"Comunicações" Fevereiro 2022

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PROVÍNCIA FRANCISCANA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASIL

Especial

FEVEREIRO DE 2022 | ANO LXX | Nº 02

O NOVO ROSTO DA FRATERNIDADE PROVINCIAL


PROVÍNCIA FRANCISCANA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASIL

FRATERNIDADES

Rua Borges Lagoa, 1209 CEP 04038-033 | São Paulo - SP www.franciscanos.org.br ofmimac@franciscanos.org.br Ministro Provincial: Frei Paulo R. Pereira Vigário Provincial: Frei Gustavo W. Medella Secretário: Frei Rodrigo da Silva Santos

fevereiro de 2022

MENSAGEM DO MINISTRO PROVINCIAL “Tempo da Solidariedade”, de Frei Paulo Roberto Pereira

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ARTIGO “A fraternidade e a amizade social como contextos educativos”

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Frei Nazareno celebra Jubileu de Prata de Vida Religiosa

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Encerramento dos jubileus em Petrópolis

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Paróquia do Pari celebra 108 anos na Festa da Apresentação do Senhor

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Guardião do Convento da Penha recebe título de “Cidadão Espírito-Santense”

109

Dom Lauro toma posse na Diocese de Colatina

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Xaxim celebra 10º aniversário da Festa de Frei Bruno

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FORMAÇÃO E ESTUDOS D. Celso ordena Frei Jefferson e indica um itinerário para seu presbiterato

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Tríduo prepara para a ordenação de Frei Max

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Animação Vocacional faz encontro com os jovens

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Ministro Provincial visita a Fraternidade do Sagrado

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Entrevista: Frei Gilberto da Silva

Conjunto arquitetônico e paisagístico do Convento da Penha vai receber obras de manutenção

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Frei Moacir Longo celebra Jubileu de Ouro de Vida Religiosa

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Frei Diego: “Até hoje me sinto tão pequeno, tão indigno diante desse ministério”

EVANGELIZAÇÃO

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Educação: A que se destina e em que sentido nos interpela?

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USF promove a abertura da Semana de Planejamento Pedagógico e Formação

Frei Jhones será ordenado presbítero dia 26 de março

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Frei André fala dos 14 anos como missionário em Angola

Seminário São Francisco de Assis: “Avança para águas mais profundas...” (Lucas 5,4)

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Ministro Provincial acolhe os postulantes no Seminário Frei Galvão

ESPECIAL O novo rosto da Fraternidade Provincial

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CFByCS

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Província Santíssima Trindade do Chile tem um novo governo provincial

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AGENDA


DO MINISTRO PROVINCIAL

Tempo da Solidariedade

A

s primeiras palavras da mensagem mensal nascem do espanto e da tristeza de que todos fomos acometidos quando tomamos conhecimento das imagens e relatos que chegaram de Petrópolis nestes dias de fevereiro. Não há como mensurar a dor e o desalento dos que sofreram diretamente as consequências do desastre. Da mesma forma é imensurável a solidariedade dos que se deixaram tocar pela urgência e emergência da situação e se tornaram próximos das famílias e comunidades atingidas. Diante da dor e das lágrimas, urge a em-


DO MINISTRO PROVINCIAL patia e o cuidado. Cabe aqui destacar o empenho dos confrades de Petrópolis, do SEFRAS e das Frentes de Evangelização em toda a Província que, prontamente, organizaram atividades para socorrer as diferentes necessidades, inclusive aquela que sempre marcou o serviço apostólico dos formandos de Petrópolis: a encomendação nas capelas mortuárias. A partir das palavras de Frei Marcos Andrade, mestre dos frades estudantes de Teologia, “na morte, cuida-se dos mortos e também dos vivos”, agradeço aos confrades que oferecem consolação, conforto e abraços às famílias enlutadas.As pessoas mortas ou desaparecidas, contadas às centenas, são a parte mais dolorosa do quadro de desconcertante desolação. Prédios, casas e pontes destruídas, automóveis arrastados, lojas e depósitos invadidos pela lama, indicam prejuízos financeiros incalculáveis. Encostas desabadas, árvores arrastadas, córregos e rios cheios de entulho, feridas abertas na mata apontam para o flagelo da Mãe Terra. O pior de tudo é que tal cenário de destruição não é novidade para nossas retinas. Ao contrário, vivendo de enchente em enchente, de seca em seca, de desastre em desastre, de dor em dor, infelizmente sabemos: novas tragédias não estão longe. Por isso, além da solidariedade já demonstrada, é hora de fazer coro à voz de Dom Walmor Oliveira de Azevedo, Arcebispo de Belo Horizonte e presidente da CNBB, que em janeiro deste ano, depois de contabilizados mais de 31 mortos e 60 mil desalojados em Minas Gerais e na Bahia, assim se pronunciou: “As feridas das tragédias que se sucedem, conhecidas por todos gritam aos céus. Indicam a urgência de mudanças nos modos de governar, legislar e agir para se alcançar o necessário desenvolvimento integral. Urgente, portanto, é construir mentalidade diferente, que inspire atitudes de governos, legisladores, servidores judiciários, empreendedores e construtores da sociedade pluralista, com a participação efetiva de todos os cidadãos. O ponto de partida inegociável é o horizonte das interpelantes riquezas da ecologia integral, por um adequado tratamento do meio ambiente, a casa comum”. O Arcebispo ainda chamou a atenção para o equívoco que, desavisadamente, cometemos ao considerar a chuva como vilã. Assim ele continua: “As chuvas, bênçãos de Deus, indispensáveis, não podem ser culpabilizadas, simploriamente. A responsabilidade maior e primeira vem do modelo ganancioso e desregrado de exploração das riquezas... Uma realidade em que poucos se enriquecem, enquanto muitos sofrem com tristezas e desolações”. comunicações FEVEREIRO 2022

Diante de mais um triste capítulo da história do povo petropolitano, nossa solidariedade socorra suas necessidades prementes, nosso profetismo não deixe de lado a inserção nos fóruns de decisão acerca da ocupação do solo nas cidades, da preservação dos mananciais e da mata nos ambientes urbanos, da regularização fundiária das periferias e, sobretudo, nos engajemos na luta por moradia digna para todos.

Animação da vida nas fraternidades

No início do mês de fevereiro, por conta de um evento que reclamava a visita do Ministro, tive ocasião de passar por uma das nossas Fraternidades. A visita, ainda que informal, proporcionou experiências significativas. Logo na chegada pude encontrar os irmãos reunidos em Capítulo. Na manhã seguinte, nova reunião, desta vez em torno da mesa da Palavra e da Eucaristia. Em sequência invertida, noutra casa tive também oportunidade de vivenciar esses dois momentos fulcrais para a fecundidade da vida em fraternidade. Ainda que seja de conhecimento de todos, vale a pena ressaltar como as Constituições da Ordem apresentam o Capítulo Local: “O Capítulo Local constitui o governo fraterno da Casa. Compete ao Capítulo Local, principalmente através do diálogo, examinar e promover o que de comum acordo se deve empreender, fomentar a concórdia e a cooperação ativa e responsável de todos, examinar e avaliar os trabalhos realizados pela Fraternidade ou por cada um dos irmãos e tratar os assuntos de grande importância (cf. CCGG 240 e 241). A celebração regular do Capítulo, além de ser instrumento eficiente a garantir a missão da fraternidade, é também sinal transparente da nossa forma de vida. Portanto, as Fraternidades reservem espaço e tempo para a realização dos Capítulos Locais e dos Retiros Mensais. Além do Capítulo, uma outra celebração ilumina e aponta os rumos do nosso viver. Todos os irmãos celebram com assiduidade a Eucaristia. A partir das Fraternidades, a celebração deste sacramento é promovida com esmero e piedade. Com facilidade encontramos, sobremaneira entre os encarregados da missão apostólica nas paróquias e santuários, a dedicação em celebrar a Eucaristia com o povo. Sem negligenciar esta legítima compreensão do sentido da Eucaristia, podemos voltar os olhos para a experiência das Casas de Formação e também outras fraternidades, que


DO MINISTRO PROVINCIAL indicam os benefícios da celebração Eucarística entre os próprios irmãos; nunca como algo privatista, estéril, mas como espaço do encontro íntimo e revigorante com o Senhor que nos ama, nos chama e nos acompanha na missão. Recordemos o que diz a Vita Consecrata: “Na Eucaristia as exigências fundamentais da vida consagrada encontram o seu modelo e o seu cumprimento perfeito. A Eucaristia, memorial do sacrifício do Senhor, coração da vida da Igreja e de todas as comunidades, plasma a partir de dentro a oblação renovada da própria existência, o projeto de vida comunitária, e a missão apostólica” (cf. VC. 95). Assim como já criamos o bom costume de reservar espaço para a Leitura Orante da Palavra de Deus, as Fraternidades possam escolher um dia para a celebração da Eucaristia em fraternidade.

Apresentação das Fraternidades

Após a reformulação das Fraternidades promovidas pelo Congresso Capitular, o mês de fevereiro registrou em muitas localidades celebrações de apresentação dos irmãos encarregados do apostolado paroquial. O Plano de Evangelização da Província elenca dezessete argumentos que dão forma à maneira de estar nas Paróquias. Entre eles destaco: - S olicitando à autoridade competente que o serviço pastoral da paróquia e (ou) santuário seja confiado não somente ao pároco ou reitor, mas à Fraternidade. Infelizmente, poucos bispos conseguem atender a esta solicitação e, aplicando os mesmos critérios no trato com o clero secular, insistem em propor as celebrações de posse e, mais ainda, posse do novo pároco. Os irmãos mais velhos, párocos em outros tempos, tempos mais arejados e menos rubricistas, certamente estranham a insistência nessas celebrações. Assim, entre a leitura de bulas e decretos, entrega de chaves e sinais dos sacramentos, com repetição de fórmulas e até recitação da profissão de fé, são enfatizadas as obrigações e serviços que conferem autoridade ao pároco. Diga-se, autoridade delegada pela autoridade competente, no caso, o próprio bispo. Desta maneira são respeitados todos os preceitos canônicos. Não há que se duvidar que as referidas celebrações podem conter algum proveito pastoral, podem,

inclusive, se converter em momento de revigoramento vocacional e renovação do ânimo para a missão do irmão empossado e também da própria comunidade paroquial. Se para os bispos esta celebração é insubstituível, para nós, frades, ela sirva como motivação para fincarmos pé no compromisso de ressaltar, por nítidas escolhas e atitudes, a relevância da fraternidade como principal meta e motor de nossa ação evangelizadora. Para nos auxiliar na consolidação deste objetivo, segue nos orientando o Plano de Evangelização: -P rimando pela cultura da colegialidade e sinodalidade, mediante as assembleias, conselhos, coordenações e planejamento participativo. - E xercendo o ministério ordenado como promotor e harmonizador de todos os ministérios e não como o que centraliza e açambarca tudo.

Animação Vocacional

O Definitório extraordinário, ocorrido neste mês de fevereiro, nomeou os Animadores Locais do Serviço de Animação Vocacional (SAV) das Fraternidades da Província no Brasil. As Fraternidades de Angola também deverão, até o próximo Definitório, apresentar os irmãos que vão desempenhar esta missão nas Fraternidades. Para atender ao mandato do Capítulo que, mais uma vez, elegeu a animação vocacional como prioridade, foram indicados dois irmãos, Frei Jeâ Andrade e Frei Gabriel Dellandrea, que assumiram com renovado vigor a tarefa de acolher os vocacionados e envolver a Fraternidade como um todo nesta exigente tarefa. Dos animadores provinciais vem um pedido comprometedor: “Pelo SAV Provincial insistimos que a dimensão do cuidado vocacional esteja presente e ganhe relevância em nossas discussões e planejamentos. Cada fraternidade será desafiada a responder de forma assertiva os desafios vocacionais que temos pela frente. As múltiplas realidades culturais, sociais, eclesiais… nos pedem boa vontade e ousadia para assumir esse compromisso comum”. Possamos todos nos empenhar para dar forma ao anseio/desafio apresentado: “Cada fraternidade, uma nova vocação”. A alegria do Senhor seja nossa força. Paz e Bem! Frei Paulo Roberto Pereira MINISTRO PROVINCIAL

comunicações

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artigo

O

s pais são os primeiros, mas não os únicos, educadores de seus filhos” (20) Além dos pais e da família, uma aldeia inteira tem a capacidade de educar. Entretanto, no século XXI, essa aldeia é formada por uma imensa rede social, que tem abrangência global e plasma um novo jeito de ser e de viver. Há espaços sociais que historicamente se organizaram e que são importantes lugares formativos: igreja, comunidades, associações, onde as pessoas se organizam, exercem liderança, atuam pastoralmente, crescem espiritual e humanamente, celebram sua vida e aprofundam a sua fé. Evidentemente, pode haver ambiguidades e contradições em todas estas organizações e espaços sociais, entretanto, a origem, a atribuição e a finalidade de cada um dos espaços sociais visam educar as pessoas para a vida em sociedade. O contexto educativo da família, no entanto, também está suscetível à violência doméstica, sobretudo contra mulheres,

A fraternidade e a amizade social como contextos educativos crianças, adolescentes e idosos. Durante a pandernia da Covid-Iv, no Brasil e no mundo, houve um enorme crescimento da violência doméstica. Segundo a UNESCO, com o fechamento das instituições de ensino, cerca de 1,5 bilhão de estudantes e jovens em todo planeta estão sofrendo ou já foram afetados pelo impacto do fechamento de escolas e universidades devido à pandemia. Pessoas que permaneceram fora da escola e fechadas em suas casas durante mais de um ano.(21) No Brasil, isso ocorreu dos centros de Educação Infantil às universidades, e, ainda, muitos dos pais permaneceram em casa com trabalho comunicações FEVEREIRO 2022

remoto (teletrabalho). Foi necessário conciliar trabalho doméstico, trabalho remoto, cuidado com os filhos, aulas remotas dos filhos e permanência simultânea de todos em casa o tempo todo, com moradias geralmente precárias. Nessas condições, os pais enfrentaram o estresse das múltiplas tarefas, as crianças ficaram mais irritadiças pela restrição de mobilidade e ausência de colegas, aumentou abruptamente o tempo de convivência familiar e às mulheres restou a sobrecarga de trabalho e a falta de um suporte social, particularmente

o escolar. A tudo isso se somaram o clima de instabilidade social, a carência de redes de proteção social, a instabilidade econômica e a insegurança com o risco de contágio, doença e morte, a insuficiência de estruturas de serviço à saúde pública.(22) Devido, dentre outros, a tais fatores, o contexto familiar foi um dos mais impactados pela pandemia, suscitando o aumento dos conflitos e da violência doméstica. As artes e a literatura também são educativas, pois ajudam a interpretar o mundo pela ótica estética. O teatro, a música,


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artigo

a dança, a pintura, a escultura, uma boa leitura e algumas das dimensões da arquitetura, do design, da publicidade, possuem uma linguagem singular, que eleva o espírito humano e o projeto civilizatório. Uma sociedade que se fecha em um projeto educativo apenas técnico, pragmático e utilitário, empobrece o horizonte existencial das pessoas e anula a sua capacidade criativa. Em meados do século XX, os Meios de Comunicação Social passaram a exercer enorme influência na vida pública e no modo das pessoas enxergarem e sentirem a vida. Dentre tais meios, a partir da década de 1970, a televisão ocupou um lugar central na casa das famílias, conquistando lugar de destaque na sala e, depois, foi instalada até mesmo nos quartos. As novelas, as transmissões esportivas, a exibição de filmes, os programas de auditório, os reality shows e o telejornalismo trouxeram um volume gigantesco de informações e preencheram o tempo com entretenimento e emoção. Por isso, a história da televisão, particularmente no Brasil, oscilou entre sua defesa apaixonada e sua crítica contundente. Não obstante sua importância social tenha decaído, atualmente, para assistir televisão, a população brasileira ainda dedica em média mais de seis horas por día.(23) Hoje, a qualidade técnica e a instalação de televisores se aperfeiçoou, diversificou e expandiu ainda mais. Assiste-se televisão nas viagens de avião, no ônibus urbano, nos celulares, nas antessalas dos consultórios, nos elevadores, dentro dos automóveis, nos navios em alto mar, nas comunidades rurais, no meio da floresta. Por tão grande impacto e

abrangência, a Igreja, as escolas e os poderes executivo, legislativo e judiciário assumiram a televisão como um lugar privilegiado para transmitirem a sua mensagem. Portanto, a educação do povo, em parte, está sujeita à qualidade ou falta dela na programação e conteúdo da televisão brasileira. Mais que a influência da televisão, embora a ela integrada, a geração do novo milênio foi impactada pela internet, em todas as suas faixas etárias.(24) Essa nova possibilidade de comunicação veio acompanhada de suas plataformas, ferramentas e equipamentos, como o computador e o telefone celular. Introduziram um novo jeito virtual de viver, plasmaram um novo ritmo de tempo, uma nova percepção de distância e um novo modo de viver as relações humanas. Das crianças aos idosos, muitos ficam ligados permanentemente on-line. No campo educacional, as bibliotecas se tornaram digitais e suas obras passaram a ser consultadas de qualquer lugar do mundo. Periódicos eletrônicos integraram-se aos gigantescos portais de acesso. Novas metodologias e tecnologias educacionais eclodiram a partir das possibilidades da internet. Surgiu a Educação a Distância (EaD, com a possibilidade de estudar em qualquer lugar do mundo. Todo esse processo foi intensificado na educação formal, em proporções desiguais, a partir da pandemia de 2020. Muitos novos desafios, sobretudo éticos, políticos, pedagógicos e psicoculturais, são vividos por essas novas realidades virtuais emergentes.(25) Essas novas tecnolo-

20 CDSI, n.240 21 Disponível em: https:/lpt.unesco.org/covidI9/educationresponse/globalcoalition. Acesso em: 24/6/2021. 22 MARQUES, Emanuele Souza et alii. A violência contra mulheres, crianças e adolescentes em tempos de pandemia pela Covid -19: panorama, motivações e formas de enfrentamento. Cadernos de Saúde Pública, v. 36, n. 4, Epub: Rio de Janeiro, abr./2020. Disponível em: (https:/ /doi. org/lO.1590/0 102-31Ix00074420). 23 Pesquisa recente da Kantar Ibope Media revela que 99% da população brasileira tem preferência pelo conteúdo em vídeo, nos formatos de TV aberta, TV pela internet, Pay TV, sites, aplícatívos, vídeos on demand e videos gratuitos na internet. Fonte: (https:/lwww.kantaribope.com/

gias precisam formar e se tornar, sempre mais, comunidades abertas onde existe o próximo sem fronteiras, como nos ensina o Papa Francisco em sua Carta Encíclica Fratelli Tutti. Também nestes espaços virtuais pode ser exercida uma prática educativa que orienta para o intercâmbio fecundo, a gratuidade que acolhe, a valorização do conteúdo com sabor local, a abertura ao horizonte universal, a superação do narcisismo bairrista, a inclusão dos mais frágeis e dos pobres. São espaços para o diálogo social, não para a troca de opiniões exaltadas e os monólogos agressivos que avançam em paralelo. São possibilidade para o encontro e a amizade social, sustentados pela disposição de abertura à verdade, trabalho pela paz, perdão que supera o ímpeto de vingança, memória que mantém a lembrança dos erros e vigilância para não repetir novas atrocidades na história. Eis, aqui, um belo itinerário para os nossos projetos educativos e um conteúdo programático para todos os que educam. E, para isso, a instituição escolar tem um papel insubstituível. Ela não substitui o contexto educativo da família, nem é o único espaço social onde se faz educação. Mas é um lugar onde, de modo sistêmico, articulado e especializado, se faz a educação formal e se capacita para a cidadania, o trabalho e as complexas relações sociais. Nesse contexto, não há dúvidas de que o professor é o profissional por excelência da educação e a escola um indispensável ambiente de aprendizado. Por fim, tanto a educação formal e informal, presencial e virtual, devem promover a liberdade da pessoa humana. Educar é humanizar. A educação é um ato de amor e esperança no ser humano. Texto base da Campanha da Fraternidade 2022

tempo-medio-consumido-com-tv-aumenta-entre-os- brasileiros!,. Acesso em: 11/3/2020. 24 A partir de 1995, o Ministério de Comunicações e o Ministério de Ciência e Tecnologia iniciaram a implantação, no Brasil, de uma rede internet global e integrada, abrangendo todo o tipo de uso, com cobertura nacional, vasta gama de aplicações e baixo custo para o usuário final. Fonte: https:/lhomepages.dcc.ufmg.br - História da internet no Brasil. 25 Essa nova realidade levou a Igreja a divulgar. dentre outros. dois importantes documentos intitulados Ética na internet e Igreja e internei. Sobre esse recorte ternático, ver: LEMOS. Carolina Teles; AMADO. Wolmir Therezio. Concepções e uso da mídia e da internet na Igreja Católica. Pesquisas em Teologia. v.3. n.5. p.154-174. julho de 2020. Disponível em: https://periodicos. puc-rio.br.

comunicações

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formação e estudos comunicações FEVEREIRO 2022

D. Celso ordena Frei Jefferson e indica um itinerário para seu presbiterado

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er um padre de palavra e da Palavra; ser um padre da Eucaristia e da caridade; e lembrar que o sacerdócio é um dom e, como dom, precisa ser cuidado”. Com esse itinerário e pela imposição de suas mãos, Dom Celso Antônio Marchiori, bispo da Diocese de São José dos Pinhais (PR), concedeu a Frei Jefferson Max Nunes Maciel o segundo grau do sacramento


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da Ordem durante a Celebração Eucarística no dia 29 de janeiro, às 19h, na Igreja Matriz da Paróquia Senhor Bom Jesus, em Araucária (PR). Momento de fé e gratidão para o jovem presbítero franciscano, para a família, para a Província da Imaculada Conceição e para o povo de Deus. Durante duas horas, o povo participou desse momento histórico na vida de Frei Jefferson, assim como seus confrades especialmente da região de Curitiba, o pároco Frei Diego Santos de Souza, OAD, familiares e amigos. Frei Jefferson teve ao seu lado, na procissão de entrada, o pai Valódio Tibes Maciel e a mãe Maria Enésia Nunes. O Evangelho foi proclamado pelo diácono Frei Josemberg Cardozo Aranha, colega de turma de Frei Jefferson. Após o Evangelho, o orde-

nando foi chamado a apresentar-se diante do bispo e da comunidade. Com um abraço em seus familiares, como gesto de gratidão pelo dom da vida e do exemplo deles recebido, colocou-se diante do bispo: “Eis-me aqui, Senhor”, mostrando sua total disposição em servir ao reino de Deus. A apresentação do candidato ao ministério presbiteral foi feita pelo Ministro Provincial da Província

da Imaculada Conceição, Frei Paulo Roberto Pereira, focada na confiança e testemunho dos formadores da Província e nas consultas ao povo de Deus. Segundo o Ministro Provincial, Frei Jefferson “era digno para ser ordenado presbítero”. Pedida e aceita a ordenação, Dom Celso exortou o ordenando a colocar “a sua inteira confiança Naquele que o chamou, naquele que fez o convite para esta vocação tão sublime”, referindo ao lema escolhido por Frei Jefferson: “Sois, ó Senhor Deus, minha esperança, em Vós confio desde minha juventude”. “A minha saudação a todos e a todas com muito amor, carinho e ternura”, disse D. Celso, revelando que tem um apreço muito grande pela espiritualidade franciscana. Ele contou que quando estudante de Filosofia chegou a pensar em se comunicações

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tornar franciscano, mas que no seu discernimento viu que “a vontade de Deus estaria aqui ou lá”.

Três pontos para o Ministério Presbiteral de Frei Jefferson

Dirigindo-se a Frei Jefferson, Dom Celso indicou três pontos para o seu presbiterado: 1º ponto: Seja um padre de palavra e da Palavra “Seja honesto consigo mesmo, com Deus, com a Igreja, com o povo de Deus. Seja um homem de

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Palavra, fiel, vivendo sempre em comunhão. Cuidado para não cair nas armadilhas das fake news. E olha, desculpe minha sinceridade, mas de fake news temos também pessoas travestidas de bispos, cardeais, padres, religiosos e freis. Não vamos cair nessa armadilha. Permaneçamos em comunhão com o Papa Francisco, permaneçamos em comunhão com o bispo, com a sua congregação, com seus superiores, com seus confrades. Seja um homem de palavra. Seja um homem da Palavra de

Deus. É a Palavra de Deus que deve estar sempre ressoando em nossos lábios para fazer ecoar no coração das pessoas”, ensinou. O bispo alertou o ordenando que, no seu caminho, poderá encontrar muitas resistências. “Continue o seu caminho. Não se deixe abater pelas críticas, pelas maldades humanas - que existem muitas, inclusive dentro da própria Igreja. Você sabe em quem botou a sua confiança. O seu lema, tirado do Salmo 70, fala dessa confiança no Senhor. É no


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Senhor que você deve confiar. Ajude as pessoas a conhecerem a Palavra de Deus e a se transformarem por ela. Ajude a se habituarem na escuta da Palavra de Deus. Estamos no tempo sinodal e estamos exatamente na fase sinodal que é a base da escuta. Ajude as pessoas a escutarem o que o Espírito Santo tem a nos dizer. Ajude as pessoas a terem uma paixão pela Palavra de Deus. Ajude as pessoas a buscarem a Palavra de Deus. Que nós possamos experimentar o poder transformador da Palavra de Deus”, acrescentou. 2º ponto: Seja um padre da Eucaristia e da caridade “Frei Jefferson, seja um homem da Eucaristia e da caridade. Celebre a Missa com muita devoção. Celebre a Missa diariamente. Celebre a Missa com muito amor pelo Deus Eucarístico. Além da Missa, busque frequentemente estar diante de Jesus na Eucaristia para conversar com Ele. Estar com Jesus. Não tenhamos medo de gastar tempo com Jesus. Seja um homem apaixonado por Jesus Eucarístico e a Ele leve suas alegrias, suas angústias, todos os seus sentimentos. Tenho certeza que Jesus nunca vai decepcionar você”, exortou. “Seja um homem da caridade. Vá

ao encontro do povo, especialmente dos mais vulneráveis. Não fique somente esperando que venham procurá-lo. Vá ao encontro das pessoas, de forma gratuita e generosa. Nós precisamos cuidar dos doentes, nós precisamos cuidar dos que vivem angustiados. Você está sendo ordenado para curar as feridas d’alma das pessoas. Mesmo cansado, mesmo fisicamente acabado, vá ao encontro de quem precisa”, animou. 3º ponto: O ministério presbiteral é um dom “Não somos nós que queremos, não somos nós que adquirimos. É um dom, um presente de Deus. E como dom devemos ser como Nossa Senhora: ter uma atitude eterna de gratidão. Por isso, agradecer sempre a Deus. Depois como dom, ele precisa ser cuidado, precisa ser cultivado. Assim como nós cuidamos da nossa vida física, também precisamos cuidar da nossa vocação. Também do matrimônio, da vida religiosa, da vida sacerdotal. O matrimônio é um dom, o ministério presbiteral é um dom, a vida religiosa é um dom. É preciso cuidar, regar diariamente com muito carinho, com muito amor, com muita humildade”, estimulou. “O ministério presbiteral é um

dom. Não é algo que eu quero para mim. É Deus que me chama. Eu posso pensar que estou sendo chamado, mas não estou. Muitas pessoas pensam que são chamadas, mas não são. A Igreja tem essa graça de discernir e confirmar”, observou. “Certamente, você já colocou dentro do seu coração sentimentos de humildade do próprio fundador São Francisco de Assis. Pela humildade, você alcançará grandes graças para si mesmo, para a Igreja e para o povo de Deus. Que Nossa Senhora, Mãe de Jesus, e São José intercedam sempre por você para que possa, com muita força e coragem, perseverar na sua missão. E como Maria, junto aos apóstolos, saiba que ela está junto de você também. Então, permaneça sempre com Maria em oração, especialmente através da oração do santo Terço”, concluiu.

