que apresenta a premissa segundo a qual o ser humano só se realiza plena mente enquanto ser relacional” (Obra citada, p.19).

Diálogo, integração, interdisciplinaridade, transdiscipli

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naridade são todos termos atualmente usados com frequ ência para indicar o método com o qual se quer caracterizar a abordagem do saber. Hoje existe uma postura de recon sideração do caminho da ciência. A “virada” apenas aconte ceu quando o ser humano procurou refletir não apenas so bre as “leis da natureza”, mas sobre si mesmo, questionando o rumo da ciência que, quando não estava a serviço do ser humano, acabava por destruí-lo, como foi o caso das duas guerras no século XX, a idolatria da máquina que degenera o ser humano e estraga o mundo e as desigualdades so cioeconômicas existentes de Norte a Sul do planeta. (Obra citada, 21).

No que diz respeito a à universidade católica vale sa lientar que a universidade é, nas suas origens, uma das ex pressões mais significativas da solicitude da Igreja. O seu nascimento está ligado ao desenvolvimento das escolas constituídas na Idade Média pelos bispos das grandes sés episcopais. Embora as transformações da história tenham conduzido a Universitas magistrorum et scholarium, a tornar-se cada vez mais autônoma, nem por isso a Igreja deixou de nutrir por ela menos solicitude que na origem de sua instituição, uma vez que o contato do cristianismo com o mundo da cultura sempre suscitou, na Igreja, o problema de integrar ciência e fé. (0bra citada, 22)

Desde as origens, a Igreja procurou ser promotora do saber, das ciências, das artes, da cultura. Já no século II d.C, apareceram, sob o seu impulso, centros de cultura cristã, os chamados didascália, entre os quais sobressaíram os de Ale xandria, no Egito, de Esmirna e de Edessa, na Ásia Menor, e de Roma. Um momento importante na história da cultura universal-sem falar da contribuição dada pelas abadias bene ditinas na Idade Média – foi a fundação, a partir do século XII, das universidades de Bolonha, Pádua, Paris, Oxford, Salaman ca e outras promovidas, de um modo ou de outro, pela Igreja. Com a presença marcante da Igreja na atividade educacional nos séculos XII-XIV, é normal que as universidades tenham procurado uma integração, no saber, entre ciência e fé. Nesse período, a universidade plenamente integrada compreen dia quatro faculdades: Teologia, Direito, Medicina e Artes. As épocas da Renascença e do Iluminismo marcam a crise desse modelo: o famoso Institut Catholique de Paris lembra pelo ter mo, o fato que, por muito tempo na França, uma instituição católica não podia receber o título de “universidade”. Desse modo, quando os Estados passaram a fundar universidades, a Igreja continuou promovendo a ciência e a cultura em cen tros acadêmicos próprios (Obra citada,22).

Por que a Igreja Católica continua à frente de universi dades, sobretudo em tempos de crescente diversidade reli giosa, de agnosticismo e de ateísmo? O cardeal John Henry Newman, a pedido da hierarquia da Igreja na Irlanda, por

volta de 1850, se empenhou em apresentar o que foram se tornando os fundamentos de uma univer sidade católica (...) O que tem a ver a religião com a ciência? Como se pode conceber um direito católi co? Ou uma engenharia ou uma matemática católi ca? Não seria melhor que a Igreja aconselhasse seus fiéis a entrarem nas universidades leigas e aí, nas cátedras, fazer seu apostolado? Que a Igreja queira ter os seus estabelecimentos de Ensino Superior é lícito, mas como e até quando irá resistir à concor rência das outras universidades, principalmente as do Estado, que contam, em geral, com mais verbas? (Obra citada,23).

Partimos da concepção de universidade enten dida como Studio Generale ou escola de conheci mentos universais, uma instituição de Ensino Supe rior que compreende várias faculdades destinadas à investigação e à pesquisa científica e que confere graus acadêmicos correspondentes, uma vez que toda universidade tem entre seus principais obje tivos preparar culturalmente pessoas capacitadas a dirigir a sociedade, dando-lhes uma formação in tegral pela aquisição da verdade, por meio da pes quisa científica. Portanto, a universidade, qualquer que seja a sus especificidade, terá que unir mestres e discípulos para a obtenção desse sublime esco po” (Obra Citada, 24)

O vocábulo “universidade” remete a “universo”, que significa o conjunto da criação, sendo o univer so uma palavra de origem latina (universus) com posta de “uno” e “verso”, cujo significado é rumo à unidade. A universidade é uma representação do universo, pois nela coexistem inúmeros bens: o co nhecimento, a experiência, o interesse e a paixão pela ciência. Há nela, constantemente, perguntas que dificilmente seriam postas ou trabalhadas com a mesma intensidade em outros ambientes. Faz parte da universidade também a reflexão crítica, o aprofundamento, a busca pela verdade, a inquie tação de conhecer sempre mais e melhor o ser humano a partir da contribuição das distintas dis ciplinas, a busca de soluções criativas para os mais diversos problemas e a procura pela compreensão do todo também por meio da música, da literatura, do teatro, etc” ( Obra citada, 24).Na situação pre sente, as Universidades Católicas têm a missão de resgatar a própria ideia de universidade. As Univer sidades católicas, por causa de sua identidade e por causa da sua história estão em condições de poder modificar, pelo menos parcialmente, a tendência

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atual” (Zamagni, S. A Identidade e a missão de uma universidade católica. São Leopoldo: Cadernos IHU Ideias, 2013, v.185, n.11, p.8).

Retomando o bom texto de José Abel de Sousa ele cita quatro aspectos importantes: 1. O serviço à Igreja e à sociedade: que se traduz na busca por uma fé entendida como ato de adesão e compro misso com o conteúdo da revelação realizada por Jesus Cristo em harmonia com a razão no contexto específico da cultura compreendida no conjunto da vida humana. 2. A pastoral universitária: como protagonista do anúncio do Evangelho a ser rea lizado por meio do diálogo e deverá ter em vista a busca pela verdade. 3. O diálogo cultural: como foco do ideal que ilumina a realidade da universi dade no âmbito de construção do conhecimento que, no caso da universidade católica, deve estar sob a iluminação do Evangelho e deve ter em vista o seu anúncio dentro da universidade (meio acadê mico) e também fora. 4. A evangelização que deve acontecer por meio da integração fé e vida, objeti vo último da missão evangelizadora da universida de católica e se dá a partir da interação entre rea lidade e ideal. (cf. José Abel de Sousa, Universidade em Saída – Identidade e missão à luz do humanismo integral, Edições CNBB, 2022 ,p.35).

A função de evangelizar o meio acadêmico foi, desde sempre, a razão de ser e de existir da uni versidade católica. Nos tempos atuais, marcados pela diversidade religiosa, pelo pluralismo cultural, e pela crescente secularização, mais do que nunca cabe enfatizar que a missão evangelizadora da uni versidade católica deve ser compreendida à luz do humanismo cristão ou crístico, uma vez que toda humanidade, não apenas os cristãos, está assinala da pelo dom de Deus (Obra citada, 42).

Educação e evangelização são ambas dimensões eclesiais que devem estar sempre integradas, pois, embora distintas, são complementares. O processo de evangelização na universidade católica é tam bém eclesial, e, por isso, necessita manter o caráter de continuidade histórica do itinerário de promo ção da vida pela fé, iniciado com Jesus, no mundo e para o mundo. Partimos da constatação de que é necessária a superação de uma ciência fragmentária e da reinvindicação de uma educação integral, com prometida com o desenvolvimento harmônico das qualidades do ser humano: “Educar é atitude, mas não qualquer atitude. A atitude esperada da educa ção católica é aquela que considera o despertar da

consciência do estudante para a beleza da vida e do mundo” (Mendonça, S. Educação católica, ciências e educação a urgên cia do “Instrumentum Laboris”. Revista Reflexão. Pontifícia Uni versidade Católica de Campinas, 2018, v.43, n.1, p.71).

Segundo Paulo VI na Evangelii Nuntiandi, evangelizar sig nifica “levar Boa-Nova a todos os ambientes da humanida de e, com o seu influxo, transformar desde dentro, renovar a própria humanidade” (n.18). Já o termo “pastoral” diz res peito ao empenho de organizar as ações evangelizadoras dos cristãos, ela está ligada a realidades específicas, a ne cessidades prementes. Faz uso de meios adequados para se chegar a fins predeterminados. Compete à pastoral cuidar da organicidade e da processualidade das ações evangeli zadoras dos cristãos.

A pastoral cumpre a tarefa de concretizar setorizando o processo de evangelização. Ela é parte do processo de evangelização e está referida a uma comunidade guiada de algum modo por um pastor. Evoca a ideia de acompanhar, doutrinar, ensinar, conduzir, A tradição cristã utiliza a me táfora do pastor de ovelhas para simbolizar o cuidado de Deus pelos seres humanos.

Em termos teológicos, a pastoral é a ação evangelizado ra organizada da Igreja no mundo. Pastoral remete à práxis que é ação transformadora, porém, articulada com a reflexão; práxis não é, como comumente se afirma, um simples sinô nimo de prática, de ação ou comportamento. Não é oposto de teoria. Práxis é aqui entendida como forma concreta de desempenho histórico; é o agir consciente da história. A prá xis cristã é a concretização consciente na vida do alcance éti co-histórico da fé. A pastoral pressupõe atenção à realidade concreta das pessoas, é a práxis cristã que visa responder aos seus apelos em seus contextos vitais” (Obra citada, 59).

CONCLUSÃO

Precisamos muito das motivações evangélicas e fran ciscanas no nosso Projeto Educacional. Nós estamos nos ombros daqueles que vieram antes de nós e nunca esque ceram desta verdade: fazer do franciscanismo na educação uma presença evangélica, mística e profética. Precisamos viver isto sempre de forma nova, com muita abertura para as surpresas do Espírito. O franciscanismo é uma grande inclusão em meio à diversidade, é um dom para o mun do, uma tradição viva e verdadeira que atravessa séculos. Possui uma energia muito forte porque sempre acreditou na força das pessoas que se unem de modo fraterno. Conti nuemos com força e fé, neste sentir-se bem onde o Senhor nos enviou para servir e anunciar a Boa Nova!

comunicações NOVEMBRO/DEZEMBRO 2022
666 formação permanente

O milagre que Deus mais deseja

Soa estranho o ensino do livro da Sabedoria: “Ele (Deus) se deixa encontrar pelos que não exigem provas e se manifesta aos que Nele confiam” (Sb 1,2). Será que seu hagiógrafo é contra a ciência e/ou estudos?!

O apóstolo Pedro escreve: “Estai sem pre prontos a dar a razão da vossa fé a todo aquele que vo-la pedir; fazei-o, porém, com mansidão e respeito” (1Pd 3,15-16).

Jesus aprofundava-se nos estudos da Bíblia. Tinha o costume de todo o sábado ir na sinagoga onde se “leem as Escritu ras” (Lc 4,16). No diálogo com os fariseus e doutores da Lei, afirma que as “Escrituras não erram” (Jo 10,34-35) e que desconhe cem o que elas ensinam sobre a Ressur reição (Mt 22,23-33). Aos discípulos de Emaús, chama-os de “lentos em entender o que dizem as Escrituras” (Lc 24,25-27).

São Paulo orgulha-se de ter ido a Je rusalém e estudar a Torah com o melhor professor da época, Gamaliel (At 22,3).

Ciência e fé são duas mãos que se entrelaçam em mútua complementarie dade. O protótipo desta realidade, pode mos vê-la no discurso de Jesus sobre a Eucaristia (cf. Jo 6,1-71).

Após a multiplicação dos pães, o povo o aclama como rei. Ao percebê -lo, toma uma atitude um tanto estra nha, despedindo o povo e obrigando os apóstolos a retornarem a Cafarnaum. Depois, retirou-se, sozinho, na montanha para rezar. O evangelista não diz qual foi o conteúdo, mas podemos deduzi-lo pela narrativa que segue.

De fato, no dia seguinte, quando a multidão vai ao seu encontro, Jesus diz, abertamente: “Vós me procurais porque se saciaram de pão”. A partir daí, começa a expor a doutrina eucarística: “Trabalhai não só pelo pão que perece, mas por aquele que dura eternamente [...]. Vossos pais comeram o maná no deserto e mor reram [...]. Eu sou o pão vivo descido do céu e quem comer deste pão viverá eter namente [...]. Quem come a minha carne e bebe meu sangue tem a vida eterna e eu o ressuscitarei no último dia.”

Tal doutrina provocou um murmúrio generalizado: “Como pode este homem dar-nos de comer sua própria carne”?! Outros o questionam, perguntando:

“Que sinais realizas para que possamos crer em ti”?

Jesus não apresenta nenhuma prova. Simplesmente, por seis vezes, reafirma: “Eu sou o pão vivo descido do céu”.

Diante desta insistência e sem apre sentar provas, “muitos o abandonaram e não andavam mais com ele.

Dirigindo-se aos apóstolos, diz: Vós, também, quereis ir?! Ao que Pedro res pondeu: A quem iremos, Senhor?! Só tens palavras de vida eterna”! Ele mesmo se revela como eterno e, somente, a fé sustenta esta verdade!

Jesus não é um mestre populista que, quando abandonado, não corre atrás do povo, prometendo suavizar o ensina mento ou, até, modificá-lo. Na escolha entre a multidão e o Pai, Ele fica com o Pai.

Podemos perceber que o livro da Sabe doria e Jesus caminham juntos. São duas mãos que se entrelaçam e fazem parte integrante do ser humano. Aliás, o próprio Deus, ao criá-lo, fez um boneco de barro (matéria) e nele soprou seu espírito. Desde, então, tornou-se um “ser vivente” (Gn 2,7).

O ser humano é fruto desta união. Fal tando uma delas, fica manco.

No último Regional do Espírito Santo, em Vila Velha, o Ministro Provincial visi tou-me em Colatina, uma vez que esta va me restabelecendo de uma cirurgia intestinal. Ao saber que esta era a quarta cirurgia e que sua recuperação é lenta –pediu-me que escrevesse sobre o que o sofrimento pode nos ensinar.

O maior deles é o conceito sobre o próprio Deus, pois “Ele se deixa encontrar

pelos que não exigem provas e se mani festa aos que Nele se confiam”, isto é, Ele mesmo vai se revelando.

Todos passam por cruzes e sofrimen tos e, nossa tendência, é pedir que Deus nos traga uma cura, ou milagre. É o que eu, meus familiares, os parentes e paro quianos fizemos.

Porém, conscientizei-me que, para Deus, é fácil tirar todos os males, pois tais milagres só dependem Dele. Mas o mila gre que mais quer realizar é aquele onde há a colaboração de quem o pede, é co locar nossa mão, na Dele.

No Getsêmani, os quatro evangelistas mostram o sofrimento pelo qual passou: estava, interiormente, perturbado e apa vorado, envolvido numa tristeza mortal a tal ponto de transpirar sangue.

Rezava com insistência: “Pai, se for possível, afasta de mim este cálice. Não se faça a minha vontade, mas a tua”.

O Pai lhe não tirou a cruz, mas o acompanhou em todo processo da paixão onde teve uma conduta irrepre ensível. Não se alterou diante das falsas testemunhas, nem revidou às violências sofridas, aos insultos recebidos e às pro vocações que lhe eram feitas. Ao contrá rio, rezou e perdoou. É a mão do Pai que o acompanhou e o ressuscitou glorioso.

É esse o milagre que Ele mais deseja fazer. Quando, “minhas mãos estão nas Dele”, Ele nos ajudará a carregar a cruz até chegarmos ao nosso calvário e nos res suscitará para uma vida onde não haverá mais sofrimentos e morte.

Por isso, quero agradecer a Deus pela medicina que me sustentou nas cirurgias e quando ela mesma previu que, depois da primeira em 1986, viriam outras e que sua recuperação é de dois a seis meses.

Agradecer a Deus pelas orações que me ajudaram a manter minha mão na Dele.

Agradecer a Deus pela Província que, por dois meses, custeou as despesas de uma cuidadora/24 horas.

Agradecer, principalmente, porque Ele mesmo me fez compreender que “se deixa encontrar pelos que não exigem provas e se manifesta aos que Nele con fiam”. Obrigado, Senhor!

comunicações NOVEMBRO /DEZEMMBRO 2022

formação e estudos

Frades estudantes recebem Ministério do Acolitado

Na festa de São Lucas (18/10), sete frades do tempo da Teologia deram mais um passo em seu processo voca cional e abraçaram com ‘sim’ generoso ao ministério que a Igreja confere àqueles que se colocam a serviço do Reino de Deus, sendo instituídos acólitos para prepa ração do Altar do Senhor. A Celebra ção Eucarística, onde se deu o rito de instituição, foi presidida por Frei Paulo Roberto Pereira, Ministro Provincial.

Antes do início da homilia, os frades que seriam instituídos acólitos foram apresentados por Frei Marcos Antonio de Andrade, mestre dos frades forman dos do tempo da Teologia, sendo eles: Frei André Santos Sungo Mingas, Frei Andrei Nascimento dos Anjos (Custódia São Benedito), Frei Danilo Santos Olivei ra, Frei Fábio Melo Vasconcelos (Custó dia São Benedito), Frei Felipe Medeiros Carretta, Frei José João Ganga e Frei Miguel Tchiteculo Tchindjombo Filipe.

Muitos motivos para celebrar

Frei Paulo começou a partilha da Pa lavra saudando os irmãos apresentados e a seguir pediu ao povo de Deus pre sente na celebração orações por seus

confrades para que desempenhem com fidelidade a nova missão por eles abraçada neste dia. Estendendo a sua saudação em seguida, aos demais concelebrantes, Frei Jorge Paulo Schiavini, guardião da Fraternidade e na sua pessoa toda a comunidade local, a Frei Gustavo Wayand Medella, Vigário Provincial e nele toda a Fra ternidade Provincial, e por fim, Frei Daniel Dellandrea, Definidor Provincial, e que, nesse mesmo dia celebrava quatorze anos de ordenação presbiteral.

Repleto de motivos para celebrar, esta Eucaristia seria uma frutuosa ação de graças, destacou frei Paulo, relembrando o aniversário de ordenação presbiteral de um dos concelebrantes, há pouco citado, a memória de Santo Antônio da qual, os franciscanos recordam todas às terças-feiras, o 3º dia da novena em preparação à festa de Santo Antônio de Sant’Anna Galvão, a festa de São Lucas, apóstolo e evangelista, e claro, o motivo de sua presença: a instituição do acolitado, aos confrades que cursam o 3º ano de Teologia.

Como preparar a Ceia do Senhor?

A partir dos textos bíblicos propostos pela festa litúrgica, o presidente da celebração começou a guiar a sua reflexão para o tema da misericórdia, destacando esse elemento bastante presente no evangelho luca no: “Quando hoje celebramos São Lucas vamos olhar como ele é conhecido, aquele que cura. Nós quere mos ser curados. Nós temos o dom de curar também. Curar… Aceitar a cura e espalhar a cura através da aceitação da misericórdia e de fazermo-nos instrumen

comunicações NOVEMBRO/DEZEMBRO 2022

tos da misericórdia.”, frisou o Ministro Provincial.

São Lucas é o Evangelista da Mi sericórdia, lembrou Frei Paulo, diver sos são os seus escritos que abordam esse tema, três deles no capítulo 15 e aqui ocasião onde destacou as três “parábolas da misericórdia”(a ovelha perdida, a moeda perdida, e o filho pródigo), de modo breve, e acres centou dizendo que: “O tamanho da misericórdia de Deus só se amplia, e se amplia ainda mais no mistério da Cruz. Precedido do que esses nossos irmãos hoje se dispõem a servir, a ceia. Ali, na Última Ceia, na última refeição antes de entregar-se para salvação de todos nós, o Senhor nos ensina que para participar plenamen te da sua vida, intensamente da sua misericórdia, para sermos curados e termos o dom de curar, é necessário que nós sirvamos”, disse.

‘Mestre, onde queres que preparemos a ceia?’

fazer: Senhor, como queres que nós ajudemos o mundo a reconhecer a Eucaristia, a Palavra, a Ceia, a transfor mação das chagas, a cura das chagas da nossa sociedade? Esse é o serviço da Igreja. Acólito é aquele que serve. [...] Quando a religião, quando a Igreja, quando os ministros na Igreja, quan do os investidos para servir ao invés de servir ao reino de Deus, servem-se a si mesmos, eles negam o princípio elementar da missão da Igreja. Todos nós somos servidores: homens, mu lheres, crianças, jovens, adultos e ve lhos devemos servir à Igreja. Servindo à Igreja na própria Igreja. E servindo à Igreja onde ela tem que estar: no mundo da educação, na comunica ção, na família... Servir a partir de onde a gente trabalha e de onde a gente convive. Ali nós todos devemos nos empenhar em servir. É este projeto que vocês sete hoje assumem, numa demonstração da Igreja servidora como urgentemente necessária para o mundo de hoje.

o percurso vocacional dos frades que seriam instituídos acólitos na celebra ção, bem como a comunidade local que reza pelas vocações, pedindo que o Senhor envie operários à sua messe.

Irmãos que na fé e na caridade servem a mesa do Senhor

Concluída a homilia, seguiu-se a celebração com o rito de instituição dos novos acólitos. Os frades colo caram-se ajoelhados no presbitério diante do Ministro Provincial. Em seguida, Frei Paulo proferiu a seguinte oração:

“Ó Deus de suma bondade que por vosso Filho Unigênito entregastes a vossa Igreja o Pão da Vida. Abençoai estes nossos irmãos escolhidos para o ministério de acólito, e concedei que se dediquem ao serviço do vosso santo altar distribuam fielmente o pão da vida aos seus irmãos e cresçam na fé e na caridade, para a edificação da vossa Igreja. Por Cristo, nosso Senhor”.

- Preparar a ceia, preparar o espa ço ideal para acolher e experimentar a grandeza da mensagem do Senhor

Frei Paulo terminou agradecendo à Fraternidade formadora, e a todos os formadores que acompanharam

Individualmente, os frades que foram instituídos no novo serviço, receberam em suas mãos a patena que nos cura, nos salva e nos liberta é isso o que vocês querem fazer, ajudar o Senhor a preparar a Ceia. Não apenas uma refeição, não apenas um ritual, mas na ceia o Senhor onde se traduz toda sua mensagem, o Senhor evidencia as suas predileções, as suas escolhas, e Jesus escolhe estar ao lado daqueles que sofrem, ali na ceia.

‘Mestre onde queres?

Como queres que preparemos a ceia?

- Essa pergunta, do capí tulo 26 do evangelho de São Lucas, vocês devem fazer-se ao assumir este ministério; todos nós devemos nos

e, recebendo o Pão para a celebração da Eucaristia, rece beram também a missão de proceder servindo de modo digno à mesa do Senhor e da Igreja. O momento foi seguido pela liturgia Eucaris tica, no qual os novos acólitos tomaram parte de seu serviço litúrgico e assim puseram-se a cuidar do Altar na preparação das oferendas. Após, a cele bração, seguiu-se o rito como de costume.

Antes da bênção final, Frei Paulo agradeceu o ‘sim’ generoso de seus confrades pelo serviço que abraçavam e a presença da comunidade.

comunicações NOVEMBRO /DEZEMMBRO 2022 669 formação e estudos

Ordenação Diaconal em Petrópolis

Frei Augusto Luiz Gabriel e Frei David Belineli serão ordenados diáconos pelo Bispo Diocesano de Petró polis, Dom Gregório Paixão, OSB, no dia 17 de dezembro, às 16h15, na Igreja do Sagradoo Coração de Jesus, em Petrópolis (RJ). O lema escolhido para a ordenação foi tirado da Carta aos Romanos 1,5: “E por Ele recebemos a graça da vocação para o apostolado”. Conheça os futuros diáconos:

Frei Augusto Luiz Gabriel

Natural de Xaxim (SC), nasceu no dia 9 de julho de 1994. Ingressou no Seminário Santo Antônio de Agudos (SP) em 2009, onde cursou o Ensino Médio, concluindo em 2011 no Seminário São Francisco de Assis em Ituporanga (SC). Fez o Novi ciado em Rodeio (SC) durante os anos de 2013 até 2 de agosto de 2014, data de sua primeira profissão religiosa. Fez uma experiência pastoral em Santo Amaro da Imperatriz (SC) antes de cursar Filosofia (2015-2017). Em 2018, viveu o Ano Missionário no Convento São Francisco em São Paulo, onde atuou na Frente de Evangelização da Comunicação. Cursou Teologia de 2019 a 2022. Em 5 de dezembro de 2020 fez sua Profissão Solene e, em 2023, estará a serviço da Evangelização em Colatina (ES), na Fraternidade Santo Antônio de Sant’Anna Galvão, e será também animador das Juventudes.

Frei David Belineli

Natural de São Bernardo do Campo (SP), nasceu no dia 20 de Agosto de 1982. Entrou para a vida religiosa em 2012, na Fraternidade Franciscana São Benedito, em Amparo (SP). Fez a sua primeira profissão no dia 5 de ja neiro de 2015, no Noviciado São José, em Rodeio (SC). Cursou Filosofia (2015-2017) em Curitiba, residindo na Fraternidade Franciscana São Boaventura, em Campo Largo (PR). Fez o Ano Missionário em 2018, na Fraternidade Santo Antônio de Qui bala, em Angola. Cursou Teologia de 2019 a 2022, residindo em duas Fraternidades: os dois primeiros anos na Fraternida de Franciscana Sagrado Coração de Jesus, em Petrópolis; e os outros dois anos na Fraternidade Franciscana Nossa Senhora Mãe Terra, em Duque de Caxias (RJ)o. A sua profissão Solene foi no dia 5 de dezembro de 2020, em Petrópolis. Atualmente, Frei David Belineli reside na Fraternidade Franciscana São Francisco, em Duque de Caxias, a serviço da Evangelização.

comunicações NOVEMBRO/DEZEMBRO 2022
670 formação e estudos

O QUE É SER DIÁCONO?

