ÀS Avessas - N-º 50

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EDITORIAL

Chegamos à 50.ª edição do “Às Avessas” com um misto de orgulho e desafio. Como Miguel Esteves Cardoso sabiamente observou: “o mais difícil de tudo é continuar”. Esta verdade ressoa profundamente nesta nossa caminhada.

O “Às Avessas” persiste como um espaço de expressão para os nossos alunos. Mais do que um simples um repositório de trabalhos, é um testemunho vivo de criatividade, pensamento crítico e visão do mundo da nossa comunidade escolar, reafirmando o potencial do jornal escolar como fer-

ramenta poderosa de aprendizagem e exercício de cidadania. Nesta edição, destacamos as reflexões dos nossos alunos sobre a adolescência. Este período, frequentemente descrito como uma montanha-russa de emoções, está repleto de descobertas e desafios. Incentivamos os nossos jovens leitores a abraçarem esta fase das suas vidas com coragem, explorando os seus talentos e expressando as suas opiniões sem medo. Manter e fortalecer o “Às Avessas” tem sido um projeto desafiador, mas gratificante. Aspiramos a torná-lo cada vez mais um espaço de alunos e para alunos. Este objetivo alinha-se com a visão de que o jornal escolar pode ser um excelente instrumento de aprendizagem para fomentar habilidades cruciais como o pensamento crítico e a responsabilidade social. Por isso, convidamos os nossos leitores a serem também autores, contribuindo

Celebrar o Natal com a Inteligência Artificial

No âmbito das oficinas de formação sobre ferramentas digitais, integradas no Plano Anual de Atividades da biblioteca escolar, foram realizados vários trabalhos alusivos ao Natal (postais, um poema e um vídeo) com recurso a aplicações informáticas de Inteligência Artificial, com as turmas 11ºCM, 12ºCM e 11ºT.

Às Avessas, Nº 50, fevereiro de 2025

Coordenação:

Profª. Fátima Cosme

Profª. Fátima Morgado

Plano Gráfico e Coordenação:

Prof. Antero Valério

para a vitalidade e diversidade do “Às Avessas”. A sua participação é fundamental para manter a relevância e o dinamismo deste jornal. Expressamos a nossa gratidão a todos os alunos e professores que contribuíram para esta edição. O vosso empenho é vital para manter o “Às Avessas” um reflexo vivo da nossa comunidade escolar, um espaço de aprendizagem, crescimento e expressão. Juntos, continuaremos a acrescentar capítulos à sua história, página por página, edição após edição.

Fátima Cosme (professora bibliotecária)

Natal, Luz e Esperança

No silêncio doce da noite calma, Brilha o Natal no fundo da alma. Luzes dançam entre os pinheiros, Sussurram histórias aos corações primeiros.

O frio da rua abraça a cidade, Mas dentro de casa há calor de verdade.

Cheiro a canela, riso de criança, O Natal chega com a sua esperança.

A mesa posta, pão e vinho,

A família unida num só caminho. Há preces ditas, há sonhos no ar, No coração, a promessa de recomeçar.

E lá no céu, uma estrela guia, Recorda a todos da antiga magia.

Um menino nascido em palha e amor, Traz ao mundo o seu calor.

Assim seguimos, nesta memória, Tecendo o Natal em cada história. Pois mais que presentes, mais que o festim, É o amor o verdadeiro jardim.

Ana Gonçalves, 11ºT

Nicole Gomes, 11ºCM

Notícias da BE

Biblioteca da ES de Caneças

Integrada na Rede de Bibliotecas Escolares (RBE), a biblioteca da ES de Caneças é um espaço aberto à comunidade escolar e continua a ter um papel preponderante no suporte ao processo de ensino-aprendizagem e no desenvolvimento da leitura e de múltiplas literacias. O seu fundo documental pode ser consultado através do catálogo online a que se acede através do blogue Leituras Acordadas (http://leiturasacordadas.blogspot.com/) ou da página do Agrupamento de Escolas de Caneças.

Há muitos livros novos na BE

O Agrupamento de Escolas de Caneças valoriza a leitura e está a promover estratégias para consolidar o hábito de ler. Tem sido feito um investimento significativo na aquisição de livros novos para as bibliotecas escolares, contribuindo para o alargamento do acesso à leitura. Muitos livros novos chegaram à biblioteca da ES de Caneças graças ao Centro Qualifica, que disponibilizou uma verba para aquisição de livros no âmbito do projeto Ler+ Qualifica. Regista-se aqui o agradecimento por este importante contributo para o enriquecimento e atualização do acervo da nossa biblioteca e pelo estímulo para o desenvolvimento do projeto pessoal de leitura dos nossos utilizadores.

«A leitura é parte fundamental do desenvolvimento cultural, social e pessoal das sociedades.», Regina Duarte (Comissária do Plano Nacional de Leitura).

Comemoração do Mês Internacional da Biblioteca Escolar

Outubro foi o Mês Internacional da Biblioteca Escolar (MIBE), uma celebração anual das bibliotecas escolares em todo o mundo, uma oportunidade para darem a conhecer o trabalho que desenvolvem e mostrarem que não são apenas um serviço, mas um centro nevrálgico vital nas escolas. A chamada à ação é da IASL (International Association of School Librarianship). Em Portugal, o Dia da Biblioteca Escolar assinala-se na quarta segunda-feira do mês de outubro. Em 2024, foi dia 28/10. O mote lançado para este ano foi: “Bibliotecas Escolares: a ligar comunidades!”.

A BE apresentou-se a novos utilizadores

No mês de outubro, teve início a apresentação da biblioteca da ES de Caneças às turmas do 8.º ano, no contexto da aula de Cidadania e Desenvolvimento, e às turmas do 10.º. Os alunos tiveram a oportunidade de conhecer os espaços, os serviços e os projetos da biblioteca; além disso, também foram incentivados a pesquisar no catálogo online, tornando-se utilizadores autónomos, desde o início do seu percurso na nova escola ou início deste novo ciclo de estudos.

Projeto

“10 minutos a ler”

No presente ano letivo, continuamos a promover a leitura com a aplicação do projeto “10 Minutos a Ler”. Esta é uma iniciativa do Plano Nacional de Leitura (PNL), em vigor desde 2021-2022, com o objetivo de contribuir para a promoção do gosto de ler, indispensável ao desenvolvimento de hábitos leitores e ao aumento das competências de literacia.

O projeto “10 Minutos a Ler” é uma atividade diária e obrigatória, devendo constar no sumário da aula. Para garantir a rotatividade, foi proposta a correspondência entre a ordem das semanas de cada mês e a dos tempos letivos de cada turma, nos quais deverá ocorrer o momento de leitura, existindo a possibilidade de permutas sempre que se tal revele necessário.

Dia da Saúde Mental 10 de outubro

No dia 10 de outubro, comemorou-se o Dia Mundial da Saúde Mental. Para assinalar a data, realizou-se uma exposição alusiva ao tema da saúde mental na biblioteca escolar. A exposição abordou temas diversos como a ansiedade, a tristeza,o luto e a insegurança e apresentou sugestões de biblioterapia (tratamento para melhorar o estado de espírito e o bem-estar de qualquer pessoa através da leitura de livros).

No dia 17 de outubro, a biblioteca escolar, numa parceria com a Oikos, convidou toda a comunidade educativa a assinalar o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, cujo o tema deste ano foi o seguinte: “Acabar com os maus-tratos sociais e institucionais, agindo em conjunto para a construção de sociedades justas, pacíficas e inclusivas”.

O dia foi assinalado com diversas ações na ES de Caneças, que foram inspiradas pelas sugestões da Oikos, que disponibilizou um site dedicado aos ODS, com materiais e recursos úteis. Não ficamos indiferentes! Queremos fazer parte da mudança!

“À barca, à barca, houlá!”

Os alunos das turmas do 9.º ano tiveram a oportunidade de embarcar numa viagem muito especial para reconhecer a linguagem específica do teatro e identificar a dimensão da imagem no Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente. As sessões propostas pela biblioteca escolar ao departamento de Português foram orientadas pelo professor João Nuno Machado, ex-professor bibliotecário da ES de Caneças, e decorreram nos dias 11 e 12 de novembro, no auditório pequeno.

No dia 25 de novembro, os alunos das turmas de 11CT1 e 11SE1 assistiram à Aula Aberta «Vieira, esse povo de palavras», dinamizada pela professora Aida Sampaio Lemos, revisora linguística da Obra Completa de Padre António Vieira (publicada em 30 volumes pelo Círculo de Leitores, 20162019).

Esta sessão, que teve como objetivos motivar os alunos para a leitura e complementar o estudo da obra «Sermão de Santo António aos Peixes», de Padre António Vieira, decorreu na biblioteca escolar, que se engalanou para este momento tão aguardado por alunos e professores.

À conversa com Pat R

No dia 16 de dezembro, houve um encontro, na biblioteca escolar, dos alunos das três turmas de Artes Visuais com Pat R, nome artístico de Patrícia Ribeiro, uma artista que deu a conhecer o seu processo criativo. Na sessão, mereceu destaque a importância da imaginação na leitura, a inter-relação entre a escrita, a ilustração e a música e ainda a sinergia entre a literatura e as diferentes artes. No final, os alunos tiveram a oportunidade de folhear e de adquirir o(s) livro(s) da autora e de lhe pedir autógrafos.

Vem estudar Matemática na biblioteca

Para celebrar o Dia Mundial do Cinema (5 de novembro), a biblioteca escolar apresentou uma pequena exposição de livros que foram adaptados ao cinema.

Os alunos aderiram entusiasticamente à partilha de excertos de textos do autor sobre temas de incontestável atualidade, como o amor, a amizade, a paz, a guerra, a calúnia, entre outros.

Feira do livro usado

Os alunos que frequentam a disciplina de Matemática A ou que têm a disciplina em atraso têm tido à sua disposição um espaço para estudar e esclarecer dúvidas na biblioteca escolar, no horário aí afixado. Esta iniciativa só tem sido possível graças à disponibilidade demonstrada por elementos do departamento de Matemática. Recomenda-se aos alunos que aproveitem esta ajuda. Nos dias 21 e 22 de janeiro, a equipa da biblioteca escolar promoveu uma feira do livro usado, no pequeno auditório, para dar uma nova vida aos livros abatidos. Esta iniciativa vai ter mais edições ao longo do ano letivo. Um livro antigo pode ser um bom amigo!

