Revista - teste

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OS PRIMEIROS

O PRIONERISMO EM EVIDÊNCIA

Introdução

A produção desta revista, em formato digital, tem como proposta resgatar e enfatizar pessoas pretas que contribuíram ou contribuem para a indústria cultural brasileira sejam elas na música, teatro, dança e jornalismo.

Esta revista tem como inspiração a revista Raça Brasil, que por dezesseis anos esteve no mercado como a principal fonte de informação para pessoas negras, mas com foco apenas em moda e beleza. Os Primeiros, vem com intuito de ser uma fonte de informação a respeito da cultura negra brasileira, afim de popularizar nomes e ações desta comunidade que ainda tanto sofre com apagamentos e mazelas sociais.

Glória Maria - Jornalista

A primeira jornalista negra na TV

Glória começou sua carreira no jornalismo na década de 1970, na TV Globo. Foi a primeira repórter negra a ganhar destaque na emissora, desbravando territórios onde, até então, havia pouca diversidade e representatividade na tv.

Se destacou não apenas por sua competência jornalística, mas também por ser uma pioneira e símbolo de representatividade para pessoas negras na mídia brasileira. Glória visitou mais de 100 países, cobrindo eventos históricos e realizando matérias que mostravam culturas e paisagens fascinantes, como sua visita ao Himalaia, suas aventuras na Jamaica e suas experiências no deserto do Saara.

Foi apresentadora do Fantástico (1998 - 2007), na TV Globo. Em 2010, assumiu o comando do Globo Repórter, onde permaneceu até sua morte, destacando-se por sua habilidade de contar histórias com sensibilidade e profundidade.

Glória Maria foi um símbolo de luta contra o racismo estrutural no Brasil. Ela enfrentou desafios, preconceitos e estigmas ao longo de sua carreira, tornando-se uma inspiração para gerações de jornalistas negros e para mulheres negras em geral. Ela também sempre se posicionou sobre a importância da diversidade na mídia e da inclusão racial.

Maju Coutinho - Jornalista

Maria Júlia Coutinho, é uma jornalista, apresentadora e repórter brasileira amplamente reconhecida por seu carisma, profissionalismo e pioneirismo na televisão brasileira. Iniciou sua carreira como estagiária na TV Cultura, mais tarde, migrou para rede Globo (2007) onde se destacou como repórter e, posteriormente, como apresentadora.

Maju tornou-se nacionalmente conhecida quando assumiu, em 2013, o quadro de previsão do tempo no Jornal Nacional. Ela foi a primeira mulher negra a ocupar essa função no telejornal, o que foi amplamente celebrado como um marco de representatividade. Em 2019, assumiu a bancada do Jornal Hoje, tornando-se também a primeira mulher negra a apresentar sozinha um dos principais telejornais da TV Globo (vale enfatizar: a primeira em 50 anos de Jornal Nacional). Desde 2022, ela integrar o time de apresentadores do Fantástico, consolidando sua posição como uma das principais jornalistas da emissora.

Após esse feito, ela comemorou nas redes sociais com a seguinte mensagem: “É importante para a minha raça. Mostra que a gente está caminhando, mas só reforça o quão longo é esse caminho. Será bacana quando houver tantos negros no posto que não seja preciso destacar. Torço para que essa realidade mude”.

Taís é uma atriz, apresentadora e produtora brasileira amplamente reconhecida por sua carreira na televisão, cinema e teatro. Nascida em 25 de novembro de 1978, no Rio de Janeiro, Taís é uma das artistas mais influentes do Brasil e um ícone na luta por representatividade negra na mídia.

Ela é a segunda atriz negra a protagonizar uma telenovela brasileira e pioneira como protagonista na Globo (Da cor do Pecdo, 2004) e na Manchete (Xica da Silva, 1996). Lá em 1996, quando se torna a primeira atriz negra a ser protagonista de uma telenovela na extinta Rede Manchete, interpretando Xica da Silva – a escrava que escandalizou a sociedade branca do Brasil, e em 1997 foi contratada para pela rede Globo. No ano de 2004, ela conquista o papel de atriz principal de Preta de Souza, cravando outra marca, a de primeira protagonista negra de uma telenovela da Rede Globo do horário das sete da noite.