O Rito

Após a homilia, em diálogo com Dom Celso, Frei Jefferson afirmou e prometeu desempenhar a missão de presbítero com fidelidade, sabedoria e devoção, firmado na oração e no Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo. O rito continuou com com a imposição das mãos, um gesto de tradição bíblica e apostólica, e a prece da ordenação. O bispo e todos comunicações

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os presbíteros impuseram as mãos sobre Frei Jefferson, para que o Espírito Santo possa iluminar e renovar o seu coração no serviço a Deus em favor de todo o povo de Deus. Terminada a oração consecratória, os pais trouxeram a estola e a casula, vestes que representam o trabalho assumido pelo neo-presbítero. O Ministro Provincial e o Definidor Frei Daniel Dellandrea ajudaram Frei Jefferson a se vestir com os paramentos e, na sequência, pôs-se de joelhos diante do bispo para que este ungisse suas mãos com o Óleo do Crisma e as atasse com uma fita que foi desamarrada pelo pais Valódio e Maria Enésia. Eles tiveram a graça de receber a primeira bênção do filho presbítero. As oferendas do Pão e do Vinho foram trazidas por seus tios Amerindo Rodrigues Nunes e Luzia Celeste Borim Nunes. Num gesto de comunhão fraterna, representando a acolhida do neo-presbítero entre os presbíteros, Frei Jefferson recebeu o abraço da paz de Dom Celso, de seus confrades, dos presbíteros comunicações FEVEREIRO 2022

presentes e dos pais. Ordenado, Frei Jefferson concelebrou no altar pela primeira vez como presbítero.

Agradecimentos

Nos seus agradecimentos, Frei Jefferson lembrou primeiro de Deus Pai. Depois agradeceu a seus pais, a Dom Celso, a seus familiares, a seus confrades da Ordem dos Frades Menores, à Paróquia Senhor Bom Jesus de Costeira, aos Freis Agostinianos Descalços, aos Padres Vicentinos, ao Coral Vozes da Paz que animou a celebração, ao povo de Deus, aos amigos e benfeitores, “por vossas orações, auxílio espiritual e material”. “Como o salmista, rezo agradecido: ‘Sois, Senhor Deus, minha esperança. Em vós confio desde a minha juventude’. Peço vossas orações para que eu possa servir com amor a Deus, à Igreja e à toda humana criatura”, pediu o novo presbítero. Frei Laurindo Lauro da Silva Júnior, missionário há oito anos em Angola, falou da alegria e graça de receber seu confrade ordenado na Missão de Angola. Ao término da

celebração, Dom Celso estendeu suas mãos sobre o ordenado, dizendo: “Deus, pastor e guia da Igreja, te guarde constantemente com sua graça para cumprir com fidelidade os deveres de presbítero”.

As Primícias de Frei Jefferson

No 4º domingo do Tempo Comum, 30 de janeiro, Frei Jefferson Max Alves iniciou o seu Ministério Presbiteral ao celebrar a primeira Missa, às 10 h, na Capela Santíssima Trindade, no bairro Costeira, em Araucária (PR). Frei Samuel Ferreira de Lima, o mestre dos Noviços, foi o pregador. Segundo ele, a Palavra de Deus indica, de forma muito própria, a vocação que Frei Jefferson recebeu como dom e que, na primeira leitura, o profeta Jeremias assim expressa: “O Senhor me seduziu e escolheu desde o seio de minha mãe”. “Toda vocação é um dom e graça de Deus. Uma vocação do sacramento da Ordem é um dom para serviço da Igreja. Você é sacerdote para a Igreja, para servir o


Povo de Deus. Por isso, Deus lhe dá o dom e a graça para anunciar essa Boa Nova sem medo”, disse Frei Samuel. No final, depois do rito da Comunhão, a Comunidade entregou várias lembranças a Frei Jefferson, demonstrando o carinho que tem pelo novo sacerdote. “A casa é mais sua do que minha. Você nasceu, cresceu aqui. Eu estou sendo adotado por essa comunidade agora”, disse o pároco Frei Diego Santos de Souza, OAD, que assumiu a função de pároco recentemente. Os frades angolanos do tempo de Filosofia também fizeram uma homenagem, cantando o hino: “Como hei de agradecer a tamanha graça que o Senhor me concedeu”. O Ministro Provincial, Frei Paulo Roberto, lembrou que a primeira

Missa é chamada de Primícias e vem da tradição bíblica para simbolizar os primeiros frutos. “Então, a gente oferece a Deus, lembrando aquilo que o bispo falou ontem: a vocação não é minha, a vocação não é sua. A vocação é dom de Deus. A gente reconhece aquilo que Deus nos dá e devolve para Deus”, frisou Frei Paulo. “Então, estamos vivendo aqui as primícias. A beleza, o vigor e o frescor das primícias do Frei Jefferson. Em nome da nossa Fraternidade Provincial, quero agradecer ao sim que ele dá à vocação que é de Deus. Através da Província Franciscana, ele vai exercê-la onde a Província o mandar e, certamente, será uma vocação frutuosa. Já é uma presença frutuosa e

será ainda mais. Nós esperamos que ele tenha o vigor necessário e a prece da comunidade”, desejou. Frei Jeâ também destacou a acolhida que os frades receberam da Paróquia Senhor Bom Jesus. “Frei Diego está chegando aqui na Paróquia, mas foi muito aberto e solícito para tudo aquilo que os frades puderam realizar. Em nome dos frades, Frei Gabriel vai entregar uma lembrança a Frei Diego, em sinal da nossa gratidão por estarmos juntos e podermos celebrar esta ordenação”, disse o animador vocacional. A mesma gratidão o neo-presbítero também demonstrou nas suas palavras finais antes de dar a bênção final. Frei Roger Strapazzon (fotos) e Moacir Beggo

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Tríduo prepara para a ordenação de Frei Max

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ordenação presbiteral de Frei Jefferson Max foi precedida de um Tríduo Vocacional. A abertura foi na igreja da Paróquia Senhor Bom Jesus dos Perdões, no centro de Curitiba (PR), historicamente ligada aos frades na capital paranaense. A motivação para este espaço sagrado ser o início do Tríduo foi porque nesta fraternidade Frei Jefferson viu um cartaz vocacional e interessou-se pelo carisma franciscano. Nos outros dois dias, a Comunidade Santíssima Trindade, em Araucária (PR), onde nasceu Frei Jefferson, recebeu os frades e o ordenando. No segundo dia, Frei Max recebeu as homenagens pelo seu natalício e no último dia ele fez o Juramento de Fidelidade. Frei Jeâ convidou D. Maria para abençoar seu filho Frei Jefferson no final do terceiro dia. Emocionada, D. Maria Enésia Nunes disse que ser mãe de um frade é uma dádiva de Deus.

Animação Vocacional faz encontro com os jovens

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preparação para a ordenação de Frei Jefferson Max Nunes Maciel teve, no dia 29 de janeiro, um evento muito especial: um encontro com os jovens da Paróquia Senhor Bom Jesus de Araucária. Na Igreja Matriz, os jovens foram acolhidos de manhã com dinâmicas e cantos. O encontro foi dividido em três blocos: no primeiro, a juventude que participou em grande número conheceu um pouco mais São Francisco de Assis. Em forma de entrevista, Frei Samuel Ferreira de Lima, Frei Paulo Kamuanguina Alexandre e Irmã Rosa da Veiga apresentaram os traços mais marcantes para eles da vida do Poverello de Assis. Além disso, eles também deram um testemunho vocacional quando perguntados sobre como se deu o chamado vocacional deles. Os frades estudantes do tempo da Filosofia, provenientes de Angola que moram em Rondinha, fizeram um

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bonito coral, animando com canções o encontro. Frei Gabriel Dellandrea, do Serviço de Animação Vocacional, conduziu as dinâmicas, realizando entre os presentes sorteios, perguntas e interações. Frei Jeâ Paulo Andrade, também do SAV da Província, presidiu a adoração ao Santíssimo Sacramento. Os jovens, que no início do encontro fizeram um

crachá com seu nome e escreveram os seus sonhos, depositaram-no diante do altar, oferecendo a Deus a sua vida e vocação. Os frades deixaram provocações e convites aos jovens para conhecer a vida religiosa franciscana no seguimento de Jesus. Lucas A. Santos


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Ministro Provincial visita a Fraternidade do Sagrado

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a tarde do dia 10 de fevereiro, a Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus de Petrópolis (RJ) esteve reunida num encontro fraterno com o Ministro Provincial, Frei Paulo Roberto Pereira, e com o Vigário Provincial, Frei Gustavo W. Medella. Frei Paulo aproveitou a ocasião da Celebração de encerramento do Ano Jubilar de 125 anos de presença dos Frades Menores na Cidade Imperial e de 75 anos de criação da Paróquia do Sagrado, celebrada no dia anterior, para se reunir com os frades. Fazendo referência ao Capítulo Provincial de novembro do ano passado, o Ministro iniciou a conversa explicando que foi uma ocasião de revigoramento da vida franciscana e de comunhão entre os frades. Já Frei Gustavo fez memória do tema e lema do Capítulo, inspirados na Encíclica Fratelli Tutti n.8 e nos Documentos da Ordem: “Juntos que se constroem os sonhos” e “Fraternidade contemplativa em Missão: nossa regra é o Evangelho, nosso claustro é o mundo”. Também lembrou das prioridades assumidas pela Província da Imaculada como elementos da sinodalidade. O Vigário Provincial explicou que a Província vive um momento de revisão do Plano de Evangelização para o próximo sexênio e que o texto está

sendo composto tendo em vista as prioridades e estratégias assumidas em Capítulo, bem como os apelos da Igreja, da Ordem dos Frades Menores e da Província. Segundo Frei Paulo, as prioridades sempre se dão dentro do chão de nossa existência e a partir do contexto de cada fraternidade. Frei Paulo disse que as reflexões teológicas deverão ajudar a Igreja a viver o pós-pandemia. “Desde agora precisamos indicar alternativas criativas”, sugeriu. Neste sentido, mencionou que o mundo virtual é um mundo ainda a ser evangelizado, mas lembrou que o virtual não pode se opor ao real. “É realíssimo e carece ser evangelizado”, ressaltou. Também fez menção dos desafios de se usar estes meios e lançou mão da seguinte pergunta: “Qual deve ser a nossa presença no mundo virtual?”. Para ele, o uso dos meios digitais não pode afetar o convívio fraterno. “Vemos, por vezes, um esgotamento do gosto de se estar em fraternidade”, frisou. “O isolamento da pandemia não pode continuar. Este é um desafio a ser enfrentado pelas nossas fraternidades”, sugeriu. O Definidor Provincial, Secretário da Formação e Estudos e mestre dos Frades do Tempo da Teologia, Frei Marcos Antônio de Andrade, discorreu sobre a realidade da diminuição do número de formandos a cada ano e

da cobrança que ouve dos frades da Província. Lembrou que o Sagrado acolhe frades de outras Províncias e Custódias, bem como da Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola (FIMDA), e que por isso parece que sempre o número de formandos de Teologia é grande. Neste sentido, sugeriu que tendo ‘muitos frades’, a fraternidade poderia investir mais na Animação Vocacional, umas das prioridades da Província. O guardião, Frei Jorge Paulo Schiavini, elogiou o encontro como um meio de ser mais próximo da Província e destacou a importância de descobrir uma nova forma de se fazer um apelo evangelizador. Para Frei Paulo, o segredo é a confiança mútua. “Coesão, entreajuda, perdão e a caridade podem ser uma receita”, indicou o Provincial. Por fim, o Ministro ressaltou a importância de se fazer um bom Projeto Fraterno de Vida e Missão neste início de ano. E encerrou o encontro desejando ânimo, coragem e empenho. “Tenham sempre o desejo de saber e de aprender”, concluiu. Na sequência, os frades fizeram a foto oficial na Sala Capitular, espaço que já acolheu gerações inteiras de frades, bem como personalidades importantes! Frei Augusto Luiz Gabriel comunicações

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Frei Gilberto da Silva “Com seriedade e diligência, Frei Constantino procurou retornar às origens do franciscanismo”

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atural de Jacarezinho, no Paraná, Frei Gilberto da Silva nasceu no dia 24 de maio de 1982. É filho de Pedro e Maria de Lourdes da Silva e vestiu o hábito franciscano quando ingressou no Noviciado São José de Rodeio (SC), no dia 9 de janeiro de 2003. Fez a profissão solene no dia 5 de novembro de 2009 e foi ordenado presbítero no dia 28 de abril de 2012. Em 2015, viajou para Roma com a nova missão de continuar a sua formação teológica na Pontifícia Universidade Antonianum, onde obteve a “Licença” em Teologia com especialização em Espiritualidade Franciscana e, no último dia 18 de janeiro, tornou-se o novo doutor da Ordem Franciscana. No seu estudo, debruçou-se sobre o seguinte tema: “Frei Constantino Koser e o início do aggiornamento conciliar na Ordem dos Frades Menores: um caminho a ser descoberto.

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Um estudo introdutório às meditações, com a edição do ano de 1967”. Antes de regressar para Petrópolis, onde será vice-mestre e professor, Frei Giba, como é conhecido, falou sobre a conclusão deste trabalho e porque o tema o cativou. COMUNICAÇÕES - Frei Gilberto, o que o levou a se dedicar ao estudo sobre Frei Constantino Koser?

Frei Gilberto da Silva - A primeira motivação nasceu ao escutar os frades de nossa Província contarem e recontarem os episódios que envolviam Frei Constantino, especialmente quando ele voltou de Roma ao Convento do Sagrado Coração de Jesus, em Petrópolis. Como não o conhecia, ficou na minha memória o relato dos frades, a imagem de um ancião, de um “sábio” e de um “santo”. Sábio porque seu conhecimento era amplo e rico, homem


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culto, refinado e engraçado. Santo, porque buscava cultivar a sua amizade com Deus, na celebração eucarística, na meditação diária, na prática da justiça e da caridade fraterna. Podemos imaginar o que acontece quando a sabedoria e o desejo de santidade se encontram na vida de uma pessoa: uma explosão. Assim foi a vida de São Francisco e Santa Clara de Assis, do Beato Frei Egídio, de Snto Antônio e tantos outros franciscanos que nos precederam na Ordem Seráfica. A sabedoria e o desejo de santidade na vida de Frei Constantino adornaram a sua vocação franciscana, tesouro, talento multiplicado, um zeloso presbítero, exímio pregador, professor estimado e exemplar. A segunda motivação deve-se ao fato de que muitas coisas que os frades diziam a respeito do seu serviço como Ministro Geral, não era exagero ou vanglórias por ser membro de nossa Província. A decisão de estudar Frei Constantino se deu por três motivos: o primeiro foi porque, além de seu necrológio escrito por Frei Clarêncio e uma publicação chamada In memoriam, na revista de ciências humanas da Universidade de São Boaventura de Cali, na Colômbia, ainda não tínhamos um estudo sobre o nosso confrade. O segundo ocorreu quando no curso de História do Franciscanismo II, na Pontifícia Antonianum, o professor Buffon fez alguns referimentos ao período conciliar e a Frei Constantino, incentivando os alunos a pesquisarem também sobre o franciscanismo contemporâneo. A terceira razão é o trabalho realizado na OFM, conduzido por Frei Constantino, que, ainda hoje, suscita algumas questões sobre a nossa identidade carismática. COMUNICAÇÕES - Qual foi o tema desenvolvido na sua tese e como foram estruturados os capítulos e os conteúdos?

Frei Gilberto - O trabalho inicial foi a escolha do argumento a ser estudado. Assim, analisando as Meditações (o seu texto escrito à máquina de escrever), observei a riqueza teológica e franciscana desses escritos. Como esta obra foi escrita entre 1956 e 2000, em 32 volumes e 16.266 páginas, optei por transcrever o texto de 1967 à máquina de escrever para o “software” de texto. Após uma criteriosa avaliação, concluí que o texto poderia ser editado acrescentando informações em forma de nota de rodapé. Este trabalho continuou por um ano, resultando na primeira edição do texto das Meditações de Frei Constantino Koser, a edição completou com 695 páginas. Após analisar às Meditações e editar o ano de 1967, escolhi o seguinte tema: “Frei Constantino Koser e o início do aggiornamento Conciliar na Ordem dos Frades Menores: um Caminho a ser descoberto. Um estudo introdutório às Meditações, com a edição do ano de 1967”. O objetivo da dissertação é introduzir o leitor nas Meditações de Frei Constantino, especialmente no texto em que escolhemos editar. Neste caso, o primeiro capítulo da tese faz uma introdução geral à produção literária, construindo a história da composição da obra, seu gênero textual, o método escolhido e utilizado por Frei Constantino. Privilegiou-se também uma análise do contexto onde a obra foi escrita, os seus fundamentos bíblicos, teológicos e franciscanos. O segundo capítulo é o estudo da edição das Meditações de 1967, e de algumas de suas características: delimi-

tação, estado de conservação, estrutura, passagens bíblicas e outras fontes utilizadas. Além disso, oferece uma análise do contexto social, político e religioso de 1967, e de alguns elementos do Concílio Vaticano II que ajudaram os religiosos a entrar na dinâmica da renovação conciliar. No terceiro capítulo optei por analisar o início do governo de Frei Constantino na OFM e o seu envolvimento no aggiornamento da vida religiosa no período pós-conciliar. Este capítulo, evidencia algumas novidades pensadas e implantadas por Frei Constantino na OFM, como: a metodologia do Capítulo Geral diferente dos capítulos anteriores, a condução do trabalho no resgate da vida fraterna, a implantação dos capítulos conventuais, o uso do dinheiro pelos frades, etc. COMUNICAÇÕES - Como Frei Constantino apresentou a sua teologia e a sua espiritualidade franciscana na obra Meditações? Frei Gilberto - Curiosamente, as Meditações foram escritas durante um período de transição em meados do século XX. Durante este período, muitas mudanças ocorreram na história da humanidade. O historiador Eric Hobsbawm classifica esse período como “a era dos extremos”. As mudanças na vida da comunidade eclesial católica chegaram também à vida religiosa e a Frei Koser. A sua teologia passou por três períodos: pré-conciliar, conciliar e pós-conciliar. No período pré-conciliar, a obra apresenta muitos elementos da teologia escolástica e temas ligados aos movimentos de reforma na Igreja: litúrgica, teológica, catequética, ecumênica, etc. Frei Koser se inseriu no contexto conciliar, prestando serviços de assessor ao Ministro Geral Agostinho Sépinski e dos bispos Adriano Hipólito e Edilberto Dinkelborg para os assuntos do Concílio. Participou da formação de alguns comunicações

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Bispos brasileiros, na casa Domus Marie, em Roma, ao lado de teólogos como: Karl Rahner, Hans Küng, Yves Congar, Schillebeeckx e Ratzinger. Participando da quarta Sessão do Concílio, ele relatou pessoalmente suas impressões e algumas intuições para onde a Igreja deveria ir no período pós-conciliar. Em suas Meditações, ele comentou os muitos documentos ecumênicos desse período, sua teologia e os teólogos que ajudaram a formulá-los. A participação de Frei Koser nos assuntos conciliares foram a base de sua teologia pós-conciliar, transferida da sala de aula para uma teologia franciscana na OFM. Com seriedade e diligência, ele procurou retornar às origens do franciscanismo. Toda a sua energia foi empregada analisando a estrutura da OFM e desenvolvendo um plano para identificar e implementar as atualizações conciliares. Durante o período conciliar, Frei Koser não trabalhou somente em vista da OFM, quando voltou à Província, ele viajou por todo país e para o exterior, dedicando-se como pregador de retiros e nas formações para numerosas congregações sobre a teologia conciliar da vida consagrada. O tema da teologia conciliar em especial e o da nova teologia da vida consagrada também estão presentes na sua obra. No governo da OFM, Frei Koser criou o novo modelo de celebrar o Capítulo Geral, ajudando a refletir sobre o resgate da fraternidade e o que ela representa, como uma das colunas da vida e da espiritualidade franciscana. Ajudou também a refletir sobre a criação do capítulo local, no novo modo do uso do dinheiro pelos frades, e a repensar a divisão de “classes” entre frades leigos e presbíteros na Ordem, quando todos os frades voltaram a ter os mesmos direitos e deveres. COMUNICAÇÕES - De 1956 a 2000, Frei Constantino meditou com a sua máquina de comunicações FEVEREIRO 2022

alguns frades como missionário para Chile. Talvez, a vida e a história de Frei Koser nos ensinem a intensificarmos a nossa vida com Deus no hoje e no amanhã.

escrever, deixando à OFM e à Igreja um patrimônio intelectual, cultural e espiritual. Qual é a principal contribuição de seu trabalho para a OFM e para a Província da Imaculada? Frei Gilberto - As Meditações são suas orações a Deus. Para além do patrimônio intelectual, teológico e cultural, o seu método convoca a cada um de nós a mantermos os pés firmes na terra e os olhos e coração voltados para o essencial da vida. No caso dos Frades Menores, a sua intimidade com Deus reflete na fraternidade local, provincial, na Ordem e na Igreja. Frei Koser deixou transparecer nas cartas escritas entre ele e Frei Walter Kempf, um amor incondicional à nossa Província. Preocupou-se com as saídas de muitos frades jovens, foi justo ao defender os frades que trabalhavam na Editora Vozes, perseguidos por algumas publicações teológicas na revista REB e Grande Sinal, por serem consideraras pelos conservadores e tradicionalistas da Igreja no Brasil, como publicações progressistas. Lembrava-se com carinho da biblioteca do Instituto Teológico, contribuindo com a doação de inúmeros exemplares de livros. Preocupou-se também com a formação dos jovens frades: sempre que podia, visitava as casas de formação. Incentivou e pediu à Província para enviar

COMUNICAÇÕES - Na conclusão da sua tese, você destaca que Frei Constantino foi o Ministro Geral do aggiornamento conciliar. O que significa este título atribuído a Frei Constantino? Frei Gilberto - Este título não é pouco. Vem se somar aos títulos Honoris causa que ele recebeu. Ele foi um homem do seu tempo, lúcido, pés no chão e olhar para o futuro. Fiel na busca por uma revisão dos ideais originários da OFM e de Francisco de Assis e, sobretudo, adequá-los às exigências do seu tempo. Frei Estêvão Ottenbreit escreveu, por ocasião do centenário de nascimento de Frei Koser, sobre como ele conduziu a Ordem e afirmou que ele manteve as mãos firmes no remo e, talvez, eu possa complementar dizendo que ele manteve as mãos firmes no remo e coração unido a Deus pela Meditação. Tal justificativa pode ser encontrada no texto escrito por ele, a partir da meditação do livro De sex Ali Serafim quando afirmou: “Mais e mais me convenci que a tarefa mais importante do superior não é jurídica, nem administrativa, mas é de vida santa em progressão acelerada de aquisição de virtudes e de vida de oração”. De fato, Frei Koser ocupa um lugar privilegiado na história da OFM. Devido aos seus muitos “desabafos” a Deus, podemos considerar que o aggiornamento conciliar para ele foi a experiência franciscana do amargo que se tornou doce. Amargo porque toda experiência de transformação traz o abandonar, muitas vezes, o real (o velho) pelo ideal (a construção do novo). O fruto doce dessa experiência talvez ele não tenha visto e experimentado, mas nós sim! Frei Koser, ao lado de São Francisco


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e de tantos outros Ministros Gerais, será lembrado na história pela busca da santidade diária, não sem erros, e revisando cotidianamente o seu projeto de vida evangélica pessoal e fraterno. COMUNICAÇÕES - Frei Gilberto, quais são os principais desafios que a OFM enfrenta e que o estudo sobre Frei Constantino pode ajudar, outra vez, a despertar na OFM o espírito de autocrítica e revisão? Frei Gilberto - Certa vez ouvi uma frase que me pareceu dura, porém, no contexto que vivemos pode provocar em nós ao menos uma atitude de atenção. Um frade falando a um grupo de religiosas sobre a falta de vocações na congregação, perguntou às freiras se elas ainda mereceriam receber de Deus tal dom. Penso que o nosso testemunho fraterno, convicção pessoal de amor ao Evangelho e o serviço generoso ao reino de Deus é facilmente trocado por nossas comodidades e incoerências. Não temos respostas para superar a crise na vida consagrada, mas, ao menos, deveríamos nos deixar ser interrogados pelos fatos. Certas vezes, nem isso conseguimos fazer. Algumas coisas que não condizem como nossa “Forma de Vida” e passaram a ser “normais”, aceito e integrado na vida como “acordo de cavalheiros”. O estudo sobre Frei Koser me deu a convicção de que é necessária uma ação que reinicie a partida. Sabemos bem que não basta estarmos no campo esperando o final do jogo. Retornemos ao aggiornamento conciliar e seus resultados, e quiçá redescobriremos a fonte carismática de nossa vocação franciscana. Talvez a ação que reabrirá a partida, seja nossa vida com Deus, de forma sincera e transparente. COMUNICAÇÕES - Como foi o seu período de estudos, de vida fraterna e pastoral no