Dia Mundial para Erradicação da Pobreza 17 de outubro
Dia Mundialdo Cinema 5 de novembro
Uma aula especial sobre Padre António Vieira

Comemorações do V centenário do nascimento de Camões

«A Resolução do Conselho de Ministros n.o 69/2024, de 3 de junho, determina a realização de Comemorações do V Centenário do Nascimento de Luís de Camões, entre 10 de junho de 2024 e 10 de junho de 2026, “para homenagear e valorizar o legado de Luís de Camões, cuja influência transcende fronteiras, épocas e gerações”, pelos valores de excelência e humanismo associados à sua obra literária.»

Neste contexto e em articulação com os diferentes serviços do Ministério da Educação, Ciência e Inovação, a Rede de Bibliotecas Escolares (RBE) promove as Comemorações do V Centenário do Nascimento de Camões com a iniciativa “Camões, Engenho e Arte” (2024-2026). Para apoiar as iniciativas a desenvolver, a RBE disponibiliza uma página com sugestões e recursos de apoio: https://www.rbe.mec. pt/np4/camoes- engenho-e-arte.html

Assim, no início do ano letivo, a biblioteca escolar desafiou toda a comunidade educativa a participar na homenagem ao “príncipe dos poetas”, quer aceitando as sugestões lançadas pela RBE, quer apresentando outras. Só com “a colaboração e entusiasmo de todos” será possível “tornar esta celebração num marco inesquecível na história das nossas escolas” (mensagem da Coordenadora Nacional da RBE às direções das escolas).

No âmbito da iniciativa “Ler Camões”, integrada nas Comemorações do V Centenário do Nascimento de Luís de Camões, e aceitando o desafio da Rede de Bibliotecas Escolares (RBE), alguns alunos da nossa escola empenharam-se na promoção da leitura da obra camoniana, no passado dia 23 de janeiro, data provável do nascimento de Camões. Parabéns à aluna Beatriz Silva (11CT3) e à turma 9E pelos seus contributos! Os vídeos estão disponíveis

para visualização no canal de YouTube da biblioteca da ES de Caneças: https://www.youtube.com/@bibliotecaescolaresc.sec.canec.

Já está a decorrer mais uma edição do concurso “Miúdos a Votos: quais os livros mais fixes?”, uma iniciativa da Rede de Bibliotecas Escolares e da VISÃO Júnior que promove a leitura e o desenvolvimento de competências de cidadania ativa. Os alunos do 1.ª ao 12.º ano de escolaridade podem votar no seu livro preferido, replicando os procedimentos e as normas de uma eleição real.

Na edição deste ano, há algumas novidades e alterações: prémio para a melhor campanha (serão premiadas as ações de campanha mais criativas realizadas fora da escola); limitação de mandatos (não podem ser incluídos os livros que tenham vencido, nessa mesma categoria nas últimas três edições); apresentação dos resultados eleitorais a nível local (cada município poderá divulgar os resultados eleitorais do seu concelho, através de uma festa do livro ou de leitura).

Um dos momentos mais aguardados pelos alunos, no âmbito da iniciativa “Miúdos a Votos!”, começou no dia 20 de janeiro. É a Campanha Eleitoral de “Miúdos a Votos!”, que se prolonga até 10 de março. Na biblioteca da ES de Caneças, os alunos da turma 12 CM já começaram a trabalhar neste projeto.

É durante esta etapa que os alunos têm a oportunidade de defenderem o seu livro preferido e colocarem à prova a sua criatividade, com a realização de diferentes ações de campanha. Desde cartazes, debates, podcasts a jogos, as possibilidades são inúmeras.

As eleições realizam-se no dia 12 de março.

Livros candidatos:

Sentir a ler!

As bibliotecas escolares do nosso agrupamento aceitaram o convite da Biblioteca Municipal D. Dinis para a iniciativa “Sentir a LER”, que se destina a todos os alunos dos 1.º, 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e aos do ensino secundário. “Sentir a LER” é um concurso municipal de leitura e tem como objetivo estimular o gosto e o prazer pelos livros e pela leitura, promovendo, a compreensão leitora, a interpretação, o domínio da língua portuguesa, a análise crítica, a fluência, a expressividade e a capacidade de comunicação. A fase escolar, de carácter eliminatório, decorreu nas escolas do AE de Caneças entre 6 e 10 de fevereiro, já a fase final desta iniciativa está agendada para o dia 28 de

Ler Camões
Miúdos a votos!

abril, na Biblioteca Municipal D. Dinis, sendo a parte da manhã dedicada ao 1.º e 2.º ciclos e a parte da tarde ao 3.º ciclo e ensino secundário.

No primeiro semestre, houve duas sessões de leitura de contos na biblioteca da ES de Caneças.

A partir da leitura de “A Noite de Natal”, de Sophia de Mello Breyner Andresen, os alunos do Curso Profissional de Técnico de Ação Educativa partilharam, no dia 20 de dezembro, os sonhos de uma noite de Natal e muitas emoções numa sessão muito especial na BE.

No dia 23 de janeiro, a turma 12AE (Curso Profissional de Técnico de Ação Educativa) dinamizou uma sessão de “A Hora do Conto”, tendo as turmas A e C do 9.º ano e os alunos do Centro de Apoio à Aprendizagem como convidados. Foi feita a leitura expressiva do conto “Mestre Finezas” e foi desenvolvido um conjunto de atividades a partir deste texto de Manuel da Fonseca. Todos juntos podemos ler mais!

Concurso

No presente ano letivo, a Associação dos Amigos de Caneças organiza a 3.ª edição do concurso “Recria a Bilha de Caneças”, dirigido a alunos e professores do Agrupamento de Escolas de Caneças, como forma de valorizar o

património histórico-cultural de Caneças e promover a sua descoberta pelos mais jovens. A Associação dos Amigos de Caneças agradece o apoio e o interesse dos professores do agrupamento em participarem no concurso com os seus alunos, reforçando os laços de parceria entre a comunidade escolar e a comunidade local.

A 23.ª edição da Maratona de Cartas decorreu, em Portugal, de 4 de novembro de 2024 a 31 de janeiro de 2025. Por ocasião do dia 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos, a ES de Caneças participou no Dia de Ação Conjunto, um dia inteiramente dedicado aos casos da Maratona de Cartas 2024, o maior evento de direitos humanos organizado pela Amnistia Internacional em todo o mundo.

Desta forma, pretendeu-se promover ainda mais a Maratona de Cartas, reconhecendo e celebrando o trabalho de quem defende, todos os dias, os direitos humanos. Conscientes de que poderíamos mudar uma vida através da assinatura de uma petição ou do envio de uma mensagem de solidariedade aos seis casos de pessoas ou comunidades que se encontram em risco, a Biblioteca Escolar e a Coordenação da Estratégia de Educação para a Cidadania na Escola concertaram esforços e organizaram a ação. Durante três dias, as turmas da ES de Caneças deslocaram-se à biblioteca para a assinatura das petições. Também os professores e funcionários foram

Clássicos em redeOlimpíadas da Cultura Clássica

convidados a participar nesta ação. Após o encerramento da Maratona, a Amnistia Internacional divulgou os resultados do Concurso de Escolas da Maratona de Cartas; por isso, é tempo de dar os parabéns ao Agrupamento de Escolas de Moimenta da Beira, vencedor do concurso deste ano, após ter conseguido angariar umas impressionantes 2 799 assinaturas online. O nosso agrupamento também merece um louvor por ter alcançado o 2.º lugar (1075 assinaturas). A biblioteca escolar está a promover As Olimpíadas da Cultura Clássica, um concurso que tem por objetivo estimular a curiosidade e alargar os conhecimentos sobre temas de Cultura Clássica, através de desafios que apelam à escrita, à expressão artística e ao domínio de ferramentas digitais.

Celebrando-se em 2024/2025 o V Centenário do Nascimento de Camões, os temas da presente edição têm como mote excertos da obra camoniana. Para confirmar as modalidades de participação e outras informações importantes, deve ser consultado o Regulamento 2024-2025 (https://www.rbe.mec.pt/np4/ClassicosEmRede.html).

Programa de Mentoria

Num trabalho de articulação da Biblioteca Escolar com a Coordenação dos Cursos Científico-Humanísticos, foi lançada a 4.ª edição do Programa de Mentoria. Este programa consiste no acompanhamento académico de alunos que apresentem dificuldades específicas, sendo esse realizado por alunos com melhor aproveitamento em áreas/ disciplinas do seu ou de outro nível de escolaridade. Aos mentores será reconhecida a participação nesta iniciativa com a atribuição de um Diploma com Menção de Cidadania.

A hora do conto
Maratona de cartas

ProjetoPÚBLICO NA ESCOLA “Isto

disso. Não é empreendedor, antes mestre de cerimónias, mago do marketing.

também é comigo!”

No mês de outubro (Em Progresso 06, 21/10/24), a biblioteca escolar desafiou os alunos do ensino secundário a participarem no concurso PÚBLICO na Escola - “Isto também é comigo!”, que distingue os melhores textos de opinião, escritos a partir de conteúdos do jornal PÚBLICO. Todos os meses, os alunos do ensino secundário têm oportunidade de fazer ouvir a sua voz, na sequência de conteúdos publicados na edição impressa ou online que lhes tenham despertado a atenção.

Vitória do aluno Francisco Antunes

Ao longo do 1.º semestre, apenas dois alunos da ES de Caneças quiseram pensar e dizer por escrito como olham a atualidade, participando neste concurso. Até à data, a professora bibliotecária submeteu três textos de opinião do aluno Francisco Antunes (12ºCT1) e dois da aluna Beatriz Silva (11ºCT3). Ambos merecem um louvor pelo seu empenho nesta iniciativa.

O Francisco encheu-nos de orgulho ao alcançar a vitória logo na sua estreia. Escreveu um artigo de opinião sobre a eleição de Donald Trump e venceu a edição de novembro, a última de 2024, do concurso “Isto Também é Comigo!”. Álvaro Vasconcelos assinou, no PÚBLICO, o texto de opinião “Kamala Harris vai derrotar Trump”, que o Francisco escolheu como ponto de partida para o seu texto “1984 + 40: EUA a caminho da distopia”, o qual lhe valeu o primeiro lugar neste concurso nacional.

O prémio desta iniciativa é a publicação do texto de opinião selecionado nas plataformas digitais e redes sociais do PÚBLICO na Escola e da RBE e a oferta de livro(s) do PÚBLICO. À biblioteca da escola do autor do texto premiado, independentemente do número de alunos vencedores, será oferecida uma assinatura digital anual ou livro(s) do PÚBLICO. O regulamento deste concurso está disponível em https://www.rbe.mec.pt/np4/PnE-itec.html.

