9º Fórum do Software Livre

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Um olhar educacional acerca do 9º Fórum do Software Livre

Antes de falarmos sobre as impressões que tivemos do 9º Fórum Internacional do Software Livre, vamos reservar algumas linhas para apresentar/explicar o que é a filosofia do Software Livre. Software

Livre,

ou

Free

Software,

conforme

a

definição pela Free Software Foundation, é o software que pode ser usado, copiado, estudado, modificado e redistribuído sem restrição. A forma usual de um software ser distribuído livremente é sendo acompanhado por uma licença de software livre (como a GPL ou a BSD), e com a disponibilização do seu código-fonte. Software livre não necessariamente precisa ser gratuito, é uma questão de liberdade, não de preço. O 9º Fórum Internacional Software Livre (fisl9.0) reuniu mais de 7,4 mil participantes de 21 países no Centro de Eventos da PUCRS. Foram 257 palestras, com nomes nacionais e internacionais, que lotaram todas as oito salas destinadas aos encontros. Em nossa visita ao fórum, podemos perceber que o “movimento” e o ideal de Software Livre está em ascensão e cada vez mais usuários se juntam a movimento que é uma tendência mundial. Nosso principal objetivo foi conhecer os projetos educacionais desenvolvidos pela comunidade do Software Livre e nos aproximarmos dessa realidade para possível implantação no contexto escolar. Dentre os projetos, fundamentalmente, educacionais presentes no evento podemos citar o Pandorga, que é uma distribuição gratuita voltada à demandas de aprendizagem para as séries iniciais e finais do ensino fundamental. O Pandorga foi idealizado para ser utilizado na rede de escolas públicas do município de Cachoeirinha, mas a proposta é expandir o projeto para todo o Brasil.

Esta

distribuição

conta

com

aplicativos já implementados nas áreas de

matemática,

ciências,

física,

português, dentre outros. Outro

projeto

que

marcou

presença

no

Fórum

foi

o

Linux

Educacional, distribuição que foi customizada para o uso em escolas brasileiras. Este é um projeto do MEC para o PROINFO (Programa Nacional de Informática na Educação). O Linux possui além de Por Luis Motta e Pricila Kohls dos Santos Abril/2008


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softwares educacionais, aplicativos de uso geral como a suíte de escritório BrOffice.org 2.0, software para gravação de CD/DVD, o browser Iceweasel (navegador de internet), entre outros. O projeto “Um Computador Por Aluno” também teve destaque no evento, em palestra intitulada “Experiências Piloto do Brasil com o Laptop XO”, as professoras Léa Fagundes, coordenadora pedagógica do UCA em Porto Alegre, e Roseli de Deus Lopes, que participa do piloto de São Paulo, falaram sobre o processo de implantação do projeto no país. O enfoque da palestra foi a necessidade de mudar o paradigma pedagógico e transformar os alunos em protagonistas no processo de construção do conhecimento. Maiores informações sobre o projeto podem ser encontradas neste endereço eletrônico - http://noticias.lec.ufrgs.br/. A temática Educação a Distância também teve seu espaço, reforçando assim a presença e utilização do software livre no campo educacional, a Comunidade Moodle Brasil também marcou presença. O Moodle é uma plataforma gerenciadora de atividades de Educação a Distância, em que é possível organizar uma Comunidade online para fomentar discussões e o aprendizado em rede. Esta plataforma possui inúmeras ferramentas e funcionalidades, tais como, fórum, chat, pesquisa de opinião, enquetes, espaço para apresentação dos participantes, glossário, espaço para publicação de materiais, ferramentas para envio de atividades online, realização de exercícios e lições online com correção automática. O grupo de usuários do Moodle Comunidade.br, articulou e realizou vários encontros, rodadas de conhecimento e dis-conferências sobre: - Metodologia, pedagogia e andragogia no Moodle - Moodle com apoio ao ensino presencial - Moodle e as instituições de ensino - Moodle nas organizações. Campus Virtual - Moodle e a Educação Continuada. - Emprego do Moodle como ambiente de trabalho colaborativo em rede. - Moodle e as redes e comunidades virtuais Um dos destaques foi a participação institucional da Escola de Previdência Social que apresentou o case de utilização do Moodle na instituição. Na Escola de Previdência Social a plataforma é utilizada para Educação Continuada dos Servidores e ambientação de novos servidores aprovados no último concurso.

Por Luis Motta e Pricila Kohls dos Santos Abril/2008


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No quesito tecnologia de redes, nos chamou à atenção a tecnologia apresentada pela empresa ORY. Com sede em São Leopoldo, a empresa ORY Solutions Group, que tem como uma das parceiras a N Computing, há três anos no mercado. “Este produto compartilha sessões (estações de trabalho) através do barramento PCI, partindo de um único CPU”. Cada Estação ORY PC Expanion L110 funciona com outro PC, mantendo inalteradas as definições de funcionamento e de rede. Todos os usuários acessam todos os programas instalados no Servidor

sem

a

necessidade

de

licenças

adicionais,

proporcionando uma agressiva redução dos custos totais de propriedade (TCO) e de aquisição. Além disso, sua estrutura simples dispensa a necessidade de manutenção de hardware e de atualização de software, pois cada estação funciona como uma extensão do próprio servidor. A Solução nos pareceu atrativa, pois o servidor de aplicações pode funcionar tanto em WINDOWS como LINUX. Ou Seja, pode-se ter uma máquina com boa performance para 6 terminais. Com essa tecnologia é possível descentralizar as atividades do NÚCLEO DE INFORMÁTICA e serem criadas “ILHAS” de Computadores para as Etapas e/ou níveis de ensino, ou distribuir esses terminais em sala de aula.