Antonianum? Frei Gilberto - Roma e os seus mistérios! Muitas vezes escutei os confrades falarem dos perigos e do processo de romanização que um frade poderia passar através dos estudos na capital italiana. Temos que convir que, com a “globalização eclesiástica”, não é necessário vir a Roma para ser “romanizado”! A experiência na Fraternidade do Antonianum foi mais uma etapa de formação humana e franciscana. Morar em uma fraternidade internacional é viver a riqueza da multiplicidade cultural, formativa e intelectual dos frades. Foi um tempo de graça, não sem dificuldades. Aproveitei também este tempo para me dedicar à pastoral na Igreja Italiana. Estive na periferia de Roma (zona rural), substituindo um padre aos finais de semana por um ano. Encontrei gente boa, acolhedora, em um verdadeiro espírito de comunidade eclesial. Tive também a oportunidade de, nos finais de semana, por mais de um ano, a pedido do bispo de Rieti: marcar presença com outro frade nas comunidades da região de Amatrice, local onde aconteceram os terremotos em 2016. Uma experiência forte que marcou minha vocação franciscana. Um período de muita escuta e diálogo, pois, muitas pessoas perderam seus entes queridos e outras os seus bens materiais. O desafio foi visitar as famílias, escutá-las e partilhar a palavra de Deus de esperança e conforto a todos. Outra experiência significativa foi no antigo convento de Vicovaro, lugar histórico, onde viveu São Bento antes de ir para o Monte Subiaco. Como a antiga província Romana fechou o convento, as celebrações religiosas continuaram no sábado e no domingo. Na periferia de Tivoli, fui bem acolhido, fiz bons amigos e procurei continuar o trabalho que os frades já realizavam. Depois de um ano e meio, veio a pandemia e a nova província de São Boaventura teve o Capítulo Pro-

vincial e a fraternidade mais próxima assumiu os cuidados pastorais desta igreja. Destas experiências, sou grato e levo com carinho o sorriso do povo, o olhar atento ao estrangeiro que procurava proclamar a palavra de Deus no ritmo latino-americano e brasileiro. O estudo na Pontifícia Universidade Antonianum foi positivo, para além do específico da formação franciscana, o contato com a família franciscana internacional ajudou a ampliar os horizontes e projetar tantos sonhos e projetos. Não tenho dúvidas e incentivo aos meus confrades a estudarem e a buscar uma profissionalização que ajude na sua realização pessoal para servir melhor à Província, à Ordem e à Igreja. COMUNICAÇÕES - Frei, poderia deixar uma mensagem aos frades? Frei Gilberto - Aproveito esta oportunidade para agradecer à nossa Província pela oportunidade dos estudos, pela generosidade e proximidade do Governo Provincial nestes anos, especialmente dos secretários para formação e estudos. Agradeço a tantos confrades que me incentivaram e apoiaram neste caminho. O meu muito obrigado aos freis: Walter de Carvalho Júnior, Lauro Both, Walter Hugo de Almeida, Estêvão Ottenbreit e José Antonio dos Santos, que Deus os recompense. Agradeço também ao Frei Sandro Roberto da Costa, por aceitar fazer parte da comissão avaliadora e por suas ricas contribuições e observações. Estendo os agradecimentos ao professor Giuseppe Buffon, OFM e à Irmã Chiara Codazzi. Não poderia deixar de agradecer ao bom Deus por nos ter dado um irmão, Frei Koser, que generosamente dedicou sua vida à nossa Província, à Ordem e à Igreja. Moacir Beggo comunicações

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a manhã do dia 26 de janeiro, a Fraternidade Franciscana São José do Seminário Frei Galvão, em Guaratinguetá (SP), e o Ministro Provincial Frei Paulo Roberto Pereira acolheram, com alegria, oito jovens para a etapa do Postulantado deste ano na Província Franciscana da Imaculada Conceição. O rito de Admissão dos Postulantes foi marcado pela simplicidade e sobriedade durante a oração das Laudes, às 7h30, na capela do Seminário. Também estavam presentes na celebração o Vigário Provincial, Frei Gustavo Medella, o Definidor Frei Marcos Andrade, o Definidor e guardião da Fraternidade, Frei João Francisco da Silva, o mestre Frei Walter de Carvalho Júnior e os frades desta casa. Os novos postulantes – Clemente Ferreira da Costa Junior, Cristian dos Santos Lopes, Felipe Fernando Noro-

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Ministro Provincial acolhe os postulantes no Seminário Frei Galvão nha, Franklin Wakim Batulo, Gabriel Sperança Goschel, Gilson Ramos de Oliveira, Mateus Querino e Victor Gomes Franz – foram chamados, um a um, pelo guardião da Fraternidade, Frei João Francisco da Silva, e apresentados ao Ministro Provincial. Em círculo, diante do Ministro Provincial, eles fizeram o pedido de admissão para viverem, neste ano de 2022, uma rotina de oração, trabalho, estudo, pastoral, vida em fraternidade e lazer, tudo em vista de se aprofundarem no conhecimento de todos os elementos que são próprios da Vida Franciscana, em preparação para o ingresso no

Noviciado. Depois, de joelhos, recitaram a oração que São Francisco de Assis fez diante do Crucifixo de São Damião após a sua conversão e receberam o Tau como “sinal de recordação do amor de Cristo”. Foram abençoados pelo Ministro Provincial: “Concedei a eles, que nos procuram, a generosidade de responder ao vosso chamado de perfeição”, recitou. Frei Paulo iniciou sua reflexão a partir da festa dos apóstolos São Timóteo e São Tito, celebrada neste dia pela Igreja. Segundo ele, a proximidade com a festa de São Paulo, celebrada no dia 25, não pode ser considerada apenas uma


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coincidência do calendário. “Ambos cultivavam afetuosa aproximação com Paulo e participavam com ele do anúncio da proposta de Jesus Cristo e, também com ele, estimulavam a criação de comunidades nos primeiros movimentos do cristianismo. As festas celebradas em sequência denotam a intimidade que os unia e a mesma intenção que partilhavam”, explicou. “O olhar voltado para o exemplo dos evangelizadores de ontem, com facilidade encontra motivações para o gesto de vocês, hoje acolhidos nesta casa. Do coração do dedicado judeu que fora perseguidor dos cristãos, e veio a tornar-se o grande evangelizador dos povos, do coração dos discípulos que fundaram comunidades e delas se tornaram referências, bem como no coração dos que iniciam neste dia o seu postulantado, deverá sempre pulsar o mesmo sentimento: Conhecer Jesus e fazer-se anunciador do seu Reino”, orientou o Ministro Provincial. “É isso que, nesta manhã, vocês postulam, afinal a palavra postulante tem esse significado: o que postula, solicita, suplica, pede com insistência. O insistente pedido que apresentam inaugura um exigente caminhar que poderá levá-los ao equilibrado autoconhecimento, à comprometida assimilação do espírito da vida fraterna, inspirados pela maneira franciscana de ver o mundo”, explicou. Segundo Frei Paulo, postulantes são, portanto, pedintes. “Esta afirmação inaugura uma compreensão no mínimo instigante. Nos últimos anos vimos

crescer o número dos que ocupam as ruas e marquises de nossas cidades. Uma multidão de crianças, jovens, homens e mulheres, de desempregados e desalentados, que suplicantes estendem as mãos na expectativa da caridade dos passantes. São pedintes. Postulam a sobrevivência, confiantes que o que lhes sobrou de dignidade será sustentado pela solidariedade de pessoas desconhecidas. Esses pedintes nada temem, tudo esperam. Além dos suplicantes das ruas e avenidas, há um outro revelado nas páginas dos Atos dos Apóstolos. Sentado à porta do templo, suplicou a João e a Pedro, que lhe dessem uma esmola. Nada tinham. Ganhou mais do que pediu, e conforme o texto sagrado, entrou com os discípulos no templo, caminhando, saltando e louvando a Deus. E o Evangelho apresenta uma série de postulantes: pecadores, doentes, pais, mães, parentes e patrões, que intercedem pelos seus, todos movidos por duas atitudes fundamentais: reconhecem a sua carência e manifestam confiança em quem pode oferecer o que é pedido”, ensinou Frei Paulo. “No dia em que acolhemos vocês para o início do postulantado, todos nós queremos recordar a nossa condição de pedintes. Dos primeiros pedintes queremos nos aproximar e, com eles, exigir sejam devolvidos seus direitos, respeitada sua dignidade. Como o pedinte da porta do templo, queremos, curados de nossas doenças, com alegria manifestar o desejo de ser discípulos e fazer de nossas vidas

um louvor ao Senhor. Inspirados pelos pedintes do Evangelho, queremos apresentar nossa confiança no vigor que vem daquele que se solidariza conosco a partir das nossas fraquezas. Mais ainda: tendo diante de nós a atitude do próprio mestre Jesus, em tudo semelhante a nós menos no pecado, que na hora mais aguda de sua vida, também ele postulou, solicitou, suplicou, pediu com insistência ao Pai: afasta de mim este cálice. Mas, imediatamente, consciente da sua tarefa e da sua decisão, deu sentido a todas as solicitações, a todos os pedidos, a todas as súplicas: Não seja como quero, mas como Tu queres!”, ressaltou. “Como Tu queres. Sendo esse o fundamento da postulação que hoje vocês apresentam, asseguro-lhes, o postulantado será um tempo criativo e abençoado. Serão assim também os dias sucessivos que nos preparam para o grande encontro com o Senhor, itinerário e meta do processo formativo da família que vocês hoje assumem, a família franciscana”, desejou Frei Paulo. Frei Gustavo apresentou os postulantes à Fraternidade Formadora deste ano: Frei João Francisco da Silva; Frei Walter de Carvalho Júnior; Frei Jeferson Palandi Broca, vice-mestre; Frei Walter Hugo de Almeida, Frei José Ariovaldo, Frei Alexandre Rohling, Frei Fidelio Gonçalves Ferreira, Frei Lucas de Moura Justino Souza, Frei Vigílio Pereira de Souza e Frei Guilherme Plotegher Neto, fazendo o Ano Missionário. O guardião Frei João Francisco deu a bênção final. comunicações

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rei Jhones Lucas Martins será ordenado presbítero no dia 26 de março, às 10 horas, em Macatuba (SP), pelas mãos do Arcebispo de Botucatu, Dom Maurício Grotto de Camargo. A ordenação presbiteral e a Primeira Missa, no dia 27, às 10 horas, serão celebradas na Igreja Santo Antônio. Frei Jhones nasceu no dia 6 de abril de 1990, em Macatuba, São Paulo. Filho de Donizetti Martins e Maria Aparecida dos Santos Martins, possui dois irmãos. Ingressou no Seminário São Francisco de Assis em Ituporanga (SC) em 2010 e fez o Postulantado em 2011, em Guaratinguetá. “Em 2012, em Rodeio fiz o noviciado e, em 3 de janeiro de 2013, professei os primeiros votos. Em 2013, fui para Rondinha cursar Filosofia. Em 2016 fui em missão para Quibala, Angola, na casa dos postulantes”, conta Frei Jhones. Fez a Profissão Solene no dia 15 de setembro de 2018. Em 2020, voltou a Petrópolis para terminar a Teologia. Em 19 de dezembro de 2020 se ordenou diácono e foi transferido para o Largo São Francisco. E atualmente foi transferido para Gaspar. Comunicações - Frei Jhones, fale um pouco de sua família. Frei Jhones - Meus pais são Maria Aparecida dos Santos Martins e Donizetti Martins. São meus irmãos Ana Paula Martins e Junior Ricardo Martins. Tenho 4 sobrinhos. Meus pais sempre foram muito presentes em minha vida, seja minha vida escolar seja em minha vida vocacional. Meu pai, há 20 anos, é ministro da Eucaristia e Catequista. Minha mãe, por um tempo foi ministra da Eucaristia, mas parou para cuidar da minha avó Dona Luzia, mãe de meu pai. Minha avó também tem papel importante

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Frei Jhones será ordenado presbítero dia 26 de março em minha vida religiosa vocacional. Penso que é graças às suas orações que hoje me tornei quem sou na Igreja e na vida franciscana. Comunicações - Quando se deu o discernimento vocacional? Frei Jhones - Bom, desde que eu me

entendo por gente quero ser padre. Falo padre, porque quando criança não sabia a diferença. Quando fui crescendo, fui entendendo a diferença entre clero regular e clero secular. Com isso, me apaixonei pela vida religiosa. Durante os anos de 2006-2007, fiz uma experiência em uma comunida-


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de religiosa chamada de Oblatos de Cristo Sacerdote, na qual sou grato até hoje por tudo o que me ensinaram. E foi nessa congregação que conheci a espiritualidade franciscana. Pois, na cidade de Pindamonhangaba onde morei havia uma creche que era cuidada pelos frades de uma instituição franciscana, mas não eram OFM. Conhecendo eles, conheci Francisco e conhecendo Francisco percebi que era isso que queria. Saí dos oblatos em 2007. E, no ano de 2008, fiz encontros na Diocese primeiramente e, no final de 2008, fui pesquisando sobre São Francisco e conheci o site e vi que em Agudos havia o seminário. Foi lá que eu mergulhei no carisma por meio do Frei Nazareno. Comecei, então, a fazer os encontros vocacionais. Gostei tanto, que não tinha como eu fazer outra escolha para minha vida do que ser frade. Comunicações - Por que escolheu ser frade? Frei Jhones - Acho que essa pergunta tem que ser feita para São

Francisco, o porquê ele me quis frade (risos). Sempre perguntei a mim mesmo porque ser frade? Penso que não há uma resposta clara, há sempre nuances. Não há nada mais belo do que sentar à mesa em uma casa franciscana e perceber que ali estamos entre irmãos. A beleza franciscana me atrai. Podemos discordar de várias coisas, mas o que nos une é a beleza de querermos estar juntos. Por isso, eu penso que se o frade não quer estar junto dos irmãos, não dá pra ser frade. Escolhi ser frade, porque quero estar junto. Comunicações - Há espaço para o carisma franciscano no mundo de hoje? Frei Jhones - Penso que o carisma franciscano, na sua maneira de ser, somente tem a contribuir para o mundo de hoje. Todos nós, franciscanos, apontamos o Cristo como a nossa maneira de ser. Ser franciscano é ser outro Cristo a exemplo de nosso Pai São Francisco. Precisamos resgatar sempre a imagem de Cristo em nós

para ser no mundo instrumento de Paz e Bem. Há espaços na medida em que deixamos Cristo agir. Comunicações - Vale a pena ser religioso franciscano? Deixe uma mensagem para os jovens que querem conhecer o carisma franciscano. Frei Jhones - Não vale a pena, vale a vida inteira. Sempre carrego em meu coração o que uma Irmã Franciscana Catequista disse uma vez: “Quando você entrar para o convento, entre como se fosse para sempre”. Deste modo, eu não sei ser outra coisa nesse mundo do que um consagrado franciscano. E você, jovem, que está nas etapas de formação, nunca se esqueça de alimentar “o seu para sempre”. Três coisas necessárias: 1. Oração, pois tudo é para o Louvor e Glória da Santíssima Trindade; 2. Não olhes para trás; e 3. Tudo para Deus, no serviço à Igreja e a todos os homens. Moacir Beggo

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Seminário São Francisco de Assis

“Avança para águas mais profundas...” (Lucas 5,4)

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om essa motivação do Evangelho do V Domingo do Tempo Comum (06/02), a Fraternidade São Francisco de Assis, em Ituporanga/SC, iniciou o ano com os novos formandos do Ensino Médio e do Aspirantado. Os formandos começaram a chegar durante a semana de diversas Fraternidades da Província da Imaculada Conceição. Ao longo do ano serão 4 formandos na etapa do Ensino Médio e 22 no Aspirantado A celebração foi presidida por Frei Jeâ Paulo Andrade, que, junto com

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Frei Gabriel Dellandrea faz parte da animação vocacional da Província. Os confrades simbolicamente “entregaram” para a Fraternidade os jovens que ano passado foram vocacionados e agora vivem esse tempo de formação numa casa da Província. Os jovens receberam o carinho do povo presente na celebração com orações e uma salva de palmas. Frei Mário Stein apresentou a Fraternidade, especialmente os frades recém-chegados: ele mesmo, Frei Thiago da Silva Soares e Frei Tarcísio Theiss. A Etapa de Formação quer ser um mergulho no modo de ser

da vida Franciscana procurando configurar nossa vida à de Jesus Cristo nas pegadas de São Francisco de Assis. Vivendo a vida de modo fraterno, espiritual, no trabalho e nos estudos iniciais das Fontes Franciscanas, aos poucos “avançando para águas mais profundas” sabendo que “é pela graça de Deus” e levando uma vida segundo o Evangelho, que chegaremos ao ponto de termos os mesmos sentimentos de Cristo Jesus (Fl 2,5), no modo de ser de São Francisco de Assis. Equipe de Comunicação


O NOVO ROSTO DA FRATERNIDADE PROVINCIAL

Faltam apenas duas Fraternidades para serem apresentadas e dois párocos para iniciar os trabalhos: a Fraternidade Bom Jesus dos Perdões, em Curitiba, e a Fraternidade Frei Galvão, em Colatina, no dia 6 de março. Desde que terminou o Congresso Capitular,

um pouco antes das festividades natalinas, os frades já começaram a se movimentar tendo em vista suas novas residências e novas searas de evangelização. Acompanhe alguns desses momentos celebrativos da nova configuração pastoral da Província.


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Concórdia conhece o novo pároco e a Fraternidade de Nossa Senhora do Rosário

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s paroquianos da Paróquia Nossa Senhora do Rosário conheceram, no dia 6 de fevereiro, a nova Fraternidade que os acompanhará no próximo triênio. Na Celebração Eucarística das 18 horas, o bispo diocesano de Joaçaba, Dom Mário Marquez, OFMCap, deu posse a Frei Alex Sandro Ciarnoscki como pároco, ele que será também o guardião da Fraternidade, formada por Frei Alisson Luís Zanetti, vigário paroquial; Frei Clauzemir Makximovitz, vigário paroquial; Frei Délcio Francisco Lorenzetti, vigário da casa e paroquial; e Sérgio Hide Honna, no Ano Missionário. Frei Alex, que também é Definidor, estava na Paróquia São Pedro Apóstolo de Pato Branco (PR). Depois da saudação inicial, o bispo Dom Mário solicitou a um casal da comunidade a leitura da provisão do novo pároco. Em seguida, Frei Alex fez a profissão de fé diante do bispo e da comunidade paroquial, seguindo depois a Liturgia da Palavra. Na aclamação do Evangelho, o novo pároco recebeu das mãos do bispo o Evangeliário e proclamou o Evangelho. Na sua homilia, Dom Mário destacou o tema vocacional do Evangelho em Lucas 5,1-11. “Temos aqui os frades em missão. A missão é sempre um chamado. Nem sempre sabemos e entendemos por que estou aqui ou estou ali. Mas Deus sabe da nossa missão e coloca em nosso meio pessoas especiais”, disse o bispo. Para ele, a mensagem desse Evangelho motiva a não desistir e sempre tentar novamente. “Nós temos desafios próprios em nossa missão, mas é tempo de caminharmos juntos, como uma Igreja sinodal, segundo pede o Papa

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Francisco”, disse o bispo. Na continuidade ao Rito de Posse, Dom Mário efetuou a entrega das chaves da Igreja e do Sacrário. Então, diante do Sacrário, o pároco e a nova Fraternidade fizeram uma breve adoração. Em seguida, o bispo entregou a Frei Alex os instrumentos do batismo e a Estola Roxa. O novo pároco, então, foi interrogado publicamente para manifestar sua disposição de cooperar com o bispo, trabalhando em comunhão com ele e cuidando com zelo da Paróquia que lhe foi entregue. Para Frei Alex, gratidão era a Palavra que vinha à sua mente neste momento. “Com o coração cheio de

esperança quero ser acolhido nesta Paróquia e me colocar a serviço, anunciar o reino de Deus ao povo de Concórdia e de tantas comunidades. Obrigado Dom Mário pela presença e pela caminhada que fazemos juntos, especialmente na Causa de Frei Bruno. A gente pede a intercessão de Frei Bruno para que olhe por nós e por nossas famílias. Dom Mário, conte conosco nesta missão, nesta Paróquia!”, disse Frei Alex. Ele, contudo, explicou que os frades franciscanos assumem a missão em fraternidade. “Então nós temos cinco freis que estarão com vocês. Nós queremos, como fraternidade, viver a nossa vocação nesta comunidade, anunciar a Palavra e, a pedido de São Francisco de Assis, sermos instrumentos de Paz e Bem. Que possamos construir, juntos, o Reino de Deus!”, concluiu. Fotos: Angelo Junior Radavelli PELA PASCOM DA PARÓQUIA DO ROSÁRIO


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São João de Meriti acolhe o novo pároco e a Fraternidade Franciscana

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bispo diocesano de Duque de Caxias, Dom Tarcísio Nascentes dos Santos, presidiu a Celebração Eucarística no dia 20 de fevereiro, às 18 horas, quando acolheu o novo pároco da Paróquia São João Batista, em São João de Meriti (RJ), Frei Douglas Paulo Machado. Com ele formam a Fraternidade de São João: Frei Cid Tadeu Passos, o guardião e vigário paroquial; Frei Airton da Rosa Oliveira, vigário da casa; Frei José Martins Coelho, vigário paroquial; e Frei Gaudêncio Sens, no atendimento conventual. Após a saudação inicial, teve início a primeira parte do rito de posse, que consistiu na leitura do Decreto de Nomeação do novo pároco, proferida pelo bispo, e a Profissão de Fé e o juramento de fidelidade feitos pelo novo pároco. O bispo, então, convidou Frei Douglas e os frades desta Fraternidade para receberem uma salva de palmas da assembleia em sinal de acolhida. Como parte do rito, o bispo também entregou o Evangelho para o

novo pároco, uma vez que é o seu dever anunciar a Palavra de Deus a todas as pessoas sem distinção. Na sua reflexão, tomando o Evangelho de Lucas (6,27-38), lembrou o apelo que Deus “quer colocar em nossos corações”. “Por experiência, cada um de nós sabe, que não seremos capazes de realizar esse apelo de Deus somente com a nossa força. Carecemos da graça de Deus. Amar quem nos prejudica, quem nos amaldiçoa, quem não corresponde às nossas expectativas, é mais difícil e impossível sem a graça de Deus. Só é possível se a força de Deus agir em nós”, disse o bispo. “Nós queremos desejar a toda Fraternidade Franciscana da Paróquia

São João Batista e ao Frei Douglas, que inicia essa nova fase na condição de pároco sob a ação da graça de Deus, buscando sempre essa configuração com o Cristo Bom Pastor, possa viver um fecundo ministério”, desejou. Dom Tarcisio explicou que o ritmo de posse seria feito agora com a renovação das promessas presbiterais de Frei Douglas. “Depois vou conduzi-lo a quatro pontos: 1. Vai se assentar à cadeira daquele que preside; 2. Depois vai ao Sacrário incensar o Santíssimo e fazer uma breve adoração; 3. Depois vamos conduzi-lo à pia batismal; e 4. Vamos conduzi-lo ao confessionário”, explicou o bispo. Frei Douglas recebeu dos paroquianos homenagens e palavras de incentivo: “Queremos nos colocar à disposição do senhor para o que for necessário. Deus o indicou para que viesse aqui trabalhar com esse povo tão carente da Baixada Fluminense, mas conhecerá um povo muito amoroso”. “A quem muito foi dado, muito será cobrado. A mim me assusta. Mas a imagem do Bom Pastor deve ser uma espécie de espelho, modelo, a alguém que dá vida por aquilo que ama. Por isso, já dizendo que amo essa Paróquia, embora conheça pouco, me entregarei a ela”, prometeu Frei Douglas. “Assumo esta Paróquia não para ensinar a minha palavra, mas a Palavra de Deus”, disse, lembrando que o trabalho será feito com a ajuda de toda a Fraternidade, como é próprio entre os frades. Dom Tarcisio, antes da bênção final, leu a Ata de Posse. comunicações

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A nova Fraternidade Franciscana Santo Antônio de Bauru está completa

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a manhã do dia 05 de fevereiro, na Missa das 10h30, tomaram posse Frei Vanilton Aparecido Leme na condição de guardião, pároco e assistente das Concepcionistas (Mosteiro da Imaculada Conceição de Piratininga/SP) e Frei Pedro do Nascimento, vigário da casa e vigário paroquial. Com Frei Ricardo Backes, já residindo anteriormente, e servindo como vigário paroquial, os freis formam a nova Fraternidade Franciscana Santo Antônio, em Bauru, SP. O Bispo de Bauru, Dom Rubens

Sevilha, OCD, foi o presidente da celebração. Também estiveram presentes os frades de Agudos, Frei João Antunes Filho (Frei Rafa), Frei Lauro Formigoni e Frei Osmar Dalazen. Também concelebraram a Eucaristia Frei Thiago Hayakawa, frade residente em Itatiba e natural de Bauru, e Pe. Fernando Augusto Meira da cidade de Itu, diocese de Jundiaí, que com os pais e irmãos de Frei Vanilton marcaram presença. Também amigos de Frei Pedro vieram de Agudos, onde ele estava trabalhando anteriormente. Na procissão de entrada, cada Comunidade da Paróquia trouxe a

imagem de seu padroeiro em sinal de comunhão e participação. Assim, com as Comunidades e os paroquianos, celebraram esse momento importante da Paróquia com a presença de familiares e amigos dos frades que agora se juntam à Fraternidade Santo Antônio de Bauru. Desejamos que o Espírito Santo, Nossa Senhora, Santo Antônio, São Francisco e Santa Clara intercedam pela Comunidade paroquial da matriz de Santo Antônio de Bauru. Pascom da Paróquia Santo Antônio de Bauru


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Ituporanga acolhe o pároco e os vigários da nova Fraternidade Santo Estêvão

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o domingo (29/01), às 18 horas, aconteceu a Missa de posse do novo pároco da Paróquia Santo Estêvão de Ituporanga, presidida pelo bispo diocesano, Dom Onécimo

Alberton. Frei Angelo José Luiz, que estava na cidade de Santo Amaro da Imperatriz, vem substituir Frei Evandro

