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CARTA AO LEITOR
Expediente
Os voos do Brasileiro Julho é o mês para reverenciar o Pai da Aviação, Alberto Santos-Dumont. O brasileiro nasceu no dia 20 de julho de 1873, no Sítio Cabangu, em Minas Gerais, e, em sua homenagem, a FAB realiza todos os anos a entrega da medalha que leva o seu nome. O Jornal traz também uma reportagem sobre os 100 anos da Escola de Aviação Militar, que foi inaugurada no dia 10 de julho de 1919, no Campo dos Afonsos, no Rio de Janeiro. Conheça histórias do início da Aviação Militar no Bra-
sil e confira uma linha do tempo com os fatos mais importantes. E já está em andamento na Ala 9, em Belém (PA), o projeto piloto “Base Aérea Compartilhada”, que permitirá a utilização de um dos hangares da Organização para sediar um Esquadrão de Helicópteros, subordinado ao 4° Distrito Naval. O Acordo de Cooperação com a Marinha do Brasil ainda tem como propósito o intercâmbio de militares e experiências entre as Forças Armadas, além de fortalecer as operações
de Busca e Salvamento na Região Amazônica. Saiba, também, como são descartados os resíduos eletroeletrônicos na Guarnição de Aeronáutica de Canoas, que conta com uma participação cada vez maior dos militares. É a Força Aérea Brasileira fazendo sua parte na preservação do meio ambiente. Boa Leitura!
Brigadeiro do Ar Paulo César Andari Chefe do CECOMSAER
O j o r n a l N OTA E R é u m a publicação mensal do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAER), voltado ao público interno.
Chefe do CECOMSAER: Brigadeiro do Ar Paulo César Andari. Chefe da Divisão de Comunicação Integrada: Coronel Aviador André Luís Ferreira Grandis. Chefe da Subdivisão de Produção e Divulgação: Tenente-Coronel Aviador Claudio Mariano Rodrigues Santana. Editor: Tenente Jornalista João Elias (DRT 8933/RS). Tenente Jornalista Cristiane dos Santos (MTB 35288/SP). Colaboradores: Textos enviados ao CECOMSAER via SISCOMSAE.
MÍDIAS SOCIAIS
Formatura na EEAR é destaque nas Mídias Sociais da FAB Na Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAR), a Turma Áquila (Esquadrão Verde - 4 a série) passou o Comando do Pátio do Corpo de Alunos à Turma Hélius (Esquadrão Amarelo - 3 a série). Os vídeos da formatura apresentaram números relevantes em nossas mídias sociais. As postagens totalizaram mais de 1.500 comentários e mais de 49 mil curtidas, além de alcançar mais de 805 mil pessoas em nossos perfis oficiais.
A FAB divulga em suas Mídias Sociais os produtos elaborados pelo Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAER)
e as informações enviadas pelos Elos do Sistema de Comunicação Social da Aeronáutica (SISCOMSAE) de todo o país.
Diagramação: Sargento SDE Santiago Moraes e Sargento SDE Pollyana Dias. Capa e Artes: Subdivisão de Publicidade e Propaganda. Estão autorizadas transcrições integrais ou parciais das matérias, desde que mencionada a fonte. Endereço: Esplanada dos Ministérios Bloco “M” 7º andar - CEP: 70045-900 Brasília/DF
Impressão e Acabamento: Marina Artes Gráficas e Editora
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PALAVRAS DO COMANDANTE
A Aviação de ontem e de hoje Há 146 anos nascia, no interior de Minas Gerais, um dos maiores inventores brasileiros, Alberto Santos-Dumont, que fez o primeiro voo público com um aparelho mais pesado que o ar. A história de vida e as conquistas do Patrono da Aeronáutica Brasileira nos inspiram a evoluir cada vez mais e lembrar do homem que deu asas à humanidade. O desenvolvimento da aviação ensejou a criação do Ministério da Aeronáutica e, desde então, com o avanço da tecnologia, a FAB tem
renovado seus vetores. Nos próximos anos, a Aviação de Caça será reforçada com a chegada do F-39 Gripen e, em breve, receberemos o KC-390, a nova plataforma multimissão. Essas duas aeronaves serão a espinha dorsal da Aviação de Caça e da Aviação de Transporte da FAB. Este mês, a Aviação Militar do Brasil completa 100 anos. A data ficou marcada pela criação, no Campo dos Afonsos, no Rio de Janeiro, da Escola de Aviação Militar (EAvM), que formou pilotos,
observadores e mecânicos de aeronáutica. A criação do Ministério da Aeronáutica, em janeiro de 1941, marcou uma nova etapa no ensino da aviação no país. Em 25 de março do mesmo ano, a Escola de Aviação Naval e a Escola de Aeronáutica do Exército se fundiram na Escola de Aeronáutica que, em 1969, recebeu a denominação de Academia da Força Aérea e efetivamente teve sua sede transferida para Pirassununga, no interior de São Paulo, em 1971. Hoje, a Academia é responsável por formar os oficiais aviadores,
intendentes e de infantaria para a nossa Força Aérea. Aeronaves e sistemas mais modernos exigem pilotos e técnicos mais capacitados. Por isso, os militares da FAB são formados e preparados para atuar frente aos novos desafios. E, assim, com aeronaves modernas e pessoal qualificado, estaremos sempre prontos para melhor cumprir nossa missão com pleno êxito. Tenente-Brigadeiro do Ar Antonio Carlos Moretti Bermudez Comandante da Aeronáutica
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COOPERAÇÃO
FAB e Marinha se unem em Belém (PA) Projeto Base Aérea Compartilhada toma forma com chegada de aeronave da Marinha à Ala 9
A chegada do primeiro helicóptero H-36 Caracal da Marinha do Brasil à Ala 9, localizada em Belém (PA), marcou a solidificação do Projeto Base Aérea Compartilhada. A FAB e a Marinha assinaram, em novembro de 2018, um Acordo de Cooperação que permite a utilização de um dos hangares da Ala 9 como a sede do Primeiro Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral do Norte (1º EsqdHU-41), subordinado ao 4º Distrito Naval (4º DN). O acordo tem como propósito viabilizar o intercâmbio de militares, experiências e informações entre as Forças, além de dar maior ope-
racionalidade às missões de Busca e Salvamento na região Amazônica. O Comandante da Ala 9, Brigadeiro do Ar Ricardo José Freire de Campos, ressaltou a importância da interoperabilidade entre a FAB e a Marinha. “A chegada do helicóptero mostra que o projeto já é uma realidade. Nosso ob- Ala 9 vai sediar Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral do Norte jetivo é desenvolver ainda A aeronave está ope- duas aeronaves, e utilize o mais ações compartilhadas e reforçar a integração que rando na Ala 9 desde maio, hangar anteriormente ocuexiste entre as Forças. A executando treinamentos e pado pelo Esquadrão Falcão implantação do Esquadrão ações de Busca e Salvamento, (1º/8º GAV). A proximidade Aeronaval fortalecerá os bem como outras missões do entre Esquadrões da FAB laços que já existem e, prin- Ministério da Defesa na área e da Marinha possibilita o cipalmente, desenvolverá a de jurisdição da Ala 9 e do 4º compartilhamento de pessodoutrina conjunta dentro da DN. A expectativa é que o 1º al e material, e a realização atividade aérea”, destacou o EsqdHU-41 seja ativado até de instruções e outras ativijaneiro de 2020, com mais dades em comum. Oficial-General.
A chegada do primeiro helicóptero H-36 Caracal da Marinha do Brasil marca a solidificação do projeto
FOTOS: ALA 9
Ten JOR Felipe Bueno
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FOTO: SGT BIANCA VIOL./ CECOMSAER
TREINAMENTO
Equipes se preparam para a chegada da nova aeronave multimissão da FAB: o KC-390 Pilotos e Graduados realizarão cursos durante todo o semestre Ten JOR Raquel Alves
A Força Aérea Brasileira (FAB) se prepara para receber sua nova aeronave multimissão de transporte militar, o KC-390. As equipes envolvidas na operação do novo avião iniciarão, a partir de julho, os treinamentos teóricos e práticos voltados para os aeronavegantes da primeira turma de tripulantes. Os cursos ocorrerão ao longo do segundo semestre de 2019, em duas etapas: operacional e de manutenção. “Como ocorre em todo processo de aquisição de aeronaves, o fabricante é o mentor dos cursos teóricos e práti-
cos a serem ministrados para os primeiros tripulantes, de modo que estes estejam aptos a repassarem esses conhecimentos para outros aeronavegantes que fazem parte da equipe”, disse o Comandante do Primeiro Grupo de Transporte de Tropa (1º GTT), Tenente-Coronel Aviador Luiz Fernando Rezende Ferraz. Devido à capacidade multimissão da aeronave, os primeiros pilotos de KC-390 foram selecionados conforme as competências adquiridas nas suas Aviações de origem, sejam Caça, Patrulha, Reconhecimento ou Transporte. Nesse contexto, um grupo,
composto por militares das diversas Organizações do Comando da Aeronáutica, foi criado com a proposta de realizar a implantação operacional desse projeto no âmbito da FAB. Além de pilotos, mestres de carga, operadores de equipamentos especiais e mecânicos também atuam no grupo. No caso dos pilotos, o treinamento para operar a aeronave irá abranger voos locais e em rota. Eles serão qualificados para o emprego básico da aeronave e para ministrar instrução aérea para novos pilotos. Quanto aos graduados, estes serão capacitados para manuten-
ção programada de componentes gerais da aeronave; componentes eletrônicos e elétricos; manutenção programada dos motores; componentes de salvamento, sobrevivência e segurança (SSS); operações de solo e solução de eventuais inoperâncias de componentes e sistemas, entre outros. Desde 2018, na Ala 2, em Anápolis (GO), local onde as novas aeronaves serão sediadas, os militares do Primeiro Grupo de Transporte de Tropa estão trabalhando na confecção de material doutrinário e legislações. Além disso, acompanham o desenvolvimento operacional do avião.
