Notaer outubro 2016

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O avião participou da operação de apoio às vítimas da enchente de Santa Catarina. Também já esteve presente em feiras internacionais, no Chile e na Inglaterra, realizando demonstrações operacionais. Atualmente, é utilizada para missões aéreologísticas transportando insumos para outras Forças Armadas e uma série de cargas como provas do ENEM, urnas eleitorais, alimentos e remédios. Os esquadrões também realizam Evacuações Aeromédicas (EVAM) a bordo da aeronave. Em 2013, após incêndio na boate Kiss, em Santa Maria (RS), um C-105 foi transformado na maior UTI aérea já utilizada no Brasil. O avião recebeu sete leitos, cilindros de oxigênio, desfibriladores, monitores de sinais vitais, materiais de biossegurança e um aparelho portátil de ecografia. Ao todo, a FAB transportou 52 vítimas. Todas conseguiram resistir ao transporte aéreo até Porto Alegre.

FOTO: TEN ENILTON KIRCHORF / CECOMSAER

Amazonas no Centro-Oeste

Missões

Além do Esquadrão Arara, outras duas unidades receberam o C-105 Amazonas – os Esquadrões Onça (1°/15° GAV) e Pelicano (2°/10° GAV) – ambos localizados em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Era 2008, quando a aeronave chegou no Esquadrão Onça. “O C-105 representou um enorme desafio para nossa unidade. Passamos a operar uma aeronave de porte maior, mais pesada e dotada de rampa. Apesar de todas as dificuldades, sabíamos que os ganhos no futuro pagariam esse preço. Hoje, o esquadrão se orgulha em poder operar a aeronave explorando todas as suas capacidades, com um histórico de inúmeras missões cumpridas com sucesso no Brasil e fora dele”, destaca o Sargento Aparecido, que participou da chegada do avião à unidade.

Versão para busca e salvamento O Esquadrão Pelicano recebeu duas aeronaves em 2009. Mas por ser uma unidade dedicada a missões de busca e salvamento (SAR), o avião foi adaptado a atender as necessidades desse tipo de atividade. Por isso, o avião recebeu a denominação SC-105 e também faixas laranjas - cor que representa as missões SAR. O avião tem duas janelas em formato de “bolhas” para que os observadores possam realizar as buscas olhando na vertical da aeronave. O Pelicano é o único esquadrão da FAB a operar a versão de busca e salvamento do C-105 Amazonas. O modelo pode ser configurado, ainda, para ações de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear (DQBRN). “O Amazonas mostrou-se uma aeronave com características técnicas ideais para o 2°/10° GAV, pois disponibiliza uma moderna e eficaz suíte de equipamentos de gerenciamento de voo; grande autonomia; compatibilidade com óculos de visão noturna; e dimensões e estrutura para todo o material necessário à missão”, explica o Comandante do Esquadrão Pelicano, Tenente-Coronel Jorge Marcelo Martins da Silva.

FOTO: SGT JHONSON BARROS / CECOMSAER

O C-105 Amazonas é uma aeronave de médio porte. Possui aproximadamente 25 metros de comprimento e o mesmo tamanho de envergadura. Tem capacidade de pousar e decolar em pistas curtas. Possui um dos mais modernos instrumentos de navegação, sendo capaz de realizar voos à noite com auxílio dos óculos de visão noturna. “O Amazonas pode operar com grande quantidade de paraquedistas e carga embarcados, fazer lançamentos mais precisos e realizar comunicação segura com outras aeronaves, além de possuir sistemas de autodefesa. Esses e outros diversos recursos da aeronave obrigam os esquadrões a estarem sempre preparados e qualificados para atuar com máxima eficácia”, esclarece o Comandante do Esquadrão Onça, Tenente-Coronel Cláudio Faria.

FOTO : TEN ENILTON KIRCHHORF / CECOMSAER

FOTO: SGT JONHSON BARROS / CECOMSAER

Capacidades

Batismo de Fogo “Lembro-me bem daquela tarde de junho de 2009. A nossa segunda aeronave acabara de chegar ao Brasil da fábrica na Espanha. Ainda se via que o plástico cobria o piso, o interior brilhava e cheirava a novo. Ao cair da noite, a Força Aérea requisitou seu mais novo vetor para cumprir a nobre missão de salvar vidas. O voo Air France 447 havia desaparecido em área de responsabilidade brasileira. Configuramos o avião para missão SAR e uma tripulação seguiu para Natal (RN), onde se juntou a primeira aeronave do esquadrão, que já estava engajada na missão. Ao chegarmos, havia um padrão de busca nos aguardando. Seguimos para o meio do Atlântico Sul. Assim ficamos 26 dias com as duas aeronaves do Esquadrão Pelicano voando cerca de 10 horas por dia. Infelizmente, não encontramos sobreviventes, mas aprendemos muito”, relembra o Sargento Especialista em Mecânica de Aeronaves Wagner Brizola, do Esquadrão Pelicano.


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