A primeira atriz negra da TV Globo

Mas ser a primeira em ocupar espaços nem sempre é uma coisa positiva, foram necessárias 65 novelas no horário das 19 horas para que surgisse um “espaço” na rede Globo para uma personagem negra existir. Anos mais tarde, 2007 com a estreia da novela Viver a Vida, Taís quebra mais um tabu e tem seu nome gravado na história o de ser a primeira Helena negra de Manoel Carlos.

Fora das telas, Taís Araújo é uma defensora ativa de causas sociais, com foco em igualdade racial e de gênero, sendo frequentemente convidada para palestras e eventos sobre esses temas. Ela é uma referência cultural e artística no Brasil. Atualmemnte, é apresentadora do programa "Superbonita", no GNT, e também estrelou humorístico "Mister Brau", na rede Globo ao lado de seu marido, o ator Lázaro Ramos, com quem tem dois filhos. Juntos, eles formam um dos casais mais admirados do Brasil.

Araújo - Atriz

Yolanda Braga foi uma atriz brasileira, reconhecida por seu talento e beleza, que fez história como a primeira Miss Brasil negra, em 1939 e em seguida outro feito histórico em ser a primeira atriz negra protagonista na telenovela, “A cor da sua pele”, na rede TV Tupi.

Seu sucesso foi tão grande que ela se torna “garota propaganda” e registra outro pioneirismo, o de ser a primeira negra a estrelar uma campanha de cosméticos no Brasil, da extinta marca Belinda.

Em 1966, apesar do sucesso alcançado na novela, Iolanda se muda para Portugal em nome de sua grande paixão: a dança. Lá, ele protagoniza o espetáculo Minha Querida Mulatinha ao lado de Raul Solnado, um sucesso de bilheteria, e integra o elenco do humorístico Riso e Ritmo.

A primeira protagonista negra na TV

Por conta do período em que Yolanda viveu, muitas das informações sobre sua trajetória não foram amplamente registradas, refletindo também a exclusão de narrativas negras da história. No entanto, sua importância como pioneira no Brasil continua sendo reconhecida em iniciativas que buscam resgatar a memória e o protagonismo de mulheres negras na cultura brasileira.

Sua representatividade é frequentemente lembrada em discussões sobre a luta por igualdade racial e pela valorização da beleza negra no Brasil.

Yolanda Braga - Atriz

O

TV

Norton Nascimento foi um ator brasileiro, teve seu inicio de carreira artística no teatro e, posteriormente, migrou para a televisão, onde conquistou o público com seu carisma e habilidade como ator. Ele participou de diversas produções de destaque na TV Globo durante as décadas de 1980 e 1990. Entre seus papéis mais marcantes estão participações em novelas de sucesso, como "A Próxima Vítima" (1995), "Torre de Babel" (1998), e "Salsa e Merengue" (1996).

Na telenovela “Fera Ferida“, ele interpretou o sensual Wotan, empregado da fogosa Rubra Rosa, vivida por Suzana Vieira, e considerado o primeiro negro sexy symbol da tv brasileira. Durante sua carreira ele conquistou do prêmio de Melhor Ator Negro de Novela, no 2º Festival Latino-americano de Cine Vídeo e TV, por seu trabalho em “A Padroeira”, em 2001.

Em 2003, enfrentou sérios problemas de saúde devido a uma insuficiência cardíaca. Ele passou por um transplante de coração, um procedimento delicado que foi amplamente divulgado na mídia brasileira. Após o transplante, Norton tornou-se um símbolo de força e superação, usando sua experiência para conscientizar o público sobre a importância da doação de órgãos. Infelizmente, veio falecer em 21 de dezembro de 2007, aos 45 anos, devido a complicações de um quadro de insuficiência cardíaca. Sua morte foi muito sentida no meio artístico e entre os fãs, que o admiravam tanto por seu trabalho quanto por sua resiliência.