Balestrin nesta missão. Foram acolhidos os novos vigário paroquiais, Frei José e Frei André Becker. Também permanecem na Paróquia, como vigários, Frei Rafael Spricigo e Fre Fabiano Kessin. Dom Onécimo, a pedido do Ministro Provincial, concedeu uso de ordem à Fraternidade do Seminário São Francisco de Assis, Frei Mário Stein, Frei Marcos Prado

e Frei Tarcísio Theiss. Continuam no Seminário Frei Valdir Laurentino e Frei José Boeing. Nossa gratidão ao sim de cada um deles. Que Deus os abençoe na nova missão. Nossa gratidão aos Frei que foram transferidos para outras funções junto à Ordem. Nosso muito obrigado! Facebook da Diocese de Rio do Sul


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o dia 13 de fevereiro, na Celebração Eucarística, às 8 horas, Frei Miguel da Cruz foi empossado pároco da Paróquia São Francisco de Assis de Rodeio, junto com Frei Claudino Dal’Mago, vigário paroquial. Anexo à Igreja Matriz está o centenário Noviciado São José da Província da Imaculada Conceição. Presidida pelo bispo diocesano de Rio do Sul, Dom Onécimo Alberton, a Santa Missa foi concelebrada pelos confrades desta Fraternidade, como o Mestre dos Noviços, Frei Samuel Ferreira de Lima; Frei James Girardi, que está de férias na sua cidade natal; e o Pe. Arnaldo Allein, Vigário Geral da Diocese. Os noviços garantiram a beleza da celebração litúrgica. A celebração cumpriu todas as exigências canônicas no rito de tomada de posse, como a leitura da bula de Provisão de nomeação da Diocese, a profissão de Fé e o Juramento e Renovação das Promessas que Frei Miguel fez em sua ordenação. O novo pároco, recebeu as chaves da Paróquia e do Sacrário, o ritual do Batismo, a estola roxa para ser o confessor e o óleo para a unção dos enfermos. Dom Onécimo saudou o povo que veio das 16 comunidades da Paróquia, as autoridades civis e especialmente as Irmãs Catequistas Franciscanas. Na sua reflexão lembrou que o Evangelho apresenta um programa de vida e marca o início do Sermão da Montanha. “São Lucas descreve Jesus ensinando, não lá do alto da montanha, mas aqui embaixo, no lugar plano, próximo dos seus discípulos e da multidão. Lucas coloca Jesus junto da comunidade, junto ao seu povo”, observou o bispo. Dom Onécimo destacou que a autoridade de Jesus se situa na doação, no serviço, na entrega, na proximida-

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Frei Miguel e Frei Claudino cuidam do rebanho da Paróquia de Rodeio de de Deus, que veio para ser Deus conosco. “E tão conosco ele é que caminha conosco, caminha entre nós. Ele é o Filho de Deus entre nós. Viver o ministério sacerdotal é estabelecer esta proximidade. Quanto mais se traz as experiências, as circunstâncias, as situações vividas pelo nosso povo para dentro do coração, mais o amor de Cristo, o Bom Pastor, se tornará visível na pessoa do padre, do frei, que vive e é chamado para viver esta vocação”, ensinou. “Devo dizer que me sinto muito feliz pelo momento que estou vivendo com vocês aqui”, contou o novo pároco. “Me sinto realizado. Sei que a tarefa é um tanto desafiadora, mas sei que será gratificante e me coloco inteiramente a serviço de toda a comunidade paroquial, da Diocese, na pessoa do nosso Bispo Dom Onécimo;

da Fraternidade, na pessoa do guardião Frei Josemberg Aranha; do Mestre Frei Samuel e dos noviços”, prometeu. Frei Miguel destacou a longa tradição católica do povo de Rodeio e lembrou do trabalho das Irmãs Catequistas Franciscanas, que no último dia 14 de janeiro celebraram 107 anos de história de fundação da Congregação em Rodeio. “Espero que possamos fazer um trabalho juntos”, disse o pároco. Frei Miguel também disse que era uma honra para ele ter Frei Claudino como Vigário, ele que foi seu professor no Seminário de Agudos. “Fico muito feliz por ter aceitado trabalhar aqui”, enfatizou. No final da celebração, Dom Onécimo pediu para cantar “Parabéns” a Frei Claudino, pelo seu jubileu de 50 anos de vida religiosa, e pelo jubileu de 25 anos de vida religiosa de Frei Miguel.


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Frei Roberto volta como pároco a Balneário Camboriú

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cerimônia de posse de Frei Roberto Carlos Nunes aconteceu na noite de sábado, 29 de janeiro, na Missa presidida pelo Pe. Guilherme dos Santos,

representante do Arcebispo de Florianópolis, Dom Wilson Tadeu Jönck. Antes do Ato Penitencial, foi lida a Provisão através da qual o Frei Roberto foi enviado à Paróquia Santa Inês, de Balneário Camboriú. O novo

pároco, forma a Fraternidade com Frei Lindolfo Jasper e Frei Conrado Lindmeier, que estavam no triênio anterior. “Frei Roberto não esqueça das palavras do profeta Jeremias na sua missão: ‘Vai, não tenhas medo’”, disse Pe. Guilherme. Em continuidade ao Rito de Posse, Pe. Guilherme entregou as chaves da igreja, “para cuidar da parte do povo de Deus que te é confiada” e do Sacrário, porque a Eucaristia é ápice e a fonte de todo culto e da vida cristã”. Frei Roberto, então, dirigiu-se ao Sacrário e, junto com o povo, fez uma breve adoração. Em seguida, Frei Roberto fez a sua profissão de fé. Em suas primeiras palavras para a comunidade, Frei Roberto firmou o compromisso de estar ao lado dos fiéis, ajudando, acolhendo e escutando. “Depois de seis anos, estou aqui novamente. Quero sim, com movimentos e pastorais, dar frutos e fazer com que os frutos permaneçam no coração de cada um”, disse. “Teremos desafios pela frente, mas juntos enfrentaremos esses desafios. E vamos, a partir disso, encontrar a alegria e espalhar as sementes do Reino dos Céus no coração de cada um”, completou o frade. Pascom da Paróquia Santa Inês

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CONVENTO SANTO ANTÔNIO

Frei Paulo: “A missão desta casa é proporcionar um encontro transformador com o Senhor”

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Ministro Provincial Frei Paulo Roberto Pereira presidiu, no dia 8 de fevereiro, às 10 horas, a Celebração Eucarística que apresentou a nova Fraternidade do Convento Santo Antônio do Largo da Carioca, definida no Congresso Capitular da Província da Imaculada Conceição, em dezembro passado. Segundo Frei Paulo, a palavra convento significa exatamente convenção, reunião, convergência: “A nossa missão, a partir desta casa, é gerar comunhão, gerar confraternização. A partir da Fraternidade nós queremos estender a possibilidade de fazermo-nos irmãos uns dos outros. Esta é a nossa tarefa, esta é a nossa missão”, explicou o Ministro Provincial. Para compor a nova Fraternidade chegaram cinco frades. “Todos os que moram aqui há bastante tempo

também formam a nova fraternidade, com um novo vigor, uma nova disposição. Nós vivemos recentemente o Capítulo Provincial e uma das dádivas do Capítulo é a renovação da missão. É um vigor renovado. E, aqui, o Convento Santo Antônio foi agraciado com esta possibilidade de revigoramento a partir da indicação dos novos irmãos que formam esta fraternidade”, ressaltou Frei Paulo. Frei Gustavo Medella, o Vigário Provincial, fez a apresentação da nova Fraternidade, composta por ele, que é o Vigário Provincial; Frei Walter Ferreira Junior, agora o novo guardião e reitor do Santuário; Frei José Pereira; Frei Róger Brunorio; Frei Cláudio César B. de Siqueira; Frei Luiz Colossi, Frei Neylor José Tonin; Frei Sérgio de Souza; Frei José Ulisses de Moraes; Frei Anselmo Fracasso; Frei Arcangelo Raimundo Buzzi; Frei Geraldo Hagedorn e Frei Guido

Scottini e Frei Paulijacson de Moura. Na sua reflexão, Frei Paulo destacou o sentido da nossa religião, lembrando que ela não se restringe a preceitos simplesmente, “ainda que eles existam e sejam importantes e necessários para nos oferecer balizas e referências”. “Jesus deixa muito nítido: A verdadeira religião é o bem de todos, o cuidado de todos, sobretudo o cuidado com os mais frágeis, os pais da velhice, como aqui foi dito. Então, vocês se desobrigam de cuidar de seus pais e se valem da lei: ‘Ah, isto aqui não posso oferecer porque isto aqui é do Senhor’. Na verdade, é a instrumentalização da religião, que, ao invés de nos aproximar de Deus, Dele nos afasta”, realçou. Para o Ministro Provincial, o caminho de realização religiosa e espiritual é aquele que dá qualidade ao nosso viver e ao nosso conviver. “Infeliz aquele crente que vive a sua religião simplesmente


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obedecendo a preceitos. O caminho da realização é viver os preceitos, sim, mas suplantá-los especialmente onde houver a necessidade do nosso irmão e da nossa irmã. Nós, franciscanos; nós, irmãos menores, temos a ousadia de no nosso dia a dia procurar viver os preceitos da nossa religião, mas muito mais viver a religião naquilo que ela tem de essencial, que é o respeito de um pelo outro, o cuidado de um pelo outro, o carinho de um pelo outro, cultivado no nosso dia a dia porque senão cairá sobre nós a palavra dura de Jesus: hipócritas, esvaziai a Palavra de Deus em proveito próprio!”, observou. “A vida franciscana, e aqui essa fraternidade, se dispõe a cultivar esse preceito fundamental chamado de sine proprio, sem nada de próprio. Exatamente aquilo que Jesus supõe. Nós não vivemos o Evangelho, não buscamos o Evangelho para proveito próprio, mas pela nossa vida, pela nossa escolha, esvaziamo-nos de tudo, inclusive e sobretudo, da nossa própria vontade”, destacou Frei Paulo. Sobre a bonita oração de Salomão, na primeira leitura, o Ministro Provincial lembrou que o rei Davi, pai de Salomão, quis dar uma casa em gratidão ao Senhor por todo bem que nele havia operado. “E aqui existe sempre uma contradição e o próprio Deus diz a Davi: como é que você quer me dar uma casa? A minha casa é tudo aquilo que se enxerga, o firmamento, os mares, as montanhas. E todas as coisas que se enxergam são obras minhas. E você ainda quer me dar uma casa? E

Salomão insiste nesta ideia: um lugar para nos encontrarmos com a beleza e a grandeza do Senhor. E nesta oração que ouvimos, presenciamos esse desejo humano. Não é uma casa para conter a Deus, mas é uma casa para proporcionar o espaço ideal de encontro com o Senhor. Encontro do desejo mais profundo de nossa alma: estar na presença de Deus”, explicou Frei Paulo. “E esse Convento, construído há 400 anos, também tem essa ousadia. Não de reter Deus em paredes, mas de proporcionar a todos os que moram e a todos que vêm aqui, a chance bonita, vigorosa, criativa e sempre nova de estar na presença do Senhor, de encontrarmo-nos com o Senhor. E esse encontro transforma a nossa vida, esse encontro abre-nos horizontes novos, possibilidades criativas. E a história longeva desse convento já provou isso. Por aqui passaram pessoas, irmãos franciscanos, pessoas do povo, que fizeram a experiência da santidade. Muitas pessoas, e nós poderíamos tecer um rosário de experiências santificantes vividas neste lugar, tanto da família franciscana como de tantas pessoas santas que nestes bancos já rezaram, que aqui já serviram. E a santidade revelada na intimidade com o Senhor, e sobretudo a santidade revelada na solidariedade com os outros, porque a vida cristã inspirada em Santo Antônio tem a intimidade com o Menino Deus, tem a intimidade com a Palavra e tem sobretudo, com destaque, o cuidado com os pobres. Caminho de santifica-

ção: Aproximamo-nos do Senhor, cultivamos a intimidade com Ele, e a partir desse encontro transformador, vamos ao encontro solidário com os que sofrem”, ensinou o Ministro Provincial. Dirigindo-se a Frei Walter, o novo guardião desta Fraternidade, apontou a missão desta casa: proporcionar um encontro transformador com o Senhor,. Não apenas uma experiência intimista, mas um encontro com Deus que nos leva a promover tantos outros encontros: encontros com os que sofrem, encontros com os que têm fome, de pão e de justiça, que têm fome de moradias e de acolhimento, que têm fome e sede de cura. Estamos vivendo um período onde a doença grassa entre nós. E aqui não é a doença apenas da Covid, que é trágica, mas também a doença da indiferença, a doença do medo, a doença do desrespeito, a doença do afastamento de um e outro. É preciso que a gente busque a solidariedade e, juntos, nos unamos para ser sinal de cura. Esta é a tarefa dos freis franciscanos desta casa e esta é, certamente, a tarefa de todos nós que aqui, volta e meia, estamos para beber da Palavra de Deus e para encontrarmo-nos com o Senhor”, concluiu. Frei Walter falou de sua alegria por fazer parte da nova Fraternidade do Convento e disse que espera fazer esse serviço em fraternidade. Cada frade ganhou um vaso de flores como sinal de acolhimento da comunidade. Frei Paulo terminou a celebração com a Bênção de Santo Antônio e dos pãezinhos.


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Frei Germano: “Não estou aqui para caminhar sozinho, mas com vocês”

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Paróquia Santo Amaro da cidade de Santo Amaro da Imperatriz, em Santa Catarina, celebrou no dia 13 de fevereiro a posse do novo pároco, Frei Germano Guesser. Esse momento se deu durante a Celebração Eucarística, às 19 horas, presidida pelo Arcebispo Metropolitano de Florianópolis, Dom Wilson Tadeu Jönck. Presentes nesta Missa estavam confrades de Frei Germano, sacerdotes, diáconos da Arquidiocese e o povo que lotou a igreja. “A tomada de posse sempre é um momento importante na vida do frei que inicia o trabalho aqui, mas também é um momento importante para a comunidade”, explicou Dom Wilson, anunciando a leitura da provisão do novo pároco. Na sequência, Frei Germano fez a profissão de fé ajoelhado diante do Arcebispo. Na sua reflexão, o Arcebispo falou dos deslocamentos de Jesus, como no Evangelho deste domingo (Lucas 6,17.20-26). Aqui, ele estava rezando, desce a montanha, e encontra uma multidão. “Se você teve que mudar, fazer uma mudança de cidade, você deixa amigos, o lugar que viveu e tem que começar tudo de novo. Novos amigos, nova realidade”, recordou. Segundo D. Wilson, assim também acontece na nossa vida de fé. “De vez em quando somos convidados a ir para o lado, rever a nossa vida, sair de onde nós estamos, e muitas vezes esse sair não é feito com uma decisão nossa”, acrescentou. “Na vida dos religiosos, normalmente não escolhem, eles são enviados. Mas ele está bem contente de estar

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aqui. De qualquer forma, na vida dele é repensar tudo, como ele vai realmente servir esta comunidade, servir cada membro desta comunidade, de todos aqueles que serão seus auxiliares mais próximos. Tudo isso vai exigir que ele saia de onde está, que estabeleça novos relacionamentos. E isso também será uma grande oportunidade na vida do Frei Germano”, orientou. “Vocês vão ajudar ele a viver isso e a sentir alegria no seu ministério presbiteral aqui em Santo Amaro”, pediu. Na sua fala, Frei Germano lembrou que escolheu para a sua ordenação o lema do Bom Pastor: “Por uma ovelha só, ainda que pequenina, serei a vida

inteira um pastor (Jo 10)”. “Não estou aqui como dono da verdade. Não estou aqui para caminhar sozinho, mas para caminhar com vocês, com a Igreja, povo de Deus. Quanto às minhas expectativas, coloco-me na situação de escuta, de observação. No mais, estou aqui inteiramente à disposição do povo para, juntos, sermos colaboradores do anúncio da Boa Nova, para sermos expressão de uma comunidade de fé. Somos uma Igreja sinodal, trabalhamos em conjunto e em fraternidade, citou seus confrades Frei Nilton Decker e Frei Gentil Branco, com simplicidade e humildade”, ressaltou. Frei Germano lembrou que está em curso a Assembleia do Sínodo. E uma das diretrizes do Papa Francisco para o caminho sinodal é “O amor, regra suprema”. “Por isso, com o apoio da Fraternidade Franciscana desta Paróquia, conto também com as comunidades, especialmente dos responsáveis pelas pastorais, movimentos para caminharmos e crescermos em comunhão e, juntos, darmos nossa contribuição para tornar o Reino de Jesus uma realidade em nossa sociedade”, pediu”.


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Frei Paulo e Frei Nazareno chegam à Paróquia Santo Antônio de Florianópolis

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Paróquia Santo Antônio de Florianópolis, em Santa Catarina, celebrou no dia 12 de fevereiro, a posse do novo pároco, Frei Paulo Cesar Borges, na Celebração Eucarística, às 17 horas, presidida pelo Arcebispo Metropolitano Dom Wilson Tadeu Jönck. Presentes nesta Missa estavam a Fraternidade formada por Frei José Lino Lückmann, Frei Günther Max Walzer e Frei Nazareno Lüdtke e o povo que lotou a igreja. Antes do Ato Penitencial, foi lida a Provisão através da qual o Frei Paulo foi enviado à Paróquia Santo Antônio. Como ele disse, não foi enviado por conta própria, mas pela Ordem dos Frades Menores, através da Província da Imaculada Conceição. Em seguida, Frei Paulo fez a Profissão de Fé e proclamou o Evangelho, a tarefa primeira e prioritária do padre é anunciar o Evangelho. Na sua reflexão, Dom Wilson recordou a multiplicação dos pães no Evangelho do dia. “Jesus é capaz de saciar a fome de uma grande multidão. O presbítero se torna presbítero para levar a todos o mesmo alimento que Cristo veio trazer. Frei Paulo se colocou

a serviço e quer viver anunciando isso. Através da sua vida, do seu testemunho, das suas palavras”, disse o Arcebispo. “Frei Paulo assume esta paróquia exatamente com o mesmo sentido, fazer com que Cristo seja acolhido, seja amado, toda a comunidade seja alimentada com o alimento que Cristo trouxe “, acrescentou Dom Wilson. O celebrante destacou três pontos que alimentam a nossa fé: a oração, a escuta da Palavra de Deus e a prática da caridade.

Pela comunidade da Paróquia Santo Antônio, Walter Liberal Colombo, deu as boas-vindas ao pároco Frei Paulo Borges, desejando sucesso no cumprimento de sua missão à frente da Paróquia. “ Acolhemos com a alegria de quem recebe um presente de Deus um prebítero para nos instruir, nos animar e nos conduzir para Jesus. Acolhemos com expectativa que sua atuação venha contribuir para o crescimento e fortalecimento da comunidade, bem como para contínua conversão de cada um de nós. Acolhemos com a disposição de quem quer ajudar, participar, caminhar juntos. Esteja certo, Frei Paulo Cesar, que a sua disposição para o trabalho, na condução da comunidade, na orientação dos fiéis, na acolhida dos que buscam os sacramentos da Igreja, encontrará o apoio e a gratidão da nossa comunidade. Pedimos a intercessão de Nossa Senhora ao seu filho Jesus para que não lhe falte saúde, sabedoria, discernimento e paciência para caminhar junto e à frente da comunidade”, pediu. Frei Paulo contou que a primeira coisa que fez quando pisou no solo catarinense foi visitar Dom Wilson. “Porque eu tenho consciência, nós temos consciência, que somos uma Igreja imersa nessa Igreja particular, onde D. Wilson é o pastor. E eu estou aqui nessa posse não em meu nome, mas em nome da Igreja. Depois, eu gostaria de contemplar esse tripé, que é um conselho, uma norma do Direito Canônico: ser um pároco voltado para uma boa administração, boa vida espiritual e pastoral. Esse tripé irá caminhar comigo. Mas não caminharei sozinho. Há seis anos, eu disse para Frei Wilson em Angelina que quem estava tomando posse era a Fraternidade. Somos quatro frades: Frei José Lino, Frei Günther e Frei Nazareno. Então é muito importante que nós assumamos juntos esta Paróquia”, prometeu Frei Paulo. comunicações

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Os franciscanos nos cami

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comunidade paroquial Santa Cruz celebrou com muita alegria a chegada da nova Fraternidade Franciscana da Província da Imaculada Conceição para o serviço do Povo de Deus presente no Jardim Peri Alto, Zona Norte de São Paulo. Numa noite histórica, os frades chegaram em peso a esta região da Brasilândia, liderados pelo seu confrade, o bispo franciscano capuchinho Dom Carlos Silva, OFMCap, bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo, que presidiu a Celebração Eucarística, às 18 horas deste domingo, 6 de fevereiro, dando posse à nova Fraternidade, formada pelo novo pároco Frei Carlos Lúcio Nunes Corrêa, o vigário paro-

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quial Frei Marx Rodrigues dos Reis e o irmão leigo Frei João Lopes da Silva. Esta celebração teve a presença do Ministro Provincial Frei Paulo Roberto Pereira; do Vigário Provincial Frei Gustavo Medella; do Definidor Frei Robson Scudela; do diretor presidente do Serviço Franciscano de Solidariedade Frei José Francisco de Cássia dos Santos e os frades das três Fraternidades presentes em São Paulo: Convento São Francisco, Paróquia Santo Antônio do Pari e Paróquia São Francisco de Assis da Vila Clementino. Os funcionários do Serviço Franciscano de Solidariedade também estiveram presentes.

Apresentação da nova Fraternidade

“Hoje, estamos em festa. Que alegria poder receber todas as nossas comunidades neste dia do Senhor e hoje, de forma especial, os nossos irmãos franciscanos que assumem esta Paróquia. No momento oportuno vamos apresentá-los, mas quero acolher o Ministro Provincial, Frei Paulo Roberto Pereira, que tem esse serviço de animar na fé, no caminho da espiritualidade, todos esses irmãos. A saudação franciscana que vocês vão ouvir aqui é esta: ‘Paz e Bem!’”, saudou o bispo, convidando, em nome da Região Episcopal Brasilândia, o Padre Reinaldo Torres para ler a nomeação do pároco e do vigário desta Paróquia. Antes do início da celebração foi feita a profissão de fé na Sacristia. O Pe. Evander Bento Camilo, da Região


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inhos do Jardim Peri Alto Episcopal, também estava presente. Dom Carlos apresentou Frei Carlos e Frei Marx e explicou ao povo que na vida franciscana, onde se vive em fraternidade, “tem tantas formas de a gente ser frade. Alguns têm ministério presbiteral, outros não. E nem por isso tem menor importância do que aqueles que têm o ministério. Vai compor aqui com a gente um outro frade: Frei João”.

O povo de todas as Comunidades – Sagrada Família, São João Batista, Nossa Senhora da Consolata, Santo Antônio, São Judas Tadeu, Nossa Senhora Aparecida, São Mateus e Santa Cruz – marcou presença nesta data histórica, guardando os devidos cuidados sanitários Antes de proclamar o Evangelho, Frei Carlos recebeu do bispo o Livro dos Evangelhos, uma vez que é seu

dever anunciar a Palavra de Deus a todas as pessoas, sem distinção. “Recebe o Evangelho de Cristo, do qual foste constituído mensageiro. Transforma em fé viva o que lês, ensina aquilo que crês e procura realizar o que ensinas”, rezou Dom Carlos.

Caminhar o caminho

Na sua homilia, Dom Carlos saudou a todos e dirigiu-se especialmen-

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te à mãe de Frei Carlos: “São Francisco disse que a mãe de um frade é a mãe de todos eles. E aqui tem a mãe de um frade. Dom Lúcia é a mãe de Frei Carlos. Que alegria tê-la conosco!” Segundo Dom Carlos, o tema central da liturgia deste 5º Domingo do Tempo Comum fala da vocação e da palavra envio. “A palavra envio, literalmente, significa ser colocado no caminho. E, hoje, com a graça de Deus, pela bondade da Província da Imaculada Conceição dos frades franciscanos, nós colocamos no caminho de Cristo, no caminho desta Paróquia e dessas Comunidades, estes três frades que foram apresentados: Frei João, Frei Marx, Frei Carlos. Muito obrigado por fazerem o caminho conosco”, enfatizou Dom Carlos. “Me lembro o dia que chegou aqui o Frei Gustavo, o Frei José Francisco e Frei Mário Tagliari. Os primeiros forasteiros chegaram aqui. Eu joguei a rede e pesquei todos esses frades para que viessem fazer parte, com a gente, do caminho. Porque eles queriam redimensionar a Província, queriam avançar para águas mais profundas e ouviram aquilo que Jesus falou para Pedro e os demais apóstolos no Evangelho: ‘Não tenham medo’. Eu gosto tanto dessa expressão. Essa expressão comunicações FEVEREIRO 2022

na Sagrada Escritura aparece 365 vezes, do livro do Gênesis ao livro do Apocalipse. Para dizer que cada dia da nossa vida o Senhor diz: ‘Não tenham medo, avancem para águas mais profundas’”, explicou Dom Carlos. “E nesse milagre da vida, Frei Marx, Frei João e Frei Carlinhos, que vocês possam pedir ajuda. Vocês terão muita ajuda aqui. Vocês poderão contar com muita gente, porque tem muitos peixes. Vocês serão pescadores de homens e façam isso do jeito que fez nosso Pai São Francisco: com simplicidade, com humildade, com pobreza, sem soberba, com a ‘Paz e Bem’”, disse o celebrante. Dom Carlos pediu a graça de Deus à nova Fraternidade: “São Francisco de Assis se converte com 23 anos e

morre com 44 anos. Vive na graça 20 anos e, quando está morrendo, diz aos irmãos: ‘Irmãos, até agora pouco ou nada fizemos. Vamos começar tudo de novo’. Muito obrigado Frei Paulo, Frei Gustavo, Frei José Francisco, Frei Mário, Frei Marx, Frei Carlinhos, Frei João porque querem começar conosco, porque querem fazer caminho conosco. Que Deus nos ajude. Tenham paciência com os irmãos e tenham paciência com nosso povo. Que São Francisco continue inspirando e pedindo ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo por cada um de vocês! Bem-vindos, irmãos franciscanos, à nossa região Brasilândia!”, exortou. Em continuidade ao Rito de Posse, Dom Carlos efetuou a entrega das chaves da Igreja, “para cuidar da parte do povo de Deus que te é confiada” e do Sacrário, porque a ‘Eucaristia é ápice e a fonte de todo culto e da vida cristã”. Frei Marx, Frei João e Frei Carlinhos, então, dirigiram-se ao Sacrário, abriram-no e fizeram uma breve adoração. Em seguida, o bispo entregou a Frei Carlinhos os instrumentos para administrar o batismo e a Estola Roxa “para ser zeloso com os fiéis a ele confiado, para que possam encontrar a misericórdia da qual todos nós necessitamos”. Finalizando, entregou o


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Santo Óleo do Crisma. Frei Carlos e Frei Marx fizeram o Juramento de Fidelidade, segundo a fórmula aprovada pela Santa Sé, e a assinaram no altar. Após a comunhão, Pe. Reinaldo fez a leitura da Ata em que tomou posse o pároco e o vigário. E Dom Carlos pediu que cantassem a Oração de São Francisco.