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TREINAMENTO
FOTOS: ALA 10
Militar aperfeiçoa sistema para treinamento de procedimentos de emergência
Militares realizam treinamento de abandono de aeronave Ten REP Brenda Alvarez
Manter a segurança é essencial! Pensando nisso, o Sargento Especialista em Obras Marcos Aurélio Gonçalves Ferreira, do efetivo da Ala 9, localizada em Belém (PA), aperfeiçoou um sistema que é utilizado para treinamento de emergências, cuja criação foi idealizada pelo próprio militar. Na primeira versão, ele criou um módulo de aeronave portátil, semelhante a uma cabine de helicóptero, para treinar o procedimento de abandono da aeronave após amerrissagem (pouso na água). Agora, o sistema foi aprimorado com o acréscimo de uma plataforma que seria a fuselagem da aeronave, tornando o dispositivo adequado, também, para simulação de aeronaves de asa fixa. “Com o novo sistema, chegamos mais próximo de uma situação de emergên-
cia real, incluindo todos os procedimentos do checklist do piloto e dos demais tripulantes, de modo a praticar a tomada de decisão em caso de pouso na água, o que contribui de forma positiva para a segurança de voo”, disse o Sargento Aurélio. O sistema inicia com o módulo deslizando pelo trilho da plataforma, que tem parte de sua estrutura dentro da piscina, simulando o interior de uma aeronave. Para o treinamento dos tripulantes de helicóptero, é possível virar completamente o equipamento. No caso do treinamento para operadores de aeronaves de asa fi xa, o módulo guina para um dos lados, usando flutuadores. A partir de então, os militares devem seguir os procedimentos de emergência de abandono de aeronave submersa. A plataforma, que pode ser desmontada, transpor-
tada para qualquer lugar e utilizada em todo tipo de piscina, foi desenvolvida com materiais reaproveitados. Atualmente, o equipamento atende às demandas de treinamento dos dois tipos de aviação. Simulação Após alguns testes realizados em Belém, houve o primeiro treinamento de abandono de aeronave submersa na FAB com a utilização da nova plataforma. A simulação ocorreu na Ala 10, situada em Parnamirim
(RN), com a participação de 28 militares das Unidades Aéreas: Gavião (1º/11º GAV), Falcão (1º/8º GAV) e Pastor (2º ETA). Para o Esquadrão Falcão, também foi realizado o treinamento noturno. “O fato de treinar os procedimentos, mesmo que seja em um ambiente controlado, com tudo simulado numa piscina, ajuda a compreender melhor o que deve ser feito e inspira mais confiança para o piloto”, ressaltou o Tenente Aviador Leonardo Augusto Furlan, do 2º ETA.
Sargento Aurélio ministra instução para tripulantes
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DATA COMEMORATIVA
Medalha Santos-Dumont
FOTO: ARQUIVO PESSOAL
Quando a Tenente-Coronel Médica Valeria da Nobrega Pereira soube que havia sido indicada para receber a Medalha Mérito Santos-Dumont, ela teve a certeza de que sua missão estava sendo bem cumprida. A oficial serve no Hospital de Aeronáutica de Recife (HARF) e acredita que essa homenagem é motivadora. “Qualquer reconhecimento advindo de um paciente, no meu caso que sou médica, de um chefe ou da instituição em que trabalhamos, possui a
A oficial recebeu a medalha no ano passado
significância máxima, pois reafirma o sentimento do dever cumprido”, diz. Ela conta que a cerimônia na qual foi agraciada, realizada em 2018, foi emocionante. “A solenidade de entrega me encheu de orgulho, principalmente porque propiciou ao meu marido a possibilidade de assistir e admirar sua esposa destacando-se também fora do lar e dos hospitais”, disse. Para o Sargento Zenilton Aparecido da Silva, do Esquadrão Onça (1º/15º GAV), em Campo Grande (MS), a presença da família também foi essencial no momento em que foi condecorado em julho de 2017. “Foi especial porque pude compartilhar o reconhecimento com minha esposa, minhas filhas e meus pais, a quem dediquei a condecoração, porque são o motivo da minha vida. Eles vieram do Paraná para a solenidade e também ficaram muito felizes”, conta. A emoção, no entanto, começou no momento em que ele soube que seria
agraciado. “Tive muita satisfação ao saber, por se tratar de uma homenagem a Santos-Dumont, que veio coroar o sentimento de amor que tenho pela FAB”, completa. Os dois militares da FAB estão entre os mais de 27 mil Medalha Santos-Dumont Personalidades civis e militares, brasileiros ou estrangeiros, podem receber a Medalha Mérito Santos-Dumont, desde que tenham prestado destacados serviços à Aeronáutica brasileira ou, por suas qualidades ou valores, em relação à Aeronáutica, sejam julgados merecedores. A entrega das condecorações aos agraciados é efetuada em 20 de julho, que
agraciados com a medalha desde sua criação, em 1956. Para saber o nome de todos, basta acessar o Almanaque de Agraciados disponível no site da FAB: http://www.fab. mil.br/medalhas#meritosantos-dumont é o dia do aniversário de Alberto Santos-Dumont, Pai da Aviação e Patrono da Aeronáutica Brasileira, ou dia útil anterior caso a data coincida com um sábado ou domingo. Nascido em 1873, Alberto Santos-Dumont dedicou sua vida à aviação e foi o primeiro aeronauta a alcançar a dirigibilidade dos balões e a voar em um aparelho mais pesado que o ar com propulsão própria. FOTO: SGT BRUNO BATISTA/ CECOMSAER
Ten JOR Emília Maria
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HISTÓRIA
100 anos da Escola de Aviação Militar Ten JOR João Elias*
A instrução Militar na Aviação Brasileira completa 100 anos no dia 10 de julho. A data ficou marcada com a inauguração da Escola de Aviação Militar (EAvM), em 1919, no Campo dos Afonsos, no Rio de Janeiro (RJ). A escola deu origem à atual Academia da Força Aérea (AFA), localizada em Pirassununga (SP). Na época, o Ministério da Guerra do Brasil criou e dotou de regulamentos e diretrizes a EAvM. Com a che-
gada do material aeronáutico (equipamentos, aeróstatos e aeroplanos) advindo da Europa para as oficinas da escola, foi necessário preparar mão de obra para a reestruturação e modernização do campo de aviação, com expansão do local para construção de novos hangares, salas de aula, biblioteca, alojamentos, casas, efermaria e refeitórios adequados ao novo momento da aviação militar no Brasil. Até 1931, a Missão Militar Francesa esteve à frente da direção técnica da escola.
A Escola de Aviação Militar no Campo dos Afonsos
1912 No dia 12 de dezembro, o Aero Clube Brasileiro com ajuda do Tenente Ricardo Kirk, posicionou-se a favor da fazenda do Afonsos como futuro espaço para criação de uma Escola de Aviação. O Ministério da Justiça cedeu parte do terreno ao Aeroclube e ao Ministério da Guerra.
Inauguração da Escola de Aviação Militar em 1919
1914
1919
1927
No dia 2 de fevereiro, foi inaugurada a Escola Brasileira de Aviação no Campo dos Afonsos, que objetivava a formação de pilotos militares do Exército e da Marinha de Guerra. No entanto, devido aos altos custos de manutenção, funcionou apenas até o mês de junho, sem ter brevetado um único aluno.
Foi inaugurada a Escola de Aviação Militar (EAvM) no dia 10 de julho, no Campo dos Afonsos. A primeira aeronave utilizada pelos pilotos brevetados em operações militares foi do tipo Bréguet 14 A2/B2, que poderia ser empregada em observação, fotografia e bombardeio.
Em 13 de janeiro foi criada a Arma de Aviação do Exército. Em junho do mesmo ano, foi criado o Estatuto da Aviação Militar. Aindaneste ano, foram realizados os primeiros voos noturnos e, também, praticado salto com paraquedas pela primeira vez sobre o Campo dos Afonsos.
FOTOS: MUSAL
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Vista área da Escola de Aviação Militar na década de 1920
Vista Aérea dos hangares da Escola de Aeronáutica em 1967
Em janeiro de 1941, ocorreu a passagem da Aeronáutica do Exército e da Aeronáutica Naval para o recém-criado Ministério da Aeronáutica. Ainda neste ano, no mês de março, foi criada a Escola de Aeronáutica, no Campo dos Afonsos. Já em 1971, devido ao acúmulo de tráfego aéreo na área do Rio de Janeiro e em busca de um local mais adequado ao preparo para a pilotagem militar, a já denominada Academia da Força Aérea foi transferida para Pirassununga (SP) e recebeu a missão de formar os Oficiais de Carreira da Aeronáutica dos Quadros de Aviação, Intendência e Infantaria.
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“O principal marco da modernização da instrução de voo na AFA foi a introdução da Aeronave EMBRAER-312/T-27 Tucano na década de 1980, por ser uma aeronave com características específicas, que tornaram o aprendizado mais dinâmico e com muita qualidade, refletindo diretamente no elevado nível dos pilotos formados na AFA”, destacou o atual Comandante da Academia, Brigadeiro do Ar David Almeida Alcoforado. *Com colaboração da equipe de pesquisa histórica da UNIFA. Confira abaixo uma linha do tempo:
Formatura na Escola de Aeronáutica na década de 60
1931
1941
1971
Em 21 de maio, foi criado o Grupo Misto de Aviação. Essa foi a primeira Unidade Aérea da Arma da Aviação. O Marechal do Ar Eduardo Gomes, na época Major do Exército, foi o seu primeiro comandante. O Grupo era constituído de 10 aviões Potez 25 T.O.E. e sete aviões Curtiss Fledling.
O Ministério da Aeronáutica foi criado no dia 20 de janeiro e marcou a atividade de ensino da aviação no Brasil. Os equipamentos da Aviação Naval e da Aviação do Exército foram transferidos para a FAB. Em março, foi criada a Escola de Aeronáutica que, em 1969, passou a se chamar Academia da Força Aérea.
A Academia da Força Aérea foi transferida definitivamente para Pirassununga (SP). Nessa época, o Corpo de Cadetes da Aeronáutica já havia sido removido da Divisão de Apoio, onde hoje é o alojamento das Praças, para o prédio do 4º Esquadrão de Cadetes, onde ficavam os cadetes do último ano.
2019 A AFA tem uma área construída de 215.246 m² e possui infraestrutura ampla, corpo docente com mestres e doutores, além de laboratórios modernos. Desde a sua fundação, já formou mais de 6.500 Oficiais Aviadores, 2.100 Oficiais Intendentes, 450 Oficiais de Infantaria e mais de 190 cadetes de nações amigas.
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HOMENAGEM
Aeromodelo do Bandeirante voa pela primeira vez Ten REP Camila Oliveira
Após 50 anos do primeiro voo da aeronave Bandeirante, em uma manhã fria e cinzenta, similar à de 1968, ocorreu a primeira decolagem do aeromodelo produzido como referência ao avião que impulsionou a indústria aeronáutica brasileira. O experimento aconteceu no dia 8 de junho, em São José dos Campos (SP). O projeto foi desenvolvido pelo Major Engenheiro Leonardo Maurício de Faria Lopes. A ideia de reproduzir a aeronave surgiu durante um voo de ensaio em 2016, a bordo do C-95AM Bandeirante pertencente ao Instituto de Pesquisas e Ensaios em Voo (IPEV). Alguns meses depois desse voo, o Major Leonardo iniciou o projeto de construção das partes do avião no computador. “Levei cerca de um ano até ficar satisfeito com o projeto”, afirma. Em seguida, ele cortou as partes e levou aproximadamente mais um ano e meio construindo o aeromodelo. Primeiro foi feita a estrutura, depois o revestimento, a entelagem com filme termo adesivo e, então, a instalação dos equipamentos. Diante do fato de que os aeromodelos tradicionais geralmente possuem asas
grandes, com características apropriadas para baixas velocidades, o aeromodelo em escala, como é o caso do Bandeirante, precisa voar um pouco mais rápido para não perder sustentação e, além disso, pode não ser tão fácil de controlar, pois o desenho original foi projetado para uma condição de voo diferente. Em junho, o aeromodelo foi finalmente posto à prova. Após algumas horas aguardando a neblina dispersar, o teste inaugural alcançou o objetivo: decolagem, voo e pouso. O Major Engenheiro não esconde a satisfação em ver o aeromodelo voar. Formado pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), o militar ressalta que o Curso de Ensaios em Voo e o trabalho ao longo de vários anos no IPEV contribuíram para aprofundar os conhecimentos sobre as características de voo das aeronaves, e, principalmente, sobre como prever, testar e aprimorar essas peculiaridades. “Depois de muita dedicação, foi incrível ver o projeto alçar voo pela primeira vez, espelhando o ambicioso sonho que decolou há mais de 50 anos”, destaca. Em homenagem à história da aeronave Bandeirante, o aeromodelo deverá se apresentar em eventos da FAB.
