5 minute read

Motivar o potencial da mulher

A reconciliação operada por Cristo cria no ser humano uma nova identidade. Naquele que acolhe e aceita a mensagem da reconciliação Deus cria um novo ser. A relação reconciliada não é possível a partir da nossa decisão. A fé é obra do Espírito Santo. E vida reconciliada nos leva ao encontro das pessoas, a ser solidários e operadores do serviço ao próximo. A reconciliação com Deus nos chama para a vida comunitária, ao culto e estudo da Palavra. Deus nos encarregou de sermos mensageiros e mensageiras da palavra da reconciliação por meio da nossa vida e da proclamação da Palavra ao nosso semelhante, ajudando-o a entender que Deus perdoa nossos pecados por meio do reconciliador Jesus Cristo. Essa é a nossa missão.

Para reflexão:

 Você já percebeu Deus agindo em sua vida, por amor?  Como a vida reconciliada com Deus altera e influi no viver de cada dia?  O grupo de OASE está ciente da mensagem da reconciliação e tem como missão o exercício do ministério da reconciliação?

Sugestão: Encerrar com o hino 320 do Livro de Canto da IECLB, que diz: “Senhor, se tu me chamas, eu quero te ouvir. Se queres que eu te siga, respondo eis-me aqui”.

Lurdes Irene Gerhardt Novo Hamburgo/RS

MOTIVAR O POTENCIAL DA MULHER

Vida transformada: um encontro além do esperado

Sempre que compartilhamos o conhecimento que nos vem da palavra de Deus temos a possibilidade de atualizar e buscar, em meio à nossa realidade, momentos e situações que nos permitam superar dificuldades e perceber como são grandes nosso potencial e nossa capacidade de recomeçar sempre. Também como mulheres reconhecemos nossas potencialidades e a forma como Jesus,

em seus ensinamentos, nos desperta para isso. Assim, quero convidá-la para relermos a narrativa do evangelista João 4.1-30, que narra o encontro entre Jesus e a mulher samaritana. (Leitura do texto.)

Arquivo pessoal

Aspectos históricos

É importante compreender que a Palestina, na época de Jesus, estava dividida em três províncias: Galileia, ao norte; Judeia, ao sul; e Samaria, que ficava entre as duas. Devido à inimizade entre judeus e samaritanos, muitos judeus usavam a rota mais longa para evitar a passagem pela Samaria. A inimizade tem suas raízes nos anos 720 a.C., quando o rei da Assíria derrotou Samaria, deporPª Mirian Ratz e sua filha tou os israelitas para a Assíria e trouxe pessoas da Babilônia e de outros países pagãos, estabelecendo-os nas cidades da Samaria, para desalojar os israelitas, segundo 2 Reis 17.24. O casamento entre esses estrangeiros e os israelitas que haviam escapado do exílio contribuiu para as tensões entre samaritanos e israelitas. Os samaritanos insistiram que poderiam adorar ao Deus único em Samaria; os judeus mantiveram que isso somente poderia realizar-se no templo de Jerusalém.

O encontro e a vida

Lá junto ao poço, Jesus descansava. Uma mulher samaritana se aproxima para buscar água. A tarefa era costumeiramente realizada por mulheres, que, normalmente, iam em grupo na primeira hora do dia. Essa samaritana vai ao poço ao meio-dia e sozinha. O diálogo entre os dois inicia com um pedido de Jesus: Dá-me de beber (v. 7). A mulher logo reconhece que ele é judeu, mas não sabe quem ele é. Ela também demonstra conhecimento sobre a lei e os costumes quando se justifica e argumenta com Jesus. Então Jesus lhe oferece água viva. Que água é esta? Ela tem curiosidade e então é ela quem pede: Senhor, dá-me desta água para que eu não mais tenha sede, nem precise vir aqui buscá-la (v. 15).

Naquele diálogo rico, Jesus fala da vida da mulher. Desafia-a. Ter sua vida particular exposta não tira da mulher o desejo de aprofundar ainda mais seu conhecimento. Ela agora reconhece que Jesus é profeta (v. 19) e continua conversando sobre a fé e a esperança do povo. Jesus, durante todo o diálogo, motiva a mulher a falar sobre si e sobre sua fé. Desperta nela todo conheci

100

mento e vê nela uma pessoa capaz de argumentar, falar de si e de sua fé sem medo. Então ele se revela: Eu o sou, eu que falo contigo (v. 26). A conversa é interrompida com a chegada dos discípulos, que até questionam Jesus por estar conversando sozinho com uma mulher.

Transformação: alegria e testemunho

Quanto à mulher, deixou ali mesmo seu cântaro. Foi à cidade e anunciou a todos: Vinde comigo e vede o homem que me disse tudo quanto tenho feito. Será este, porventura, o Cristo? (v. 29). A alegria da mulher samaritana a leva a testemunhar sobre o encontro. Agora outros saem da cidade e vão ao encontro de Jesus. A conversa sincera motivou a mulher a ser testemunha. Transformou sua vida. Jesus, por meio do diálogo acolhedor, soube reconhecer o potencial, o conhecimento da mulher samaritana. Ela deixa de lado seu cântaro, seu passado e, recebendo uma nova incumbência, torna-se testemunha. Não há como ignorar a sabedoria de Jesus, mas não ignoremos a capacidade dessa mulher. Jesus também conhece cada uma de nós, nossa vida, nossa realidade. Ele também nos convida, a partir do encontro com ele e seus ensinamentos, a reconhecermos nossa capacidade de fazer a diferença, de abrir nossos braços para acolher e nossa boca para denunciar injustiças, e de fortalecer as mãos na ação conjunta. Como mulheres precisamos nos perguntar: que cântaros precisamos deixar de lado? Como podemos perceber e valorizar a capacidade umas das outras? Um encontro além do esperado. Não era só água, era água vida... Não era só conversa, era partilha... Não era só encontro, era vida transformada. Ver e buscar além, compreender quem somos e de que somos capazes. Deus nos abençoe.

Dinâmica

Sugiro ornamentar o ambiente com algum pote que represente o cântaro de água. Dentro dele, ou ao seu redor, frases a completar: Eu sou... Eu posso ser... Cada uma retira uma frase. Sempre quem tem a frase “Eu sou” inicia a leitura e a segunda completa a frase correspondente, formando duplas, que podem se encontrar e dar um abraço. Sugestão de frases: 1 – Eu sou o riso. 1 – Eu posso ser a alegria que te faz sorrir. 2 – Eu sou o medo. 2 – Eu posso ser a coragem que te ajuda a vencer o medo.

This article is from: