Notaer 06 - Junho de 2013

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OPERACIONAL

Ê

“Cabra da Peste” entra na era digital

ta Cabra da Peste!!”. O dizer na bolacha do Esquadrão Rumba continua o mesmo, mas a realidade do 1°/5° GAV já não lembra mais o jeito simples do sertão. Responsável pela especialização operacional dos futuros pilotos de transporte, patrulha e reconhecimento, a unidade baseada em Fortaleza (CE) conta agora com a versão modernizada do Bandeirante, o C-95M. Pela primeira vez, os Aspirantes não precisam mais aprender a dominar os inúmeros “relógios” do bimotor, e ingressaram no mundo digital, com computadores, telas LCD e sistemas modernos de navegação e comunicação. Com doze horas de voo na nova aeronave, o Aspirante Alcântara diz estar empolgado com o C-95M. “É muito diferente. Quando a gente passa para as telas a sensação é outra”, conta. Depois de passar pelo T-25 e T-27 na Academia da Força Aérea, o Aspirante acredita que a tecnologia ajuda no desafio do ano de treinamentos no 1°/5° GAV. “O ganho operacional é grande. Não dá para comparar a velocidade com que a gente consegue fazer as coisas’, explica.

O 1°/5° GAV já conta hoje com seus seis primeiros C-95 da versão M, modernizados no Parque do Material Aeronáutico dos Afonsos. Os novos equipamentos eletrônicos trouxeram a cabine da aeronave projetada nos anos 60 para o padrão do século XXI. O resultado é uma evolução nas missões operacionais e também nas de treinamento. “O piloto vai sair melhor formado, mais completo e com uma visão de utilização da máquina aérea inserida no contexto mundial atual”, resume o TenenteCoronel Cláudio David, Comandante do Esquadrão Rumba. Os sistemas eletrônicos são mais fáceis de operar, o que torna a instrução dos Aspirantes mais voltada para outros aspectos das missões. “Eles assimilam melhor e acabam ficando mais à vontade naquilo que eles mais precisam evoluir, que é a pilotagem, a parte psicomotora”, afirma o Tenente-Coronel David. Depois de um ano de curso no Esquadrão, que inclui estudos teóricos e mais de 80 horas de voo, os aviadores estarão aptos a seguirem para unidades equipadas com aeronaves

TEN LEANDRO / ASP LACERDA -1º/5º GAV

O C-95 Bandeirante modernizado proporciona ganho operacional durante a instrução

modernas, como o C-105 Amazonas e C-98B Caravan ou o próprio C-95M. E, no futuro, são eles que vão estar nas cabines dos P-3AM, E-99M e do KC-390, jato de transporte que vai substituir o C-130 a partir de 2016. O primeiro Bandeirante modernizado voou em dezembro de 2010

e um ano depois as unidades aéreas começaram a receber as aeronaves. Hoje, 12 C-95M já voam nos 3°, 4° e 5° Esquadrões de Transporte Aéreo (ETA), além do 1°/5° GAV. Ao todo, 54 Bandeirantes devem ser modernizados, incluindo a versão de patrulha marítima, o P-95 Bandeirulha.

Exercício com Força Aérea Paraguaia treina combate a voos ilícitos TEN ENILTON / CECOMSAER

O

exercício binacional PARBRA III reuniu em Campo Grande (MS) e Pedro Juan Caballero e Concepcion, no Paraguai, cerca de trezentos militares e vinte aeronaves da Força Aérea Brasileira e Força Aérea Paraguaia (FAP) para simular interceptações e transferência de informações entre controladores de defesa aérea. Além de estreitar os laços com a Força Aérea Paraguaia, o exercício realizado pela FAB teve o objetivo de desenvolver canais de comunicação para que o tráfego identificado em um país tenha sequência após a passagem pela fronteira com outro. A FAB promove exercícios com nações vizinhas para firmar Normas Bilaterais de Defesa Aérea e ter uma ligação permanente entre os órgãos

O caça Super Tucano do 3º/3º GAV realizou interceptações simuladas no exercício

de supervisão aérea desses países. Na terceira edição do exercício, a Força Aérea Paraguaia (FAP) empregou pela primeira vez em missões de defesa aérea os dois radares táticos EL/M 2106 NG, adquiridos recentemente. De

acordo com o Major-Brigadeiro do Ar Carlos de Almeida Baptista Junior, Comandante do COMDABRA e Diretor do Exercício por parte da FAB, todo o sistema de defesa aeroespacial brasileiro esteve envolvido nas operações com a

FAP. “Os objetivos do exercício foram completamente atingidos e os procedimentos estabelecidos na PARBRA farão a região ainda mais segura”, disse. Ao todo, a FAP e a FAB voaram, aproximadamente, cento e trinta horas em missões de defesa aérea, transporte aéreo logístico e controle e alarme em voo. A Base Aérea de Campo Grande (BACG) prestou apoio e concentrou as operações do exercício no Brasil. Os Esquadrões 1°/15° GAV (Esquadrão Onça), 2°/6° GAV (Esquadrão Guardião), 2°/10° GAV (Esquadrão Pelicano), e 3°/3° GAV (Esquadrão Flecha), atuaram diretamente com emprego das aeronaves C-98 Caravan, E-99, SC-105 Amazonas e A-29 Super Tucano, respectivamente.


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