Notaer - julho de 2020

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www.fab.mil.br I Ano XLIV I Nº 07 I Julho, 2020

SANTOS-DUMONT Confira a homenagem ao Pai da Aviação e Patrono da Aeronáutica Brasileira (Págs. 6 e 7)

COVID-19 Saúde da Aeronáutica no enfrentamento à pandemia (Págs. 13 e 14)


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CARTA AO LEITOR

Expediente

AOS QUE CONDUZEM NOSSA TRAJETÓRIA O mês de julho representa um grande simbolismo para todos nós da Força Aérea Brasileira (FAB), pois foi no dia 20 de julho de 1873 que nasceu o Pai da Aviação e Patrono da Aeronáutica Brasileira, Alberto Santos-Dumont. Para lembrar o pioneirismo do aeronauta, o primeiro a voar num aparelho mais pesado que o ar com propulsão própria, esta edição do Notaer traz uma homenagem ao notável brasileiro criador do 14-Bis. E por falar em pessoas que nos inspiram com seu patriotismo, disciplina e comprometimento, destacamos, também, outra data importante nesse período, o Dia do Veterano

da FAB, celebrado em 16 de julho. Esta publicação presta uma homenagem a todos os homens e mulheres que deixaram como legado o conhecimento, as histórias e os grandes serviços prestados à Força. Duas reportagens demonstram, ainda, a operacionalidade de nossos militares. Em uma delas, trouxemos os detalhes de um resgate em alto mar, realizado pelo Esquadrão Falcão (1°/8° GAV), que encheu de orgulho todos nós. A bordo de um H-36 Caracal, a tripulação da FAB resgatou um homem que se acidentou em um navio estrangeiro. A outra matéria também

reforça a capacidade de pronta-resposta das nossas Unidades, destacando as recentes ações de Transporte Aéreo Logístico em apoio à Operação COVID-19 e, ainda, de atendimentos na área da saúde. A FAB continua empregando seus meios no combate ao novo Coronavírus. Caro leitor, o Notaer de julho traduz um pouco da admiração que sustentamos pelos personagens que escrevem todos os dias a nossa história. Boa leitura!

Brigadeiro do Ar Paulo César Andari Chefe do CECOMSAER

Chefe do CECOMSAER: Brigadeiro do Ar Paulo César Andari. Vice-Chefe do CECOMSAER: Coronel Aviador Ricardo Feijó Pinheiro Chefe da Divisão de Comunicação Integrada: Tenente-Coronel Aviador Denys Martins de Oliveira. Chefe da Subdivisão de Produção e Divulgação: Tenente-Coronel Aviador Claudio Mariano Rodrigues Santana. Editores: Tenente Jornalista Cristiane dos Santos (MTB 35288/SP) Tenente Jornalista Flávia Rocha (MTB 1354/PI). Colaboradores: Textos enviados ao CECOMSAER via SISCOMSAE. Diagramação: Sargento SDE Pollyana Dias e Sargento SDE Polyana Rithielly.

MÍDIAS SOCIAIS

REGRAS DE BOA CONDUTA NAS MÍDIAS SOCIAIS É facultativo se identificar como militar na descrição do seu perfil; porém, caso você opte por fazê-lo, não disfarce ou falsifique sua identidade. Informar seu posto ou graduação, sua especialidade, se é da ativa ou Veterano, fica a seu critério, mas não finja ser quem você não é.

O j o r n a l N OTA E R é u m a publicação mensal do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAER) voltado ao público interno.

Você pode ser facilmente identificado, prejudicando a imagem da Instituição. Leia o Manual de Conduta nas Mídias Sociais no âmbito do Comando da Aeronáutica.

