Notaer outubro 2017

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www.fab.mil.br

DIA DO AVIADOR Confira a histรณria de um aviador de cada vetor (Pรกg. 5).

Ano XL

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Outubro, 2017

ESPECIAL Tenente-Brigadeiro Rossato chega aos 1000 dias de Comando (Pรกg. 11)

ISSN 1518-8558


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CARTA AO LEITOR

Voos ainda mais altos! Normalmente, a edição do NOTAER do mês de outubro sempre se reveste de um brilho especial. Com eventos importantes como os dias da Força Aérea Brasileira e do Aviador, além das comemorações das datas da indústria aeronáutica brasileira e da engenharia da Aeronáutica, as edições do antepenúltimo mês do ano trazem costumeiramente em suas páginas diversas demonstrações do trabalho da Força Aérea Brasileira em prol do País. Entretanto, a edição deste

outubro de 2017 traz ingredientes ainda mais especiais para essa tradição. Neste número comemoramos os mil dias de comando do Tenente-Brigadeiro Rossato, sempre enfrentando o desafio de conduzir a Força Aérea para voos ainda mais altos rumo à modernidade e eficiência. E foi justamente nesse processo de reestruturação da Força, que nos deparamos com a desafiadora missão de identificar um elemento comum a todos os nossos

integrantes, algo que se constituísse no DNA da FAB. No intuito de retratar a grandiosidade da Força Aérea Brasileira, foi resgatado o conceito da Dimensão 22, o qual foi alinhado com a nova missão e assim, abriga, perfeitamente, as ações de CONTROLAR, DEFENDER e INTEGRAR dentro de um cenário tridimensional fabuloso de 22 milhões de quilômetros quadrados. Neste número, nossos leitores terão a oportunidade de mergulhar nesse conceito,

entendê-lo e, acima de tudo, disseminar essa ideia entre seus pares, pois todos nós, independentemente de posto, graduação, quadro ou função fazemos parte desses profissionais que, incansavelmente, contribuem para que todas as responsabilidades da FAB nessa imensa área sejam cumpridas, com o elevado padrão que sempre nos caracterizou. Boa leitura! Brig Ar Antonio Ramirez Lorenzo Chefe do CECOMSAER

PENSANDO EM INTELIGÊNCIA

do usuário desavisado. A tática é similar em todos os casos: por meio de links maliciosos embutidos no texto de mensagens aparentemente legítimas, por vezes, as imagens são disseminadas por amigos e grupos. Criminosos induzem a vítima a clicar, redirecionando-a para sites criados especialmente para realizar cadastro em busca de informações ou para baixar arquivos/aplicativos falsos. Esses podem conter vírus destinados a se instalar no smartphone e colher dados bancários, dados pessoais, imagens e acesso irrestrito, não só ao dispositivo corrompido, mas também a contas de serviços de troca de mensagens instantâneas e de redes sociais.

(Centro de Inteligência Aeronáutica - CIAER)

O jornal NOTAER é uma publicação mensal do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAER), voltado ao público interno. Chefe do CECOMSAER: Brigadeiro do Ar Antonio Ramirez Lorenzo. Vice-Chefe do CECOMSAER: Coronel Aviador Flávio Eduardo Mendonça Tarraf. Chefe da Divisão de Comunicação Integrada: Coronel Aviador José Frederico Júnior. Chefe da Subdivisão de Produção e Divulgação: Tenente-Coronel Aviador Rodrigo José Fontes de Almeida. Editores: Tenente Jornalista Aline Fuzisaki (MTB 44325/SP) e Tenente Relações Públicas Nara Lima (CONRERP/6 1759) Colaboradores: textos enviados ao CECOMSAER via Sistema Kataná. Diagramação e Arte: Suboficial Ramos, Sargento Polyana e Cabos M. Gomes e Pedro.

Mensagens com conteúdo estr4n.h0? Jamais clique ou compartilhe! Com base nos mais recentes relatórios sobre ameaças digitais, especialistas do setor de segurança cibernética ressaltam o aumento no número de golpes especialmente elaborados para usuários de smartphone. Tais golpes utilizam como meio para exploração os serviços de SMS, de troca de mensagens instantâneas (por exemplo, Whatsapp e Telegram) e redes sociais (Facebook, Twitter, etc). A promessa de oportunidades de ganhos financeiros imediatos e o alarde da necessidade de atualizações urgentes de dados bancários ou de contas em redes sociais são alguns dos principais chamarizes para prender a atenção e forçar o clique em links fraudulentos

Expediente

Confira algumas recomendações: 1. cheque a origem de mensagens contendo pedido de atualizações urgentes, supostas promessas e prêmios nas mídias sociais oficiais de cada marca ou empresa; 2. jamais clique em links hospedados em domínios desconhecidos, mesmo quando recebidos de amigos e parentes. Fique atento a endereços web (URL) “encurtados” ou com pequenos “erros” em sua escrita; 3. nunca insira credenciais (e-mail/nome + senha) em sites cujo endereço você não conheça ou que não tenha sido confirmado adequadamente; 4. instale um antivírus confiável e mantenha o sistema operacional de seu smartphone sempre atualizado; e 5. desabilite a opção “download automático” de arquivos (imagens, pdf, etc) nos aplicativos instalados em seu dispositivo. Mantenha-se conectado, mas sempre alerta e seguro!

Cuidado, é fraude!

Tiragem: 18.000 exemplares Estão autorizadas transcrições integrais ou parciais das matérias, desde que mencionada a fonte. Esplanada dos Ministérios - Bloco “M” 7º andar CEP - 70045-900 / Brasília - DF

Impressão e Acabamento: Viva Bureau e Editora


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PALAVRAS DO COMANDANTE

Vestir o azul é uma honra para mim, e sempre foi. Mas, particularmente no mês de outubro, esse sentimento ganha um caráter especial porque, no dia 23, comemoramos o Dia da Força Aérea Brasileira. Além disso, nessa mesma data, celebramos também o Dia do Aviador, exaltando homens e mulheres engajados em cumprir missões as mais diversas, todas mormente com o enfoque de manter a nossa soberania e integrar nossa Pátria. Não podemos jamais esquecer que foi justamente nesse dia que o obstinado inventor, e nosso patrono, Alberto Santos-Dumont realizou o voo do 14-Bis na França, em 1906. Desde esse voo, a responsabilidade da Força Aérea aumentou muito, e hoje temos orgulho de estarmos presentes em incríveis 22 milhões de km². Uma extensão inimaginável desde a realização daque-

le voo histórico de Dumont. Nessa dimensão, nos aproximamos mais da população brasileira em nossas missões de integração; controlamos o espaço aéreo inclusive sobre significativa parte do Oceano Atlântico, e também fazemos a defesa aérea do país, até na Zona Econômica Exclusiva, garantindo a segurança das nossas riquezas. É justamente para retratar esse comprometimento com o nosso papel que criamos esse conceito que será amplamente divulgado na Campanha Dimensão 22. Ela sintetiza o tamanho da nossa responsabilidade, por meio das ações de controlar, defender e integrar, dentro desse cenário grandioso. Por isso, conclamo todos os nossos militares e nossos servidores civis a serem disseminadores desta nossa campanha. Queremos difundir

a nossa missão e, principalmente, reforçar a relevância do trabalho que é feito por todos vocês, todos os dias. Que nosso trabalho seja motivo também de júbilo para os mais de 200 milhões de brasileiros, que podem ter a certeza de que estamos sempre prontos para cumprir qualquer missão, a qualquer momento e em qualquer lugar deste nosso imenso cenário. Somos motivados todos os dias pela certeza de que trabalhamos para um propósito maior. Sabemos que juntos seguimos cumprindo diuturnamente o nosso papel, o qual, a partir de agora passaremos a entoar no grito de guerra da Força Aérea Brasileira: Controlar! Defender! Integrar! Força! Aérea! Brasil! Tenente-Brigadeiro do Ar Nivaldo Luiz Rossato Comandante da Aeronáutica

FOTO: SGT BRUNO BATISTA / CECOMSAER

Nossa Missão: Controlar, Defender e Integrar


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REESTRUTURAÇÃO

Especial Alas Ten JOR Cristiane dos Santos A reestruturação pela qual passa a Força Aérea Brasileira possibilitou que as Organizações Militares pudessem melhorar seus processos, focando mais na área operacional. Em continuidade à proposta de apresentar a nova estrutura da FAB, esta edição do Notaer traz as principais atividades das Alas 7, 8 e 9.

FOTO: SGT NEVES / ALA 7

Ala 7 - Boa Vista (RR)

Desde a sua ativação, a Ala 7, sediada em Boa Vista (RR), canaliza os esforços para o preparo e o emprego operacional.

