1 e 2.5.2013

Page 1

Ano II

NĂşmero 391

Data 01.05.2013


estado de minas - p. 11 - 1.5.13

metro - foco - p. 2 - 2.5.13


o tempo - economia - p. 8 - 1.5.13

estado de minas - economia - p. 13 - 2.5.13

SAÚDE PRIVADA

Mães na rua pela saúde da pediatria

Cerca de 200 pessoas fazem protesto para cobrar soluções no atendimento médico às crianças e na qualidade do serviço

Zulmira Furbino O feriado de 1º de Maio foi escolhido em Belo Horizonte como dia de protesto contra a má qualidade no atendimento de crianças que precisam de socorro médico e para isso recorrem ao sistema privado de saúde. Mais de 200 mães se reuniram ontem na Praça da Liberdade e caminharam em passeata até a Praça Floriano Peixoto, no Bairro Santa Efigênia, para chamar a atenção para a necessidade de melhoria na prestação desse serviço. Os problemas vão desde a recusa de atendimento nos pronto-atendimentos à dificuldade de marcar consulta médica com profissionais ligados aos planos de saúde. De acordo com a presidente da Sociedade Mineira de Pediatria (SMP), Raquel Pitchon, a situação é um reflexo da falta de valorização dos pediatras, já que as consultas pagas a esses profissionais pelos planos de saúde variam entre R$ 35 e R$ 60. Como se trata de um atendimento demorado e mais delicado, uma vez que o médico tem que examinar o

paciente e ouvir a família sobre o que está ocorrendo, a SMP calcula que a remuneração da pediatria seja 50% menor do que a das demais especialidades. “A pediatria vem enfrentando a redução da rede de atendimento não só nos ambulatórios, como nos postos de atendimento e no número de leitos hospitalares”, sustenta Raquel. Segundo a pediatra, nos últimos cinco anos, 18 hospitais foram fechados na Grande BH. Paralalelamente a esse processo, as operadoras dos planos de saúde ampliaram o número de clientes. A passeata foi organizada pelo grupo Padecendo no Paraíso, que reúne quase 3 mil mães, principalmente na capital mineira. Elas se mobilizaram pela internet para trocar informações sobre cuidados com filhos, mas os problemas de atendimento médico se transformaram em reclamações diárias e recorrentes, com vários relatos de espera, atendimento ruim e ineficiente. A arquiteta Isabela Soares, uma das organizadoras do


continuação - vestado de minas - economia - p. 13 - 2.5.13

movimento, conta que o tema passou a chamar a atenção das mães quando o número de relatos de problemas no atendimento aumentou, o que aconteceu do ano passado para cá. O grupo já conseguiu que o Hospital Vila da Serra, em Nova Lima, reavaliasse a decisão de fechar o PA, que dava prejuízos ao centro médico. O fechamento foi suspenso temporariamente enquanto o hospital negocia com o plano de saúde. A empresária Paula Couri Drummond enfrentou muitos problemas quando a filha, Bruna, se acidentou e sofreu um corte profundo na pálpebra. “Fiquei duas horas rodando, passando de hospital em hospital. O Vila da Serra negou atendimento, alegando que o PA estava lotado. No São Camilo disseram que não havia médico para fazer a sutura necessária no corte. Cheguei ao Hospital da Unimed com minha filha completamente ensanguentada e chorando, com muita dor. Avisei que se ela não fosse atendida chamaria a polícia. Só assim consegui atendimento. Na hora de tirar os pontos, o drama foi o mesmo”, relata. A fotógrafa Marian Mamede também passou por poucas e boas com seu filho de 4 anos, que é asmático. No ano passado, a criança estava com suspeita de meningite e fez um exame no Hospital da Unimed. O problema é que esse