Jesus Cristo nos ensina o verdadeiro sentido de ser um discípulo servidor, como diácono da Igreja, da Província, da Fraternidade da qual estarei inserido. É um tempo propício de serviço em que poderemos exercer com maior atenção o cuidado daqueles que necessitam. Mesmo sendo de passagem, é um período também de aprendizado na vida prática e local de um povo. Creio que na vivência profícua desse tempo de graça e também de alegrias e desafios, poderei responder com maior afinco e propriedade o que é ser diácono. Mas tenho certeza que ser diácono é estar disponível todos os dias para o convite de lavar os pés uns dos outros. Este serviço é o símbolo vivo da diaco nia do mesmo Cristo, nosso Senhor. Assim, a missão do diácono é ser aquele que serve, com constância. E tal missão expressa-se no cuidado dos pobres, enfermos, doentes e marginalizados, em outras palavras: sua missão é ser a encarnação da própria caridade. Deste modo, compete ao diácono animar, reavivar, organizar, sempre pensando no bem-estar dos pobres. Ainda cabe ao diácono o anúncio do Evangelho e a sua prestação de serviço na liturgia. É diante dessa teologia do serviço e do servir, do “lavar os pés” dos mais necessitados, que se expressa a missão teológica do diaconato. Somente se coloca a serviço, aquele que abriu mão do desejo de ser servido. E é assim que se justifica minha motivação para este serviço e missão: “Estar no meio de vós como aquele que serve” (Lc 22,27).

Frei Augusto

Estar a serviço de Deus, da Igreja, da comunidade, da família, dos amigos, sendo como o Cristo, agir com sua misericórdia e despojamento, levando a mensagem da Boa Nova. Estar atento os sinais dos tempos, ensinar, exortar, no testemunho da simplici dade e humildade, agindo com amor e caridade, com todos os povos e criaturas, sem distinção. Ser a extensão do projeto salvífico de Deus, sendo o diálogo, sendo a ponte para o mundo sinodal de paz e bem.

A diaconia revela a missão de servidores e mensageiros do Reino dos Céus. Para este itinerário, o elemento necessário é ação do Espírito Santo, que move, impulsiona, entusias ma, dá coragem, nos enriquece com sua sabedoria. Este ministério proporciona a comunhão eucarística, o lavar os pés dos irmãos.

É um instrumento nas mãos de Deus para edifica ção de toda a humanidade, permanecendo na palavra do Senhor e sendo alicerçado na vida cristã, na busca da vivência dos ensinamentos de Jesus. Ter abertura do coração, dos gestos e palavras em prol da missão da Igreja. Portanto, a diaconia é ser luz, ser alegria, ser fermento, ser sal diante dos desafios que cercam o ser humano e o mun do. O servo fiel que conduz as pessoas a Deus e valoriza os dons recebidos pela gratuidade do Senhor.

DEZEMBRO 2022 671 formação e estudos

Oito jovens fazem a Profissão Solene em Angola

AFundação Imaculada Mãe de Deus de Angola viverá um momento histórico no próximo dia 8 de dezembro. Na soleni dade da Imaculada Conceição, Padroeira da Ordem dos Frades Menores e da Província, oito frades farão a Profissão Solene nas mãos do Ministro Geral Frei Massimo Fusarelli, que visitará pela primeira vez a Missão de Angola, em companhia do Definidor Geral Frei César Külkamp e do Ministro Provincial Frei Paulo Roberto Pereira.

A profissão solene, o último degrau para um frade ingressar definitivamente na vida religiosa, será feita pelos jovens: Frei Alberto Capingala Martinho Sambei, Frei António da Silva Manuel, Frei Daniel Kahuvi Tchitumba Tchikeva, Frei Do mingos Kakanda Soma, Frei Domingos Makuva Paulo, Frei Evaristo Seque Joa quim, Frei Pedro Domingos Caiungue Mugiba e Frei Silvério Munga Canjonde. Esta turma escolheu como lema da profissão: “Entre outros benefícios que temos recebido e ainda recebemos diariamente da generosidade do Pai de

toda a misericórdia e pelos quais temos que agradecer ao glorioso Pai de Cristo, está a vocação que, quanto maior e mais perfeita, mais a Ele é devida” (Testamen to de Santa Clara 2-3)

Cada um dos oito frades farão a profissão, comprometendo-se seguir Jesus Cristo e observando os conselhos evangélicos: “Para louvor e glória da Santíssima Trindade, eu, frei… tendo o Senhor me dado a graça de seguir mais de perto o Evangelho e os passos de Nosso Senhor Jesus Cristo, em tuas mãos, Frei Massimo Fusarelli, com firme fé e vontade, faço voto a Deus, Pai santo e todo-poderoso, de viver por todo o tempo de minha vida, em obediência, sem nada de próprio e em castidade. Ao mesmo tempo, professo a vida e a Regra dos Frades Menores, confirmada pelo Papa Honório, e prometo observá

-la fielmente segundo as Constituições da Ordem dos Frades Menores. Entre go-me, pois, de todo o coração a esta Fraternidade, para que, pela ação eficaz do Espírito Santo, guiado pelo exemplo de Maria Imaculada, por intercessão de nosso Pai São Francisco e de todos os santos, e com a ajuda fraterna de todos, eu possa tender constantemente para a perfeita caridade, no serviço a Deus, à Igreja e aos homens”.

O rito da profissão perpétua cele bra-se dentro da Missa, com a devida solenidade e a participação da comuni dade. Depois da leitura do Evangelho, começa-se o rito na seguinte ordem: chamado do professando; apresentação de sua trajetória vocacional; diálogo com o celebrante; homilia; prostração e Ladainha de Todos os Santos; profissão dos votos e bênção aos professandos.

CONHEÇA OS PROFESSANDOS

Frei Alberto Capingala

Martinho Sambei

Cursa o 4°ano de filoso fia (5°ano de profissão temporária), natural de Lobito (An gola), nasceu no dia 18 de março de 1992. Vestiu o hábito franciscano no dia 6 de Fevereiro de 2017 e fez a sua primeira Profissão no dia 8 de janeiro de 2018 em Rodeio (SC). Atualmente vive na Fraternidade São Francisco de Assis, em Palanca.

Frei António da Silva Manoel

Cursa o 2º ano de Teologia e é natural de Cacuaco (Angola), nasceu no dia 8 de agosto de 1995. Vestiu o hábito franciscano no dia 15 de janeiro de 2016 e fez sua primeira profissão no dia 05 de janeiro de 2017 em Rodeio (SC). Atualmente, Frei António reside na Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus e estuda no Instituto Teológico Franciscano.

Frei Daniel Kahuvi Tchitumba

Tchikeva

Cursa o 2º ano de Teologia e é natural de Lobito (Angola), nasceu no dia 9 de dezembro de 1994. Vestiu o hábito franciscano no dia 15 de janeiro de 2016 e fez sua primeira profissão no dia 5 de janeiro de 2017 em Rodeio (SC). Atualmente, reside na Fraternida de do Sagrado e estuda no Teologia no Instituto Teológico Franciscano.

672 formação e estudos

Frei Evaristo Seque Joaquim

Cursa o 2º ano de Teologia e é natural de Lobito (Angola), nasceu no dia 12 de janeiro de 1994. Vestiu o hábito franciscano no dia 15 de janeiro de 2016 e fez sua primeira profissão no dia 5 de janeiro de 2017 em Rodeio (SC). Atualmente, reside na Fraternidade do Sagrado e estuda no Instituto Teológico Franciscano.

Frei Domingos Cacanda Soma

Cursa o 2º ano de Teologia e é natural de Bengue la (Angola), nasceu no dia 10 de setembro de 1992. Vestiu o hábito franciscano no dia 15 de janeiro de 2016 e fez sua primeira profissão no dia 5 de janeiro de 2017 em Rodeio (SC). Atualmente, reside na Fraternidade do Sagrado e estuda no Instituto Teológico Franciscano.

Frei Domingos Macuva Paulo

Cursa o 3º ano de Filosofia e é natural da HuilaKaluquembe (Angola), nasceu no dia 22 de Maio de 1992. Vestiu o hábito franciscano no dia 6 de fevereiro de 2017 e fez sua primeira Profissão no dia 14 de março de 2018 em Rodeio (SC). Atualmente, reside na Fraternidade São Francisco de Assis, Palanca (Angola).

Frei Pedro Domingos Caiungue Mugiba

Cursa o 2º ano de Teologia e é natural de Malange (Angola), nasceu no dia 30 de julho de 1993. Vestiu o hábito francisca no no dia 15 de janeiro de 2016 e fez sua primeira profissão no dia 5 de janeiro de 2017 em Rodeio (SC). Atualmente, reside na Fraternidade do Sagrado e estuda no Instituto Teológico Franciscano.

Frei Silverio Munga Cajonde

Cursa o 4º ano de Filosofia é natural de Luanda, Viana(Angola), nasceu no dia 1º de Janeiro de 1993. Vestiu o hábito franciscano dia 6 de Fevereiro de 2017 e fez sua primeira Profissão no dia 8 de Janeiro de 2018 em Rodeio (SC). Atualmente, vive na Fraternidade São Francisco de Assis, Palanca (Angola).

DEZEMBRO 2022 673 formação e estudos

Estágios Vocacionais “mergulham” a Província no Ano Vocacional

Quando assistimos com petições olímpicas, na modalidade de natação, logo ficamos admirados com a rapidez com que os atletas, por meio de braçadas, cumprem um percurso. O mergulho é um “flash”. Porém, para aquele que se projeta na água, esses gestos são bem mais prolongados. Isso porque ele precisa realizar esse mergulho várias vezes, por muito tempo, para aprimorar as melhores técnicas. No mergulho da competição está contida a infinida de de vezes que o atleta se dedicou em treinar.

E mesmo sem ter dado uma braçada sequer, 24 jovens fizeram uma experiência de “mergulho” no carisma franciscano. Por meio dos

Estágios Vocacionais que aconteceram em Guaratinguetá/SP (11 –15/11) e em Ituporanga/SC (17-20/11), os participantes puderam se projetar para “águas mais profundas” do chamado do Senhor e buscar a graça do discernimento e da reflexão sobre o modo de vida franciscano. Esta ocasião, para muitos, é uma das primeiras braçadas no “mar” do ser frade menor, que aos poucos, no cotidia no, vai sendo cada vez mais assimilado pela pessoa que se coloca à disposição do chamado do Senhor.

E esse mergulho se deu por meio da imersão completa naquilo que há de muito sagrado: a rotina. Experimentando um pouco do dia a dia de uma casa de formação, eles puderam observar o modo franciscano de rezar, de conviver, de trabalhar, de evangelizar e

comunicações NOVEMBRO/DEZEMBRO 2022
sav

formar. E por mais que tenha sido um mergulho rápido, puderam aprofun dar ainda mais o que significa abraçar a vida religiosa consagrada, refletindo sobre a vocação de São Francisco, os votos religiosos e a organização da Província e da Ordem.

Além disso, os corajosos que se lançaram tiveram oportunidade de refletir sobre uma realidade vasta, bela e misteriosa: a própria história. Durante o período de estágio, por tanto, tiveram ocasião para revisitar a sua vida, escrevê-la, identificando o que já foi vivenciado. Por meio de dinâmicas puderam evidenciar tra ços de sua personalidade, partilhar potencialidades da sua caminhada,

bem como medos e dificuldades, in clusive com a ajuda de profissionais da área da saúde mental.

E esta experiência de estágio mergulha a nossa Província Fran ciscana no Ano Vocacional, que em 2023 quer refletir sobre o tema “Vocação: Graça e Missão” e o lema “Corações ardentes, pés a caminho” (Lc 24, 32-33). Por isso, nas duas ocasiões, durante as celebrações, foi recordada a importância de valori zar, apoiar e rezar pelas vocações. Em Guaratinguetá tal motivação se deu na celebração dominical com o povo que, costumeiramente, partici pa das atividades do Seminário Frei Galvão. Em Ituporanga esta oca

sião foi acrescida com uma bonita celebração e expressiva presença de jovens, que aceitaram o desafio de participar da missa e depois subir os mais de 400 degraus que levam até uma imagem de Nossa Senhora de Lourdes, Santuário recém-cons truído próximo da Igreja Matriz Santo Estêvão, onde foi a Celebração Eucarística.

Portanto, com esta motivação de rezar pelas vocações, peçamos ao Senhor da messe que conduza bem os nossos irmãos que deram esse primeiro mergulho na vida religiosa franciscana. Que saibam discernir bem o seu chamado, aprimorem suas braçadas, para atingir com ain da mais rapidez e perfeição a meta que é Cristo. E que este Ano Voca cional possa impulsionar na Igreja a coragem de mais e mais irmãos que irmãs que se projetem nesse mer gulho, “avançando para águas mais profundas” do chamado do Senhor.

comunicações NOVEMBRO/DEZEMBRO 2022 675 sav
ESPECIAL

SANTUÁRIO FAZ UMA FESTA À ALTURA DO PRIMEIRO SANTO BRASILEIRO

Durante dez anos, desde a sua ordenação presbiteral no dia 11 de fevereiro de 2012, Frei Diego Atalino de Melo esteve a serviço da Animação Vocacional na Província Franciscana da Imaculada Conceição. Com grande habilidade e dedica ção, conduziu os grandes eventos da juventude, como as Missões e as Caminhadas. Agora, na nova missão como reitor do Santuário Frei Galvão, em Guaratinguetá (SP), Frei Diego esteve à frente da primeira Festa em honra ao santo brasileiro, já que no ano passado a pandemia ainda limitava as atividades litúrgicas. Com a experiência que acumulou ao promover os eventos da juventude, ele colheu os frutos em dez dias de festividades. O povo lotou as duas Missas da Novena (15h e 19h30) e, no dia 25, feriado em Guaratinguetá, o Santuário ficou pequeno para tanta gente, obrigando a transmissão em telões. Tudo funcionou perfeitamente na liturgia e, na parte externa, uma grande estrutura garantiu diariamente shows com artistas regionais e Coral dos Meninos Canarinhos de Petrópolis abrilhantou a Festa.

Filho de Roselei Maria e Alfredo Ade nir Melo, natural de Lages, Frei Diego nasceu no dia 26 de agosto de 1983. A primeira etapa na formação religiosa franciscana de Frei Diego foi o Aspi

678 COMUNICAÇÕES – Nov./Dez. 2022 FREI DIEGO ATALINO DE MELO

rantando de Ituporanga, em 2002. No ano seguinte, foi para o Postulantado e recebeu o hábito franciscano em 2004, na cidade de Rodeio. Concluiu o Curso de Filosofia (Curitiba) no ano de 2007 e, em 2011, terminou o Curso de Teologia no Instituto Teológico Franciscano de Petrópolis (RJ). Professou solenemente na Ordem Franciscana no dia 5 de no vembro de 2009 e foi ordenado diácono no dia 4 de dezembro de 2010. Acom panhe nesta entrevista a avaliação que Frei Diego faz da Festa e de quase dois anos de presença franciscana no Santuário. Os frades chegaram ao San tuário no dia 11 de abril de 2021.

Comunicações - Que avaliação o Santuário (frades e comissões da Festa) faz da Festa de Frei Galvão?

Frei Diego - Após a Festa, nós nos reunimos enquanto Fraternidade, depois os coordenadores das Comis sões e todos os voluntários, quase 400, e fizemos uma avaliação considerando os seguintes aspectos: o litúrgico, o celebrativo, o evangelizador, a festa externa, a missão e a programação cultural. De modo geral foi uma avalia ção muito positiva. O que ouvimos do povo é que a Festa foi muito grande, e que mesmo, sendo tão grande, com uma participação de fiéis e de pessoas

tão expressiva, manteve um caráter fa miliar, próprio de festividades religiosas e que envolve a comunidade. Então, as pessoas se sentiam bem de estar aqui com suas famílias, com as crianças, com os idosos. Além disso, as celebrações da Novena foram muito bem preparadas, ajudaram o povo a rezar e aprofundar mais a sua devoção a Frei Galvão. Então, essa aprovação do povo sinaliza que ela vai crescer a cada ano e vai atrair mais pessoas.

Comunicações - Como foi para você coordenar esta primeira Festa totalmente presencial no Santuário, já que antes o sr. esteve a serviço da animação vocacional?

Frei Diego - A experiência, sem dúvida, foi desafiadora porque era a primeira Festa que a gente organizava. Mas, ao mesmo tempo, a experiência adquirida nesses dez anos de animação vocacional, trabalhando também com eventos de grandes proporções, foi dando para a gente uma capacidade de coordenação, um conhecimento de tal modo que conseguimos, junto com uma grande equipe, é claro, de coorde nadores, realizar esta Festa. Então, mais uma vez eu agradeço a Província por ter me proporcionado esse trabalho na animação vocacional, que foi dando uma bagagem e muitas coisas pude

trazer dos grandes eventos, como missões e caminhadas da juventude e aplicar já nesta primeira Festa. A expe riência adquirida nestes eventos, que no final tinham uma grande proporção, serviu de base para organizar esta primeira Festa de Frei Galvão.

Comunicações - Com a queda da Covid-19, os romeiros estão voltando?

Frei Diego - Na medida em que a pandemia está passando, sem dúvida os romeiros estão voltando. Nós já tivemos um número recorde de fiéis no Santuário Nacional de Aparecida e isso se reflete aqui no Santuário de Frei Galvão. Então, percebemos, sim, um retorno da participação presencial das pessoas, muitas delas nos contam que é a primeira viagem depois do início da pandemia, e vêm justamente no Santuário para agradecer a Deus, a Nossa Senhora e São Frei Galvão por ter superado este momento tão difícil da Covid-19.

Comunicações - Como estão as campanhas para construir o novo Santuário?

Frei Diego - A campanha con tinua. Nós estamos, no momento, mais focados em melhorar o atual Santuário, que é onde nós recebe

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mos diariamente os peregrinos e os fiéis. Então, todos os investimentos estão sendo aplicados na melhoria do Santuário como do seu entorno, por exemplo os estacionamentos, a reforma da Capela do Santíssimo que iremos realizar em breve, a reforma da cantina, enfim, com a estrutura atual estando mais adequada para continuar recebendo os peregrinos, aí sim nós partiremos para a constru ção do novo Santuário.

Comunicações - Como a Fraternidade tem encarado a missão de ser presença na terra do primeiro santo brasileiro?

Frei Diego - A nossa presença nessa nova Fraternidade é, no fundo, a continuidade de uma presença franciscana centenária no Vale do Paraíba, de modo especial aqui em Guaratinguetá. No fundo, a nossa Fraternidade colhe os frutos de um bom testemunho, de um bom legado que inúmeros frades já deixaram em Guaratinguetá, de tal modo que o povo tem um grande carinho pelos franciscanos e agora, com o Santuário Frei Galvão sendo também um santuário franciscano, as pessoas acorrem e vêm aqui porque

já se identificam com esse carisma, já nutrem um carinho especial pelos frades e pela Província.

Comunicações - O Santuário tem potencial para ser um centro irradiador do carisma franciscano?

Frei Diego - Sem dúvida, o Santuário tem um grande potencial, porque ele vai além de um território diocesano ou paroquial. Enquanto Santuário, ainda mais localizado ao lado de um Santuário Nacional de

Aparecida, recebemos aqui romeiros de todas as partes do país. Além disso, através da nossa comunicação, por meio da TV Frei Galvão, das redes sociais, também conseguimos chegar a lugares longínquos. Há pessoas que, às vezes, nunca pisaram neste Santuário, mas são colaboradoras e fazem parte da Família Franciscana de Frei Galvão, acompanhando dia riamente tudo o que nós realizamos aqui. Então, temos plena convicção de que este Santuário de Frei Galvão é uma fonte irradiadora do carisma franciscano e tem um potencial evan gelizador, tem um potencial vocacio nal, e por isso toda a nossa dedica ção, sem dúvida, levará a colher bons frutos ao longo do tempo.

Comunicações

- Qual a diferença de um santuário e de uma paróquia?

Frei Diego - A diferença de um Santuário para uma paróquia, em primeiro lugar, é porque ele não está restrito a uma determinada geografia. Ele vai para além, ele não tem murros. Ele acolhe as pessoas de todas as partes e também pode chegar em todas as partes. Além disso, ele tem

por missão específica a celebração da Eucaristia, o acolhimento e a celebra ção do Sacramento da Reconciliação. Esses são os nossos, vamos dizer assim, principais objetivos no Santuário. Então, para o bom funcionamento das celebrações, da Eucaristia, da Palavra, para o bom funcionamento da acolhida, das confissões, existem

algumas pastorais e movimentos que também são desenvolvidos, como a Pastoral da Acolhida, os voluntários que trabalham com as pílulas, os Ministérios do Acolitado e Leitorado, dos Ministros Extraordinários da Sagrada Comu nhão, da Palavra. São ministérios que colaboram, que ajudam no Santuário, mas diferentemente de uma paróquia

As imagens que ilustram esta matéria são da procissão que percorreu as ruas do bairro Jardim do Vale. Os coroinhas e as crianças vestidas como o hábito marrom de São Francisco e Santa Clara puxaram o cortejo. No meio da procissão, um an dor retratou a fachada do Mosteiro da Luz, tendo no centro a

não existem todas as demais pastorais. Por exemplo, pastorais da Catequese, da Família, que são próprias de uma Paróquia, sendo que no Santuário, com essa missão específica, trabalhamos com esses movimentos e grupos mais restritos. Então, essa é necessariamente a diferença entre um santuário e uma paróquia.

imagem de Frei Galvão. As pessoas acompanharam nas ruas e muitos moradores fizeram altares em frente suas casas, nas sacadas ou janelas. Com cantos e orações, a procissão saiu do Santuário às 17 horas e retornou às 18h30. A banda do Exérci to de Lorena ajudou na animação musical.

DOM ORLANDO ENCERRA A FESTA DE FREI GALVÃO PEDINDO O DOM DA HUMILDADE

Oarcebispo de Aparecida (SP), Dom Orlando Brandes, encerrou no dia 25 de outubro, a Festa do Padroeiro do Santuário Frei Galvão, em Guara tinguetá (SP). Dom Orlando presidiu a Santa Missa às 19 horas, tendo como concelebrantes a Fraternidade Franciscana do Santuário - Frei Diego Atalino de Melo, Frei Roberto Ishara e Frei Lean dro Costa -, o fundador da Fazenda da Esperança, Frei Hans Stapel, padres da Diocese, visitantes, religiosas, seminaristas e o povo de Deus, que lo tou o Santuário, e o fiel devoto que acompanhou pela Rede Vida e TV Frei Galvão.

A festa deste ano fez memória do bicentená rio de morte de Frei Galvão (1822–2022), com 10 dias de intensa programação litúrgica e celebra ções, acompanhadas de festa externa com shows e comidas típicas. Desde que os frades francisca

nos da Província da Imaculada Conceição assumiram o Santuário, em 11 de abril de 2021, esta é a primeira festa totalmente presencial.

Segundo Dom Orlando, as três leituras e o salmo, todas elas tinham a palavra humildade. “Leiam em casa e vocês vão perceber isso. Então, a grande mensagem das leituras e do salmo é exatamente a humildade. E nin guém de nós duvide da grandíssima humildade de Frei Galvão. O que mais atrai neste santo é exatamente a sua humildade que se desdobrou em caridade e em paz”, destacou o Arcebispo.