Texto vencedor

1984 + 40: EUA a caminho da distopia
“Kamala Harris vai derrotar Trump”

Pois é, Álvaro Vasconcelos, tal não aconteceu. Morre a liberdade com aplausos. Aqueles que votaram, talvez o tenham feito pela última vez. Venceu o condenado, o mentiroso, o traidor, um “capitão América” que pôs segredos de estado em risco. Quem, em seu perfeito juízo, no rescaldo do 6 de janeiro de 2021, acreditaria que Trump voltaria à Casa Branca? Ninguém! Juízo implica razão e, por isso, no mundo da razão, ganharia Kamala. Mas vivemos num mundo romântico – já dizia João da Ega. A política do bom senso não tem lugar no mundo da superficialidade e da desinformação. George Orwell mostrou como a propaganda manipula as emoções das massas a favor dos incumbentes. As pessoas adoram fantasias – ainda mais no berço de Hollywood – e Trump sabe

A narrativa de “Tornar a América grande outra vez” é apelativa, especialmente em tempos de crise económica e geopolítica. Os americanos veem preços altos, carteiras vazias, notícias de guerras e miséria. Pouco importa que Biden tenha tido resultados económicos positivos, controlado a inflação ou enfrentado crises globais fomentadas pela administração anterior. Pouco importa que Trump seja incompetente, insensato, misógino e que tenha incitado à violência e jogado contra a democracia.

E qual é a resposta dos ditos racionalistas? É, como Vasconcelos refere e muito bem, o menosprezo das consequências da eleição de Trump, o qual, francamente, nada tem de racional. Esta apatia levará o mundo para uma espécie de “live-action” ao estilo de “1984”, a distopia de Orwell. É triste como até a Europa, depois de tantos tiros, continua a não usar colete à prova de balas. Não podemos ser tolerantes à intolerância!

A razão não prevaleceu. Kamala Harris não derrotou Trump. Preferiu-se o filme ao documentário; por isso, eu não sou tão otimista como Álvaro Vasconcelos. Afinal, a razão é um pilar frágil no sustento da esperança. Mas não nos apoquentemos, pois, em breve, a mentira tornar-se-á verdade, e todos amaremos “o Grande-Irmão”.

Francisco Antunes, 12ºCT1

Aconteceu na escola

Think Positive / Pensar Positivo

No âmbito da disciplina de Inglês, os alunos do 10.º ano, inspirados por músicas, livros, poemas ou citações, escreveram, em língua inglesa, frases positivas. Deste trabalho, resultou a exposição “Think Positive”, que esteve patente numa janela do átrio principal da ES de Caneças. Foram apresentados cartazes criativos e coloridos, nos quais os alunos expressaram as suas ideias sobre o impacto de uma mentalidade positiva no seu dia a dia, designadamente na sua vida escolar e pessoal. Esta iniciativa do Departamento de Línguas Estrangeiras visou incentivar a comunidade escolar a refletir sobre a importância do pensamento positivo, especialmente no contexto emocional dos jovens.

Hallowgreen

Celebrar o Halloween de forma sustentável

A exposição “Hallowgreen” alusiva à comemoração do Halloween, um dos acontecimentos mais aguardados do mês de outubro, decorreu de 28 de outubro a 4 de novembro, na biblioteca escolar, onde toda a comunidade escolar pôde apreciar o talento e a criatividade dos alunos do 8.º ano. No âmbito da disciplina de Inglês, foram desafiados a apresentar maquetes feitas de materiais reciclados para celebrar um Halloween mais amigo do ambiente. Esta atividade foi promovida pelo Departamento de Línguas Estrangeiras e teve como principal objetivo sensi-

bilizar os alunos para a importância da reutilização de materiais e do respeito pelo ambiente. A exposição ofereceu ainda a oportunidade de reflexão sobre a integração de práticas sustentáveis nas nossas tradições e celebrações.

Exposição 25 anos do Município de Odivelas

O município de Odivelas comemorou os seus 26 anos, no dia 19 de novembro, em vários locais do concelho com exposições, com a inauguração do Centro Interpretativo das Águas de Caneças e com concertos no Pavilhão Multiusos de Odivelas. A nossa escola acolheu a exposição municipal, no átrio principal, com registo de diferentes obras e ações que mostravam o progresso e o desenvolvimento do município, por exemplo na construção/requalificação de escolas, espaços verdes e atividades económicas, ao longo de um quarto de século.

Textos de Daniela Baleizão, 10ºLH1

Na primeira semana de dezembro, no átrio principal da escola, realizou-se uma venda solidária, organizada pelo Centro Comunitário Paroquial da Ramada, que teve como objetivo principal angariar ajudas, de forma a dar apoio a pessoas carenciadas.

Venda de Natal

Ainda no âmbito das comemorações dos 50 anos da Revolução dos Cravos, esteve patente no átrio principal da ES de Caneças uma exposição sobre os acontecimentos relacionados com o 25 de Novembro de 1975, dia em que congregação de esforços permitiu continuar e consolidar a Revolução de Abril, em defesa dos valores democráticos.

Cartaz da autoria de alunos que participaram na “Marcha da Liberdade”, no dia 23 de abril de 2024, na Escola Secundária de Caneças.

O legado do 25 de Abril

No átrio principal da ES de Caneças, os alunos puderam visitar a exposição sobre a importância do 25 de Abril, nomeadamente a conquista da liberdade

de expressão, da liberdade de associação e reunião, da implantação do plurpartidarismo, isto é, a conquista da democracia, em oposição ao regime ditatorial que governou Portugal durante 48 anos do século XX. Pela relevância dos conteúdos, esta exposição mereceu o apreço da comunidade escolar.

Veia de poeta

Na aula de Português, os alunos das turmas 12ºCM e 12ºT foram desafiados a escrever um poema a partir do estudo da obra de Fernando Pessoa e do visionamento do filme «Clube dos Poetas Mortos».

O céu cinza veste um véu, Com lágrimas suaves que caem do céu. Cada gota um sussurro, um canto, um lamento, Um abraço molhado do próprio vento.

Os rios nas ruas dançam em sincronia, Refletindo o brilho da melancolia. A terra respira, saciada e contente, Sob o manto da chuva, tudo é presente.

O cheiro da água abraça o ar, Um aroma que lembra o lar. Janelas choram pingos de vidro, Um eco do mundo, tão antigo e límpido.

E no silêncio do tambor da chuva, Há uma paz que a alma nutre e cultiva. Um dia cinzento, mas cheio de cor, Pintando as nuvens, repleto de amor.

Tiago Mesquita da Silva, 12ºCM

Mass Training em Suporte Básico de Vida

No dia 9 de dezembro, no pavilhão gimnodesportivo da ES de Caneças, decorreu a ação “Mass Training em Suporte Básico de Vida”, destinada aos alunos do 10º. ano. Antes do início da formação, o professor Fernando Costa, diretor do nosso agrupamento, destacou a importância desta atividade e agradeceu às entidades externas envolvidas e ao departamento de Educação Física.

A formação teve como objetivo proporcionar aos alunos os conhecimentos e as competências necessárias para a prestação de primeiros socorros em situações de emergência, de forma a prepará-los para intervir de maneira eficaz e segura em contextos de risco. A atividade foi organizada pelo departamento de Educação Física, em colaboração com o Projeto de Promoção e Educação para a Saúde (PES), contando com o apoio de docentes com formação em Suporte Básico de Vida. A ação foi promovida pela Unidade de Cuidados na Comunidade Odivelas “Saúde a seu Lado” (UCC Saúde a Seu Lado), com a colaboração fundamental do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), dos Bombeiros Voluntários de Caneças e do Serviço Municipal de Proteção Civil de Odivelas. Registou-se com enorme satisfação o envolvimento dos alunos do 10.º ano.

Eu sou o caminho da luz

As trevas da escuridão

Libertam uma sensação

De fuga, para onde os ventos soprarão.

Mas, a certa hora, o meu olhar cintila, E eu percebo que estou por minha conta

Sob a vigilância da minha sombra.

Mas eu sou a luz que ilumina

O ouro do tesouro que brilha

E a minha presença, que resplandece serenidade,

É o caminho que me levará à liberdade.

Daniela Miguel, 12ºT

Ler e Falar Ciência

Na manhã do passado dia 14 de janeiro, a biblioteca da Escola Secundária de Caneças foi palco de um evento que destacou a relevância da ciência e da leitura para o desenvolvimento de competências académicas dos alunos. Os alunos das turmas CT3 e CT4 do 12.º ano realizaram apresentações de livros científicos. Foram abordados temas como física quântica, mecânica, teoria da relatividade e outros conceitos fundamentais da área da Física. Este projeto foi supervisionado pelas professoras Helena Pires e Ana Marques, professoras das disciplinas de Física e Português, respetivamente. Os alunos das turmas 10CT1 e 12LH2 assistiram às apresentações como convidados.

As apresentações, que foram preparadas com cuidado e executadas com entusiasmo, demonstraram a importância dos livros científicos como recursos essenciais para o estudo da ciência. Numa era em que muitos alunos privilegiam o recurso a uma enorme diversidade de ferramentas digitais para obter conhecimento, o

evento reforçou o papel insubstituível do livro na aquisição de saber e na compreensão de conceitos científicos. No conjunto dos livros apresentados, destacaram-se os que explicam de forma acessível e cativante conceitos complexos da ciência, tendo despertado o interesse dos presentes. É de salientar que os alunos não apenas partilharam resumos e análises dos livros, como também promoveram de

bates sobre as aplicações práticas das diferentes teorias na vida quotidiana. A participação ativa dos alunos e o entusiasmo demonstrado ao compartilharem os conhecimentos adquiridos através da leitura reforçam o compromisso da escola em promover uma educação de qualidade e incentivar o uso consciente dos recursos disponíveis. Este evento não apenas celebrou a importância da leitura, mas também reforçou a ciência como um alicerce essencial para o futuro.

Outro momento marcante do evento foi o anúncio oficial da chegada de uma enorme quantidade de novos livros à biblioteca escolar. Estes volumes, que abrangem diversas áreas do conhecimento, estão em processo de catalogação e, em breve, estarão disponíveis para que qualquer elemento da comunidade escolar possa requisitálos, representando esta iniciativa um investimento significativo no incentivo à leitura na nossa escola.

Afonso Almeida e Gonçalo Silva, 12ºCT4

A pouquinho, a pouquinho

a

criatividade sai do ninho!