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Capa e Artes: Subdivisão de Publicidade e Propaganda. Estão autorizadas transcrições integrais ou parciais das matérias, desde que mencionada a fonte. Endereço: Esplanada dos Ministérios Bloco “M” 7º andar CEP: 70045-900 Brasília/DF

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Impressão e Acabamento: Marina Artes Gráficas e Editora


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PALAVRAS DO COMANDANTE

HONRA AOS VETERANOS Era 16 de julho de 1945, quando os primeiros Veteranos da Força Aérea Brasileira (FAB) retornavam vitoriosos da campanha na Itália durante a Segunda Guerra Mundial. “Empolgantes, nos céus do Rio, os heróis da FAB”, anunciava um dos jornais à época. Com apenas quatro anos de criação, a FAB já possuía em suas fileiras Oficiais, Sargentos, Cabos e Soldados que marcavam a história da Instituição. Setenta e cinco anos depois, a mesma data foi escolhida para homenagear aqueles que serviram à Força Aérea e a presentearam com um legado de abnegação, empenho e dedicação: 16 de Julho, o Dia do Veterano da FAB. Em 2020, o Comando da Aeronáutica, por meio da Diretriz do COMAER 11-127, ado-

tou o termo “Veterano” para valorizar e se referir a todos os militares que se dedicaram à Instituição e ao Brasil - aqueles que deram vida à própria Força Aérea. Então, neste 16 de julho, recebam os meus efusivos cumprimentos todos os Veteranos da FAB. Ainda falando de nossa história, celebramos, em 20 de julho, o 147º aniversário do Pai da Aviação, Alberto Santos-Dumont, um brasileiro que, genuinamente, mudou a trajetória mundial, a quem homenageamos, com orgulho, como Patrono da Aeronáutica Brasileira – o brasileiro que deu asas à humanidade. Foram suas ideias e feitos que tornaram possível, hoje, nas asas que protegem o País, a atuação

da nossa Força na Operação COVID-19, coordenada pelo Ministério da Defesa, durante a qual transportamos insumos, equipamentos e equipes médicas para proporcionar meios de atendimento às mais remotas e distantes comunidades. Além disso, permite-nos cumprir missões que enobrecem nosso dever, como o resgate de um homem que sofreu um acidente em um navio estrangeiro que navegava na costa brasileira. E, para seguir cumprindo nosso dever, iniciamos a Fase 1 do Aprimoramento da Reestruturação do Comando da Aeronáutica, previsto na DCA 19-5/2020, mantendo os objetivos de garantir a perenidade e a evolução da FAB, mas resgatando a referência e a representatividade

do COMAER no nível regional, além da separação efetiva das atividades operacionais e administrativas das Organizações da FAB. Assim, mantendo as premissas de economicidade, concentração de atividades afins, definição de processos, padronização de trabalhos e foco na atividade fim da Instituição, caminhamos rumo ao futuro, com uma Força de grande capacidade dissuasória, operacionalmente moderna e atuando de forma integrada para a defesa dos interesses nacionais, pronta para cumprir ainda mais missões, sempre honrando nossos Veteranos e suas memórias. Tenente-Brigadeiro do Ar Antonio Carlos Moretti Bermudez Comandante da Aeronáutica


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APRIMORAMENTO DA REESTRUTURAÇÃO

FORÇA AÉREA INICIA PROJETO PILOTO EM DOIS COMANDOS AÉREOS GUARNIÇÕES DO RIO DE JANEIRO (RJ) E DO RECIFE (PE) PASSAM POR MUDANÇAS NAS ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS Ten JOR Jonathan Jayme Após a publicação da Diretriz para o Aprimoramento da Reestruturação do Comando da Aeronáutica (Projeto Piloto DCA 19-5/2020), em maio, a Força Aérea Brasileira (FAB) iniciou a Fase 1 do processo, que consiste na etapa experimental nos Comandos Aéreos Leste, localizado no Rio de Janeiro (RJ), e Nordeste, no Recife (PE), reativados nos dias 2 e 3 de julho, respectivamente. A iniciativa é fruto de um estudo realizado pelo Estado-Maior da Aeronáutica (EMAER), que apontou para a necessidade de resgatar a referência e a representatividade do Comando da Aeronáutica (COMAER) no nível regional, além

