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Fazer o bem faz bem
Na hora em que você vendar os olhos dela, você pode posicionar a folha como quiser: virada, de cabeça para baixo ou atravessada. Após ela fazer o caminho, desvende seus olhos para que ela veja que direção seguiu. O que percebemos por meio dessa dinâmica? A pessoa de olhos vendados representa aquelas que não costumam orar. Aquela pessoa que lhe entrega a caneta e convida a percorrer um caminho pode levá-la para perto ou para longe de Deus. Por isso, por meio da oração, conhecemos a vontade de Deus e nos aproximamos dele. Por meio da oração, abrimos nossos olhos e conhecemos a vontade de Deus. Boa dinâmica para vocês.
Rosa Kauer Montenegro/RS
FAZER O BEM FAZ BEM
Arquivo pessoal
Será mesmo? Não seria isso algo bem natural dentro da OASE? Ou será que precisamos passar por mudanças? Ou por um processo de lidar com o outro de maneira mais ética? Sabemos que ultimamente perdeu-se um pouco a ideia de que fazer o bem faz bem, quer seja na família ou na sociedade. Convido o leitor, a leitora a viajar neste texto por algumas sugestões, ideias, princípios necessários para resgatar, estudar, valorizar, avaliar e introduzir novos hábitos e valores para um mundo melhor. Primeiramente, para fazer o bem, precisamos entender muito bem o que é “humanização”. Para isso Helga Schünemann acontecer, precisamos nos tornar bondosos, agradáveis, solidários, civilizados; lutar por justiça, por amor ao próximo, pela disciplina, pelas leis, por liberdade e democracia. Assim, a “humanização” é uma oportunidade de dar ao próximo a chance, a alegria de viver num mundo melhor.
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O Salmo 133.1 diz: Como é bom e agradável que o povo de Deus viva unido como se todos fossem irmãos. No entanto, os tempos mudaram numa velocidade de transformação tão rápida que precisamos parar, pensar e retomar o processo, avaliando as normas que regem as relações humanas.
Vivemos num tempo da história chamada de pós-modernidade, no qual tudo é rápido, líquido e possível. Os valores morais de ontem não valem mais hoje. As tradições dos nossos antepassados são ultrapassadas. A modernidade valoriza a diversidade de técnicas e valores, e o conservadorismo é passado, já era. Os meios de comunicação são rápidos e virtuais, por demais.
Vivemos os tempos em que se valoriza mais o ter do que o ser, a aparência do que a alma do ser humano. Dentro desse contexto as pessoas se sentem perdidas, estressadas, solitárias e buscam ajuda. O que fazer diante disso tudo? O melhor é falar e dialogar sobre novos tempos. Também não podemos esquecer que esses novos tempos nos trouxeram ótimas técnicas, como na área da saúde, a longevidade de vida.
Enfim, apesar da rapidez, das injustiças sociais, guerras que ainda nos assolam, há também pequenos indícios de que a vocação para a fraternidade, tão importante para o ser humano, está se tornando cada vez um fator mais consciente. Hoje, alguns governos estão medindo o índice de bem-estar da população. Empresas, prefeituras e igrejas levam a sério o bem-estar do ser humano, oferecendo solidariedade, fraternidade para a saúde física e emocional. Empresas e consumidores valorizam produtos e serviços para o bem da natureza em geral. Antes do século 19, algumas iniciativas das igrejas e outros órgãos tentavam promover o bem comum. Até Martim Lutero, o nosso reformador da Idade Média, e sua esposa Catarina se preocupavam com o bem-estar das pessoas. Lembramos Albert Schweitzer, que nasceu na Alsácia, Alemanha (hoje França). Era teólogo luterano, filósofo, organista e médico. Ele e sua esposa Helene, que era enfermeira, foram trabalhar na África. Lá, com a ajuda dos nativos, com recursos próprios e verbas da Europa, construíram um hospital. Durante a Primeira Guerra Mundial, ele e sua esposa estiveram presos. Em 1952, recebeu o Prêmio Nobel da Paz. Schweitzer dizia: “Só são verdadeiramente felizes aqueles que procuram ser úteis aos outros”.