No Esquadrão Escorpião (1°/3° GAV), cuja missão é a defesa aérea no Norte do país, os oficiais aviadores estão se dedicando cada vez mais a aperfeiçoar e desenvolver novas táticas e técnicas na utilização da aeronave como plataforma de armas. Da mesma maneira, o Esquadrão

de Segurança e Defesa está totalmente voltado para o treinamento e a condução das atividades específicas de infantaria, possibilitando melhor qualificação dos militares. Considerando, ainda, a dotação de um Esquadrão Logístico, a nova estrutura possibilita o direcionamento das ações na

missão-fim da FAB. O Comandante da Ala 7, Coronel Aviador Eric Breviglieri, explica que, com a nova estrutura, os processos estão trazendo bons resultados. “Com a especialização das diversas organizações, cada uma em sua área específica, os processos tendem a se tornar

mais eficientes, possibilitando melhores resultados, tanto nas atividades-meio quanto nas atividades-fim”. Ele também lembra que a Ala é uma organização de nível tático. “Mantemos o foco no operacional, treinando e empregando os esquadrões de acordo com as diretrizes dos escalões superiores”, finaliza.

pectivamente. Além desses, está sob a responsabilidade da Ala 8 um Grupo Logístico, responsável pelo apoio e manutenção, e um Grupo de Segurança e Defesa. A Ala 8 também é considerada um órgão operacional estratégico na Amazônia Ocidental. “Pode atender à população brasileira em

diversos aspectos, como defesa e soberania do espaço aéreo, integração nacional, além de realizar apoio humanitário à população da Região Norte e dar suporte a diversas organizações que desenvolvem e protegem essa imensa e longínqua região do País”, afirma o Comandante da Ala 8.

A redução dos níveis de decisão, segundo o Comandante, foi mais um ganho com a Reestruturação. “Hoje nós conseguimos falar com o Comando de Preparo e Comando Aeroespacial de forma mais direta e isso facilita a tomada de decisão”, acredita. Segundo o Comandante,

a intensificação operacional da unidade também é um diferencial. “A atenção com a questão operacional e logística melhorou muito, o que facilita a resolução das demandas da Ala. Além disso, temos a oportunidade para o estudo dos processos existentes em todas as áreas”, complementa.

FOTO: SGT CARLEILSON / ALA 8

Ala 8 - Manaus (AM)

“A Força Aérea iniciou um audacioso programa de reestruturação com o objetivo de tornar-se uma organização mais eficaz nos campos ope-

racional e administrativo e, assim, estar cada vez mais capacitada para enfrentar os desafios”. É o que afirma o Comandante da Ala 8, Major-Brigadeiro do Ar Waldeísio Ferreira Campos. Com sede em Manaus (AM), a Ala 8 é responsável por missões operacionais em todo o Estado do Amazonas,

tendo atuação estratégica na fronteira Noroeste brasileira (Colômbia, Peru e Venezuela). Para realizar sua missão, a Organização Militar é composta por quatro esquadrões aéreos: Pacau (1°/4° GAV), Arara (1°/9° GAV), Cobra (7° ETA) e Harpia (7°/8° GAV), sendo um de caça, dois de transporte e um de asas rotativas, res-

FOTO: SGT ERITON / ALA 9

Ala 9 - Belém (PA)

Localizada em Belém (PA), a Ala 9 é composta pelos esquadrões: Tracajá (1º ETA), Falcão (1º/8º GAV) e Netuno (3º/7º GAV). Dentre

as atividades realizadas, estão as missões de busca e salvamento, transporte aéreo, evacuação aeromédica e patrulhamento da costa brasileira, além da coordenação das atividades do Grupo de Segurança e Defesa. O Comandante da Ala 9, Coronel Aviador Álvaro Mar-

celo Alexandre Freixo, destaca a importância da localização e como isso incentiva a integração do território nacional. “A presença da FAB na Região Amazônica é sinônimo de integração, progresso e desenvolvimento, sendo o avião o vetor ideal, que encurtou as distâncias e aproximou os brasileiros”, afirma.


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DATA COMEMORATIVA

23 de Outubro

Dia do Aviador e da Força Aérea Brasileira O 14-Bis alçou seu ousado primeiro voo em 23 de outubro de 1906 e este feito nos inspira até hoje. Nesta data, celebramos o Dia da Força Aérea Brasileira e o Dia do Aviador. E para homenagear os filhos altivos dos ares, convidamos um piloto de cada aviação para nos contar sobre: o sonho de carreira, o desafio da aviação e a motivação em servir à FAB. Ten REP Nara Lima

SONHO

DESAFIO

MOTIVAÇÃO

ASAS ROTATIVAS Capitão Déborah de Mendonça Gonçalves Esquadrão Harpia (7°/8° GAV) – Ala 8, Manaus (AM)

Desde pequena, meu pai me levava para a cabeceira do aeroporto de Guarulhos, fazíamos piquenique, observando o pouso e a decolagem das aeronaves. Quando cresci, a vontade de ir além de simplesmente ver também cresceu. E então, nasceu a vontade de pilotar.

A aviação de Asas Rotativas é conhecida pela diversidade de missões e, normalmente, de longo período. Às vezes, passamos mais de 20 dias em cidades com pouquíssimo apoio e sem contato com a família. O desafio é conciliar nossa rotina com as inúmeras viagens.