da separação efetiva das atividades operacionais e administrativas das Organizações da FAB. Entre outros aspectos, o levantamento do EMAER identificou a necessidade de remodelar os Comandos Aéreos Regionais (COMAR) e as Bases Aéreas com novas estruturas organizacionais, considerando que ambos ainda estão ativados, não implicando aumento de despesas e nem a criação de novos órgãos. No Projeto Piloto do Rio de Janeiro e do Recife, estão sendo aplicadas mudanças nos âmbitos administrativo e institucional. Na prática, os Comandos Aéreos e as Bases Aéreas deverão absorver as atribuições administrativas das Guarnições de Aero-

náutica (GUARNAE) e das Organizações Militares (OM) operacionais (Alas) e exercerão a supervisão da gestão das OM do COMAER que lhes serão subordinadas. Já alguns Grupamentos de Apoio (GAPs) migrarão suas estruturas regimentais para as Bases Aéreas. O Chefe da Primeira Subchefia do EMAER, Brigadeiro do Ar Mário Sérgio Rodrigues da Costa, explica, ainda, que as Bases Aéreas, os GAPs e as Prefeituras de Aeronáutica serão subordinados aos Comandos Aéreos aos quais estejam jurisdicionados. Segundo o Oficial-General, os Comandos Aéreos, subordinados à Secretaria de Economia, Finanças

e Administração da A e ronáutica (SEFA), terão uma estrutura reduzida, focada na supervisão, coordenação e cont ro l e na jurisdição e na gestão a d m i n i s t r a t i va d a s O M subordinadas, por meio de indicadores de desempenho regionais e de tendência, de maneira a mensurar o alcance dos objetivos estratégicos e metas correspondentes. “Espera-se, por meio do Projeto Piloto, validar as melhores práticas para implantação, analisando e avaliando os processos, buscando aprimorá-los e estendê-los aos outros seis Comandos Aéreos que deverão ser implantados em 2021”, comenta o Brigadeiro Mário.


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MONITORAMENTO O EMAER acompanhará todas as fases por intermédio da Comissão de Implantação e Acompanhamento do Processo de Aprimoramento da Reestruturação do COMAER, a fim de garantir sua correta execução nos moldes do estabelecido pelas Diretrizes do Comandante da Aeronáutica; avaliar as mudanças organizacionais decorrentes; e reunir as informações

coletadas, com a finalidade de assessorar o aperfeiçoamento do processo, bem como subsidiar a implantação das alterações e ajustes necessários. A Comissão se reportará, periodicamente, ao Chefe do Estado-Maior da Aeronáutica para m an tê-lo in form ad o do andamento do processo de implantação do modelo organizacional aprimorado que, em fun-

ção da relevância e das implicações dos temas que forem apresentados, serão submetidos à apreciação do Comandante da Aeronáutica. A finalidade dessa Com i s s ã o s e r á a va l i a r a s modificações implementadas no Projeto Piloto d e f o r m a a va l i d á - l a s , propor ajustes e até mesmo mudar a proposta em função de soluções sugeridas. “Tal fato permitirá

ratificar ou retificar o estudo realizado em 2019, de forma a permitir que a implantação da Fase 2 do processo de aprimoramento transcorra da forma mais adequada, a n t e ve n d o - s e o s p o s s í veis óbices encontrados durante o Projeto Piloto, e com um modelo já estabelecido e consolidado de COMAR e Bases Aéreas”, conclui o Brigadeiro Mário.

COMANDOS AÉREOS LESTE E NORDESTE SÃO REATIVADOS da Aeronáutica, TenenteBrigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno. O Major-Brigadeiro do Ar Luiz Guilherme Silveira de Medeiros e o Brigadeiro do Ar Cesar Faria Guimarães assumiram os cargos de Comandante do III COMAR e do II COMAR, respectivamente. Os Comandos Aéreos terão suas atividades focadas na supervisão, coordenação e controle, na sua área de