Enfim, o segredo está em promover o bem comum. “Fazer o bem faz bem para todos.” Como funciona isso? Neurocientistas e psicólogos afirmam que fazer o bem proporciona muitos benefícios para a saúde. Auxilia nas doenças como a depressão, pressão alta, ansiedade, transtornos emocionais, entre muitos outros males. Isso porque tais atitudes liberam substâncias como a dopamina, oxitocina e serotonina, os chamados hormônios
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da felicidade, isto é, que dão o prazer de viver. Além do mais, melhora o sistema imunológico e ajuda a viver mais. Sentimentos de afeto e pertencimento são despertados a partir da prática do bem. Isso ajuda no crescimento da autoestima. Quem faz o bem e se doa sente seu valor aumentado, pois beneficia outras pessoas. Essa prática do bem deve acontecer no dia a dia da nossa vida, na família, com os amigos e demais pessoas com as quais convivemos. Nunca esqueçamos as instituições assistenciais, os refugiados e demais situações. Vale lembrar que a prática do bem reduz o feminicídio, a violência nas ruas e melhora até o trânsito. Diminuindo o estresse com algumas atitudes do bem, chega-se a um entendimento e se diz não à violência. Essas atitudes do bem tornam o mundo melhor e dão a sensação de felicidade tão importante para todas as pessoas. A fraternidade, generosidade e a solidariedade fazem parte da vida dos seres humanos. Jesus fala aos escribas sobre o grande mandamento do amor conforme Marcos 12.30-31: Ame o Senhor, seu Deus, com todo o coração, com toda a alma, com toda a mente e com todas as forças. E o segundo mais importante é este: Ame os outros como você ama a você mesmo. Não existe outro mandamento mais importante do que esses dois. Jesus mostra, nessa passagem bíblica, que o amor a Deus e ao próximo nos dá todo o equilíbrio para uma vida digna e feliz. A época do Natal e Ano-Novo nos remete a sentimentos do bem. As pessoas se tornam um pouco mais sensíveis e humanas. “Fazer o bem faz bem para todos” – esse é um princípio simples, mas poderoso para dar sentido à vida. Em outras palavras, Santo Agostinho dizia: “Vamos ensinar o amor amando”. Sugestões: – Ler o livro do pastor Gottfried Brakemeier Fazer o bem faz bem: uma introdução à ética, lançado pela Editora Sinodal em 2019. – Dê a ideia para as participantes fazerem uma avaliação sobre onde na sua rua, família ou igreja poderiam fazer o bem ao próximo. Uma ideia de fazer o bem poderia ser visitar, uma vez por semana, uma pessoa idosa e solitária. Usar de gentilezas como: cumprimentar as pessoas, saber escutar, prestar um favor, fazendo tudo sempre com bom humor.
Helga Schünemann Coordenadora editorial do Roteiro da OASE Panambi/RS
Advento e Natal
HOSPEDARIA DO CORAÇÃO
PERSONAGENS: Hospedeiro; Presentes de Natal (trazer presentes); Canções de Natal (traz uma faixa com notas de música); Ceia de Natal (traz uma cesta com comidas e bebidas típicas do Natal); Cartões de Natal (com vários cartões natalinos); Decoração de Natal (traz uma árvore de Natal pequena); José e Maria (com roupas típicas); Mensageiro; Voz Oculta. CENÁRIO: Marcar um espaço com um coração e as palavras HOSPEDARIA DO CORAÇÃO, que indica a porta da hospedaria. Hospedeiro – (Entra em cena) Pronto! Deu trabalho, mas consegui deixar a hospedaria bem arrumada para receber os hóspedes do Natal. E eles são muito importantes. Sem a presença deles, o Natal não teria graça nenhuma! É por isto que cuido de todos os detalhes, para nada faltar a esses ilustres hóspedes, que já devem estar chegando. (Um a um chegam os hóspedes.) Presentes de Natal: Estou chegando! Reservou a minha suíte? Hospedeiro: Claro que sim, Presentes de Natal! Imagina se eu iria esquecê-lo! Você é meu hóspede de honra! Presentes de Natal: Eu também não me esqueci do senhor. Até trouxe um presente de Natal! (Entrega um presente ao hospedeiro.) Feliz Natal! Hospedeiro: Oh! Imagino que seja um lindo presente! Pode subir! Você precisa de um bom descanso, porque amanhã terá muito trabalho para entregar todos esses presentes! Presentes de Natal: É verdade. Então tchau. (Entra na hospedaria.) Canções de Natal: (Entra cantando um hino de Natal.) Hospedeiro: Eu sabia que você não faltaria, Canções de Natal! Canções de Natal: Pois é, estou aqui para alegrar as pessoas com lindas canções de Natal, embora eu ache que elas estão cada vez mais esquecidas. Quando muito, aparecem em algum comercial. Hospedeiro: Que nada, Canções de Natal! Você é ainda muito importante para fazer a alegria do Natal. Posso fazer um pedido? Você canta um hino especialmente para mim?
