Viver o Batismo - Caderno de Estudos - Tema do Ano 2020

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Para que o fruto permaneça, viver o batismo na criação Pastor emérito Werner Fuchs Assim brilhe também a luz de vocês diante dos outros, para que vejam as boas obras que vocês fazem e glorifiquem o Pai de vocês, que está nos céus (Mateus 5.16). A gente não aprendeu a respeitar os princípios da natureza. A impressão que dá é que a gente age como se, para a gente viver, a gente tem que matar a terra. E a agrofloresta é bem o contrário. Para você realmente viver, você precisa deixar o ambiente melhor do que estava quando você chegou. Isso para mim é o princípio da sustentabilidade [...]. Tem muitas pessoas que dizem que o mundo está acabando. Eu compreendi que ele não está acabando, porque ele não é feito uma foto. O mundo é um filme. O mundo está rodando sempre. Às vezes aquilo que está acabando para um está começando para outro, em outro nível. E a gente, ser humano, a gente tem condição de passar nossa vida também mudando, morrendo e nascendo um ser humano melhor a cada dia (Pedro Oliveira, nascido na Bahia, é agricultor ecológico líder da Cooperafloresta em Barra do Turvo/SP).

I – Subsídio teórico Flores vivas sobre o altar e crescendo no pátio do templo revelam que, conscientemente ou não, amamos aquilo que Deus ama: sua bela criação. Iniciativas como substituir copos plásticos por reutilizáveis no cafezinho e trocar lâmpadas convencionais por luminárias LED são fruto de preocupação ambiental, ainda que pequena. Instalar placas fotovoltaicas nos prédios da igreja visa não apenas economizar na conta de luz, mas também passar para uma cultura mais sustentável. Retirar investimentos de empresas poluidoras pode ser um gesto profético e eficaz. Mas não é comum estabelecer uma ligação entre o “lavar regenerador e renovador no Espírito Santo” (Tito 3.5) e nossa coexistência responsável com a natureza feita por Deus. O elemento da água poderia ser uma porta de entrada nesse tema, pois a maioria de nós gosta de brincar na água e nosso corpo é formado majoritariamente por líquidos. A Bíblia nos diz que batismo não é “coisa”, mas “coisa com sentido”, ou melhor, é acontecimento – dramático e transformador (Gálatas 3.27-29). Pois o termo grego baptízein significa mergulhar, submergir algo ou alguém – sempre subentendido: na água. A voz passiva também expressa esse agir externo sobre a pessoa, resgatando-a do afogamento. O “fui batizado” que Martim Lutero brandia contra tentações e dúvidas é síntese do evangelho: não eu, não a minha justiça, mas ação de Deus. Graça imerecida. Se alguém me dá um carrão importado (de preferência elétrico) que eu jamais conseguiria comprar, posso apenas aceitá-lo, alegrar-me e ser agradecido. Mas não serei coerente com a intenção do amigo doador se deixar o carro 42


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