“Irmãos e irmãs, vamos pedir esse dom da humildade e nós também seremos pessoas agradáveis a Deus e, pela humildade, vamos ser aceitos pelas pessoas, sabe por quê? A primeira leitura dizia que a humidade torna o humilde grande. Não foi assim com Jesus? Assim com Frei Galvão? Não foi assim com São Francisco? Ao hu milde, à humilde, Deus revela seus mistérios. A gente e todos nós, padres, sabemos que entre vocês há profun

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deza de mística, de fé, de oração, porque são humildes e Deus revela aos humildes seus mistérios e também Deus dá a sua graça aos humildes”, acrescentou Dom Orlando. E pediu para repetir: “Deus dá a sua graça aos humildes”. Humildade também é palavra central do Evangelho. “Eu te louvo Pai. E são Francisco gostava muito desse Evangelho porque ele rezava sempre: ‘Louvado sejas, meu Senhor’. E louvava o Senhor porque ele se dizia na humil dade: eu sou o último, eu sou o mínimo, eu sou indigno, eu sou pequeno. E exatamente inspirado neste Evangelho que ele viveu de modo especial, concreto, exatamente a humildade. E quem são esses pequeninos que Jesus se alegra hoje dizendo: ‘Eu te bendigo Pai, pelos pequeninos’. São todos nós. Podemos ser ricos em dinheiro, mas pe queninos quando temos fé, quando acreditamos em Deus. E, para isso, precisamos ser humildes. Uma pessoa que não é humilde, terá muita dificuldade na fé. Por isso, então, vamos pedir essa graça e assim vamos dar alegria a Jesus. Ele vai dizer para o Pai: ‘Eu te bendigo Pai, pelos fiéis de Frei Galvão, lá em Guaratinguetá, porque são pequeninos, isto é, homens e mulheres de fé’”, ressaltou o Arcebispo. Segundo Dom Orlando, Frei Galvão aprendeu a humil dade com São Francisco, com o carisma franciscano. “Mas, de modo especial, ele aprendeu a humildade com Jesus na Eucaristia”, disse. “Mas São Francisco dizia: ‘Como Jesus é pobre e humilde na Eucaristia’. Frei Galvão aprendeu isso

de seu pai e sua mãe, que frequentavam diariamente a Eucaristia e, saindo da Eucaristia, davam testemunho eucarístico, oferecendo comida aos pobres. O pai dele, principalmente, mas a mãe também. Exatamente pela Eucaristia percebeu Jesus no pobre. E quando a gente se alimenta de Jesus na Eucaristia, nós lembramos de quem passa fome, de quem está desempregado. Então nós somos eucarísticos quando temos nossas sextas básicas, nossas partilhas, o dízimo, tantas oportunida des para sermos eucarísticos, exatamente fazendo o bem aos nossos irmãos, aqui no caso, aos mais pobres, e como Frei Galvão, é claro, aos doentes”, ensinou. Dom Orlando concluiu sua homilia revelando que descobriu quais eram as intenções da Missa nos escritos de Frei Galvão. “Quando ele ia rezar a Missa, ele rezava para quem? Primeiro pela paz, claro, Paz e Bem! E ele sendo apóstolo da paz, então veja, como na Eucaristia ele pensava na paz do mundo inteiro e da humanidade. Depois, outra intenção dele é a nossa conversão. Que bonito isso né? A minha Missa é para a conversão do povo de Deus. E para que Deus levante os caídos, que caridade! Olha aí a humildade. Em cada missa pensando em quem está caído e que Deus pos sa levantá-lo. Que Deus ilumine os confessores porque pela confissão é que a gente se prepara bem para a comunhão. E por fim, ele dizia: na Missa, eu rezo pela sabedoria dos pregadores, porque ele foi um grande pregador, mas a força era a Eucaristia. E ele só poderia morrer como morreu, num quartinho, deitado em cima de uma cama que era de terra e atrás do sacrário”, completou.

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MINISTRO PROVINCIAL

“OS SANTOS SÃO COLOCADOS DIANTE DE NÓS PARA SEREM NOSSOS EXEMPLOS

Se viemos aqui hoje exaltar as virtudes de Frei Galvão, se viemos aqui tecer elogios aos seus milagres, aos seus portentos, se for só isso, a nossa vinda aqui não será frutuosa. Os santos são nossos intercessores. Nós podemos louvá-los, bendizê-los, e é bom que façamos isso, mas eles são colocados diante de nós, sobretudo, para serem nossos exemplos”. Foi assim que o Ministro Provincial da Província

da Imaculada Conceição do Brasil, Frei Paulo Roberto Pereira, focou a sua mensagem durante a Celebração Eucarística, às 9 horas, no dia solene do primeiro santo brasileiro no Santuário Frei Galvão.

O reitor do Santuário, Frei Diego Atalino de Melo, acolheu com cari nho os concelebrantes Pe. Eduardo Catalfo, reitor do Santuário Nacional, os missionários redentoristas Alan e Yan, o diácono Frei Gabriel Dellan drea, e o presidente da celebração, Frei Paulo. Acolheu os devotos de Frei Galvão presentes no Santuário e os que acompanharam pela Rede Aparecida de Comunicação, que transmitiu esta Santa Missa. Frei Leandro Costa foi o comentarista.

Frei Paulo contou que assim que foi convidado para celebrar na Festa, tomou conhecendo do cartaz e do tema principal da Festa deste ano: “É morrendo que se vive para a vida eterna”. “Celebramos, neste ano, os 200

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anos da morte de São Frei Galvão. Para nós que cremos, a morte é o comple mento da existência. Nós, criaturas, temos desde o nosso nascimento a marca da finitude, da fragilidade. O criador, infinito; a criatura, finita. Mas em nós habita o espírito do Senhor que nos move, e nossa fragilidade é suplantada pela fortaleza de Deus, pelo vigor de Deus”, situou.

Para o Ministro Provincial, cada vez que, com maior intensidade, busca-se o vigor do Senhor, busca-se estar na presença do Senhor, ouvir a sua Palavra, servir ao Senhor, então nos revestimos de infinito. “Nossa alma tem gosto de céu, por isso morremos, é verda de, passamos por este mundo, mas construímos aqui na terra um cami nho vigoroso para estar no céu. Deus plantou no nosso coração, muito antes de nós nascermos, o desejo de ser céu. Nós queremos ser céu. Nós queremos ser de Deus, viver em Deus, morrendo vivemos para a vida eterna”, acrescen tou, dizendo que queremos encher nossos olhos de eternidade para não desanimarmos.

“Vemos tanta finitude, tanto limite e tanta desventura, tanta desgraça e se nós não tivermos nossos olhos fixos no Senhor, então nossa caminhada será marcada pelo desânimo, pela deses perança. Mas nós sabemos: Deus nos sustenta, Deus nos revigora, Deus nos santifica, por isso rezamos: É morrendo

que se vive para a vida eterna”, comple mentou.

Frei Paulo, então, fez alguns questio namentos: Viemos celebrar Frei Galvão, mas o que viemos de fato fazer aqui? Exaltar as virtudes de um homem que passou por essas terras, nascido aqui no Vale da Fé, nascido aqui entre nós, nosso parente, bem próximo de nós, viemos exaltar as suas virtudes, viemos aqui tecer elogios aos seus milagres, aos seus portentos? Se for só isso, a nossa vinda aqui não será frutuosa. Nós podemos, sim, exaltar as virtudes de São Frei Galvão, mas sobretudo ouvin do os apelos que a Igreja faz quando nos apresenta os santos. Eles são nos

Para Frei Paulo, essa intimidade muito grande enche de orgulho o povo do Vale do Paraíba. “ Olha que presente bonito o céu nos deu! Um santo que andou por aqui, mostrando que é possível, e mais do que possível é necessário cultivar a santidade. É infeliz aquele que olha para o santo como se já tivesse nascido pronto. Não, o santo não nasce pronto. É no dia a dia, na nossa caminhada diária, nas nossas lutas diárias, nas nossas escolhas, do jeito que a gente escolhe viver, do jeito que a gente escolhe ser presença de Deus. É ali que a santidade vai se cons truindo, uma santidade possível e, mais do que isso, uma santidade necessária”, explicou o frade.

Segundo o celebrante, o mundo carece de gente santa, mas não com coisas estupendas, maravilhosas, extra ordinárias. “Santo do dia a dia. Santo no jeito de olhar, de acolher, de dividir, no jeito de partilhar, no jeito de perdoar, no jeito de amar. Você já está pensan do: como posso ser santo lá na minha casa? Como é que eu posso ser santo lá entre os meus vizinhos, lá no meu grupo de whatsapp? Mas também evidentemente se nós esperarmos ser santos só nas coisas muito extraordi sos intercessores. Nós podemos louvá-los, bendizê-los, pode mos, e é bom que façamos isso. Mas eles são colocados diante de nós, sobretudo, para serem nossos exemplos”, ensinou.

Segundo Frei Paulo, é bom que se tenha um santo bem “pertinho de nós!”, assim como suas virtudes para cultivá-las no dia a dia. Citou os exemplos de São Benedito e Santo Antônio.

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nárias, então nós vamos jogar fora mais da metade do nosso tempo. Não podemos perder a oportunidade de santidade nas pequenas coisas”, frisou, mesmo vivendo tempos horrí veis, tenebrosos e difíceis, como disse.

“As pessoas vão se revelando de uma forma que nós nunca imaginávamos! Quem veria tanta agressividade, tanta violência, tanto desdém, tanto desrespeito! Mas eu julgava aquela pessoa tão boa, rezava comigo o terço na semana. E agora só destila ódio, desprezo. O que será que está acon tecendo? O sol brilhará. É um tempo de trevas, mas temos certeza que o sol brilhará. Morrendo ele vive e nos revive, nos revigora, nos reanima. Vai passar, A escuridão vai passar”, animou o frade.

Ao celebrar em Frei Galvão a santidade do primeiro santo nascido no Brasil, Frei Paulo pediu a ele “que encha nosso coração de fogo, de brasa, que ardamos em amor um para outro, que ardamos em caridade, em cuidado, em atenção, em reverência, em respeito. Brasileiros, brasis, brasa, vigor. É isso que viemos celebrar. É isso que nos trouxe até aqui. É isso que daqui queremos levar por intercessão de nosso parente, tão próximo de nós, Frei Galvão”.

FREI MEDELLA MOSTRA AS LIÇÕES DO FARISEU E DO PUBLICANO

OVigário Provincial Frei Gusta vo Wayand Medella presidiu a Celebração Eucarística, às 19 horas, encerrando o sétimo dia da Novena em preparação para a Festa de Frei Galvão. A presença do Coral dos Canarinhos deixou a Missa mais solene e bela. No sábado (22/10), o tema do dia da Novena foi “Frei Galvão, terra fértil de frutos bons”.

Na sua reflexão, Frei Medella disse que a Palavra de Deus do 30º domingo do Tempo Comum dá esse presente, ou entrega de bandeja o tema da humildade. Segundo Frei Medella, não é à toa que a palavra humildade tem na sua raiz ‘humus’, que significa solo e solo fértil: “Solo adubado para produzir bons frutos. Por isso, o coração humilde é o que se deixa fecundar. É o coração que tem a mente no céu, mas os pés plantados no chão e cria raízes profundas, a fim de que o vento, a tempestade, nada possa prejudicar o crescimento da semente”.

O Vigário Provincial comentou a parábola que Jesus apresenta no Evangelho de São Lucas, com a figura do fariseu, muito religioso, segui dor de seus preceitos, cidadão de bem no seu tempo: “Até aí nada está errado. Faz tudo certo. De tanto olhar para si mesmo, ele foi perdendo

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o vínculo com a realidade à sua volta e aí ele começou a entrar numa grande ilusão, porque quando ele pensava que estava fazendo tudo certo diante de Deus, sem perceber, deste Deus a quem ele pensava adorar, ele foi elimi nando duas letras: a primeira e a última. Se tirar o “dê e o esse”, o que fica? ‘Eu’. Ele parou de perceber que era parte de um todo maior e começou a se bastar a si mesmo”.

“E o pior: se achava melhor do que todos e no direito de apontar o dedo e desprezar cada pessoa”, emendou. “E, por isso, não satisfeito, ele olha para o publicano já encabulado e chama de ladrão, desfaz-se dele, se acha pronto e acabado. O coração dele se corrom peu. Esse fariseu, nós podemos dizer, é um corrupto. Por quê? Porque o seu coração duro - corrupto é aquele que endurece tanto e acaba se desman chando - tornou-se incapaz de amar, de perdoar, de acolher, de servir. Tinha olhos só para si”, continuou o frade.

Mas ele ressalvou que podemos aprender com o fariseu. “É reconhecer

que um pouquinho de farisaísmo mora dentro de cada um de nós. E rezar todo dia: ‘Do farisaísmo de hoje, livrai-me Senhor’. Qual é o perigo do farisaísmo? Mora um pouquinho dentro de mim, um pouquinho dentro dela, um pouquinho dentro dele, e aí começam a se encontrar. Um fariseu com o outro, o farisaísmo crescendo e, juntos, acham-se os bons, os perfeitos, os já acabados e quem é diferente tem que ser desprezado, deixado de lado. E se começa a criar um gueto, onde se aprende a julgar as pessoas e a olhar para elas de cima para baixo. E isso não tem nada a ver com o modo de Deus ser”, descreveu Frei Medella.

Para ele, por mais que se ache que, cultivando esse tipo de postura, estará se purificando e se aproximando de Deus e do céu, esse Deus é um Deus ilusório. É um deus sem “dê e esse”, é um ‘Deus eu’, que vai levar ao vazio e à perdição. “Por isso, meus irmãos e mi nhas irmãs, vamos aprender com esse publicano, cobrador de impostos, ho mem simples. A oração dele era duas

ou três palavras, enquanto a do fariseu se multiplicava em frases de efeito. Ele só dizia assim? ‘Senhor, tem piedade de mim, que sou pecador’. O que ele fez? Ele preparou a terra do coração para que a ação de Deus pudesse convertê-lo, para que ele pudesse se tornar uma pessoa melhor. E por isso, Jesus disse: ele saiu justificado, ou seja, esse homem simples e humilde está no caminho da salvação. Agora, aquele outro, até religioso, mas prepotente, arrogante, tem o coração duro que vai quebrar mais dia menos dia, a menos que mude de atitude”, exortou.

“Vamos deixar que Jesus nos ensine e Frei Galvão nos mostre o caminho. Ele era um coração humilde, desapeado, capaz de cultivar empatia, capaz de sentir a dor do outro. Isso Frei Galvão levou com ele, em cada gesto, em cada palavra, em cada atitude criativa que ele inventava para estar mais próximo das pessoas”, recordou.

E Frei Medella pediu: “Vamos deixar para lá esse negócio de prepotência, vamos abandonar essa mania de acharmos prontos e acabados, vamos largar esse vício de apontar a mão para outros lembrando que eu aponto um para frente, tem três apontados para mim. De cada defeito que nós perce bemos no outro, vamos perceber uns dois ou três que nós podemos ter. E de cada qualidade que nós admiramos no outro, vamos cultivar umas duas ou três que nós também somos chamados a ter. São Francisco, no seu modo de viver e ensinar, nos apresenta uma ver dade de vida muito bonita: ‘Ninguém é tão ruim que não tenha nada de bom para oferecer, assim como ninguém é tão bom que não tenha nada de menos bom para melhorar’. Vamos seguir juntos nesse caminho. Frei Galvão nos guiando por esse caminho de santidade e assim vamos ser uma comunidade fecunda e produzir bons frutos de paz, de justiça e de todo bem”, completou.

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D. ODILO: “CUIDAR DOS POBRES NÃO É SER COMUNISTA

OCardeal Dom Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, presidiu a Santa Missa, às 19h30, na segunda-feira (24/10), no encerramento da Novena em prepa ração à Festa de Frei Galvão. O reitor do Santuário, Frei Diego Atalino de Melo, concelebrou e acolheu com carinho e gratidão Dom Odilo por ter aceito o convite para celebrar nesta noite. Frei Diego também saudou e agradeceu o Coral Arquidio cesano de Aparecida pela animação litúrgica.

O tema da Novena deste último dia foi: “Frei Galvão, esperança dos enfermos”.

O celebrante lembrou que Frei Galvão se dedicou especialmente à população, em geral mais carente. “E, neste sentido, também as senhoras que não tinham muitas vezes onde ficar. Foi por aí que nasceu o Recolhimento da Luz, que depois se transformou no Mosteiro da Luz. Primeiramente era um recolhimento para senhoras, viúvas que ali tinham seu espaço e eram cuidadas pelas Monjas Concepcionistas”, explicou.

“Hoje, nós lembramos um aspecto impor tante da vida de Frei Galvão. O cuidado, o amor aos doentes. E aí, recordamos uma coisa bonita a partir do Evangelho de hoje. Nós ouvimos como Jesus está na Sinagoga, que é a Igreja daquele tempo, e ali entra uma mulher toda en curvada e Jesus a cura: ‘Mulher, você está livre de seu mal, levante a cabeça’. E naquela hora ela se endireitou e ficou bem. Jesus está sempre rode ado de doentes, como mostram os evangelistas Lucas e Marcos”. “E o que faz Jesus? Manda todos embora?”, pergunta Dom Odilo. “Jesus acolhe a todos, impõe as mãos, cura, consola, conforta. Jesus não passa perto de um doente

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sem dar atenção”, reforça o celebrante.

“Chegando em casa peguem o Evangelho e deem uma olhada lá. Quantas passagens onde Jesus está cercado de doentes e de gente sofre dora. E o que Jesus faz? Jesus deu toda atenção aos doentes. Antes de Jesus subir aos céus, ele enviou os apóstolos em missão: ‘Ide por todo o mundo e anunciai o Evangelho a toda criatura’ e ‘curai os doentes’. A preocupação de Jesus são os doentes, sinal que dá credibilidade ao anún cio do Evangelho. Se anunciamos o Evangelho, mas não temos a caridade com os doentes e os pobres, de nada adianta. Eles que são o sinal de nossa credibilidade e pregação de nossa vida cristã”, enfatizou.

“Por isso, vocês não vão encontrar nenhum santo que não tenha tido essa preocupação. Sempre vão encontrar essa preocupação deles com os doentes e os pobres. Ah, mas hoje, o pessoal diz que quem cuida dos pobres é co munista. Vocês já ouviram falar isso? Então, Jesus foi comunista, Jesus mandou fazer isso! Não, não, isso não é ser comunista. Isto é cuidar dos pobres, dos doentes, como Jesus mandou, faz parte do Evangelho. Não nos deixemos enganar. Faz parte do Evangelho! Todos os santos fizeram isso, nos deram o exemplo. E Frei Galvão, que nós recordamos, deu o exemplo de grande de dedicação aos doentes. Dizem até que ele tinha aqueles momentos de ser chamado por um doente lá longe e teve o dom da bilocação”, enfatizou.

Para Dom Odilo, Frei Galvão, pede hoje que cuidemos bem dos doentes. “É caminho de Jesus. Caminho do Evangelho. Já dizia lá no co meço da Igreja o Apostolo São Tiago: se tiver um doente entre vocês, chamem os ministros da Igreja”, disse, ressaltando que cuidar dos doentes “faz parte da nossa vida da Igreja, da pastoral”.

“Cuidem dos doentes, dos pobres. Se pra ticarmos as obras de misericórdia, nossa ficha lá no céu estará boa. Então, Santo Antônio de Sant’Anna Galvão, rogai por nós. Ajude-nos a cuidar dos doentes como você cuidou. Não dei xem passar o tempo, o doente muitas vezes não espera, tem pressa. Visite os doentes, reze pelos doentes e organize o cuidado dos doentes para que nenhum doente fique desassistido. Santo Antônio de Sant’Anna Galvão, rogai por nós”, pediu.

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FREI DIEGO: “A VIDA DE FREI GALVÃO JÁ FOI UMA CONSTRUÇÃO DA ETERNIDADE AQUI NA TERRA

ASanta Missa das 15h foi presidida por Frei Diego Atalino de Melo, reitor do Santuário Frei Galvão e concelebrada por Frei Leandro Costa Santos e Frei Roberto Ishara.

Os frades do Seminário também marcaram presença na celebração e mais uma vez a Igreja esteve lotada para render graças a Deus em honra ao primeiro santo brasileiro: Santo Antônio de Sant’An na Galvão.

O hino do Bicentenário “Páscoa de Frei Galvão” acolheu a procissão de entrada e o povo de Guaratin guetá (SP) que, neste ano, celebra os 200 anos do “Santo do Povo e da Paz e do Bem”, como reza a letra da música. “Juntamente com a Relíquia de 1º grau, acolhemos também as bandeiras do Vaticano, do Brasil, do Estado de São Paulo e da cidade de Guaratinguetá. Também recebemos as Capelinhas com as imagens de Frei Galvão que, no decorrer de dois meses que antecederam essa festa,

estiveram presentes nas Paróquias da Arquidiocese de Aparecida. E durante a Novena de Frei Galvão visitaram os asilos, presídios e hospitais. Com esse gesto nos renovamos o compromisso com uma Igreja comprometida com a missão de evangelizar, sempre cuidan do de todas as pessoas, especialmente dos mais necessitados, assim como fez Frei Galvão”, animou Frei Gabriel Dellandrea, que fez o comentário da missa.

Segundo Frei Diego, ao olharmos para a vida de Frei Galvão, vamos perceber que ela foi totalmente dedicada ao próximo, foi um con sumir-se inteiramente pelos mais necessitados. Frei Galvão soube viver uma vida completamente doada às pessoas. “Ele fez do seu amor a Deus e a Imaculada Virgem Maria uma fonte de inspiração para estar sempre a serviço”, disse.

Para os mais necessitados, lembrou o frade, Frei Galvão era o Apóstolo da Caridade sem limites, como nos disse o Papa Bento XVI. “Para as famílias desunidas, que passam por crise, Frei

Galvão era e é aquela visita que leva à reconciliação e à unidade. Para as mulheres desejosas de terem os seus filhos com saúde, para as mulheres desejosas de conceberem, Frei Galvão é a certeza de vida nova, Frei Galvão é a certeza do cuidado., Frei Galvão é a certeza da fecundidade. Para os corações endurecidos pelo ódio, pela violência, pelo desejo de eliminar o outro que pensa diferente, Frei Galvão era e é nos dias de hoje, mais do que nunca, o bálsamo do perdão, da paz, e da concórdia. Para as almas abatidas pelo pecado, Frei Galvão era e é o alívio da reconciliação e da confiança na misericórdia divina que, como nos lembra o Evangelho de hoje, tem um fardo leve e um jugo suave. Para os enfermos da alma e do corpo, Frei Galvão é a pílula da fé, incompreensí vel para os sábios e entendidos, mas ao alcance do simples, dos pequeni nos, daqueles que têm uma fé pura”, indicou Frei Diego. “Que o nosso amor a Frei Galvão, nos faça desejosos de estarmos cada vez mais próximos de Deus”, concluiu.

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UM DIA DE GRAÇA E BÊNÇÃO PARA FREI ROBERTO

No quinto dia de Novena em preparação à Festa de Frei Galvão, no Santuário Frei Galvão, Frei Roberto Ishara presidiu a Santa Missa, às 15 horas, num dia especial para ele, já que há dez anos (20/10) ele era ordenado presbítero na Paróquia São Francisco de Assis, na Vila Clementino (SP). O reitor do Santuário, Frei Diego Atalino de Melo, concelebrou e aco lheu os concelebrantes: Padre Carlos Afonso Cavalcante Rodrigues, da Paró quia Santo Afonso Maria de Ligório, em

procurou homenagear seus pais pela sua vocação. “Hoje, completo dez anos de sacerdócio e queria prestar uma singela homenagem para o meu pai e minha mãe, que foram o fundamento da minha vocação de frade franciscano e sacerdote. O meu pai, sr. Mário, tinha uma fé muito bonita. Ele é quem faz o café lá em casa. Quatro horas da ma nhã ele está acordando todo mundo. A primeira xícara de café ele leva para os santinhos. Abre o armário da capelinha, com Nossa Senhora e todos os santos, e coloca lá o cafezinho. Obrigado, Pai! Por causa de sua fé, hoje estou comple

dekassegui, onde li toda a Sagrada Escritura pela primeira vez. Achei que não daria mais tempo de me tornar pa dre, mas a Providência Divina e Nossa Senhora sempre vão nos conduzindo. Retornei ao Brasil e iniciei meu discer nimento na Paróquia e Convento São Francisco no centro da capital paulista”, conta Frei Roberto.

Aparecida; Pe. Paulo Tadeu, da Paróquia Nossa Senhora das Graças,

Padre Renan Rangel, Reitor do Seminário Bom Jesus, em Aparecida; Frei Leandro Costa, seu confrade na Fra ternidade, e todos os fiéis devotos do primeiro santo brasileiro, que lotaram o Santuário neste dia.

“É uma grande graça e queremos acolher com carinho a dona Nely, a irmã Sandra e o irmão Marcelo, que vie ram de São Paulo para esta celebração e recebem todo o carinho do nosso Santuário”, saudou Frei Diego.

Bem ao seu estilo, Frei Roberto

tando 10 anos de padre”, reconheceu. Segurando nas mãos de dona Nely, sempre muito carinhoso com ela, disse: “Mãezinha era a mais católica. Reunia as pessoas para fazer a Novena de Natal em casa. Ela me levava para a quermesse e para a Missa na Paróquia Santo Antônio. Obrigado por tudo. Por rezar a Novena de Natal em casa e me levar à Missa. Por isso, estou completando dez anos de sacerdote”, agradeceu sua mãe.

Frei Roberto Ishara nasceu no dia 3 de janeiro de 1970. É filho de Mário Yuko Ishara e Nely Eiko Ishara e tem quatro irmãos: Sidnei, Sandra, Marcelo e Claudinei. “Sou o penúltimo”, conta. Seu discernimento vocacional aconte ceu quando morava no Japão traba lhando como dekassegui. “O encontro pessoal com Cristo foi acontecendo a cada dia durante toda vida. Mas um momento especial foi quando me en contrava no Japão trabalhando como

Querido pelos paroquianos, Frei Roberto foi homenageado pelos seus confrades, Frei Diego e Frei Leandro. “Frei Roberto, eu queria dizer que o seu Mario, seu pai, lhe ensinou bem o seu jeito de servir. O Roberto, assim como o pai, é aquele que todas as manhãs pre para o café na nossa Fraternidade. Ele acorda bem cedinho e a gente dorme um pouquinho mais, graças a Deus, e aí prepara o café para nós com tanto carinho. Você falou Roberto que o povo percebe um frade, um padre, que reza. Quem é de Deus, o povo percebe. Eu tenho certeza que no coração de cada um desses fiéis que aqui estão hoje e no nosso coração, de confrades que aqui estamos, Frei Leandro e eu, e que convivemos contigo, essa certeza nós temos: Frei Roberto é um homem de Deus, Frei Roberto é um homem que reza”, frisou Frei Diego.

“Também quero evidenciar as vir tudes de Frei Roberto. Todos conhece mos suas virtudes e nós pedimos que Deus sempre revele no seu coração os seus planos, de modo também bene ficiarmos de suas virtudes. Que Deus abençoe sempre seu ministério e que todas as pessoas sejam beneficiadas também com suas virtudes”, pediu Frei Leandro, brincando: “Se um dia você se tornar santo, espero que sejamos seus companheiros”.