Ao longo do primeiro semestre, os alunos que frequentam o Centro de Apoio à Aprendizagem (CAA) desenvolveram diversas atividades, no âmbito das celebrações de efemérides em articulação com o Plano Anual de Atividades do Agrupamento. Assim sendo:

- no dia da Erradicação da Pobreza (17 de outubro), construiu-se um cartaz alusivo ao tema e este foi exposto na biblioteca escolar (BE);

- na semana de 31 de outubro, elaboraram-se enfeites alusivos ao Halloween, que foram espalhados por diferentes espaços escolares;

- no dia 11 de novembro, visualizou-se um pequeno vídeo sobre a lenda de São Martinho e procedeu-se a atividades de compreensão da mesma;

- no dia 3 de dezembro, celebrou-se o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, numa ação de sensibilização que envolveu diferentes turmas do 8.º

ao 12.º anos e que deu lugar a uma exposição na biblioteca escolar intitulada “O melhor de nós!”;

- nas duas últimas semanas antes da interrupção do Natal, leram-se histórias natalícias, construíram-se enfeites para decorar diferentes espaços do recinto escolar.

As diferentes atividades permitiram o desenvolvimento de competências sociais, emocionais, motoras e cognitivas dos alunos em questão.

Departamento de Educação Especial

Exposição Notícias que originam Arte

Esteve patente no espaço de biblioteca da ES de Caneças até ao dia 12 de dezembro, a exposição “Notícias que originam Arte” que reuniu trabalhos dos alunos da turma 12ºAV1.

Estes trabalhos foram realizados na aula de Oficina de Artes, onde lhes foi proposto desenvolver um projeto artístico tendo como ponto de partida uma notícia que os tenha impressionado.

Afonso Henriques abordou a questão do rinoceronte, uma espécie em vias de extinção

Os incêndios foram tema de vários alunos da turma

Bruna Rocha MiriamFortes

Sophia Rabelo centrou-se na catástrofe das inundações em Rio Grande do Sul

Mafalda Ramos utilizou como tema a guerra na Ucrânia

Inês Antunes focou-se na imagem e nas palavras de presidentes norte-americanos

Sofia Palminha abordou a fuga da prisão de Vale de Judeus

Lívia Mendes apresentou Rosa Parks, ativista que é um símbolo do movimento dos direitos civis dos negros nos USA

Rafael D’Almeida fez um «Memorial» com rostos de vítimas do 11 de setembro

Elementos do corpo humano

Representações

O desafio de representar o corpo humano é sempre uma oportunidade de descoberta e aprendizagem. Os grandes mestres da arte estudaram exaustivamente a estrutura, as proporções, a articulação e as texturas das várias partes do nosso corpo, numa busca quer da perfeição da representação, quer da tradução plástica das diversas expressões de vida que cada pessoa contém. Os alunos do 11.º AV1, na sequência do percurso iniciado no ano letivo passado, observaram atentamente e representaram rostos, elementos faciais, mãos e pés humanos (partindo da realidade ou de modelos como as esculturas Pietá e David, de Miguel Ângelo), desenhando-os com recurso à grafite e ao carvão. A representação realista era um objetivo, mas também as expressões de vida e de movimento foram mote para os desenhos.

Prof. Paulo Falardo

da realidade

Carolina Sequeira
Beatriz
Cordeiro
Matilde Cruz
Lourenço
Fernandes
Ana Santos
Marta Antunes
Beatriz
Cordeiro
Carolina Sequeira
Gonçalo Costa
Elena Ceban
Luna Veiga
Sara Martins
Joana Santos

O que é a adolescência?

Ainda não se é considerado adulto nem tão pouco se é criança, mas, afinal, o que é a “adolescência”? Etimologicamente, a palavra “adolescência” deriva do latim e significa “crescer” (Braconnier & Marcelli, 2005), referindo-se este termo ao período de transição entre a infância e a idade adulta, compreendido entre os 10 e os 19 anos (WHO, 2015).

Durante a adolescência ocorrem diversas transformações tanto a nível biológico como social e emocional. O corpo vai-se transformando e ganhando novas funções, como é o caso, e para ilustrar, o aparecimento da primeira menstruação nas raparigas, assim como o crescimento dos pelos pubianos, que nem sempre acompanham a maturidade emocional, o que, na maioria das vezes, gera ambivalências e alterações de comportamento que se vão repercutindo na forma como o adolescente vive e expressa as suas relações.

Os adolescentes, dos dias de hoje, são confrontados com desafios

que acrescem dificuldades nesta etapa do desenvolvimento, que é tão importante para a formação e crescimento da identidade, característica do indivíduo em fase adulta. As plataformas sociais têm contribuído para que haja mais comparação, entre pares, com base na aparência, levando a uma maior insatisfação corporal e manifestação de perturbações do comportamento alimentar nos adolescentes (Holland & Tiggemann, 2016).

No que diz respeito às questões sociais e psicológicas, é comum ocorrerem mudanças relativamente aos laços preestabelecidos com os pares, um maior desejo de independência e distanciamento do círculo familiar, além de se vivenciar mais intensamente as emoções (Andrade et al., 2022). Embora os adolescentes procurem autonomia, a dependência face aos pais ainda se mantém. Segundo Rutter e colaboradores (1976), os desafios psicológicos na adolescência estão frequentemente associados a problemas familiares, como divórcios, instabilidade parental

ou doenças mentais nos pais. Ademais, a sociedade atribui uma importância cada vez maior à educação, o que leva os jovens a enfrentarem uma pressão crescente relacionada com o desempenho escolar, tornando-os mais suscetíveis aos efeitos negativos do stress (West & Sweeting, 2003). Desta forma, recomenda-se a leitura do artigo “Vamos falar um pouco sobre ansiedade?” do Às Avessas, edição n.º 49. Pode-se concluir que a adolescência é uma etapa marcante e transformadora, na qual se forma o que se apelida por identidade. Além disso, é nesta etapa que o adolescente se confronta com as primeiras questões sobre o significado da sua existência (Andrade et al., 2022), sendo convidado a refletir sobre quem é e qual o seu propósito no mundo.

Valéria Martins e Rita Valentim Serviço de Psicologia e Orientação

Adolescentes

Exaustos, mudos, sempre que os vejo, Nos bancos tristes que há na cidade, Sobe em mim próprio como um desejo Ou um remorso da mocidade...

E até a brisa, perfidamente Lhes roça os lábios pelos cabelos Quando a cidade, na sua frente Rindo e correndo, finge esquecê-los!

Eles, no entanto, sentem-na bela. (Deram-lhe sangue, pranto e suor). Quantos, mais tarde se vingam dela Por tudo o que hoje sabem de cor!

E essas paragens nos bancos tristes (Aquela estranha meditação!)

Traz-lhes, meu Deus, só porque existes, A garantia do teu perdão!

Pedro Homem de Mello, in «Eu Hei-de Voltar um Dia»

Autorretrato
Sophia Rabelo, 12º AV1
Autorretrato
Lívia Mendes, 12º AV1

Ser adolescente

Ser adolescente é…

A adolescência é um período marcado por grandes transformações, tanto físicas como emocionais. Nesta fase, nós, adolescentes, começamos a questionar o mundo à nossa volta, à procura da nossa identidade, na tentativa de definir quem somos. Com isso, acabamos por mudar tão rapidamente as nossas emoções e a nossa maneira de ser que podemos construir um muro inalcançável, correndo o risco de perdermos a nossa essência.

Nesse processo de descoberta e de afirmação, muitas vezes, procuramos imitar os outros, experimentar novas ideias e explorar diferentes interesses e, em muitos casos, desafiar as normas estabelecidas, até encontrarmos o que realmente nos define. Álvaro de Campos (heterónimo de Fernando Pessoa), no poema “Tabacaria”, diz: “Não sou nada./ Nunca serei nada./ Não posso querer ser nada./ À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.”. A meu ver, estes versos de um dos meus

poemas favoritos do autor dizem muito sobre o que a maioria dos adolescentes pensa, uma vez que aborda a busca pela identidade e a reflexão sobre a própria existência, algo que marca muito a adolescência.

Apesar de todos os desafios, a adolescência é uma fase de grandes aprendizagens. Acredito que, através de erros e acertos, vamos definindo a nossa personalidade e amadurecendo. Embora nem sempre seja fácil, sei que é necessário.

Francisca Silva, 8ºG

Ser adolescente: uma aventura ou uma enorme responsabilidade? Segundo a Infopédia, a adolescência significa o “período final do desenvolvimento humano entre o início da puberdade e o estado adulto; juventude; mocidade”. Ora, o adolescente é, pois, aquele que está a viver a adolescência. Mas até que ponto ser adolescente é algo tão linear como esta

definição indica? Na verdade, ser adolescente não é nada fácil. Embora dependa de pessoa para pessoa, conclui-se que há traços comuns a quase todos os adolescentes.

É natural que, à medida que a idade avança, o mesmo aconteça com as responsabilidades: aumentam e agigantam-se. Na adolescência, aumentam especialmente as responsabilidades a nível escolar, mais testes e prazos. O mesmo sucede na vida pessoal dos adolescentes, incluindo mais apoio na vida familiar e novas preocupações… “O que vou fazer no futuro?” - pergunta frequente e fonte de angústia para aqueles que não fazem ideia do que querem seguir, o que nos leva ao tópico da saúde mental.

Felizmente, hoje, este é um tema discutido de forma natural. É preocupante que o número de adolescentes com sintomas depressivos tenha aumentado significativamente, em parte, provocado pelo stress vivenciado nesta fase da vida. Com frequência, os adolescentes acabam por se refugiar nos amigos, por compreenderem melhor os seus sentimentos e emoções. À família, cabe o papel de “maus da fita”, os incompreensíveis, que impõem os limites e as regras de que os adolescentes não gostam.

É também nesta fase que ocorrem imensas mudanças hormonais, responsáveis pelas típicas alterações de humor. Tudo isto, a acrescentar à conturbada fase da descoberta de um estilo próprio e de preferências pessoais… Em suma, é o momento da definição do Eu. Por último, mas não menos im-

Autorretrato
Afonso Henriques, 12º AV1
Autorretrato
Bruna Rocha, 12º AV1

portantes, são os relacionamentos amorosos. É durante a adolescência que é comum surgirem as primeiras paixões e, com estas, os primeiros desgostos… Concluindo, ser adolescente não é tão linear como parece. É uma fase de mistérios e dúvidas pela qual todos, inegavelmente, temos de passar. Anda daí comigo: vamos aproveitá-la e vivê-la ao máximo!

