PlasticoSul #138

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Editorial Divulgação

Expediente Conceitual - Publicações Segmentadas www.plasticosul.com.br Av. Ijuí, 280 CEP 90.460-200 - Bairro Petrópolis Porto Alegre - RS Fone/Fax: 51 3062.4569 Fone: 51 3062.7569 plasticosul@conceitualpress.com.br Direção: Sílvia Viale Silva Edição: Melina Gonçalves - DRT/RS nº 12.844 Redação: Brigida Sofia e Gilmar Bitencourt Consultor de Redação: Júlio Sortica Departamento Financeiro: Rosana Mandrácio Departamento Comercial: Débora Moreira e Magda Fernandes Design Gráfico & Criação Publicitária: José Francisco Alves (51 9941.5777) Capa: foto divulgação Plástico Sul é uma publicação da editora Conceitual - Publicações Segmentadas, destinada às indústrias produtoras de material plástico de 3ª, 2ª e 1ª geração petroquímica nos Estados da Região Sul e no Brasil, formadores de opinião, órgãos públicos pertinentes à área, entidades representativas, eventos, seminários, congressos, fóruns, exposições e imprensa em geral. Opiniões expressas em artigos assinados não correspondem necessariamente àquelas adotadas pela revista Plástico Sul. É permitida a reprodução de matérias publicadas desde que citada a fonte. Tiragem: 8.000 exemplares. Filiada à

ANATEC - Associação Nacional das Editoras de Publicações Técnicas, Dirigidas e Especializadas

De olho em 2013

A

deus ano velho. Encerramos mais um ano difícil para a cadeia produtiva do plástico, que exigiu grande perícia dos empresários do setor. O período foi caracterizado por vários acontecimentos econômicos internos e externos que afetaram diretamente as empresas no país. Em compensação, algumas medidas anunciadas pelo Governo geraram um clima de otimismo para 2013. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria do plástico (Abiplast), 2012 teve um fraco desempenho da produção industrial brasileira, principalmente no primeiro semestre do ano, afetando os resultados do setor de transformados plásticos. O crescimento foi retomado no segundo semestre, porém não foi suficiente para superar os números registrados em 2011, ficando 2% abaixo do fechamento do período anterior. Vários fatores contribuíram para este desempenho, entre eles, o aumento dos valores das resinas no país e o aumento da alíquota de importação das matérias-primas, como o polietileno. Além disso, a crise econômica internacional retraiu o consumo na Europa e tornou o Brasil um dos alvos dos grandes produtores internacionais. Dessa forma, a avalanche de produtos importados ampliou a concorrência com os transformados nacionais. Com o objetivo de socorrer o setor industrial do país, o Governo Federal editou várias medidas visando o fortalecimento da indústria brasileira, para enfrentar a concorrência dos produtos importados. O Plano Brasil Maior desonerou a folha de pagamentos de 15 setores, entre eles o plástico, entre outras medidas de incentivo a competitividade das empresas nacionais. O Governo também concedeu a redução de IPI para o setor automotivo e para produtos da linha branca, que se estenderam até o final do ano. Ainda como estímulo à indústria automotiva foi criado o Inovar Auto, que prevê desconto no IPI para montadoras que investirem em novas tecnologias e no aumento de peças nacionais nos veículos produzidos no país. A iniciativa começa a vigorar em 2013. Estas medidas não resolvem de vez a falta competitividade da indústria nacional, ocasionada por problemas como a alta carga tributária, mas representam um estímulo para o setor. O certo é que este novo cenário deixou otimistas os representantes do setor, que acreditam na retomada do crescimento da produção nacional de transformados plásticos em 2013. Outra tendência para o próximo ano é o aumento do consumo de plásticos de engenharia no mercado nacional. Estas resinas com grande aplicação na indústria automotiva do país avançam para outros setores. Uma das apostas é área de energia. Todos estes assuntos podem ser conferidos nesta edição da revista Plástico Sul, além de outras matérias, como a entrevista com Eduardo Tergolina sobre os 30 anos do Polo Petroquímico do Rio Grande do Sul. O engenheiro químico falou sobre a evolução do polo nestas três décadas e afirmou que o futuro do complexo petroquímico gaúcho passa pelo fortalecimento da indústria da terceira geração no estado. Boa leitura e que o ano de 2013 seja de grandes notícias para a cadeia produtiva do plástico.

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PLAST VIP

Eduardo Tergolina

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Marco histórico

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Eduardo Tergolina destaca a importância do polo de Triunfo para a indústria do plástico do estado e do Brasil e afirma que o futuro do complexo depende da integração da cadeia petroquímica e do fortalecimento do setor de transformação de plásticos do RS. DIVULGAÇÃO

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Polo Petroquímico de Triunfo completa 30 anos de atividades e representa um marco histórico para a indústria petroquímica gaúcha e brasileira. Foi o terceiro polo brasileiro e ainda hoje é considerado o mais moderno complexo de base nafta instalado no país. O empreendimento se caracterizou por garantir transferência de tecnologia dos processos, executar o detalhamento totalmente com a engenharia nacional e atingir um índice de nacionalização de 85% em materiais e equipamentos. Entre os principais aspectos do complexo petroquímico gaúcho, destaca-se a evolução da preocupação ambiental paralelamente à implantação das centrais petroquímicas, o que fez com que os cuidados com os sistemas de tratamento dos resíduos e com o meio ambiente em geral fossem crescendo junto com a implantação das empresas. Após três décadas de história, o polo hoje permanece importante para a economia gaúcha. Suas seis empresas instaladas – Innova, Oxiteno, Borealis, Braskem, White Martins e Lanxess – geram mais de seis mil empregos, e arrecadam R$ 1,4 bilhões em impostos por ano. É um dos maiores polos de produção de resinas termoplásticas do Brasil, atendendo a mercados como o automobilístico, de alimentos e eletrodoméstico. Para falar sobre a importância e contar um pouco da história polo do Rio Grande do Sul, a revista Plástico Sul entrevistou de EduardoTergolina, engenheiro químico gaúcho formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 1977. A carreira de Tergolina na área petroquímica tem um vínculo direto com o polo de Triunfo. O engenheiro que começou a sua atuação profissional na indústria de fertilizantes, no Complexo Industrial de Araucária, em 82 foi convidado para trabalhar na Copesul, acompanhando o início das atividades, a evolução e a reestruturação do complexo no estado. Atualmente é o diretor industrial de polietilenos no Brasil, da Braskem.

Na entrevista, Tergolina observa que o polo representou um grande avanço tecnológico para o estado na área química e que foi fundamental para o desenvolvimento da indústria da terceira geração no RS. Mas ele frisa que o setor de transformação de plásticos gaúcho não soube aproveitar o fato de ter um fornecedor de matéria-prima próximo, perdendo espaço para outros estados. De acordo com o entrevistado, grande parte das resinas termoplásticas produzidas no polo gaúcho é destinada para abastecer outras unidades da federação que concorrem com o RS. Neste sentido Tergolina é taxativo ao afirmar que o futuro do polo de Triunfo passa pelo fortalecimento da indústria da terceira geração no estado, ampliando a venda de transformados plásticos, ao invés de resinas, e consequentemente a geração de renda e de empregos. Revista Plástico Sul - O que representou para o RS a criação do Polo Petroquímico de Triunfo? Edurado Tergolina - Com o polo, o Rio Grande do Sul entrou em uma cadeia de produção industrial de alto conteúdo tecnológico. O estado tinha alguns setores

"Dos três pólos de nafta do país, o primeiro foi a antiga PQU, depois a Copene e o terceiro foi o do Sul, em 1982. Automaticamente, por ter sido o último a tecnologia relativa à sustentabilidade, na parte de tratamento ambiental do polo, é superior aos demais."

de destaque, como a produção primária, a parte de informática, a cadeia do aço, o segmento do couro, a indústria metalmecânica, que sempre foi muito forte em Caxias do Sul. Mas na parte de química a criação do polo foi uma ação pioneira no sentido de formar uma cadeia produtiva com elevado conteúdo tecnológico. Também teve o grande impacto na parte de arrecadação do estado. Além disso, permitiu a evolução de uma série de outras atividades industriais, que só seria possível a partir de uma central de matérias-primas. Plástico Sul - Como funcionava o setor petroquímico no estado antes do Polo? Tergolina - A petroquímica no Rio Grande do Sul era infinitamente menor e a indústria de transformação de resinas tinha que comprar matéria-prima dos dois crackers existentes, da Petroquímica União (PQU), de São Paulo, ou da Companhia Petroquímica do Nordeste (Copene), do polo de Camaçari (BA), que partiu um pouco antes do polo do Sul. Também importava alguma coisa de plantas de fora do Brasil, como de Bahia Blanca, na Argentina e dos Estados Unidos. Plástico Sul - No caso da indústria da ter- >>>> << Dezembro de 2012 < Plástico Sul < 7


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PLAST VIP Eduardo Tergolina

"Foi fundamental para o desenvolvimento desta indústria no estado. O fato de ter uma central perto de casa, com distâncias que em média não ultrapassam os 300 km, permitiu uma alavancagem e uma facilidade enorme para a indústria de transformação de plásticos." ceira geração, o que representou a instalação do polo petroquímico no estado? Tergolina - Foi fundamental para o desenvolvimento desta indústria no estado. O fato de ter uma central perto de casa, com distâncias que em média não ultrapassam os 300 km, permitiu uma alavancagem e uma facilidade enorme para a indústria de transformação de plásticos. Mas observamos que esta indústria ainda pode crescer muito mais. Ainda hoje, a maior parte da produção do Polo Petroquímico de Triunfo não fica retida no Rio Grande do Sul, continua indo para outros estados que se desenvolveram mais por uma série de outras razões, como incentivos, visões estratégicas, entre outras iniciativas. Sem dúvida antes do polo a indústria de transformação de plástico era bastante inferior. Plástico Sul - Quais os principais diferenciais do polo gaúcho frente aos outros polos petroquímicos do país? Tergolina - Do três pólos de nafta do país, o primeiro foi a antiga PQU, depois a Copene e o terceiro foi o do Sul, em 1982. Automaticamente, por ter sido o 8 > >Plástico 08 PlásticoSul Sul> >Dezembro Dezembrode de2012 2012>>>>

último a tecnologia na parte de sustentabilidade, na parte de tratamento ambiental do polo é superior aos demais. Além disso, apresenta um rendimento melhor na produção de produtos de monômeros e co-produtos. Também conta com melhor eficiência energética, que na época já era um fator importante para competitividade. Então é o polo de nafta mais moderno do Brasil. A parte de tratamento de efluentes recebeu as mais modernas tecnologias na época da sua criação. Atualmente outro diferencial é a planta da Braskem de eteno a partir do etanol, de fonte renovável, permitindo a produção anual de 200 mil toneladas de polietileno verde. O polo também tem esta visão sustentável, para abastecer os segmentos que têm como diferencial o apelo para a sustentabilidade. Além disso, foi instalado em um ponto geográfico estratégico, equidistante entre o centro de maior consumo que é São Paulo e de Buenos Aires, que já foi um grande consumidor da produção do polo de Triunfo e que está se fortalecendo novamente. Plástico Sul - Como o Sr. vê o fato do

Atuais instalações do complexo petroquímico do RS

Rio Grande do Sul não ter aproveitado as vantagens e os benefícios de ter a Refinaria Alberto Pasqualini e o polo de Triunfo para se tornar o segundo polo plástico do Brasil, perdendo esse posto para Santa Catarina? Tergolina - Santa Catarina tinha facilidades até pouco tempo das resinas incentivadas via porto de Itajaí, que acabou desenvolvendo a sua indústria de transformação, mais do que o Rio Grande do Sul, com isso ampliou o seu parque de transformação e acaba consumindo as resinas produzidas no polo do Sul. No Rio Grande do Sul não houve ainda esta estratégia de médio e longo prazo de se criar um centro de excelência em terceira geração e os produtos a juzantes, até chegar ao consumidor final. O Estado ainda não teve esta visão clara do potencial da cadeia até a ponta. Não adianta parar na segunda geração petroquímica. A maior geração de empregos e de renda ocorre através da instalação de empresas da terceira geração, criando incentivos para esta indústria. Isso geraria mais empregos e renda do que a venda de resinas. Não tenho índices atualizados, mas acredito que em média 15% das resinas produzidas no polo de Triunfo ficam no RS, o resto vai para outros estados. Santa Catarina antes ficava com 25% das resinas gaúchas, São Paulo com aproximadamente 35%. Plástico Sul - Quem poderia ter agido de forma diferente para o setor plástico gaúcho aproveitar melhor o polo de Triunfo: o Governo do Estado ou o setor industrial? Ou ambos? Tergolina - Certamente ambos. Já houve algumas tentativas. É preciso focar em algumas iniciativas, como a criação de uma zona incentivada para ampliar a comercialização dos transformados plásticos produzidos no estado. O polo do Sul é o mais moderno do país. Tem como matéria-prima a nafta, que não é a mais competitiva para a produção de polietileno, mais é a mais competente para a produção de outros produtos, além de eteno >>>>