Frei Roberto ingressou na Ordem Franciscana por esta Província da Imaculada, quando vestiu o hábito em 2004 e fez a profissão solene em 5 de novembro de 2009.

em Guara tinguetá;
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No dia de Frei Galvão, Frei Leandro Costa presidiu a Santa Missa das 12 horas, com as Intenções no altar por todos irmãos e irmãs da Família Mis sionária do Santuário de Frei Galvão. “A nossa resposta mais concreta para quem é da Família Missionária é rezar. O objetivo de participar da Família Missionária é fazer com que Frei Galvão seja muito mais conhecido. E à medida que ele se torna mais conhecido, as pessoas vão conhecer as pegadas que ele deixou e vão querer imitá-lo também”, disse Frei Leandro.

Para o frade, esta Missa é uma grande Ação de Graças ao querido devoto, que faz parte da Família Missionária. “A você que é devoto e mora aqui em Guaratinguetá, é um apelo para ser da família. Deus abençoe cada um de vocês que contribuem direta ou indiretamente nesta grande obra de evangelização.

Frei Leandro também presidiu a Santa

Missa, às 15 horas, no terceiro dia da Novena, que teve como tema: “Frei Galvão, construtor do Reino de Deus”. Segundo o frade, São Francisco de Assis reconstrói a igrejinha de São Da mião e Frei Galvão o Mosteiro da Luz. “Mas a maior provocação de Deus no coração de Frei Galvão, como foi para Francisco, era o chamado a um novo tempo, de modo que Frei Galvão, fazendo a sua missão de pregador do

Evangelho e também de pedreiro, re construísse muitos corações, muitas vidas e ajustasse muitas situações de pessoas que estavam ao seu redor. Esse foi o legado que até hoje reco nhecemos de Frei Galvão. Todos nós, uma vez que nos envolvemos com o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, nos tornamos pessoas que reformam vidas, que reconstroem vidas”, disse o celebrante.

FREI LEANDRO REZA PELA FAMÍLIA MISSIONÁRIA DOM BOSCO E OS EXEMPLOS DE SÃO LUCAS E FREI GALVÃO

No terceiro dia de Novena em preparação à Festa de Frei Gal vão, no Santuário Frei Galvão, o bispo diocesano de Osasco, Dom Frei João Bosco Barbosa de Souza, presidiu a Santa Missa, às 19 horas, e destacou na sua homilia os exemplos de São Lucas, que a Igreja celebrou no dia 18 de outubro, e de Frei Galvão, como construtores do Reino de Deus.

Para Dom Bosco, a Igreja hoje pede exatamente isso: ser uma Igreja mis

sionária. “O Papa Francisco insiste tanto em uma Igreja em saída, missionária. ‘Em saída’ significa não ficar plantado esperando que as pessoas venham até nós, mas ir ao seu encontro. E nós precisamos encontrar os caminhos hoje para realizar o mesmo que Frei Galvão encontrou, o mesmo que São Francisco desejou e fez, o mesmo que Lucas encontrou nas Palavras de jesus e registrou no Evangelho. É ele, Jesus Cristo, que caminha conosco durante toda essa história”, ressaltou.

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CORAL DOS CANARINHOS LEVA SOLENIDADE AO BICENTENÁRIO DA MORTE DE FREI GALVÃO

Pela primeira vez no Santuá rio Frei Galvão, o Coral dos Canarinhos de Petrópolis (RJ) encantou o público no sábado (22/10), às 17h, durante Concerto que fez parte das festividades de Frei Galvão, primeiro santo brasileiro. Logo em seguida, às 19h30, o Coral marcou presença na missa de 7° dia da Novena e animou a celebração com os cânticos litúrgicos.

Realizado no palco na área externa do Santuário, o concerto de músicas populares levou aos presentes um show de clássicos que tocou o coração dos participantes que lotaram a tenda

montada em frente ao palco. Pelos bastidores, os telespectadores co mentavam sobre a alegria de ter na terra de Frei Galvão os Canarinhos de Petrópolis. Mas também, mostraram-se conhecedores da música popular, muitas vezes entoando juntamente com os Canarinhos as conhecidas músicas como “Cio da Terra”, de Milton Nascimento; “Aqua rela do Brasil”, de Ary Barrosso; “A Paz”, do Roupa Nova, entre outras.

“Depois de dois anos de pandemia é uma alegria retornar aos palcos e estar aqui em Guaratinguetá. Preparamos um repertório bem eclético”, disse o maestro Marco Aurélio Lischt.

No repertório do Coral dos Canarinhos que durou aproximada mente uma hora, os coralistas também entoaram as músicas “Ave Maria”, de Bach e Gounoud; “The Lord Bless you and keep you”, de John Rutter; “Hallelujah”, de G. F. Haendel; “Suíte Nordestina”, de Ronaldo Miranda; “Azulão”, de Jayme Ovalle; “Vira Virou”, de Kleiton & Kledir; “Sapato Velho”, de Paulinho Tapajós; “Correnteza”, de Tom Jobim; “Conversa de Botequim”, de Noel Rosa e como bis, “Andan ças”, de Paulinho Tapajós.

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Segundo o reitor do Santuário Frei Galvão, Frei Diego Atalino de Melo, a presença do Coral dos Canarinhos de Petrópolis encantou o público. “É, sem dúvida, um momento histórico. Os Canarinhos deram o tom de soleni dade que um bicentenário merece. Então, nos 200 anos de morte de Frei Galvão, precisávamos de um grande momento como este e a apresenta ção dos Canarinhos aqui é a coroação da grandiosidade deste momento do jubileu de nosso querido Frei Galvão”, disse.

Frei Leandro Costa Santos fez a apresentação do Coral e explicou que o Santuário Frei Galvão estava rece bendo um coro que foi fundado em 1942 pelo franciscano Frei Leto Bienias e que, neste ano, completou 80 anos de trajetória.

“Neste período já realizou viagens internacionais para a Europa, Argentina, Venezuela e Estados Unidos; cantou com o Papa Paulo VI; se apresentou na final do jogo do Brasil na Copa do Mun do; gravou 18 CD’s – um deles com tiragem de 300 mil cópias; se apresen tou com renomados artistas brasileiros

a exemplo de Milton Nascimento, Ro berto Carlos, Ângela Maria, Luiz Ayrão e o grupo Roupa Nova; e conta com 40 ex-Canarinhos que, atualmente, vivem da música”, disse o frade.

VISITA ÀS CLARISSAS E À FAZENDA DA ESPERANÇA

O Coral dos Canarinhos chegou em Guaratinguetá ainda na sexta-feira a noite (21/10), onde foram recepcio nados pelas famílias acolhedoras, que gentilmente cederam espaços em suas casas. Como é o caso da Dona Eni, que acolheu seis jovens cantores e não escondeu a alegria e satisfação pela oportunidade, mostrando que a cada viagem a Família Canarinhos não só aumenta em tamanho, mas também em significado.

Durante a manhã deste sábado, os Canarinhos tiveram a oportunidade de conhecer a Fazenda da Esperança Santa Edwirges, de Guaratinguetá. E se o Coral dos Canarinhos veio a Guaratinguetá para cantar na Festa de Frei Galvão, confrade de Frei Leto Bienias, também teve a oportunidade

de conhecer outra obra franciscana de outro confrade de Frei Leto, dessa vez do religioso Frei Hans Stapel, fundador da Fazenda da Esperança, comunidade terapêutica que atua desde 1983 no processo de recuperação de pessoas que buscam a libertação de seus vícios, principalmente do álcool e da droga.

Ao chegarem ao local, os coralistas foram recepcionados e dirigiram-se à capela das Irmãs Clarissas, no belo mosteiro Mater Christi, situado no interior da Fazenda da Esperança. Ali, ouviram testemunhos de alguns jovens que estão no processo de recuperação. Foi um momento de partilha e troca de experiências, bem como de perguntas e questionamentos.

No entanto, um momento espe cial chamou a atenção de todos os Canarinhos: o encontro com as Irmãs Clarissas. Segundo Frei Marcos Antonio de Andrade, presidente do Instituto dos Meninos Cantores de Petrópolis, as Irmãs Clarissas acompanham a vida e a rotina dos coralistas, através dos meios de comunicação da instituição. Para os coralistas, foi uma grata surpresa saber que as religiosas, mesmo enclausura

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das, rezam e estão na intercessão deste projeto que já completa 80 anos.

Como retribuição pela acolhida, os coralistas entoaram três músicas. “Ave Maria” , de Tomas Luiz da Vittoria; “Psal mus Brevis”, de João Guilherme Ripper; e “Azulão”, de Jayme Ovalle. No final, as Irmãs Clarissas pediram bis. O Coral cantou então “Conversa de Botequim”, de Noel Rosa.

concelebrante Frei Marcos Antonio de Andrade, presidente do Instituto dos Meninos Cantores de Petrópolis (IMCP) e Definidor Provincial. Os fiéis lotaram a celebração do 30° Domingo do Tempo Comum.

Frei João Francisco também acumula o serviço de guardião do Seminário. Logo no início da missa manifestou a alegria de receber a

estudando e cantando. É um exemplo e por isso o nosso IMCP tem a tradição de formar integralmente jovens para a vivência comunitária e franciscana”, disse. “Também é um trabalho social”, frisou.

Para o maestro que também foi Canarinho é um prazer muito grande estar em Guaratinguetá, no Seminário Frei Galvão. “Já são 24 anos junto da

As irmãs então cantaram a bênção de Santa Clara e abençoaram os Canari nhos, que ficaram emocionados com tamanha simplicidade, proximidade e simpatia.

CANARINHOS MARCAM PRESENÇA NO SEMINÁRIO FREI GALVÃO

O Coral dos Canarinhos esteve presente no Seminário Frei Galvão para cantar a liturgia da Santa Missa das 9h30, no domingo (23/10). Dedicado ao primeiro santo brasileiro, o seminá rio franciscano, que acolhe jovens que desejam se tornar frades, também está em festa pelos 80 anos de sua funda ção. É um jubileu em dose dupla e, por isso, não faltaram motivos para celebrar a Eucaristia neste dia do Senhor.

Presidida pelo Definidor Provin cial, Frei João Francisco da Silva, a Celebração Eucarística teve como

todos, em especial os jovens cantores do coro de meninos mais antigo do país. Segundo o maestro Marco Aurélio Lischt, a última vez que os Canarinhos cantaram no seminário foi na década de oitenta. “Quero acolher o Coral dos Canarinhos de Petrópolis que, certa mente, encantam a todos neste dia com a sua presença em nosso meio”, disse o presidente da celebração.

Após a comunhão, Frei Marcos An drade explicou rapidamente o motivo dos Canarinhos estarem em Guaratin guetá, por conta das festividades de Frei Galvão e deu mais detalhes sobre a trajetória deste coro que, segundo ele, já passou por quase todos os estados do Brasil e por alguns países. “Neste ano completamos 80 anos com a missão de cantar a liturgia da missa. É um trabalho muito grande, exaustivo, pois eles têm formações, aulas, ensaios, en tão sabemos que é bastante exigente para crianças dessa idade passar o dia

Família Canarinhos e por isso, quere mos brindar a todos com um breve programa de músicas populares”. Assim, o Coral dos Canarinhos entoou as músicas “Psalmus Brevis”, de João Guilherme Ripper; “The Lord Bless you and keep you”, de John Rutter; “Hallelu jah”, de G. F. Haendel; “A Paz”, de Roupa Nova; “Conversa de Botequim”, de Noel Rosa; “Aquarela do Brasil”, de Ary Araújo e como bis, “Andanças”, de Paulinho Tapajós.

E assim, os fiéis que vieram para a Santa Missa foram agraciados com um breve concerto e, como forma de gratidão, ovacionaram os coralistas! O próximo grande desafio dos coralistas, maestro e equipe do IMCP é a prepara ção para o Oratório de Natal, concerto que acontecerá na importante Sala Cecília Meireles no Rio de Janeiro (RJ), em dezembro.

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Frei Augusto Luiz Gabriel

SEMANA MISSIONÁRIA FEZ PARTE DA FESTA

“A graça de viver e progredir é dom de Deus”. Na manhã do se gundo dia da Novena a Frei Galvão, teve início a Semana Missionária. Os missionários, Freis e leigos, visitaram o Lar São José. Houve celebração da Eucaristia presidida por Frei Roberto Ishara. Na sua reflexão, destacou que “o milagre acontece na partilha, que combate toda ganância”. “Frei Galvão colocou toda sua vida na partilha com os irmãos. A fraternidade é um dom. Rendendo graças à vida de cada irmão morador deste lar de idosos, principalmente à gratuidade de Deus, de unir na diversidade de suas histórias a sabedoria que só a idade avançada concede”, disse Frei Roberto.

Os missionários também reserva ram um tempo para a visita foi ao Lar dos Velhinhos de São Francisco de As sis. Levando uma mensagem de paz e conforto, os missionários manifesta ram a pessoa de Jesus Cristo presente na vida de Frei Galvão, com gestos de partilha. O primeiro santo brasileiro não mediu esforços para praticar em obras aquilo que aprendeu com a Palavra do Santo Evangelho. Todos nós somos chamados a ser mensa geiros da paz. Com a graça da velhice, a humanidade é chamada a aprender a ser perseverante.

Outras atividades missionárias foram as visitas aos Presídios P1 de Potim. Levando uma mensagem de paz e conforto, os missionários ma nifestaram a pessoa de Jesus Cristo presente na vida de Frei Galvão.

A última atividade dos missioná rios foi no Hospital Frei Galvão.

FAMÍLIA MISSIONÁRIA FREI GALVÃO TEM NOVA IDENTIDADE VISUAL

O Santuário Frei Galvão, assumido pela Província Franciscana da Ima culada Conceição do Brasil desde o ano passado (2021), tem dado passos significativos na evangelização junto ao Santuário do primeiro santo bra sileiro. Neste ano que marca os 200 anos da páscoa do santo, é lançada a nova identidade visual da Família Missionária de Frei Galvão.

A Família Missionária Frei Galvão é um organismo que mantém e reúne pessoas para colaborarem com esta

obra de evangelização. A missão é divulgar a devoção ao primeiro santo do Brasil e também captar recursos por meio de doação, para a manutenção e construção do novo Santuário.

Conforme a caminhada admi nistrativa e o anseio de fazê-lo mais conhecido, existe uma real necessi dade de aperfeiçoar os meios que favorecem tal missão. Sendo assim, os frades acharam por bem aperfei çoar mais e mais os instrumentos, e profissionalizar os meios que colabo ram com esta meta.

Celebrando esse novo começo, criou-se uma nova identidade visual da Família Missionária de Frei Galvão.

A proposta segue os traços da marca mãe (Santuário Frei Galvão) e utiliza a mesma paleta de cores, exceto a cor vermelha que acompanha a marca da Família Missionária. Para melhor sinergia entre os dois logotipos, utilizamos a mesma tipo grafia da marca do Santuário Frei Galvão.

O símbolo da marca tem como conceito uma fusão entre a fé (mãos estendidas), as mãos de Frei Galvão (representada pelo hábito marrom) formando um coração com uma pessoa no topo (simbolizando os devotos).

Para ficar por dentro de todas as novidades que ainda estão por vir, acom panhe os nossos canais de comunicação, Instagram e Facebook: @santuario freigalvao e visite o nosso Santuário!

SINO DE 210 KG CHAMA FIÉIS NA CARREATA

OSantuário Frei Galvão iniciou no dia 15 de outubro as celebrações em louvor ao seu Padro eiro. Na festa deste ano, foram recordados os 200 anos da passagem de Frei Galvão para a eterni dade, com o tema: “É morrendo que se vive para a vida Eterna”.

O ano jubilar foi iniciado no ano passado e a temática foi refletida ao longo da Novena e da Solenidade, no dia 25 de outubro. Contudo, foram realizadas muitas atividades

civis e religiosas, dando ênfase a este fato na vida Frei Galvão.

Esta é a segunda Festa que os frades - novos ad ministradores do Santuário - estão à frente. A primeira Festa foi celebrada dentro do contexto restrito da pandemia no ano de 2021.

frequentadores do Santuário, já pôde introduzi-los dentro no ritmo dos festejos.

Após a santa Missa, todos os fiéis foram convidados a percorrem cerca de 23km, com os seus automóveis, na Carreata de Frei Galvão. Uma grande manifestação de alegria e piedade.

Na parte externa do Santuário, os frades invocaram a bênção de Deus sobre o sino. Emocionado e grato, Frei Diego disse do significado deste gran de símbolo. Lendo um belíssimo texto, refletiu com o povo:

TEM DEUS!

singelo de bênção do sino. Após a bênção, a carreata fez o percurso em cerca de 2h. Ao longo de todo o percurso, o sino foi tocado, acom panhado de preces e cantos. Os que estavam em suas casas, eram convidados a saudarem o santo que passeava num andor. O soar do sino, tocado por Frei Diego e Frei Lean dro Costa Santos, traziam as pessoas para verem tamanha manifestação de alegria. Ao ver o santo em seu an dor, as pessoas persignavam-se com o sinal da salvação e suplicavam a bênção de seu santo conterrâneo.

O repicar dos sinos nas cidades do interior continua a falar da vida simples do povo e de uma experiência profunda com o sagrado. A cada vez que o sino toca na Vila tenho a sensação de ouvi-lo dizer: “Tem Deus!” “Tem Deus!” “Tem Deus!” E, de fato, tem mesmo. Do alto, o campanário marca as horas e os acontecimentos mais importantes, pontuando o tempo que segue morno e repetitivo”.

Pela manhã foram abertas as barracas de comidas típicas. Às 15h, Frei Diego Atalino de Melo, reitor do Santuário, foi quem presidiu a Missa. Acolhendo os romeiros e os

As pessoas acompanhavam emocionadas e piedosas o ato

Na missa das 19h30, Frei Leandro deu a bênção e enviou os voluntários presentes. Recomendando-os que prestassem um serviço como quem busca Deus, numa outra forma de prece. Frei Leandro os motivou dizendo que o voluntariado é uma prece. Para a alegria deste Santuário, cerca de 400 voluntários estiveram envolvidos nos serviços litúrgicos e festivos neste ano.

Equipe de Comunicação do Santuário Frei Galvão: Moacir Beggo (SP), Érika Augusto, Patrick Henrique Correa, Felipe Nogueira da Silva, João Paulo da Silva Ferreira, Ruan Marcos Barroso da Silva e Nathan Massahiro de Oliveira Iamanaka
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Colatina: uma experiência de contemplação e fraternidade até o Cruzeiro de Marilândia

No dia 15, feriado da Pro clamação da República, a Paróquia Santa Clara de Assis, em Colatina, com integrantes de algumas Comunidades do Setor Urbano (e participação de pessoas de outras comunidades e cidades vizinhas!), organizou um mo mento de descontração e comunhão. Saímos em peregrinação até a cidade vizinha de Marilândia, com o intuito de subirmos o Cruzeiro no alto do morro. Uma aventura que em dias normais já se torna desafiante, neste dia, com um tempo chuvoso, tornou-se ainda mais, ao caminhar por entre a mata, com trechos de pedras irregulares, lamas, tombos e muitos risos em um percurso que durou em torno de duas horas de subida, com 2.166 degraus até o Cru zeiro, nosso destino final. Entre jovens e adultos, destacamos a presença de Dª Maria Eva, que, com mais de setenta

anos, seguiu até o fim do percurso, numa alegria e fé contagiantes.

A sensação de partilha de vida, senso fraterno e alegria, tão próprios dessa comunidade de fé e do caris ma franciscano, foram marcas a todo momento e, mesmo diante das difi culdades, dos trechos mais comple xos, não faltaram a acolhida e ajuda mútua entre todos. O Evangelho se tornou vivência concreta na dispo sição e nos diversos “cliques” que em meio à chuva e a natureza, eram feitos! O que podemos destacar de todo esse momento, planejado com muito carinho e zelo pela Fraterni dade e pelo povo, foram a alegria e disposição de seguir até o fim sem desanimar, mesmo com a chuva que não dava trégua.

Ao final da caminhada, fizemos um café partilhado e continuamos nossa viagem de volta para nossas casas, cansados, mas com o coração

cheio de gratidão por contemplamos as maravilhas e o cuidado de Deus por seus filhos, em suas criaturas! Francisco cantou as maravilhas da Irmã Água em seu Cântico do Irmão Sol, dizendo que ela “é mui útil e humilde e preciosa e casta” e realmente pareceu que todo o cansaço era lavado cada vez que íamos nos aproximando do topo do morro, assim como na descida.

Podemos dizer que nesse momen to tão especial, a presença franciscana se tornou palpável em cada rosto e em cada sorriso de gratidão ao fim do percurso. Em tudo pudemos dar graças a Deus por este dia tão rico, que, sem sombra de dúvidas, ficará marcado na mente e no coração de todos que estiveram conosco em um momento tão grandioso e especial! Deus é Bom o tempo todo. A todo tempo Deus é Bom!

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evangelização

FÓRUM DA EVANGELIZAÇÃO

Uma luz sobre a missão da Província

AProvíncia Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil realizou, entre os dias 7 a 10 de novembro, no Se minário Santo Antônio, de Agudos (SP), o Fórum da Evangelização que reuniu frades ligados a todas as fren tes de atuação evangelizadora da Província, assim como formadores, animadores do Serviço de Animação Vocacional e outros serviços diversos.

Os preparativos

O Fórum da Evangelização foi a concretiza ção de um dos mandatos do último Capítulo Provincial, celebrado em 2021, que pedia redo brados esforços para o conhecimento e auxílio mútuos para aprimorar nossa missão, a razão de ser da Ordem dos Frades Menores. O Fórum

também tinha como missão continuar o processo capitular que lançou as bases para a reflexão sobre como as Fraternidades e pre senças evangelizadoras poderiam corresponder às exigências dos tempos atuais.

Assim, o Capítulo estabeleceu as prioridades às quais a Provín cia daria atenção neste novo sexênio (2022-2027): redescobrir o valor da vida fraterna; consolidar a Animação Vocacional como res ponsabilidade permanente de cada frade e Fraternidade; reforçar a importância da formação inicial e permanente dos frades; e definir a sinodalidade como dimensão transversal da vida fraterna e ação evangelizadora. O Capítulo também estabelecia diversos manda tos e orientações que cumpriam o papel de orientar os passos nos anos que se seguissem.

Nos primeiros meses de 2022, uma comissão ficou encarre gada de produzir uma nova edição do Plano de Evangelização da Província, que buscasse integrar os anseios e decisões capitulares na dimensão evangelizadora. À luz deste novo documento, que longe de tomar o lugar dos anteriores, mas pretendia ser sua con

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tinuidade, cada Frente de Evangelização, serviço e etapas da formação deveriam produzir novo Plano Operacional que, como o nome insinua, pretende demar car concretamente o modo como as orientações capitulares seriam postas em operação.

A Província da Imaculada Concei ção tem presenças em cinco Estados brasileiros e em Angola (três províncias: Luanda, Malanje e Kwanza Sul). Atua em diferentes espaços como colégios e universidades, emissoras de rádio e TV, administra projetos de ação social e uma editora de livros, está presente nas redes sociais e demais sites de internet, além, obviamente, de atuar no cuidado pastoral de diversas paróquias e santu ários. Todos os esforços da formação inicial estão voltados em ajudar os jo vens candidatos no amadurecimento humano e cristão, no discernimento quanto à vocação específica da vida religiosa e franciscana, preparando-os para poderem assumir um dia esta missão a serviço da Igreja, da Ordem e da sociedade. Cada um destes setores da Província foi instado a reavaliar e re propor-se em seu modo e espaço pró prio de atuação a se unir neste grande plano comum assumido no Capítulo Provincial e definido no Plano de Evan gelização.

Estes foram os trabalhos preparató rios, que foram realizados no decorrer do ano de 2022 para que, nos dias em que a Província estaria reunida em Agudos para o Fórum da Evangelização, pudes sem apresentar os resultados de seu pla nejamento.

Rezando a evangelização

O Fórum teve início na noite da se gunda-feira, dia 7, com um momento forte de oração e celebração. Os frades, reunidos na igreja do seminário, rezaram e renderam graças a Deus pelo dom de poderem servir na construção de seu Reino através da missão. Ouviram sobre o Evangelho do envio dos apóstolos por parte de Jesus para que agissem em seu nome e anunciassem a sua Boa Notícia nas cidades por onde passassem. Ouvi ram sobre o modo como a Regra Bula da, escrita por São Francisco de Assis e aprovada pela Igreja, definia a maneira como os irmãos menores pregariam, se apresentariam em nome da paz e convi dariam os homens e mulheres a acolhe rem com gratidão o dom da misericórdia divina e, com confiança, poderiam reco nhecer sua própria fragilidade humana.

Frei Gustavo Wayand Medella, em determinado momento, tomou a pala vra para exortar os irmãos a experimen tarem a alegria do Evangelho seguindo a proposta do Papa Francisco em sua Exortação Apostólica Evangelii Gaudium (2013). O frade conclamava os irmãos a se permitirem crescer na consciência de

que são enviados a evangelizar, mas que Deus também dá a graça de serem evan gelizados no encontro com o povo. Re lembrou que já está enraizada no senso comum da humanidade, que os cristãos devem testemunhar a unidade e o res peito e que é um grave atentado à nossa identidade quando se vê crescer no seio das comunidades e projetos o mal do ódio, da divisão, da calúnia e difamação. Contra tal mal, pediu: “Não deixemos que nos roubem o ideal do amor fraterno!”. E na consciência de que nossa missão é anunciar a alegria experimentada do en contro com Cristo, reafirma: “Não deixe mos que nos roubem o Evangelho!”.