FOTOS: SOLDADO A. SOARES / CECOMSAER

Nos dias 2 e 3 de julho, o Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Antonio Carlos Moretti Bermudez, presidiu as cerimônias de reativação dos Comandos Aéreos Leste (III COMAR), no Rio de Janeiro (RJ), e Nordeste (II COMAR), em Recife (PE). O Comandante da Aeronáutica foi recebido pelo Secretário de Economia, Finanças e Administração

jurisdição, bem como na gestão administrativa das Organizações Militares subordinadas, por meio de indicadores de desempenho regionais e de tendência, de maneira a mensurar o alcance dos objetivos estratégicos e metas correspondentes. O Tenente-Brigadeiro Bermudez destacou a relevância do Projeto Piloto. “Iniciamos o Aprimoramento da Reestruturação do

Comando da Aeronáutica (COMAER), tão importante e necessário para a Força, que visa, entre outros aspectos, resgatar a referência e a representatividade da Instituição no nível regional, além da separação efetiva das atividades operacionais e administrativas das Organizações da FAB”, disse o Comandante da Aeronáutica durante as cerimônias de reativação dos Comandos.


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FOTOS:MUSAL

HOMENAGEM

SANTOS-DUMONT: PAI DA AVIAÇÃO E PATRONO DA AERONÁUTICA BRASILEIRA Ten JOR Raquel Alves O mês de julho é simbólico para a Força Aérea Brasileira (FAB). Comemora-se o nascimento do precursor daquela que seria considerada uma das invenções mais extraordi-

nárias da história da humanidade e que impulsionou a indústria aeronáutica: o avião. Alberto Santos-Dumont, brasileiro, nascido em 20 de julho de 1873, inventor do avião, é motivo de orgulho para o país.

14-Bis foi um avião construído por Alberto Santos-Dumont

O Pai da Aviação e Patrono da Aeronáutica Brasileira deixou para a humanidade a certeza de que todo sonho pode ser realizado, basta possuir vontade para conquistar feitos tidos como impossíveis. Santos-Dumont dedicou sua vida à aviação. Foi o primeiro aeronauta a alcançar, definitivamente, a dirigibilidade dos balões e a voar num aparelho mais pesado que o ar com propulsão própria. Devido ao período da pandemia do novo Coronavírus, as comemorações do nascimento do Patrono da Aeronáutica estão suspensas. Porém, o Museu Aeroespacial (MUSAL) disponibilizou uma viag e m a o t e m p o , d e f o r-

ma virtual. A Exposição Santos-Dumont apresenta sua história permeando a vida pessoal, inventos e curiosidades. No acervo, a maquete com formato de asa delta, feita por Santos-Dumont no início do século, permite uma comparação com a atual configuração dos modernos jatos, além de valiosa coleção fotográfica retratando, com detalhes, sua obra e sua vida social. O coração do inventor encontra-se preservado numa redoma de metal. Para visualizar a exposição, acesse o site do Musal (https://www2.fab.mil.br/ musal), e clique na aba exposições, localizada na lateral esquerda.


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Exposição apresenta a história de Santos-Dumont, permeando a vida pessoal, as invenções e as curiosidades do Pai da Aviação

HOMENAGEM EM PARIS Santos-Dumont morou por 22 anos em Paris. Desde a sua primeira ida, aos 19 anos de idade, o brasileiro impressionou a França ao construir e pilotar vários balões dirigíveis. O apartamento onde morou, na fa-

mosa avenida parisiense Champs-Élysées, nº 114, está identificado com uma placa afixada, em 2006, pelo então Adido na França, Coronel Aviador Antonio Carlos Moretti Bermudez, atual Comandante da Aeronáutica.

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VETERANO

VETERANO

FAB CELEBRA O DIA DO VETERANO Ten JOR João Elias

A Diretriz do Comando da Aeronáutica (DCA) Nº 11-127/2020, publicada em fevereiro do corrente ano, estabelece os procedimentos e responsabilidades para a efetivação do dia 16 de julho como o Dia do Veterano da Força Aérea Brasileira. A medida visa reconhecer homens e mulheres que vestiram o azulaeronáutico com honra e dedicação, de modo a valorizar os profissionais que labutaram em prol do engrandecimento

da FAB ao longo de toda a sua história. O termo “Veterano”, por sua vez, é comumente utilizado para designar alguém experiente, especificamente no meio militar, uma pessoa que serviu por muitos anos nas Forças Armadas. A palavra também tem a conotação de uma pessoa experiente ou de notório saber. Tais homens e mulheres colocaram em evidência o Patriotismo, a Disciplina, o Comprometimento, o Profissionalismo e a Integridade, que se tornaram princípios que norteiam a Instituição, desde os Capitães Aviadores Parreiras Horta e Oswaldo