Mara Silva, 9ºE

Ser adolescente

A adolescência é cientificamente definida como uma fase de transição entre a infância e a vida adulta, mas, na verdade, é muito mais do que isso. Será este período da vida assim tão marcado pela mudança constante? Há, sem dúvida, momentos que nos transformam a nós, adoles-

centes, pela necessidade de adaptação a múltiplas alterações não só físicas mas também mentais e sociais. Uma característica particular é sentirmos tudo intensamente. A dor, a alegria e até o amor são vivenciados com tamanha proporção que, por vezes, nas nossas mentes, tudo parece “o fim do mundo”. Há quem se refira à adolescência como uma fase difícil ou até insuportável, mas será que já tentaram compreender o porquê de estarmos diferentes? Somos pressionados a saber como lidar com tudo, a não cometermos erros ou a sermos o que esperam que sejamos. Muitos adolescentes acabam por não aguentar tantas expetativas e tanta pressão e agem, muitas vezes, de “cabeça quente”. Ao vivermos cada si-

tuação tão intensamente, acabamos por não saber como reagir, o que leva a que, em alguns casos, nos achem dramáticos ou mal-educados, quando, na verdade, apenas estamos a ter dificuldades em lidar com o que é novo. Durante esta fase, o apoio e a compreensão são fundamentais, mas também é importante termos o nosso próprio espaço para podermos pensar livremente e cometer erros que se transformarão em aprendizagens. Com efeito, a adolescência é ter novas sensações, é fazer autodescobertas sobre a vida, é criar conexões com outras pessoas, é moldar a nossa personalidade, a essência. Este conjunto de vivências, demasiado complexo para expressar em palavras, permitirá que no futuro olhemos com carinho e nostalgia para as nossas memórias. Concluindo, acreditamos que

esta fase da vida é enriquecedora e que vamos sempre olhar para ela com ternura e apreço. Apesar de ser adolescente nem sempre ser fácil, temos noção de que passar por situações mais complicadas nos faz crescer como pessoas e, por isso, queremos aproveitar esta etapa das nossas vidas ao máximo.

Bárbara Vieira e Carol Moreira, 10ºCT1

As causas que mobilizam os adolescentes

O contexto social, político e cultural no qual nós, adolescentes, estamos inseridos é incomparável ao das gerações passadas. As principais diferenças são a liberdade de expressão e o crescimento do mundo digital. O acesso à educação e à informação tem facilitado o posicionamento dos adolescentes em relação a causas importantes, fazendo com que, hoje em dia, opinem com assertividade, sem medo de lutar pelos seus ideais. Embora nem todos sejam iguais, a maioria dos jovens defende as suas crenças e as suas opiniões com determinação e clareza.

No meu ponto de vista, nós preocupamo-nos bastante com a igualdade e com o respeito entre todos os se-

res humanos. Na geração mais jovem, os direitos humanos, por exemplo, são vistos como imprescindíveis e nunca ignorados, sendo a empatia e a solidariedade entendidas como valores essenciais para qualquer cidadão. A meu ver, esta preocupação é muitas vezes fomentada pela escola e pelas iniciativas que esta implementa. Estas elucidam-nos

Autorretrato Miriam Fortes, 12º AV1
Autorretrato Diogo Nunes, 12º AV1
Autorretrato Mafalda Ramos, 12º AV1
Autorretrato Miriam Agostinho, 12º AV1

Cruz, 12º AV1

sobre a importância da luta contra a desigualdade e sobre o valor da educação e do conhecimento como fatores de mudança e evolução.

Na minha perspetiva, também a política e o desenvolvimento do país são tópicos de conversa entre os adolescentes. Eu penso que, cada vez mais, os jovens se mostram atentos a estes temas e interessados em exercer o seu direito de voto. Nos dias de hoje, há evidências da sua preocupação com a política e com a economia, ao contrário do que acontecia há alguns anos. Isto pode estar relacionado com o acesso constante à informação, que é agora possível através dos media e também da escola.

A minha visão é influenciada pelos jovens que me rodeiam, os meus colegas e amigos. Creio que nem todos

os adolescentes, infelizmente, têm as características que descrevo. Contudo, gosto de me manter otimista em relação à nossa geração, que se prepara agora para o exercício da cidadania.

A minha expetativa é bastante positiva em relação ao futuro e acredito que os jovens estão bem preparados para os desafios que este lhes irá trazer.

Ser adolescente

Se perguntar a um adulto “O que é ser jovem?”, será elevada a probabilidade de receber uma resposta amargurada do tipo: “Esta geração está perdida! No meu tempo é que éramos felizes.”. Um passado utópico, uma vida perfeita. No entanto, eu acredito que estas expressões, que descredibilizam uma geração inteira, não são fundamentadas.

É verdade que muitos de nós, jovens, nascemos num “berço de ouro”, beneficiando de inúmeros privilégios que favorecem um futuro brilhante. Teoricamente, somos a geração com mais possibilidades de ter um futuro bem-sucedido; no entanto, somos a geração mais criticada “por ter todas as oportunidades e por não as aproveitar”. Esta crença parece-me bastante subjetiva.

Gonçalo Pereira, 12º AV1

Mafalda Ramos, 12º AV1

Fortes, 12º AV1

Hoje em dia, a especulação financeira e a inflação prosperam, tornando-se difícil para os jovens construir uma vida adulta de forma independente. A cada dia que passa, continua a subir o número dos que ainda vivem na casa dos pais após os trinta anos. Todos estes fatores assombram os jovens, que têm uma infinidade de preocupações num mundo onde existem cada vez mais licenciados e em que a remuneração, a nível nacional, continua a piorar. Por isso, não é de estranhar que seja cada vez mais frequente a emigração de jovens no nosso país.

Concluindo, vivemos num mundo cada vez mais instável, onde as alterações climáticas e as tensões políticas internacionais tornam o nosso futuro cada vez mais imprevisível. Perante tanta incerteza, só tenho uma certeza: ser jovem é viver numa enorme montanha-russa de emoções.

Diana Tavares, 12ºLH3

Inês Portugal, 12º AV1

Inês Antunes, 12º AV1

Leonor
Miriam

Adolescência, a idade da mudança

A adolescência é a idade da mudança e, nesta fase, os jovens debatem-se com uma ambivalência que faz parte desta etapa do desenvolvimento. Por um lado, anseiam pela sua autonomia (definida pela capacidade de tomar decisões e pelo sentimento de autoconfiança nos objetivos pessoais e nos padrões de comportamento) e, por outro, desejam

parecer-se com os seus pais e não se sentem preparados para deixarem de ser dependentes deles. Na adolescência, é expectável que haja momentos de tensão entre pais e filhos, fruto da divergência de pontos de vista, levando a que o adolescente se sinta, muitas vezes, incompreendido e coloque o afeto dos pais em causa.

Rita Valentim Serviço de Psicologia e Orientação

Choros e lágrimas

Na cama choro eternamente e pergunto-me:

“Porque é que eles não me podem amar?

Porque de mim não se podem orgulhar?

Porque tem de me odiar?”

As lágrimas negras que deitei para ela beber,

As mesmas lágrimas que uso para escrever,

São as lágrimas que me mandaste deitar

E assim nasci com medo de te amar

Agora, estou a chorar, À espera que o meu amor possas aceitar

Mas tu o recusas e isso faz-me lamentar!

Enquanto me fazes chorar, Ainda estou na minha cama à espera Que me possas perdoar!

Aluna do 8º ano

Acordei na adolescência…

Ai! Que dor me vai na alma! Todo o meu ser é solidão. E, assim mergulhado neste mundo, chego à escola, vazio de sentir, vazio de vontade de aprender.

Sentado, no lugar do costume, disfarço a solidão na inquietação de uma equação. Preencho o tempo... ou fico preso nele? Não sei.

Salvo por um intervalo, agarro-me à ligação com o mundo virtual. Aqui vagueio entre vídeos e jogos, sentado de mão dada com o vício de ocasião. Estou refém das emoções desta adolescência, preso no espelho da minha mão.

Fico encurralado nas emoções. Ninguém compreende... nem eu, nem mesmo o poeta que, de poesia, disfarça a dor.

Tento ser poeta para ler a minha dor…

Vem a aula de Francês, ainda nada aprendi nesta língua do amor. Ai! Qual é a razão da minha dor? O amor! Esqueço a solidão e agarro-me ao amor…

Acabaram as aulas, e nada aprendi sobre a minha dor.

Acordar adolescente é assim: tentar compreender o sentir que me molda e prende em cada momento. Ai! Quem me dera um dia acordar e compreender o amor para, assim, poder preencher esta minha dor!

Prof. Cidália Soares

Todos os retratos incluídos nos artigos foram realizadas nas aulas de Desenho com a Prof. Maria João Santos

Sophia Rabelo, 12º AV1
Inês Antunes, 12º AV1

A voz dos alunos

Reflexão sobre o uso de telemóveis nas escolas

No dia 16 de setembro, no âmbito da atividade “A voz dos alunos - Eu faço parte, eu participo!”, os alunos da nossa escola participaram numa reflexão crítica sobre os riscos e benefícios da utilização de telemóveis e smartphones no ambiente escolar. Esta iniciativa visou promover o pensamento crítico e a cidadania ativa entre os alunos.

Principais conclusões

A direção do agrupamento analisou os contributos dos alunos e divulgou as seguintes conclusões: Uso por faixa etária: A maioria dos alunos concorda com a proibição do uso de telemóveis para estudantes do 1.º e 2.º ciclos. Contudo, defendem a permissão controlada para alunos do 3.º ciclo e do ensino secundário.

Restrições nos intervalos: Para fomentar o convívio entre colegas, sugerem a proibição do uso de telemóveis durante os intervalos.

A importância de pedir ajuda

O ser humano não é perfeito.

Todos cometem erros.

Hoje em dia, fala-se muito da saúde mental de modo genérico, mas de forma pouco aberta. Existem pessoas que não querem admitir que procuram o apoio de psicólogos ou psiquiatras, outras nem admitem pedir ajuda. Pedir ajuda faz toda a diferença!

Seja por dúvidas em organizar o estudo ou por outros motivos, é importante pedir conselhos.

Se estivermos com dores físicas vamos ao médico, mas, quando estamos a sofrer mentalmente, temos receio de pedir ajuda. Será porque achamos que há pessoas com problemas maiores do que os nossos?

Cada um aguenta um peso diferente das pedras que encontra no caminho. Por isso, está tudo bem se sentirem que não são capazes de resolver os vossos problemas. Será porque temos medo de errar? Mas errando, não podemos aprender com os erros? Há uma frase de Samuel Beckett que aprecio

Benefícios reconhecidos: Os alunos destacam como vantagens o acesso a plataformas de auxílio ao estudo e a possibilidade de comunicação com a família durante o horário escolar.

Pontos de preocupação

Um dado preocupante emergiu da análise: alguns alunos consideram como benefícios o uso do telemóvel para conhecer melhor a aparência dos outros e aumentar a autoestima através de elogios e reações às publicações nas redes sociais.