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Destaca-se ainda o fator de baixo consumo de energia, portabilidade e baixo TCO. A tecnologia centralizada no servidor proporciona uma atualização ágil e eficaz, pois uma vez atualizado o servidor todos os terminais ligados à ele compartilhar da mesma atualização. Assim o Custo de UPGRADE da tecnologia cai muito. Obtivemos no estande do CGI (Comitê Gestor da Internet no Brasil) a Cartilha de Segurança na Internet que padroniza procedimentos de postura quando em ambiente de internet e quais as precauções em relação a segurança que os usuários devem tomar ao navegar pela rede mundial de computadores. A cartilha é composta por oito partes, que tratam desde conceitos de segurança, passando pelo capítulo da “privacidade”, redes sem fio e finaliza com uma parte mais técnica, porém bem elucidativa sobre códigos maliciosos na internet. Com o “slogan”, “Nem tudo que fica obsoleto tem como destino a lata de lixo no mundo da informática.”, a Robótica também esteve presente. Exemplo disso é o Pingüim robô, desenvolvido pelos alunos de 11 a 18 anos do Centro Marista de Inclusão Digital (CMID), de Santa Maria (RS). Símbolo do Linux, o Pingüim robô foi feito a partir da reciclagem de componentes fora de linha. Este anda, sendo controlado por joystick e rede sem fio e ainda toca música.

No estande da Rede Marista foram apresentados projetos de Robótica Livre e reciclagem de computadores. Um dos projetos apresentados foi o Water Free, um robô que servia água aos participantes. O objetivo do projeto é instigar a reflexão sobre a preservação do meio ambiente aliado a questões tecnológicas. Além de servir água em copo plástico com o toque de um botão, o Water Free se movimenta controlado por rádio controle, transmite e recebe dados, movimenta os olhos, emite voz de robô e outros sons, sendo capaz de interagir com o ambiente no qual está inserido.

Outros dois robôs foram expostos no estande, um deles utilizou até máquina de caça-níqueis desativada.

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O Lap Tupiniquim Na cidade de Serrana, próxima à Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, nasceu uma idéia que se apresenta como uma alternativa aos programas de inclusão digital na educação. O projeto, batizado de Lap Tup-niquim, envolve um conceito novo, com uma tela sob a carteira sensível a toques, sobre a qual se pode escrever, fazer desenhos ou equações. A tecnologia empregada, conhecida como BR Tablet, é nacional e foi patenteada pelo Centro de Pesquisas Renato Archer (CenPRA). Neste mês de abril, cerca de 250 carteiras digitais irão chegar às salas de aula da cidade. A carteira digital tem a aparência e a utilidade de uma convencional. Sobre o seu tampo de vidro, o aluno escreve e apóia livros normalmente. Mas, caso a professora deseje, o tampo torna-se um monitor de computador, sensível ao toque, sobre o qual o aluno escreve, desenha, faz cálculos, acessa a internet e trabalha com softwares educacionais. O tampo pode ser levantado, e abaixo dele fica um teclado, caso seja necessário digitar. A CPU do computador fica integrada ao tampo. A maneira como um usuário interage com uma

máquina,

tecnicamente

conhecida

por interface, é totalmente alterada nesse modelo da carteira digital. O Lap Tupniquim utiliza-se de um conceito novo de interação, denominado Surface PC, ou computador de superfície. Desse modo, um usuário não usa mouses ou teclados, todo o clique e escrita são feitos através de

uma

caneta

que

toca

a

tela.

A

tecnologia do Tablet, do CenPRA, liberada para uso nesse projeto com escolas públicas, Por Luis Motta e Pricila Kohls dos Santos Abril/2008


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barateou muito o display, pois é fabricada com materiais mais simples e, ao invés de usar o toque com os dedos, usa uma caneta. A diferença de preço chega a ser até 15 vezes menor do que os displays de toque convencionais. Conclusões Esta é a quarta edição que participamos e é nítido o avanço das tecnologias baseadas em software livre. Orgulhamos-nos de salientar que desde 2000 estamos envolvidos com tecnologias em computadores baseado em LINUX, acompanhando de perto os avanços deste sistema operacional que é o ícone do Software Livre no Brasil. Somos defensores de que o uso do software livre quebra paradigmas e dá uma dimensão aos recursos digitais que incluem a cidadania e a inclusão numa sociedade cada vez mais conectada. A nossa participação, mesmo como visitante e não como inscritos, valeu pois tomamos contato com um avanço geométrico em comparação ao ano passado e vislumbramos novas possibilidades no campo educacional que é nosso principal foco de atuação.

Por Luis Motta e Pricila Kohls dos Santos Abril/2008


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Referências Site oficial do 9º Fórum do Software Livre. Porto Alegre, abril de 2008. Disponível em <http://fisl.softwarelivre.org/9.0/www/>. Acesso em 22 de abril de 2008. Site oficial do Comitê Gestor da Internet no Brasil. Disponível em <http://www.cgi.br/>. Acesso em 22 de abril de 2008. CAMPOS, Augusto. O que é software livre. BR-Linux. Florianópolis, março de 2006. Disponível em <http://br-linux.org/linux/faq-softwarelivre>. Acesso em 22 de abril de 2008.

Por Luis Motta e Pricila Kohls dos Santos Abril/2008


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