Antes de escolher a profissão, a única certeza que eu tinha era querer fazer diferença para o meu País. Então quando escolhi ser piloto, optei pela FAB, pois sabia que conseguiria fazer uma imensa diferença à população indígena e ribeirinha do Brasil.

BUSCA E SALVAMENTO Capitão Débora Ferreira Monnerat - Esquadrão Pelicano (2°/10° GAV) – Ala 5, Campo Grande (MS)

Eu já sonhava em ser piloto militar antes mesmo de abrir vagas para mulheres. Estudei muito, foquei no meu sonho e, em 2004, entrei para a AFA. Não tinha parente nem amigo militar, então tudo foi novidade. Sou muito grata e me sinto realizada todos os dias.

O maior desafio da aviação de Busca e Salvamento é estar sempre pronto para os acionamentos das missões. Nunca sabemos quando seremos acionados e estar preparado pode fazer a diferença no sucesso da missão e na vida de outras pessoas.

Já pude participar de missões de apoio a enchentes em São Paulo e no Acre, do combate a incêndios na Chapada Diamantina e de busca de aeronaves desaparecidas, podendo afirmar que é inspirador ter como lema: “para que outros passam viver”.

CAÇA Capitão Rodolfo de Meneses Oliveira Esquadrão Centauro (3º/10º GAV) – Ala 4, Santa Maria (RS)

O sonho da carreira na FAB surgiu quando eu era pequeno, ao ver meu pai todo dia vestir a farda azul. Aliado a toda essa vontade, estava o sonho de muita criança: ser piloto de avião.

O maior desafio de ser piloto de A maior motivação para os pilotos caça é o peso da responsabilidade da de caça é, sem dúvidas, a modernização defesa da soberania da Pátria. Para de nossos vetores e, principalmente, a tanto, o estudo e o preparo são diutur- chegada do Gripen NG. namente exigidos.

PATRULHA Tenente Allan Seixas Júlio - Esquadrão Orungan (1º/7º GAV) - Ala 14, Salvador (BA)

Quando criança, meus pais me levavam no campo dos Afonsos para assistir às apresentações da FAB, em especial da Esquadrilha da Fumaça. Ficava deslumbrado com as acrobacias e a perfeição da habilidade dos pilotos. Deste então, o sonho despertou!

Acredito que uns dos grandes desafios da Aviação de Patrulha é conciliar a função da pilotagem com a de coordenar uma missão completa em um cenário marítimo. Sendo necessário um conhecimento profundo dos sensores da aeronave.

Com certeza não haveria escolha melhor: ser aviador, servir a pátria e lutar por ela. A FAB me proporciona oportunidades únicas. Pertencer a esta seleta casta de aviadores militares responsáveis pela soberania da Pátria me faz vibrar dia a dia.

RECONHECIMENTO Capitão George Was h i n gto n A ra nte s Alves de Lima - Esquadrão Carcará (1°/6°GAV) - Ala 2, Anápolis (GO)

Meu saudoso pai sempre me levava ao aeroporto, de onde podíamos acompanhar os pousos e decolagens daquelas máquinas fantásticas que eu esperava, um dia, pilotar. Anos mais tarde, verifiquei que o ingresso na FAB seria uma nobre maneira de realizar este sonho.

O grande desafio é atuar como os olhos da pátria, na guerra e na paz, desde o apoio na seleção das ações a serem tomadas até uma criteriosa análise dos objetivos alcançados. Essas características fazem da Aviação de Reconhecimento a primeira e última no campo de batalha.

A possibilidade de conciliar a realização de um sonho de criança ao desafio de, a cada dia, poder contribuir com o meu melhor para o cumprimento da nossa missão síntese: manter a soberania do espaço aéreo e integrar o território nacional, com vistas à defesa da pátria.

TRANSPORTE Tenente Eduardo Rodrigues da Silva - Esquadrão Guará (6º ETA) – Ala 1, Brasília (DF)

O sonho veio tarde. Após chegar à AFA, comecei a ter entusiasmo pela aviação. Ter contato mais próximo com a atividade aérea e com os cadetes despertou em mim o sonho de ser aviador.

Estar preparado para as mais diversas operações que existem é o maior desafio. Seja transporte de autoridades, aéreo logístico, aeroterrestre, ou transporte de órgãos vitais. Lançar! Suprir! Resgatar!

Servir à FAB como oficial aviador é saber que tenho uma oportunidade ímpar de contribuir com a instituição. Sinto-me motivado também por poder, em um futuro próximo, pilotar aeronaves de grande porte em missões operacionais.