FOTOS: IPEV
Projeto de militar da FAB homenageia os 50 anos do avião
O experimento ocorreu em São José dos Campos
O projeto foi desenvolvido pelo Major Engenheiro Leonardo
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ADMINISTRAÇÃO
Centro de Controle Interno realiza visitas regionais Localidades recebem militares para debater ações de controle interno
O Centro de Controle Interno da Aeronáutica (CENCIAR) realiza até setembro o ciclo de Visitas Regionais de Auditoria Interna Governamental de 2019. O objetivo é apresentar aos gestores as atividades e os procedimentos relativos às Auditorias Internas Governamentais e as principais demandas recebidas dos Órgãos de Controle Externo nos exercícios de 2017, 2018 e 2019. Até o momento, já foram realizadas quatro visitas e outras três estão programadas para o segundo semestre. As palestras apresentaram os seguintes temas: “Direção, Controles Internos e Gestão de Riscos Corporativos”, “Licitações e Contratos”, “Finanças e Pessoal” e “Bens Patrimoniais”. Além disso, foram apresentados os novos procedimentos do Tribunal de Contas da União (TCU), re-
lacionados ao ressarcimento ao Erário, especialmente a criação do sistema e-TCE, que tornou o processo de tomada de contas especial eletrônico. Os eventos também abordaram a aplicação de inteligência artificial, por parte do TCU, relacionada à atividade de auditoria, com a utilização dos robôs Alice, Sofia e Mônica, que permitem examinar um amplo universo de processos licitatórios e de contratações diretas. “Dessa forma, a iniciativa do CENCIAR corrobora, dentre as inúmeras facetas da atividade de Auditoria Interna Governamental, com a vertente de consultoria, cuja finalidade é agregar valor às organizações e melhorar os seus processos de Governança, de Gestão de Riscos e de Controles Internos”, ressaltou o Chefe do CENCIAR, Major-Brigadeiro Intendente Marcos Aurélio Pereira Silva.
O Grupamento de Apoio de Belém (GAP-BE) recebeu a visita nos dias 15 e 16 de abril, com a participação de 128 Agentes da Administração de nove Unidades Gestoras do Comando da Aeronáutica (COMAER).
FOTOS: CENCIAR
Ten JOR João Elias
No Grupamento de Apoio do Galeão (GAP-GL), as palestras ocorreram nos dias 29 e 30 de abril, com a participação de 176 Agentes da Administração de 36 Unidades Gestoras do COMAER.
O Grupamento de Apoio de São Paulo (GAP-SP) recebeu a visita nos dias 9 e 10 de maio, com a participação de 114 Agentes da Administração de 26 Unidades Gestoras do COMAER.
Confira as próximas visitas: Dias: 1 e 2 de julho Local: GAP-NT Dias: 8 e 9 de agosto Local: GAP-MN Dias: 12 e 13 de setembro Local: GAP-BR
No Grupamento de Apoio de Canoas (GAP-CO), as palestras foram realizadas nos dias 29 e 30 de maio, com a participação de 143 Agentes da Administração de 13 Unidades Gestoras do COMAER.
