Notaer - Edição de Janeiro

Page 11

11

ESPECIAL FAB 70 ANOS

EMBRAER

Protótipo do avião, que voou em 1969, foi restaurado 41 anos depois

O protótipo voou pela primeira vez há 41 anos e foi restaurado minuciosamente

O

segundo protótipo do Bandeirante voou pela primeira vez há 41 anos, no dia 19 de outubro de 1969, nas cores da FAB (de quem recebeu a designação

YC-95). Em 2008, a Embraer apresentou o segundo protótipo do Bandeirante, após cuidadoso processo de recuperação realizado com a ajuda de empregados

e ex-empregados. A pintura foi refeita nas mesmas cores e tonalidades – branca, com uma faixa azul no meio, e cinza, na parte de baixo. Logo abaixo da janela do piloto, no nariz do avião, foram pintadas as bandeiras dos dez paises da América do Sul onde o protótipo realizou voos de demonstração. Na reforma do interior, que incluiu forros dos painéis, poltronas, armários e lavabo, foram empregadas as mesmas cores, tonalidades e texturas dos materiais utilizados na época. O carpete verde que substituiu o original é idêntico, assim como a cortina bege, confeccionada à mão e com detalhes em verde que formam a imagem estilizada de uma asa de avião. O sistema elétrico também exigiu cuidados especiais para possibilitar a reativação da iluminação interna das cabines de pilotagem e de passageiros (luzes do corredor, de cortesia e de se-

gurança) e também da iluminação externa (de navegação, pouso e taxiamento). Dos três protótipos originais do Bandeirante, o primeiro pertence ao MUSAL, no Rio de Janeiro, e o terceiro se encontra em exposição permanente no parque Santos Dumont, em São José dos Campos. O segundo protótipo do Bandeirante pertenceu originalmente à FAB, e hoje faz parte do acervo da Fundação Santos Dumont (www.santosdumont.org.br), no município de Cotia, Estado de São Paulo. O avião, matrícula 2131, foi desmontado e transportado para a sede da Embraer, onde equipes compostas por funcionários e ex-funcionários, muitos dos quais trabalharam no programa do Bandeirante na década de 70, encarregaram-se dos trabalhos de restauro. A operação foi iniciada no dia 1º de setembro e concluída em pouco mais de um mês.

C

om a criação do Centro Técnico de Aeronáutica (CTA), nos Anos 50, começou no país um novo pensamento para o desenvolvimento dos programas aeroespaciais. Definitivamente, o Brasil passou a chamar a atenção do mundo. Em 1960, o presidente Jânio Quadros criou uma comissão para dar os primeiros passos para a elaboração de um programa nacional de exploração espacial. O resultado foi a formação, em agosto do ano seguinte, do Grupo de Organização da Comissão Nacional de Atividades Espaciais (GOCNAE), com sede em São José dos Campos, subordinado ao Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq), com o propósito de sugerir a política e o programa de envolvimento do Brasil em pesquisas espaciais.

O GOCNAE instalou-se no CTA e iniciou suas atividades com equipamentos cedidos pela NASA e pesquisadores militares e civis do Ministério da Aeronáutica. Com este grupo, o Brasil participou de pesquisas internacionais nas áreas de astronomia, geodésica, geomagnetismo e meteorologia. A comissão, conforme conta o Brigadeiro-do-Ar Hugo de Oliveira Piva, contou com a participação de franceses e, principalmente, de americanos. “Tivemos muito ajuda da NASA. Eles já traziam tudo pronto”, lembra o Brigadeiro, ressaltando, ainda, que “naquela época existia uma pressão dos países desenvolvidos para que o Programa Espacial Brasileiro não evoluísse ao ponto de desenvolver sua própria tecnologia”, completa.

Arquivo

Programa Espacial: saiba como foram os primeiros passos dessa longa jornada

A criação do CTA impulsionou programas e pesquisa aeroespaciais no Brasil


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.