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PLAST VIP Eduardo Tergolina

e propeno. Então acredito que teria que sentar à mesa o Governo do Estado, com as suas respectivas secretarias do setor, a Fiergs, os três sindicatos de transformação e a Braskem, para traçar um planejamento de longo prazo, visando ampliar a vendas dos transformados do estado. O objetivo é de não estancar na produção da 2ª geração e sair do estado em forma de resina, mas sim de produtos acabados. Acho que ainda dá tempo, estamos comemorando os 30 anos do pólo, nos próximos 30 deveríamos ter uma agenda da indústria privada e conjunto com o Governo estudual. Plástico Sul - Como o Sr. analisa a reestruturação do setor petroquímico nacional, tornando a Braskem a única produtora nacional de commodities? Tergolina - Foi um movimento inevitável, pois é um mercado globalizado. Indústria petroquímica mundial se consolidou, hoje tem seis ou sete empresas grandes. Mesmo assim estamos com grandes dificuldades de sobreviver, de competir com os grandes players mundiais. Então foi um movimento inevitável de consolidação no Brasil, unindo o útil ao agradável, ou seja, as outras empresas estavam querendo se desfazer do ativos, era um momento de mercado que ainda permitia uma boa rentabilidade na venda, e a Braskem, com sua visão de longo prazo, viu que poderia ser um consolidador das indústrias petroquímicas. E hoje é uma empresa forte que compete no 10 > Plástico Sul > Dezembro de 2012 >>

mercado mundial de igual para igual. Enfim foi uma necessidade imperativa frente ao mercado globalizado, pois na forma que era antes, com as empresas pulverizadas, não havia condições de competir no mercado. Plástico Sul - Qual o futuro do Pólo de Triunfo frente a acirrada concorrência nacional? Tergolina - O futuro passa boa parte pelo que eu te falei, de uma visão estratégica do Rio Grande do Sul de evoluir na cadeia, de transformar o RS forte em terceira geração, seguir na cadeia petroquímica, não só nas resinas, mas em todos os demais produtos do cracker do polo do Sul. O cracker de nafta tem uma produção variada, produz eteno, com polietileno na ponta, além de uma variedade de cadeias de outros produtos como poliestirenos, solventes, elastômeros, tintas, entre outros. Como exemplo, usando o modelo do polo da Bahia, que se diversificou mais e ampliou a sua cadeia petroquímica, com incentivos do estado, é necessário que todas as parte envolvidas, governo e iniciativa privada, projetem daqui para frente o aumento do parque de transformação, tornando o RS forte em terceira geração. Um cracker de nafta tem uma produção muito mais ampla, do que um cracker do Oriente Médio, por exemplo, que basicamente produzem polietilenos. Plástico Sul - O polo gaúcho, assim como as centrais petroquímicas mais

Especificação do Eteno do Polo de Triunfo, em dezembro de 1982

antigas, utilizam como matéria-prima fundamental a nafta, enquanto que as mais atuais aproveitam o gás natural, como ocorre nos Estados Unidos. Isso pode representar uma vantagem na produção de produtos especiais, como na cadeia de elastômeros? Tergolina - Sem dúvida. Como já te falei, uma cadeia a partir da nafta oferece uma produção mais variada. Tu podes entrar em cadeias além da de resinas plásticas. A grande vantagem é esta. A produção de polietileno de um cracker de nafta é mais cara do que um de gás, mas dentro dos polietilenos tem praticamente três famílias, baixa densidade, linear e de alta densidade e em algumas famílias tu podes começar a desenvolver produtos especiais, resinas mais complexas de serem produzidas, para poder remunerar um cracker que tem produtos mais variados. A Braskem, por exemplo, tem uma importante produção de especialidades, resinas com maior valor agregado, no polo de Triunfo. Isso falando em polietilenos, pois falando em polipropileno, um cracker de gás produz pouco propeno e não produz outros derivativos. Um cracker a partir de de shell gas ou de gás Xisto, não pode produzir esta diversidade de produtos que o de nafta de permite. Plástico Sul - Falando da importância do Polo para o setor plástico, o Sr. acredita que o curso superior de Tecnologia do Plástico da ULBRA no estado teria sido implantado se o Polo não existisse? Tergolina - Acho que seria bem mais difícil do curso e ser criado. Pois tem uma ligação direta. A indústria que consome plástico no Rio Grande do Sul, são na sua maioria empresas de médio e pequenos porte, que atendem a indústria moveleira de Bento Gonçalves, de metalmecânicas de Caxias do Sul e depois alguma coisa de transformação de embalagens para agricultura. E estas indústrias estão usando este técnicos e engenheiros de plásticos. O polo alavancou isso tudo. PS


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Plásticos de Engenharia

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Por Brigida Sofia

Eles são a nata do setor plástico. Mais elaborados, oferecem vantagens como maior resistência ao calor e ao impacto, têm maior durabilidade e permitem melhor acabamento aos produtos. Com tudo isso, claro que cobram um preço maior em relação às commodities. Os plásticos de engenharia já têm espaço importante na economia brasileira, com destaque no setor automotivo. Há, no entanto, muita área para crescer em 2013, inclusive no setor de energia, a preocupação do momento na agenda econômica.

Plásticos de engenharia

podem mais 14 > Plástico Sul > Dezembro de 2012 >>


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Ricardo Knecht, da Sabic, destaca que a empresa atua em vários setores

O

ano de 2012 poderia ter rendido mais em se tratando de plásticos de engenharia. Essa é a opinião majoritária dos executivos do setor em entrevista à Plástico Sul. Mas o ano poderia ser melhor em tudo quando se analisa a economia brasileira no período, as expectativas no início e a realidade no fechamento. De qualquer modo, uma notícia importante para a área de plásticos de engenharia, cujos resultados devem começar a aparecer em 2013, não pode ser desconsiderada: o Inovar Auto, novo regime automotivo brasileiro que prevê veículos mais econômicos, leves e sustentáveis e tem como forte aliado na busca destes quesitos os termoplásticos. O setor automotivo é um dos principais mercados dos plásticos de engenharia. Além do incentivo governamental, está diretamente ligado à ascensão econômica da Classe C, um movimento que não deve retroagir. Além dos automóveis, essa população passa a ter acesso a bens que eram impensáveis e gosta de escolher bem. Alguns estudiosos deste grupo descartam a ideia de que o preço é que define a compra: como não possuem renda para ficar repondo produtos que se mostram ruins, buscam peças de qualidade, que durem. Em relação aos empresários, um ponto a se vencer é o cultural. De olho no preço, muitos transformadores não pensam na questão custo benefício e não avançam em direção aos plásticos de engenharia. Apesar de uma visão não tão positiva em relação a 2012, cujos números ainda estão em fase de fechamento, os plásticos de engenharia cresceram em 2010 e 2011. Para Gelson Oliveira, da JR Oliveira, de Caxias do Sul (RS), em todas as áreas os plásticos de engenharia vem ocupando um espaço que antes era do vidro, do aço e do alumínio, e “muito ainda vai avançar, pois a cada dia se busca desenvolver peças com custo e peso menores para ter eficiência energética”, fala. Existem aplicações de sucesso nos setores automotivo, médico hospitalar, infra-estrutura, transporte e bens de

consumo. “É um caminho que a cada dia evolui e não tem mais retorno. A JR atua hoje com peças plásticas de engenharia principalmente na área da automação. Mas produz moldes também na área hospitalar, automotiva e eletrônica, entre outras de menor importância”, comenta. Ele diz que os produtos fabricados no Brasil são de alta tecnologia, pois existem moldes e materiais de engenharia de bom desenvolvimento técnico. “Os melhores mercados estão na linha automotiva e São Paulo é o carrossel pulsante onde os desenvolvimentos ocorrem com maior rapidez”, afirma. Neste sentido, pensa que os plásticos de engenharia têm um desenvolvimento maior que as commodities, pois na linha automobilística a ordem é reduzir peso e, consequentemente, consumo de energia. “Neste momento, as pesquisas de materiais híbridos são altamente buscadas”, ressalta.

Sabic vê boas oportunidades

A Sabic está presente nos setores automotivo, médico-hospitalar, infraestrutura, transporte e bens de consumo. Na indústria automotiva, atualmente valida novas tecnologias, como um volante que utiliza ETP, aplicações estruturais e substituição de metal, como por exemplo, pára-lamas. Na área de saúde, as resinas estão presentes em bandejas de esterilização, cadeiras e luzes. A resina LEXANTM foi selecionada para um oxigenador de membrana, devido ao fato de sua resistência ao impac-

to ajudar a reduzir as quebras e sua processabilidade, os tempos de ciclo. Em infraestrutura, seus clientes buscam soluções para arquibancada, telhados e fachadas e passarelas cobertas, entre outras aplicações. Recentemente, a Sabic anunciou a disponibilidade do painel LEXANTM BIPV para aplicações de revestimento, coberturas e vidros. Esta tecnologia é de fácil instalação e traz liberdade de design, além de isolamento térmico, combinando resistência, leveza e transparência. “Além disso, algumas empresas de distribuição de água estão agora permitindo licitações que incluam o uso de plástico, por isso vemos muitas oportunidades para substituir caixas de metal com plásticos de alto desempenho. Os potenciais benefícios são que os contadores serão mais leves, têm uma resistência UV forte e, por não serem de metal, não vão corroer”, diz Ricardo Knecht, gerente geral da SABIC’s Innovative Plastics Business, América do Sul. Na área de iluminação, a Sabic oferece a fabricantes de LED um extenso portfólio de resinas especiais e compostos aliado ao conhecimento tecnológico e cultura colaborativa. Em comparação com os materiais convencionais de silicone, vidro ou metal, materiais termoplásticos de engenharia introduzem liberdade de design através menor peso, melhores propriedades mecânicas, o aprimoramento estético e menos operações secundárias. São benefícios a transparência, resistência à cha- >>>> << Dezembro de 2012 < Plástico Sul < 15


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Plásticos de Engenharia

ma, ao calor, raios UV e intempéries e ao impacto, condutividade térmica e elétrica e “moldabilidade excelente e alta refletividade”, destaca Knecht. Já no segmento de transportes, tem uma importante atuação junto a caminhões pesados, com destaque para aplicações na Volvo Trucks. As resinas da Sabic também compõem vários bens de consumo, em partes internas ou externas. “Um mercado emergente importante é o de petróleo e gás. Essa indústria exige um material de performance crescente, qualidade e relacionamentos leais e de longo prazo com fornecedores”, comenta Knecht. Alguns dos principais requisitos são a capacidade de resistir a ambientes agressivos, exposição a produtos químicos, corrosão, alta tensão e uma vasta gama de temperaturas.

Boas perspectivas

Ricardo Knecht destaca a produção industrial negativa no Brasil em 2012 e o crescimento significativo da importação de peças acabadas como fatos que impactaram a demanda de ETP no período. Mas diz que com os investimentos que estão sendo feitos para melhorar a infraestrutura, impulsionada pelo crescimento da renda e pelos próximos eventos esportivos internacionais, também há muitas tendências que estão ajudando a expandir o uso dos ETPs. No setor automotivo, a redução de peso. Além de componentes do corpo, os clientes buscam aplicações sob o capô 16 > Plástico Sul > Dezembro de 2012 >>

e substituição do vidro. No setor da saúde, a crescente demanda dos consumidores por maiores cuidados traz a necessidade de dispositivos de alta qualidade. Há um foco maior na miniaturização, portabilidade e maior apelo estético; parede fina, soluções leves e materiais que proporcionam rigidez e resistência ao impacto sem peso, bem como resistência à chama. “Como este mercado cresce na região, esperamos também ter regulamentações mais rigorosas e uma demanda crescente por produtos de alta qualidade", diz Knecht. No geral, ele espera que a produção industrial cresça, o que irá beneficiar todos os que trabalham com ETP. “Especialmente aqueles que fizeram um bom trabalho ao servir os seus clientes em 2012”, comenta o gerente. “Matérias-primas ainda são um grande ponto de interrogação: por causa da dinâmica global, os custos das matérias-primas continuam a subir”, afirma. Sobre a região Sul, especificamente, Knecht diz que “o Sul tem transformadores de alta qualidade e uma força de trabalho forte. Estes são ativos para a indústria de plásticos brasileira em geral”.