FOTOS: ARQUIVO PESSOAL

FOTO: CB ANDRE FEITOSA / CECOMSAER

AVIADORES


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DIMENSÃO 22

Dimensão 22

A campanha institucional da FAB Conheça militares que já colocam em prática o conceito da Campanha “Sinto-me realizado, pois tenho o privilégio de executar um trabalho desafiador, além da oportunidade de sempre fazer algo em favor do meu País”, afirma o Suboficial Luis Carlos Dullius,

controlador de tráfego aéreo há 25 anos. “Para mim é uma honra e uma satisfação pessoal saber que contribuo diretamente para a manutenção da nossa soberania e defesa da nação”, declara o Capitão Diógenes Arruda, piloto de

A responsabilidade da FAB para o controle de tráfego aéreo é de 22 milhões de km². Além da extensão territorial do Brasil (8,5 mi km²) e de uma faixa litorânea que corresponde a acordos internacionais (3,5 mi km²), a instituição também é responsável por controlar voos em mais de 10 milhões de km² sobre o Oceano Atlântico. Por isso, a Dimensão 22

se refere exatamente à área total (12 mi km² + 10 mi km²), dando a real dimensão da responsabilidade da FAB: 22 milhões de km² – quase três vezes maior que o tamanho do Brasil. O Suboficial Dullius é um dos 12 mil profissionais que fazem o controle do tráfego aéreo na FAB. O militar é Supervisor do Controle de Aproximação do Primeiro

Controlar

A-29 do Esquadrão Joker (2º/5º GAV). “Fazer parte da difícil e reconhecida tarefa de integrar os mais diversos rincões do país traz a tona o sentimento de dever cumprido”, comenta o Major Leonardo Ell, Chefe da Seção de Operações do Es-

Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA I). Sob sua responsabilidade, uma equipe monitora pousos e decolagens em um raio de até 100 km do aeroporto de Brasília. “A responsabilidade de controlar o tráfego aéreo é perene e constante, independentemente da fase de voo em que se encontram as aeronaves”, comenta.

quadrão Harpia (7º/8º GAV), localizado em Manaus. Três militares atuando em diferentes regiões do País, com responsabilidades distintas, mas com um único objetivo: fazer cumprir a missão da FAB - manter a soberania do espaço aéreo e

integrar o território nacional, com vistas à defesa da pátria. Baseada nisso, a FAB traz a campanha denominada Dimensão 22, com o objetivo de reafirmar o compromisso da nossa instituição: Controlar, Defender e Integrar 22 milhões de km².

FOTOS: SGT JOHNSON BARROS / CECOMSAER

Ten JOR Cynthia Fernandes

Defender A FAB também é responsável pela defesa aérea em todo território nacional, que inclui a Zona Econômica Exclusiva – uma faixa litorânea de 3,5 mi km². Nessa extensão, aeronaves de caça, patrulha marítima, reconhe-

cimento e helicópteros atuam dia e noite para garantir a segurança e a defesa da pátria. O Capitão Diógenes tem mais de 2 mil horas de voo de A-29 e sabe que cumprir esse papel da FAB é uma vitrine para o mundo. “A Força

Aérea é detentora dos meios mais efetivos de vigilância de grandes distâncias em curto espaço de tempo e isso mostra ao mundo que temos potencial para garantir nossa soberania”, acrescenta o piloto.

A área do Brasil é de 8,5 milhões de km². Não existe um só ponto dessa extensão em que a FAB deixe de atuar com seus esquadrões aéreos, encurtando distâncias do País e, principalmente, integrando. A proposta é levar cidadania a pessoas em

áreas de difícil acesso. O Esquadrão Harpia destina quase 100% das suas horas de voo para cumprir missões como essa na Região Amazônica. Os helicópteros H-60L Black Hawk transportam urnas eleitorais, vacinas, equipes de saúde e de segurança.

“Quando pousamos em uma aldeia indígena, muitas vezes isolada, percebemos que é a única oportunidade desta comunidade vivenciar a presença do Estado e testemunhar o orgulho que estas pessoas têm do seu país”, explica o Major Ell.

FOTO: CB V. SANTOS / CECOMSAER

Integrar



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FOTO: SGT ALEXANDRE MANFRIM / CECOMSAER

ESPECIAL

Tenente-Brigadeiro Rossato chega aos 1000 dias de Comando Em outubro, o Comandante da Aeronáutica completa dois anos e nove meses à frente da Força Aérea Ao assumir o Comando da Aeronáutica, em janeiro de 2015, o Tenente-Brigadeiro Nivaldo Luiz Rossato tinha como missão dar continuidade ao trabalho que vinha sendo realizado e, também, efetivar alguns projetos como a Reestruturação da Força. Confira um balanço dos 1000 dias de Comando:

Ten JOR Emília Maria

Reestruturação

Programa Espacial

As mudanças trazidas com a Reestruturação da FAB começaram a ser colocadas em prática em 2016. Os principais objetivos são garantir a perenidade e manter a constante evolução da instituição, por meio da reorganização operacional da Força e da concentração das atividades administrativas. Para o Comandante, a Reestruturação está sendo progressiva. “Minha avaliação é de que os objetivos, gradativamente, serão alcançados e as adaptações terão continuidade, já que o processo de Reestruturação é algo dinâmico e, com isso, estamos buscando correções ao longo de sua implantação”, acredita.

