NOTAER - Dezembro de 2013

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Dezembro - 2013

FOTOS: 2S JOHNSON / CECOMSAER

SALVAMENTO

O esquadrão possui atiradores de elite

Uma das atuações do Para-Sar foi no acidente do avião da Gol em 2006

PARA-SAR: há 50 anos com a missão de salvar vidas

O

E s q u a d rã o A e ro te rrestre de Salvamento (EAS), conhecido como Para-Sar, completou meio século de atividades em novembro. A Unidade da Força Aérea Brasileira (FAB) é responsável pelo resgate de vítimas em acidentes aéreos, desastres naturais, missões de misericórdia e, também, pela instrução aos aeronavegantes do Brasil. Atualmente, o efetivo é composto por quase 100 militares que realizam operações nacionais e internacionais. “No Para-Sar nós vivemos para que os outros vivam. Por essa causa, damos nossa vida”. É assim que o Coronel de Infantaria Jupiaci Tadeu Martins Belo resume a missão da unidade. Ele integrou a equipe entre 1985 e 2005 e revela que um dos momentos mais marcantes de sua carreira foi o resgate da aeronave C-130 Hércules, em Fernando de Noronha.

“Naquele dia meu filho nasceu, fui acionado e deixei a maternidade. Só depois de 17 dias, retornei para minha família”, revela o Coronel. Para lidar com as situações mais adversas, os militares enfrentam o rigor da formação operacional, superando limites físicos e psicológicos. A preparação inclui curso de paraquedista militar, especialização nas atividades de busca, salvamento e resgate, mergulho autônomo, operações especiais, entre outros. Aqueles que atingem o nível máximo de operacionalidade recebem o título de ‘pastor’ - em referência à raça de cães pastor alemão, por serem adestrados, amigos, leais, vigilantes e, se necessário, agressivos. Resgates Nos últimos anos o Para-Sar participou de missões que entraram para a história da Aviação e do Brasil, como os resgates dos aviões da Gol

(2006) e da Air France (2009), além de atuação nas enchentes da região serrana do Rio de Janeiro, em Santa Catarina, e na Bolívia em 2008. As equipes socorrem os sobreviventes, dão a primeira assistência e resgatam as vítimas. Há três anos, o Esquadrão foi transferido do Rio de Janeiro para a Base Aérea de Campo Grande (BACG). De acordo com o Comandante do Para-Sar, Coronel de Infantaria Ivandilson Diniz Soares, o prédio da nova sede já começou a ser construído. “As novas instalações trazem para o Para-Sar uma ótima expectativa para o futuro, com a aquisição de novos equipamentos e maior capacidade de atendimento”, ressalta ele. História A utilização de paraquedistas em missões de salvamento e resgate partiu da ideia de Achiles Hipólito Garcia Charles Astor, nascido na Argentina, mas naturalizado brasileiro.

Astor foi instrutor de ginástica acrobática e paraquedismo dos cadetes na antiga Escola de Aeronáutica do Campo dos Afonsos. No começo, sua intenção de empregar paraquedistas nas operações de busca e salvamento não foi bem aceita. Porém, com a II Guerra Mundial houve uma motivação para aprimorar as técnicas aeroterrestres e o emprego de novos equipamentos. Nascia assim o Para-Sar, que aos poucos foi se aperfeiçoando e

instituído oficialmente em 20 de novembro de 1963. Durante 47 anos, o EAS funcionou no Campo dos Afonsos (RJ). Em novembro de 2010, foi movimentado para a Base Aérea de Campo Grande (BACG) devido ao posicionamento geopolítico estratégico da região central do país. Com a mudança, a unidade ganhou maior capacidade de pronta resposta no atendimento às missões determinadas pelo Comando Operacional.

O esquadrão de paraquedistas realiza missões de busca e salvamento


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