exame, feito a partir da retirada do líquor, coletado por meio de uma punção que retira líquido do encéfalo, simplesmente desapareceu. “Ficamos 38 horas na observação sem poder internar o meu filho porque eles não achavam o exame, que só foi encontrado depois que acionamos o diretor do hospital”, lembra. Em outra ocasião, seu filho estava tendo convulsões originadas por febre e o atendimento à criança foi recusado no Hospital São Camilo. REGRAS MAIS RÍGIDAS A partir de julho, as operadoras de saúde que forem reincidentes em reclamações relacionadas a qualquer negativa de cobertura terão seus planos suspensos. A negativa de atendimento representa 75% das reclamações que chegam à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Até dezembro do ano passado, apenas o descumprimento de prazos de atendimento era observado para definir suspensão e punição dos planos. Com o endurecimento das regras, a expectativa é garantir que o consumidor de fato seja atendido pelo contratado. De janeiro a março, a ANS recebeu 13.348 reclamações de consumidores, número quase cinco vezes maior que as 2.981 queixas relativas ao mesmo período do ano passado.

folha de São paulo - p. b1 - 2.5.13

Número de reclamações contra elétricas bate recorde na Aneel

AGNALDO BRITO DE SÃO PAULO RENATA AGOSTINI DE BRASÍLIA A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) recebeu 84.720 reclamações de consumidores em 2012, segundo o novo relatório da Ouvidoria do órgão. O número representa aumento de 11,8% sobre 2011 e é o maior registrado desde 2005, quando o relatório passou a ser publicado. As duas principais queixas dos consumidores se referiram aos erros de leitura do consumo mensal e a interrupção no fornecimento de energia. As reclamações em relação à falta de luz dobraram de 2011 para 2012, aponta o relatório. Análise: Mais reclamações acelerariam melhora do serviço público Nesse ano, houve 325 grandes desligamentos, segundo relatório do Departamento de Monitoramento do Sistema Elétrico, do Ministério de Minas e Energia. A quantidade é inferior à registrada em 2011 (362), mas a dimensão dos apagões foi maior. Em setembro de 2011, um apagão afetou mais de uma região. Em 2012, quatro desligamentos alcançaram mais de uma região ao mesmo tempo. Somadas, essas interrupções consideradas relevantes pelo governo significaram o

desligamento de 65,7 mil MW (é como se o país inteiro ficasse sem luz durante um dia inteiro). Foi o maior volume desligado desde 2009. No início do ano, a agência divulgou as notas que os consumidores dão para as distribuidoras. Na média, a avaliação piorou. A nota de 2012 foi 61,51 (considerando uma escala de 0 a 100) para o conjunto das 63 concessionárias de energia. Em 2010, dado anterior, o Índice Aneel de Satisfação do consumidor havia sido maior: 64,41.


continuação - folha de São paulo - p. b1 - 2.5.13

NÚMERO ELEVADO

Embora o número de queixas represente pouco mais de um milésimo dos domicílios atendidos, o superintendente responsável pela ouvidoria da Aneel, Alex Sandro Feil, diz que o crescimento das reclamações feitas diretamente à agência pode indicar ineficiência das concessionárias no atendimento aos clientes. "Consideramos o número elevado, mas ainda gerenciável", afirma. Ele não quis atribuir o aumento do número de

reclamações a eventual piora no serviço de distribuição. De qualquer forma, a Aneel deverá definir metas para os serviços de atendimento aos consumidores e às ouvidorias das concessionárias. "A ideia é criar indicadores de atendimento às demandas dos clientes para cada uma das 63 distribuidoras", afirma. A Associação Brasileira das Distribuidoras de Energia Elétrica informou que vai analisar o relatório da Ouvidoria da Aneel. Por ora, não vê relação entre o aumento das queixas e a piora do serviço.

o tempo - cidades - p. 19 - 2.5.13

DEMORA

Falta de pediatra gera protesto

Médicos alegam que crise está relacionada aos baixos salários

TÂMARA TEIXEIRA Natália Oliveira O problema da falta de pediatras em Belo Horizonte motivou, ontem, a "Passeata da Família". Cerca de 350 pais, acompanhados dos filhos, seguiram da praça da Liberdade, no bairro Funcionários, até a praça Floriano Peixoto, no Santa Efigênia, ambos na região Centro-Sul da capital. Eles protestaram contra a demora no atendimento infantil - em média de quatro horas - e o baixo número de hospitais credenciados para emergência no setor. "Estamos reivindicando um melhor atendimento no sistema privado. Mesmo com plano de saúde, não temos acesso à pediatria. A espera em um pronto-atendimento chega a cinco horas", disse a arquiteta Isabela Soares, uma das organizadoras do evento e que tem um filho de 4 anos. O grupo se mobilizou pelo Facebook. "Já esperei quatro horas na emergência. Se possível,