O lançamento do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), este ano, voltou as atenções do País e do mundo para a inserção do Brasil na era espacial. Dentro da Estratégia Nacional de Defesa (END), a área espacial é atribuição da Força Aérea. “Devemos integrar as atividades espaciais, pois o monitoramento e o uso do espaço são condições indispensáveis para o cumprimento das tarefas da Marinha, do Exército e da Força Aérea”, ressalta o Comandante.

Reaparelhamento

Transporte de Órgãos

Os destaques são as aquisições das aeronaves Gripen NG e KC-390. O Comandante explica que a tecnologia envolvida nesses processos é o que ajuda a viabilizar a Reestruturação. “A operação destes novos e complexos sistemas de armas exige uma Força com amplo domínio dos processos, mais leve na estrutura, mais focada na atividade-fim, mais profissionalizada nas áreas específicas, sejam administrativas ou operacionais”, diz. “Da Amazônia à Antártida, a frota de KC-390 terá um papel fundamental para os mais diversos projetos do Estado brasileiro. Essa aquisição, aliada à do Gripen NG, aprimora nossas capacidades operacionais e fortalece os alicerces para a garantia da soberania do espaço aéreo brasileiro”, explica o oficial-general.

O período também se destaca pelo aumento do número de transporte de órgãos, assim avaliado pelo Comandante: “Este sempre foi um anseio da sociedade, que cumpríamos apenas com nossos próprios recursos de horas de voo. Entretanto, após o Decreto Presidencial e a assinatura de um acordo com o Ministério da Saúde para ressarcimento das horas voadas, nossa atuação pôde ser ampliada. Além de estarmos cumprindo essas missões que salvam vidas, é possível perceber a motivação e a sensação de dever cumprido por parte dos nossos militares”.

Perspectivas

Para o Comandante, a expectativa para os próximos meses é de continuar o processo de renovação e consolidar novos conceitos. “Intensificaremos a formação e capacitação para que nosso efetivo acompanhe as tecnologias inseridas na Força Aérea, através dos novos equipamentos e sistemas de armamentos”, reforça. Já em outubro, o efetivo e a população conhecerão a campanha “Dimensão 22”, que se refere aos 22 milhões de quilômetros quadrados, de território e espaço aéreo, pelos quais a FAB é responsável na defesa, controle e integração. “Então, as perspectivas são coerentes com o momento atual e estou certo de continuar contando com a compreensão, o comprometimento, a lealdade e o empenho de todo o efetivo no cumprimento de suas missões”, finaliza o Tenente-Brigadeiro Rossato.


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DATA COMEMORATIVA

DIA DO CONTROLADOR DE TRÁFEGO AÉREO

Ten JOR Raquel Timponi Imagine-se em um trânsito engarrafado, em que situações imprevistas ocorrem simultaneamente: passageiro passando mal, em estado grave ou problemas mecânicos em um carro sem freio. Agora, imagine que esses problemas possam ocorrer no espaço aéreo. Para lidar com situações adversas e organizar o tráfego de aeronaves no ar, existe a função do Controlador de Tráfego Aéreo, essencial para dar agilidade e permitir o fluxo de aeronaves no País. Na data comemorativa da profissão, 20 de outubro, o Notaer preparou uma homenagem aos profissionais que atuam diariamente na segurança do espaço aéreo.

Sargento Mário Wilton da Costa Bertolin há mais de sete anos atua no Controle de Aproximação de Brasília (APP – BR), órgão pertencente ao Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA I), de Brasília (DF). Entre as diferentes áreas de atuação, a função do Sargento Mário é cuidar das aproximações e decolagens do aeroporto de Brasília e outros aeródromos ao redor da cidade, em uma área de jurisdição de cerda de 100 km. Além da responsabilidade de atuação profissional, desde 2013, o Sargento Mário tem participado da instrução de novos controladores e, mais recentemente, atuado como supervisor das equipes de

controladores de tráfego aéreo do APP de Brasília. “Nosso serviço é muito dinâmico, seja por alterações meteorológicas, seja pela impraticabilidade de algum auxílio à navegação, demanda de tráfego, aeronave com prioridade para pouso que faz transporte de órgãos vitais ou emergência médica. Como controladores, atuamos visando a dar prioridade para esses casos especiais”, contou. Uma das situações que marcou a carreira do Sargento Mário Wilton ocorreu em 2014, quando auxiliou o pouso forçado da aeronave comercial da OceanAir, voo ONE6393 que, na época, fazia o transporte de, aproximadamente, 70 pessoas de Petrolina para

