Rumo à primeira morte - especial Estado de Minas

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ARQUIVO/EM/D.A PRESS

MARQUINHOS MARCO ANTÔNIO DA SILVA 41 ANOS Nascimento: 9/5/1966, em Belo Horizonte l Altura e peso: 1,71m e 73kg l Posição: armador l Clubes: Atlético, Internacional, Cerezo Osaka (JAP) e América l

‘A VIDA DE ATLETA ERA CANSATIVA’ BRUNO FREITAS

C

amisa 10 do Atlético no Campeonato Brasileiro de 1987 – dono da melhor campanha, o time caiu nas semifinais diante do Flamengo de Zico, Bebeto e Renato Gaúcho –, Marco Antônio da Silva já previa a aposentadoria quando defendia o japonês Cerezo Osaka, de 1994 a 1996. A briga com a balança e a escassez de tempo livre da vida de jogador acabaram por convencer o armador a deixar a carreira no América, dois anos depois, aos 34, para se dedicar ao ramo imobiliário. Motivado a aproveitar a vida, Marquinhos atualmente desfruta o sustento dos imóveis e galpões que construiu em Belo Horizonte, terra natal da qual não abriu mão ao se despedir das quatro linhas. “Foi uma transição bem tranquila parar de jogar. Na minha cabeça, quando estava no Japão, já sabia que não ficaria muito tempo no futebol. Passei boa parte da minha carreira sem os fins de semana livres, não po-

dia comer o que queria. Além disso, a vida de atleta era cansativa”, conta. A dificuldade em se readaptar ao ritmo de jogo brasileiro no América, onde ficou apenas quatro meses, também contribuiu para a aposentadoria. Marquinhos até pensou em seguir carreira em times do interior, mas concluiu que não valeria a pena. Analisando o passado, o elenco alvinegro de 1987, comandado por Telê Santana, foi o que mais o marcou. Para o ex-armador, que foi convocado por Falcão para a Seleção Brasileira quando defendia o Internacional, se o Brasileiro da época fosse em pontos corridos como hoje, o Galo teria maiores chances de ser campeão. “Tínhamos uma equipe marcante, com Luizinho, Renato e João Leite. No primeiro ano no profissional, trabalhei com um dos melhores técnicos do Brasil, Telê, que dispensa comentários, pela qualidade e seriedade. Sinto saudade

da torcida do Atlético, um público apaixonante, que incentiva bastante. No Rio Grande do Sul, tive recepção parecida.” A exemplo de Euller, Marquinhos tirou do futebol japonês um grande aprendizado. Emprestado pelo Inter com a missão de ajudar o Cerezo Osaka a subir para a Primeira Divisão, acabou tendo o passe comprado depois do final feliz. Os filhos, Jéssica (de 21 anos) e Allan (19), então pequenos e a cultura diferente não foram obstáculos. “Não havia a facilidade de hoje em se comunicar, mas nos adaptamos muito bem. A passagem pelo Osaka foi muito importante para minha carreira, principalmente do ponto de vista financeiro.” Apesar de continuar acompanhando o futebol, ele optou por deixar de frequentar estádios. “Não tem a mínima condição, por causa do tumulto. Ver a partida de pé não dá.”


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