Na continuidade de sua reflexão, Frei Gustavo alertava aos irmãos para cuida rem de não se entregar a uma espécie de mundanismo espiritual, na qual se escon de sob a bela “casca” de religiosidade, mas que, na verdade, esconde a autorreferen cialidade, o individualismo e desconfian ça de que tudo dependa das próprias ca pacidades. Não! Na verdade, recordou o frade, esta segurança encontrada apenas em si mesmo conduz a um deserto es piritual no qual Deus não é nem sequer lembrado e torna inférteis quaisquer es

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forços evangelizadores. É preciso voltar sempre a Ele e a partir d’Ele ser enviado. “Não deixemos que nos roubem a alegria da evangelização!”, concluía.

Como continuidade da oração, os frades releram trechos do Plano de Evan gelização e puderam, num gesto singe lo de humildade, depositar velas acesas que traziam consigo como expressão de seu compromisso com o Evangelho recebido, a Regra prometida e o projeto evangelizador proposto.

Conhecendo e ampliando os Planos Operacionais

O dia seguinte, a terça-feira (dia 8), foi dedicado ao conhecimento de todos os Planos Operacionais das cinco Frentes de

Evangelização, das etapas da Formação, do Serviço de Animação Vocacional e da Evangelização com as Juventudes. Cada frade responsável deveria comunicar aos participantes as linhas gerais do plano estabelecido para aquela área específica e evidenciar como este respondia aos mandatos do Capítulo Provincial e Geral da Ordem, no esforço de colocar em prá tica aquilo que foi estabelecido por estas que são as instâncias mais importantes da Ordem.

Cada apresentação também deveria esclarecer como aquela parte da missão provincial se interligava com as demais. E aqui se revelava o objetivo principal do Fórum de Evangelização: fortalecer a interconexão e senso de pertença de

todos os frades que constituem a Pro víncia com cada uma de suas atividades evangelizadoras, de modo que não haja a “minha” atividade ou a “deles”, mas uma só força missionária atuante em diversos campos, conduzida atualmente por al guns irmãos, mas da qual todos se sen tem participantes e responsáveis, cientes de que podem atuar em diferentes cam pos direta ou indiretamente.

Uma vez conhecidos todos os proje tos, na quarta-feira (dia 9), os participan tes foram provocados a imaginar como as demais Frentes de Evangelização po deriam contribuir umas com as outras. Este esforço se basearia na percepção de que há diversos pontos convergentes nos diversos projetos, o que não era de

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se estranhar já que todos nasceram de uma mesma espiritualidade e do desejo comum de evangelizar! Diversos apon tamentos foram feitos pelos irmãos, re velando a boa vontade e expectativa de que a Província poderia muito crescer e enriquecer-se com a entreajuda e comu nhão de esforços das diferentes áreas.

Por fim, para refinar o resultado desta ampla “mesa redonda”, os frades se dividi ram por áreas em que atuam, recolhen do toda a multiplicidade de propostas para eleger aquelas que poderiam ser assumidas concretamente como priori tárias e possíveis.

O último dia do Fórum, a quinta-fei ra (dia 10), foi dedicado às diversas co municações provinciais, com destaque

às palavras de Frei Robson Luiz Scudela, Ecônomo Provincial, referenciando o pa pel da economia e administração finan ceira na força testemunhal da vida e ação evangelizadora das Fraternidades e obras que formam a Província.

O Fórum foi concluído com a Cele bração Eucarística presidida pelo Minis tro Provincial, Frei Paulo Roberto Pereira, e concelebrada pelos irmãos ligados à Frente das Missões. Foi escolhida a liturgia da missa de Santo Antônio de Sant’Anna Galvão, como forma de conclusão de um ano jubilar dedicado a recordar os 200 anos de seu falecimento. Santo Frei Galvão foi um dos irmãos desta mesma Província da Imaculada Conceição, e um dos santos expoentes daquilo que os

frades de hoje são instados a oferecer ao mundo através de seus esforços na evan gelização e missão. Quem fez a homilia da missa foi Frei Diego Atalino de Melo (veja na página seguinte), frade que hoje serve como reitor no Santuário Arquidio cesano de Santo Antônio de Sant’Anna Galvão, em Guaratinguetá (SP). Em suas palavras finais, Frei Paulo exortou os fra des ao compromisso com a profecia, ca racterística da vida consagrada, e força da missão já que ela conduz à fidelidade ao que os irmãos prometeram ser enquan to Frades Menores e à mensagem que se comprometeram a anunciar: o Evange lho e os valores do Reino.

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Frei Rodrigo da Silva Santos

Frei Galvão, referencial para a evangelização da Província

No encerramento do Fórum de Evangelização da Provín cia Franciscana da Imaculada Conceição, no dia 10 de no vembro, o Ministro Provincial, Frei Paulo Roberto Pereira, presidiu a Celebração Eucarís tica e Frei Diego Atalino de Melo, reitor do Santuário Frei Galvão, fez a homilia.

Frei Diego tomou como modelo Frei Galvão, frade desta Província, para apre sentá-lo como referencial das cinco Fren tes, mostrando a totalidade do trabalho evangelizador deste primeiro santo bra sileiro, evitando-se, assim, o risco de ligar os santos com “alguns fragmentos de suas histórias”, como a santa das rosas, Santa Teresinha do Menino Jesus; o santo casamenteiro, Santo Antônio; e o santo das pílulas, Frei Galvão, para citar alguns exemplos.

“E hoje, encerrando esse Fórum da Evangelização, queremos nos apropriar da grandiosidade de Frei Galvão, toman do sua identidade carismática como ins piração para as nossas 5 Frentes de Evan gelização”, explicou o celebrante. Neste ano, a Província está celebrando os 200 anos da morte da Frei Galvão.

Frente da Educação

Para a Frente da Educação, Frei Gal vão se torna um referencial de busca do conhecimento, de erudição e de pes quisa. Portador de uma boa formação acadêmica, iniciada com os jesuítas e complementada pelos nossos Frades, Frei Galvão destacou-se como um bom pregador, um exímio orador e conselhei ro de muita gente. Poeta e escritor, Frei Galvão compartilhou sua sabedoria ao redigir os estatutos das Irmãs do Recolhi mento da Luz. Ao mesmo tempo, esteve presente na fundação da Academia dos Felizes, que viria ser a Academia Paulista de Letras. Tais feitos de Frei Galvão confir mam para nós, enquanto Frente da Edu cação, o quão importante é investir no conhecimento e no estudo, fazendo da vida e do testemunho a melhor síntese entre teoria e prática.

Frente da Comunicação

Como um bom frade menor, Frei Gal vão tinha o desejo de tornar a boa nova

do Evangelho cada vez mais conhecida. Alimentava dentro de si o anseio por fazer chegar ao maior nú mero possível de pes soas a mensagem que traz vida e que liberta. A partir dos relatos do seu dom sobrenatu ral da bilocação, po

demos concluir que Frei Galvão, no seu tempo e do seu modo, realizou aquilo que hoje os nossos meios de comuni cação fazem com tanta mestria: levar ao mesmo tempo para diferentes lugares o Evangelho de Jesus.

Frente das Paróquias, Santuários e Centros de Acolhida

Ao longo do seu apostolado no Convento São Francisco, em São Paulo, Frei Galvão exerceu a tríplice função de confessor, pregador e porteiro. Como confessor, foi canal de reconciliação e de misericórdia. Mais do que perdoar peca dos, Frei Galvão nos ensina a vencermos as divisões, as polarizações e os distancia mentos. Ele nos lembra que o caminho da reconciliação é possível.

Como pregador, o primeiro Santo Brasileiro soube levar o povo à maturi dade na fé, traduzindo de forma com preensível a todos as riquezas e pro fundidades da teologia. Em tempos de manipulação da fé, em que se impõem cabrestos, medos e pânico em nome de Deus, Frei Galvão nos lembra que a verdadeira pregação é aquela que ali via os fardos e suaviza o julgo, confor me nos lembra o Evangelho. E, por fim, Frei Galvão ensina às nossas paróquias e santuários a serem expressões de uma verdadeira e gratuita acolhida. Ele, como porteiro, exerceu com mestria a hospitalidade fraterna com todos, ricos e pobres, letrados e simples, escravos e livres, e nos ensina a sermos também paróquias e santuários de portas aber tas, sempre prontos a acolher.

Frente das Missões

A biografia de Frei Galvão, bandei rante de Cristo, nos aponta para uma Igreja Missionária, presente nas casas, na realidade das pessoas. Suas inúme ras viagens, sempre feitas a pé, teste munham o jeito franciscano de ir pelo mundo, anunciando a paz. Castro, Piraí do Sul, Itu, Sorocaba, Guaratinguetá, Taubaté, São João do Paraitinga, Rio de

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Janeiro e outras localidades visitadas pelo itinerante Frei Galvão, testemu nham seu espírito missionário disposto a estar nas casas de família, a ouvi-las, ajudá-las, reconciliá-las e exortá-las na fé. Como não perceber em toda essa trajetória um verdadeiro modelo mis sionário e evangelizador?

Frente da Solidariedade

Como um pobre franciscano, San to Antônio de Sant’Anna Galvão assu miu também a causa dos mais pobres. Há relatos em que muitas vezes ele mesmo pagava as dívidas dos traba lhadores e escravos que estavam cons truindo o Mosteiro da Luz, pois sabia de suas dificuldades em quitar suas contas. No entanto, sua solidariedade não se reduzia a um assistencialismo, pois era capaz de colocar-se na defesa das vítimas da violência. Sabemos que sua expulsão de São Paulo se deu pelo fato de ele ter se oposto publicamente ao Capitão General Martins Lopes que havia decretado a pena de morte para um de seus soldados, o Caetaninho.

Assim, em tempos de institucionali zação do ódio, da violência e da morte, Frei Galvão nos inspira a não termos medo de assumirmos posturas proféti cas de defesa da vida. Seu exemplo nos encoraja a enfrentarmos até mesmo as perseguições em nome da justiça e da

paz, assumindo sempre o lado dos mais fracos e dos últimos.

Criatividade pastoral

Retomando o início da reflexão, quando Frei Diego disse que não se pode reduzir Frei Galvão às suas pílulas de fé, ele também lembrou que seria um equí voco não citá-las como expressão da sua vida. “O nascimento da história das pílulas se deu com a impossibilidade de Frei Gal vão ir até a casa de um homem com for tes dores nos rins. Ao invés dele simples mente dizer que não poderia atendê-lo, encontrou um jeito de se fazer presente. Um pequeno pedaço de papel, com uma oração a Nossa Senhora, se tornara a forma possível de expressar presença e consolo. Para Frei Galvão não existia agenda cheia, fim de expediente ou dia de folga. Sua prioridade era entregar-se totalmente pelo povo”, recordou o frade.

“Assim, as pílulas são a mais genuína expressão da criatividade pastoral desse grande frade. Quem quer, sempre en contra um jeito de ajudar, de evangelizar, de se fazer próximo. Talvez, assim como nos lembra o Evangelho, as pílulas são esses sacramentais compreensíveis so mente pelos simples e humildes, e não pelos sábios e entendidos. Para quem realmente tem a fé dos pequenos e úl timos, até mesmo um papelzinho com uma oração pode se tornar um canal de

graça e encontro com o sagrado”, ensi nou o celebrante.

Para Frei Diego, ainda haveria muito a ser dito sobre Frei Galvão: seu espírito de empreendedor e de construtor, sua pro funda espiritualidade mariana, sua proxi midade e carinho com a Ordem Terceira de São Francisco, de quem foi assessor etc.

“No entanto, é importante lembrar as palavras de São Francisco de Assis na sua VI Admoestação, que nos adverte que seria uma grande vergonha, para nós, religiosos, ganharmos elogios e re conhecimento simplesmente pelo fato de contarmos ou narrarmos os feitos dos Santos”, citou o frade.

“Portanto, para nós, Frades Menores, o melhor jeito de bem celebrarmos a memória de Frei Galvão é atualizar a sua proposta de vida. É colocarmos em prá tica o seu legado. E através das nossas 5 Frentes de Evangelização, mostrarmos que a vida e a obra desse nosso confra de Santo têm muito a nos ensinar e que podem contribuir, e muito, para sermos uma verdadeira Província em saída, evangelizadora e Missionária. Que São Frei Galvão, homem da paz e da carida de, nos ajude a encarnar em nossas vidas e fraternidades os valores que o levaram até os altares como modelo de vida e santidade”, concluiu Frei Diego.

USF promove Noites de Oração Inter-religiosa pela paz no mundo

Há 36 anos, no dia 27 de outubro de 1986, o Papa João Paulo II, reunia em Assis, a Cidade da Paz, dezenas de líderes religiosos para orar pela Paz no Mundo. O evento ficou amplamente conhecido e divulgado nas mídias cristãs e não cristãs. Ali que se criou o termo Espírito de Assis para lembrar a constante necessidade de buscar a Paz, a fraternidade universal, tão queridas pelo jovem Francisco de Assis. Depois deste dia, proliferaram ações em diferentes partes do mundo ba seadas neste encontro. A iniciativa da Universidade São Francisco tem como inspiração este acontecimento.

O movimento franciscano desde as suas origens foi capaz de dialogar com o diferente; os frades seguidores de Francisco de Assis, na originalidade de sua essência, ao dizer que os freis estão sempre “in via”, ou seja, a cami nho, deviam adaptar-se ao mundo e às pessoas que encontrassem diante de si. A proposta de Francisco já era toda uma quebra de paradigmas ao sugerir que convivessem debaixo do mesmo teto: o camponês, o nobre e o clero. Isso em plena Idade Média, em uma sociedade que delimitava muito bem o lugar social de cada um.

Hoje, mais do que nunca, mer gulhados em um mundo de ódio, de intolerância, de extremismos, de ressurgimento de grupos radicais, de proliferação do discurso de ódio, de perseguição ao diferente, de guerras apoiadas por líderes religiosos, em contexto nacional de brigas, fake news, de polarização política, de discurso religioso intolerante; em uma semana decisiva para a história do país, somos mais uma vez convocados a rezar, a pedir, a implorar pela Paz.

Ao preparar estas poucas linhas, ao digitar no site de busca a frase: “Encontro inter-religioso do Papa em

Assis” a primeira página que me apa receu tinha como título:” o herético e escandaloso encontro ecumênico em Assis de João Paulo II”; em uma página que se dizia criada para dar formação católica, mas que em suas diversas linhas atacava o Papa, o Concílio Vatica no II, o diálogo inter-religioso, tentando criar e gerar entre os próprios católicos o contrário da proposta que temos aqui nesta noite e que teve São João Paulo II em Assis. Por isso, meus caros, mais do que nunca, este momento que compartilhamos aqui na Universi dade São Francisco, é necessário, atual e indispensável. E por isso, mais uma vez o fazemos e faremos cada ano. Desejo que aproveitemos cada minuto e cada partilha trazida pelos nossos irmãos e irmãs das diferentes religiões aqui presentes” (Frei Alvaci Mendes da Luz – pela Pastoral Universitária).

Realizamos três noites de oração, com duração de 01 hora e meia, sem pre às 19h30, nos dias 25, 26 e 27 deste mês de outubro; e contamos com a participação valiosa e eficiente do Nú cleo de Extensão (Next), dos Freis que trabalham na USF: Frei Vitório conduziu a primeira noite, Frei Valdir Nunes a segunda, e Frei Alvaci a terceira noite. Contamos com a presença dos Direto res de campus, Pró-Reitor, professores e alunos e demais convidados. Os líderes religiosos que participaram em

todas as noites e trouxeram grandes ensinamentos foram estes: Janaína Assis (Kardecista), Sheikh Rodrigo Jalloul (Islamismo), Pastor Luiz Carlos Ramos (Metodista), Babalorixá Ademil son Oliveira(Candomblé), Mãe Cláudia Fernandes (Umbanda), Elaine Cássia (Seicho-no-ie),Pastor Leandro Rodri gues (Igreja Evangélica Habitar), Sheila Rizzo (Espiritismo- Casa do Caminho), Monge Gen Geden ( Budismo), Maria Lúcia Zenobi (Seicho No Iê) e também os músicos Geraldo Coelho da Silva (Trompetista), Grupo Zé da Gente ( O Amor Camará), Elizabeth Poquiviqui (Igreja Família Debaixo da Graça).

Por este grande momento nossa gratidão a todos e todas, Deus seja louvado! Paz e Bem!

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Pastoral Universitária da USF

No dia 27 de outubro acon teceu no Convento São Francisco, no centro de São Paulo, a Celebração Inter-religiosa do Espírito de Assis. Contando com a presença de várias ex pressões religiosas, a celebração foi iniciada por volta das 15h, onde Frei Tiago Elias, acolhendo as todos os presentes, acenou para a importân cia deste encontro fazendo alusão ao encontro em que o Papa João Paulo realizou no mesmo dia 27 de outubro de 1986. Estiveram presen tes as representações religiosas: Frei José Francisco (Franciscanos), Mãe Eleni de Oyá e Mãe Caroline de Ayrá (candomblé), Pai Denisson (Umban da), Emerson (Xamanismo), Cristina Ayumi (Budismo) e representantes das Instituições Sinagoga Shalom (Judaísmo) e Cozinha Da Hora (Um banda).

A celebração deste ano, diferen temente dos anos anteriores, contou com a presença dos vários serviços em que o Sefras, Serviço Francisca no de Solidariedade, desenvolve o acolhimento, o cuidado e a defesa das populações mais vulneráveis (Pop Rua, Imigrantes, Idosos, Pessoa Acometida pela Hanseníase e Crian ças e Adolescentes) que, conduzidos

Espírito de Assis: “Com armas não há paz!”

por Frei Tiago, fizeram apresenta ções culturais por meio de canções, poesias e danças.

Em seguida, Frei Tiago convidou os líderes religiosos presentes para que viessem à frente e baseados no

questionamento - “Na sua expres são religiosa, quais são os meios utilizados para combater a violên cia, a polarização e a difusão do ódio?” - expressassem o modo com que as religiões poderiam construir

um mundo de paz, amor e respei to. Dentre as falas destacamos o momento que Frei José Francisco Dos Santos comentou sobre a im portância de estar reunindo tantas expressões religiosas com um único

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objetivo: Construir a Paz, tendo em vista que na sociedade atual vive-se um “ espírito fraticida, onde o irmão mata o outro irmão,” fazendo alusão a Caim e Abel do Livro do Gênesis.

Por fim, a celebração teve seu término com a apresentação dos Imigrantes da Casa de Assis e o convite para que cada um que ali se fez presente pudesse refletir e se empenhar com a construção de um mundo mais fraterno, com respeito, diálogo e união.

Contexto Histórico

O Espirito de Assis nasceu no dia 27 de outubro de 1986, por ocasião da Jornada Mundial de Oração pela Paz, onde na cidade de Assis, na Itália, o Papa João Paulo II convidou diversas igrejas das comunidades cristãs e das grandes religiões do mundo para celebrarem juntos um dia de

Oração pela Paz. A este clima de diálogo, o encontro, que recebeu o nome “Espírito de Assis”, traz em seu movimento o espirito de avizinhamento amigável, respeito so dos diversos mundos religiosos, que põem em relevo que a paz é o nó das grandes religiões do mundo. Fiel a este espírito, o Papa voltou a convocar pela segunda vez os representantes das Igrejas cristãs e das grandes religiões no dia 24 de janeiro de 2002, depois dos trágicos acontecimento de 11 de setembro de 2001, o bombar deio das Torres Gêmeas de Nova York, e pouco antes das guerras no Afeganistão e Iraque.

Semana da Paz 2022

Com o tema, “com armas não há paz”, a celebração da Semana da Paz desse ano refletiu sobre a paz e denunciou os armamentos,

sejam elas nos universos das po larizações das redes digitais ou no cotidiano das relações, como por exemplo: a fome, violência moral e física, entre tantas outras for mas de ferir a Paz. Motivados pela figura humilde e alegre de São Francisco, junto com sua visão de fraternidade universal (irmãos de todos), sua luta constante na busca pela paz e por sua recusa absoluta da violência nós, os Franciscanos, mantemos esse espírito, e por isso, todos os anos continuamos a celebrar essa data, para que conti nue, também, a ser uma expressão constante de nossa mesma razão e adesão de ser: irmãos e irmãs de todos os homens e mulheres do mundo e de todas as criaturas, irmãos e irmãs que constroem fraternidade, diálogo e paz.

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Frei Franklin Matheus da Costa

Paróquia Santa Clara celebra o Espírito de Assis IMBARIÊ

Todos os anos, a Paróquia Santa Clara de Assis celebra o Espírito de Assis, em co munhão com algumas das muitas expressões religio sas presentes na Baixada Fluminense. Fizeram-se presentes na noite do dia 27 de outubro, 7 diferentes denominações religiosas, algumas delas já tradicio nalmente entre nós, todos os anos, outras compareceram pela primeira vez, como foi o caso dos irmãos budistas.

Dentre os representantes das de nominações religiosas estavam a Mãe Conceição de Lissá, Mãe Marily, Ogã, Wagner e Damiana Moura, Candom blé, Regina Célia, Espírita, Padre José Gabriel Luiz, ortodoxo, Dilso, Edna e Maicon, budistas, Pai Roberto Almeida, umbanda, candomblé, diácono Alex Carvalho, Evangélico, Joaquim Figuei ra, kardecista.

A temática do encontro desse ano foi ‘O direito à liberdade religiosa e a

cultura da paz’. Após a acolhida a todos, leu-se o artigo da Constituição Federal sobre o direito à liberdade religiosa. Em linhas gerais, o encontro inter-religioso foi intercalado por cantos próprios de cada denominação religiosa, testemu nhos sobre os desafios e as alegrias de cada religião presente, dinâmica a partir de manchetes de jornais sobre perseguição religiosa no Brasil.

Os depoimentos de cada lide rança religiosa foram, certamente, os momentos que mais mexeram com a emoção de todos os que estavam pre sentes. Maria da Conceição, candomb lecista, relatou com o coração apertado

os vários ataques sofridos no terreiro em Taquara, Duque de Caxias. Alex, da Igreja Evangélica Ágape, pediu perdão a todos pelo pecado da intolerância religiosa praticada por alguns grupos evangélicos.

A nossa gratidão a todos e todas que aceitaram o convite e se abriram ao espírito inter-religioso no desejo sincero de contribuir para com a cul tura da paz. Nosso muito obrigado aos paroquianos da paróquia Santa Clara que marcaram expressiva presença no encontro. Paz e Bem!

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Frei João Fernandes Reinert
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Grupo Educacional Bom Jesus realiza encontro de catequistas

ACasa de Retiro das Irmãs da Divina Providência, localizada na cidade de Curitiba, acolheu o Encon tro Nacional de Catequistas do Grupo Educacional Bom Jesus, realizado nos dias 21 e 22 de outubro de 2022.

O encontro contou com a par ticipação do presidente do Grupo, Frei João Mannes, do tesoureiro do Grupo, Frei Mário José Knapik e dos frades estudantes do tempo da Te ologia: Frei Fábio Melo Vasconcelos, Frei Heberti Senra Inácio e Frei Ruan Felipe Sguissardi, que atuam nos Colégios Bom Jesus, em Petrópolis e em Itaipava, bem como de catequis tas das unidades do Paraná, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.

No dia 21 de outubro, à noite, houve diversas atividades interativas e uma caminhada no interior da casa de Encontro das Irmãs com reflexões sobre aspectos importantes da vida de São Francisco de Assis e, nos momentos de parada, os participan tes puderam colocar-se em oração e partilhar belas experiências da espiritualidade franciscana.

E no dia 22 de outubro, os frades conduziram a oração da manhã, mo mento de louvor a Deus pelo início do dia e pela vocação de cada catequista. Em seguida, os participantes contaram com a palestra da psicóloga Francine Porfírio Ortiz sobre a espiritualidade do catequista, entre outras atividades de formação catequética realizadas durante o dia.

A celebração de encerramento foi

presidida pelo Frei João Manes. Em sua homilia, o frade ressaltou que “o nosso diferencial é evangelizar na perspectiva franciscana”. Em seguida, referindo-se aos documentos oficiais da Ordem, salientou “que a educação é uma pla taforma fundamental e privilegiada de evangelização”.

Após a comunhão, Frei Mário e Rita de Cassia Kleinke, responsáveis pela Catequese do Grupo Bom Jesus, proferiram algumas palavras de agradecimento sobre a importância do encontro. Segundo o Frei Mário, “o encontro propiciou momentos significativos de interação entre os participantes, de oração, celebração e reflexão sobre aspectos importantes do carisma franciscano e da espiritua lidade do catequista”.

Paz e Bem!

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Canarinhos: Concerto de aniversário marca a volta das Meninas

Oaniversário de 34 anos do Coral das Meninas dos Canarinhos de Petrópolis foi celebrado em grande estilo no dia 4/11, com um Concerto de clássicos do rock e músicas populares, no Instituto Teológico Franciscano (ITF), às 20 horas. O repertório contou com doze apresentações, além do bis e com a presença de uma banda no acompa nhamento.