O convite aos Frades

Frei Gustavo Medella falou em nome do Governo Provincial e Dom Carlos pediu a ele que apresentasse todos os frades. “Ele é o Vigário Provincial. Eu fiquei sabendo que agora está morando no Rio de Janeiro”, informou o bispo. Segundo Frei Gustavo, referindo-se ao Evangelho deste domingo, a Província Franciscana já esteve laçando redes nesta área da Zona Norte. “Entre os anos de 1970 e 2001, tivemos uma Fraternidade Evangelizadora na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, na Vila Dionísia. Depois, nos balanços do barco da história, partimos para lançar as redes em outros mares. No entanto, como não somos nós que nos nave-

gamos, mas quem nos navega é Deus – para parafrasear os versos da canção – novamente fomos chamados para lançar as redes por aqui”, recordou. “E o primeiro chamado veio há algum tempo quando, em junho de 2014, nosso Serviço Franciscano de Solidariedade (SEFRAS) iniciou uma presença aqui no Jardim Peri, num projeto que atende crianças e adolescentes do horário do contraturno escolar. Ali o Senhor já estava acenando para nós: ‘Voltem a lançar as redes aqui!’. No ano passado, o Mestre voltou a insistir, desta vez na voz do Bispo da Região Brasilândia, nosso confrade capuchinho Dom Frei Carlos da Silva que, em setembro do ano passado, procurou a Província apresentando o convite para abraçar a missão evangelizadora na Paróquia da Santa Cruz. Dom Carlos lançou as redes e pescou, ou melhor, pescou-nos”, contou o Vigário. “Nossa Fraternidade se comoveu com o apelo e percebeu neste chamado o convite do próprio Jesus. Afinal, no ano em que Dom Paulo Evaristo Arns, cardeal da resistência,

frade franciscano, amigo dos pobres, o arcebispo das periferias, completaria cem anos de vida, a Província que o gerou para a vida Franciscana teria a oportunidade de sair mais uma vez à periferia desta imensa cidade, recebendo o privilégio de animar uma paróquia dedicada à Santa Cruz, recordando que o aniversário natalício de Dom Paulo Evaristo era justamente no dia 14 de setembro, Festa da Exaltação da Santa Cruz”, acrescentou o Vigário Provincial. Segundo Frei Medella, foram tantos os sinais da Providência que a resposta dos frades não poderia ser outra: “Aqui estamos”, presentes na generosidade da Fraternidade Evangelizadora que aqui se instala: Frei Carlos Lúcio Nunes Corrêa (Frei Carlinhos), Frei João Lopes da Silva (Frei Joãozinho) e o Frei Marx Rodrigues dos Reis, que segue morando na Fraternidade Santo Antônio do Pari, mas vai marcar sua presença como Vigário Paroquial. Entregamos a esta comunidade estes três irmãos, dons preciosos de nossa Fraternidade. Nossos pescadores aqui com vocês e entre vocês”, explicou.

O rito da posse

E concluiu: “Desde já somos gratos pela acolhida, carinho e generosidade que nossos irmãos têm recebido do Bispo, Dom Frei Carlos, do Pároco, Padre Bernardo, dos funcionários, lideranças e cada paroquiano desta Paróquia da Santa Cruz. Nossos irmãos estão felizes da vida, e nós também. Desde já temos certeza de que a pescaria vai ser bonita demais. Terá suas dificuldades e momentos de mar agitado, mas temos certeza de que vai valer a pena. Em muitos momentos, vocês vão precisar ensinar a nossos confrades o segredo da pescaria aqui no Jardim Santa Cruz. E podem ter certeza, como bons franciscanos, eles esperam com muita humildade que vocês os ajudem a serem bons pescadores nestas águas. comunicações

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São Francisco tinha um amor imenso pelo Cristo, especialmente o Cristo da Cruz. Por isso, sob a bênção deste sinal sagrado, que esta Fraternidade e esta Paróquia sejam sinais de salvação para o povo querido deste bairro que hoje com tanto carinho nos acolhe. Sigamos em frente, rezando uns pelos outros. Paz e Bem!”

Lutas de uma região carente

O pároco, conhecido como Frei Carlinhos, fez seus agradecimentos e afirmou: “Estaremos trabalhando aqui com toda a disposição, com toda alegria, com a graça de Deus. Agradeço ao Governo Provincial, que confia a mim, ao Frei Marx, ao Frei João este trabalho pastoral no Jardim Peri”, disse, lembrando o trabalho do Pe. Bernardo Daly por 12 anos. “Deus abençoe o Pe. Bernardo na nova missão. Por último quero agradecer a vocês. Ser menores entre os menores, uma expressão franciscana. Vamos trabalhar juntos”, pediu. Frei Marx, que é coordenador da Frente de Solidariedade para com os Empobrecidos, lembrou o trabalho que já é feito pelo SEFRAS no Jardim Peri. “Esse lugar é sagrado”, disse. E Frei

João agradeceu à Província por fazer parte desta Fraternidade: “Que nós saibamos ser mais operários na messe do Senhor!”. Dom Carlos, então, colocou nas mãos dos frades a imagem de Nossa Senhora Aparecida para, juntos, segurarem aquela que gerou o nosso Salvador. “E vamos consagrar nossos irmãos à Mãe de Deus e Nossa Mãe enquanto cantamos a ‘Consagração a Nossa Senhora’”, pediu. Pela comunidade, Macilene Almeida Leite fez os agradecimentos aos frades e ao bispo. “Sejam todos muito bem-vindos e quero dizer que nossa comunidade paroquial está em festa e muito feliz em tê-los conosco. E preparem as pernas. Passem sebo de carneiro nas pernas para subir os morros, andar por tantos becos e vielas do último bairro da Região Episcopal Brasilândia. Quero dizer que nosso bairro é carente. O povo, vocês já conhecem. Aqui neste bairro as políticas públicas não chegam. Nós só temos uma escola estadual e nenhuma escola municipal. Então, são muitos os desafios. Mas a gente acredita que a vida das comunidades, o trabalho pastoral, a reanimação das

pastorais neste tempo de pandemia, terão um caminho novo. Já estamos no caminho novo. A gente não pode esquecer o trabalho que foi feito anteriormente pelos padres que aqui passaram e o Pe. Bernardo que ficou conosco doze anos”, disse, presenteando os frades e o bispo com arranjos de girassóis. “Que essa flor de girassol traga boas energias e os ajudem no pastoreio na Brasilândia, a região que ficou em segundo lugar em mortes para a Covid. Essas flores expressam toda a nossa felicidade. Muito obrigado e que possamos traçar caminhos novos”, agradeceu Macilene. “Frei João, Frei Marx e Frei Carlos. Vocês sentiram. Esse é o nosso povo. Esse o povo de Deus que nos é confiado. Façam o caminho com eles. Participem das suas lutas para que a vida prevaleça. Muito obrigado pela acolhida tão bonita a esses frades. Frei Paulo, muito obrigado, a casa é a sua. É uma alegria poder contar com a ajuda de vocês”, completou Dom Carlos, pedindo que todos os frades dessem a bênção final do altar. Moacir Beggo


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Frei Gilson: “O Frei Vanderley vem de coração aberto”

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bispo diocesano de Nova Iguaçu, Dom Gilson Andrade da Silva, presidiu a Celebração Eucarística no dia 5 de fevereiro, às 16 horas, quando deu posse ao novo pároco da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, em Nilópolis (RJ), Frei Vanderley Grassi. Antes do Ato Penitencial, Frei Marcos de Andrade, representando o Ministro Provincial, Frei Paulo Roberto Pereira, fez a leitura do Decreto de Nomeação do novo pároco. Em seguida, Frei Vanderley fez a Profissão de Fé. No rito de posse, o novo pároco recebeu do bispo o Evangeliário e proclamou o Evangelho. Na sua homilia, D. Gilson disse que a missão da Igreja é única, que o Evangelho de Jesus Cristo é único e que nós somos meros instrumentos, e oxalá sejamos bons instrumentos dessa missão de Deus! E eu posso dizer para vocês que o Frei Vanderley vem de coração aberto, vem com muita alegria. Aproveito pela pedir ao Frei Marcos que leve a nossa gratidão ao Provincial por ter providenciado o nosso pároco, depois do nosso querido Frei Walter, que todos nós guardamos no coração e a Diocese também. Nesses primeiros anos de bispo, ele

não me deu uma mãozinha, não, ele me deu uma mãozona no economato da Diocese. Mas agora essa missão, com os demais freis, isso é bonito também na vida franciscana, aqueles que continuam conosco, o Frei Carlos Guimarães e o Frei Athaylton Jorge Belo, o Frei Tatá, que também estão juntos nesta missão e com todos vocês, porque a missão é de todos nós”, disse o bispo. “Vamos agradecer a Deus pelo dom da missão, sabendo como a Palavra nos recordava, que é a graça de Deus que vai na nossa frente. É ela que nos ajuda. Que Nossa Senhora Aparecida, Frei Vanderley, possa interceder no seu ministério, junto com seus confrades para que também aqui, nesta igreja, a gente possa experimentar aquilo que a gente experimenta quando vai lá em Aparecida. Que essa igreja possa ser

um sinal forte da Senhora Aparecida, não só em Nilópolis mas em toda a Diocese de Nova Iguaçu!”, pediu. Após a homilia, o novo pároco fez, diante de Dom Gilson, a renovação de suas promessas presbiterais e recebeu de suas mãos as chaves da Matriz e do Sacrário, os objetos de uso para o batismo e a estola roxa. Frei Vanderley, então, fez o Juramento de Fidelidade. Na sua fala, o frade explicou que geralmente a Missa de posse é muito festiva. “Estou muito feliz, mas por causa de uns problemas de saúde, eu não consigo demonstrar isso de forma visível. Mas Deus é bom e logo estarei bem”, explicou, dizendo que mesmo assim preferiu não adiar a posse por causa da agenda cheia de D. Gilson. “Eu agradeço a D. Gilson, a quem eu considero um pai. A minha gratidão aos frades da Fraternidade São João Batista e aos paroquianos da Paróquia São João Batista. Minha vocação se deu na Penha, com a proteção de Nossa Senhora da Penha e agora tenho esse presente na casa da Mãe Aparecida. Eu quero me colocar a serviço com minha Fraternidade. Contem sempre com a gente!”, prometeu. D. Gilson, então, entregou a provisão de vigários paroquiais a Frei Tatá e Frei Guimarães. comunicações

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“Rezem por nossa missão em Pato Branco”, pede Frei Evandro Balestrin

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novo pároco da Paróquia São Pedro Apóstolo de Pato Branco, PR, Frei Evandro Balestrin, tomou posse no dia 20 de fevereiro, junto com a nova Fraternidade Franciscana, formada por Frei Gabriel Vargas Dias Alves, guardião e vigário paroquial; Frei Antonio Mazzucco, vigário da casa e vigário paroquial; Frei Neuri Francisco Reinisch, vigário paroquial e animador da Frente da Comunicação; Frei Osvaldo Lino Luiz, vigário paroquial; Frei Jonas Ribeiro da Silva, que está a serviço da evangelização; e Marcelo Tadeu da Silva Cardoso, fazendo o Ano Missionário. A Missa foi presidida pelo bispo diocesano de Palmas e Francisco Beltrão, Dom Edgar Ertl, e concelebrada pelos Frades da Fraternidade e por Frei Olivo Marafon, da Fraternidade de Chopinzinho. A igreja lotou para ver esse momento especial na vida paroquial e franciscana. Na saudação inicial, o celebrante agradeceu o pároco anterior, Frei Alex Ciarnoscki, e lembrou que os franciscanos têm o curso de Teologia em Petrópolis, que vive uma das maiores tragédias por causa das chuvas. O rito de posse começou com a leitura da Provisão, documento de nomeação, e Frei Evandro fez a Profissão de Fé. O bispo também entregou o Evangelho para o novo pároco, uma vez que é o seu dever anunciar a Palavra de Deus a todas as pessoas sem distinção. Depois da homilia, Frei Evandro fez a Renovação das promessas presbiterais e o Juramento de Fidelidade, segundo a fórmula aprovada pela Santa Sé. Frei Evandro convidou o guardião Frei Gabriel para segurar o Evangelho

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e todos os frades desta Fraternidade para ficar do seu lado. “Claro é minha responsabilidade como pároco, mas quero que vocês me ajudem a formar uma fraternidade evangelizadora”, pediu o novo pároco. Depois da comunhão, Frei Evandro leu o Termo de Posse e o assinou, assim como todos os seus confrades de Pato Branco e alguns representantes da Paróquia. Os paroquianos desejaram boas vindas: “Que vocês sejam sinal de Deus inseridos nesta Paróquia. Nossos corações estão abertos para ouvi-los e segui-los”. Frei Evandro agradeceu o bispo por sua presença. “Agradeço de

coração a esta Diocese onde fui ordenado diácono”, disse. “Em nome da Província, agradeço ao Ministro Provincial Frei Paulo Roberto Pereira e o nosso guardião Frei Gabriel. Estamos aqui a serviço desta Igreja. Uma frase que eu levo para minha vida é a do bispo emérito Dom José Balestieri: ‘Eu prefiro errar juntos do que acertar sozinho’”, disse agradecendo também a sua família, “berço de sua vocação”. “Rezem por nós, rezem por nossa missão em Pato Branco”, completou. “Vamos fazer uma experiência de amor e perdão. Vamos nos esforçar, irmãos”, pediu o bispo antes da bênção final.


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Dom Guilherme preside o início dos trabalhos em Curitibanos

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Paróquia Imaculada Conceição, em Curitibanos, SC, acolheu neste domingo, 20 de fevereiro, o seu novo pároco, Frei Carlos Ignacia e a nova Fraternidade Franciscana, formada por: Frei Alan Leal de Mattos, guardião; Frei René Zarpelon, vigário paroquial; e Frei Pedro Caron. A celebração foi presidida pelo bispo diocesano de Lages (SC), Dom Guilherme Antônio Werlang, às 19 h, e teve como concelebrantes, além da Fraternidade, o Definidor Frei Alex Sandro Ciarnoscki, Frei Marcelo Paulo Romani e Pe. Tiago. Na saudação inicial, Dom Guilherme fez a seguinte proposta: “Vamos trocar essa palavra posse para início dos trabalhos. Eu estou acostumando isso na Diocese. Porque eles não vão ser donos. Hoje, com alegria, queremos acolher, receber, os freis que a Província nos envia e agradecer a Deus pelos freis que foram daqui. Vocês eram muito felizes, pois tinham o Roberto Carlos e agora ficaram com o Carlos”, brincou. Após essa saudação, foi feita a leitura da provisão do início de trabalho de Frei Carlos na Paróquia, proferida pelo paroquiano Salésio. “Dom Guilherme, queridos irmãos e irmãs em Cristo, sabendo da responsabilidade dessa missão a mim confiada, eu acolho e aceito esse desafio”, disse Frei Carlos. Também foram entregues as provisões de vigários a Frei René e a Frei Alan. Falando pela Comunidade, o Coordenador do CPP da Paróquia fez a acolhida dos frades. “Oferecemos aos freis o nosso carinho, a nossa amizade, o respeito e nossa disponibilidade para ajudar nesta caminhada”, disse. O bispo entregou o Evangelho

para o novo pároco e disse: “Recebe o Evangelho de Cristo, do qual foste constituído mensageiro, mas antes disso ele deve ser vivido por vocês”, disse o bispo. A profissão de fé foi feita junto com a comunidade. Pela Província da Imaculada, o Definidor Frei Alex agradeceu a D. Guilherme pela acolhida. “Temos uma longa caminhada marcando as terras e a evangelização desta região, mas

ainda temos um longo caminho a percorrer. E queremos, como Fraternidade Franciscana, somar forças à evangelização nesta Diocese e contribuir com a nossa marca franciscana de fraternidade, de acolhimento e, de modo especial, de cuidado com os mais pobres e necessitados. Que

a nossa presença, nesta Diocese, seja na Paróquia da Imaculada seja nos nossos meios de comunicação, possa colaborar para que o Reino de Deus se faça presente já hoje aqui nessas terras”, disse, agradecendo ao “sim” desta Fraternidade e confiando-a aos cuidados dos paroquianos. Frei Carlos lembrou que estavam reunidos nesta celebração graças a pessoas “que há tanto tempo já trabalham também conosco na dimensão da nossa fé”. “Quantos freis, quantas religiosas e religiosos fomentaram a dimensão da fé. Hoje, eu queria dizer, principalmente à Fraternidade São Francisco Solano, que nós pudéssemos ser uma presença franciscana com este povo, que nós pudéssemos continuar essa herança franciscana há tanto tempo cultivada nas nossas famílias, que nossa presença fosse, com vocês, uma presença que ajudasse a fomentar a dimensão da fé. Sabemos que não estamos sozinhos. O povo sempre nos acolhe”, disse, saudando os amigos que vieram de Gaspar para a celebração. “Deus sempre vai despertar lideranças que nos auxiliam neste caminho. Agradeço a presença de cada um de vocês!”, completou. comunicações

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A Paróquia do Rosário tem novo pároco e nova Fraternidade

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omo um só corpo em Cristo, todas as comunidades da Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Vila Velha, ES, estiveram presentes na missa das 19h, neste dia 20 de feveiro, para acolhida do novo pároco Frei Vanderlei da Silva Neves e da nova Fraternidade do Divino Espírito Santo, composta por Frei Vanderlei, Frei José Clemente Müller, Frei Clarêncio Neotti e Frei Adriano Dias do Nascimento. A liturgia, presidida pelo Vigário Geral da Arquidiocese de Vitória, Pe. Jorge Ramos teve início com a leitura de provisão de pároco, feita pelo diácono Carlos, nomeando e acolhendo Frei Vanderlei como novo pároco. Em seguida, Pe. Jorge entregou a provisão nas mãos de Frei Vanderlei e a de vigário a Frei José Clemente. Em sua homilia, o Vigário Geral disse que o cristianismo é a religião da não violência. A pessoa que crê em Deus, não pode concordar com qualquer tipo de violência! Vivemos em uma sociedade violenta e, por vezes, somos tentados a combater violência com violência. “Hoje estamos dando posse ao pároco. Comunidade Paroquial é aquela que se reúne em torno a mesa da Eucaristia. Comunidade que busca viver a paz e a união. O pároco e seus colaboradores são os primeiros a serem os promotores da paz. Se queremos a paz no mundo, primeiro ela deve começar aqui na vida em comunidade. Em cada reunião, em cada conselho. Não sejamos violentos uns com os outros. O Senhor nos convida a sermos bons, porque Ele é bom”, disse. “Sejamos homens e mulheres espirituais. Sejamos uma comuni-

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dade, uma paróquia, onde possamos viver o amor fraterno, a misericórdia e a união”. Terminada a homilia, teve continuidade o rito de posse, quando o novo pároco fez seu juramento de fidelidade, a profissão de fé e a renovação das promessas presbiterais. Em seguida, recebeu os símbolos, sinais do Ministério Presbiteral, os livros de registro dos Sacramentos e da Administração. O pároco recebeu as chaves da igreja. Após a comunhão, foi lida a Ata de Posse e uma paroquiana deu boas vindas em nome das comunidades, reforçando que os freis não estão sozinhos: “Estamos todos juntos para servir”. Em seguida, Frei Clarêncio Neotti agradeceu a todos os presentes por sustentar com apoio e presença essa equipe Franciscana que vai pastorear a Paróquia, a mais antiga do Estado e

uma das mais velhas do Brasil. Depois agradeceu a presença do Pe. Jorge e pediu para que levasse ao bispo que “vamos trabalhar muito bem”. Frei Vanderlei também agradeceu e saudou a todos. “Dentro da nossa espiritualidade franciscana o que nos destaca é a fraternidade. O frade perfeito é a soma de todos os dons e aptidões da fraternidade. E essa é a nossa forma de evangelizar. Se não conseguimos testemunhar a nossa vida comunitária, falhamos no nosso principal testemunho que é a fraternidade. É muito bom ver a Paróquia que ama os freis, quando alguém é amado e quer retribuir esse amor”. Ele também gradeceu ao Frei Djalmo que, muito atencioso e caridoso, explicou tudo sobre o dia a dia da Paróquia e a Frei Paulo César, que fez com que ele permanecesse no seminário: “Isso marca a minha vida, se eu sou frade franciscano é por causa do senhor também”. Em seguida, todos os presentes acolheram a Fraternidade e o Vigário da Arquidiocese com flores e uma calorosa salva de palmas. Pascom da Paróquia Nossa Senhora do Rosário


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Missa de apresentação da nova Fraternidade da Porciúncula

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Paróquia Porciúncula de Sant’Ana, em Niterói/RJ, apresentou no domingo, 13 de fevereiro, sua nova Fraternidade. A Missa de apresentação foi celebrada por Frei Sérgio Pagan e concelebrada por Frei Salésio Hillesheim, pároco; Frei Ivo Müller; e Frei Gustavo Medella, Vigário Provincial. A Celebração contou ainda com a presença de Frei José Luiz, recém-chegado à Porciúncula, e Frei Róger Brunorio, do Convento Santo Antônio, no Largo da Carioca. Frei Alan Leal de Mattos, diácono e em preparação para sua ordenação presbiteral, também participou da Celebração. Durante a missa, também foi celebrado os 50 anos de vida religiosa de Frei Sérgio, completados em janeiro deste ano. No início da Missa, Frei Salésio, pároco e guardião, acolheu todos os presentes e começou as apresentações: “Gostaria de apresentar, antes de tudo, os irmãos que vão compor nossa fraternidade de agora em diante. O primeiro deles, Frei José, não tem

estola, significa que ele não vai rezar missa para nós e conosco. Ele é um religioso, frade, como nós, mas não ordenado padre. Estará nos ajudando nos mais diversos serviços e atividades sociais da Paróquia. Outro frade que vai compor nossa fraternidade será o Frei Ivo Müller, de Petrópolis. Ele também continuará, em algum momento, com o seu serviço como professor em Petrópolis, mas estará se dedicando integralmente à nossa comunidade. Estamos, com muita alegria, acolhendo os nossos irmãos. ”.

A presença do Vigário Provincial Frei Gustavo Medella e de Frei Roger também foi destaque na apresentação do início da Celebração. “Nós temos alguns frades visitantes, Frei Gustavo Medella, que está residindo no Convento Santo Antônio. O Frei Gustavo é uma peça importante da nossa vida como Província. Agradecemos pela presença. Outro frade que está aqui conosco e reside no Convento Santo Antônio, que foi para lá depois que deixou muita saudade por aqui, o Frei Róger. Outro frade que também está aqui hoje é o Frei Alan, finalizando os preparativos para sua ordenação presbiteral, que acontecerá em junho, em Petrópolis. Obrigado a todos pela presença e pela alegria que nos proporcionam”. Durante sua homilia, Frei Sérgio falou sobre as bem-aventuranças, tema do evangelho e a vida religiosa. “Há uns 20 dias, na Basílica de Aparecida, celebrava junto com meus colegas de turma, entre eles, o Bispo de Osasco, Dom João Bosco. Ele dizia algumas palavras que me impressionaram e hoje me dou a liberdade de reproduzi-las: o mais importante na minha vida é ser frade. H, há 50 anos deixei o mundo e jurei os votos. Depois estudei, para me tornar presbítero, mas minha vocação em primeiro lugar, não é presbiteral é ser Religioso Consagrado Franciscano. Aqui foram apresentados alguns frades, que optaram por ser frades, que é o principal para nós. A nossa vocação é ser frade. Agradeço a Deus por ser franciscano, por essa família”. No final da Celebração, Frei Salésio agradeceu a presença de cada pessoa da paróquia. Frei Gustavo Medella convidou os Frades da Porciúncula, da nova Fraternidade que se apresentassem diante da comunidade. Agradeceu a comunidade pela paciência, carinho e generosidade por sempre acolher à missão de evangelizar. Larissa Rodrigues comunicações

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Frei Pedro e Frei Jhones acolhidos em Gaspar

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rei Pedro da Silva tomou posse como pároco da Paróquia São Pedro Apóstolo de Gaspar no dia 6 de fevereiro, durante a Celebração Eucarística, às 8 horas, presidida pelo bispo diocesano de Blumenau, Dom Rafael Bienarski. Nesta Missa também foi acolhido o diácono Frei Jhones Lucas Martins, que será ordenado presbítero no próximo dia 26 de março, em Macatuba (SP). A majestosa igreja de Gaspar lotou para acolher o novo pároco. Frei Aldolino Bankhardt completa a nova Fraternidade de Gaspar. Dom Rafael explicou didaticamente todas as exigências canônicas no rito de tomada de posse, que começou com a leitura do decreto de nomeação do pároco e, na sequência, Frei Pedro fez a Profissão Fé. Antes de proclamar o Evangelho, Frei Pedro recebeu do bispo o Livro dos Evangelhos, uma vez que é seu dever anunciar a Palavra de Deus a

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todas as pessoas, sem distinção. Na continuação do rito, depois da homilia, Dom Rafael entregou as chaves da igreja, a chave do Sacrário, a água do Batismo e a Imagem de Deus, Jesus Crucificado. “Ninguém está excluído da misericórdia e do amor de Deus. Deus crê no homem e perdoa todos os pecados. Frei Pedro, anuncie com amor esse mistério de Deus sobre nós. Acolha a cruz de Cristo”, disse.