Rhodia destaca novas aplicações

Os plásticos de engenharia são empregados principalmente na produção de autopeças e partes automotivas, substituindo com vantagens de desempenho técnico e de custos diversos metais. Esse

Mercado automotivo é o principal destino das poliamidas da Rhodia

é um segmento em expansão, à medida em que há necessidade de novos materiais que contribuam para o desenvolvimento de veículos mais sustentáveis, que ajudem a reduzir emissões, mas que mantenham desempenho e design do agrado dos consumidores, afirma a Rhodia. A empresa trabalha com estes produtos no Brasil há 60 anos. “A redução de peso, visando à incorporação de novos componentes e acessórios é o motor deste desenvolvimento”, diz o diretor da Rhodia Plásticos de Engenharia Américas, Marcos Curti. “Nosso principal mercado é o automotivo, que concentra a maior parte de nossas vendas de plásticos de engenharia de poliamida, em torno de 70%”, explica o executivo. Os outros mercados em que a empresa atua são o eletroeletrônicos e de bens industriais de consumo. Há o surgimento de aplicações mais especificas nos segmentos de óleo e gás e mineração. Em relação a 2012, Curti diz que o período foi estável em relação a 2011, com pequena queda em segmentos não ligados à indústria automotiva. Para 2013, acredita em um crescimento de 3 a 4%, mas a redução da produção industrial brasileira é um ponto de atenção. “Do ponto de vista do mercado de plásticos de engenharia, trabalhamos com perspectivas de crescimento um pouco acima do PIB previsto. Mas há absoluta necessidade de crescimento da atividade industrial”, reforça. Segundo o diretor, o mercado brasileiro representa em torno de 6% do mercado mundial de plásticos de engenharia e a tendência é de avanço no segmento automotivo, com a introdução de novos plásticos de engenharia para aplicações de alto desempenho, em especial em autopeças sob o capô e outras partes estruturais dos veículos. São desenvolvimentos em que a Rhodia vem trabalhando forte em seus laboratórios e centros de pesquisas internacionais. Os últimos lançamentos no Brasil foram as poliamidas de base vegetal (poliamida 6.10, a partir de óleo de mamona) >>>>


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Plásticos de Engenharia e a poliamida reciclada. Os dois produtos, comercializados sob a marca principal Technyl, já estão sendo utilizados pelos transformadores e produtores de autopeças. Ele não demonstra grande preocupação em relação às commodities, que estão ficando mais elaboradas e se mostram concorrentes em algumas aplicações que não exigem tanta resistência a calor e impacto. “Notamos que os produtores de commodities na área de plásticos estão se movimentando. Há alguns desenvolvimentos, mas o principal fator continua sendo o de custos. Nas aplicações em que há exigências de desempenho técnico, os plásticos de engenharia da Rhodia tendem a crescer nos próximos anos”, garante Curtis.

Basf vê potencial em telecomunicações

O principal mercado em que a BASF atua com plásticos de engenharia também é o automotivo. Além desse, há aplicações em cabo ótico e eletroeletrônico. O coordenador de negócios de plásticos de engenharia para a América do Sul, Luiz Roxo, avalia que em 2012 o mercado teve, de modo geral, uma leve retraída, parte da causa está relacionada à crise mundial que afetou todos os segmentos – alguns com mais intensidade do que outros. Apesar de não ter dados precisos que comparem o mercado de plásticos de engenharia entre o Brasil e os outros países, ele diz que é possível afirmar que haverá um grande avanço em cabo ótico. “Nessa aplicação, os volumes de material polimérico empregados no Brasil totalizam aproximadamente o dobro em relação ao que é utilizado aos EUA para o caso do PBT. Além disso, é esperado um aumento no volume de material polimérico utilizado no Brasil devido à instalação de várias montadoras nos próximos anos”, afirma. Para 2013, as perspectivas são positivas para a demanda interna, mesmo com o desempenho retraído do país no ano de 2012. “O fortalecimento das camadas sociais do Brasil e a exigência do consumidor por produtos de melhor qualidade são fatores que levam o Brasil a se tornar um país atrativo para alguns segmentos, como montadoras de veículos e telecomunicações. É justamente nesse último setor que se dá o destaque para a fibra ótica”, explica. Assim, é esperado expansão dos negócios para 18 > Plástico Sul > Dezembro de 2012 >>

Luiz Roxo, da Basf, comenta que a crise internacional colaborou para a retração do mercado

vamente estável nos três principais polos econômicos mundiais, o que reforça esta visão. Mais que isso, o ano de 2013 marca os 60 anos da invenção do policarbonato, uma invenção da Bayer que nos deixa muito orgulhosos”, afirma Sohler.

Innova aposta na ABS

2013, principalmente nos segmentos onde já existe forte atuação dos plásticos de engenharia. Na Região Sul, destaca a importância para o setor de plásticos de engenharia a fábrica da BMW em Santa Catarina.

Bayer apresenta mix diversificado

Os plásticos de engenharia da Bayer estão em vários setores com produtos diferenciados. Como o automotivo, alimentício, médico, eletroeletrônico, construção civil, equipamento de segurança e na área de mídias digitais. Neste sentido, Luis Carlos Sohler, Head da Unidade de Negócios Policarbonatos para a América Latina da Bayer diz que, em geral, a comercialização de policarbonato cresce ao longo dos anos uma vez que o material vem cada vez mais substituindo materiais tradicionais como aço e vidro. “O desempenho do mercado em 2012 foi bom, considerando-se o baixo crescimento do PIB brasileiro”, avalia. Para Sohler, o processo natural de escolha do mercado prioriza as commodities devido a seus custos, entretanto, devido às excelentes características de resistência mecânica e térmica, o policarbonato cada vez mais se apresenta como uma solução mais eficaz de acordo com certos pré-requisitos. O executivo fala que devido as atuais condições macroeconômicas mundiais e com a iminência dos grandes eventos esportivos previstos para os próximos anos no Brasil, a Bayer Material Science tem uma visão otimista para 2013. “Vemos hoje uma condição econômica relati-

A Innova participa do mercado de plásticos de engenharia com a revenda da resina ABS, desde 2008. Ela está presente em calçados, chapas para o setor automotivo, construção civil, peças cromadas, brinquedos. A Innova informa que manteve a participação de mercado em 2012, apesar da instabilidade de alguns setores específicos, como calçados e linha pesada. Mas prevê um aumento da demanda por ABS e demais plásticos de engenharia, devido a ascensão da classe média brasileira. Dessa forma, a companhia acredita no crescimento da demanda nos setores automotivos, de eletroeletrônicos, da linha branca e da construção civil. “Também existe o apelo ecológico e a substituição de outras matérias primas, como aço e alumínio”, acrecenta. A Innova, empresa controlada integralmente pela Petrobras é líder do mercado brasileiro de estirênicos. Com três plantas industriais instaladas no Pólo Petroquímico de Triunfo (RS), é a primeira e única companhia brasileira a integrar, em uma mesma localização, a produção de etilbenzeno, monômero de estireno e de poliestireno. Tem capacidade para produzir anualmente 680 mil toneladas de produtos petroquímicos.

Nova Trigo destaca construção civil

Um campo com bom espaço para crescer é o da construção civil, um mercado que, apesar de algumas derrapadas, em relação à entrega e inadimplência, é amplo, pois sabe-se do grande déficit de moradia no Brasil. “Existe uma forte tendência de plásticos de engenharia e compostos especiais no mercado de construção civil em aplicações mais ecológicas


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do que o uso de madeira por exemplo”, diz o gerente de vendas e marketing da Nova Trigo Plásticos de Engenharia, Carlos Benedetti Jr. A empresa trabalha há 10 anos especificamente com plásticos de engenharia e possui uma equipe especializada e focada nestas resinas, onde destacam-se as Poliamidas 6 e 6.6, tanto naturais como compostos com fibra de vidro, micro esferas, cargas minerais e etc, além do ABS, PBT e Poliacetal. O desempenho em 2012 superou as expectativas da companhia. “Crescemos muito, fortalecendo nossas parceiras. Crescemos quase três dígitos em relação a 2011. Esperamos em 2013 continuar crescendo na casa de dois dígitos, temos a plena certeza que o trabalho que fizemos em 2012 será consolidado em 2013”, diz Benedetti. A região Sul, especificamente o Rio Grande do Sul, é estratégica para a Nova Trigo, tanto que a empresa mantém dois representantes aqui. Para Benedetti, o Brasil em relação ao mundo avança muito em plásticos de engenharia. “Ainda hoje importamos alguns grades bem específicos ainda não desenvolvidos no Brasil, mas trabalhamos fortemente com a nacionalização dos mesmos”, comenta o gerente. Ele fala que a concorrência com o PP é uma realidade, pelo fator preço, mas que é necessário sempre analisar o custo final do produto. “Algumas aditivações em commodities precisam ser mais carregadas com os preços chegando bem perto dos plásticos de engenharia”, ressalta.

A Basf também tem forte presença no segmento de eletroeletrônicos

DSM prevê segundo semestre melhor

O vice-presidente da DSM Engineering Plastics Latin America, Andrea Serturini, diz que o ano de 2012 foi abaixo das expectativas, mas que a tendência é de crescimento devido à uma dinâmica econômica mais ativa, especialmente no segundo semestre de 2013. “A DSM investe muito em novas tecnologias de aplicação que melhoram a produtividade, desempenho e qualidade dos plásticos de engenharia. Nós agregamos valor às aplicações com materiais diferenciais tais como: Stanyl (PA 4.6), High Flow (materiais que facilitam o processo de injeção reduzindo ciclos de processo e resistente à altas temperaturas, Akulon (PA 6) Ultraflow (facilita o processo de injeção e redução das espessuras das paredes do produto injetado), Arnite (PET) XT (para peças injetadas com alto requisito de precisão dimensional)”, afirma o executivo. Serturini destaca que a sustentabilidade é um dos pilares da DSM, por isso a empresa oferece materiais verdes que provém de fontes renováveis como por exemplo o EcoPaxx, que é uma poliamida 6 produzida com 70% de óleo de mamona, e o Arnitel Eco, que é um copoliéster elas- >>>> << Dezembro de 2012 < Plástico Sul < 19


Sustentabilidade é um dos pilares da DSM, comenta Andrea Serturini

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Plásticos de Engenharia

tomérico produzido com aproximadamente 40% de óleo de canola. A DSM, empresa global focada em pesquisa e desenvolvimento nas áreas de saúde, nutrição e materiais participa do mercado de plástico de engenharias nos setores automotivo, eletroeletrônico, embalagem, entre outros.