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FOTOS: DTINFRA-CO
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SUSTENTABILIDADE
Resíduos eletroeletrônicos em Canoas têm destino certo Participação dos militares no descarte dos materiais é cada vez maior Ten JOR João Elias
Muitos materiais que não são mais utilizados e, aparentemente, só teriam como destino o lixo, na Guarnição de Aeronáutica de Canoas (GUARNAE-CO), são recolhidos por uma cooperativa e podem ser reutilizados ou reciclados. A ação se tornou mais efetiva após um termo de compromisso assinado em fevereiro do ano passado com a Cooperativa de Reciclagem Tecnológica (COOPERTEC), que passou a fazer a coleta dos resíduos, sem custo para a FAB, no Grupamento de Apoio de Canoas (GAP-CO),
no Hospital de Aeronáutica de Canoas (HACO), na Ala 3 e no Segundo Esquadrão do Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (2°/1° GCC). Conforme o termo, a coleta deve ser feita na primeira quarta-feira do mês, mas havendo necessidade, a cooperativa pode ser acionada outras vezes. “Uma das características desse tipo de parceria é que está atendendo não somente aos resíduos produzidos pela Organização Militar, mas também àqueles das residências do efetivo. Muitos militares têm trazido o material coletado em casa para aproveitar as campanhas de descarte correto que são
Os postos de coleta estão distribuídos em toda a GUARNAE-CO
realizadas pela OM”, explicou o Chefe da Seção de Meio Ambiente do Destacamento de Infraestrutura de Canoas (DTINFRA-CO), Tenente Engenheiro Felipe Kunz Corrêa. A contribuição dos militares tem sido cada vez maior. Enquanto que, em 2018, foram coletados 1.620 Kg de materiais, somente nos cinco primeiros meses deste ano já foram recolhidos mais de 1.700 kg. Todo o material é transportado para uma unidade da COOPERTEC, onde são classificados como reciclagem ou doação. Os recicláveis (plástico, metal, placas, vidros, cabos, papéis ou madeiras) passam por triagem e são
separados em locais adequados conforme as devidas destinações. As doações são destinadas à ONG Cebras (Centro Batista de Referência em Ação Social) da cidade. O Sargento Daniel Batista, por exemplo, fez uma limpeza na garagem da sua residência e descartou diversos materiais, entre eles, um carrinho de controle remoto e um purificador de água que ainda estavam em condições de uso. “O purificador foi encaminhado para uso na própria cooperativa e o carrinho foi doado a uma criança que já havia pedido ao pessoal da cooperativa um brinquedo coletado”, destacou.
Ações de coleta ocorrem também na vila militar
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FOTO: SGT JOHNSON/CECOMSAER
CULTURA
Produções Artísticas fomentam as tradições O INCAER interage com as OM sobre as atividades que poderão ser representadas
O Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica (INCAER), como Órgão Central do Sistema de Patrimônio Histórico e Cultural do Comando da Aeronáutica (SISCULT), tem a atribuição de prover aos elos do sistema os meios necessários à execução das diretrizes de cultura, inclusive o incentivo à produção artística no âmbito do Comando da Aeronáutica (COMAER). Nesse sentido, existem atividades culturais que acontecem em inúmeras Organizações Militares (OM) e que visam ao fomento das produções artísticas que caracterizam a FAB. O INCAER interage com as OM sobre as atividades que poderão ser representadas por meio da música, artes cênicas, óperas, dentre outras. “Esses diálogos buscam, além de fomentar as tradições que acomodam os conhecimentos e hábitos pertencentes a cada
OM, levar bem estar cultural aos seus colaboradores e ao público em geral”, destaca o Subdiretor de Cultura do INCAER, Major-Brigadeiro José Roberto Scheer. Entre as produções artísticas estão o “Encontro no INCAER” e a “Ópera do Danilo”. O “Encontro no INCAER” é um evento aberto ao público em geral, promovido mensalmente, de março a novembro. Nessas ocasiões, personalidades ligadas à Aviação Civil e Militar encontram-se para debater temas sobre a Histó-
ria Aeronáutica, bem como aqueles ligados à atualidade da aviação e das atividades desenvolvidas na FAB. Já a “Ópera do Danilo” recria a experiência vivida pelo Tenente Danilo Marques Moura, enviado pelo Brasil à Segunda Guerra Mundial. A obra foi criada de forma coletiva por alguns integrantes do 1º Grupo de Aviação de Caça (1º GAVCA) em pleno Teatro de Operações na Itália, para celebrar o retorno do Tenente Danilo às linhas amigas, após ser abatido em território inimigo.
FOTO: ARQUIVO /FAB
Ten JOR João Elias
Concertos musicais são realizados em todo o País
Além disso, no âmbito do COMAER, ocorre a Semana da Asa no mês de outubro. Trata-se de uma semana com uma série de eventos abertos à população, em comemoração ao Dia do Aviador e da Força Aérea Brasileira, celebrado em 23 de outubro. Entre esses eventos, destacam-se os concertos realizados pelas Bandas de Música em todo o país. Com o auxílio da ICA 907-1/2014, o objetivo do INCAER é incitar Comandantes, Diretores e Chefes, bem como os civis e militares que compõem a FAB, a desenvolverem produções culturais resultantes das atividades emanadas de cada OM, além de retratar os aspectos que homenageiam os feitos, vultos e tradições que contam a história da FAB, por intermédio de exposições de fotografias, pinturas, peças teatrais, eventos musicais, dentre outros, na intenção de preservar e cultuar a sua memória através das gerações.