Estratégias propostas

Para reduzir o uso excessivo destes equipamentos, os alunos sugerem:

· implementação de controlo parental.

· intervenção mais assertiva por parte de professores e da escola.

· ações de consciencialização para um uso mais responsável dos dispositivos.

bastante e que partilho aqui convosco: “No matter. Try again. Fail Again. Fail better.” (“Não importa. Tenta de novo. Falha outra vez. Falha melhor.”).

Todos os que têm sucesso na vida, de alguma forma, foram superando obstáculos. Então, porque temos receio de preocupar as pessoas que nos são próximas? Acredita que quanto mais guardas para ti o que estás a sentir mais depressa chegas ao limite e não vais aguentar, preocupando ainda mais quem te rodeia (falo por experiência própria).

Conclusão

Os resultados obtidos nesta reflexão estão em linha com as expectativas iniciais, fornecendo dados valiosos para a gestão do uso de tecnologia móvel no ambiente escolar.

O primeiro passo para ultrapassares o que está a acontecer contigo é reconheceres que algo não está bem. A tua vida depende do que vais fazer a seguir! Ignoras e sofres até sentires que preferes morrer ou pedes ajuda a alguém e, em conjunto, tentam descobrir ferramentas para ultrapassar tudo o que te transtorna? “Ah, mas eu não consigo falar sobre o que estou a sentir.” Não te preocupes, isso é uma capacidade que vais adquirir com o tempo. Até lá as dicas que te posso dar são as seguintes: escrever, pintar e desenhar, escutar uma música que reflita o que pensas e sentes. A parte divertida deste processo é que tens de ser uma pessoa criativa, porque só tu sabes o que pode ou não pode ajudar-te. Quando fores tu a tentar ajudar alguém, basta dizeres: “Como posso ajudar-te para que que te sintas melhor? Queres companhia? Estou aqui para o que precisares!” E, dependendo da pessoa, podes perguntar também se quer um abraço. Isso, normalmente, ajuda a pessoa a não se sentir só! Pedir ajuda é um processo simples, mas nem sempre se consegue concretizar.

Baleizão, 10ºLH1

Prof.
Antero
Valério

Iara Rodrigues

Campeã Mundial de Kickboxing

Entrevista

Maria Cosme Henriques, 10ºLH3

Iara Rodrigues, que frequenta o 10.º ano do Curso de Línguas e Humanidades, na Escola Secundária de Caneças, sagrou-se Campeã Mundial da modalidade desportiva Kickboxing em outubro de 2024.

Como surgiu este desporto na tua vida?

Foi uma situação engraçada! Andei na ginástica até aos 13 anos, altura em decidi desistir desta modalidade, porque me sentia um pouco farta. Quando saí da ginástica e após insistência de um amigo da minha família (treinador de Kickboxing), fui fazer um treino de Kickboxing (na esperança de não gostar). Fui e adorei!

Estou lá até hoje.

Do que gostas mais no kickboxing ?

Não há ao certo uma coisa de que gosto mais… O Kickboxing é a junção de várias coisas numa só, o que torna este desporto incrível, tanto a nível de “fair play” como a nível competitivo. Costumamos usar a máxima: “Treino difícil, combate fácil.”

O que te faz manter motivada todos os

dias para continuares a praticar este desporto?

O que mais me motiva é a vontade de vencer. Todos os dias, no ginásio, damos tudo para que o combate seja mais “fácil”. Como é óbvio, nem sempre corre como nós queremos e temos treinos bons e maus como. Mas eu dou sempre o máximo para conseguir chegar aos meus objetivos.

É fácil, para ti, conciliar os estudos com o desporto?

Sim, felizmente, é fácil! O horário escolar é ótimo. Consigo conciliar os treinos, que são à noite, com o estudo, pois fico com a tarde para estudar.

Antes das provas, que tipo de preparação tens que fazer? Só há preparação física ou também há a psicológica?

O truque é ouvir música até

entrar no combate, para me motivar. Quando falta apenas uma semana para a luta, não costumamos esforçar muito o corpo, para não nos cansarmos e termos uma boa prestação na prova.

Nessa semana, também não praticamos o combate uns com os outros para evitarmos lesões; além disso, temos de cumprir uma dieta rigorosa. O mais difícil é fazer a dieta! Por exemplo, para a última luta, tive de perder 5 quilos em 3 meses. Para mim, essa foi a luta mais difícil que tive que travar até agora!

A preparação, a dieta e os treinos requerem muito trabalho e, acima de tudo, é preciso QUERER.

Como lidaste com a pressão, sabendo que irias representar Portugal no Campeonato do Mundo de Kickboxing 2024?

No início tive de me preparar, principalmente, psicologicamente, porque tinha a noção de que o nível da competição era diferente e muito mais exigente. Mas sempre me mostrei confiante no trabalho que fiz para estar ao meu melhor nível. Sei que dei tudo e isso é o mais importante! Procurei não deixar nada por fazer. Em relação à pressão, senti alguma, mas senti-me 100% confiante em mim mesma. Em termos psicológicos, durante a luta, é essencial acreditar que vamos fazer o nosso melhor!

Existe algum atleta ou figura pública que te inspira a manter o foco no desporto?

Sim, tenho uma pessoa próxima de mim, o meu namorado, Rodrigo Balancho, que também frequenta a nossa escola. Já está num nível mais acima da competição, é semiprofissional e é uma inspiração para todos nós no nosso ginásio. A nível pessoal, também me apoia! Quando ele luta, penso: “Quero fazer isto!”, “Quero ser assim!”. Ele motivame todos os dias a fazer melhor! Ajudamo-nos muito um ao outro. Ele é a minha fonte de inspiração desde o início.

O apoio da tua família é fundamental para conseguires bons resultados tanto no Kickboxing como nos estudos? Como te incentivam no dia a dia?

minha família, com destaque para os meus pais, nada era possível. E não me refiro apenas a nível monetário, mas por todo o apoio moral que me dão para conseguir atingir os meus objetivos, tanto no Kickboxing como

Vi e gostei de ver

Divertidamente 2

Alegria, tristeza e todas as emoções da vida

O filme Divertidamente 2 explora as emoções e os desafios da personagem principal, Riley. A história gira em torno do crescimento e das mudanças que a adolescência traz. Numa perspetiva única e divertida, Riley aprende a lidar com as suas emoções de forma mais saudável e a crescer como pessoa. Em relação à abordagem da temática da saúde mental, o filme mostra que é natural e válido sentir emoções complexas e desafiadoras; promove empatia e compreensão em relação a quem enfrenta desafios de saúde mental, incentivando a busca por ajuda e a importância do apoio social; transmite ainda uma mensagem de esperança e resiliência, mostrando como as emoções podem ser controladas e como a saúde mental pode ser trabalhada de forma positiva.

Além disso, um dos propósitos da história consiste em dar ferramentas que promovam o equilíbrio emocional, por exemplo: compreender as emoções para lidar com elas de forma saudável; aceitar emoções, tanto positivas quanto negativas, algo essencial para o bem-estar; e desenvolver estratégias para gerir

as emoções de forma construtiva. Divertidamente 2 é um filme que vale a pena ver, pois apresenta temas diversos e de interesse inquestionável, como a importância da família, a

Qual foi a maior lição de vida que o Kickboxing te deu? De que forma te ajuda a enfrentar desafios na escola? A maior lição de vida é, sem dúvida, a de não subestimar ninguém. Este desporto fez-me perceber que, quando queremos, nós conseguimos tudo. Basta apenas querer! Desde que comecei a praticar Kickboxing, sinto que enfrento desafios de uma forma diferente. Tenho mais confiança em mim mesma.

Agradecemos a tua disponibilidade para esta entrevista e felicitamos-te, mais uma vez, pela tua importante conquista desportiva.

Claro! A minha família apoia-me a 100% em tudo! Sem a nos estudos. Dão-me espaço para conseguir preencher o meu dia a dia entre os estudos e o Kickboxing. Temos uma relação bastante aberta, falamos de tudo. São, sem dúvida, os meus maiores fãs e os meus melhores amigos!

confiança em si mesmo e o crescimento pessoal, pilares fundamentais para o nosso equilíbrio emocional.

Beatriz Duarte, 10ºLH1

Li e gostei de ler

The Perks of Being a Wallflower ou As Vantagens de Ser Invisível

Esta obra, que aborda vários temas, tais como autodescoberta, amizade, amor, saúde mental e o impacto do passado nas nossas vidas, é, definitivamente, um dos melhores livros que já li.

Ao longo da história, o protagonista, Charlie, aprende a enfrentar as dificuldades da adolescência e descobre como esta pode ser difícil, mas também uma experiência incrível, principalmente se estivermos acompanhados por bons amigos. Completamente escrita na primeira pessoa do singular, a narrativa permite-nos compreender tudo o que Charlie está a viver, identificarmo-nos com as personagens e imaginar como seria agir naquela posição. A história parece-nos real, pois, tal como no grupo de amigos de Charlie, também nos nossos há pessoas com personalidades diferentes e é isso que torna todas as nossas interações tão especiais. Charlie mostra-nos que temos sempre coisas a aprender uns com os outros. Um dos momentos marcantes da obra é o seu final, que prova que muitas pessoas não conseguem ver nem aceitar que estão a passar por uma fase difícil. Porém, desde que estejamos dispostos a pedir ajuda, tudo é possível!

Concluindo, esta história retrata tudo o que se passa na vida de um adolescente e, por essa razão, penso que todos a deveriam ler.

O Tatuador de Auschwitz é um livro de Heather Morris, escritora de romances históricos. Em 2003, Heather Morris foi apresentada a Lale Sokolov, que lhe contou a sua história. Assim nasceu este livro!

Na obra, conta-se a história verídica de Lale Sokolov, um jovem judeu enviado para um campo de concentração, em 1942. Lá, foi incumbido da tarefa de tatuar os prisioneiros, ficando conhecido como “o tätowierer” Na fila, à espera para ser tatuada, encontrava--se Gita Furman. Para Lale, foi amor à primeira vista, deixando-o determinado não só a lutar pela sua sobrevivência, como também pela da jovem.

Este livro aborda tópicos como a lealdade, solidariedade, esperança e, sobretudo, a capacidade de amar. Demonstra, com clareza, as condições desumanas pelas quais estes e todos os outros prisioneiros de campos de concentração tiveram de passar. Graças à escrita detalhada, emotiva e vívida, por momentos, temos a capaci-

dade de sentir o mesmo que as personagens da história. Emocionante e trágico, O Tatuador de Auschwitz é um livro que todos devem ler e conhecer.