Distribuidores se dividem

Para Fernando Caribé, da Sasil, o ano de 2012 poderia ser melhor. Mas não há espaço para pessimismo. “Os plásticos de engenharia estão presentes em produtos de maior valor agregado com exigência do seu desempenho técnico. Esse mercado ainda é pequeno no Brasil e muitos produtos já vem manufaturados de fora. À medida que o mercado consumidor aumentar o seu poder de compra, teremos crescimentos significativos da participação dos plásticos de engenharia”, diz. Apesar do preço ser um fator importante na hora da decisão para o transformador brasileiro, Caribé destaca que os clientes que transformam plástico de engenharia atuam para o segmento industrial: montadoras de automóveis, eletro eletrônicos, eletrodomésticos, telefonia; segmentos que possuem uma especificação definida, portanto, pagam e reconhecem o valor da resina. Ele fala que a região Sul sempre buscou inovação e para isso o plástico de engenharia atende muito bem as exigências, o setor calçadista utiliza muito e o destaque é para o segmento de utilidades domésticas de primeira linha, que exportam para todo o mundo, destaca o distribuidor. Miguel Rösler, da APTA Resinas, de São Leopoldo (RS), diz que o setor automotivo, principal consumidor de plásticos de engenharia e beneficiado pelas ações de incentivo do governo, impulsionou o segmento no país em 2012. “Contemplamos um bom desempenho, de crescimento e consolidação de parcerias”, avalia. Mas ele concorda que o consumo ainda é incipiente com relação aos países mais desenvolvidos e destaca que há bastante espaço para 20 > Plástico Sul > Dezembro de 2012 >>

crescimento, já que o segmento automotivo no Brasil segue a tendência acelerada dos países desenvolvidos na migração do metal para o termoplástico. “O trabalho de desenvolvimento dentro das montadoras está sendo realizado continuamente, o que é fundamental para possibilitar o avanço desejado”, diz. O distribuidor comenta que os plásticos de engenharia são bem aceitos no mercado, mas é a necessidade de homologação que impulsiona a sua utilização. Conforme Rösler, a questão do custo/benefício é benéfica para as empresas, pois é um mercado em que se agrega valor. “A Região Sul tem potencial para maior crescimento. Faz-se necessário uma proximidade maior do governo com o setor, no sentido de buscar e aplicar medidas para alavancar a região.”, afirma. Para a Polyfast Polímeros, que atua na comercialização do polímeros de engenharia desde 2002, a região Sul continua estagnada em relação a utilização dos plásticos de engenharia, devido à falta de investimento, custo da mão de obra, entre outros fatores. Segundo o representante da empresa, Wagner Coentro, a participação deste tipo de produto no Brasil ainda é bem inferior aos países desenvolvidos, existe espaço para crescimento. “O desempenho em 2012 ficou ligeiramente inferior, ao redor de 2,0% em relação a 2011. No período de 2011/2010 o crescimento foi ao redor de 6,0%”, comenta. Ele acredita que os plásticos de enge-

nharia de uma maneira geral não são bem vistos pela maioria dos transformadores, por não considerarem o aspecto de custo/ beneficio em uma negociação. “A preocupação principal é com o preço. Não é levado em consideração o custo do processo, a qualidade”, explica Coentro. Para a Ravago do Brasil, os plásticos de engenharia vêm crescendo desde o início de sua atuação na região, em 2007, em dois dígitos todos os anos. E que em 2012 a situação não será diferente. “O mercado brasileiro, também acompanha a tendência mundial, mostrando crescimento no ETP, não somente pelo crescimento do nosso mercado, principalmente o automobilístico, mas também pela natural necessidade de produtos mais duráveis, de maior performance, menor peso, e com menor consumo de energia”, diz o representante da empresa, Pedro Machion. Ele comenta que o ETP vem substituindo materiais tradicionais, principalmente o metal. Acrescenta que esta tendência deve continuar ainda por muitos anos, devido às suas características, além do desenvolvimento constante de novos grades, mais específicos para cada aplicação. Sem contar a flexibilidade do produto e na facilidade de adaptação às novas exigências do mercado. “Ainda temos muito espaço para o crescimento, não necessariamente pelo acompanhamento do crescimento dos mercados, mas pela sua utilização em novas peças e aplicações”, destaca Machion.


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Nesse ponto, as blendas e alloys que fazem parte dos ETP’s, terão uma atenção especial dado à flexibilidade de atender a características de desempenho bem especificas para cada aplicação.

Como o Brasil conta com grandes empresas globais, é natural que o mercado receba aplicações que estão sendo desenvolvidas fora do país em lugares de maior desenvolvimento tecnológico. “A indústria

Wagner Coentro, da Polyfast, observa que os transformadores ainda priorizam o preço das resinas

automobilística é uma delas, e a principal consumidora dos ETP’s, que pela sua globalização vai continuar esse processo. Nos países desenvolvidos, claro que esse crescimento será reduzido e até negativo em função da crise econômica, mas o futuro sempre tenderá a materiais mais leves e de maior desempenho”, afirma Machion. Para Machion os transformadores brasileiros ainda buscam mais o produto pelo custo e não pelo custo/beneficio. Ele acredita que a única forma de evitar isso é através da introdução de normas e especificações rígidas de desempenho, o que já é bem difundido nas indústrias automobilística e eletroeletrônica. “Entretanto já estamos sentindo essa modificação de comportamento e hoje com certeza já estamos num estágio bem mais avançado em termos >>>>

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Plásticos de Engenharia dessa percepção do que éramos há 10/15 anos e deveremos continuar nessa direção até por que há uma crescente pressão do mercado consumidor”, afirma. Neste ponto, o executivo vê um diferencial na Região Sul. “É bem mais focada nessa questão de desempenho de materiais, pelo grau de maior exigência de seus consumidores, tendo assim uma contribuição muito forte para atingirmos patamares de primeiro mundo”, diz.

Novas exigências do consumidor

A ascensão da Classe Média brasileira e seu grande consumo já é assunto batido. O setor de plásticos, naturalmente, ganha muito com isso, seja em produto ou mesmo em embalagens. No que diz respeito a plásticos de engenharia, há boas perspectivas, especialmente em função dos automóveis e da linha branca, ligados diretamente aos desejos e necessidades desses novos clientes. Além disso, há a perspectiva de maior exigência do consumidor em relação à qualidade dos produtos de modo geral. Veja a opinião dos executivos sobre isso: Para Marcos Curti, da Rhodia, os plásticos de engenharia acompanham o crescimento do consumo, particularmente no segmento automotivo. Os veículos tendem a ficar mais sofisticados, o que trará novas aplicações a este segmento. Ricardo Knecht, da SABIC fala da classe média em ascensão e estima que este público deve chegar a 143 milhões de pessoas, ou 73% da população do Brasil até 2014. Segundo ele, a classe média ascendente cria novas demandas de bens de consumo e eletrônicos, saúde e outros serviços, como bancos, habitação de qualidade superior e automóveis. “Quase todos (estes ítens) requerem algum elemento de uma solução de engenharia termoplástica”, destaca. Acrescenta ainda que muitos usam commodities e ETP. “A classe média em ascensão também tem impulsionado a expansão contínua do mercado automotivo. Vemos uma série longa, previsão de produzir 3,6 milhões de unidades em 2014 no Brasil, acima dos 3,1 milhões de unidades em 2011”, comenta. Knecht salienta que a América do Sul é o 22 > Plástico Sul > Dezembro de 2012 >>

quarto maior mercado de vendas de automóveis e o sexto maior produtor e há um investimento previsto de mais de $ 26 bilhões entre 2010 e 2015. Luiz Roxo, da Basf, confirma o aumento do consumo dos plásticos de engenharia. Como exemplo cita a utilização na indústria automotiva, na qual a demanda por material polimérico de alto desempenho vem crescendo. “Além disso, há mais espaço no mercado para os plásticos de engenharia devido à própria exigência da população por produtos de melhor qualidade e acabamento superficial, durabilidade e vantagens práticas e sustentáveis, o plástico consome menos energia para processamento quando comparado ao metal e a facilidade de obtenção de formas e designs é maior ”, salienta. Carlos Benedetti Jr, da Nova Trigo, observa que cresce o consumo dos plásticos a medida que os mercados crescem como um todo, “acredito que não na mesma proporção, mas existe um crescimento natural à medida em que se vende mais eletroeletrônicos, veículos, alimentos e também em plásticos de engenharia.” Andrea Serturini, da DSM, fala que a ascensão da classe média fez com que estas pessoas possam ter acesso a bens de consumo que antes não tinham. “Principalmente nos segmentos eletroeletrônico, aparelhos para a sua casa e automotivo (carro, moto). Nossos materiais se encaixam nessa cadeia produtiva”, comenta.

Pedro Machion, da Ravago, prevê o crescimento dos ETP’s

Miguel Rösler, da APTA, explica que existe um mercado muito acirrado e muito disputado. “À medida em que temos a ascensão de uma classe, que passa a ter poder aquisitivo de compra de produtos que privilegiam a utilização de materiais de engenharia, isto contribui diretamente para o consumo de produtos de maior valor agregado”. Wagner Coentro, da Polyfast, comenta que os plásticos de engenharia também foram beneficiados com a ascensão da classe média brasileira e aumento de poder aquisitivo, visto o aumento crescente da produção de veículos, pelo menos até 2011, e da indústria de produtos da linha branca, grande usuária desses plásticos. “Com a nova política industrial automobilística, onde a produção local tende a ser beneficiada (segmento de autopeças), esperamos um crescimento ao redor de 5 a 8,0% ao ano”, prevê. Pedro Machion, da Ravago, diz que a ascensão da classe média, sem dúvida, trará benefícios a todos os materiais, mas em especial aqueles que oferecerem melhor custo/benefício, na medida que essa ascensão exigirá produtos de melhor desempenho com menor custo, onde os ETP’s se encaixam melhor em relação às commodities. Fernando Caribé, da Sasil, fala que à medida em que o consumidor aumenta o seu poder de consumo, uma parte dessa classe vai consumir produtos de melhor design e desempenho. Luis Carlos Sohler, da Bayer, salienta que o consumo per capita de policarbonato ainda é pequeno no Brasil, na comparação com regiões desenvolvidas. “A Bayer acredita que os policarbonatos podem crescer duas vezes o crescimento do PIB por anos seguidos, como já demonstrado historicamente”, salienta.

Copa e Olimpíadas não estimulam o setor

Todos os setores econômicos avaliam as mudanças que a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos trazem ao Brasil. Em rela-


ção a plásticos de engenharia, no entanto, não há grande empolgação. “Para o setor de plásticos, em especial plásticos de engenharia, houve uma pequena percepção de vantagens em relação à realização desses mega eventos no Brasil”, observa Luiz Roxo, da BASF. Andrea Serturini, da DSM, diz que a empresa teve algumas pesquisas com relação à matéria-prima para a produção de bancos para estádios. “De uma forma geral, a demanda de todos os setores onde encaixa os plásticos de engenharia serão beneficiados com estes eventos de grande porte”, comenta. “Ainda não temos nada relevante a informar nesse sentido. A construção civil é também um importante consumidor de plásticos de engenharia, principalmente em peças elétricas e componentes de amarração”, avalia Marcos Curti, diretor da Rhodia. Gelson Oliveira, da JR Oliveira, diz que por enquanto não houve alteração nas vendas de peças plásticas para os eventos que o Brasil vai sediar, “não temos alteração nenhuma até o momen-

to”. Esta também é a opinião de Fernando Caribe, da Sasil. “Por enquanto, nenhum efeito”, comenta. Wagner Coentro, da Polyfast, acredita que a Copa e Olimpíadas trarão algum crescimento para determinados tipos de plásticos de engenharia, como o PC, mas com impacto bem inferior às resinas commodities. Esta é a mesma opinião de Miguel Rösler, da Apta Resinas: “O mercado de commodities é o mais privilegiado e irá se beneficiar com os investimentos para a Copa e Olímpiadas em larga escala. Os plásticos de engenharia também terão o seu lugar, mas em uma escala menor. Há espaço e sem dúvida será benéfico para o setor”, salienta. Para Pedro Machion, da Ravago, os eventos trarão a necessidade de adaptação dos nossos espaços aos níveis internacionais, atraindo especificações e necessidades de produtos de maior desempenho. “O grande exemplo disso é a necessidade das cadeiras dos novos estádios terem maior resistência mecânica,

resistência a raios UV e anti –chama, exigência essa até então não contemplada. Com isso a introdução de resinas com essas características fará o mercado desenvolver novas produtos e blendas para atender a essas exigências”, afirma. Luis Carlos Sohler, da Bayer, também tem uma visão mais positiva, destacando que os mega eventos que serão realizados a curto prazo no país trazem uma grande oportunidade de expansão das aplicações, em especial nas áreas de transporte/mobilidade e infraestrutura. “Os grandes eventos previstos para o Brasil vêm proporcionando um crescimento de mercado e vendas, que deve continuar nos próximos anos, principalmente nos setores de eletroeletrônicos, construção civil (com a construção de estádios), toda a parte de dispositivos elétricos para obras como o Programa Minha Casa, Minha Vida, além de obras de mobilidade urbana e também no setor automotivo, que já vem registrando recordes de vendas”, afirma. PS

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Tendências

& MercadosOtimização

Menos custos

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com mais qualidade

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Cadeia produtiva do plástico está investindo em soluções e equipamentos para diminuir os gastos com a produção sem alterar a qualidade do produto final.