Pamplona, envolvidos no ataque ao Barbarigo, e o Major Aviador Nero Moura, primeiro Comandante do Primeiro Grupo de Aviação de Caça (1º GAVCA). Esses exemplos ajudaram a moldar os valores da FAB em todos os seus períodos e estruturas, até os dias atuais, trabalhando em prol do aperfeiçoamento contínuo, em defesa dos princípios constitucionais que motivam ao cumprimento da missão de “manter a soberania do espaço aéreo e integrar o território nacional, com vistas à defesa da Pátria”.


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FOTOS:SUBOFICIAL GUIMARÃES / PIPAR

VETERANO

PIPAR MUDARÁ DE SEDE NOVO LOCAL OFERECERÁ MELHORIAS NA INFRAESTRUTURA E NO ATENDIMENTO AOS NOSSOS VETERANOS Ainda neste ano, a sede da Pagadoria de Inativos e Pensionistas da Aeronáutica (PIPAR) ocupará algumas instalações do Parque de Material Aeronáutico dos Afonsos (PAMA-AF), no Rio de Janeiro (RJ). Até então, a PIPAR funcionava no Centro da capital fluminense. Entre as mudanças na nova sede estão sendo inseridas importantes melhorias nas instalações físicas, que se tornarão mais apropriadas aos Veteranos, Pensionistas e pessoas que necessitam de cuidados especiais. O complexo contará com espaço para estacionamento

interno e externo; reorganização das equipes de trabalho e automação de tarefas que são repetitivas. Outro benefício é que a nova sede fica na zona oeste da cidade, mais próxima do público de atendimento, uma vez que cerca de 20 mil vinculados residem em áreas das zonas Norte, Oeste e da Baixada Fluminense. “As mudanças que estão ocorrendo na PIPAR têm como objetivo propiciar um melhor ambiente organizacional na assistência ao público interno e externo. Todo o trabalho está sendo focado na atualização e na

modernização do ambiente da Organização, sendo necessário integrarmos os aspectos da estrutura física, tecnológica, a sua capacidade produtiva, colaboradores, hábitos da Organização e farto conhecimento”, destacou o Diretor da PIPAR, o Coronel Intendente César Fernandez dos Santos. Todo o projeto foi realizado pelo Comando da Aeronáutica (COMAER) e

pela Secretaria de Economia, Finanças e Administração da Aeronáutica(SEFA). “Tudo isso está se concretizando por conta de uma visão empreendedora, inovadora e realista de gestores que nos concederam a oportunidade de idealizarmos e realizarmos um sonho na criação de uma nova postura de trabalho da PIPAR”, ressaltou o Coronel César.


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NOVA ESTRUTURA

A nova estrutura é composta por um prédio principal e dois anexos. No principal, estão todas as atividades de assistência social, ouvidoria, protocolo, suporte psicológico e atendimento básico de saúde primária. Já os anexos serão dedicados ao apoio às atividades da nova Base de Recepção de Veteranos (BREVET), onde serão oferecidos diversos serviços aos Veteranos, como assistência social, religiosa e psicológica, serviço odontológico e atendimento básico de saúde. Também terá uma ampla área com espaço para

encontros de Veteranos e turmas de formados de nossas Escolas. “Com a idealização e a criação da BREVET, amplia-se o escopo da valorização de nossos militares. Inicialmente, nossos Veteranos terão um amplo espaço no antigo Parque de Material Aeronáutico dos Afonsos, com ambiente humanizado e preparado para todos os atendimentos necessários. Tudo está sendo bem planejado e balizado em palavras como assistência, atendimento, qualidade, apoio, carinho, suporte, saúde,

convivência, facilidade etc. Por fi m, o objetivo principal desse conceito é o de melhor atender quem tanto fez pela nossa Força Aérea

Brasileira”, concluiu o Secretário de Economia, Finanças e Administração da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno.