FOTO: ARQUIVO PESSOAL

Conheça a história de um dos valorosos homens que cuidam diariamente da segurança do espaço aéreo Brasília. “Aconteceu numa sexta-feira à tarde, quando fui chamado para assumir o console operacional. No contato com a aeronave, o piloto alegou que estava com pane no steering (espécie de volante da aeronave no solo) e havia perdido um dos sistemas hidráulicos, o que depois evoluiu para uma assimetria de flap. Também informou que não tinha indicação de trem de pouso, o que exigiria um pouso em emergência. Retirei outras aeronaves que estavam nas proximidades, para atender a situação de urgência. Como era uma aeronave que não conseguia descartar combustível durante o voo, o piloto solicitou fazer órbita (circular no ar), para consumir o máxi-

mo de combustível e se preparar para o pouso forçado de barriga, evitando uma possível explosão no atrito com o solo. Também coordenei o apoio ao solo, com médicos e bombeiros. O pouso de emergência foi realizado e ocasionou danos somente ao nariz da aeronave, devido ao recolhimento do trem de pouso dianteiro (bequilha) - já o trem de pouso principal manteve-se baixado e travado. Felizmente não houve feridos. Me senti bem em poder ajudar”, finalizou. Essa é uma entre as tantas histórias desses profissionais resilientes, que atuam diariamente para garantir a segurança do espaço aéreo e que merecem esta justa homenagem neste dia comemorativo.


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EDUCAÇÃO

Quem nasceu em Três de Maio é o quê? Entenda os gentílicos! Ten JOR Gabrielli Dala Vechia Gentílico é a palavra que designa o local de pertencimento geográfico de cada um, que também pode ser chamado de adjetivo pátrio. Assim, somos todos brasileiros; alguns fluminenses, outros manauaras. De modo geral, o gentílico é formado

com o sufixo “ense”, mas há exceções cuja explicação tem raízes etimológicas – ou seja, históricas. O termo “potiguar” para fazer referência aos norte-rio-grandenses vem do tupi e significa “quem come camarão”. “Carioca” também tem origens indígenas: trata-se da união de duas palavras tupis

– kara’iwa (homem branco) e oka (casa). Isso porque os índios utilizavam a expressão “casa do homem branco” para fazer referência à cidade do Rio de Janeiro. Já a origem do termo “gaúcho” como gentílico dos nascidos no Rio de Grande do Sul está no espanhol: esse era o nome dado aos moradores das áreas

rurais da região platina – entre o Uruguai e a Argentina. Para quem ficou curioso I: o livro de Dad Squarisi e Paulo José Cunha, “1001 dicas de Português” (Editora Contexto, 2015) tem mais exemplos de gentílicos e suas explicações históricas. Para quem ficou curioso II: quem nasceu em Três de Maio

é três-maiense. Essa deve ser a pergunta que os gentios de lá – como esta que vos fala – mais devem responder ao longo da vida. Trata-se de uma cidadezinha no noroeste gaúcho com pouca criatividade para nomes, mas muita expertise em feriados: todos os anos, emendamos os dias 1º e 3 de maio.

LEGISLAÇÃO

Comando da Aeronáutica atualiza norma que trata do SISCOMSAE O Sistema auxilia no alinhamento planejado das atividades de comunicação social Ten JOR João Elias O Comando da Aeronáutica (COMAER) atualizou, em setembro, a Norma de Sistema do Comando da Aeronáutica (NSCA 142-1), que trata da “Organização e Funcionamento do SISCOMSAE”, o Sistema de Comunicação Social da Aeronáutica. O

objetivo é garantir transparência aos atos promovidos pelo COMAER, consolidando uma comunicação harmoniosa com a sociedade por meio da participação e integração dos profissionais da comunicação social. “O SISCOMSAE foi concebido para que as atividades desenvolvidas em prol da

Comunicação Social estejam alinhadas e possam contribuir para o planejamento estratégico da FAB”, expressa a NSCA 142-1. A NSCA 142-1 apresenta o CECOMSAER, descreve a constituição e a organização dos seus Elos e explica o seu funcionamento. Uma de suas legislações é a Instrução do Comando da

Aeronáutica (ICA 142-1) que trata do Plano de Comunicação Social, especificando o conjunto de ações básicas na área, norteando a condução das atividades desempenhadas pelos Elos do sistema. Para ter acesso às legislações, basta acessar o portal do CECOMSAER, na intraer, e clicar na aba SISCOMSAE/ legislações.