Resinas Maxio da Braskem prometem melhor desempenho para vários setores, como o de brinquedos

FOTOS: DIVULGAÇÃO

"Consumir menos energia é um grande benefício ambiental, doméstico e empresarial. Projetos e técnicas que atendam a esta demanda são sempre muito bem-vindos."

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eduzir custos é uma ideia permanente na cabeça de qualquer empresário. Os mais experientes, no entanto, sabem que de nada adianta fazê-lo se junto com o preço decair a qualidade dos produtos. Nesse caminho, só existe um final: cliente insatisfeito. Por isso, no setor plástico, os fornecedores de matéria-prima criam produtos que permitam aos transformadores usar menos material, acelerar e até eliminar etapas dos processos, enquanto estes investem em projetos e técnicas que pesem menos no bolso, como redução do consumo de energia e substituição de materiais, mas apresentem resultados iguais ou mesmo melhores. A Braskem, por exemplo, lançou no segundo semestre de 2012 um selo para as resinas que maximizam a competitividade de seus clientes e contribuem ao desenvolvimento sustentável, outra exigência dos mercados. “A família Braskem Maxio® identifica as resinas, dentro do seu portfólio, que oferecem melhor desempenho em suas aplicações por meio da possibilidade de redução de custos de produção, por consequência da maior eficiência, e que proporcionam ganhos ambientais reduzindo o impacto no processo de transformação”, explica o coordenador de Marketing PP da Braskem, Marcus Trisotto.

Ele comenta que isso é possível graças à evolução contínua das resinas, preservando ou melhorando propriedades mecânicas, químicas e óticas de produtos acabados. Inicialmente, 11 resinas de polipropileno e EVA farão parte desta família, algumas já são comercializadas, com as seguintes melhorias: redução do consumo de energia, processamento a temperaturas mais baixas, aumento de produtividade na transformação, redução no ciclo produtivo e até eliminação de etapas produtivas. Além da redução de peso e no uso de matéria-prima com a manutenção das propriedades estabelecidas para o produto final. “Estamos comercializando com clientes de Injeção (utilidades domésticas, po-

tes e tampas, brinquedos, eletrodomésticos, etc.) e de Calçados por todo o Brasil. Já vendemos mais de 40.000 toneladas de resinas que possuem o selo Maxio® no país desde as melhorias feitas em nosso portfólio”, revela Trisotto. O executivo ressalta que o retorno tem sido muito bom. Ele fala que a Braskem tem auxiliado diversos clientes a alcançarem ganhos através da Engenharia de Aplicação. “Conforme demonstramos estes ganhos, eles imediatamente alteram suas condições de processo para condições de maior competitividade, através de menor gasto de energia pela redução de temperatura, aumento da produtividade ou ambos”, garante. Trisotto reafirma que o foco do Selo >>>> << Dezembro de 2012 < Plástico Sul < 25


& MercadosOtimização

Maxio® é competitividade alinhada à sustentabilidade. Com a redução de temperatura e maior produtividade, o cliente reduz custos industriais (maior competitividade), utiliza menos recursos naturais vinculados ao processo (menos energia para aquecimento de máquinas, trocadores de calor, etc.) e até elimina etapas de produção agressivas ao meio ambiente (como a eliminação da emissão de ozônio na cura de solados). “Sobre qualidade de produto, não há perda, até o contrário, em vários casos é superior à versão anterior, seja em propriedades mecânicas, aspecto visual (peças transparentes) ou maior qualidade na colagem de solados no produto final, por exemplo”, explica. Acrescenta ainda que estão previstos mais dois lançamentos para o início de 2013, nos segmentos de ráfia e descartáveis.

Investindo para consumir menos energia - Consumir menos energia é

um grande benefício ambiental, doméstico e empresarial. Projetos e técnicas que aten-

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Tigre vai investir na redução do consumo de energia, destaca Rogério Kohntopp

dam a esta demanda são sempre muito bem-vindos. Pois a Tigre, multinacional brasileira líder na fabricação de tubos, conexões e acessórios no país, investirá R$ 5,9 milhões em 2013 para implementar um projeto que visa a redução do consumo de energia elétrica na unidade fabril em Joinville (SC) e melhor performance na produção. A economia prevista é de 5 mil MWh por ano, 10,54% do consumo anual. Quatro equipamentos de grande porte serão substituídos e outros 80 sofrerão alterações tecnológicas. Todos fazem parte do parque fabril de tubos e conexões da Tigre e serão encaminhados para reciclagem pela própria empresa. As mudanças não vão interferir no volume de entrega do processo de produção, algo importante a destacar. “Transformamos cerca de 50 mil toneladas/ ano nessa unidade e, com essa renovação,

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Tendências

vamos conseguir diminuir nossos custos e aumentar a competitividade”, afirma o diretor corporativo de tecnologia e qualidade da Tigre, Rogério Kohntopp. O projeto, financiado pela Centrais Elétricas de Santa Catarina (CELESC), foi escolhido em primeiro lugar no estado, por meio da ação Indústria + Eficiente, que incentiva a indústria para investir em programas de eficiência energética. Kohntopp diz que está muito satisfeito pelo fato do projeto ter sido selecionado com uma nota alta seguindo os critérios da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e porque dará continuidade e fortalecerá os programas de redução de consumo de energia da Tigre, iniciados em 2011. Uma das metas é diminuir a demanda em cerca de 600 kW no horário de pico do uso da energia. Já em 2011, a Tigre estabeleceu um plano de renovação tecnológica com o objetivo de reduzir o consumo de energia em suas plantas no Brasil. Um dos projetos foi desenvolvido em parceria com a WEG, fabricante de equipamentos eletroeletrônicos, para substituir 318 motores convencionais pelos de alto rendimento (W22 Premium). A empresa conseguiu reduzir uma média de 5,8% do consumo de energia em cada máquina alterada. Esse trabalho foi finalizado em 2012 e a economia esperada é de aproximadamente R$ 450 mil por ano. Em 2010, a Tigre finalizou outro projeto que envolvia a alteração do sistema de resfriamento do processo produtivo de inje- >>>>


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& MercadosOtimização

Caixa da bobina com diâmetro de dois pés da BritePointe, feita com resina Cycoloy C6600, da Sabic

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ção, onde também se aproveitou a oportunidade para a instalação de torres de resfriamento secas no lugar de antigos chillers, o que diminuiu também o consumo de água. A economia anual dimensionada é de 1,5 milhão de quilowatts e 38.880 m³ de água.

Iluminação por LED - Ainda falando sobre iluminação, o plástico se mostra um bom aliado às lâmpadas LED. Em 2012, a Unidade de negócios Innovative Plastics da Sabic anunciou uma parceria com a BritePointe, da Califórnia (Eua), fabricante pioneiro de diodo emissor de luz (LED) de estado sólido para lâmpadas e luminárias. A BritePointe selecionou a resina Cycoloy C6600 - uma blenda polimérica de policarbonato/acrilonitrila-butadieno-estireno (PC/ABS) - na cor cinza para a fabricação da caixa da bobina com diâmetro de dois pés (60 cm), fornecendo melhores condições para o resfriamento do sistema de iluminação HyBeem e a resina Lexan* FXD de policarbonato transparente para a tampa superior do equipamento. A flexibilidade de design da resina Cycoloy possibilitou que a BritePointe criasse uma solução sofisticada, com a tecnologia de gerenciamento térmico (patente pendente) integrada ao sistema de iluminação. A moldagem já na cor permitiu a

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empresa evitar impactos ambientais e de custos provenientes de processos de pintura. A seleção de resina Lexan FXD para esta aplicação também mostra a viabilidade do PC para o uso em novas aplicações de LED tais como lentes, tampas e refletores. A BritePointe selecionou essas tecnologias de resinas por serem consideradas avançadas em relação ao alumínio tradicional por conta de seu baixo peso, excelente desempenho e excepcional liberdade de projeto - características essenciais para a integração de um sistema de gerenciamento térmico em processo de aprovação de patente. Graças aos materiais da Sabic, uma lâmpada de LED cilíndrica com iluminação direta (modelo HyBeem da

BritePointe) consegue reduzir o consumo de energia em até 65 por cento quando comparada as luminárias de descarga de alta intensidade (High Intensity Discharge - HID) e lâmpadas fluorescentes, durando até cinco vezes mais e reduzindo potencialmente os custos de manutenção. A iluminação por LED Hybeem da BritePointe proporciona níveis de iluminação equivalentes aos sistemas de fonte de luz por HID de haletos metálicos convencionais ou por vapor de sódio de alta pressão (high-pressure sodium - HPS) em um fator de forma similar porém com substancial economia de energia e tempo de vida útil em serviço de até 50.000 horas. Outras possíveis vantagens sobre os HIDs incluem o aprimoramento da segurança e da capacidade de "ligação instantânea" que suporta o uso de temporizadores e sensores gerando economia de energia adicional. Os LEDs também evitam os problemas de ciclagem das lâmpadas de HPS.

Peças mais leves e resistentes - As resinas Lexan* e Cycoloy*, da Sabic, foram usadas no projeto de aprimoramento da tampa de motor do pulverizador agrícola Apache da Equipment Technologies (ET) em 2012. O produto foi desenvolvido para ajudar a superar os problemas de desempenho associados ao uso da fibra de vidro e metal: rachaduras ou desbotamento decorrente da exposição a altas temperaturas e ao ultravioleta (UV). A colaboração entre a Equipment Technologies, Allen Extruders, LLC, AMD Plastics e Sabic resultou na criação da


chapa MV Alextra® da Allen Extruders - um material fabricado com a resina Lexan SLX coextrudada com a resina Cycoloy da Sabic e termoformado pela AMD. A nova chapa foi capaz de reduzir o peso em até 140 libras (63.5 kg) em relação às versões anteriores da tampa de motor reforçada com fibra de vidro. A Equipment Technologies informou que a chapa Alextra-MV ajudou a resolver os problemas de rachaduras e arranhões que os clientes tinham com a tampa de motor reforçada com fibra de vidro, levando a um nível maior de satisfação. Além dos elogios, foi sentido aumento nas vendas. As resinas Lexan e Cycoloy também permitiram que a AMD criasse uma peça nova e elegante, integrando o para-choques e a tampa de motor, proporcionando maior resistência ao impacto, a abrasão e a produtos químicos quando comparadas aos materiais tradicionais, o que ajudou a reduzir as reclamações de garantia. Ao mesmo tempo, a chapa Alextra-MV representa uma alternativa superior aos materiais tradicionais, tais como o plástico reforçado com fibra e o composto de moldagem sólida, e evita a necessidade de pintura secundária e de acabamento necessários quando se usa o metal. A peça de cor customizada - medindo 93,25 pol x 49,52 pol x 56,13 pol (236,85 cm x 125,78 cm x 142,57 cm) - é usada em todos os três modelos de pulverizador Apache e é um exemplo das significativas vantagens de custo da termoformação em relação à moldagem por injeção em peças grandes, informa a Sabic. Em suma, as duas resinas da SABIC utilizadas na chapa Alextra-MV desempenham papéis importantes no desempenho geral da tampa de motor do Apache. Além da camada pré-colorida, a resina de policarbonato (PC) Lexan SLX proporciona excelente resistência às intempéries, inclusive UV e resistência ao calor, ao impacto e ajudar a promover um acabamento de superfície de alta qualidade. A resina Cycoloy, uma mistura de PC e acrilonitrila-butadieno-estireno (ABS), proporciona alta resistência ao impacto e alta capacidade de deflexão térmica, o que é particularmente importante para os fabricantes que procuram atender o nível intermediário e final das normas de emissão de calor da U.S. Environmental Protection Agency (EPA ).