Local relembra retorno dos militares da FAB após a Segunda Guerra Mundial

HISTÓRICO A PIPAR foi criada em 1962 e tem a missão de efetuar o apoio administrativo, a operacionalização e o controle do pagamento dos proventos aos militares Veteranos e ao pessoal civil aposentado do COMAER, bem como aos pensionistas de militares e de civis nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo, excluindo apenas os vincula-

dos que são assistidos pelos Grupamentos de Apoio de Barbacena e de Lagoa Santa. Ao total, a Pagadoria atende, aproximadamente, 37 mil vinculados distribuídos em sua área de jurisdição. Somente no Rio de Janeiro são 27 mil pessoas atendidas pela sede, além de nove postos remotos de atendimento localizados em diversos bairros da cidade.


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FOTOS:SARGENTO MARCELLA / 1º/8º GAV

ASAS ROTATIVAS

RESGATE NA COSTA BRASILEIRA MARCA HISTÓRIA DA AVIAÇÃO DE BUSCA E SALVAMENTO H-36 CARACAL PERCORREU MAIS DE 500 KM PELO OCEANO ATLÂNTICO PARA SALVAR JOVEM FERIDO Ten JOR Letícia Faria O resgate: a bordo do helicóptero H-36 Caracal, o Esquadrão Falcão (1º/8º GAV), após acionamento do Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), mobilizou sua tripulação, tendo dois pilotos, dois operadores de equipamentos, um mecânico de voo,

três homens de resgate, duas médicas e uma enfermeira. Eles protagonizaram um marco para a história da Aviação de Resgate, bem como para Força Aérea Brasileira (FAB), no que se refere a sua capacidade de prover o serviço de busca e salvamento. O acionamento: resgatar um homem de 24 anos que

estava a bordo de um navio estrangeiro que navegava pela Costa brasileira. Ele apresentava fratura exposta na perna esquerda há mais de 24 horas e corria risco de morte, pois tinha febre causada pela Osteomielite, uma inflamação do osso gerada por infecção, além de intensa dor e perda de sangue.

Para o sucesso de uma missão de Busca e Salvamento, o tempo é fator primordial. O comandante explica que a vítima pode estar precisando de atendimento imediato, de modo que quanto menor o tempo-resposta – entre a notificação da ocorrência e a entrega da vítima para suporte avançado de vida – maiores serão as chances de sobrevivência e de mitigação de sequelas. “Nessa

missão, tivemos vários momentos desafiadores, sendo o principal a necessidade de socorrer a vítima antes do período noturno, o que aumentaria a complexidade do resgate”, lembra o Tenente-Coronel Santarem. A decolagem do helicóptero foi às 11h30, do dia 29 de maio de 2020. De Parnamirim (RN), onde o Esquadrão Falcão está sediado, na Ala 10, o ponto de

ARTE: SUBDIVISÃO DE PUBLICIDADE E PROPAGANDA

DESAFIOS DA MISSÃO

“A longa distância em que o navio se encontrava do litoral, mais de 500 quilômetros, fez com que essa missão marcasse a história do Esquadrão Falcão, de todos militares e da nossa Força Aérea”, garante o Comandante do 1º/8º GAV, Tenente-Coronel Aviador Délcio Cláudio Santarem Júnior.


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encontro entre o helicóptero e a embarcação só ocorreria por volta das 16h30, o que poderia agravar ainda mais o estado de saúde da vítima. Por isso, a estratégia adotada pela Seção de Operações do esquadrão fez com que o resgate tivesse sua duração reduzida para

apenas cinco horas, sendo a vítima entregue à equipe em solo às 16 horas e encaminhada ao hospital. Para isso, o H-36 se deslocou de Natal para Fernando de Noronha, onde fez o reabastecimento. E, em seguida, avançou mar adentro para o encontro com

a embarcação. O retorno foi realizado em voo direto. “Nosso desafio era cumprir a missão em tempo reduzido e com segurança. Para isso, foi preciso planejamento do ponto de interceptação do navio, levando-se em consideração o combustível neces-

sário para a missão, uma vez que ocorreu sobre o Oceano Atlântico com restritas possibilidades de pouso, e a exfiltração da vítima imobilizada na maca por meio do içamento por um sistema de guincho, o que exige perfeita coordenação da equipe”, relata o Comandante.

