UNIVERSIDADE-SOCIEDADE E EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA. CONSTRUÇÕES TEÓRICO-METODOLÓGICAS
Edineide Jezine – UFPB. edjezine@hotmail.com.br
RESUMO Este trabalho insere-se no debate acerca da crise das universidades, crise esta situada em uma perspectiva histórica, econômica e política, verificando a sua evidência, principalmente, no que se refere ao contexto das políticas neoliberais de minimização do Estado, de globalização e de abertura de mercado. A análise busca apreender as posições ideológicas e hegemônicas da relação Universidade-Sociedade e Extensão Universitária, que adquire ao longo da história diversas significações. Depreende-se desta análise que a manifestação atual da crise das universidades tem suas raízes nas relações históricas, não sendo, portanto, somente produto das políticas implementadas na década de 1990. Sua manifestação concreta se faz, na prática extensionista de prestação de serviços como venda, impulsionando redefinições no papel social da universidade como instância produtora e socializadora de conhecimentos. PALAVRAS-CHAVE: universidade, sociedade, ideologia.
1.
Introdução. Situando a Problemática de Estudo As transformações no âmbito econômico, político e social, ocorridas nas
últimas décadas, são significativas e provocaram mudanças na sociedade que afetaram principalmente as relações entre capital-trabalho e estado-sociedade, tornando flexíveis os modos de produção, exigindo maior qualificação profissional do trabalhador, minimizando as responsabilidades do Estado diante das políticas públicas e transferindo para a sociedade civil as possíveis resoluções dos conflitos sociais, através do incentivo à iniciativa privada. A universidade, como uma instituição social milenar insere-se nesse contexto, influenciando e sofrendo influência das mudanças ocorridas no conjunto da sociedade, uma vez que sua história, em grande parte, se confunde com as vicissitudes