prefiro esperar um dia e marcar uma consulta. Se, para os adultos é difícil esperar, imagina para uma criança", afirmou a professora Renata Maria de Pinho, 36, mãe de Maria Thereza, 2. "Os hospitais estão sempre cheios. É um desrespeitos com os pais e com os meninos", reclamou Luciana Quintão, 36, que protestou levando o filho Bernardo, 2. Crise. Nos últimos cinco anos, 18 unidades encerraram seus atendimentos pediátricos na capital e entorno. O último deles foi o Hospital Vila da Serra, em Nova Lima, região metropolitana. De acordo com a Sociedade Mineira de Pediatria, que também participou da passeata, a principal causa da falta de profissionais é a baixa remuneração. Os médicos, segundo a presidente da instituição, Raquel Pitchon, recebem R$ 2,70 por consulta no Sistema Único de Saúde (SUS) e cerca de R$ 30 no sistema privado - eles reivindicam R$ 120.


o tempo - economia - p. 9 - 1.5.13

EM CONFINS

Passageiro desconhece Juizado do aeroporto

Dois consumidores tiveram sucesso na conciliação com as companhias

QUEILA ARIADNE O primeiro dia do Juizado Especial (Jesp) no Aeroporto Internacional Tancredo Neves (Confins) foi marcado pelo desconhecimento por parte dos passageiros. Foram apenas 14 atendimentos - nove presenciais e cinco por telefone. Mas quem buscou o posto obteve sucesso: os dois passageiros que quiserem tentar uma conciliação conseguiram fechar o acordo na hora. As consultas sinalizam que a demanda é grande e que órgão terá muito trabalho pela frente, para ajudar a resolver com rapidez problemas entre consumidores e companhias. "Para o primeiro dia, foi uma boa demanda", disse o conciliador Marco Antônio Diniz. O Jesp foi inaugurado ontem com o objetivo de conciliar interesses entre o usuário do transporte aéreo e os prestadores de serviço. Marco Antônio conta como foi uma das conciliações. "Duas passageiras chegaram atrasadas e não conseguiram embarcar. Chamamos a empresa, que não conseguiu realocá-las em outro voo para Florianópolis, mas concordou em devolver o valor pago pelas passagens". A educadora Lueli Guedes, 58, não chegou a usar o Jesp, mas o aprovou. "Será excelente. Meu voo foi cancelado, me passaram para outra companhia. Consegui que me dessem almoço, mas querem me cobrar uma taxa maior da o tempo - economia - p. 10 - 1.5.13

bagagem e, se não resolverem, já sei onde ir", diz. O coordenador dos juizados especiais de Belo Horizonte, Vicente de Oliveira Silva, explica que a unidade foi implantada no aeroporto para solucionar de imediato, e amigavelmente, conflitos entre empresas e cidadãos - problemas com atraso e cancelamento de voos, extravio de bagagens, overbooking, entre outros. O juiz titular do Jesp de Confins, Luiz Otávio Lomônico, ressaltou que o foco não é o da indenização: "Nem o consumidor nem a empresa chegam com a predisposição de negar uma solução. Acontece que, muitas vezes, uma terceira pessoa, que não está envolvida emocionalmente no problema, traz uma visão mais ampla. O juizado é essa terceira pessoa". Estrangeiros. O Jesp funcionará diariamente, das 7h às 19h, e durante as Copas das Confederações e do Mundo, por 24 horas. Os problemas serão julgados em audiências no próprio aeroporto. Se não houver acordo, a ação será encaminhada para a comarca onde o passageiro mora. No caso de estrangeiros, a recomendação é redobrar os esforços em busca de acordos imediatos. "Vamos nos empenhar para que o estrangeiro não saia do país sem solução", diz o coordenador dos juizados.


hoje em dia - minas - p. 15 - 2.5.13


continuação - hoje em dia - minas - p. 15 - 2.5.13

super notícia - p. 4 - 2.5.13


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.