Depois de dois anos com festivida des remotas, a emoção tomou conta das coralistas que não esconderam a satisfação de estarem celebrando pre sencialmente a passagem desta impor tante data para todo o coro. O público que lotou o Salão Acadêmico do ITF pôde prestigiar uma noite envolvente. Na plateia, destaque para a presença de ex-coralistas, pais e simpatizantes do canto coral.

“Com muita alegria nós nos

reunimos nessa Casa Franciscana do Instituto Teológico Franciscano”, disse o presidente do Instituto dos Meninos Cantores de Petrópolis (IMCP), Frei Mar cos Antonio de Andrade, na abertura do evento. “Primeiramente, gostaria de agradecer a presença de todos. Na pes soa de Frei Sandro Roberto, agradeço por abrir as portas do Instituto ao nosso coro das Meninas dos Canarinhos para juntos celebrarmos esta festa de aniversário”, disse.

Frei Marcos explicou que o coro das meninas faz parte do IMCP, da Província da Imaculada Conceição do Brasil. “En tão, nós frades do ITF, do IMCP, fazemos parte dessa grande família franciscana, que tem São Francisco como modelo, como um homem de Paz e de Bem”, frisou. “Celebrar estes 34 anos do coro das Meninas dos Canarinhos é celebrar aquilo que a música pode fazer e que os nossos coros no IMCP têm por missão: levar a Boa-Nova do Evangelho

que é o amor e a paz para todos. Isso tudo, através do canto e da música. Este é o grande objetivo de toda a formação do nosso instituto. Através da música, da boa música, queremos levar alegria para todos os que nos ouvem”, acrescentou.

O diretor artístico do IMCP, Marco Aurélio Lischt, também dirigiu algumas palavras aos presentes e manifestou sua gratidão a todas as pessoas presen tes no evento. Lembrou que no ano de 1988, data de fundação do Coral das Meninas, o coro teve a regência da professora Silvia Muniz e que naquela época o coro se chamava ‘Andorinhas da Serra’, talvez, fazendo um contrapon to com os Canarinhos de Petrópolis.

“O coro surgiu de uma necessi dade na qual as meninas pudessem também cantar. Até então, havia apenas o coro dos Canarinhos, que neste ano completou 80 anos”, disse. “Eu quero parabenizar a todas as me

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ninas e ao maestro Marcelo Vizani por esse belo trabalho que vem exercen do há mais de 20 anos como mentor do coro”. E, terminou com uma frase: ‘A música talvez seja de todas as artes, aquela que, sem dizer nenhuma palavra tange as cordas sentimentais da alma e do coração’. “Com essa frase eu desejo que a música também toque o coração e a alma de todos vocês”, disse.

Na sequência, o Coral das Meninas dos Canarinhos foi recepcionado pelos presentes com uma calorosa salva de palmas. Dirigindo-se aos presentes, o maestro Marcelo Vizani, também agradeceu a presença de todos. “É uma alegria estar aqui à frente deste coro, e celebrar 34 anos. Quero dividir com vo cês a alegria de estarmos juntos através da nossa música”, revelou.

A apresentação de todo o reper tório contou com a participação das coralistas. Elas começaram o Concerto com a canção tradicional “Dany Boy”, escrita em 1913 por Frederick Weather ly. Seguidamente, entoaram “Love of my life”, de Freddie Mercury, composta em 1975. A música se tornou uma das preferidas do público nos shows da América do Sul no anos 80, principal mente no Brasil e Argentina. Após a morte de Freddie Mercury, tornou-se um tributo ao cantor durante as apre sentações do Queen.

Na sequência vieram “Days of Beaty” de Ola Gjeilo e Emily Brontë e “Yester day”, de John Lenno e Paul McCartney. Está última foi lançada em 1965 e é considerada a primeira gravação oficial da banda The Beatles, acompanhada por um quarteto de quatro cordas.

Seguidamente, entoaram “Samba do Avião” de Tom Jobim, canção com posta em 1962. O autor escreveu para um filme italiano e trata da paixão do compositor pelo Rio de Janeiro e ao mesmo tempo, revela seu medo de andar de avião.

“Canção da América”, de Milton Nascimento e “Over the rainbow”, de Harold Arlen e Yip Harburg foram as próximas canções. Depois vieram “Cant help falling in love”, de Hugo Peretti, Luigi Creatore e George Weiss, canção imortalizada na voz de Elvis Presley.

A faixa de maior sucesso dos anos 60 “O Cupido”, de Neil Sedaka, arran cou aplausos do público que cantou juntamente com o Coral das Meninas. Sendo o primeiro álbum lançado pela cantora brasileira, Celly Campello, no ano de 1959, é considerado também como o primeiro LP de rock brasileiro. Após 17 anos de gravação, a música

voltou a fazer sucesso, ao se tornar tema de abertura de uma telenovela da televisão nacional.

“I say a little prayer for you”, de Burt Bacharach e Hal David, é de 1967 e foi a próxima apresentação das meninas. E, na sequência, entoaram “Bohemian Rhapsody”, de Freddie Mercury, que é considerada a obra prima da banda de rock britânica Queen. A música, que tem em média seis minutos, quebrou paradigmas e vem encantando fãs ao longo de décadas.

Uma das canções mais conhecidas da banda britânica The Beatles, “Eleonor Rigby”, marcou o encerramento do concerto. Originalmente lançada em 1966 , foi composta por John Lennon e Paul McCartney. E por fim, “Aquarela do Brasil”, de Ary Barroso atendeu ao pedido de bis do público presente.

Frei Augusto Luiz Gabriel

Para marcar também as celebrações dos 34 anos do Coral das Meninas foi disponibili zado o álbum “Memorare”, lançado original mente em CD no ano de 2015, sendo este o primeiro álbum do coro.

“Memorare” possui 11 faixas. Entre as composições, estão clássicos da música sacra

e produções nacionais do gênero, compostas especialmente para o CD, como “Haec Dies II”, de Antonio Gastão, “O Sacrum Convivium”, de Marco Aurélio Lischt e “Ave Maria”, de Alexan dre Schubert.

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“Quando o Amor se faz reconciliação” é tema do 10º Retiro Universitário da USF

No sábado, dia 5 de novem bro, a Pastoral Universitária e o Núcleo de Extensão organizaram o 10º Retiro Universitário que teve como tema “Quando o Amor se faz reconciliação”, totalmen te baseado na Parábola do Filho Pró digo (Lc 15, 11-32). Os Retiros da USF sempre são fundamentados em temas bíblicos para que as abordagens não sejam apenas voltadas para os católi cos, possam abranger os evangélicos e espíritas que também participam deste momento. A duração do Retiro é de apenas um dia, das 08h às 17h. Neste ano, mais uma vez, o Retiro foi no Espaço da Moenda, em Itatiba.

Oitenta pessoas, entre colabora dores, professores e alunos e alguns familiares estiveram presentes. Às 8h, todos foram recebidos com um café

da manhã e, após o café, cada um recebeu uma espécie de kit, uma pasta com subsídios para a reflexão comum e individual. Às 8h45 teve a Oração da Manhã, que aprofundou a importância do Evangelho de Lucas, destacando o versículo: ”O pai o avistou, e teve com paixão. Saiu correndo, o abraçou e o co briu de beijos”. Logo em seguida, todos saíram para uma hora e meia de reflexão individual, oração e adoração. Às 11h, teve uma reflexão de aprofundamento do tema e, às 12h30, o almoço. Após o almoço, a convivência dos participantes se estendeu até às 14h30.

Às 14h30, a Oração da Tarde focou o tema da Misericórdia e o Exame de Consciência. Às 15h30, o encerra mento do Retiro com a Celebração da Eucaristia. Após um lanche que foi servido às 16h40, os participantes retornaram em ônibus, sprinter e carros

da USF e conduções particulares. Todos aproveitaram bem o dia e havia muita serenidade e alegria.

O tema escolhido foi em vista dos tempos que passamos de rupturas, ódio e intolerância. Nesta Parábola que conduziu o Retiro, em que lugar estamos? Como o filho mais novo, partimos e voltamos com uma baga gem de envolvimentos. Andamos por estradas, experiências, estilos de vida, relacionamentos e escolhas bem ou mal feitas. E quando sentimos necessi dade de voltar ao lugar seguro ficamos na expectativa do acolhimento. Como filho mais velho amamos a disciplina da permanência e as tradições e o estar em casa. Como o pai, vamos entender que tudo cabe num abraço misericor dioso e amoroso.

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Pastoral Universitária da USF

USF recebe Leonardo Boff para palestra

“Qual é o caminho para a fraternidade universal”

AUniversidade São Francisco (USF), Editora Vozes e a Arquidiocese de Campinas promoveram, no dia 07 de novembro a palestra “Qual é o caminho para a fraternidade universal”, com Leonardo Boff, no anfiteatro do Câmpus Campinas (Swift).

O autor abordou o caminho para fraternidade universal possível, por meio da Encíclica Fratellli Tutti e a re volução paradigmática do dominus (dono) ao frater (irmãos). De forma realista, Leonardo Boff apresenta as possibilidades de realização da fraternidade universal, proposta por São Francisco de Assis e por Francis co de Roma, e considera os entraves que a nossa cultura atual apresenta; que, mantida, a torna impossível. “O Papa está na ponta da discussão ecológica mundial, efetivamente é então a Fratelli Tutti tem uma importância enorme porque ele enfrenta as crises pelas quais está passando a humanidade”, explicou durante o evento.

Leonardo Boff (1938) foi por mais de 20 anos professor de Teologia Sis temática no Instituto Franciscano de Petrópolis e, posteriormente, professor de Ética, Filosofia da Religião e de Ecologia Filosófica na Universidade Es

tadual do Rio de Janeiro. Foi também professor-visitante em várias universi dades estrangeiras. É membro da Ini ciativa Internacional da Carta da Terra, da qual é um dos corredatores. Em 2002 foi galardoado pelo Parlamento Sueco com o Prêmio Nobel Alternati vo da Paz por associar ecologia com justiça social e espiritualidade. É autor de mais de cem livros, em sua maioria publicados pela Editora Vozes.

Estiveram presente no evento o Reitor da USF, Frei Gilberto Garcia, o vice-reitor da USF, Thiago Alexandre Hayakawa, o Arcebispo Metropolitano de Campinas, Dom João Inácio Müller, o Pró-Reitor de Ensino, Pesquisa e

Extensão,

Núcleo

Universitária, Frei Vitorio Mazzuco Filho, o diretor do Câmpus Campinas, professor Paulo Silveira, a Diretora do Câmpus Bragança Paulista, profes sora Patrícia Teixeira Costa, o diretor do Câmpus Itatiba, professor Renato Adriano Pezenti, além de coordenado res de curso, docentes, estudantes e público externo.

Ao fim da palestra, o autor pro moveu uma sessão de autógrafos. O evento foi transmitido também no canal oficial da USF no Youtube.

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professor Dilnei Lorenzi, o coordenador do de Pastoral Pastoral Universitária da USF

“Não vamos dar ouvidos aos profetas da desgraça”

ASala Paulo VI se tornou um grande refeitório para aco lher cerca de 1.300 pessoas que recebem assistência de instituiçõs católicas, como a Caritas de Roma, Comuni dade de Santo Egídio e As sociações Cristãs de Trabalhadores Ita lianos (Acli). Trata-se de uma tradição do Dia Mundial dos Pobres, cancelada nos últimos dois anos devido à pandemia e retomada neste ano.

Na Missa na Basílica de São Pedro neste Dia Mundial dos Pobres, o Pontífi ce inspirou a sua homilia no Evangelho do 33º Domingo do Tempo Comum, em que Jesus faz duas exortações: não vos deixeis enganar e dai testemunho.

Segundo o Papa, durante as crises, nunca faltam magos, gurus, horósco pos e teorias fantasiosas propostas por qualquer “messias” da última hora. “E muitos cristãos buscam o horóscopo como se fosse a voz de Deus”, lamen tou. Por sua vez, o discípulo do Senhor não cede ao desânimo nem mesmo nas situações mais difíceis, porque o seu Deus é o Deus da ressurreição e da esperança.

O Papa disse que cada um deve se interrogar: “Diante desta III Guerra Mun dial tão cruel, diante da fome de tantas crianças, de tantas pessoas: eu posso desperdiçar, desperdiçar dinheiro, desperdiçar a minha vida, desperdiçar o sentido da minha vida sem tomar coragem e ir avante?”

E este é o convite que ressoa neste Dia Mundial dos Pobres, para romper esta surdez interior que nos impede de ouvir o grito de sofrimento, sufocado, dos mais frágeis.

Também hoje vivemos em socie dades feridas e assistimos, tal como nos disse o Evangelho, a cenários de violên cia, “é só pensar na crueldade que está

sofrendo o povo ucraniano”, de injustiça e de perseguição; há a crise gerada pe las alterações climáticas e pela pande mia; ampliam-se os conflitos, estamos diante da “calamidade da guerra”; há desemprego e migração forçada. E os pobres são os mais penalizados.

“Mas, se o nosso coração estiver blindado e indiferente, não consegui remos ouvir o seu flébil grito de dor, chorar com eles e por eles, ver quanta solidão e angústia se escondem mes mo nos cantos esquecidos das nossas cidades, vê-se ali tanta miséria, tanta dor e tanta pobreza descartada.”

Portanto, convidou o Papa, façamos nosso o convite forte e claro do Evan gelho a não nos deixarmos enganar. Não vamos dar ouvidos aos profetas da desgraça, às sirenes do populismo, aos falsos “messias” que, em nome do lucro, proclamam receitas úteis apenas para

Estátua abençoada pelo Papa O Papa Francisco abençoou a escultura “Sheltering” (“Abrigo”, na tradução livre) que convida o mundo a cuidar dos moradores em situação de rua. Na oportunidade, estava inclusive o autor da obra, o artista Timothy Schmalz do Canadá. A escultu ra, em tamanho real, é feita de bronze e mostra a figura de uma pessoa em situação de rua a ser coberta por uma manta, puxada por uma pomba em voo.

aumentar a riqueza de poucos.

Ao contrário, vamos dar teste munho: aproveitar a ocasião para testemunhar o Evangelho da alegria e construir um mundo mais fraterno; empenhando-nos em prol da justiça, da legalidade e da paz, permanecendo ao lado dos mais frágeis.

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VATICAN NEWS DIA MUNDIAL DOS POBRES

No último domingo, dia 13 de novembro, o grupo dos noviços de Rodeio foi a Rio do Sul (SC) para co nhecer o projeto Casa de Assis, que acolhe morado res em situação de rua da mesma cidade. O dia c omeçou com um belo café da manhã preparado pelos próprios moradores que ali vi vem enquanto não conseguem um trabalho ou uma residência digna. Em seguida, todos se encaminha ram ao salão da Paróquia Divino Es pírito Santo em frente à instituição e lá foram apresentados os trabalhos desenvolvidos pela associação Casa de Assis, bem como sua história e o auxílio das coordenadoras do proje to. Foi um momento de partilha em que os assistidos puderam falar um pouco de suas histórias de vida e de como a pastoral do Povo de Rua os ajudou e ajuda, através de ações concre tas, transformar a situação de exclusão em projeto de vida.

Na parte da tarde, que ficou sob responsabilida de dos noviços, foi passa

Noviços participam do Dia Mundial dos Pobres em Rio do Sul

do um pequeno curta de animação contando a vida e a conversão de São Francisco de Assis. A partir de uma conversa, refletiu-se as diversas formas de fome que todos os dias são confrontados, como a fome material, fome espiritual, fome de cidadania, fome de ser vistos entre tantas e, em seguida, todos foram convidados a tirarem os seus sapa tos, pois como foi dito no momento de espiritualidade: “Nossa boca fala a partir de onde nossos pés pisam e que aquele lugar era terra santa”. Lembrou-se também que esse trabalho foi desenvolvido por São Francisco de Assis, um construtor da Igreja de Cristo, amando o “Amor não amado”, num gesto que simbo lizava, ao mesmo tempo, reconheci

mento de nossa pequenez perante as mazelas do mundo, que muitas vezes é indiferente aos pobres.

Numa atitude franciscana de serviço, os noviços lavaram os pés de todos os presentes e, após esse momento com todos da Casa de As sis, bem como as irmãs Catequistas Franciscanas, foi dada a bênção de São Francisco. O Noviciado foi pre senteado com uma placa de jardim que dizia: “Plante Amor para colher felicidade” e, após o café da tarde, os noviços retornaram a Rodeio com a certeza que servir aos irmãos que mais necessitam é uma das formas que os ajudam a se tornarem cada dia frades menores melhores.

A Casa de Assis funciona na rua Jorge Schultz, 299, no bairro Canoas

na cidade de Rio do Sul e tem como responsável pela coordena ção da equipe a assistente social Patrícia de Souza e sua auxiliar Lu cimara Koch, a psicóloga Marilene Fuchter, os educadores Herbert Lo pes, Roseli Batista e Thiago Cunha, a técnica administrativa Roseli Mayer e os seguranças Daniel Santos e Reginaldo Cesário. Somente no mês de setembro o projeto atendeu diariamente mais de 20 pessoas, sendo que 16 foram inseridas no mercado de trabalho, 12 superaram a condição de rua, 5 conseguiram acesso ao BPC e 42 foram interna das para desintoxicação.

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NOVIÇO

Gaspar celebra o Dia Mundial dos Pobres e 70 anos da Conferência Vicentina

No dia 13 de novembro celebramos na Paróquia São Pedro Apóstolo, em Gaspar, o VI Dia Mundial dos Pobres proposto pelo Papa Frans cisco. Concomitantemente, celebramos também os 70 anos de presença da Conferência Vicentina. A celebração começou as 10h30 fazendo um breve histórico da razão desse dia proposto pelo Papa, bem como a história dos vicentinos e seus fundadores na cidade.

Havia cerca de 300 pessoas par ticipando desse momento. Famílias assistidas pelos vicentinos e demais voluntários e familiares presentes dos fundadores e presidentes da Conferência. Após a celebração e as homenagens, seguiu-se o almoço, feito pelos voluntários. Com as mãos generosas de tantas pessoas, conseguimos fazer o almoço para todos e, no final, foi preparado uma marmita para cada familia que quisesse levar para casa. Também

teve o tradicional bolo para cele brar os 70 anos dos vicentinos, e várias brincadeiras para alegrar as crianças. Foi um momento rico em nossa Paróquia e de gratidão a Deus que se fez pobre para nos enriquecer!

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Frei Jhones Martins

Paróquia Santo Antônio de Sorocaba celebra

o Dia Mundial dos Pobres

No domingo, 13 de no vembro, aconteceu na Paróquia Santo Antônio, em Sorocaba (SP), o 6º Dia Mundial dos Pobres, que teve como tema principal a passagem “Dai-lhes vós mesmos de comer” (MC 6,37).

“Na realidade, os pobres, antes de ser objeto da nossa esmola, são sujeitos que ajudam a liber tar-nos das armadilhas da inquie tação e da superficialidade […]. A pobreza que mata é a miséria, filha da injustiça, da exploração, da violência e da iníqua distribuição dos recursos”. Essas são as palavras que Papa Francisco nos deixa da reflexão para este ano.

Esse dia foi dedicado às pessoas em situação de rua. Foram oferecidos banho, trocas de roupas e sapatos, corte de cabelo, barba, manicure e pedi cure. Também foi oferecido café da manhã e almoço àqueles que participaram.

O trabalho iniciou-se às 7h30 com uma reflexão sobre o dia e a bênção do pároco Frei Gilberto Piscitelli aos voluntários e aos aten didos. Compareceram 180 pes soas em situação de rua, as quais passaram uma manhã especial na Paróquia, inclusive compartilhando um pouco de suas vidas. Conta mos com o apoio de aproximada mente 60 voluntários, que foram distribuídos nas seguintes equipes: organização, cabelo e barba, cozinha e café.

Texto e Fotos: Pascom Paróquia Santo Antônio em Sorocaba

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Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil

NOTÍCIAS DA REUNIÃO DO DEFINITÓRIO PROVINCIAL

São Paulo, 10 a 12 de novembro de 2022

Na Fraternidade do Seminário Santo Antônio, de Agudos (SP), no dia 10 de novembro, às 14h30, teve início a 6ª reunião do Definitório Provincial do ano, realizada na sequência do Fórum de Evangelização que aconteceu na mesma Casa. Desta vez, a reu nião esteve sob a moderação do Definidor Frei João Francisco da Silva. Nos momentos iniciais, Frei Ivair Bueno de Carvalho, Presidente da Fundação Imacu lada Mãe de Deus de Angola (FIMDA), esteve presente e parti lhou com o Definitório Provincial aspectos da vida e da missão das Fraternidades em Angola e sobre o processo de organização administrativa que a Fundação está vivendo. Após este momen to com o confrade missionário, o Definitório Provincial, tendo invocado a presença do Espírito Santo, deteve-se sobre a pauta da reunião. Seguem os principais assuntos e encaminhamentos:

1. Ratio Evangelizationis – Instrumento de Trabalho

De acordo com o mandato do Capítulo Geral de 2021, a Secretaria Geral para a Evangelização Missionária divul gou, no início de novembro, o Instrumento de Trabalho que conduzirá as Províncias e Custódias na elaboração da Ratio Evangelizationis da Ordem. O documento deverá ser distribuído a todos os frades e o trabalho de reflexão e recolhimento das respostas às perguntas propostas será coordenado pelo Secretário da Evangelização, Frei Gustavo Wayand Medella. Há um incentivo de que os leigos e mem bros de outras comunidades religiosas associadas às ações evangelizadoras sejam incluídos no processo.

2. Frei Sandro Roberto da Costa – Nomeação como Visitador Geral

O Definitório Geral nomeou Frei Sandro Roberto da Costa para o ofício de Visitador Geral da Pontifícia Universidade Antonianum, de Urbe (Itália); da Faculdade de Ciências Bí blicas e Arqueologia, de Jerusalém (Israel); do Instituto de Estudos Ecumênicos, de Veneza (Itália); e do Instituto Teoló gico de Múrcia (Espanha).

3. Revigoramento Franciscano 2023 –Inscrições abertas

A Conferência da Família Franciscana já divulgou sua agen da de atividades para 2023 e, mais uma vez, será oferecido o curso de Revigoramento Franciscano, tradicionalmente realizado no Seminário Santo Antônio, de Agudos (SP). Tra ta-se de um curso de franciscanismo bem avaliado pelos confrades que já dele participaram. O Definitório Provincial incentiva a todos a avaliarem sua disponibilidade pessoal e conveniência com os compromissos de sua Fraternidade para apresentar seu interesse em participar. O Revigora mento Franciscano acontecerá entre os dias 12 de março a 9 de abril de 2023.

4. Fórum da Evangelização – Avaliação

O Definitório Provincial avaliou como positiva a participa ção dos confrades na troca de ideias e no esforço pela con tribuição entre as Frentes de Evangelização. A programação fluiu com leveza e evidenciou que, apesar de distribuídos em diferentes espaços de atuação, cada frade e presença é expressão de uma única Província, guiada pelas mesmas diretrizes e princípios. A apresentação e presença dos frades ligados à Formação fortaleceu a consciência de que o ob jetivo da Formação é preparar e atualizar os frades para que possam abraçar a Evangelização. Também se avaliou como positivo o aproveitamento do tempo sem deixar de con templar momentos para descanso e convivência fraterna. Ao final do Fórum, todos os frades participantes tiveram a oportunidade de conhecer os Planos Operacionais de cada Frente e se somar às atividades e propostas apresentadas.

5. Secretariado da Evangelização e Frente das Paróquias – Nomeação

O Congresso Capitular havia nomeado Frei José Idair Ferrei ra Augusto como Vice-secretário da Evangelização e Coor denador da Frente das Paróquias, Santuários e Centros de Acolhimento, dividindo este trabalho com Frei Diego Ata lino de Melo, que assumia o setor de animação e coorde

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nação dos santuários provinciais. Entretanto, Frei José Idair também foi eleito guardião da Fraternidade Bom Jesus dos Perdões, de Curitiba (PR), uma das Fraternidades voltadas aos cuidados de saúde dos confrades de nossa Província. Estes ofícios, somados ao de Pároco da paróquia anexa, acabaram por tomar todo o tempo e atenção de Frei José Idair, impedindo que ele pudesse somar forças nas atribui ções da animação provincial no Secretariado e Frente de Evangelização das Paróquias. Assim, ele pediu renúncia, que foi acolhida pelo Definitório Provincial.

O Definitório Provincial agradece a solicitude de Frei José Idair durante o tempo em que esteve a serviço do Secreta riado da Evangelização e Frente das Paróquias e seu zelo na administração da Fraternidade de Curitiba e cuidado dos ir mãos que dela fazem parte ou se dirigem a ela para algum tratamento de saúde. Para as funções vacantes, o Definitório Provincial nomeou Frei Diego Atalino de Melo como Vice-secretário da Evan gelização e Frei Alex Sandro Ciarnoscki como Coordenador da Frente das Paróquias, Santuários e Centros de Acolhi mento. Frei Alex irá coordenador uma equipe de articula ção das paróquias constituída por Frei Adriano Dias do Nas cimento, Frei Jhones Lucas Martins e Frei Junior Mendes

6. Regimento da FIMDA – Nomeação de comissão

O Definitório Provincial nomeou uma comissão constituí da por Frei André Luiz da Rocha Henriques, Frei José Morais Cambolo e Frei Rodrigo da Silva Santos para elaborar um novo Regimento próprio para a Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola e, num trabalho posterior, um Estatu to Particular em vista de uma futura elevação ao status de Custódia dependente da Província.