Maior eficiência - Além dos materiais e técnicas, a atualização em relação a máquinas é um investimento importante para quem quer gastar menos. Newton Zanetti, da Pavan Zanetti, de São Paulo, diz que os equipamentos de sopro vêm sofrendo diversas modificações ao longo do tempo na tentativa de redução de custos e melhoria de qualidade. Ele fala que devido aos esforços dos fabricantes de máquinas sopradoras, foi possível alcançar controles de espessura de parison mais eficientes no intuito de baixar o peso de frasco ao limite aceitável em termos de qualidade e resistência física . “Quando esgotamos esse caminho, a solução foi aumentar a produtividade dos equipamentos com soluções de máquinas mais rápidas, mais eficientes e também com maior capacidade de cavidades de moldes”, afirma o diretor. Esse caminho tem levado a construções de máquinas cada vez maiores e eficientes. Como a preocupação atual é com o consumo de energia, reforça Zanetti, buscam-se sistemas que possibilitem economizar energia elétrica, principalmente na movimentação dos carros porta moldes, cada vez maiores e com necessidade de maiores quantidades de energia para movimentá-los e pará-los de forma eficiente. “Já existem no exterior e em breve estarão disponíveis no mercado interno, por fabricantes nacionais (incluindo a PZ), máquinas com acionamentos totalmente elétricos com uso de servo motores ou máquinas híbridas com acionamento eletro/ mecânico e hidráulico. Esse é o atual cenário do setor que deve se encaminhar para essa tecnologia, ainda um pouco cara, mas que acreditamos seja inevitável”, avalia. E comenta, que somando os esforços para redução de peso, aumento de capacidade produtiva e eficiência energética, “temos aí um resumo de tudo que está sendo desenvolvido para a redução de custos sem alteração de qualidade”, avalia. Para Zanetti, é importante ressaltar que os esforços para redução de peso e eficiência energética vieram acompanhados da automatização da produção, com linhas integradas de produção, teste de vazamentos, etiquetagem ou impressão. “E por fim, ensacamento das embalagens produzidas automatizadas com redução da mão de obra”, finaliza o empresário. PS << Dezembro de 2012 < Plástico Sul < 29


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Institucional

Prefeito de Caxias do Sul recebe o Simplás

30 > Plástico Sul > Dezembro de 2012 >>

A

diretoria do Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Nordeste Gaúcho (Simplás) e da Plastech Brasil 2013 - Feira de Tecnologias para Termoplásticos e >>>>


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Institucional

Marin (à direita) apresenta os números e as ações do Simplás ao prefeito de Caxias do Sul

Termofixos, Moldes e Equipamentos - foi recebida pelo prefeito de Caxias do Sul (RS), Alceu Barbosa Velho. O grupo do Simplás liderado pelo presidente Orlando Marin, contou com a participação do vice-presidente Jaime Lorandi e dos diretores Arnaldino Broliato, Josemar Boeira e Ricardo Polo, além de Célia Marin, coordenadora da Plastech Brasil. Também acompanharam o encontro o chefe de gabinete Manoel Marrachinho e os secretários Carlos Búrigo (Gestão e Finanças), Francisco Spiandorello (Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Emprego), Adivandro Rech (Meio Ambiente) e o presidente da Codeca, Valter Webber. Na ocasião, Marin apresentou os números do sindicato, que tem 24 anos de história. “Caxias é o 2º polo plástico do Brasil, considerando a base territorial de atuação. Temos aqui 500 empresas no setor que geram 12 mil empregos”, informou. O presidente do Simplás também reforçou a continuidade das parcerias com o Poder Público Municipal, como no projeto Recicla Plastech Brasil e na realização da quarta edição da Feira Plastech Brasil, em agosto de 2013. 32 > Plástico Sul > Dezembro de 2012 >>

Além disso, o dirigente fez um resumo dos projetos que contam com a parceira do Simplás junto à Codeca e às Secretarias de Educação; Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Emprego e Meio Ambiente, e elencados novos projetos que devem ser desenvolvidos na área de reciclagem e consciência ambiental. O prefeito agradeceu a visita da comitiva do sindicato e destacou que, “a porta está sempre aberta para as parcerias com o Simplás”.

Plastech Brasil

Os organizadores da feira estimam que a mostra deste ano deve ter um crescimento de aproximadamente 40%, abrangendo os segmentos de interesse do setor, reunindo empresários, técnicos, administradores, compradores, estudantes e entidades de classe ligadas ao plástico. A primeira edição da Plastech, realizada em 2007, contou com 150 empresas expositoras que apresentaram mais de 250 marcas, com visitação de 11.000 pessoas. Em 2009, a feira teve um crescimento significativo, considerando principalmente o momento econômico que antecedeu o evento. Participaram da segunda edição 220 expositores e 18.000 visitantes. Já a terceira edição da mostra, realizada em 2011, teve 250 expositores, e um público de mais de 22.000 visitantes. PS


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DESTAQUE Perspectivas

No embalo da economia A cadeia produtiva do plástico sente as oscilações da economia interna e externa que impactaram a indústria nacional em 2012, mas está otimista para 2013. 34 34 >> Plástico Plástico Sul Sul >> Dezembro Dezembro de de 2012 2012 >> >>


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Roriz afirma que vários fatores impactaram o setor em 2012, como a crise na Europa

O

ano de 2012 foi marcado por uma série acontecimentos no cenário econômico nacional e internacional que afetaram o desempenho do setor de transformados plásticos. Estas são as palavras do presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), José Ricardo Roriz Coelho. No cenário nacional, Roriz observa que 2012 foi marcado por um fraco desempenho da produção industrial brasileira, principalmente no primeiro semestre do ano, afetando diretamente os resultados do setor de transformados plásticos, “já que esses produtos são utilizados predominantemente como insumo nos mais diversos setores”, comenta. Já a segunda metade do ano, segundo o dirigente, esboçou sinais de recuperação, porém no acumulado do período o desempenho da produção da indústria da transformação brasileira ficou 2% abaixo do volume registrado em 2011. Outro fator destacado por Roriz, foi a mudança do câmbio, passando de R$ 1,6 para R$ 2,08, trazendo reflexos negativos e positivos para o setor. O presidente explica que o valor das resinas é formado a partir do preço praticado no mercado internacional e, por conta disso, a alta no câmbio refletiu também no preço praticado na matéria-prima doméstica. Por outro lado, ele comenta que um nível de câmbio mais adequado para competitividade industrial brasileira reflete positivamente com o ganho de dinamismo da produção doméstica e incremento da demanda por transformados plásticos. De acordo com o dirigente o preço de matérias-primas plásticas também foi afetado pelo aumento da alíquota de importação de 14% para 20% dos polietilenos (PE), que representam 43% do consumo de resinas plásticas no Brasil, utilizadas na fabricação de embalagens para alimentos, produtos agrícolas, produtos para indústria eletroeletrônica, automotiva, entre outros. “A inclusão desses produtos na lista de elevação temporária

da TEC (Tarifa Externa Comum) no segundo semestre de 2012 foi mais um fator de apreciação do preço dessas resinas no mercado interno já que esse aumento impacta o preço de internação que compõe a precificação dessas matérias-primas no mercado doméstico”, acrescenta. Na área internacional, o presidente da Abiplast comenta que a crise econômica europeia retraiu o consumo, principalmente dos países da Europa e nos EUA. Consequentemente os grandes produtores globais, que tradicionalmente exportavam para estes países, direcionaram os seus excedentes para os mercados consumidores emergentes como o Brasil. “Essa concorrência ocorre no mercado interno (através das importações brasileiras), bem como na concorrência em mercados onde o Brasil tem potencial exportador”, observa Roriz. O consultor Otávio Carvalho, da Maxiquim, também destaca a recessão europeia entre os acontecimentos econômicos que afetaram o setor plástico. Ainda no cenário internacional, Carvalho acrescenta a desaceleração da economia chinesa e a lenta recuperação americana. Já no cenário nacional, o especialista aponta a invasão dos importados (apesar da alta do dólar), as dificuldades da indústria manufatureira, a desaceleração dos investimentos do setor privado, as dificuldades das estatais de por seus planos de investimento em andamento e a lentidão das reformas, principalmente a tributária.

Impacto - O setor petroquímico também sentiu os abalos da economia internacional. O responsável por estratégia, marketing e gestão de desempenho da Braskem, Rafael Christo, comenta que o setor plástico brasileiro em 2012 foi impactado diretamente pela crise mundial, que ocasionou um aumento dos excedentes de produção nos países desenvolvidos e naqueles que têm foco no seu abastecimento, direcionando este fluxo a alguns países emergentes. Ele explica que o resultado desta nova ordem do mercado foi o aumento das ofertas de produtos importados no Brasil, com economia relativamente melhor que nestes países, e redução dos spreads petroquímicos. “Ainda no âmbito da economia internacional, o movimento de desvalorização da moeda com intuito de elevar a produção e exportação em alguns grandes centros produtivos também gerou algum impacto na competitividade do setor plástico no Brasil, dificultando as exportações e por vezes a plena utilização da capacidade dos ativos petroquímicos e da transformação”, complementa. A indústria de plásticos nacional é responsável por aproximadamente 45% do faturamento da Braskem (base Brasil). As exportações, por outro lado, representam aproximadamente 25%, incluindo as vendas de resinas e petroquímicos básicos. “Dentre os destinos destas exportações, os mais significativos para as resinas são os países da América >>>> << Dezembro de 2012 < Plástico Sul < 35


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DESTAQUE Perspectivas do Sul, sobretudo Argentina, e alguns países da Europa com destaque para Alemanha e Espanha”, informa Christo.

Medidas econômicas – Para amenizar os efeitos negativos enfrentados pela indústria nacional, com a avalanche de produtos importados no país, o governo federal criou o Plano Brasil Maior. A iniciativa é composta por várias medidas que visam fortalecer a indústria brasileira diante da concorrência dos produtos importados. De acordo com o executivo, o objetivo é manter o crescimento sustentável da economia brasileira mesmo com o agravamento da crise internacional e o encolhimento dos mercados. Entre as medidas do plano, está a desoneração da folha de pagamentos de 15 setores da indústria que usam mão de obra intensiva, como têxtil, móveis, plásticos, material elétrico, auto-peças, ônibus, naval e aéreo. Os setores beneficiados passaram a contribuir com um percentual de 1% a 2% da receita bruta em substituição à contribuição previdenciária. A desoneração total anual estimada pelo governo é de R$ 7,2 bilhões. O presidente da Abiplast destacou o esforço do governo de melhorar a competitividade da indústria brasileira, “por meio do Plano Brasil Maior, que dentre uma série de incentivos e de programas de financiamento também ampliou a desoneração da folha de pagamentos, incluindo a partir de agosto de 2012 os produtos transformados plásticos”. Roriz acrescenta que aliado ao programa também houve redução da taxa de juros básica da economia que saiu de 11,25% a.a em janeiro e encerrou o ano 7,25%, com perspectivas de que se mantenham nesse patamar ao longo de 2013. “Ambas ações são importantes para o aumento da competitividade da indústria brasileira, porém os efeitos dessas medidas ainda não puderam ser plenamente computados”, comenta. Redução de IPI – Entre as medidas adotadas pelo governo federal, também está a redução de IPI para o setor automotivo e para linha branca. Conforme Roriz, estas ações foram importantes para manter o fôlego destes segmentos, “os quais mantiveram pedi36 > Plástico Sul > Dezembro de 2012 >>

dos e evitaram um desempenho ainda pior do setor de transformados plásticos em 2012”, salienta. Ainda no setor automotivo, foi lançado o Inovar Auto. O programa prevê que todos os veículos comercializados no mercado interno passem a ter seu IPI aumentado em 30 pontos percentuais, sejam veículos fabricados no Brasil ou veículos importados, percentuais esses que, entretanto, poderão ser reduzidos cumprindo-se critérios estabelecidos. Para importações procedentes do Mercosul e México prevalecem os termos dos acordos de comércio com parâmetros de conteúdo regional, trade flex ou cotas, não incidindo o adicional de 30 pp de IPI. O programa estabelece diretrizes para as empresas e condições para redução de até 30 pontos percentuais deste imposto àquelas que se habilitarem ao novo regime automotivo, proporcional ao crédito presumido de IPI gerado pelo volume de compras nacionais/regionais de insumos, materiais e ferramentais. O Inovar Auto também prevê a possibilidade de obtenção de até 2% da receita líquida para as empresas que realizarem inversões adicionais em P&D, inovação e engenharia e capacitação de fornecedores. Poderão habilitar-se atuais fabricantes de automóveis, comerciais leves, caminhões e chassis com motor; empresas já instaladas e com projetos de novas fábricas para a produção de novos modelos; novas empresas com projetos de