Constança Simões, 9ºH

O Rouxinol

A obra O Rouxinol, número um do New York Times, é uma narrativa que decorre durante a Segunda Guerra Mundial e nos conta a história de duas irmãs. Vianne, a mais velha, vê o marido partir para a frente de batalha e decide viver com um capitão alemão, para proteger a família. Isabelle, por sua vez, é uma rapariga rebelde que se junta à Resistência, pondo a vida em risco para salvar a dos outros.

Como aspetos positivos da obra, destaco não só a forma como a autora descreve a história das duas irmãs, bem como as situações enfrentadas pelas famílias durante a Guerra. Apesar de retratar a morte de crianças e adultos inocentes, o texto provoca-nos emoções que vão da tristeza à alegria. Tendo em conta que o tema central do texto é a resistência do espírito humano, em particular, da figura feminina, em contexto de Guerra, com esta leitura aprendemos a seguir as nossas convicções, tal como fez Isabelle. Por ter sido determinada e empenhada em cumprir os seus propósitos, foi para sempre lembrada como o “rouxinol”. Este é, sem dúvida, um livro emocionante e impossível de esquecer. De leitura fácil, prende-nos desde o início ao fim.

Carolina Pereira, 9ºH

O Tatuador de Auschwitz

L’ Étranger

A obra O estrangeiro, de Albert Camus, publicada em 1942, tem um carácter filosófico e existencialista.

O livro conta-nos a história de Meursault, um homem indiferente à sua existência, que recebe um telegrama a informá-lo de que a mãe morrera. A primeira frase do texto é “A minha mãe morreu hoje ou ontem, não tenho a certeza.” Depois de informado acerca do sucedido, viaja de comboio até ao lar onde decorre o funeral, revelandose indiferente à morte da mãe. Nesse país ao qual não pertence, comete um homicídio, é preso e considerado culpado, acabando por ser condenado à guilhotina.

O título português - O Estrangeiro – não abarca todos os sentidos que o título original em francês engloba. L’étranger significa: “estranho”, porque o homem é um estranho para a sociedade; “estrangeiro”, porque mata um homem fora do seu país; e “outsider”, porque não se encaixa nos padrões que lhe impõem.

Este livro, um clássico da literatura do século XX, captou o meu interesse e a minha atenção desde a primeira página. A mente da personagem principal é um paradoxo e, por essa razão, pouco previsível. Apesar de ser uma história curta, é um livro que deixa o leitor pensativo.

O Grande Armazém dos Sonhos

O Grande Armazém dos Sonhos, da autora sul-coreana Miye Lee, é uma ótima escolha para quem procura uma leitura tranquila para fugir da realidade.

O livro gira em torno de uma cidade que fica no subconsciente de cada um de nós. Aí existe um grande armazém: o Armazém Dallergut, onde pessoas e animais de todas as idades vão comprar sonhos durante o sono. O leitor acompanha a história de Penny, a nova funcionária do armazém, e de algumas pessoas que compraram sonhos. A escrita é cativante e, a cada capítulo, surgem figuras interessantes sobre as quais queremos saber mais. Como aspetos centrais da obra, explorados em cada personagem, destacam-se a imaginação, a inveja, o luto, a desilusão e o enfrentar de medos e traumas, que se apresentam em situações, provavelmente, já experienciadas pelos leitores.

A meu ver, trata-se de um livro interessante, original e que nos deixa curiosos, pois cada um consegue ter sempre a sua própria interpretação dos sonhos.

Alice Vales, 9ºF

A verdade escondida do verão passado

O livro “A verdade escondida do verão passado”, de Sue Wallman, é um thriller com uma montanha-russa de acontecimentos e emoções. Aprecei, acima de tudo, a evolução da protagonista, que perde a sua irmã de forma trágica, numa piscina, ficando traumatizada ao presenciar a cena. No final, ultrapassa o trauma de piscinas e perde o medo de lugares que contêm água. O facto de a personagem ter começado a história triste e débil e de tê-la terminado revigorada prova que a obra relata uma história de luto e superação.

Este livro destaca um sentimento: a culpa. Isso fez-me pensar e repensar, o que atesta a profundidade da sua mensagem. Há também desentendimentos entre personagens e várias relações interpessoais complexas, tanto familiares como de amizade. Globalmente, a obra está cheia de reviravoltas até ao fim. Prendeume de tal maneira que consegui entrar na história. É cativante e profunda, logo é perfeita para o público juvenil.

Inês Pires, 8ºG

Eco-Escolas e a biodiversidade na ES de Caneças Conexão com a natureza e sustentabilidade

Desde o início do ano letivo, a Escola Secundária de Caneças tem dado passos significativos na promoção da sustentabilidade e na preservação da biodiversidade, através de diversas iniciativas integradas nos projetos EcoEscolas e Green Cork

Descoberta de espécie rara

Durante os trabalhos de melhoria dos espaços exteriores, realizados no âmbito do Projeto Eco-Escolas, foi avistado um exemplar de Cerambyx cerdo, um escaravelho de uma espécie rara e de grande valor ecológico, junto ao Centro de Apoio à Aprendizagem (CAA). Este escaravelho está na lista vermelha de invertebrados terrestres e possui um estatuto de conservação, sendo uma espécie protegida. Esta descoberta reforça a importância da preservação da biodiversidade e do ecossistema da nossa escola. Para valorizar ainda mais esta descoberta, o escaravelho e outras espécies observadas serão modelados em desenhos científicos pelos alunos da turma 12AE.

Participação no projeto Green Cork e em atividades de sensibilização

O mês de novembro foi de intensa participação da nossa escola em diversas campanhas de preservação ambiental. Merece destaque a adesão ao projeto Green Cork, que tem como primeiro desafio a recolha e reciclagem de rolhas de cortiça. Por cada entrega de 100 rolhas, uma árvore é plantada. Até ao momento, a escola já contribuiu para a plantação de nove árvores. Com o objetivo de entregar a maior quantidade possível, a comunidade escolar continua a ser desafiada a trazer rolhas para reciclagem. A adesão a esta causa demonstra o compromisso da escola com a preservação das florestas e a redução da pegada ecológica.

Este ano, o tema escolhido pelo Green Cork foi “O Sobreiro e a Cortiça no Ano Internacional de Preservação dos Glaciares - 2025”, uma vez que os sobreiros desempenham um papel vital na absorção de dióxido de carbono. Estudos recentes demonstram que estas árvores ajudam a mitigar as alterações climáticas e, por consequência, a proteger os glaciares.

O projeto inclui diversos desafios ao longo do ano letivo, tendo a escola já participado em dois: Desafio III – Planta uma Árvore na Semana do Dia da Floresta Autóctone: Sensibilizou para a importância da preservação das florestas autóctones, como carvalhos, sobreiros e azinheiras, essenciais para o equilíbrio ecológico.

Desafio IV – Enfeites de Natal com Cortiça: Promoveu a reciclagem criativa e sustentável. Este desafio teve a participação dos alunos do CAA, com a participação com uma rena em cortiça.

Durante a Semana da Floresta Autóctone, alunos da turma 10T e do CAA participaram no Desafio III, semeando milhares de bolotas de espécies autóctones, como sobreiro, azinheira, carrasco, carvalho-cerquinho, e ainda castanheiros e nogueiras. Esta ação visou enriquecer a biodiversidade da escola, povoar zonas sem árvores e contribuir para o combate às alterações climáticas. As bolotas semeadas terão um impacto significativo na regeneração ambiental do espaço escolar.

Os alunos do 10T também participaram numa visita guiada ao espaço exterior da escola, onde foram apresentadas as principais espécies autóctones presentes no seu património, com ênfase no sobreiro e na sua importância ecológica, ambiental, económica e social. Foram ainda destacadas as recentes descobertas sobre a capacidade destas árvores fixarem dióxido de carbono e libertarem oxigénio.

Reestruturação da horta biológica e educação ambiental prática

A Escola Secundária de Caneças também deu um passo importante na reestruturação da sua horta biológica. Este projeto visa promover a agricultura sustentável e proporcionar aos alunos, professores e auxiliares um espaço de aprendizagem prático sobre o ciclo da natureza e os benefícios da produção local e orgânica.

A reestruturação da horta envolveu a limpeza do terreno, a instalação de novos canteiros, o início da prática de compostagem e a plantação de diversas espécies autóctones e hortícolas. Este projeto tem como objetivo não apenas promover uma alimentação saudável, mas também proporcionar valiosos conhecimentos sobre práticas

agrícolas que respeitam o meio ambiente e preservam a biodiversidade. Além disso, a horta biológica promove a valorização da colaboração e do espírito comunitário, permitindo que alunos, auxiliares e professores trabalhem juntos em prol de um ambiente mais verde e sustentável. A criação deste espaço dinâmico e interativo incentiva os alunos a adotarem hábitos mais sustentáveis, refletindo-se o impacto positivo dessas práticas no seu dia a dia e para além dos muros da escola. Até ao momento, os principais intervenientes na reabilitação da horta foram os alunos do Centro de Apoio à Aprendizagem.

O impacto da plantação de dragoeiros e a construção de um santuário natural

Como parte do projeto de preservação da biodiversidade, iniciouse a plantação de dragoeiros, árvores com grande valor histórico e ambiental. Estas plantas, além de enriquecerem o espaço escolar, fazem parte de um projeto que visa transformar a nossa escola num verdadeiro santuário natural, promovendo a conservação da natureza e o fortalecimento do vínculo entre os alunos e o meio ambiente.

Workshop de construção de velas: sustentabilidade e criatividade

Um dos destaques deste semestre foi o workshop de construção de velas organizado pelo Eco-Escolas. O evento, inspirado pelo Natal e pela sustentabilidade, contou com a participação de professores que aprenderam a criar velas utilizando materiais reciclados. Além de uma nova habilidade, o workshop promoveu o convívio e a troca de experiências entre os docentes. As peças criadas foram postas à venda e os fundos angariados foram destinados à aquisição de novos materiais para o projeto Eco-Escolas. Esta iniciativa teve tanto sucesso que um novo evento será realizado em fevereiro, subordinado ao tema “Velas e o Amor”

Compromisso com a sustentabilidade e um futuro mais verde

Com todas estas iniciativas, a Escola Secundária de Caneças reafirma o seu compromisso com a sustentabilidade e a preservação do meio ambiente, envolvendo a comunidade escolar em práticas que promovem um futuro mais equilibrado e verde. A participação ativa de todos é essencial para o sucesso destes projetos. Por isso, convidamos toda a comunidade escolar a continuar a acompanhar as atividades do Eco-Escolas, trazendo mais ideias e contributos para um planeta mais sustentável. Juntos, podemos fazer a diferença!