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Canções de Natal: Claro que sim! É pra já! (Canta um hino natalino.) Hospedeiro: (Após o hino.) Lindo! Lindo! Estou até arrepiado de tanta emoção. Canções de Natal: Agora preciso descansar. Com licença! (Entra na hospedaria.) Ceia de Natal: Feliz Natal, senhor Hospedeiro! Veja quanta coisa gostosa eu trouxe para a ceia de Natal: (Vai mostrando os produtos à medida que os nomeia.) Uvas-passas, panetone, vinho e, claro, o peru! Hospedeiro: Já estou com água na boca! Pode deixar tudo na cozinha, que o pessoal vai preparar direitinho! Cartões de Natal: Feliz Natal, senhor Hospedeiro! Este cartão eu trouxe especialmente para você! Hospedeiro: (Abrindo o cartão.) Que bonito! E ainda toca uma música. (Lê a mensagem do cartão em voz alta e comenta.) Tomara que tudo isso aconteça comigo. Cartões de Natal: Vai acontecer, tenho certeza! Bem, vou subir, pois preciso organizar todos esses cartões. Até já! Hospedeiro: Que bom que você veio, Decoração de Natal! E como você está bonita! Seja bem-vinda à Hospedaria do Coração! Decoração de Natal: Sei que minha presença sempre é bem-vinda, porque no Natal ninguém se esquece da árvore, das luzes e dos enfeites. Já pensou o que diriam seus ilustres hóspedes se na sua hospedaria faltasse uma bela decoração de Natal? Hospedeiro: Já tem hóspede reclamando sua ausência. Entre, entre logo e encha toda a hospedaria com a sua luz e beleza! (Entra José amparando Maria e se dirige ao hospedeiro.) José: O senhor teria um lugarzinho para nós na sua hospedaria? Estamos chegando de uma longa viagem e, como o Senhor vê, minha esposa está esperando um filho. Hospedeiro: Sinto muito, mas não disponho de mais nenhum lugar! Todos os quartos estão ocupados! José: Só um lugarzinho para esta noite! Maria, minha esposa precisa descansar. Hospedeiro: Por que não fizeram reserva com antecedência? Minha hospedaria é bastante procurada nesta época do ano. José: (Aflito.) E agora, onde vamos ficar? Não conhecemos ninguém nesta cidade de Belém da Judeia.
Maria: Não fique aflito, José! O Deus de Israel não nos vai desamparar. Confiemos na sua misericórdia! (José e Maria recomeçam a andar em direção à saída.) Hospedeiro: Ei, esperem! Acho que tenho um lugar para vocês. Serve um estábulo? Não é dos melhores, mas... José: Um estábulo malcheiroso e cheio de animais?
Maria: Aceite. José! Se essa é a vontade de Deus, devemos aceitá-la. Onde fica o estábulo? Hospedeiro: É logo ali adiante, não tem como errar! Mais tarde vou buscar o dinheiro de aluguel! Esse pessoal não se enxerga mesmo! Pobres, sujos e ainda querem um lugar na minha hospedaria de luxo. Era só o que faltava! Bem, vou ver como estão as coisas lá dentro!
Mensageiro: (Com ênfase.) “Eis aqui vos trago boa nova de grande alegria que o será para todo o povo: É que hoje vos nasceu na cidade de Davi, o Salvador que é Cristo, o Senhor! E isto vos servirá de sinal: Encontrareis uma criança envolta em faixas e deitada em manjedoura, porque não havia lugar para ele na hospedaria...”, na Hospedaria do Coração! Hospedeiro: (Desesperado.) Deus! Que fiz eu? No meu orgulho e egoísmo recusei-me a acolher o Filho de Deus, a pessoa mais importante da terra! Estou perdido! Nem me atrevo a pedir perdão, porque não sou merecedor de nenhuma clemência!
Mensageiro: Veio para o que era seu e os seus não o receberam. Mas a todos quanto o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus. Hospedeiro: Então existe uma chance para mim. Vou buscá-lo para ficar na minha hospedaria. Mas... será que ele ainda está no estábulo, ou já foi embora? Voz Oculta: (Fala bem suave.) “Eis que estou à porta e bato, se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei na sua casa e cearei com ele, e ele comigo.” “Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido.” Hospedeiro: (Emocionado.) Pode entrar, Senhor Jesus! A casa é tua e nela tu és o hóspede por excelência! Agora sei que só tu és o verdadeiro Senhor do Natal! As outras coisas são meros complementos! HPD 1, 9: Ó vinde em humildade vossa alma preparai!
Mensagem
HPD 1, 19: Vinde a Cristo, ó vinde unidos...
Extraído de: Jornal OASE EM FOCO, n. 57, 2012.