Notaer - Fevereiro 2012

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LIVRO

Biografia conta trajetória do patrono da Força Aérea Jornais e arquivos de época foram as principais fontes para escrever a história do Marechal do Ar Eduardo Gomes

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Nova edição do Livro tem versão em inglês

2S REZENDE / CECOMSAER

Tenente Coronel do Exército Joaquim Gonçalves Vilarinho Neto lembra perfeitamente quando recebeu a carta do Brigadeiro do Ar Eduardo Gomes, no interior do Piauí. O então adolescente havia escrito ao Ministro da Aeronáutica perguntando sobre a vida militar. A resposta foi a decisão para uma vida toda. Na sala do casebre, que tinha como destaque um pôster dos ‘18 do Forte’, Vilarinho entendeu a mensagem principal escrita a mão: “estude bastante e obedeça a seus pais”. Esta história, e muitas outras, estão na biografia “Brigadeiro Eduardo Gomes - Trajetória de um Heroi”, do escritor Cosme Degenar Drumond, lançado no final de janeiro em Brasília. De acordo com Degenar, o militar mantinha a postura impecável e uma vida austera. O Brigadeiro era católico fervoroso - ia a missa todos os domingos -, e dividia a metade do salário com os pobres de Petrópolis, cidade onde nasceu. “Eu trabalhei na equipe que fundou o Museu Aeroespacial, mas só conheci o Brigadeiro Eduardo Gomes em 1975. Quatro anos depois, eu fui a casa dele para levar a Medalha São Silvestre, que ele recebeu do Papa. Ele foi o único militar latino-americano condecorado pelo Vaticano”, conta o escritor. O Brigadeiro falava pouco e não dava entrevistas. As histórias do livro foram compiladas de jornais, revistas, arquivos da época e depoimentos de pessoas que conviveram com o patrono da FAB. Marechal do Ar – O ideal de um Brasil livre e desenvolvido permeou a carreira do patrono da Força Aérea Brasileira (FAB). O Brigadeiro Eduardo Gomes, que atingiu o posto de Marechal do Ar, foi um dos fundadores do Correio Aéreo Nacional (CAN) - responsável por unir o país pelas asas da FAB -, e influenciou

O livro do autor Cosme de Degenar Drumont foi lançado no final de janeiro em Brasília

uma geração de brasileiros com o episódio do 18 do Forte em 1922. Nascido em 1896, Eduardo Gomes formou-se pela Escola Militar do Exército Brasileiro em 1918. Excluído das fileiras militares no evento em que enfrentou o exército do presidente Epitácio Pessoa, ele retornou à vida militar anos depois e participou de outros levantes famosos da história brasileira, como o de 1924, quando a cidade de São Paulo foi ocupada, e nas Revoluções de 1930 e de 1932, a luta contra a Intentona Comunista de 1935 e a Segunda Guerra Mundial, quando comandava unidades que atuavam na patrulha anti-submarina na costa do Brasil. O Brigadeiro Eduardo Gomes foi duas vezes Ministro da Aeronáutica e candidato à Presidência da República. Em 1991, dez anos após sua morte, recebeu o título de Patrono da FAB.

Brigadeiro, o docinho - Presente nas festas de crianças até hoje, o doce de chocolate foi criado por admiradoras na primeira candidatura do militar para presidente. Tratava-se de uma tática para angariar fundos durante os comícios. Na campanha, também foi criado o slogan “vote no brigadeiro, além de bonito é solteiro”. Mesmo com a beleza conhecida e o porte atlético, o Brigadeiro Eduardo Gomes se manteve solteiro a vida inteira. Segundo Degenar, ele teve uma namorada séria em 1922, que até foi vê-lo no Forte de Copacabana. Depois, teve alguns namoros breves. Mas não via problema em se divertir sozinho, quando assistia aos clássicos do futebol no Maracanã no meio da multidão. “Ele dizia que não queria deixar uma viúva jovem. Por isso, se manteve solteiro e morava com a mãe, D. Jenny”, explicou Degenar.

“S

ó quem esteve em combate sabe o que é voar mais de uma missão no mesmo dia.” A frase está no livro do Major Brigadeiro do Ar Rui Moreira Lima, que leva como nome a expressão que marcou a história da Aviação de Caça brasileira: “Senta a Pua!”. O autor participou de 94 missões de combate na Itália, durante a Segunda Guerra, a bordo de lendários aviões P-47 Thunderbolt, e reuniu em capítulos o melhor da história de heroísmo do Primeiro Grupo de Aviação de Caça (1º GAVCA). A nova edição recebeu novas declarações de veteranos de guerra, algumas histórias e novos detalhes. “O livro foi modernizado. Está mais fácil de ler e, principalmente, teremos uma edição em inglês”, explica o Major Brigadeiro Rui. “Senta a Pua” é um dos melhores registros feitos sobre a campanha da Força Aérea Brasileira (FAB) na Itália, no esforço aliado contra o nazismo. O autor reuniu depoimentos de integrantes do Grupo de Caça que ajudam a entender a trajetória dos militares da FAB na Segunda Guerra: a criação da unidade, em 1943, o treinamento realizado no exterior e o combate (1944 a 1945). Saiba mais sobre o livro: http:// loja.actioneditora.com.br/


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