Equipa do projeto Eco-Escolas

A música na minha vida

Sociedade Musical e Desportiva de Caneças

Uma Instituição

Centenária

A Sociedade Musical e Desportiva de Caneças (SMDC) é uma associação sem fins lucrativos, com sede em Caneças e, conforme estabelecido estatutariamente, tem como objetivo “promover o recreio, a cultura, a educação física e a prática desportiva”.

No último quartel do séc. XIX, surgiram em Caneças duas formações musicais: a “Real Fanfarra de Caneças”, em 1880, cuja data de fundação foi adaptada pela S.M.D.C, por ser a mais antiga, e a “Avante Philarmonica Canecense”, em 1881, dirigidas pelo senhor Augusto Castro e pela senhora Carolina Júlia Lourenço unior, respetivamente. Estas bandas civis, ou músicas, como então eram também conhecidas, foram, durante

“Route de Music”

Desde pequena, que tenho uma grande paixão pela música. Sentimento que me levou a frequentar a Escola de Música para ter aulas de guitarra, na Sociedade Musical e Desportiva de Caneças (SMDC), em 2019. Tinha apenas 10 anos. Comecei por tocar guitarra clássica e, agora, toco guitarra elétrica. Mas a minha paixão pela música também se manifestou no canto.

Adorava cantar com os meus pais, mas nunca pensei que o canto se tornasse algo sério na minha vida. O meu interesse pelo canto começou em 2021, quando fiz um curso de teatro musical. Quando ouvi, pela primeira vez, as músicas que teria de cantar, fiquei um pouco assustada por conta dos agudos. Quando cantava, costumava usar a parte mais grave do meu registo, pois tinha receio de usar a minha “head voice” (voz de cabeça). Não era bem a minha zona de conforto! No entanto, esta experiência mudou a minha vida. Foi quando tudo começou para mim, enquanto cantora/compositora.

Depois desta experiência, comecei a estudar a minha voz - aprendi a aquecê-la, a conhecer os diferentes tipos de voz e como respirar de maneira

algum tempo, rivais. Mas, com o abandono da senhora Carolina Lourenço Junior, os dois agrupamentos acabaram por unir-se num só - a Sociedade Musical de Caneças. Em 1924, foi criado o “Club Sportivo de Caneças”, que promovia a prática do futebol e também do ciclismo, duas modalidades muito acarinhadas pelos canecenses. Após longos anos de rivalidade entre a “Sociedade Musical de Caneças” e o “Club Sportivo de Caneças”, as massas associativas das duas coletividades, conscientes da dificuldade em eleger os respetivos

adequada. O que mais queria, era atingir notas agudas! O que consegui para minha surpresa!

Inicialmente, cantava por diversão e só para a minha família e amigos próximos, mas, em setembro de 2023, tive a oportunidade de me juntar ao projeto de um grupo de alunos da SMDC como segunda vocalista, num grupo de praticantes de diversos instrumentos.

Passado um mês, a banda diminuiu para quatro membros e, mais

órgãos sociais, acordaram a união em Assembleias Gerais conjuntas. Assim, em janeiro de 1973, avançaram para a fusão, formando-se então a SMDC, tal como a conhecemos atualmente. Hoje, a SMDC mantém em atividade a banda filarmónica e possui o grupo de teatro, a secção de ginástica, bem como várias equipas de formação na modalidade do futebol. As atividades referidas funcionam em instalações próprias, na sede, sita no Largo Vieira Caldas e no Campo da Lapa.

Marta Santos, 11ºLH2

tarde, para três - eu como vocalista, o Duarte como guitarrista e, por vezes, nos back vocals, e a Margarida como flautista. Tocamos e cantamos nos estilos de música Pop e Rock, em Italiano e, principalmente, em Inglês, língua na qual eu me sinto mais à vontade em cantar. Finalmente, em fevereiro deste ano, demos um nome à nossa banda. Somos os “Route de Music”!

A minha experiência na banda tem sido mágica. Tenho vindo a evoluir e a aprender coisas novas em cada dia que passo com os meus colegas. Para as pessoas que me conhecem, sabem que eu sou uma jovem bastante confiante, enquanto cantora já sou um pouco diferente. Tenho sempre receio em errar e, quando isso acontece, sintome muito frustrada, pois penso que estou a desiludir os meus colegas. Sou muito perfecionista e se algo não corre bem fico em pânico, mas não desisto! A minha persistência, o apoio da minha família e a sorte em ter o Duarte e a Margarida como colegas de banda, ajudam-me a ultrapassar as minhas dificuldades. Da mesma maneira, eu preocupo-me em incentivar e apoiar os meus amigos, o que importa é o grupo!

Mariana Cerqueira, 10ºLH4

A dança na minha vida

Eu frequento a We Love 2 Dance (WL2D), uma escola de dança com instalações na Pontinha, em Carnide e na Malveira. Foi fundada pelo meu mentor, Luís Neves ou Lipita, como os amigos mais próximos lhe chamam. O gosto pela dança despertou nele há cerca de 20 anos, quando entrou pela porta do GimnoDance, no Cacém, para fazer uma aula de dança com o seu grande amigo Carlos Neto. A partir daí, nunca mais parou.

Em abril do ano passado, inscrevi-me na WL2D, porque gosto de dança. Passei a frequentar as aulas do meu treinador atual, o Adi, que já era professor de dança do meu irmão nas atividades dos tempos livres. Com esta experiência tenho aprendido

European Youth Parliament

Qual a importância da política europeia na vida dos jovens?

Numa era em que as redes sociais têm um grande impacto na difusão de desinformação, é cada vez mais importante saber manter um debate político honesto. Existe uma conceção mitificada do desinteresse dos jovens pela política, crença que não partilho, pois já presenciei evidências do contrário. Como sou uma jovem que procura projetos que fomentem o debate político, descobri o European Youth Parliament (ou EYP), uma organização independente, apartidária e sem fins lucrativos, criada em 1987. Tem como principal objetivo promover a tolerância e a imparcialidade. É um instrumento educativo e informal, estruturado apenas por jovens voluntários. Esta organização está presente em mais de 40 países europeus, incluindo Portugal. No nosso país, foi criada em 1989, com a denominação de Associação Portuguesa do Parlamento Europeu dos Jovens (APPEJ). Hoje em dia, o seu objetivo mantém-se: promover o desenvolvimento cívico e cultural dos jovens europeus, a interação e o diálogo interculturais, envolvendo-os

vários estilos de dança, originários de diferentes países/continentes: HipHop e Breakdance (Estados Unidos); Dancehall (Jamaica); Afrohouse/ Kuduro e Afrobeats (África). Além das aulas semanais, damos a conhecer o nosso trabalho em diferentes espetáculos ao longo do ano, juntamente com outras escolas.

Para mim, a dança significa bem-estar. Permite-me desenvolver

a resiliência, que é essencial para ultrapassar as dificuldades. As aulas com o Adi e as formações com outros coreógrafos ajudam-me a evoluir enquanto bailarina e enquanto pessoa, tornando-me consciente dos obstáculos que temos que enfrentar para alcançar o reconhecimento necessário para seguir esta profissão em Portugal.

Carvalho, 10ºLH4

contribuiu para o desenvolvimento cívico dos intervenientes.

Mais do que desenvolver competências académicas, o EYP é o contexto ideal para conhecer melhor os jovens europeus e aprender com as diferentes culturas, viajar por vários países, criando amizades em vários cantos do mundo e desenvolvendo as “soft skills”, essenciais para a entrada no mundo laboral. Com milhares de jovens associados à organização por toda a Europa, o European Youth Parliament desempenha um papel importantíssimo tanto na participação cívica dos jovens como no seu desenvolvimento académico e cognitivo.

Diana Tavares, 12ºLH3 no pensamento político europeu. (Para mais informações, consultar o site da APPEJ: https://eyp.pt/).

Eu decidi participar numa Regional Selection Conference (RSC). Participei na sessão de Faro 2024, realizada entre 8 e 10 de novembro, e aprendi imenso. Como as sessões são totalmente em inglês, consegui desenvolver a fluência linguística em contexto profissional; também compreendi melhor a União Europeia, bem como o seu papel na política dos Estados-Membros. É de salientar que o ambiente de segurança e de inclusão, que propiciou o debate saudável, muito

Carolina

Incêndios Prevenção e proteção

Exposição de trabalhos dos alunos do 9º ano no átrio da escola

No âmbito das disciplinas de Cidadania e Desenvolvimento e Componente de Educação Artística, os alunos do 9º ano, desenvolveram um projeto sobre Incêndios – Prevenção e Proteção

Projeto que agora se expõe através de agamógrafos que ilustram duas imagens: causa/consequência e antes/depois de um incêndio.

O agamógrafo é um estilo de arte cinética que envolve movimento, no qual o desenho se transforma conforme o ângulo de visão, permitindo que uma mesma composição encontre diferentes pontos de vista.

Prof.ª Ana Sofia Santos

Inauguração do Centro Interpretativo das Águas de Caneças

O Centro Interpretativo das Águas de Caneças (CIAC), construído junto da Fonte das Piçarras, abriu portas ao público no passado dia 16 de novembro, num evento integrado nas Comemorações do 26.º Aniversário do Município de Odivelas.

Marcaram presença nesta inauguração o Presidente da Câmara Municipal de Odivelas, Hugo Martins, o representante legal do Presidente da União das Freguesias de Ramada e Caneças, Rui Simões, entre outras personalidades do concelho. A visita guiada de apresentação foi realizada por António Viana, responsável pela criação museográfica deste equipamento municipal, e por outros técnicos municipais. Foram muitas as pessoas que participaram neste momento inaugural, que contou com a participação da Banda da Sociedade Musical e Desportiva de Caneças, do violinista Javier Alejandro Oubiña e do grupo de Jazz Nihuju Trio. Neste dia e dirigida ao público infantil, foi apresentada a edição municipal «Bicas – Uma história sobre a Água», da autoria de Dilar Pelica, Ana Luísa Ventura e Ana Cristina Delgado, com ilustração de Paulo Pereira.

Com o CIAC pretende-se, por um lado, fazer a divulgação da forma como a abundância da água em Caneças influenciou os costumes e usos dos

canecenses e, por outro, sensibilizar para a importância da água, um recurso que deve ser preservado.

Convidamos os leitores do Às Avessas a visitar o CIAC/Fonte das Piçarras, localizado na Rua do Pinhal

Verde, em Caneças. Acesso gratuito de terça-feira a sábado, das 10h às 13h e das 13h30 às 16h00.

Miguel Conde, 10ºLH4

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