SENTIR O CORAÇÃO DAS COISAS...UM OLHAR SOBRE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

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SENTIR O CORAÇÃO DAS COISAS... UM OLHAR SOBRE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Por Pricila Kohls dos Santos Agosto/2008 O que “sentir” tem a ver com Educação a Distância? Numa perspectiva histórica, as mudanças sociais dos últimos anos determinaram o aparecimento de um novo período em que as tecnologias redefinem os espaços de aprendizagem;

possibilitam

o

desenvolvimento de novas áreas de conhecimento de base interdisciplinar para melhor atender as necessidades da sociedade moderna. A educação a distância ­ educação independente de distância ­ oferece a possibilidade de escolha do local de estudo ­ em casa, no trabalho ou no campus ­, porém não prescinde do hábito do estudo regular, em local próprio, que favoreça a atenção e a concentração. "Aquele que educa a distância tem um compromisso ético de desenvolver um projeto humanizador, capaz de livrar da massificação, mesmo quando dirigido a grandes contingentes." (Neves, 2003) Mas como humanizar a distância? Para Vigotsky, a interação abrange a ação dialógica entre pessoas e da pessoa consigo mesma (argumentação metacognitiva), assim é na interação entre as pessoas que, em primeiro lugar, se constrói o conhecimento.


As interações sociais permitem pensar um ser humano em permanente transformação que, mediante as interações sociais, confere novos significados para a vida em sociedade e os acordos grupais (Martins). Assim, a interação entre pessoas com diferentes níveis de experiência é parte essencial na abordagem desta teoria. Na educação a distância não é diferente, este tipo de interação é um recurso muito importante para aprendizagem, sendo algumas vezes absolutamente essencial. Um ambiente de educação a distância deve ser um espaço para se viver no fazer e de reflexão sobre o fazer, de modo que, professores e estudantes se tornem diferentes, resignificando, a cada ação, sua presença no ambiente. Já dizia o Pequeno Príncipe “O essencial é invisível aos olhos, só vemos bem com o coração” (Saint­Éxupery) “O coração consegue ver além dos fatos... discerne significações e descobre valores”. Não seria este o fio à tecer o caminho da educação a distância de qualidade? Será que estamos dispostos a dedicar um tempo à sentir o coração palpitar ao realizar as ações que movem e que nos movem quando o assunto é Educação?! Nosso tempo é o da era tecnológica, da informação e da comunicação através da tecnologia. Nesta sociedade todos estamos reaprendendo a conhecer, a comunicar, a ensinar e a aprender. Assim, precisamos saber lidar com a incerteza e a velocidade das transformações tecnológicas buscando aliá­las a valorização do ser humano como único e singular. Com a evolução constante da tecnologia, as habilidades exigidas pela sociedade são cada vez mais complexas, sendo necessário qualificação, eficiência e a constância do aprender a aprender. Nesta perspectiva a educação torna­se,


mais do que nunca, um dos pilares essenciais para o desenvolvimento das novas habilidades exigidas pela sociedade digital. Em nós educadores emerge a vontade e o engajamento em ações permanentes para que a tecnologia não seja uma forma ou meio que, ao invés de unir e aproximar, distancie e crie barreiras de “não­acesso”. Penso que “olhar além dos fatos” pode fazer a diferença neste novo, ou melhor, diferente jeito de ensinar e aprender, pois este olhar tem a ver com a percepção do indivíduo em motivação e vontade que são elementos/sentimentos que estão em cada um de nós que podemos e desejamos fazer a diferença. “A cordialidade supõe a capacidade de sentir o palpitar do coração do outro, alegrar­se com ele e manter leve o coração”. (A força da ternura – Leonardo Boff)


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