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SERVIÇO
CENDOC extingue alguns documentos A NSCA 10-2 substituiu a ICA 10-1 Ten JOR João Elias
O Centro de Documentação da Aeronáutica (CENDOC) editou a Norma de Sistema de Correspondência e Atos Oficiais do Comando da Aeronáutica (NSCA 10-2) em substituição à Instrução de Correspondência e Atos Oficiais do Comando da Aeronáutica ICA 10-1 (ICAER), que foi extinta. O principal objetivo é padronizar e otimizar a produção de documentos oficiais, no âmbito do Comando da Aeronáutica (COMAER). A NSCA 10-2 aboliu alguns documentos, tais como o oficio simples, o memorando, a parte e a parte pessoal, todos substituídos apenas pelo ofício. Também foram suprimidas a
Mensagem fac-símile e a Mensagem Interna , entre outras, visando à racionalização de meios para o trâmite da informação documentada. Todos os documentos são tramitados no Sistema Informatizado de Gestão Arquivística de Documentos da Aeronáutica (SIGADAER) que, atualmente, passa por uma revisão que envolve a definição de novos atores de desenvolvimento do Projeto, a interoperabilidade com os outros Sistemas de Negócio do COMAER, a implementação da assinatura cadastrada e a construção do Repositório Digital Arquivístico Confiável. “O CE N DOC ra t ifica a importância e obrigatoriedade da utilização da
ferramenta Informações Arquivísticas no ato da produção do documento. Essa funcionalidade é primordial e essencial para o cumprimento das legislações vigentes e para a consolidação da gestão de documentos e consequentemente guarda e acesso aos mesmos, além da construção da memória
institucional da Força Aérea Brasileira”, destacou o Diretor Interino do CENDOC, Tenente-Coronel Intendente Michael Silva da Cunha. Outras informações no endereço eletrônico: www.sigadaer.intraer ou no campo “Saiba Mais” ao entrar no Sistema.
SEGURANÇA DE VOO
CENIPA disponibiliza o Painel SIPAER Militar Foi disponibilizado pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) o Painel SIPAER Militar. Trata-se de uma importante ferramenta de prevenção que disponibiliza aos usuários cadastrados o acesso a informações sobre ocorrências aeronáuticas da FAB, tais como: fatores contribuintes, recomendações de segurança e indicadores de segurança de voo. Fruto da sinergia entre os setores de Prevenção, Informática e Estatística
do CENIPA, o painel reúne dados do Sistema de Gerenciamento da Segurança de Voo (SGSV) e os apresenta de maneira gráfica e concentrada, facilitando sobremaneira o trabalho dos gestores de segurança de voo, que podem melhor direcionar suas atividades de prevenção. Além disso, por meio dos Indicadores de Segurança de Voo (ISV), as organizações poderão acompanhar seus desempenhos, analisando-os em relação à média dos valores e às
metas a serem alcançadas. Inicialmente, os ISV serão relativos às ocorrências e os Relatórios de Prevenção (RELPREV) às horas, podendo serem aprimorados conforme as necessidades. O acesso será por meio do Portal de Apoio à Decisão da Diretoria de Tecnologia da Informação da Aeronáutica (DTI) e estará destinado aos gestores de segurança de voo, designados pelos Comandos/ Departamentos/Diretorias. Levando em consideração o Princípio da Filosofia
SIPAER “todo acidente tem um precedente”, conhecer os fatores que contribuíram para as ocorrências aeronáuticas com nossos aviões e tripulações, bem como o que foi recomendado para evitar novas ocorrências, é uma forma de mitigar o risco da atividade aérea militar e, assim, contribuir para o incremento da operacionalidade da Força Aérea Brasileira. Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA)
Julho - 2019
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ENTRETENIMENTO
CAÇA PALAVRAS RESPOSTA DA EDIÇÃO DE JUNHO
Santos-Dumont é considerado o PAI da AVIAÇÃO por ter realizado o primeiro voo público com um aparelho mais pesado que o ar. Com o 14-BIS, ele sobrevoou o Campo de BAGATELLE, em PARIS, em outubro de 1906. Outro avião voado por ele foi o DEMOISELLE, em 1907. Santos-Dumont também foi um grande INVENTOR brasileiro.