O bispo explicou a Frei Pedro que ele terá para com a comunidade deveres e direitos. “Terá os deveres de celebrar os sacramentos, anunciar a Palavra, reunir este povo, conduzir este povo de Deus. Testemunhar o amor de Deus. Você também terá direitos de ser cuidado, de ser alimentado, de ser ajudado para as obras ”, orientou, lembrando que não existe comunidade perfeita e não existe pároco perfeito. A paroquiana Roseli falou em nome da comunidade: “Nós os abraçamos e os recebemos com muito amor. Nos colocamos à disposição da Igreja de Cristo para auxiliar nesta missão. Sejam todos bem-vindos”, homenageou. “’ Foi o Senhor Deus que me deu a vida, me escolheu, me enviou e me conduziu até aqui, neste altar, onde há 56 anos eu partia para o seminário. Na época, com 12 anos, acompanhado do meu falecido pai e do meu irmão gêmo Zeca, nós fomos acolhidos pelo tão venerando e muito saudoso Frei Godofredo. Foi ele quem me orientou e me levou para o Seminário São Francisco de Assis. E, em 1983, quando celebrava a primeira Missa na querida comunidade do Alto Baú, Frei Godofredo, não podendo estar presente, já que residia em Petrópolis, e em vista de sua idade e do seu estado de saúde, fazia chegar até mim esta pequenina lembrança, um marca-página, por ele mesmo confeccionado, muito simples. Agora, já amarelado pelo tempo, mas guardado com muito carinho (emociona-se), no qual ele mesmo desenhara uma espiga de trigo e no verso escreveu os seguintes dizeres: ‘Seja um trigo de Cristo’. Entendi sua mensagem e aqui está delineada a minha grande missão: Ser um trigo de Cristo”, recordou Frei Pedro. “E hoje, diante dos irmãos e do povo de Deus, renovo o meu propósito e peço a graça de Deus de ser fiel até o fim”, disse, agradecendo a todos.


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o dia 26 de janeiro, Frei Nazareno José Lüdtke celebrou 56 anos de vida e seu Jubileu de Prata de vida religiosa. A Missa foi presidida por Frei Djalmo Fuck e concelebrada pelos seus confrades Frei Adriano Dias do Nascimento, Frei Clarêncio Neotti, Frei Paulo Cesar Ferreira e Frei Felipe Carretta. No final da celebração, o Terço dos Homens do Santuário fez uma homenagem ao frade como forma de agradecimento pelo seu trabalho. Após a Missa, os presentes puderam comemorar de forma segura essa data tão importante para ele. Irmão leigo, Frei Nazareno é natural de São Bonifácio (SC), onde nasceu no dia 26 de janeiro de 1966. Vestiu o hábito franciscano em 11 de janeiro de 1996 e fez a profissão solene na Ordem Franciscana em 21 de julho de 2002. Frei Nazareno foi responsável pelo Serviço de Animação Vocacional na Paróquia do Rosário, em Vila Velha (ES) durante seis anos. Neste Capítulo Provincial, Frei Nazareno foi transferido para a Fraternidade Santo Antônio, em Florianópolis.

Frei Nazareno celebra Jubileu de Prata de Vida Religiosa

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ENCERRAMENTO DOS JUBILEUS EM PETRÓPOLIS

Ministro Provincial: “É aqui que passamos a amar com maior intensidade a missão de encher o mundo com o Evangelho”

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Sagrado dos Canarinhos, o Sagrado da Escola São José, o Sagrado da Editora Vozes e de tantas vozes que, corajosa e profeticamente, levantam-se em favor dos mais pobres. Este é o Sagrado”. Com essa lembrança, o Ministro Provincial, Frei Paulo Roberto Pereira, rendeu graças a Deus pelo Jubileu de 125 anos de presença dos Frades Menores Franciscanos em Petrópolis e de 75 anos de criação da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, durante a Celebração Eucarística no dia 9 de fevereiro, às 18 horas.

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A Santa Missa teve como concelebrantes o Vigário Provincial, Frei Gustavo Medella, o guardião e pároco, Frei Jorge Paulo Schiavini, o mestre dos frades do Tempo da Teologia e Definidor Provincial, Frei Marcos Antonio de Andrade e os Vigários Paroquiais, Frei Volney Berkenbrock, Frei Francisco Morás, Frei Ronaldo Fiuza e Frei Almir Guimarães. Frei Alan Leal de Mattos serviu como diácono. Frades, lideranças de movimentos e pastorais e os fiéis da centenária Igreja do Sagrado marcaram presença na celebração que foi transmitida pelas redes sociais da Paróquia e pela Rádio Imperial. O coral dos frades

entoou os cantos da celebração, sob regência de Marco Aurélio Lischt, maestro dos Canarinhos. Desde 9 fevereiro de 2021, a Fraternidade do Sagrado vive o Ano Jubilar, especialmente às primeiras Sexta-feiras do mês, dedicadas à devoção do Sagrado Coração de Jesus. Após a leitura do Evangelho, Frei Paulo disse que faria uma “conversa familiar”. Para ele, homilia tem esse significado. Começou falando sobre o Jubileu de 75 anos da Paróquia e lembrou que, por paróquia, entende-se mais do que uma circunscrição geográfica ou um decreto canônico, mas um espaço da


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experiência vivencial do seguimento de Jesus Cristo: “É a experiência da comunhão, da familiaridade”. Segundo Frei Paulo, Deus tem a sua predileção e nos escolheu e, a partir da Sua decisão, fazemos também a nossa decisão. “Superamos a consanguinidade, experimentamos a afeição, evidenciamos as nossas escolhas e damos um passo além, a ousadia! A ousadia de fazermo-nos irmãos, de experimentar a comunhão com o vermezinho que rasteja no chão e a estrela mais brilhante do firmamento”, frisou. Para ele, esta também é a decisão que mantém a escolha de se atuar em uma paróquia franciscana. “E hoje, jubilosamente, nós celebramos uma história bonita de 75 anos de paróquia. Sempre na perspectiva que o Evangelho nos aponta: ‘O Reino de Deus é como quando alguém espalha semente na terra, vai dormir, acorda noite e dia, a semente vai germinando e crescendo mas não sabe como isso acontece’. Ou então, como São Paulo que afirmou aos Coríntios: ‘Eu plantei, Apolo regou, mas Deus é que deu o crescimento”, citou.

Presença franciscana

“Recordamos 125 anos da presença dos irmãos franciscanos da nossa família franciscana aqui neste lugar. Recordamos 125 e depois 75 anos de uma Paróquia feita franciscana. E o nosso pensamento e sentimento são remetidos a Deus. Nosso louvor, nossa gratidão a Deus. É Ele que dá o crescimento. É Ele que faz germinar, mas cabe-nos a confiança do plantador. Cabe-nos a tenacidade, a determinação daquele que planta e que planta com confiança”, destacou. Segundo o Ministro Provincial, faz-se necessário continuar semeando. “Essa é a nossa tarefa e essa será sempre a nossa missão!”. Fez menção à abertura do Jubileu, em fevereiro de 2021, quando na ocasião, o pároco Frei Jorge proferiu que na tradição bíblica se entende jubileu como um tempo propício de recordar

a misericórdia. “Gratidão, confiança e exercício de misericórdia. Misericórdia exige de nós esvaziamento do coração e de tudo aquilo que nos impede de ver no outro o nosso irmão. Esvaziamento do coração que nos inibe os gestos de solidariedade e de bondade”, revelou. “De coração esvaziado, aqui na igreja dedicada ao Sagrado Coração de Jesus, repetimos hoje o que o nosso povo, com muita simplicidade, sempre reza: ‘Fazei o nosso coração semelhante ao vosso’”. Para Frei Paulo, recordar a história da Editora Vozes, dos Canarinhos, de personalidades importantes “nos faz gratos”. “Faz a gente olhar para trás com muita gratidão e ver quanta coisa boa Deus nos proporcionou. Mas esse olhar retrospectivo deverá ser complementado com o olhar que nos projeta para o futuro”, exortou. Segundo Frei Paulo, o Sagrado é a busca constante que dá sentido ao levantar, ao trabalhar, ao sofrer, ao se alegrar. “Nós, congregados a partir do desejo do Sagrado, nascemos, crescemos nos multiplicamos e plenamente

realizamos a nossa existência em Deus. Que a Paróquia do Sagrado seja sinal desta busca e desta possibilidade realizável neste tempo e neste lugar”, refletiu.

O Sagrado da Consagração

O Sagrado é o espaço da decisão pelo apostolado. “Aqui é onde nós, os frades, despertamos para o desejo apostólico, missionário. O Sagrado é a experiência de iniciação apostólica, aqui passamos a amar com maior intensidade a missão de encher o mundo com o Evangelho de Cristo. Por isso, aos confrades que aqui moram, sobretudo os mais jovens, amem este chão e a partir daqui se lancem em missão”, pediu. Lembrou que a igreja do Sagrado é o “Sagrado da consagração”. “Quantas celebrações de Profissão Solene aqui neste chão. Ao nos recordarem os 75 anos da Paróquia e os 125 anos de presença franciscana, cada um de nós, frades que está aqui e que já se deitou neste chão, pode renovar o seu compromisso de consagrar-se inteiramente comunicações

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a serviço de Deus, do Evangelho. É importante que a gente aproveite esta ocasião para sentirmo-nos de novo, todos nós, dispostos a oferecermo-nos em sacrifício. Oferecer a nossa vida, os nossos desejos. Que a gente renove esse compromisso sempre”, pediu o Ministro Provincial. E concluiu: “O Sagrado dos Canarinhos, o Sagrado da Escola São José, o Sagrado da Editora Vozes e de tantas vozes que, corajosamente e profeticamente, levantam-se em favor dos mais pobres. Este é o Sagrado. É a busca do Sagrado que nos coloca em defesa da vida do irmão e do anúncio corajoso do Evangelho. É o Sagrado do pão de Santo Antônio. É o Sagrado da fome zero. Do envolvimento de tanta gente na solidariedade e no socorro da assistência necessária e urgente. O Sagrado também do encontro com o perdão nas tantas confissões celebradas, o Sagrado no acolhimento das dores daqueles que vêm recordar seus parentes falecidos. É o Sagrado da consolação, o Sagrado que enche de sentido a nossa vida frágil, debilitada, mas que também enche de sentido e nos torna alegres e jubilosos porque ousamos mais, e de Deus, nunca nos comunicações FEVEREIRO 2022

faltará, toda a graça, e toda bênção!”. Após a homilia, a Celebração teve continuidade com a liturgia eucarística. Depois da comunhão, o Coral entoou o canto “Grande e poderoso e bom Senhor’” de Frei Pedro Sinzig.

Agradecimentos

Frei Paulo lembrou que o último Capítulo Provincial, celebrado no final do ano passado, apontou a preocupação de revigorar a presença fran-

ciscana e também de insistir no apelo vocacional. “Em cada fraternidade uma nova vocação deverá surgir”, disse. Na sequência lembrou de três gerações de frades petropolitanos que se fizeram presentes na celebração: Frei Almir, Frei Gustavo e Frei Alan. O Vigário Provincial, tomando a palavra, destacou dois aspectos. Começou fazendo memória dos inúmeros frades vivos e falecidos que são naturais da Cidade Imperial e depois, na


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qualidade de secretário para a Evangelização da Província da Imaculada, destacou que há 125 anos os frades foram avançados na compreensão do que significa evangelizar. “Se hoje o Papa Francisco fala de uma Igreja em saída, nossos frades já tinham essa disposição. Primeiro de virem de tão longe, atravessando o oceano, para trabalhar aqui num país desconhecido. E o quanto eles tinham o coração próximo de Deus e os olhos

atentos a realidade. E é por isso que a presença franciscana se desdobrou em tantas obras e benfeitorias que hoje nós vemos em toda Petrópolis e que levam Petrópolis para o Brasil e para o mundo. Editora Vozes, Canarinhos, Escola Gratuita São José, a vinda das Irmãs de Santa Catarina, o Terra Santa, o Instituto Teológico Franciscano… um diálogo aberto com o mundo da educação, da arte, cultura. O Trono de Fátima e muitas outras obras que foram

citadas aqui e lembradas. Uma visão avançada e atual de evangelização que compreende a vida por inteiro e acontece nos templos, no atendimento, nos sacramentos e no serviço prestado lá onde ele se faz necessário”, rememorou. “Que o Senhor nos permita, enquanto frades franciscanos, continuadores desta história, junto com todos os paroquianos e o povo de Deus que faz parte desta caminhada, seguirmos com esse compromisso evangelizador e com esse olhar que consegue enxergar para além e atender os apelos da realidade”, pediu. Por fim, o guardião e pároco, sem citar nomes, agradeceu a todos que de alguma forma contribuíram para a realização do Ano Jubilar. Aproveitou a ocasião para apresentar os novos frades da Fraternidade do Sagrado, que foram acolhidos com uma salva de palmas. Na sequência pediu para o Ministro Provincial abençoar o bolo que, no final da celebração, foi distribuído ao povo. A bênção final encerrou a solene celebração e também as comemorações do Ano Jubilar na Fraternidade do Sagrado! Frei Augusto Luiz Gabriel comunicações

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Paróquia do Pari celebra 108 anos na Festa da Apresentação do Senhor

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Paróquia Santo Antônio do Pari celebrou, no dia 2 de fevereiro, 108 anos de sua criação. A Santa Missa na Festa da Apresentação do Senhor e no dia da Vida Consagrada, teve como presidente o pároco Frei Wilson Batista Simão e como concelebrante Frei Anacleto Gapski. O povo foi convidado a entrar em procissão na igreja com a vela abençoada e acesa. “A vela que levamos em nossas mãos lembra a vela do nosso batismo”, disse o celebrante, citando o piedoso ancião Simeão, que profetiza o papel messiânico de Jesus, atribuindo-Lhe os títulos “luz das nações” e “glória de Israel”. Essa referência à luz fez surgir na Igreja o costume de benzer as velas. “É o Cristo que ilumina todas as trevas, toda a escuridão do nosso coração. É a esperança da libertação de Israel na profecia de Ana. Por esta razão, abençoar as velas é símbolo

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do compromisso de sempre andar na luz. Com essas mesmas velas que abençoamos no início desta Celebração Eucarística, amanhã iremos pedir a proteção, a intercessão de São Brás, protetor contra os males da garganta. E pedimos também no dia de hoje a luz do Espírito Santo, como fez Simeão e Ana e tantos outros profetas”, lembrou o celebrante. “Na festa de hoje queremos também olhar com gratidão para a caminhada de nossa Paróquia, que celebra 108 anos de história. Foi o primeiro pároco, Frei José Rolim, que veio de Portugal por causa da guerra, que trouxe a devoção de Santo Antônio para este bairro. Segundo os anais da história, na carência de igreja ou capela apropriada, Frei José alugou uma sala de um sobrado, que hoje faz esquina da rua Miller com a rua Maria Marcolina”, recordou Frei Wilson. “Ele foi um frade muito dedicado, incansável, apaixonado por Santo Antônio, que chamou a atenção do

conhecido Arthur Vautier, dono de grandes terrenos no nosso bairro do Pari. Vendo a dedicação e o empenho deste frade, ele doou um terreno para a construção da igreja do Pari. E Frei Rolim começou a construção da Paróquia”, explicou o pároco. A partir desse momento foi lançada a semente que gerou muitos frutos em mais de 100 anos. “O bairro passou por grandes mudanças neste centenário, mas a igreja do Pari continua sendo o referencial deste lugar”, observou. “Em 2014, no dia 2 de fevereiro, acolhemos a Comunidade Boliviana, onde introduzimos a imagem de Nossa Senhora Copacabana em um dos altares laterais. Vamos pedir a intercessão de Maria, para que ela interceda a Deus por esta comunidade e por cada um de nós que celebramos e vivenciamos a Boa Nova do Reino de Deus. Jesus manso e humilde de coração, fazei o nosso coração semelhante ao Vosso!”, pediu.


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Guardião do Convento da Penha recebe título de “Cidadão Espírito-Santense”

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rei Djalmo Fuck é oficialmente um “Cidadão Espírito-Santense”. Embora tenha nascido na cidade de Angelina, Santa Catarina, o coração do frade é capixaba! O Guardião e Reitor do Convento da Penha recebeu no dia 10 de janeiro, após a Missa das 19h, no Santuário Divino Espírito Santo, no Centro de Vila Velha, o título de “Cidadão Espírito-Santense”. A indicação e entrega da homenagem foi feita pelo deputado estadual Doutor Hércules Silveira, um devoto de Nossa Senhora que sempre acompanha o trabalho desenvolvido pelos Franciscanos em Vila Velha. O médico e deputado explicou que a condecoração é mais que merecida e que foi oferecida ao frade não só pelo empenho de Frei Djalmo à frente da Paróquia do Rosário, por mais de 6 anos, mas também pelo carinho que o catarinense tem pelo Estado que o abraçou. O deputado estadual ainda falou

que a homenagem também é uma gratidão a Deus pela nova missão do novo Guardião do Convento. Frei Djalmo Fuck agradeceu pela homenagem e afirmou que se sente espírito-santense de forma incondicional. “Eu, de alma já era cidadão capixaba, agora oficialmente com essa condecoração me torno um cidadão do Espírito Santo e fico muito feliz com essa homenagem do Doutor Hércules e da Assembleia Legislativa, porque é o reconhecimento de um trabalho que a gente fez e é uma forma da gente retribuir também com o Estado, devolvendo o que ele nos deu em termos de acolhida desde quando cheguei ao Espírito Santo em 2016”, disse. O Guardião da Penha ainda disse que se sente privilegiado, enquanto frade, por receber uma homenagem que é também para a fraternidade, já que a vida religiosa franciscana exige viver em fraternidade. “Me sinto um

frade privilegiado porque é um título do reconhecimento do trabalho não só do Frei Djalmo mas da fraternidade. Esse título é um reconhecimento da fraternidade franciscana e tudo aquilo que ela faz em prol da Paróquia do Rosário e do Convento da Penha”, finalizou.

Dom Lauro toma posse na Diocese de Colatina Dom Lauro Sérgio Versiani Barbosa tomou posse como o quarto bispo da Diocese de Colatina no dia 2 de fevereiro, em Missa realizada na Catedral do Sagrado Coração de Jesus, em Colatina. A Diocese de Colatina estava vacante desde janeiro de 2021, quando Dom Joaquim Wladimir Lopes Dias foi transferido para a Diocese de Lorena (SP). No início da Missa, foi apresentado o decreto (Bula Papal) enviado pelo Papa. Logo em seguida, Dom Lauro recebeu o báculo, sinal de serviço, das mãos de Dom Dario e Dom Francisco Barroso Filho, bispo emérito de Oliveira, Minas GeraDs. Eles também conduziram o novo bispo ao assento na Cátedra.

Após a Liturgia da Palavra e Liturgia Eucarística, um dos momentos mais marcantes, ocorreu quando Dom Lauro foi ao chão para beijar os pés do indígena Antônio Carlos, da Aldeia de Aracruz. “Nós queremos ser a Igreja sempre mais fiel ao Evangelho de Jesus. Uma Igreja pobre nos seus meios e para os pobres. E se há alguém com quem nós temos uma grande dívida, são os povos indígenas. Então, querido irmão Antônio Carlos, eu gostaria que você recebesse esse gesto, dirigido a todos os povos originários e a todos os sofridos. Somos chamados a lavar os pés uns dos outros, sermos servidores uns dos outros”, disse D. Lauro.

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Xaxim celebra o 10º aniversário da Festa de Frei Bruno Linden

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Paróquia São Luiz Gonzaga celebrou, neste domingo (20/02), a 10ª Festa de Frei Bruno Linden. Com início às 10h, a celebração foi presidida por Frei Jacir Zolet e concelebrada por Frei Alan Maia e Frei Gilson Kammer. As Comunidade de Ervalzinho São José, bairro Frei Bruno e Centro foram as responsáveis pela liturgia e cantos. As festividades tiveram início na sexta-feira (11/02) com a novena de Frei Bruno. Todos os dias, às 19h, na igreja Matriz, uma Comunidade era responsável pela liturgia e cantos. Neste ano, estiveram presentes para

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celebrar com o povo de Deus a novena, os Frades que já trabalharam na Paróquia: Frei Rubens Luiz de Carvalho, Frei Alex Sandro Ciarnoski, Frei Moacir Longo e Frei Antonio Mazzucco aceitaram o convite da comissão organizadora para participar da novena e estiveram presentes para celebrar com os fiéis devotos de Frei Bruno Linden. A 10ª Festa teve como tema geral, “Frei Bruno: Servo de Deus, missionário do povo, unindo gerações pela fé”. Neste domingo, unidos na fé e pedindo pela beatificação de Frei Bruno, a Paróquia São Luiz Gonzaga encerrou as festividades na igreja Matriz. O início da Santa Missa foi marcado pelo breve histórico de Frei Bruno lido pelas comentaristas Gladir Pagani e Gelci Brancaglione. Na procissão de entrada, junto com os Freis e Ministros, o banner de Frei Bruno e as crianças com placas onde tinham escritas as

virtudes de Frei Bruno Linden. Frei Jacir iniciou a celebração saudando a todos que estavam na igreja, acompanhavam pelo Facebook e Youtube da Paróquia e pela rádio local. Em seguida, abençoou o povo de Deus, seguindo o modelo de Frei Bruno Linden. Durante o ato penitencial, uma cruz com palavras foi apresentada em frente ao altar. A cruz caída, representa o perdão, e nela os nomes do que precisamos perdoar como: ódio, as notícias falsas, injustiça, preconceito, desigualdade social. Frei Alan Maia proclamou o evangelho do dia. Frei Gilson Kammer iniciou sua reflexão exaltando a liturgia do 7ª Domingo do Tempo Comum. “Estimados irmãos e irmãs que celebram com a gente nos meios de comunicação e aqui na igreja. A liturgia da palavra do 7ª Domingo do Tempo Comum e também da 10ª Festa da Paróquia, celebrando nosso saudoso Frei

Bruno, fala sobre os mandamentos que Deus nos dá, de amar uns aos outros. Por vezes parece muito utópico, parece que Cristo está sonhando de mais, quando Ele diz para a gente perdoar as pessoas. Quando Ele pede para a gente oferecer o outro lado da face, quando alguém nos bate. E assim por diante”, disse o pároco. No entanto, o frade destacou que muitas vezes não conseguimos fazer o que Cristo no pede. “Quem de nós consegue amar um inimigo! Quando a gente não vai com a cara de alguém fica difícil até para olhar, imagina a gente amar. Quando o Santo não bate, conforme a gente costuma dizer, tudo se torna mais difícil, e Ele nos pede para a gente amar. Amar as pessoas que nos amam e que retribuem tudo aquilo que a gente pode oferecer se torna muito mais fácil, o próprio Cristo diz. Quando rezamos o Pai-nosso pedimos para Deus nos perdoar do mesmo jeito que nós perdoamos aos nossos irmãos. Esta é a medida”, afirmou o Sacerdote. Para Frei Gilson, Frei Bruno representa esse ser espiritual que está entre nós, essa pessoa Santa. “Hoje podemos olhar para Frei Bruno como alguém que está intercedendo por nós e por nossas famílias. Vamos pedir também para que ele possa olhar por nossas Comunidades e por nossa Paróquia. Que nós possamos olhar para a imagem de Frei Bruno pedindo sua beatificação, e que ele possa fortalecer cada vez mais o nosso coração e a nossa caminhada”. No final da celebração o agradecimento a todos que contribuíram para a 10ª Festa de Frei Bruno. As comentaristas relembraram os Freis que estiveram presentes durante a novena, as comunidades que participaram durante esses 10 dias, as lideranças, pastorais, as doações e a todos que de alguma forma contribuíram para esses dias festivos. Camila Mendo PASCOM DA PARÓQUIA SÃO LUIZ GONZAGA

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Conjunto arquitetônico e paisagístico do Convento da Penha vai receber obras de manutenção

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m dos mais simbólicos monumentos capixabas, o conjunto arquitetônico e paisagístico formado pelo Outeiro, Convento e Igreja de Nossa Senhora da Penha, vai passar por uma série de obras de manutenção. Situado em Vila Velha, Espírito Santo, o complexo consiste em um dos mais reconhecidos pontos turísticos do Estado, além de ser um dos primeiros santuários do Brasil. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) investe R$ 400 mil nas obras, recurso proveniente

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de emenda parlamentar. Ponto de interesse histórico e devoção religiosa, o monumento atrai mais de três milhões de visitantes por ano. Para garantir a integridade física desse bem cultural, assim como a preservação de seus elementos arquite-

tônicos, os serviços de manutenção se desdobram em distintas frentes. Uma delas contempla as recuperações do forro, do piso e dos sinos da capela, além de pintura interna. Devido às obras, será necessário suspender a visitação à Capela nos meses de fevereiro e março. A suspensão passou a valer desde o dia 1º de fevereiro. Com seu esplendor recomposto, a Capela reabrirá em abril, quando vai integrar as celebrações da Festa da Penha 2022, a terceira maior festa mariana do Brasil, de grande importância para visitantes e moradores que frequentam o monumento.