Segundo Rafael Christo, a Braskem prevê crescimento da produção industrial em 2013

instalação de fábricas no país; também empresas importadoras, estas com condições específicas. A medida prevê uma melhoria de eficiência energética mínima obrigatória de 12% para os veículos leves até 2017, o que equivale a uma redução de 13,6% no consumo médio dos veículos no período. Esse é um objetivo relevante, segundo a Anfavea, que exigirá novos e intensos investimentos em pesquisa e desenvolvimento de novos materiais, novas tecnologias e o lançamento de novos produtos, favorecendo a sustentabilidade. Esforços adicionais das empresas em favor da eficiência energética média de seus veículos – além dos 12% obrigatórios – poderão gerar reduções também adicionais de até 2 pontos percentuais de IPI. O presidente da Abiplast também destaca a importância do programa para a evolução tecnológica dos veículos. Roriz fala que o Inovar Auto foi elaborado não para privilegiar apenas o uso de conteúdo local. Estabelece metas a serem cumpridas pelas montadoras com o investimento em pesquisa e desenvolvimento, em engenharia, em tecnologia industrial básica e na capacitação de fornecedores. Além da melhoria do desempenho dos automóveis com redução de consumo e melhorias tecnológicas. “São essas preocupações manifestadas nas metas do programa que deixam mais otimista a indústria fornecedora de componentes plásticos para indústria automotiva, para que realmente ocorra investimento e esse seja convertido em um salto tecnológico e consequente aumento de competitividade”, acrescenta. A Anfavea acredita que o programa impactará positivamente nos produtos e na produção automotiva no País, inclusive com o desenvolvimento de componentes de alta tecnologia e de eletrônica embarcada, buscando também maiores possibilidades para os veículos brasileiros no mercado internacional. A habilitação ao programa significará o compromisso das empresas e do setor


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Programa Inovar Auto visa o desenvolvimento global do setor automotivo no país

para o fortalecimento e desenvolvimento da cadeia – montadoras, autopeças e matérias-primas – através de mais investimentos, desenvolvimento local e incorporação de tecnologias.

Inovar – Segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Ferramentais (Abinfer), Christian Dihlmann, a associação, assim como outras entidades do setor metalmecânico, participaram ativamente na elaboração do Inovar Auto, “a pedido do governo federal”, salienta. Ele conta que foi uma conquista para o setor ferramenteiro, obtendo a inserção do segmento nos itens a serem considerados na redução do IPI. “Estamos certos de que essas medidas, de forma geral, causarão impacto em toda a cadeia produtiva de transformados plásticos e, por consequência, de ferramentais”, observa. Dihlmann acrescenta que as condições do programa serão uma grande alavanca para o desenvolvimento tecnológico, tanto das empresas transformadoras quanto das ferramentarias. “O mercado já tem se movimentado e se percebe uma atenção especial dos potenciais clientes do setor automotivo na direção de buscar fornecedores brasileiros de moldes. De maneira ainda tímida, já há negociações em anda-

mento”, fala o dirigente sobre os reflexos do programa em 2012. Dihlmann acredita que o Inovar Auto trará benefícios para a indústria do plástico em geral, em especial para as matrizarias, pois menciona explicitamente o setor ferramenteiro na lei. Mas acredita que o tempo de duração do programa deveria ser maior, o novo regime automotivo é válido para o período de janeiro de 2013 a dezembro de 2017. “Penso que será necessário estendê-lo para um período mínimo de dez anos a fim de permitir o aprendizado, preparação e implantação de melhorias no parque fabril nacional e na capacitação de profissionais. Um período de cinco anos

é insuficiente para formação de uma geração de novos empreendedores e para a melhoria da estrutura já disponível. Mas acredito que isso não seja impedimento para o crescimento do setor”, comenta. O presidente alerta, “o empresário não deve se conformar com a situação e sentar em berço esplêndido. Será necessário investir muito esforço e trabalho para, ao fim do programa, consolidar um setor forte, competitivo e sustentável”.

Medidas paliativas – Para os especialistas, as medidas adotadas pelo governo para incentivar a indústria nacional em 2012 são paliativas, ou seja, ajudam mas não resolvem. O consultor >>>>

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DESTAQUE Perspectivas Otávio Carvalho, da Maxiquim, diz que são algumas ações pontuais que resolvem casos mais críticos, calcadas na premissa que o consumo na ponta vai sustentar o crescimento. “Mas não resolvem as questões de fundo que citei anteriormente. São puxadinhos”, ironiza. Segundo ele, para tornar as empresas nacionais mais competitivas é preciso repensar a questão tributária. “Seria um passo importantíssimo”, comenta. O consultor acrescenta ainda que o setor produtivo precisa de muito mais infraestrutura logística, estradas adequadas, portos que funcionem mais rápido e ferrovias. “Os empresários também tem seu tema de casa, mas é da porta para fora que estão escancaradas as ineficiências da indústria brasileira”, observa. O presidente da Abiplast afirma que o aumento da eficiência da indústria brasileira de transformados plásticos passa prioritariamente por uma redução nos altos custos de se produzir no Brasil, começando pelo acesso à matéria-prima com

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valores mais competitivos. “As resinas termoplásticas comercializadas no mercado brasileiro tem um preço 35% mais alto do que o praticado no mercado internacional, o que já torna mais difícil a concorrência do produto fabricado no Brasil frente ao concorrente externo”, Roriz. O dirigente desabafa. Diz que o Brasil já passou ao status de um dos principais países produtores de petróleo e conta com uma indústria petroquímica consolidada e com atuação global. Sendo assim, seria mais interessante para o país e para a própria cadeia petroquímica o estabelecimento de uma estratégia que contemplasse o fortalecimento e o aumento da competitividade de toda a cadeia, “ao invés de manter uma lógica simplista de maximizar o ganho sobre o preço da matéria prima vendida no mercado brasileiro e manter grandes volumes de exportações (a preços internacionais)”, destaca. Segundo Roriz, a alta carga tributária e a complexidade do sistema tributá-

rio são outros fatores que reduzem a competitividade da indústria. “No caso dos transformados plásticos, esses produtos não contam com uma situação isonômica em relação às demais matérias-primas, o que causa uma série de distorções e acúmulos de créditos tributários ao longo da cadeia”, comenta o dirigente. Ainda no tema tributário, o presidente conta que os impostos são recolhidos antes do recebimento das vendas realizadas pela indústria. “Esse descasamento entre pagamento e recolhimento impacta no fluxo de caixa das empresas, que precisam usar seus recursos para realizar esse pagamento”, informa. Entre os obstáculos a serem vencidos, para tornar a indústria nacional mais eficiente, o dirigente aponta o alto valor da energia elétrica e os elevados custos com logística e infraestrutura. “Estamos otimistas que as ações atualmente adotadas pelo governo para reduzir os preços da energia elétrica, bem como a criação da Empresa de Planejamento e Logística e os


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Braskem vislumbra aumento no consumo de plásticos

planos de melhoria para implementação a partir de 2013 tenham impactos positivos na melhoria do ambiente competitivo da indústria brasileira”, destaca Roriz.

Perspectivas positivas – Apesar de 2012 ter sido um ano difícil, as previsões para o ano que se inicia são otimistas. Roriz prevê um crescimento na produção de transformados plásticos, mas na questão da concorrência internacional acredita na manutenção da situação de aumento da participação dos importados no consumo nacional de plásticos. De acordo com o dirigente, a produção física terá um avanço de 1% frente a 2012 e o percentual de aumento do consumo aparente, estimado em termos nominais será de 7,8%, com avanço de 13% nas importações de transformados plásticos. “O setor de transformados plásticos vai gerar cerca de 10 mil novos postos de trabalho em 2013 encerrando o ano com 370 mil trabalhadores empregados nesta indústria. Os investimentos continuarão no mesmo patamar do observado em 2012”, complementa. Para a Braskem as perspectivas para a economia e cenário regional é de crescimento superior ao que foi observado em 2012, com expectativa de crescimento de

PIB brasileiro superior a 3,0%, com maior influência do crescimento da produção industrial. Este contexto levará a um aumento do consumo de plásticos, associado não só ao crescimento da indústria, como dos serviços (efeito em embalagens) e no setor agrícola com crescente aplicação do plástico às suas operações. “A previsão de crescimento da demanda por plásticos deve ficar entre 3% e 4% para o ano de 2013”, estima Rafael Christo. O executivo comenta que no contexto brasileiro, o ambiente de negócios tende a ser mais positivo para a indústria nacional à medida que as ações governamentais realizadas surtam efeito, como a desoneração da folha de pagamento, redução dos

custos da energia e a medida, através da PRS 13/12, de reduzir os benefícios em impostos de produtos importados gerados pela guerra dos portos, “todas em alinhamento à intenção de mitigar alguns gaps em questões estruturais”, salienta. Ele acrescenta que adicionalmente em 2013 existe a expectativa da evolução do Programa Brasil Maior, incentivando a produção, a modernização e avanço na competitividade de nosso parque industrial. Ainda de acordo com Christo, no contexto internacional, o cenário para o setor também deve ser mais positivo iniciando um movimento de retomada de níveis maiores de crescimento que virão no ciclo dos próximos anos. PS

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Tecnologia

Fibra de Carbono em automóveis A

Ford apresentou o protótipo de um capô de fibra de carbono como parte da pesquisa de novos materiais para reduzir o peso e o consumo de combustível dos automóveis. Esse material leve e super-resistente geralmente é associado a carros de corrida ou superesportivos. O capô de fibra de carbono pesa 50% menos que a peça convencional feita de aço. Com o desenvolvimento de novos processos que tornam o seu processo de fabricação mais rápido, os engenheiros do Centro Europeu de Pesquisa da Ford deram um grande passo para a introdução desse material na linha de montagem. "Não é segredo que a redução de peso dos veículos beneficia 40 > Plástico Sul > Dezembro de 2012 >>

a economia de combustível, mas até hoje não foi desenvolvido um processo suficientemente rápido e acessível para a produção de peças de fibra de carbono em larga escala", diz Inga Wehmeyer, engenheiro de pesquisa de processos e materiais da Ford Europa. "Em parceria com especialistas de materiais, a Ford está trabalhando para desenvolver uma solução que permita a produção de componentes de fibra de carbono com menor custo."

Parcerias

O Centro Europeu de Pesquisa da Ford é parceiro do projeto de pesquisa Hightech.NRW e firmou uma parceria com a Dow Automotive Systems para a pesquisa de novos materiais,


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Novo capô reduz o peso dos veículos e beneficia a redução de combustível

Financiado pelo estado alemão da Renânia do Norte, o projeto começou em 2010 e está programado para continuar até setembro de 2013. E já fez progressos significativos em suas metas, que incluem o desenvolvimento de um método econômico de fabricação de compostos de fibra de carbono para aplicação em paineis, diminuição do tempo de produção de componentes e acabamento e redução do peso do componente em pelo menos 50%. O novo processo pesquisado utiliza resina pré-formada de material têxtil de fibra de carbono para uma produção rápida, estável e flexível, com resultados de alta qualidade. Os testes iniciais de um protótipo de capô do Ford Focus feito de plásticos reforçados com fibra de carbono mostrou capacidade de atender os elevados padrões de rigidez, resistência e proteção contra acidentes da marca. Ele também mostrou bons resultados na proteção de pedestres, usando uma construção inovadora com núcleo de espuma especial entre duas camadas de plásticos reforçados com fibra de carbono. "Esses resultados indicam que é cada vez mais real a possibilidade de termos, no futuro, a produção em larga escala de automóveis com peças feitas de fibra de carbono", diz Inga Wehmeyer. PS

processos de design e técnicas de manufatura. A parceria entre a Dow Automotive Systems e a Ford têm como foco desenvolver uma fonte econômica de fibra de carbono para aplicação automotiva e métodos de produção em larga escala, pontos críticos para aumentar a automonia dos futuros veículos híbridos e elétricos da Ford. A fibra de carbono oferece uma excelente relação de resistência e peso. Ela é cinco vezes mais forte que o aço e duas vezes mais duro, com um terço do peso. O uso desse tipo de materiais é chave para o plano da Ford de reduzir o peso de seus carros em 340 kg até o final da década. "Há dois caminhos para reduzir o uso de energia nos veículos: aumentando a eficiência na conversão do combustível em movimento ou reduzindo a quantidade de trabalho que o motor precisa realizar", diz Paul Mascarenas, chefe técnico e vice-presidente de Pesquisa e Inovação da Ford. "A Ford está atacando o problema da conversão por meio da redução do tamanho dos motores, com o EcoBoost e eletrificação, enquanto a redução de peso e a aerodinâmica aprimorada são chaves para reduzir a carga de trabalho."