PENSANDO EM SEGURANÇA DE VOO

CENIPA capacita investigadores de acidentes aeronáuticos Com a finalidade de capacitar profissionais ligados à atividade aérea para o desempenho da investigação de ocorrências aeronáuticas, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) realiza, todos os anos, o Curso de Investigação de Acidentes Aeronáuticos (CIAA). O curso, que tem duração de quatro semanas e ocorre entre setembro e outubro, é composto por aulas teóricas e

práticas. Os seguintes temas são abordados: protocolos de investigação civil e militar NSCA 3-13 e NSCA 3-6; Anexo 13; aerodinâmica de asa fixa; aerodinâmica de asa rotativa; procedimentos e cuidados no local do acidente; evidência nos destroços; ação inicial; fator operacional; ação inicial de helicópteros; risco da fauna; fator humano; investigação do aspecto médico; medicina legal; investigação

de motores; investigação do aspecto psicológico; investigação do fator material; investigação de sistemas; análise de falhas; gravadores de voo; aspectos ergonômicos na investigação de acidentes aeronáuticos; fotografia e croqui; estudo de caso de acidente aeronáutico; relatório final; relacionamento com a imprensa (teoria e prática); neurolinguística na segurança de voo; recomendações

de segurança; e entrevista de testemunha. Na edição deste ano, o CIAA é destinado a militares das Forças Armadas que fazem parte do Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SIPAER). As condições para a matrícula dos interessados são: ter concluído, com aproveitamento, o Curso de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CPAA); ser oficial; ser piloto, engenheiro

aeronáutico ou engenheiro mecânico das Forças Armadas; além de ser indicado pela organização militar a que pertence. Ao final do CIAA, o profissional é capacitado como Oficial de Segurança de Voo (OSV) e torna-se multiplicador dos princípios da prevenção de acidentes, direcionados ao compromisso com a vida. (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos - CENIPA)


Outubro - 2017 FOTO: CB T. RIBEIRO / EEAR

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EDUCAÇÃO

Todo mundo engrenadinho

Criado por militares da EEAR o “Manual do Engrenadinho” motiva crianças do projeto Segundo Tempo – Forças do Esporte Ten JOR Raquel Alves Ten JOR Raquel Alves

Desde 2014, a Escola de Especialistas da Aeronáutica (EEAR) conta com o Programa Forças no Esporte (PROFESP), realizando atividades com mais de 500 crianças, com idade entre 9 e 12 anos, das escolas municipais de Guaratinguetá (SP). Com o objetivo de estimular o aprendizado dos costumes militares, de forma lúdica, para as crianças, foi criado o “Manual do Engrenadinho”. O material foi idealizado pelos Sargentos Jediael Pereira da Silva e Everton de Oliveira Castro, ambos da Banda de Música da EEAR, e pelo Sargento Tarcísio Mendonça de Carvalho, da Prefeitura de Aeronáutica de Guaratinguetá (PAGW). Após observar algumas dúvidas e curiosidades das

crianças durante o projeto, os idealizadores desenvolveram um material informativo e dinâmico, voltado para o público infantil. “Trabalhar com as crianças do projeto é uma responsabilidade grande, porém muito gratificante. Ter a oportunidade de contribuir para a formação dessas crianças não tem preço”, destaca o Sargento Everton de Oliveira Castro. O primeiro volume trata especificamente de Ordem Unida: comandos militares utilizados pelas tropas, tanto para quem comanda quanto para quem é comandado. Os alunos têm vivência diária com esses procedimentos e o Manual auxilia nessas atividades. A aluna do projeto, Ludmila de Souza Antunes, de 9 anos, conta o que aprendeu e que quer colocar em prática quando ingressar na FAB. “Aqui aprendi a comandar a

tropa, a acertar o jeito dos movimentos. Desde quando entrei no projeto vi militares treinando e não pensei em outra coisa: quero fazer parte da FAB”. Já na segunda edição, o Manual reforça a importância do patriotismo, da valorização da cultura nacional e apresenta os Símbolos Nacionais: Bandeira Nacional, Hino Nacional, Brasão da República e Selo Nacional. Além disso, traz uma parte de “Passatempo”, corroborando o aprendizado lúdico. O PROFESP é uma vertente do Programa Segundo Tempo do Governo Federal, desenvolvido pelo Ministério da Defesa, com o apoio de Marinha, Exército e Aeronáutica, e em parceria com os Ministérios do Esporte e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.


Outubro - 2017

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ENTRETENIMENTO

RESPOSTAS DO MÊS ANTERIOR



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