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Outras melhorias são o projeto de instalações elétricas e o projeto de Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas (SPDA), bem como a atualização do levantamento arquitetônico. Além disso, também serão realizados trabalhos de manutenção corretiva e preventiva do sistema elétrico e automação da iluminação cênica. Duas áreas específicas foram selecionadas para a prospecção arqueológica: a Ladeira da Penitência (também chamada de Ladeira das Sete Voltas) e gruta do Frei Pedro Palácios; e o dormitório dos visitantes, popularmente conhecido como senzala. Conduzida por equipe multidisciplinar, a pesquisa envolve levantamento dos dados documentais, produção de cartilha educacional, levantamento prospectivo e atividade de socialização do conhecimento. A previsão é que o bem cultural seja entregue em abril à população local e turistas, com serviços de manutenção totalmente concluídos. Frei Djalmo Fuck, Guardião e Reitor do Convento, explica que com o tempo as madeiras e pinturas das estruturas do Santuário foram comprometidas por pragas, como os cupins, por isso, as obras de recuperação do piso e do forro da Capela são muito necessárias e têm o objetivo de preservar e conservar o local para as gerações futuras. Além da ação do tempo e de pragas, o fluxo de pessoas também causa o desgaste das peças. “A ideia é que em exatos dois meses (fevereiro e março), as obras sejam completamente concluídas, para que na Festa da Penha

tem causado prejuízo nas tempestades, e também queremos fazer a manutenção de toda a iluminação cênica do Convento”, finalizou.

em abril, todos possam contemplar as maravilhas de nosso Convento. No entanto, será preciso cultivar um pouco de paciência e calma, com os transtornos normais de uma obra, porque sabemos que é para uma boa causa”, comentou Frei Djalmo. O Guardião do Convento não descarta a possibilidade de que algumas celebrações possam ser celebradas novamente no interior da Capela, após a conclusão das obras. “A gente espera que em abril, inclusive na Festa da Penha, passemos a celebrar as Missas dentro da Capela, especialmente as celebrações com menor número de fiéis”. Por fim, o Guardião da Penha já adianta o desejo de outras intervenções para melhoria no Convento. “Sonho ainda com a restauração da sacristia do Convento e dos quartos onde os freis moram. Sonho que se tornará realidade em breve, Deus queira. Além do mais, o Convento será pintado por inteiro para a Festa da Penha, com ajuda de nossos benfeitores. Estamos fazendo ainda nosso novo sistema de para-raios, que já é ultrapassado e que

O complexo arquitetônico e paisagístico da Penha

O IPHAN, autarquia federal vinculada à Secretaria Especial da Cultura e ao Ministério do Turismo, tombou o conjunto em 1943, com a inscrição em dois Livros do Tombo do Instituto: o das Belas Artes e o Histórico. Trata-se de um conjunto arquitetônico e paisagístico formado por igreja, convento e penhasco em cima do outeiro, junto à Baía de Vitória. Constitui uma das principais referências visuais para a população. Isso é viabilizado pela posição estratégica do santuário, situado sob uma montanha de 154 metros de altura e com vasta vegetação. A história do bem cultural começa com a chegada do Frei Pedro Palácios à Capitania do Espírito Santo, em 1558. Na viagem, o religioso levou consigo o painel de Nossa Senhora das Alegrias, que permanece no local. No ano de 1562, ele construiu a Capela de São Francisco no lugar conhecido por “Campinho”. Já em 1650 foi aprovada a fundação do Convento da Penha, a partir de projeto do Padre Custódio Frei Sebastião do Espírito Santo. Data de dois anos mais tarde a construção da Casa dos Romeiros, edifício localizado em nível abaixo do templo, onde hoje se encontra a Sala dos Milagres e o Museu do Convento. Cristian Oliveira ASSESSOR DE IMPRENSA DO CONVENTO

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Frei Moacir Longo celebra Jubileu de Ouro de Vida Religiosa

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Comunidade Fernando Machado, da Paróquia Patrocínio São José de Coronel Freitas (SC), testemunhou durante a Santa Missa, às 19 horas, do dia 29 de janeiro, a celebração do Jubileu de Ouro de Vida Religiosa de Frei Moacir Antonio Longo, que renovou os votos diante da Comunidade e do Definidor da Província, Frei Robson Luiz Scudela. Frei Moacir nasceu no dia 13 de novembro de 1948 na Comunidade de Pinheiro Preto, interior de Concórdia (SC). Seus pais, Zeferino José Longo e Maria Adwig Polo Longo, conhecida pelo nome de D. Luiza, tiveram 9 filhos, sendo Frei Moacir o quarto entre eles. Aos 13 anos entrou para o Seminário de Luzerna, passando depois pelos Seminários de Rio Negro (PR) e Agudos (SP). Após um ano no Noviciado, no dia 20 de janeiro de 1972, 50 anos atrás, fez os primeiros votos na Ordem dos Frades Menores. Sua profissão solene se deu no dia 4 de outubro de 1975. No dia 18 de dezembro de 1976 foi ordenado presbítero em Concórdia. Como frade, exerceu sua missão em Porto União, Xaxim, Curitibanos, Ituporanga, Mangueirinha, Rodeio e Coronel Freitas, onde reside atualmente. São mais de 40 anos no serviço de pároco em várias Paróquias da Província da Imaculada Conceição. Na acolhida, o comentarista definiu bem este momento: “Para celebrar o Jubileu de Ouro de Vida Religiosa de Frei Moacir nos reunimos para louvar a Deus. Louvá-Lo porque

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sua graça encontrou terreno fértil para frutificar na vida do jubilando. Louvá-Lo pelo testemunho que é para todos nós motivo de Ação de Graças pela vocação assumida. Louvá-Lo porque, no mundo materializado em que vivemos, Deus continua despertando pessoas que assumem a renúncia, a pobreza evangélica e o serviço fraterno”. “Frei Moacir, hoje a Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil celebra com o senhor este jubileu. Esse momento não se resume a uma contagem de dias e anos, mas celebra todo o mistério de Deus ma-

nifestado através de sua vida e de sua consagração”, disse Frei Robson. “Para nós, homens e mulheres de fé, este momento manifesta o sinal do amor de Deus, que continua fiel à promessa de permanecer com o seu povo, concedendo-lhe pastores que o leve constantemente à experiência de viver próximo do próprio Deus e uns dos outros”, acrescentou o Definidor, informando que trazia os cumprimentos de nosso Ministro Provincial, Frei Paulo Roberto Pereira, que “pediu que lhe transmitisse o agradecimento


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de todos os frades por lhe termos como irmão”, acrescentou Frei Robson. “Sua vida torna-se testemunho para todos nós. Ao olharmos para ela e para todo o seu empenho, somos levados a reconhecer entre nós um irmão que não mede esforços para levar a bom termo a missão que lhe é confiada. Que Deus lhe conceda muitos anos de vida, pois a boa vontade para continuar ouvindo a voz de Deus e cumprir a missão que Ele lhe confia, o senhor tem em abundância. Mas, como nos ensinou o Pai Francisco ao dizer ‘irmãos, comecemos, pois até agora pouco ou nada fizemos’, convido o senhor, Frei Moacir, que, de joelhos, diante desta comunidade, renove os seus votos”, pediu Frei Robson. Na sua renovação dos votos, Frei Moacir prometeu: “Com toda a devoção que possuo, renovo meus votos, com novo fervor e prometo a Deus todo-poderoso e à bem-aventurada sempre Virgem Maria, a nosso Pai São Francisco, a todos os Santos, observar, por todo o tempo de minha vida, a Regra dos Frades Menores, vivendo em obediência, sem nada de próprio e em castidade. E porque sei que sou fraco, vos peço Bom Jesus, a Vós que me concedestes a vocação, me alcanceis também a graça de vivê-la até o fim, quando convosco espero chegar ao Jubileu sempiterno, para então louvar e amar o meu Senhor por toda a eternidade”. Frei Moacir tomou a leitura do Apóstolo Paulo: Se eu tivesse o dom da profecia, se conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, se tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, mas se não tivesse caridade, eu não seria nada. Se eu gastasse todos os meus bens para sustento dos pobres, se entregasse o meu corpo às chamas, mas não tivesse caridade, isso de nada me serviria, como exemplo para sua vida: “Se não tiver amor a Deus e ao próximo, tudo perde sentido. Hoje, faço meu agradecimento por esses anos e pelos anos que eu possa ter pela frente a serviço da Igreja dentro da Família Franciscana que a gente pertence segundo o carisma do nosso fundador São Francisco de Assis”. “Que Deus me dê a graça de continuar firme na fé e não perder a esperança de viver aquele amor profundo a Deus e aos irmãos por todos os dias da vida”, pediu o jubilando. comunicações

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ORDENAÇÃO PRESBITERAL: 10 ANOS

Frei Diego: “Até hoje me sinto tão pequeno, tão indigno diante desse ministério”

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o dia 11 de fevereiro de 2012, o ginásio de esportes do Colégio Santa Rosa, em Lages (SC), ganhou um altar no centro da quadra, com o Crucifixo no alto e a imagem de São Francisco do lado direito, para receber o ‘sim’ de Frei Diego Atalino de Melo à vida presbiteral Dez anos depois, como reitor do Santuário Frei Galvão, Frei Diego rendeu graças a Deus por esta data durante a Celebração Eucarística, às 15 horas, no Santuário de Guaratinguetá. Com ele, concelebraram o Arcebispo de Aparecida (SP), Dom Orlando Brandes; o Vigário Provincial, Frei Gustavo Medella; o capelão da Aeronáutica, Pe. Edson Odaguiri; Frei Leandro Costa Santos, Frei Roberto Ishara, seus confrades na Fraternidade; Frei Jeferson Palandi Broca, natural de Guaratinguetá e hoje residindo no Seminário Frei Galvão; Frei Guilherme Plotegher e Frei Vinícius de Oliveira. Frei Medella, que é colega de sua turma de seminário, fez a homilia e destacou o trabalhador que desde a infância, quando ainda de calça curta vendia pelas ruas de Lages os salgados que sua mãe, a Dona Rose, preparava, e resolveu empenhar-se por inteiro para ser operário da vinha do Senhor: “Desde pequeno, Frei Diego, você aprendeu que seguir a Jesus Cristo é se colocar a serviço dos pequenos e frágeis, como sua mãe lhe ensinou a partir daquele abraço que você recebeu, ainda criança, do vizinho da sua família, um jovem com deficiência física e mental. Ali era Jesus que estava lhe chamando, apresentando-se a você a fim de que

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você pudesse apresentá-Lo pelo seu testemunho, pela sua consagração, pelo seu ministério presbiteral”. Na sua fala, Dom Orlando rendeu graças a Deus por esta data. “Louvado sejas, meu Senhor, por esses 10 anos de Frei Diego e que nós possamos ser anunciadores, promotores de vocações masculinas, femininas, que é um grande presente que vamos dar a Jesus sacerdote nesses 10 anos do Frei Diego. E louvado sejas, meu Senhor, porque Frei Diego foi transferido aqui para este Santuário junto com seus colegas.

E este Santuário está caminhando bastante, claro, com a ajuda de todos vocês”, celebrou. “Eu fico com o coração repleto, vocês sabem que eu sou ‘manteiga’, não é?, de alegria e de emoção. Em primeiro lugar porque é Deus quem conduz a gente. Quando senti a estola pesando, quando senti o peso também, senti muito mais forte a mão de Deus me conduzindo. Até hoje sinto um frio na barriga, me sinto tão pequeno, tão indigno diante desse ministério, diante dessa vocação para qual Deus me chamou. E essa certeza de que não é uma escolha minha, mas é um chamado de Deus, é o que me sustenta a cada dia”, revelou o celebrante. Frei Diego não poupou agradecimentos a D. Orlando, à sua Fraternidade, ao Vigário Provincial, à Comunidade do Santuário, aos benfeitores : “Eu aprendi que o padre existe para o povo, ainda mais um padre franciscano. Um frei que é padre, sem o povo, não é completo”.


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Educação:

A que se destina e em que sentido nos interpela? Introdução

A respeito do termo educação, cada um de nós já traz consigo um conjunto memorável de aprendizados, de questões, de saberes, de práticas e de experiências desenvolvidas. Todavia, a que se destina e em que sentido a missão da educação nos interpela? Asseguram alguns historiadores1 que a educação não foi inventada pelos gregos. A educação é contemporânea ao aparecimento das primeiras experiências humanas individuais e da vida em grupo. É contemporânea ao desenvolvimento da linguagem, das atividades laborais, da arte, da religiosidade, entre outras práticas humanas. Por ser inerente à formação e aos aprendizados de cada ser humano, a educação veio se delineando, ao longo da história, numa expressiva variedade de pressupostos teóricos, de delineamentos metodológicos, de tensões, de conflitos, de ideologias, de erros e acertos, de descobertas e avanços. “A Ordem dos Frades Menores, por sua parte, quase desde suas origens, reconheceu que sua vocação essencialmente evangelizadora exigia dela ocupar-se também da tarefa educativa. Atividade que se concretizou, de uma maneira muito especial, nas Universidades e, depois, nas chamadas terras de missão.”2. E, neste atual momento de 2022, para quais escolhas e práticas a educação nos mobiliza a empreender?

A Educação como tema privilegiado por três Campanhas da Fraternidade

Desde meados da década de 60 (séc. XX), a educação esteve já por duas vezes (1982 e 1998) entre os temas contemplados pela CNBB à promoção da Campanha da Fraternidade. À luz do comunicações

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lema “A verdade vos libertará”, a Campanha da Fraternidade de 1982 tinha como principal objetivo mobilizar a Igreja e a sociedade a criar condições para a prática de uma educação libertadora, a serviço da construção de uma sociedade fraterna. Inspirada no lema “A serviço da vida e da esperança”, a Campanha da Fraternidade de 1998 visava disseminar a educação como caminho à realização humana, à vivência em comunidade, ao exercício da cidadania e à promoção de ações para a erradicação do analfabetismo no Brasil. Em 2022, a Campanha da Fraternidade privilegia pela terceira vez a temática da Educação com o lema “Fala com sabedoria, ensina com amor.” (Pr 31,26). Alguns excertos do texto-base3 dessa atual Campanha nos auxiliam a identificar aspectos não só basilares da educação em si, mas também apelos da Igreja enquanto missão a realizar: 1 “A realidade da educação nos interpela e exige profunda conversão de todos. Verdadeira mudança de mentalidade, reorientação da vida, revisão das atitudes e busca de um caminho que promova o desenvolvimento pessoal integral, a formação para vida fraterna e para a cidadania.” (CF-2022, Texto-Base, n. 5). 2 “A educação é um indispensável serviço à vida. Ela nos ajuda a crescer na vivência do amor, do cuidado e da fraternidade.” (CF-2022, Texto-Base, n. 6). 3 “Educação não é condicionamento ou adestramento. É conduzir e acompanhar a pessoa para sair do não saber, rumo à consciência de si mesma e do mundo em que vive. É tornar a pessoa consciente, para que se torne sempre mais sujeito de seus sentimentos, pensamentos e ações.” (CF-2022, Texto-Base, n. 22). 4 “Educar, antes de dar lições, é aprender com as lições cotidianas e com as crises.” (CF-2022, Texto-Base, n. 34). 5 “O projeto de vida de sociedade pode colocar em seu núcleo central a pessoa humana, a cooperação e a superação das desigualdades. Dessa forma, o projeto de vida não é algo que se revela somente no exercício de autoconhecimento, mas também na relação com o outro, com as demandas da sociedade, sempre em espírito de fraternidade e serviço.” (CF-2022, Texto-Base, n. 38). 6 “Educar é humanizar. A educação é um ato de amor e esperança no ser humano.” (CF-2022, Texto-Base, n. 69). 7 “A educação, precisamente porque tem por objetivo tornar a pessoa mais humana, só pode realizar-se autenticamente em um contexto relacional e comunitário.” (CF-2022, Texto-Base, n. 167). 8 “Toda proposta educativa tem subjacente uma concepção do ser humano, da cultura, da sociedade e da história. [...] A educação que parte de uma antropologia cristã também considera o fim último da pessoa: conhecer e amar a Deus no tempo e na eternidade, e os irmãos comunicações FEVEREIRO 2022

e irmãs por meio da fraternidade. A educação não é só integral no sentido temporal, mas eterno. (CF-2022, Texto-Base, n. 169). 9 “Educar para o humanismo solidário implica, também, trabalhar por uma verdadeira inclusão, considerando o que é próprio de cada cultura e de cada contexto, sempre com o olhar cuidadoso para as gerações futuras.” (CF-2022, Texto-Base, n. 177). 10 “Educar com sabedoria e amor é estimular o cuidado pela vida, desde a concepção, passando pelo fim natural, até a eternidade.” (CF-2022, Texto-Base, n. 221). 11 “A humanização de uma sociedade passa também pelo modo de lidar com a fragilidade, a morte e o luto. [...] Olhar a educação à luz da fragilidade e da morte tão próxima significa perguntar o que é que estamos fazendo com a vida, a morte e o luto.” (CF-2022, Texto-Base, n. 248). 12 “Não há dúvidas de que a qualidade da educação depende da participação de todos os atores envolvidos em um clima de apoio e solidariedade.” (CF-2022, Texto-Base, n. 268). A educação é, segundo estes 12 excertos, uma constante necessidade do ser humano em qualquer momento, etapa de sua efêmera, mas sagrada existência. A educação é uma atividade humana sumamente complexa, repleta de pressupostos, de personagens interdependentes e também de riscos. Um desses riscos consiste na tendência do ser humano de se eximir de escutar devidamente o seu semelhante. “[...] estamos a perder a capacidade de ouvir a pessoa que temos à nossa frente, tanto na teia normal das relações cotidianas como nos debates sobre os assuntos mais importantes da convivência civil.”4.

A Missão de educar para a Fraternidade e o Humanismo Solidário

Cada etapa da história da educação está articulada ao nosso presente e, por isso, ajuda-nos a refletir sobre as mais diversas questões e problemáticas do tempo presente. Não obstante acontecimentos tais como a tragédia que abalou Petrópolis (RJ) ao final da tarde de 15 de fevereiro último, a percepção da missão de educar para a Fraternidade e ao Humanismo Solidário também depende de fatores, tais como: – a ideia de que de que o ser humano “[...] está se fazendo continuamente”5; – a compreensão cristã e franciscana da criação6; – a finalidade da educação conforme a LDB/967; – a memória de que “a fraternidade intuída e vivida por Francisco de Assis não é só humana, mas inclusive cósmica: ela se estende a todas as criaturas.”8. – o alcance de uma convivência fraterna, alimentada pela cultura do diálogo, pela globalização da esperança, pela viabilidade da inclusão, por relações que compõem uma


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comunidade viva, interdependente, vinculada a um destino comum9; – a aspiração de se alcançar um olhar mais amplo em relação à instauração de um novo modelo ético-social, capaz de abranger parcelas cada vez maiores da humanidade, mobilizando-as a contribuir na promoção da paz, da justiça e da solidariedade; – a imperiosa necessidade de se contrapor ao cenário atual, multifacetado e em constante mudança, atravessado por intolerâncias de naturezas diversas, por múltiplas crises (econômicas, financeiras, políticas, democráticas, ambientais, demográficas e migratórias), pelo terrorismo, pelo aumento da miséria, do desemprego e das desigualdades sociais, por ataques irracionais a provocar instabilidades emocionais e sentimentos de ódio etc.; – o desenvolvimento de atividades educativas voltadas à promoção de redes de cooperação, à instauração de uma cultura solidária junto às atuais gerações escolares e universitárias, de modo a contrapor ao individualismo, à ideologia do conflito e à relativização dos princípios religiosos; – a sensibilização de todas as pessoas da sociedade para o apreço do verdadeiro, do bom, do belo e do desenvolvimento integral da pessoa humana. Cada um dos aprendizados, dos saberes, das práticas e das experiências sobre educação que nos acompanham são, por assim dizer, importantíssimos ao propósito ampliar lastros e práticas em prol de uma vida fraterna, solidária e feliz. Tanto a educação acadêmica como a educação não-formal precisam se alimentar da articulação de saberes interdisciplinares, oriundos da História, da Religião, da Pedagogia, da Biologia, da Ecologia, da Arte, da Linguística, da Matemática, da Política, da Economia, da Filosofia, da Geografia, do Direito, das culturas, das relações sociais, do senso comum. Educação essa capaz 1 Cf. GAUTHIER, Clermont e TARDIF, Maurice. A pedagogia: teorias e práticas da antiguidade aos nossos dias. Tradução de Lucy Magalhães. Petrópolis: Vozes, 2010. CAMBI, Franco. História da Pedagogia. Tradução de Álvaro Lorencini. São Paulo: UNESP, 1999; NEVES, Joana. História Geral: a construção de um mundo globalizado. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2005; SAVIANI, Demerval. História das ideias pedagógicas no Brasil. Campinas: Autores Associados, 2007. 2 ORDEM DOS FRADES MENORES – Secretariado para a Evangelização (coord.). Ide e ensinai: Diretrizes Gerais para a Educação Franciscana, Roma, 2009, p. 7. 3 CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL. Campanha da Fraternidade 2022: texto-base, n.º 167. Brasília: Edições CNBB, 2021. 4 PAPA FRANCISCO. Escutar com o ouvido do coração: mensagem para o 56.º dia mundial das comunicações sociais. Roma, 24/01/2022. 5 BOFF, Leonardo. Tempo de transcendência: o ser humano como um projeto infinito. Rio de Janeiro: Sextante/ Lumensana Publicações Eletrônicas, 2000, p. 6. 6 “Se nos aproximarmos da natureza e do meio ambiente

de se servir da sabedoria dos Pais e dos Avós, dos Santos e Santas. Do contrário, a educação jamais chegará ao comprometimento de todos nós, membros itinerantes e convivas nesta Aldeia terrena. A pessoa revela-se não como um ser solitário, autossuficiente nem absoluto, mas como um centro ou um núcleo de relações com o mundo, os seres humanos, o Transcendente e consigo mesmo. Estas relações se interagem e se integram na promoção do crescimento do ser humano. [...] Francisco de Assis, a partir desta perspectiva, é um modelo de integração consigo mesmo e com os outros. De fato, a forte experiência de Deus como Pai e Sumo Bem o levou a uma atitude de agradecimento e de louvor ao Criador por suas maravilhas e o fez irmão de todos os homens e de todas as criaturas10 Para uma cifra significativa de pessoas, a vida fraterna não passa de comodismos lamentáveis, de experiências sofríveis, de relações tóxicas alimentadas por carências e inseguranças. A missão de educar para a Fraternidade e ao Humanismo Solidário denota um conjunto de escolhas que precisamos fazer, principalmente em favor dos que vivem nas periferias11 das pessoas menos assistidas, dos sem teto, dos famintos e dos abandonados. “O ser humano contemporâneo experimentou que o que acontece numa parte do mundo pode ter consequências noutras, e que ninguém pode, a priori, sentir-se seguro num mundo onde há sofrimento e miséria.”12 Educar para a Fraternidade e o Humanismo Solidário é uma missão muito digna e sagrada que o Altíssimo Deus sempre de novo nos confia. Que não nos falte motivações existenciais, eclesiais13 e franciscanas para tanto! Que não nos falte ousadia, comprometimento, atitude dialógica, prudência e amor capaz de gestos supremos (Cf. Jo, 15,13) em favor dos mais necessitados e sofredores!

sem esta abertura para a admiração e o encanto, se deixarmos de falar a língua da fraternidade e da beleza na nossa relação com o mundo, então as nossas atitudes serão as do dominador, do consumidor ou de um mero explorador dos recursos naturais, incapaz de pôr um limite aos seus interesses imediatos.” (PAPA FRANCISCO. Carta Encíclica Laudato Si: sobre o cuidado da casa comum, n. 11. Roma: maio de 2015). 7 “[...] A educação [...], inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.” (LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL, n.º 9394 de 20/12/1996. 8O RDEM DOS FRADES MENORES. O grito da terra e o grito dos pobres – um subsídio da Ordem para o cuidado da Criação. Tradutor desconhecido. Roma: OFM Communications Office, 2016, p. 20. 9C f. CONGREGAÇÃO PARA A EDUCAÇÃO CATÓLICA. Educar ao humanismo solidário - para construir uma ‘civilização do amor’: 50 anos após a Populorum Progressio. Roma: Institutos de Estudo, 2017.

Frei Claudino Gilz 10 O RDEM DOS FRADES MENORES – Secretariado para a Evangelização (coord.). Ide e ensinai: Diretrizes Gerais para a Educação Franciscana, Roma, 2009, p. 21-22. 11 “ A inclusão ou exclusão da pessoa que sofre na margem da estrada [cf. Parábola do Bom Samaritano, Lucas 10:25-37] define todos os projetos econômicos, políticos, sociais e religiosos. Dia a dia enfrentamos a opção de ser bons samaritanos ou viandantes indiferentes que passam ao largo.” (PAPA FRANCISCO. Carta Encíclica Fratelli Tutti – sobre a fraternidade e a amizade social (n. 69). Assis (Itália), 3 de outubro de 2020). 12 CONGREGAÇÃO PARA A EDUCAÇÃO CATÓLICA. Educar ao humanismo solidário - para construir uma ‘civilização do amor’: 50 anos após a Populorum Progressio. Roma: Institutos de Estudo, 2017, n. 28-29. 13 “Saiamos! [...] prefiro uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às próprias seguranças.” (PAPA FRANCISCO. Exortação Apostólica Evangelii Gaudium aos fiéis leigos sobre o anúncio do Evangelho no mundo atual, n. 49, Roma 24/12/2013.