7. Institutos Acadêmicos da Província –Perspectivas

Reuniões têm sido realizadas entre membros do Definitório Provincial com frades ligados ao Instituto Teológico Francis cano, de Petrópolis (RJ), a Faculdade São Boaventura, de Curitiba (PR) e a Casa Nossa Senhora da Paz. Tais reuniões têm tratado das perspectivas quanto ao futuro dos dois institutos acadêmicos nos quais os nossos formandos estu dam, tendo em vista que foi indicação do último Capítulo Provincial refletir sobre a Formação Inicial em todo o seu processo. Assim, uma comissão constituída por Frei Daniel Dellandrea, Frei João Francisco da Silva e Frei Marcos An tonio de Andrade, com o auxílio de Frei Robson Luiz Scu dela e das diretorias dos Institutos mencionados, deverá apresentar um estudo das possibilidades para a etapa de formação do Tempo de Profissão Temporária e a formação

Notícias do Definitório

acadêmica ministerial para ser discutida no Fórum da For mação, em setembro de 2023.

8. Orientações para os preparativos das ordenações presbiterais

Foram aprovadas as orientações que definem as atribui ções dos frades animadores do Serviço de Animação Vo cacional nos preparativos das ordenações presbiterais na Província, partindo do pressuposto de que tal ministério é assumido a partir da eleição pela própria Província e pelo Povo de Deus e o seu exercício está ligado ao próprio Ins tituto e não, tão somente, às subjetividades de cada irmão. Estas orientações visam, ainda, estabelecer certa unidade nos preparativos, garantir o caráter vocacional e evangeliza dor e zelar para que os candidatos à ordenação não sejam sobrecarregados pela organização da celebração. A instru ção destas orientações deverá ser oferecida aos frades estu dantes de Teologia, em Petrópolis (RJ).

9. Ensino Médio – Adaptação

Tendo em vista o pequeno número de vocacionados que ainda não tenham concluído o Ensino Médio, mas que de sejam ser acompanhados vocacionalmente, o Definitório Provincial aprovou a proposta apresentada pelo Conselho da Formação e Estudos de, a partir de 2023, não mais rece ber os vocacionados no Seminário São Francisco de Assis, de Ituporanga (SC), em regime de internato por 9 meses anuais durante o período letivo, mas por períodos de esta dia e formação, enquanto eles ainda permanecerão com seus familiares e estudarão em suas cidades natais.

A adaptação implica que os vocacionados desta etapa serão recebidos pela Fraternidade São Francisco de Assis duran te quase 3 meses, no período de férias escolares. Também poderiam ser convidados a breves dias de contato, em tempos fortes de celebração como a Semana Santa ou de festas franciscanas. Um programa de acompanhamento e formação também foi apresentado, adaptado a este novo modelo da Etapa do Ensino Médio.

10. Postulantado – Acolhida de postulantes da Província de São Francisco de Assis

A pedido do Ministro da Província de São Francisco de Assis (RS), Frei Marino Pedro Rhoden, a partir de 2023, os forman dos aprovados ao Postulantado da referida Entidade vive rão esta etapa formativa no Postulantado Frei Galvão, na Fraternidade São José, de Guaratinguetá (SP), estando sob a orientação do Mestre, Frei Walter de Carvalho Júnior. A so licitação foi feita sob a base da boa experiência realizada na etapa do Noviciado no decorrer deste ano, em que o noviço, Frei Evandro Luís Siqueira, foi acolhido para o incipiente No

comunicações NOVEMBRO/DEZEMBRO 2022 719
Provincial

viciado Interprovincial. A Província de São Francisco de Assis tem dois candidatos ao Postulantado para o ano de 2023.

11. Frei Augusto Luiz Gabriel e Frei David Belineli – Aprovação para a ordenação diaconal

O Definitório Provincial avaliou os relatórios e pareceres apresentados pela equipe formativa, pelos confrades que convivem na mesma Fraternidade e pelos leigos dos lu gares onde Frei Augusto Luiz Gabriel e Frei David Belineli atuam na evangelização diante da disposição destes dois confrades a exercer o ministério diaconal. O Definitório emitiu seu parecer e as ordenações foram aprovadas pelo Ministro Provincial, Frei Paulo Roberto Pereira.

4º ano de Profissão Temporária

1. Frei Clementino Samuel Miguel

2. Frei David Vicente da Conceição Gaeita

3. Frei Franklin Matheus da Costa

4. Frei Gabriel Nogueira Alves

5. Frei Josielio da Silva Oliveira

12.

Ano Missionário 2023

1. Frei Inácio Filipe Puto: Fraternidade do Seminário Monte Alverne (Malanje, Angola). Mestre nomeado: Frei Canga Manuel Mazoa.

2. Frei Jerónimo Cheia Mário: Fraternidade do Seminá rio Monte Alverne (Malanje, Angola). Mestre nomeado: Frei Canga Manuel Mazoa.

3. Frei Herculano José Nuñgulo: Fraternidade da Por ciúncula (Viana, Angola). Mestre nomeado: Frei Erme lindo Francisco Bambi.

4. Frei Venâncio Canombelo Candundo: na Fraternida de Santo Antônio (Kibala, Angola). Mestre nomeado: Frei Mário Sampaio Pelu.

5. Frei Evilásio Souza da Silva (Província do Santíssimo Nome de Jesus): na Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola (FIMDA).

6. Frei Luiz Felipe Teixeira dos Santos (Província da San ta Cruz): na Fraternidade Santo Antônio do Pari, de São Paulo (SP), a serviço do SEFRAS. Mestre nomeado: Frei José Francisco de Cassia dos Santos.

7. Frei Murilo de Souza Guimarães (Província do Santís simo Nome de Jesus): na Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola (FIMDA).

8. Frei Raylan Silva das Chagas (Província do Santíssimo Nome de Jesus): na Fraternidade Santo Antônio do Pari, de São Paulo (SP), a serviço do SEFRAS. Mestre nomea do: Frei José Francisco de Cassia dos Santos.

13. Frades de Profissão Temporária –Aprovação para a renovação dos votos 6º ano de Profissão Temporária

1. Frei Elias Hebo Luís 5º ano de Profissão Temporária

1. Frei Bruno Gonçalves Cezário

2. Frei Ruan Felipe Sguissardi

6. Frei Lucas Moreira Almeida 7. Frei Luis António Gungo 8. Frei Marcelo Tadeu da Silva Cardoso 9. Frei Sérgio Hide Honna 10. Frei Valódia João Manuel Baptista Domingos 3º ano de Profissão Temporária 11. Frei Adriano Fernando Sumbelelo 12. Frei Fernando José Dange 13. Frei Inácio Filipe Puto 14. Frei João Pedro Pessoa Lima 15. Frei Herculano José Nuñgulo 16. Frei Hilário Kapiñgala Ngundja 17. Frei Jerónimo Cheia Mário 18. Frei Venâncio Canombelo Candundo 2º ano de Profissão Temporária 19. Frei Abel Ernesto Nene 20. Frei Alberto Joaquim Manuel Gamba 21. Frei Borracha Raimundo Eduardo 22. Frei Bruno Almeida de Mello 23. Frei Escovalo Gabriel Domingos 24. Frei Fernando Camaxilo Victor 25. Frei Gilberto Silveira da Costa Junior 26. Frei Gualter Filipe João Pascoal 27. Frei Januário Mendonça Barreto de Carvalho 28. Frei José Kapundi Rodrigues 29. Frei Luís José Fernandes 30. Frei Manuel Coloi Armando Camongua 31. Frei Manuel Katchingangu Singue 32. Frei Mário Catimba Dumbo Baptista 33. Frei Paulino Salamba Candondo 34. Frei Paulo Camuanguina Alexandre 35. Frei Paulo Kapindali 36. Frei Paulo Ngungu Ngumbe Gabriel 37. Frei Silva Kawia Ngueve Tchimo 38. Frei Simão Albino Katenha Kaquinta 39. Frei Simeão Kapiñgala Jamba 40. Frei Tomás Gaspar Joaquim 41. Frei Vinícius de Oliveira Betim 1º ano de Profissão Temporária 42. Frei Benedito Cassoma 43. Frei Benjamim Njle Songa 44. Frei Bernardino Quessongo 45. Frei Caio Santos da Silva 46. Frei Castro Domingos Gaspar

720 Notícias do Definitório Provincial comunicações NOVEMBRO/DEZEMBRO 2022

47. Frei Dâmaso Tchembeka Muhepe 48. Frei David Avelino Damião Vicente 49. Frei Francisco Fernando Kanhanga Tchingandu 50. Frei José Cambanda Catimba 51. Frei José Gregório Severino 52. Frei Lucas de Moura Justino Souza 53. Frei Manuel Mbuta Chicunho 54. Frei Manuel Sabino Anapaz Kassindula 55. Frei Miguel Armindo Caquarta 56. Frei Pedro Isaías Luisa Vitangui 57. Frei Pio Cutopa Chongolola 58. Frei Valter Muhongo Quimbundo

14. Noviços – Aprovação para a Primeira Profissão

1. Frei Daniel Bungwe Soma 2. Frei Dionísio Katengue Tchingui 3. Frei Eduardo César Himi 4. Frei Filipe Zaros Granusso 5. Frei Filipo Carpi Girão 6. Frei Francisco Barbosa Mouzinho Junior 7. Frei Francisco Pedro Kapapelo Chitacumula 8. Frei Luís Manuel Mugiba 9. Frei Manuel Franco Mununga 10. Frei Pedro Caiombe Samuco 11. Frei Samuel Cavalcanti do Amaral

15. Postulantes – Aprovação para o Noviciado

1. Cristian dos Santos Lopes 2. Felipe Fernando Noronha 3. Franklin Wakim Batuli 4. Gabriel Sperança Goschel 5. Gilson Ramos de Oliveira 6. Matheus Querino 7. Victor Gomes Franz

16. Aspirantes – Aprovação para o Postulantado

1. Antônio José da Silva Dias

2. Arivonil José Pedroso

3. Christian Cavalcante Rodrigues 4. Daniel Santos do Nascimento 5. Fabrício Andreosa Martins 6. Jean Carlos Da Rosa Dos Santos 7. Leonardo Haag 8. Lucas Rinaldi 9. Patryck Ribeiro da Silva Dutra 10. Paulo de Lima 11. Rafael Felix Justiniano 12. Rian Barros Dos Santos

13. Rodrigo Santos de Souza 14. Victor Flemeng do Vale Almeida

17. Pedidos de Retorno à Formação –Aprovação para o Postulantado

1. Fabio Charleaux Luzia dos Santos: egresso em 2020, do Noviciado.

2. Fernando Góis da Costa: egresso em 2020, do Noviciado.

3. Gustavo Henrique da Silva Toratti: egresso em 2019, do Postulantado.

18. Egressos da Formação Inicial

16/10 – Frei Erick Eduardo dos Santos (noviço)

22/10 – Frei Feliciano Afonso Manuel (professo temporário) 01/11 – Frei Yure de Oliveira Telles Souza (noviço)

03/11 – Frei Vilmar José Bittencourt Júnior (noviço) 03/11 – Carlos Rodrigo Alves Silva (aspirante) 04/11 – Victor Hugo Oliveira Padilha (aspirante) 04/11 – Marlon Gomes da Rosa (aspirante)

19. Nomeações Diversas

1. Frei Cláudio César Broca de Siqueira: assistente espi ritual da Fraternidade Franciscana Secular de São Fran cisco da Penitência (Rio de Janeiro, RJ).

2. Frei Ivo Müller: assistente espiritual da Fraternidade Franciscana Secular de Nossa Senhora de Fátima (São Gonçalo, RJ).

3. Frei Ronaldo Fiuza Lima: assistente espiritual da Fra ternidade Franciscana Secular de Nossa Senhora do Desterro (Quissamã, RJ).

20. Transferências

1. Frei Alberto Capingala Martinho Sambei: da Frater nidade São Francisco de Assis (Luanda, Angola) para a Fraternidade Sagrado Coração de Jesus (Petrópolis, RJ) para os estudos teológicos.

2. Frei Augusto Luiz Gabriel: da Fraternidade Sagrado Coração de Jesus (Petrópolis, RJ) para a Fraternidade Santo Antônio de Sant’Anna Galvão (Colatina, ES) a ser viço da evangelização e como animador da Evangeli zação com as Juventudes.

3. Frei Daniel Bungwe Soma: da Fraternidade Santo An tônio (Kibala, Angola) para a Fraternidade São Francisco de Assis (Luanda, Angola) para os estudos filosóficos.

4. Frei David Belineli: da Fraternidade Nossa Senhora Mãe Terra (Duque de Caxias, RJ) para a Fraternidade São Fran cisco (Duque de Caxias, RJ) a serviço da evangelização.

5. Frei Dionísio Katengue Tchingui: da Fraternidade San to Antônio (Kibala, Angola) para a Fraternidade São Fran cisco de Assis (Luanda, Angola) para os estudos filosóficos.

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Definitório Provincial comunicações NOVEMBRO/DEZEMBRO 2022
Notícias do

6. Frei Eduardo César Himi: da Fraternidade Santo An tônio (Kibala, Angola) para a Fraternidade São Francisco de Assis (Luanda, Angola) para os estudos filosóficos.

7. Frei Felipe Zaros Granusso: da Fraternidade São Fran cisco de Assis (Rodeio, SC) para a Fraternidade São Boa ventura (Campo Largo, PR) para os estudos filosóficos.

8. Frei Filipo Carpi Girão: da Fraternidade São Francisco de Assis (Rodeio, SC) para a Fraternidade São Boaventu ra (Campo Largo, PR) para os estudos filosóficos.

9. Frei Francisco Barbosa Mouzinho Junior: da Frater nidade São Francisco de Assis (Rodeio, SC) para a Fra ternidade São Boaventura (Campo Largo, PR) para os estudos filosóficos.

10. Frei Francisco Pedro Kapapelo Chitacumula: da Fra ternidade Santo Antônio (Kibala, Angola) para a Frater nidade São Francisco de Assis (Luanda, Angola) para os estudos filosóficos.

11. Frei Franklin Matheus da Costa: da Fraternidade San to Antônio do Pari (São Paulo, SP) para a Fraternidade Sagrado Coração de Jesus (Petrópolis, RJ) para os estu dos teológicos.

12. Frei Gabriel Nogueira Alves: da Fraternidade São Francisco (São Paulo, SP) para a Fraternidade Sagrado Coração de Jesus (Petrópolis, RJ) para os estudos teoló gicos.

13. Frei Heberti Senra Inácio: da Fraternidade Sagrado Coração de Jesus (Petrópolis, RJ) para a Fraternidade Nossa Senhora da Boa Viagem (Rio de Janeiro, RJ) a ser viço da evangelização.

14. Frei Herculano José Nuñgulo: da Fraternidade São Boaventura (Campo Largo, PR) para a Fraternidade da Porciúncula (Viana, Angola) para o ano missionário.

15. Frei Inácio Filipe Puto: da Fraternidade São Boaventu ra (Campo Largo, PR) para a Fraternidade do Seminário Monte Alverne (Malanje, Angola) para o ano missioná rio.

16. Frei James Luiz Girardi: da Fraternidade São Francisco (Duque de Caxias, RJ) para a Fraternidade Bom Jesus dos Perdões (Curitiba, PR) como atendente conventual.

17. Frei Jerónimo Cheia Mário: da Fraternidade São Boaventura (Campo Largo, PR) para a Fraternidade do Seminário Monte Alverne (Malanje, Angola) para o ano missionário.

18. Frei João Pedro Pessoa Lima: da Fraternidade do Se minário Monte Alverne (Malanje, Angola) para a Frater nidade Sagrado Coração de Jesus (Petrópolis, RJ) para os estudos teológicos.

19. Frei Jonas Ribeiro da Silva: da Fraternidade São Pedro Apóstolo (Pato Branco, PR) para a Fraternidade Frei Gal vão (Guaratinguetá, SP) a serviço da evangelização.

20. Frei Jorge Lázaro de Souza: transferido para a Fra ternidade e Arcebispado, em Tânger (Marrocos), como ecônomo da Fraternidade e chanceler da ar quidiocese.

21. Frei José Antonio dos Santos: da Fraternidade Santo Antônio de Sant’Anna Galvão (Colatina, ES) para a Fra ternidade São Francisco (Duque de Caxias, RJ) como vigário paroquial.

22. Frei Josielio da Silva Oliveira: da Fraternidade Santo Antônio de Sant’Anna Galvão (Colatina, ES) para a Fra ternidade Sagrado Coração de Jesus (Petrópolis, RJ) para os estudos teológicos.

23. Frei Lucas Moreira Almeida: da Fraternidade São Da mião (Malanje, Angola) para a Fraternidade Sagrado Coração de Jesus (Petrópolis, RJ) para os estudos teo lógicos.

24. Frei Luís Manuel Mugiba: da Fraternidade Santo An tônio (Kibala, Angola) para a Fraternidade São Francisco de Assis (Luanda, Angola) para os estudos filosóficos.

25. Frei Manuel Franco Mununga: da Fraternidade Santo Antônio (Kibala, Angola) para a Fraternidade São Fran cisco de Assis (Luanda, Angola) para os estudos filosófi cos.

26. Frei Marcelo Paulo Romani: da Fraternidade do Pa trocínio de São José (Lages, SC) para a Fraternidade Santo Estêvão (Ituporanga, SC) como vigário paroquial.

27. Frei Marcelo Tadeu da Silva Cardoso: permanece na Fraternidade São Pedro Apóstolo (Pato Branco, PR) a serviço da evangelização. Frei Antonio Mazzucco será seu mestre neste período.

28. Frei Paulijacson Pessoa de Moura: da Fraternidade São Francisco de Assis (Rodeio, SC) para a Fraternidade Nossa Senhora do Rosário (Concórdia, SC) como vigá rio paroquial.

29. Frei Pedro Caiombe Samuco: da Fraternidade Santo Antônio (Kibala, Angola) para a Fraternidade São Fran cisco de Assis (Luanda, Angola) para os estudos filosófi cos.

30. Frei Pedro Isaías Luisa Vitangui: da Fraternidade San to Antônio (Kibala, Angola) para a Fraternidade Sagra do Coração de Jesus (Petrópolis, RJ) para os estudos teológicos.

31. Frei Rafael Spricigo: da Fraternidade Santo Estêvão (Ituporanga, SC) para a Fraternidade do Patrocínio de São José (Lages, SC) como guardião e assistente espiri tual das clarissas.

32. Frei Samuel Cavalcanti do Amaral: da Fraternidade São Francisco de Assis (Rodeio, SC) para a Fraternidade São Boaventura (Campo Largo, PR) para os estudos fi losóficos.

722 Notícias do Definitório Provincial comunicações NOVEMBRO/DEZEMBRO 2022

33. Frei Sérgio Hide Honna: da Fraternidade Nossa Se nhora do Rosário (Concórdia, SC) para a Fraternidade Sagrado Coração de Jesus (Petrópolis, RJ) para os estu dos teológicos.

34. Frei Silverio Munga Cajonde: da Fraternidade São Francisco (Luanda, Angola) para a Fraternidade Sagra do Coração de Jesus (Petrópolis, RJ) para os estudos teológicos.

35. Frei Tadeu Luiz Fernandes: a segunda etapa do Congresso Capitular da Custódia da Terra Santa re vogou sua transferência para o Convento do San to Sepulcro (Jerusalém, Israel) e o transferiu para o Convento de Santa Catarina de Alexandria (Belém, Israel).

36. Frei Thiago Soares da Silva: da Fraternidade São Fran cisco de Assis (Ituporanga, SC) para a Fraternidade Nos sa Senhora Mãe Terra (Duque de Caxias, RJ) a serviço da evangelização.

37. Frei Venâncio Canombelo Candundo: da Fraternida de São Boaventura (Campo Largo, PR) para a Fraterni dade Santo Antônio (Kibala, Angola) para o ano missio nário.

21. Alberto André António – Pedido de retorno

O Definitório Provincial aprovou a indicação do Conselho da FIMDA de que Alberto André António seja acolhido no vamente no processo formativo na Fundação. Alberto era frade de profissão temporária e vivia na Fraternidade São Francisco de Assis (Luanda, Angola) quando deixou a vida religiosa em 2017. O pedido será encaminhado ao Defini tório Geral.

22. Frei Flávio Silva Vieira – Acolhido como hóspede

da Província

A pedido do Ministro da Província da Santa Cruz, Frei Hilton Farias de Souza, Frei Flávio foi acolhido para ser integrado à Fraternidade Santo Antônio do Pari, de São Paulo (SP) e se colocar a serviço do SEFRAS e contribuir com a pastoral paroquial aos finais de semana, no ano de 2023. Frei Flávio tem experiência evangelizadora em pastoral paroquial e no serviço de JPIC. Possui formação em Direito e master em Evangelização.

23. Padre Antenor Camilo Militão – Indulto de secularização

O Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e as So ciedades de Vida Apostólica concedeu o indulto de secu larização pure et simpliciter a Padre Antenor Camilo Militão para se incardinar na Diocese da Campanha (MG), o que veio a se efetivar no dia 06/09/2022.

24.

Frei João Pereira Lopes – Indulto de secularização ad experimentum

O Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica concedeu o indulto de secularização ad experimentum a Frei João Perei ra para que possa continuar sua experiência no clero secular da Diocese de Santos (SP). O documento es tabelece o tempo desta experiência até 2025. Den tro deste tempo, o confrade pode pedir o retorno à Fraternidade Provincial. O Bispo Diocesano tem este mesmo prazo para decidir pela incardinação de Frei João em sua diocese ou solicitar que ele volte à Pro víncia. A incardinação tornar-se-á efetiva, por força da lei, ao final deste mesmo prazo.

25. Leonardo Aureliano dos Reis Teixeira dos Santos – Dispensa dos votos solenes e dos compromissos com a ordenação presbiteral

O Dicastério para o Clero concedeu a dispensa de todos os compromissos com os votos religiosos e com a orde nação presbiteral a Leonardo Aureliano dos Reis Teixeira dos Santos. O indulto foi recebido e assinado por ele no dia 15/09/2022, efetivando os efeitos do indulto.

26. Agenda 2022 e 2023

Veja agenda completa na penúltima página.

27. Autorizações de Viagem

1. Frei João Fernandes Reinert: viagem aos Estados Unidos da América, em março de 2023, para assessoria pastoral, por 4 dias, na cidade de York, South Carolina, Diocese de Charleston.

2. Frei Tiago Gomes Elias e Frei Vagner Sassi: via gem à Bolívia, entre os dias 11 e 18 de novembro, para conhecimento da cultura boliviana e contato com os frades do mesmo país, para favorecer o con tato com as famílias bolivianas que residem nas pro ximidades da Fraternidade Santo Antônio do Pari, de São Paulo (SP).

Encerramento

A reunião encerrou-se às 16h, do dia 12 de novembro, com o agradecimento do Ministro Provincial, Frei Paulo Roberto Perei ra, aos confrades do Definitório pela disposição e contributo em mais uma reunião e no Fórum da Evangelização. Por fim, invocou a bênção de Deus sobre todos.

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comunicações NOVEMBRO/DEZEMBRO 2022
Frei Rodrigo da Silva Santos
Notícias do Definitório Provincial

Custódia São Benedito e Rede Franciscana de Paróquias celebram a apresentação do novo Governo Custodial

AIgreja de São Sebastião acolheu a Celebração Eu carística de apresentação do novo Governo Cus todial junto com a Rede Franciscana de Paróquias. A Missa foi realizada na noite do dia 18 de novembro e presidida pelo Definidor Geral para a América Latina, Frei César Külkamp. A noite do penúltimo dia do encon tro fraterno foi especial, pois desta vez além de religiosa e religiosos, os leigos e leigas da Rede Franciscana de Paróquias fizeram parte deste momento tão significativo.

Nos ritos iniciais, o Ministro Custodial, Frei Edilson Rocha, acolheu Frei César e o Vigário Custodial, Frei Gregório Joe right, que fez uma recordação de diversos momentos do Capítulo, enfatizando a presença de Frei João Carlos Karling, Visitador Geral. Frei Gregório relembrou ainda dos trabalhos capitulares como a escolha de prioridades para o proje to de vida e missão dos frades, ressaltando sobretudo a alegria deste encontro, e a vocação de viver o Evangelho na Amazônia. A liturgia do dia fez memória da dedicação das basílicas de São Pedro e São Paulo. A celebração foi também uma ação de graças pelo trabalho realizado em conjunto por frades e as lideranças leigas.

Dar testemunho, apesar da fraquezas e medos

Na homilia, o Definidor Geral deu destaque aos apósto

comunicações NOVEMBRO/DEZEMBRO 2022
CFByCS
Conselheiros Custodiais, da esquerda para direita, Frei Marcos Bezerra, Frei John Araújo, Frei Rodolfo Pimentel e Frei Rômulo Canto

los Pedro e Paulo como evangeliza dores: “Celebramos, hoje, a dedi cação das basílicas dos apóstolos Pedro e Paulo que foram construídas na cidade de Roma. A basílica de São Pedro, onde hoje está o Vaticano e a de São Paulo chamada fora dos muros, mas também em Roma, que foi a cidade onde eles cumpriram e levaram até o final a sua missão apostólica”.

Frei César disse ainda que os apóstolos São Pedro e São Paulo, mesmo com tormentas, encontra ram o Senhor que os escolheu: “São Paulo foi um grande perseguidor da Igreja dos primeiros cristãos e pelo seu gênio muito difícil de convivên cia. Assim como São Pedro, com suas fraquezas. E eles foram escolhi dos pelo Senhor e levaram adiante a palavra de Deus”.