“PARA QUE OUTROS POSSAM VIVER!” Após o resgate, a vida do jovem ficou sob os cuidados da Equipe de Saúde a bordo do H-36. A Tenente Médica Patrícia Bastos de Aguiar Martins Costa, relembra as condições da vítima. “Ele estava extremamente pálido, desidratado e com dor, e precisou de suporte ventilatório para manter níveis de oxigenação adequados. Iniciamos os procedimentos com hidratação endovenosa, antitérmico, analgésicos e antibióticos para a provável Osteomielite, que, se não tratada a tempo, poderia evoluir para o óbito”, explica a Tenente Patrícia. Para o resgateiro, Sargento Diogo Ramos, a parte mais complexa do resgate em convés é a infiltração do

homem SAR (busca e salvamento, em inglês Search And Rescue). “Nessa missão, apesar do navio ser grande, existiam alguns obstáculos que poderiam comprometer o acesso. No entanto, o Operador de Equipamento e os Pilotos conseguiram realizar o procedimento de forma segura para que pudéssemos chegar até a vítima. Apesar da celeridade, deu tudo certo, graças ao trabalho dos demais Homens de Resgate e ao apoio dos tripulantes do navio”, conta ele, ressaltando a importância dos treinamentos para que a missão seja considerada um sucesso, como essa. O piloto da aeronave, Te n e n t e Av i a d o r A l a n

Dickson Brito de Medeiros, falou que o momento mais difícil foi ter feito a manobra até o convés, que é o exercício mais complexo. “Nessa hora, nós temos que manter a posição do helicóptero em relação ao navio, que está em movimento, já que é necessário certa precisão

para poder fazer o embarque e o desembarque da vítima pelo guincho”, disse. A preparação dos militares, para as mais diversas missões, ocorre por meio do Comando de Preparo (COMPREP), que tem a responsabilidade de promover a progressão operacional.

INTEROPERABILIDADE SALVAERO E SALVAMAR A tripulação da embarcação, que é de Malta, fez o primeiro contato com a Marinha do Brasil, por meio do SALVAMAR do 3° Distrito Naval (Com3°DN), solicitando apoio ao Centro de Coordenação de Salvamento (SALVAERO) e ao Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE). “A Marinha do

Brasil teve papel fundamental na missão, pois logo ao serem acionados, fizeram os contatos necessários para iniciar a missão”, reforça o Comandante do Esquadrão Falcão, que destaca o envolvimento das duas Forças, ressaltando a importância da interoperabilidade para o cumprimento das missões.


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FOTOS:DIRSA

OPERAÇÃO COVID-19

SAÚDE DA AERONÁUTICA NO ENFRENTAMENTO À PANDEMIA DIRETORIA DE SAÚDE DA AERONÁUTICA (DIRSA) E SUAS DIVERSAS ORGANIZAÇÕES PROMOVEM TREINAMENTOS PARA MILITARES EM TODO O PAÍS Ten REP Adauto Fraga Desde o início da pandemia do novo Coronavírus, a Diretoria de Saúde da Aeronáutica (DIRSA) e as diversas Organizações de Saúde da Aeronáutica (OSA) têm intensificado as ações no âmbito da capacitação do efetivo para atuar na linha de frente do combate à COVID-19. Para o Subdiretor de

Perícias Médicas e Subdiretor Técnico da DIRSA, Brigadeiro Médico Cloer Vescia Alves, os cursos presenciais têm sido restritos a grupos voltados à capacitação específica em monitores, ventiladores e utilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), mantendo as regras de distanciamento social e o cuidado com as medidas de prevenção.