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Universidade São Francisco (USF) promoveu, no dia 3 de fevereiro, a abertura oficial da Semana de Planejamento Pedagógico e Formação, com o tema “É hora de retornar: Estratégias e planejamento para aprendizagem”. Participou do evento o Ministro Provincial da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil e Chanceler da USF, Frei Paulo Roberto Pereira, OFM. O evento contou com uma plateia reduzida e transmissão no Youtube e em todos os câmpus. Estiveram presentes o Diretor Presidente da CNSP-ASF e Vice-Reitor, Frei Thiago Alexandre Hayakawa, o reitor, Frei Gilberto Gonçalves Garcia, o Pró-Reitor de Ensino, Pesquisa e Extensão, professor Dilnei Lorenzi, o Pró-Reitor de Administração e Planejamento, professor Adriel de Moura Cabral, o Administrador dos Câmpus, Rodrigo Ribeiro Paiva, a diretora do Câmpus de Bragança Paulista, professora Patrícia Teixeira Costa, o Diretor do Câmpus Campinas – Unidades Swift e Cambuí, o professor Geraldo Peres Caixeta e o Diretor de Câmpus Itatiba, professor Volney Zamenhof de Oliveira Silva. Além de docentes e colaboradores. Durante a abertura, o reitor destacou os desafios dos últimos anos, aprendizados e expectativas para o ano de 2022 no cenário educacional e nacional. “Temos tido

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USF promove a abertura da Semana de Planejamento Pedagógico e Formação do 1º semestre 2022 a oportunidade nos nossos conselhos universitários virtuais de falar como nós estamos conjuntamente, colegiadamente, lidando com a pandemia. Sempre agradecendo o sucesso de ter atravessado e de estar atravessando esse processo difícil na vida brasileira e na vida mundial, e de forma muito especial na vida também da Universidade. Aprendemos muito nesses dois anos. Graças a Deus temos tido resultados muito positivos, em todos os sentidos. Não só do ponto de vista de captação de alunos e retenção, mas também na inovação, descobertas de novas metodologias de aprendizagem. Foi um grande aprendizado nesses dois últimos anos”, afirmou o reitor. O Ministro Provincial apresentou as razões e motivações que sustentam a presença franciscana na educação. “Eu sou porta-voz dos franciscanos de ontem e de hoje, que atestam que a educação é uma plataforma fundamental e privilegiada para tornar criativa e efetiva, a proposta evangelizadora Franciscana. Resta claro, a nós, franciscanos, que a excelência acadêmica, a formação profissional de qualidade, o rigor administrativo, perseguidos com

afinco no dia a dia desta Instituição. Serão evidentes sinais do compromisso que temos de anunciar ao mundo inteiro a Boa Nova de Jesus Cristo, divino mestre e educador. Aos olhos dos Frades, portanto, estar na frente da educação é essencialmente anunciar Jesus Cristo”, ressaltou o Ministro. O encerramento do evento foi realizado pelo vice-reitor, Frei Thiago, que abordou a alegria de gradativamente as atividades presenciais retornarem. “O importante é dizer que nós trabalhamos muito para esse retorno às atividades presenciais, que já começaram acontecer no semestre passado. Aos poucos retornamos presencialmente e investimos para voltar com segurança. Agora, então, a nossa principal acolhida é aos nossos estudantes, professores e os nossos trabalhadores técnico-administrativos, que desde o dia 3 de janeiro já estão atuando presencialmente. Todas as nossas casas, todas as nossas unidades foram bem preparadas, bem estruturadas para que a gente pudesse acolher novamente todos de forma presencial”, finalizou o vice-reitor. Ana Paula Moreira de Souza


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Frei André fala dos 14 anos como missionário em Angola

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os quase quatorze anos de permanência na Missão da Província da Imaculada em Angola, Frei André Gurzynski acumulou muita história de vida. No dia 13 de fevereiro, Frei André Gurzynski encerrou uma etapa dos 40 anos de sua vida religiosa franciscana. Ele retornou da Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola (FIMDA), onde foi durante quase quatorze anos missionário na Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola (FIMDA). Frei André faz um resumo dessa experiência missionária para o site Franciscanos e fala com carinho dos oito anos que ajudou a construir a casa que abrigou primeiro os postulantes da Missão e depois se tornou casa dos noviços. Ele também conta como teve paciência para não deixar que uma cobra, que entrou em sua calça, causasse uma tragédia. Frei André nasceu em Canoinhas, SC, em 27 de novembro de 1962. Vestiu o hábito franciscano no Noviciado de Rodeio em 20 de janeiro de 1981 e fez a profissão solene em 2 de agosto de 1985, tornando-se irmão leigo. Em 1987, fez estágio pastoral em Duque de Caxias, no bairro de Campos Eliseos. Foi transferido em 1992 para Coronel Freitas e, em 1996, para Porto União, SC. Em 1997, veio para a Sede Provincial, em São Paulo, como tesoureiro da Província e vice-secretário do Secretariado de Evangelização; em 2000 ficou responsável pelas Obras Sociais da Província, função que desempenhou até 2003 no Serviço Franciscano de Solidariedade (SEFRAS). Em 2006 partiu em missão para Malanje, em Angola. Em 2008, em

Quibala, passou a ser coordenador da Fraternidade e ecônomo, vice-mestre dos postulantes em 2010. Em 2013 foi eleito Conselheiro da FIMDA, coordenador da Fraternidade Santo Antônio em Quibala e vice-mestre. Em 2016 ficou responsável pelos projetos sociais e animador do serviço de Justiça, Paz e Integridade da Criação (JPIC) da Fundação. Em 2018, foi nomeado guardião da Fraternidade São Damião em Malanje e animador da JPIC. “Hoje, destinamos ao nosso confrade Frei André Gurzynski a gratidão franciscana, pois ele, por quase 14 anos, dedicou sua vida e sua história para que, em nome de todos os seus confrades, fosse presença franciscana em nossa missão. Certamente, o rosto franciscano em Angola traz consigo a expressão de um carisma marcado pelos dons e obras que o Senhor

concedeu e permitiu que Frei André lá transmitisse e realizasse”, agradece Frei Robson Luiz Scudela, coordenador da Frente das Missões. “Obrigado, Frei André, pelo seu testemunho e dedicação realizados em nome dos seus confrades que, enquanto em outros serviços, estiveram sempre unidos a você e a todos os demais confrades que lá estão e que agora, também em seu nome, continuam a missão que o Senhor a nós confiou. Que o Espírito do Senhor e o seu santo modo de operar estejam consigo nesta nova missão que você assume na Fraternidade Santo Antônio, em Agudos. Juntos, construamos também lá os sonhos”, desejou Frei Robson, que é também Definidor da Província. Acompanhe alguns temas do depoimento de Frei André: comunicações

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DEZOITO MESES À ESPERA DO VISTO

Devido a problemas locais enfrentados pelo Serviço de Migrações e Estrangeiros de Angola, o Visto para entrada no país demorou 18 meses para sair. Depois de transferido, permaneci ainda seis meses em São Paulo, trabalhando no SEFRAS (sobretudo no RECIFRAN e na Educafro). Em Julho de 2007 fui para o Seminário Frei Galvão (Postulantado), em Guaratinguetá, SP. Fiquei lá por mais um ano até a partida para Angola, a 17 de Agosto de 2008.

PREPARAÇÃO PARA A MISSÃO

Frei Atilio Battistuz e eu, transferidos para a Angola na mesma época, juntamente com o Sr. Adávio (leigo da OFS, então voluntário no SEFRAS, que aceitou meu convite para ir nos ajudar em terras angolanas), aproveitamos o tempo para melhor nos capacitarmos para a Missão. Fizemos o curso de um mês oferecido pela CNBB em Brasília para a formação de Missionários Ad Gentes e seguimos à risca o programa indicado pelo Centro de Medicina do Viajante do Hospital Emílio Ribas, de São Paulo, para quem vai viajar para a África.

EXPECTATIVAS X CHOQUE DE REALIDADE

Após o Capítulo Provincial de 2006, Frei Augusto Koenig, de saudosa memória, então Ministro Provincial, me perguntou se, depois de ter estruturado o SEFRAS aqui no Brasil, aceitaria fazer algo semelhante em Angola. Aceitei. Recebi transferência “para organizar as obras sociais da FIMDA (Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola)”. comunicações FEVEREIRO 2022

Contudo, para trabalhar na Missão em terras estrangeiras, em outra realidade e cultura, é necessário capacidade de renúncia e espírito de adaptação para fazer não o que pretendemos, mas o que é necessário naquele momento. Ao apresentar a transferência na primeira reunião do Conselho da FIMDA que participei, os frades do Conselho falaram: “Você veio a Angola para fazer o que está escrito na transferência ou para fazer o que necessitamos que você faça”? Respondi: “Vim para fazer o que está dito na transferência. Mas se isso não é possível no momento, estou disposto a fazer o que for necessário”.

Concluíram dizendo: “Então você pode ficar”! Depois de alguns meses trabalhando nos projetos sociais em Viana fui enviado para Malanje para assumir, por pouco mais de dois meses, a direção do Pavilhão de Artes e Ofícios de Cangandala, até a chegada de Frei Ivair, designado para esta função.

QUIBALA, QUASE OITO ANOS

Devido à transferência de Frei Laerte de Quibala para o Palanka (Luanda), em dezembro de 2008 fui transferido para Quibala, na Província do Kwanza Sul, onde fiquei por quase oito anos como encarregado da construção do Postulantado Santo Antônio, hoje

elevado à condição de Noviciado. Esta fraternidade havia sido reaberta em maio daquele ano por corajosa iniciativa de Frei Valdir Nunes Ribeiro, Frei Laerte de Farias dos Santos e pelo Sr. Adávio, leigo voluntário, depois de dez anos abandonada (de 1998 a 2008) devido à guerra. Não foi fácil este reinício! Havia então apenas alguns esqueletos, construídos pelo então ainda frade, Adilson Adão Geremia, antes do abandono em 1998. Frei Laerte, ajudado por Frei Valdir e pelo Sr. Adávio, também por trabalhadores locais, havia feito progressos, entre os quais: limpou o terreno no entorno das construções, reconstruiu a casa provisória dos frades (casa dos contentores), instalou o gerador de energia, limpou o poço, instalando uma eletrobomba e uma pequena caixa d’água e cobriu boa parte da casa definitiva dos frades. Também já estava em curso a desminagem do terreno, que havia sido base militar das FAA (Forças Armadas Angolanas) no front da guerra contra a UNITA, que atuava na região. Assumi a continuidade dos trabalhos e, novamente os desafios eram enormes. Quibala era uma pequena cidade do interior, distante da capital da Província, Sumbe, que por sua vez também é pequena e com recursos limitados... Quase tudo deveria ser adquirido em Luanda, há mais de 300 Km de distância. O único veículo disponível era uma velha carrinha (camioneta) Nissan, que havia sido o primeiro veículo adquirido pelos frades ao chegarem a Angola, no ano de 1990. Estava parada há um bom tempo e foi “ressuscitada” para que Quibala pudesse ter algum meio de transporte. Quando forçada um pouco, aquecia muito e a água do radiador fervia. A cúpula do motor já estava empenada!


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DESAFIOS DA CONSTRUÇÃO EM KIBALA

mente em Luanda, o que demandava viagens frequentes e dias de ausência. Ao retornar, diversas vezes encontrava coisas mal feitas na construção. Às vezes era possível refazer ou contornar, outras não.

Os frades optaram por construir eles próprios o Postulantado, com ajuda de trabalhadores locais. Contratar uma empresa construtora sairia cinco vezes mais caro, segundo orçamentos feitos. Isso já estava estabelecido antes BTC da minha chegada. Uma das decisões mais acertadas Eu entendia muito pouco de consfoi construir a Casa dos Postulantes trução e tive que aprender “na marra” (hoje Casa dos Noviços) e a Capela, para ensinar aos trabalhadores locais, que iniciamos “de raiz” com a técnica que tinham prática somente com a dos BTC (Blocos de Terra Compacconstrução tradicional com blocos de tada), também conhecido como adobe (barro). Tijolo Ecológico. Usa apenas terra do Pensando em selecionar os mais local da construção e uma pequena capacitados, procuramos o Curso quantidade de cimento e água (fazer Profissionalizante local. Pedimos para nos indicarem os profissionais que já trabalhavam como pedreiros antes e que haviam concluído o curso profissionalizante de pedreiro, mantido pelo governo, com duração de seis meses. O trabalho conosco seria uma espécie de estágio de aperfeiçoamento da prática profissional. Trabalho remunerado, claro! As dificuldades não O terreno de Quibala precisou de um trabalho de desminagem foram poucas: no curso não aprenderam a trabalhar com (nem adobes, ao contrário, consome muita conheciam) ferramentas básicas para água!). uma boa construção, como mangueira Duas máquinas (prensas manuais) de nível e prumo, por exemplo. herdamos da IBIS, ONG dinamarquesa Na construção com adobes isso da qual éramos parceiros em diversas não era utilizado! Respeitar rigorosaações, que estava encerrando seus mente nível, prumo, esquadro, cuidar trabalhos em Quibala. Também foi da da limpeza e qualidade da obra, das IBIS que recebemos treinamento para ferramentas, etc. não fazia parte da práutilizar a nova técnica. tica profissional que tinham. Diversos A casa definitiva dos frades e o trabalhadores consideraram isso rigorisbloco de serviços (refeitório, cozinha e mo exagerado e não se adaptaram. despensa), que já haviam sido parcialFormar uma equipe que funcionasse mente construídos com blocos de a contento demorou e foi fruto de cimento, foram concluídos com alvenagrande esforço e desgaste. ria convencional, como iniciados. Mas Como já citei, as compras, tanto as varandas já foram construídas com para o sustento da Fraternidade quanto BTC, dando harmonia e charme próprio para a construção, eram feitas geralao conjunto da obra.

A CAPELA DE KIBALA

Ao pensar na construção da Capela do, então, Postulantado, Frei Estêvão Ottenbreit, que cuidava do financiamento das obras, propôs que construíssemos uma réplica da Porciúncula (capelinha de Assis, berço da Ordem Franciscana). Contudo, ponderamos que já havia uma Fraternidade com este nome, a Fraternidade da Porciúncula, em Viana. Ali sim, ficaria bem tal réplica. Assim, nos propusemos a pensar em outra planta. Eu nunca havia desenhado uma capela! Mas veio-me uma inspiração e fui desenvolvendo um desenho que culminou na capela que lá construímos. Considero uma inspiração divina, pelo que dou graças a Deus! Creio que, como eu, a maioria gostou do resultado. Deus seja louvado e bendito! Ficou com alguns traços da Capela de São Damião, em Assis, igreja restaurada por São Francisco e que foi o berço da Ordem das Irmãs Clarissas. Que esta capela em Quibala inspire muitas e santas vocações genuinamente franciscanas!

EPISÓDIO PITORESCO

Certa feita, estando em Quibala em período de férias dos postulantes, com a presença dos trabalhadores da construção e de alguns frades estagiários, estudantes de filosofia, recebemos uma carrinha (pequeno caminhão) de estrume de boi enviada por uma fazenda da região. Havia, então, bastante capim nos arredores, que chegava à altura da cintura. Entrei no meio do capim para verificar se não havia pedras e paus que pudessem impedir a entrada do caminhão. Estava com calça comprida, de trabalho, calçando uma botina de couro. comunicações

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A carrinha estava ainda distante. Os funcionários, junto com o, então, Frei Crisóstomo Pinto Ngala (estagiário), hoje ex-frade, estavam vindo, também a certa distância, para ajudar a descarregar. O motorista era a primeira vez que vinha na nossa casa. Eu não o conhecia. De repente senti algo frio subindo pela minha perna esquerda, por debaixo da calça. Logo pensei: só pode ser uma cobra! Ela se assustou e buscou um esconderijo. Por sorte não a pisei! Felizmente Deus me ajudou e fiquei bem calmo, parado. Para começar, fui baixando lentamente a calça. As pessoas que olhavam não entenderam nada! Pensaram que era ataque de kissondes (formigas carnívoras) que são frequentes por lá. Até que a cobra expôs a cabeça e olhou em volta. Assustada, enfiou a cabeça de volta, mas na outra perna da calça (na perna direita). Vendo que tratava-se de cobra, ninguém teve coragem de se aproximar, apenas o motorista da carrinha. Há grande medo de cobra, devido ao elevado número de óbitos causados por picada de cobras. De fato é difícil encontrar, sobretudo no interior, soro anti-ofídico e outros recursos que poderiam salvar a vida de muita gente atingida por picadas de serpentes e outros animais peçonhentos. Quando o motorista se aproximou, pedi para me ajudar, lentamente, a tirar minhas botinas. Depois pedi para segurar a bainha da calça esquerda. Puxei muito lentamente a perna para não assustar a cobra. Fiz o mesmo com a outra perna, onde estava a cabeça da cobra. Pedi muita proteção divina e mantive a calma, puxando muito lentamente a perna para fora da calça. O receio era de uma picada nos dedos do pé, mas felizmente saí ileso. Depois comunicações FEVEREIRO 2022

juntei a calça com a cobra dentro, levei para o meio do terreiro e os trabalhadores a mataram. Media mais de um metro, talvez um metro e quinze centímetros. Frei Crisóstomo fotografou, para comprovar a história. Falaram que era um tipo de cobra que não pica facilmente, mas que quando pica, geralmente é fatal. Considero uma graça divina o fato de não ter sido picado nesta e em diversas outras ocasiões. No fim, senti pena da cobra: ela me poupou, mas nós não a poupamos!

O PODER DA GEOTERAPIA Por diversas vezes em Angola,

diante da precariedade do sistema de saúde, pude comprovar o grande poder curativo do barro (argila). Nos tempos passados fiz um curso prolongado de Naturopatia em Curitiba, com estágio no Hospital Naturista Oásis Paranaense, e já conhecia este fabuloso recurso, largamente utilizado naquele hospital. O barro é poderoso analgésico, anti-inflamatório e cicatrizante. Associado à cebola picada ou ralada, puxa para fora espinhos, estrepes e a sujeira de um prego enferrujado que entrou no pé, por exemplo. Cura feridas grandes e antigas (crônicas), que não querem cicatrizar por outros meios. Faz curas profundas de problemas

como varizes, infecções em órgãos internos, flebite, câncer, etc Entre outros fatos, quando em 19 de dezembro de 2019 sofri um acidente em Malanje (uma máquina agrícola (mubangadeira/enleirador do trator) caiu com o disco sobre o meu pé esquerdo, cortando-o profundamente e o esmagando parcialmente, foi o barro que me salvou. Não havia anestesia no hospital e não quiseram dar pontos, dizendo que já era muito tarde (cerca de duas horas após o acidente). Apenas fizeram um pequeno curativo, colocaram gesso (cobrindo o ferimento!) e mandaram para casa. Irmã Rose, enfermeira das Irmãs Franciscanas de São José, foi quem arrancou o gesso e fez um curativo decente, receitando medicação adequada. Contudo, quando o pé infeccionou gravemente, inchando muito e ficando muito vermelho e dolorido, o médico disse que o melhor e mais garantido seria fazer uma amputação. Pensei comigo: não amputarei, sem antes tentar a cura com o barro. Foi o que salvou meu pé! Depois de mais de quarenta dias de aplicação de barro duas vezes ao dia, meu pé estava curado! Sempre que as pessoas aceitaram a indicação do tratamento com barro, sobretudo nas aldeias do interior de Angola, tiveram igualmente ótimos resultados, sobretudo na cura de feridas crônicas.

CELEBRAÇÕES MUITO VIVAS E ANIMADAS

Chama atenção, positivamente, a visível, ruidosa, colorida e alegre manifestação de fé do povo angolano! As celebrações são bem concorridas e animadas com muitos cânticos e danças que envolvem toda a assembleia. O povo canta, animado


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evangelização

pelos grupos corais, geralmente em diversas vozes, dança, bate palmas (de forma característica e ritmada)… Com muita animação e alegria, sem pressa para terminar! As mulheres, sobretudo, usam panos muito coloridos, presos na cintura à guisa de saia comprida e também na cabeça, como lenço. Os numerosos grupos corais, que atuam via de regra uniformizados, se reúnem todas as semanas para longos ensaios. Por vezes fazem mais de um ensaio na mesma semana!

VOCAÇÕES ANGOLANAS

É grande a procura de jovens desejosos de ingressar na vida religiosa nas congregações masculinas e femininas. Também para a vida presbiteral, sobretudo no clero diocesano, mas também nas congregações religiosas. Quando ainda estava em Quibala participei da ordenação de oito padres diocesanos da diocese do Sumbe, que não é grande. No ano passado (2021), em Benguela, foram ordenados vinte e três padres de uma só vez! Nestes 31 anos de presença em Angola nossa Missão colheu abundantes frutos, sobretudo quanto ao grande número de confrades e formandos angolanos. No dia 15 de janeiro, próximo passado, por exemplo, aconteceu em Luanda a ordenação presbiteral de três jovens confrades angolanos: Frei Santana Sebastião Cafunda, Frei Canga Manuel Mazoa e Frei Mário Pelu.

CONCLUSÃO

São Francisco dizia que o frade não deve se vangloriar do bem que realiza na Missão, porque muita gente está rezando e colaborando para que um bom resultado apareça. O missionário é apenas um frágil instrumento utilizado por Deus para realizar a Sua obra de evangelização e salvação!

Assim, em nome de todos os missionários, agradeço profundamente as orações e apoio recebido de tanta gente de boa vontade e coração generoso, o que nos permite continuar e progredir na Missão em Angola, que se consolida cada vez mais! Meus agradecimentos também à Província da Imaculada Conceição do Brasil, da qual faço parte, que me enviou para a Missão e permitiu que eu ficasse lá tanto tempo. Também agradeço aos confrades missionários com quem compartilhei a vida e a Missão nesses quase quatorze anos que permaneci em Angola. Por certo cometi muitos erros, pequei por palavras, atos e omissões! Peço perdão a Deus, aos confrades e ao povo angolano! Agradeço principalmente porque, apesar das minhas grandes limitações, pude atuar nesta Missão, aprendendo com os confrades, com a realidade local e sobretudo com o povo angolano uma grande e inesquecível lição de vida. Deus seja louvado e bendito por tudo! Desejo que a Missão da Ordem dos Frades Menores em Angola continue a crescer e a se consolidar, com sua breve ascensão à condição de Custódia e, quiçá, logo em seguida à de Província Franciscana. É gratificante ver a árvore, plantada e cultivada com o esforço e a abnegação de tantos confrades, produzindo bons e abundantes frutos! O esforço não foi em vão, felizmente! “A semente caiu em terra boa e produziu muitos frutos”! Deus seja louvado e bendito hoje e sempre por todo bem que realiza ao nosso redor, em nós e através de nós! Fraterno abraço a todos! Paz e Bem! São Paulo, 14 de Fevereiro de 2022. Frei André Gurzynski, ofm comunicações

FEVEREIRO 2022


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CFByCS

Província Santíssima Trindade do Chile tem um novo governo provincial

O

Ministro Geral e seu Definitório nomearam o governo provincial para a Província Franciscana da Santíssima Trindade do Chile. Frei Carlos Guillermo Paz Guzmán é o novo ministro provincial e Frei Raúl Segundo Allimant Jiménez é o vigário provincial. O Definitório fica assim formado: Frei Sergio Andrés Villalobos Ocaranza, Frei Ricardo Aníbal Vásquez Olguin, Frei José Manuel Hernández Vásquez e Frei Nicolás Andrés Alfaro Varas. Desde o mês de julho, com a eleição de Frei Isauro Covili para Vigário Geral da Ordem dos Frades Menores, o serviço do ministro provincial estava sendo feito pelo vigário Frei Santiago Andrade Triviño. A Província Santíssima Trinda-

comunicações FEVEREIRO 2022

de é uma das mais antigas da América Latina. A sua fundação tem início com a chegada dos frades missionários do Peru em 1553, que se ocupam com a evangelização dos indígenas, a atenção espiritual dos espanhóis e a organização da Ordem dos Frades Menores. A primeira fundação corresponde ao convento de Santa Lucia, em 3 de outubro de 1553, em Santiago. A se-

gunda fundação ocorre em novembro do mesmo ano, em Concepción. Em 7 de outubro de 1554, os franciscanos ocuparam a Ermida de Nossa Senhora do Socorro, atual convento de São Francisco de la Alameda. À medida que a conquista avança, novas fundações são adicionadas: Valdivia, La Serena, Angol, Imperial, Villarrica e Castro. O Capítulo Geral da Ordem, realizado em Valladolid em 1565, com a aprovação de Pio V, declarou a Custódia do Chile independente da Província do Peru, elevando-a à categoria de Província com o título de Santíssima Trindade, que conserva até hoje. Já são 469 anos de serviço fraterno, respondendo a partir do carisma franciscano, às necessidades mais urgentes de nossa sociedade chilena.


Aggenda 2022

Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil

AS ALTERAÇÕES E ACRÉSCIMOS ESTÃO DESTACADOS EM VERMELHO.

MARÇO

04

Reunião da Coordenação da Formação Inicial (on-line)

08

Conselho para a Formação e Estudos (on-line)

09

Conselho para a Evangelização (on-line)

13

Caminhada Penitencial do Frei Bruno (Joaçaba, SC)

15 a 17

Reunião do Definitório Provincial (São Paulo, SP)

21 a 25

MAIO

02 a 04

Reunião dos Guardiães e Coordenadores de Fraternidade (Agudos, SP)

05 a 06

Reunião do Definitório Provincial (Agudos, SP)

07

Ordenação Presbiteral de Frei Josemberg Cardozo Aranha (Duque de Caxias, RJ)

14

Ordenação Presbiteral de Frei Junior Mendes (Santo Amaro da Imperatriz, SC)

15 a 17

Encontros Regionais (Vale do Itajaí-Leste Catarinense e Espírito Santo)

07

Reunião do Conselho da Formação e Estudos (on-line)

21 a 23

Reunião do Definitório Provincial

26

Dia com Maria e Frei Galvão (Guaratinguetá/Aparecida, SP)

27 a 30 Retiro Provincial

JULHO

11 a 15

Assembleia da FIMDA

25 a 28 Retiro Provincial

AGOSTO

Assembleia da Conferência Brasil e Cone Sul (São Paulo, SP)

22 a 24

22 a 25

Encontros Regionais (Frei Bruno e Curitiba)

Retiro e Encontro Under Ten

26

29 a 31

30 a 01/09

Encontros Regionais (São Paulo e Rio de Janeiro)

Reunião do Definitório Provincial

JUNHO

15 a 30

Ordenação Presbiteral de Frei Jhones Lucas Martins (Macatuba, SP)

ABRIL

04 a 08

Encontro dos Frades por Frentes de Evangelização (on-line)

17 a 25

02

Reunião dos Mestres de Formação (on- line)

03

Festa da Penha 2022

Reunião da Coordenação da Formação Inicial (on-line)

21 a 24

04

Retiro dos Benfeitores Franciscanos (Agudos, SP)

Ordenação Presbiteral de Frei Alan Leal de Mattos (Petrópolis, RJ)

SETEMBRO

Encontros ampliados das Frentes de Evangelização (presencial ou on-line)

OUTUBRO

17 a 20 Retiro Provincial

NOVEMBRO

08 a 10

Reunião do Definitório Provincial


O Papa Francisco anunciou a preparação e o lema do Jubileu 2025, “peregrinos de esperança”, e demonstrou otimismo com o Ano Santo: “pode ajudar muito a restabelecer um clima de esperança e confiança, como sinal de um novo renascimento, que todos percebemos como urgente”, afirmou. Em carta direcionada ao Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, o arcebispo Rino Fisichella, Francisco pediu para que os cristãos se preparem para viver o Ano Santo. “Agora aproxima-se a meta dos primeiros vinte e cinco anos do século XXI, e somos chamados a realizar uma preparação que permita ao povo cristão viver o Ano Santo em todo o seu significado pastoral. Neste sentido, constituiu uma etapa significativa o Jubileu Extraordinário da Misericórdia, que nos permitiu redescobrir toda a

força e ternura do amor misericordioso do Pai a fim de, por nossa vez, sermos testemunhas do mesmo”, afirma Papa Francisco. O Santo Padre explicou o porquê de escolher o lema “peregrinos de esperança”, e ressaltou que é necessário não fechar os olhos para questões importantes como a pobreza no mundo. “Por isso, escolhi o lema peregrinos de esperança. Entretanto, tudo isto será possível se formos capazes de recuperar o sentido de fraternidade universal, se não fecharmos os olhos diante do drama da pobreza crescente que impede milhões de homens, mulheres, jovens e crianças de viverem de maneira digna de seres humanos. Penso de modo especial nos inúmeros refugiados forçados a abandonar as suas terras. Que as vozes dos pobres sejam escutadas neste tempo de preparação para o Jubileu”, explica.


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