O definidor pontuou os exem plos dos apóstolos, que mesmo com dificuldades seguiram o chamado deles: “Toda pessoa tem fraquezas, medos, dificuldades e nós, frades, não somos diferentes. Mas todos

foram chamados por Deus e querem dar o seu testemunho, querem viver a sua consagração, apesar das fra quezas, dos seus medos. Aqui temos também religiosas, temos também irmãos da Ordem Franciscana Secular, da Rede Franciscana de Paróquias, agentes de pastoral que se apresentaram logo na chegada e tenho certeza de que cada um de vocês também têm a sua história. Só que não podemos esquecer que todos nós somos chamados a es tarmos na barca de Jesus”, concluiu. Depois da homilia seguiu-se com a liturgia.

Uma comunidade que bendiz pela fraternidade

No final da celebração, Frei César convidou Frei João Carlos Karling para que fizesse a apresentação do novo Governo e aproveitou para dirigir uma mensagem. “Irmãos, em primeiro lugar, a minha saudação porque nós já nos encontramos no caminho e em cada comunidade onde passei desde final de março

quando aqui cheguei. Começando lá na Missão São Francisco e con cluindo em Petrópolis no Rio. Quan do conversávamos dizia e convidava para rezarem conosco pelo Capítulo. Eu quero dizer que vossa oração nos sustentou e nos confortou. Sou tes temunha de que todos os dias nas comunidades e no Capítulo todo rezamos por vocês e que possamos manter essa prece”, disse. O Capítulo foi concluído no dia 19.

Em seguida, Frei João Carlos chamou os frades do Governo, fez a apresentação e pediu as orações do povo. “Chamo para cá, o cus tódio, Frei Edilson Rocha, o vigário Custódial, Frei Gregório Joeright; os conselheiros: Frei Marcos Bezerra, Frei John Araújo, Frei Rodolfo Pimen tel e Frei Rômulo Canto. Depois da apresentação, o visitador pediu para a assembleia abençoar o governo do triênio 2023-2025.

comunicações NOVEMBRO/DEZEMBRO 2022 725 CFByCS
Equipe de Comunicação do Capí tulo da Custódia São Benedito HTTPS://FRANCISCANOSAMAZONIA.ORG.BR

Província São Francisco de Assis elege novos Definidores

Os frades daProvíncia São Fran cisco de Assis no Brasil, do Rio Grande do Sul, reuniram-se de 16 e 21 de outubro em Capí tulo Provincial. Este encontro acontece a cada três anos, tendo por sede, o Convento São Boaventura, em Daltro Filho, municí pio de Imigrante (RS). O tema do Capítulo deste ano foi “Fraternidade, Minoridade e Redimensionamento” e o lema “Vai e reconstrói a minha Casa”.

Iniciou com a apresentação do rela tório do Ministro Provincial, Frei Marino Rhoden, sobre a caminhada da Província no último triênio. Seguiu a avaliação das prioridades assumidas no Capítulo Provincial de 2019, a saber: Vida Fraterna, Juventude, Vocações e JPIC (Justiça, paz e integridade da Criação).

O encontro também debateu alguns desafios que envolvem a vida e missão dos freis, como a questão missionária, as presenças nas paróquias e dioceses, a questão dos abusos e cuidado para com menores e pessoas vulneráveis e o redimensionamento das nossas estruturas.

Na tarde do dia 19 de outubro aconteceu a eleição dos novos De finidores, sendo eleitos pelos 53 frades capitulares, os seguintes frades: Frei Pedro Geremias Bruxel, 45 anos, natural de Estrela (RS); Frei César Machado dos Santos, 48 anos, natural de Boqueirão do Leão (RS); Frei Armando Mariani, 57 anos, natural de Pouso Novo (RS) e Frei Blásio Kummer, 56 anos, natural de Itapiranga (SC). Estes frades, com Frei Marino Pedro Rhoden e Frei Arno Frelich, provincial e vigário provin cial, compõem o novo Governo Provincial que coordenará a vida dos frades no triênio 2023 a 2025.

O Capítulo é um forte momento de encontro fraterno, convivên cia, avaliação e projeção da nossa caminhada enquanto Freis Francis canos no RS. Nele também acontece a celebração dos jubileus dos frades, tanto de vida franciscana como de vida sacerdotal.

www.franciscanos-rs.org.br

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Da esq. Para a dir.: Frei Armando Mariani, Frei César Machado, Frei Marino Rhoden (Ministro Provincial); Frei Blásio Kummer, Frei Pedro G. Bruxel e Frei Arno Frelich (Vigário Provincial)

Província da Assunção elege novos Definidores Provinciais

AProvíncia Franciscana da Assunção, no dia 27 de outubro de 2022, elegeu seus novos Difinidores Pro vinciais: Frei Gerardo Vogel, Frei Roberto Villarreal, Frei Julio Bunader e Frei Diego Figueroa. Estes frades acompanharão no próximo triênio a Frei Emilio Andra da, o Ministro Provincial, e Frei Macerlo Benitez, o Vigário Provincial.

A eleição dos quatro Definidores do Governo Provincial da Província Franciscana da Assunção, presente na Argentina e no Paraguai, foi realizada no penúltimo dia do Capítulo Provincial Intermediário de 2022. Esta importante celebração para a Ordem dos Frades Menores e a Família franciscana, que reúne todos os frades da Fraternidade Provincial, acontece desde 17 de outu bro e termina hoje, 28 de outubro, na cidade de San Antonio de Arredondo, província de Córdoba.

A eleição foi inspirada no lema do Capítulo “Buscai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça e o resto vos será dado em acréscimo” (Mt 6,33). Os novos Definidores desde já têm o compro misso de acompanhar de perto Frei Emílio Andrada na missão sinodal da Província franciscana.

Província Franciscana da Assunção da Bem-Aventurada Virgem do Río da Prata

Mais de 400 anos dos frades francis canos no atual território da República Argentina, constituem o antecedente

vital, a experiência insubstituível e o suporte necessário para a fundação da Província Franciscana da Assunção que, em 1612, começou a escrever a história e memória dos seus frades, mais uma iluminação do sonho de Francisco.

No ano de 1538, através de uma expedição do feitor do rei da Espanha, Alonso de Cabrera, os primeiros francis canos partiram para terras americanas. Diante da impossibilidade de chegar à cidade de Mendoza, Frei Bernardo de Armenta e Frei Alonso de Lebrón inicia ram uma missão evangelizadora na Ilha de Santa Catarina, na costa do Brasil.

Posteriormente, os frades continua ram em direção a Assunção, região que reafirma sua importância ao ser desig nada em 1547 como sede da Diocese de Río da Prata, por Bula de Paulo III. Assunção, conhecida na época por sua importância política e territorial como a “Mãe das Cidades”, é o lugar de onde começa a ação dos franciscanos no território argentino.

Desde 1566, com a chegada de

Frei Juan Pascual de Rivadeneira do Peru, a atividade missionária aumentou em toda Tucumán. Assim, junto com outros frades, fundaram conventos, igrejas e escolas primárias nas regiões de Assunção, Santa Fé e Buenos Aires.

Quase cinquenta anos depois, em 9 de julho de 1612, no Convento de São Francisco, em Buenos Aires, foi esta belecida canonicamente a Província Franciscana da Assunção da Santíssima Virgem do Rio da Prata.

Desde sua fundação, estendeu-se a diferentes províncias argentinas, mantendo a Cúria Provincial na Basílica de São Francisco, na cidade de Buenos Aires.

Dentro dos eventos mais recentes, depois que a Província celebrou seus 400 anos de fundação, no dia 9 de julho de 2012, ocorreu a integração de outras Entidades Franciscanas. Em 7 de outubro de 2013, a Custódia Frei Luis Bolaños do Paraguai – depen dente da Província de Arántzazu na Espanha – e foi integrada à Província Franciscana da Assunção. Posterior mente, em 25 de março de 2014, ocorreu a integração dos irmãos da Província Franciscana de São Miguel. Desta forma, a Província da Assunção abrange atualmente as nações do Paraguai e da Argentina.

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Franciscanos apresentam ao Papa o programa do 8º

Centenário Franciscano

OPapa Francisco recebeu em audiência, no dia 31 de outubro, na Sala Clementina do Palácio Apostólico do Vaticano, os membros da Coordenação Eclesial do VIII Centenário Franciscano, a Co missão do Centenário da Família Fran ciscana e outros membros da própria Família Franciscana. Os participantes da audiência eram aproximadamente 300: Além dos membros da Família Francis cana, assistiram à audiência os bispos de Assis, Rieti, Arezzo e as autoridades civis dos lugares franciscanos na Itália.

O Papa agradeceu a Frei Massimo suas palavras e expres sou sua alegria por encontrar a Família Franciscana “perto do oitavo centenário franciscano (2023-2026), que se anuncia como uma peregrinação que, desde o Vale Sagrado de Riete, passando pelo Monte Alverne, chegará a Assis, onde tudo começou”.

TEXTO COMPLETO DE FREI MASSIMO FUSARELLI:

Santo Padre, o Senhor vos dê a Paz!

Saudamos-vos com as palavras sempre vivas de São Francisco e tão significativas neste tempo marcado por conflitos e ten sões de vários tipos.

Dirijo-me a vós juntamente com o Ministro geral dos Frades Menores Con ventuais e o da Ordem Franciscana Se cular. Agradecemos por nos receber em sua casa como uma Família Franciscana. Estamos nos preparando para inaugurar o Centenário Franciscano que nos per mitirá percorrer os últimos anos da vida do Pobrezinho, marcados por momentos importantes de seu caminho humano e cristão.

Em 1223, São Francisco pôde dar a seus irmãos o texto definitivo da Regra, como sinal daquela aliança que Deus fez com aquele povo dos pobres. Imediata

mente depois, em Greccio, o Natal vivido por São Francisco com os camponeses pobres daquela região lhe permitiu “ver com seus próprios olhos a pobreza na qual quis nascer o Filho de Deus” (Tomás de Celano).

No Monte Alverne, em 1224, esperou o Poverello pelo encontro que o tornava semelhante ao Amado, o selo de seu ca minho de fé e seguimento de Cristo po bre e crucificado.

Em 1225, São Francisco, agora cego, cantou a beleza da criação, nossa casa comum, com o Cântico das Criaturas, um hino cristológico à obra do amor do Pai no mundo.

No ano de 1226 se deu a Páscoa de São Francisco, que vai ao encontro da morte “a todos terrível e odiosa”, chamando-a de “irmã”, porque conduz ao encontro definiti vo com o Senhor.

Estão presentes aqui hoje os frades dos respectivos Definitórios Gerais, os Mi nistros Provinciais e os respectivos Conse lhos das Províncias da Itália Central, onde estão os santuários que fazem parte do Centenário, os Bispos das respectivas Dio ceses, vários Frades Franciscanos, freiras e consagradas, irmãos e irmãs da Ordem Franciscana Secular, os prefeitos e admi nistradores dos municípios de Greccio, Rieti, Convento Monte Alverne e Assis e outros amigos e colaboradores. Há mais de dois anos começamos a preparação para o Centenário em diferentes níveis e, em espírito de cordial unidade e colabora ção, e para selar isso e iniciar bem o Cente nário Franciscano nos fizemos peregrinos na Casa de Pedro para expressar o sentido da comunhão eclesial com quem quere mos viver juntos os próximos encontros.

O momento que o mundo está vi

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vendo neste tempo, o caminho sinodal que está tomando a Igreja inteira, o Ano Santo quase chegando, é o ambiente no qual nos preparamos para viver as etapas mencionadas. Na verdade, não quere mos celebrar o Centenário fechados na nossa família conventual, mas com mu

lheres e homens de boa vontade, com todos os cristãos para o bem do mundo que Deus ama.

Nesta disponibilidade, esperamos a tua palavra, Santo Padre, para receber a confirmação e o impulso de nos tornar mos sempre mais discípulos missioná

rios, anunciadores mansos e fortes da beleza do Evangelho, que marcou a nos sa vida e quer transformá-la. Obrigado, Santo Padre!

DISCURSO DO SANTO PADRE NO ENCONTRO COM OS FRANCISCANOS

Queridos irmãos e irmãs, bom dia e bem -vindos!

Estou feliz por conhecê-los, agora próxi mo do oitavo Centenário Franciscano (20232026), que se prenuncia como uma peregri nação que do Vale Sagrado de Rieti, passando pelo Monte Alverne, chegará a Assis, onde tudo começou. Estou grato pelas palavras diri gidas pelo Ministro Geral dos Frades Menores.

Quando escolhi me chamar de Francisco, sabia que estava me referindo a um santo tão popular, mas também tão incompreendido. De fato, Francisco é o homem da paz, o ho mem da pobreza, o homem que ama e cele bra a criação; mas qual é a raiz de tudo isso, qual é a fonte? Jesus Cristo. Ele está enamo rado por Jesus Cristo, que para segui-Lo não tem medo de se fazer de ridículo, mas segue em frente. A fonte de toda a sua experiência é a fé. Francisco a recebe como dom diante do Crucifixo, e o Senhor Crucificado e Ressuscita do lhe revela o sentido da vida e do sofrimen to humano. E quando Jesus lhe fala na pessoa do leproso, ele experimenta a grandeza da misericórdia de Deus e sua própria condição de humildade. Por isso, cheio de gratidão e espanto, o Poverello passou horas com seu Se nhor e disse: “Quem é você? Quem sou eu?”. Desta fonte recebe em abundância o Espírito Santo, que o impele a imitar Jesus e seguir o Evangelho ao pé da letra. Francisco viveu a imitação de Cristo pobre e o amor pelos po bres de forma inseparável, como as duas faces da mesma moeda. [1]

O próximo centenário franciscano será uma celebração não ritual, se for capaz de interpretar tanto a imitação de Cristo como o amor aos pobres. E isso também será possível graças à atmosfera que emana dos vários “lu gares” franciscanos, cada um com um caráter particular, um dom fecundo que contribui para renovar o rosto da Igreja.

A primeira etapa deste itinerário francis cano, por ordem cronológica (1223), é Fonte Colombo, perto de Rieti. Primeira parada por causa da Regra e, junto com Greccio, lugar do Presépio. Trata-se de um convite poderoso a

redescobrir o “caminho” de Deus na encarna ção de Jesus Cristo. Esta escolha fundamen tal diz que o homem é o “caminho” de Deus e, consequentemente, o único “caminho” da Igreja. A Gaudium et spes expressa-o com pa lavras memoráveis, onde lemos: “Na realidade, só no mistério do Verbo encarnado o misté rio do homem encontra a verdadeira luz. [...] É precisamente revelando o mistério do Pai e do seu amor que Ele também revela plena mente o homem ao homem e dá a conhecer a sua altíssima vocação» (n. 22).

O Monte Alverne com os estigmas (1224) representa “o último selo” - como diz Dante (Paradiso, XI, 107) - que torna o Santo pareci do a Cristo crucificado e capaz de penetrar na vida humana, marcada radicalmente pela dor e pelo sofrimento. São Boaventura escreveu que “a santíssima carne” de Francisco, “cruci ficada junto com seus vícios”, se transformou “em uma nova criatura, mostrada aos olhos de todos, por um privilégio singular, a imagem da Paixão de Cristo e, por um milagre nunca visto, antecipou a imagem da ressurreição” (LegM XV, 1: FF 1246).

Finalmente, Assis (1226), com o Trânsito de Francisco na Porciúncula, revela o essencial do cristianismo: a esperança da vida eterna. Não é por acaso que o túmulo do Santo, loca lizado na Basílica Inferior, tornou-se ao longo do tempo o ímã, o coração pulsante de Assis: um sinal inequívoco da presença daquele cuja “vida maravilhosa / melhor na glória do céu se cantaria” (Paradiso, XI, 95-96).

Depois de oito séculos, São Francisco ainda permanece um mistério. Assim como a pergunta de Frei Masseo permanece intacta: “Por que o mundo inteiro segue você, e todas as pessoas parecem querer vê-lo, ouvi-lo e obedecê-lo?” (Fioretti, X: FF 1838). Para encon trar uma resposta é preciso ir à escola do Po verello, encontrando em sua vida evangélica o caminho para seguir as pegadas de Jesus: em termos concretos, isso significa escutar, cami nhar e anunciar às periferias.

Ouça, em primeiro lugar. Francisco, dian te do Crucifixo, ouve a voz de Jesus que lhe

diz: “Francisco, vai e restaura a minha casa”. E o jovem Francisco responde com presteza e generosidade a este chamado do Senhor: re parar sua casa. Mas qual casa? Lentamente, ele percebe que não se tratava de ser pedreiro e consertar um edifício feito de pedras, mas de dar sua contribuição à vida da Igreja; tratava -se de colocar-se a serviço da Igreja, amá-la e trabalhar para que nela se refletisse cada vez mais o Rosto de Cristo.

Em segundo lugar, caminhar. Francisco foi um viajante incansável, que atravessou a pé inúmeras aldeias e vilas da Itália, certificando -se de estar perto das pessoas e eliminando a distância entre a Igreja e as pessoas. Esta mes ma capacidade de “sair ao encontro”, em vez de “esperar a porta”, é o estilo de uma comu nidade cristã que sente o impulso de se apro ximar em vez de se fechar em si mesma. Isso nos ensina que quem segue São Francisco deve aprender a ser firme e caminhar: firme na contemplação, na oração, e depois seguir em frente, caminhando no testemunho, no testemunho de Cristo.

Finalmente, anunciar para as periferias. O que todos precisam é de justiça, mas também de confiança. Somente a fé restitui o sopro do Espírito a um mundo fechado e individualista. Com este suplemento de alento, os grandes desafios presentes, como a paz, o cuidado com a casa comum e um novo modelo de desenvolvimento podem ser enfrentados, sem se render aos fatos que parecem intrans poníveis.

Queridos irmãos e irmãs, encorajo-vos a viver em plenitude o tão esperado Centenário Franciscano. Espero sinceramente que este caminho espiritual e cultural possa ser conju gado com o Jubileu de 2025, na convicção de que São Francisco de Assis impulsiona ainda hoje a Igreja a viver a sua fidelidade a Cristo e a sua missão no nosso tempo. Abençoo a todos de coração e peço que rezem por mim. Obrigado!

[1] Cf. Mensagem para a XXIX Jornada Mundial da Juventude (21 de janeiro de 2014).

comunicações NOVEMBRO/DEZEMBRO 2022 729 ofm

Em meio à guerra, Frei Massimo volta à Ucrânia para rever seus confrades e o povo

De 27 a 30 de outubro, o Ministro geral Frei Massimo Fusarelli, acompanhado por Frei Konrad Cholewa, Definidor geral para a Conferência Eslava do Norte, visitou a Ucrânia como forte sinal de solidariedade fraterna, encontrando-se com os frades da Provín cia Arcanjo Miguel e como testemunho de proximidade com o povo ucraniano, submetido durante meses ao horror da guerra. Esta é a segunda visita do Ministro geral depois da Semana Santa.

Durante o primeiro dia, Frei Massimo e Frei Konrad visitaram a Cúria Provincial dos Frades Menores em Zhytomyr, onde tiveram a oportunidade de ver com seus próprios olhos a destruição causada pela guerra: uma escola destruída por mísseis russos e um dormitório civil atingido por bombas aéreas. À noite, o Ministro encon trou-se com os frades da Fraternidade local, incentivando-os a permanecerem próxi mos das pessoas em dificuldade. O Minis tro provincial, Frei Daniel Botvina, mostrou os espaços que podem ser utilizados pelos refugiados que fogem da guerra que afeta especialmente o Leste da Ucrânia.

No dia seguinte, a visita foi em Shargo rod, onde Frei Massimo teve a oportunida de de ver a maioria dos frades da Província, a quem dirigiu sua mensagem de paz e abençoou solenemente o Convento que os frades vêm construindo há vários anos. Durante a Santa Missa, presidida na paró quia local dos Frades, o Ministro expressou sua admiração pela coragem do povo ucraniano e pediu orações pela paz, dizen do, entre outras coisas: “A força que nos dá Jesus sustente a todos, queridos irmãos e irmãs, que vivem nesta terra atormentada e agredida: que os ajude a caminhar em comunhão e em profunda união com o vosso povo, evitando tudo o que vos possa afastar das condições de vida de todos e

dispostos a partilhar as alegrias e as es peranças, as ansiedades e as incertezas, as questões de todos”.

Os frades, juntamente com o prefeito de Shargorod, também mos traram aos convidados da Cúria Geral a Via Sacra, única na Ucrânia, que eles estão construindo graças aos ben feitores católicos ucranianos. Depois de visitar as capelas da Via Crucis, Frei Massimo e Frei Konrad visitaram o cemitério para rezar junto aos túmulos dos soldados ucranianos mortos na guerra que ainda faz tantas vítimas. O encontro com aqueles que perderam seus filhos e netos jovens foi muito emocionante.

No dia seguinte, o Ministro e o Definidor Geral foram ao convento de Rava Ruska, onde, depois da Santa Missa celebrada com os paroquianos, abençoou o convento e se encon trou com outros frades da Província, ouvindo suas experiências de ajuda aos refugiados de guerra e exortando-os a serem testemunhas de paz e miseri córdia com aqueles que não têm nada para viver com dignidade. Durante a

homilia em Rava Ruska, acrescentou: “O momento difícil que estamos vivendo não nos impede de ver Jesus, além dis so, pode ser uma grande oportunidade para encontrá-Lo e crescer na fé. Com humildade e confiança”.

Ao final de cada homilia, Frei Mas simo assegurou aos paroquianos que levaria suas saudações ao Santo Padre, Papa Francisco, com quem teria uma audiência no 31 de outubro.

No último dia, de volta à fronteira com a Polônia, Frei Massimo e Frei Konrad também passaram por Lviv para almoçar com Dom Mieczysław Mokrzycki, Arcebispo Latino de Lviv, e ouvir seu testemunho sobre o tempo que viveram na guerra.

Os Frades Menores da Província Ucraniana de São Miguel Arcanjo agra deceram sinceramente ao Ministro e ao Definidor Geral da Ordem a coragem e a solidariedade com o povo ucraniano e expressaram sua alegria por poder re cebê-los na Ucrânia apesar das difíceis condições da guerra. Fonte: www.ofm.org

comunicações NOVEMBRO/DEZEMBRO 2022 730 ofm
Agenda 2022/23 Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil AS ALTERAÇÕES E ACRÉSCIMOS ESTÃO DESTACADOS EM VERMELHO DEZEMBRO 03 a 05 Encontro Recreativo do Regional Curitiba 03 a 09 Visita do Ministro Geral à FIMDA 05 Encontro Recreativo do Regional Vale do Itajaí e Leste Catarinense 05 Encontro Recreativo do Regional Vale do Itajaí e Leste Catarinense 05 a 07 Retiro Anual (Petrópolis, RJ) 08 Renovação dos Votos e Profissão Solene (Luanda) 08 Profissão Solene (Luanda, Angola) 08 Encontro Recreativo e Celebração dos Jubileus do Regional São Paulo (Bragança
SP) 08 Abertura do Ano Vocacional 17 Ordenações Diaconais (Petrópolis, RJ) 2023 JANEIRO 2023 07 Primeira Profissão dos Noviços (Kibala, Angola) 10 Primeira Profissão dos Noviços (Rodeio, SC) 15 Admissão ao Noviciado (Rodeio, SC) 23 a 27 Reunião da UCLAF (São Paulo, SP) 25 Admissão ao Postulantado (Guaratinguetá, SP) 27 e 28 Reunião dos Secretários para a Evangelização da CFByCS (Brasília, DF) 30 a 05/02 Visita do Ministro Geral à Província FEVEREIRO 04 Encontro do Ministro Geral com o Definitório Provincial (São Paulo, SP) 06 a 08 Reunião do Definitório Provincial (São Paulo, SP) 15 Conselho de Evangelização (on-line) 27 a 01 Assembleia do Secretariado da Formação e Estudos (São Paulo, SP) MARÇO 02 a 05 Encontro dos Irmãos 05 Caminhada Penitencial de Frei Bruno (Joaçaba, SC) ABRIL 17 Festa de Nossa Senhora da Penha (Vila Velha, ES) 18 a 20 Reunião do Definitório Provincial (São Paulo, SP) 24 a 28 Reunião da CFM&CS (Franca, SP) MAIO 08 a 11 Reunião dos Guardiães e Coordenadores de Fraternidade (Agudos, SP) JULHO 03 a 07 Reunião do Definitório Provincial (Rodeio, SC) SETEMBRO 07 a 10 Fórum da Formação e Estudos (Agudos, SP) 12 a 14 Reunião do Definitório Provincial (São Paulo, SP) 16 Celebração da Profissão Solene (Petrópolis, RJ) NOVEMBRO 21 a 24 Reunião do Definitório Provincial (São Paulo, SP)
Paulista,

VOCÊ JÁ VEIO

Você já veio e sempre vem, eu sei, Nascer nas grutas da Belém de agora Você já veio e sempre vem, irei Deixar que nasça pelo mundo afora

Ó vem, Jesus, e nasça onde quiser, Lá onde a paz não mora mais, é guerra, Leve sua graça e bênção onde houver Uma Belém à espera sobre a terra

Você já veio e agora o mais profundo Ir a você nas grutas deste mundo, Para viver a Luz do seu Natal Você já mora neste mundo lindo, No entanto, a gente pensa que está vindo, Nós é que estamos indo pra você

Frei Walter Hugo de Almeida
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