Equipe passa por capacitação para atuar na linha de frente do combate à COVID-19


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VIDEOCONFERÊNCIAS O Brigadeiro Médico Cloer disse, ainda, que a DIRSA tem realizado capacitação por videoconferência, semanalmente, durante a pandemia da COVID-19, com palestrantes que são referência em diversos temas, como Terapia Intensiva, Ventilação Mecânica, Síndrome de Burnout, Odontologia Hospitalar e Perícias Médicas.

“A videoconferência tem sido amplamente divulgada para capacitação e treinamento sempre que se deseja alcançar o maior número de profissionais, considerando-se a necessidade de evitarmos as aglomerações. Os resultados dos treinamentos virtuais têm sido satisfatórios”, pontua o Oficial-General. De acordo com ele, o compartilhamento de informações

com as Organizações de Saúde da Aeronáutica, por meio de plataformas a distância, tem permitido divulgar diretrizes clínicas e protocolos voltados ao enfrentamento da COVID-19. “A Subdiretoria Técnica mantém uma área na página da DIRSA como repositório, disponibilizando o acesso a apresentações, guias, manuais, entre outros docu-

mentos relativos à COVID-19, acessíveis a todas as OSA”, explica. A Telemedicina também tem sido amplamente utilizada. “O objetivo é suprir as necessidades técnicas com a interação entre os profissionais de diferentes Organizações de Saúde da Aeronáutica e destas com os pacientes”, conta o Brigadeiro Cloer.

ATENDIMENTO PSICOLÓGICO A Tenente Psicóloga Hospitalar Camila Ferrari de Almeida, militar da FAB que atualmente serve no Hospital das Forças Armadas (HFA), falou que, quando o paciente recebe a indicação de internação, a psicologia é acionada e deslocada para a emergência.

Segundo ela, são oferecidas, presencialmente, orientações com relação à internação e, em seguida, realizado o acolhimento psicológico, visando a diminuição do estresse com relação à hospitalização. Ainda de acordo com a Tenente Camila, os pacientes são

acompanhados presencialmente durante toda a internação, seja na enfermaria ou na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). “O psicólogo oferece escuta e suporte especializado, realiza manejo de ansiedade e medo, além de ajudar a desenvolver estratégias mais

saudáveis de enfrentamento. Com o paciente é compartilhado um número de telefone funcional da psicologia, sendo possível acionar o profissional a qualquer tempo, em caso de necessidade de um pronto atendimento psicológico”, explica.

OPERAÇÃO COVID-19 Conjuntas para atuar na coordenação e no planejamento do emprego das

Forças Armadas (Marinha do Brasil, Exército Brasileiro e Força Aérea Brasileira) no

FOTO: SARGENTO JOHNSON BARROS / CECOMSAER

O Ministério da Defesa ativou, em 20 de março, o Centro de Operações

FAB atua em todo o território nacional durante a pandemia

combate à COVID-19. Nesse contexto, foram ativados dez Comandos Conjuntos que cobrem todo o território nacional, além do Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), de funcionamento permanente. Desde então, a Força Aérea Brasileira empregou dezenas de aeronaves de Unidades Aéreas diferentes, ultrapassando 1400 horas de voo e aproximadamente 550 toneladas de material e pessoal transportados. A atuação da Força Aérea acontece por todo o território nacional, em pouco mais de três meses da Operação.


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ENTRETENIMENTO

CAÇA PALAVRAS Em julho de 1906, Santos-DUMONT iniciou as primeiras experiências com o 14-Bis, com o objetivo de conquistar o ESPAÇO com um APARELHO mais pesado que o ar. O Pai da AVIAÇÃO conseguiu realizar, em 23 de outubro de 1906, o primeiro voo do mundo, alcançando a distância de 60 metros, a uma altura que variava entre dois e três metros. O 14-Bis realizou uma corrida sobre o solo no Campo de BAGATELLE, voando em linha RETA e pousando em seguida sem qualquer avaria. Fonte: INCAER

RESPOSTAS DO CAÇA PALAVRAS DA EDIÇÃO DE JUNHO DE 2020

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