Jorge da Silva foi um ator, diretor, roteirista e ativista brasileiro, considerado um dos maiores ícones do cinema negro no Brasil. Pioneiro na luta por representatividade e igualdade racial, ele deixou um legado significativo no cinema e na cultura brasileira, sendo amplamente reconhecido por seus esforços para valorizar as narrativas negras. Começou sua carreira artística como ator, participando de peças teatrais e filmes importantes do cinema brasileiro. Ele interpretou Rodney, o ator principal de Vidas em Conflito, da extinta TV Excelsior, em 1969, a primeira telenovela com protagonismo negro da televisão brasileira. Nas telas, estreiou em "Cinco Vezes Favela" (1962), um marco do Cinema Novo, movimento que buscava retratar a realidade social do Brasil.

Na década de 1970, insatisfeito com a falta de papéis significativos para atores negros e com as limitações do racismo estrutural na indústria cultural, Zózimo passou a se dedicar à direção e ao roteiro, criando narrativas que colocavam pessoas negras como protagonistas de suas histórias. Ele é lembrado como um dos principais nomes do cinema negro no Brasil por abrir portas para atores e diretores negros em uma época em que a exclusão era ainda mais evidente e lutou para que as narrativas da diáspora africana fossem contadas de maneira respeitosa e autêntica. Até hoje, continua sendo uma referência para artistas e ativistas que buscam transformar a indústria cultural brasileira em um espaço mais inclusivo.

Vera Verão - Humorista

Jorge Lafond foi um ator, comediante e transformista brasileiro. Nascido no Rio de Janeiro, ele começou sua carreira como dançarino e, posteriormente, se tornou ator, participando de novelas e programas de humor. Lafond era também uma figura de resistência e pioneirismo, sendo uma das primeiras pessoas negras e abertamente gay a alcançar grande destaque na televisão brasileira.

O seu maior destaque foi com a personagem, Vera Verão no programa “A Praça é nossa”, exibido no SBT. É até hoje um dos personagens mais imortalizados na TV brasileira, criado e interpretado pelo ator e humorista. Ganhou destaque nacional por sua irreverência, carisma e humor nas noites de quinta-feira quando o programa ia ao ar.

Apesar de ser uma personagem cômica, Vera Verão também desafiava normas de gênero e preconceitos de forma subversiva. Sua autoconfiança e respostas rápidas às situações cômicas simbolizavam, de certa forma, o enfrentamento às discriminações que Lafond, como indivíduo, também vivia.

A presença de Lafond na televisão brasileira foi uma forma de abrir espaço para diálogos sobre diversidade, mesmo que, muitas vezes, a personagem tenha sido usada para reforçar estereótipos. Após sua morte em 2003, devido a complicações de saúde, Jorge Lafond e Vera Verão continuam sendo lembrados com carinho e admiração, tanto por seu talento como pela sua coragem em existir e resistir em um ambiente predominantemente hostil à diversidade

Conclusão

O estereótipo das pessoas negras na TV tem sido, historicamente, um reflexo de preconceitos estruturais e raciais da sociedade, muitas vezes perpetuando representações limitadas, negativas ou unidimensionais. Essas representações têm um impacto significativo, pois as pessoas negras são vistas e tratadas fora das telas, muitas das vezes os desumanizando.

Nos últimos anos, com uma maior conscientização sobre o racismo estrutural, os movimentos sociais e a pressão por representatividade, o cenário começou a mudar. Atores negros estão ganhando mais espaço em papéis diversos e complexos, como protagonistas, vilões, médicos, empresários e outros que fogem dos estereótipos tradicionais.

A luta pela representatividade e pela desconstrução dos estereótipos ainda é contínua, mas esses avanços mostram que é possível construir um imaginário mais plural, humano e real sobre pessoas negras na TV e no cinema.

Autoria

Victor Hugo

Trabalho desenvolvido pelo discente Victor Hugo Silva de Oliveira para a aula de Tópicos Especiais em Mídia Impressa

II, supervisão do Profº Pedro Henrique Conceição dos Santos, turma de 2024.02 do curso de Comunicação SocialJornalismo da Universidade Federal Fluminense - UFF.

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