Projeto

A parceria da Ford com o projeto de pesquisa Hightech.NRW envolve especialistas dos Institutos de Engenharia Automotiva na RWTH Aachen University, Henkel, Evonik, IKV (Instituto de Processamento de Plásticos), Composite Impulse e Toho Tenax. << Dezembro de 2012 < Plástico Sul < 41


Foco no Verde

Amenities em embalagens biodegradáveis

Muito mais do que surpreender os clientes com seus produtos inovadores, a Realgem’s Amenities – empresa especializada na fabricação de cosméticos para hotelaria – também está cumprindo sua função social e colocando no mercado produtos compatíveis com o meio ambiente. É importante ressaltar que a indústria é pioneira em desenvolver e utilizar embalagens biodegradáveis para algumas de suas linhas através de uma inédita parceria com a RES Brasil, empresa especializada em tecnologias inovadoras que tornam o plástico um produto compatível com a preservação do meio ambiente. A Res licencia empresas fabricantes de embalagens para uso das tecnologias e distribuí as matérias primas. A parceria funciona da seguinte forma: a Res fornece o aditivo para que a Realgem’s produza as embalagens e posteriormente preencha os frascos com cosméticos para entregar aos clientes. “Esta tecnologia é muito importante, pois mui42 > Plástico Sul > Dezembro de 2012 >>

tas embalagens plásticas são descartadas de forma inadequada na natureza. Com o d2w, proporcionamos às embalagens um período de tempo menor de biodegradação e ao meio ambiente menos impactos negativos”, comemora o diretor comercial da Realgem’s, Mauro Carvalho. Para se ter uma ideia, uma embalagem de shampoo e condicionador, por exemplo, que forem produzidas com a tecnologia d2w, degradam e biodegradam entre 100 e 200 vezes mais rápido do que as embalagens plásticas convencionais. “Muita gente não sabe, mas nem sempre é a origem de um material –renovável ou fóssil – que determina sua capacidade de biodegradação. Materiais como o polietileno, polipropileno ou poliestireno com o d2w são biodegradáveis. A parceria com a Res nos trouxe bons negócios e, principalmente a tranquilidade de sabermos que estamos fazendo a nossa parte em relação à natureza”,acrescenta Mauro. O diretor disse ainda que ter no mix de produtos da empresa produtos certificados a partir de rigorosos testes de

biodegradabilidade, é motivo de muito orgulho.“Com certeza é uma grande conquista. Essa certificação é um grande diferencial no mercado de amenities, não só para nossa empresa, mas também para os nossos clientes, que precisam passar isso aos seus hóspedes diariamente,seja no descarte correto de lixos utilizados no hotel e também nos produtos que os hóspedes utilizam durante sua estadia”. Além das embalagens, a Realgem’s também é a única empresa do setor no país que oferece ao mercado cosméticos com fórmulas biodegradáveis, como shampoos, condicionadores, sabonetes e loções hidratantes, divididas em diferentes linhas. Todos os cosméticos desenvolvidos pela fábrica contam com rigoroso padrão de qualidade. Além de hidratar, embelezar e trazer muitos benefícios aos consumidores, eles têm um sério compromisso firmado com a preservação ambiental. Os profissionais dos laboratórios da Realgem’s, altamente capacitados, são treinados para desenvolver os melhores e mais modernos produtos do mer-


Sala de aula com garrafas PET

Com a construção de uma sala de 66 metros quadrados somente com garrafas plásticas, Gilvan Luís de França, professor do Centro de Ensino Fundamental 2, em Planaltina (DF), foi um dos selecionados na sexta edição do Prêmio Professores do Brasil. As garrafas cheias de areia substituíram os tijolos, assentadas com barro. “Tentei passar a eles a importância de não jogar as garrafas em rios e esgotos, mas reutilizá-las”, conta França./Agência IN

Tendências ambientais é o foco da FEIPLASTIC 2013

Até 2016, capacidade global da produção de bioplásticos deve chegar a 6 mi-

lhões de toneladas, número cinco vezes maior do que a produção em 2011. No Brasil, surgem novos centros de qualificação de mão de obra. Pesquisa e desenvolvimento de novos produtos, cada vez mais eficientes e ambientalmente corretos, somente comprovam que a indústria brasileira do plástico não pode parar rumo a uma maior competitividade e inovações atrativas ao mercado. Esta é também a tônica da 14ª edição da FEIPLASTIC - Feira Internacional do Plástico, a ser realizada no Pavilhão de Exposições do Anhembi de 20 a 24 de maio. O evento é organizado e promovido pela Reed Exhibitions Alcantara Machado em parceria com as entidades do setor. Formadores de opinião acreditam que, em poucos anos, o consumo dos "plásticos verdes" deve representar parcela significativa das resinas plásticas consumidas em todo o mundo. Estudo divulgado em novembro de 2012, parceria entre o instituto European Bioplastics e a Universidade de Hannover, na Alemanha, revela

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cado para satisfazer os clientes e consumidores finais, consolidando cada dia mais o conceito “Realgem’s: uma empresa verde”. Uma das linhas biodegradáveis da empresa é a Terra Brasilis Riqueza Natural, que está entre as mais vendidas do portfólio.

cenário favorável para mercado mundial de plásticos ecologicamente corretos, com grande virada daqui a cinco anos. A capacidade da produção global de bioplástico deve chegar a 6 milhões em 2016, volume quase cinco vezes maior que o de 2011, que fechou em 1,2 milhão de toneladas. O PET parcialmente vegetal deve ocupar 80% do mercado, o equivalente a 4,6 milhões de toneladas. A produção de polietileno proveniente de fontes renováveis deverá chegar a 250 mil toneladas, como o desenvolvido a partir do etanol da cana-de-açúcar, e utilizado por empresas como a Braskem, presente na Feiplastic 2013. PS

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Bloco de Notas Braskem lança resina para setor calçadista

Nova marca internacional do Export Plastic

Com o objetivo de fortalecer as empresas brasileiras da indústria plástica e promover os diferenciais do Programa, o Export Plastic fez um grande reposicionamento de marca, a começar pelo nome. Agora o Programa se chama Think Plastic Brazil, o que ampliará internacionalmente a identidade exportadora do País como um dos importantes players do mundo e seus diferenciais competitivos na indústria de transformação plástica mundial. Para conduzir os trabalhos, o INP escolheu a GadLippincott, uma consultoria internacional de marcas focada no desenvolvimento de estratégias de identidade. Na primeira etapa foi feita uma entrevista com os principais públicos que se relacionavam com a antiga marca Export Plastic, desde gestores e associados até compradores internacionais e demais públicos de interesse. Foram identificadas suas percepções sobre o setor, o mercado e o Programa e, posteriormente, criada uma cartela de valores da nova marca. Por meio de uma metodologia rígida, foi feita uma grande triagem e chegou-se à conclusão de que o nome precisava identificar a cadeia produtiva e o país de forma mais óbvia. Era preciso definir um posicionamento único, alinhado às possibilidades competitivas da indústria plástica. Adotou-se, assim, uma rota de soluções ao importador estrangeiro, que contempla o mix de produtos, a adaptabilidade, os serviços e a inovação dos associados. 44 > Plástico Sul > Dezembro de 2012 >>

A Braskem acaba de lançar uma resina direcionada ao segmento calçadista. Segundo a empresa, a nova resina de EVA (copolímero de etileno e acetato de vinila) permite a confecção mais rápida e sustentável dos sapatos, extinguindo o processo de cura na colagem de solas, o que elimina a emissão de ozônio e reduz em até 26% o custo desta etapa de produção. O lançamento integra o portfólio do selo Braskem Maxio®, criado para identificar resinas que oferecem uma maior eficiência à cadeia do plástico e reduzem o impacto ambiental no processo de transformação. A resina VA3010A, desenvolvida pela Braskem, permite que o processo de colagem ocorra sem a necessidade da etapa de cura U.V. (irradiação de luz ultravioleta). Esta inovação dispensa a utilização do equipamento de cura ultravioleta, que exige constante manutenção e controle de processo, e ainda é emissor de ozônio, um gás nocivo à saúde humana e ao meio ambiente. Além disso, com a nova resina, há redução no consumo de energia no processo produti-

vo, tornando a confecção dos calçados mais segura e o processo mais sustentável. Segundo a empresa, a economia gerada com esta inovação na indústria calçadista pode proporcionar uma redução de custo de até 26% na etapa de colagem do processo produtivo do calçado, além de permitir designs mais diferenciados na confecção da entressola. O tamanho desta redução dependerá do tipo de calçado e da configuração de cada linha de produção. A nova resina possibilita ainda ganho na qualidade dos solados, o que resulta na redução da devolução de calçados por conta de defeitos, e por consequência custos ainda menores aos transformadores. Para alcançar este resultado, foi desenvolvido junto com a empresa Killing, parceira da Braskem, um novo primer aplicado a frio que complementa a colagem da resina em diferentes substratos como borracha, PVC e couro sintético, substituindo a solução com o primer antigo. A solução baseia-se em um conceito em que os dois novos componentes são necessários para a aderência, tanto o EVA, quanto o primer, sendo esta tecnologia patenteada.

Lançamento da Innova visa segmentos de embalagens e descartáveis

A Innova lança o R 770E, novo grade de Poliestireno de Alto Impacto de alta performance para os segmentos de descartáveis e embalagens transparentes. O produto passa integrar o amplo portifólio da companhia. O novo grade foi desenvolvido e patenteado pelo Centro de Tecnologia em Estirênicos da Innova, e está focado nas aplicações de blendas de HIPS e GPPS, típicas nos segmentos de embalagens. O R 770E compõe a família de HIPS com propriedades avançadas, que exibem uma relação entre rigidez (módulo elástico) e tenacidade superior aos HIPS convencionais disponíveis no mercado brasileiro. “Além desta notável vantagem, que pode ser convertida em ganhos diretos para os clientes, o R 770E apresenta comparativamente níveis superiores de transparência e de processabilidade em relação às blendas de HIPS e GPPS”, destaca a empresa. Este desenvolvimento tem como base o domínio da tecnologia de produto e de produção, com esforço planejado e continuado de P&D, com investimentos no Centro de Tecnologia em Estirênicos e formação de pessoal especializado. “Com este novo desenvolvimento, a Innova reafirma sua estratégia de criar diferenciais tecnológicos que gerem ganhos para as cadeias de negócios de seus parceiros, através de produtos que aliam competitividade e inovação”, acrescenta a companhia. A Innova, empresa controlada integralmente pela Petrobras, é líder do mercado brasileiro de estirênicos. Com três plantas industriais instaladas no Polo Petroquímico de Triunfo (RS), é a primeira e única companhia brasileira a integrar, em uma mesma localização, a produção de etilbenzeno, monômero de estireno e de poliestireno. Tem capacidade para produzir anualmente 680 mil toneladas de produtos petroquímicos.


Tigre abre cinco fábricas em 2013

Com o objetivo de superar os atuais R$ 3,1 bilhões de faturamento para R$ 5 bilhões, previsto para ser alcançado em dezembro de 2014, o Grupo Tigre adota uma estratégia arrojada. De acordo com a empresa, o crescimento se dará de modo orgânico e também por meio de aquisições. “Uma das aquisições deverá ser anunciada logo. É um negócio menor no qual já se faz auditoria interna dos dados econômico-financeiros e contábeis. Há três negócios de aquisições maiores em andamento. Olhamos todas as oportunidades. Há

conversas com empresas brasileiras e do exterior”, declarou Evaldo Dreher, presidente da Tigre. Dreher também confirmou que, ainda neste ano, a multinacional de Joinvile, do setor plástico, terá cinco novas fábricas, sendo três no Brasil. A Tigre /ADS, divisão de produtos para drenagem e tubos de grande diâmetro e mineração, terá planta em Maceió (AL). Já a Tigre, que fabrica tubos e conexões, construirá novas unidades em Camaçari (BA) e em Rio Claro (SP). Outras duas unidades serão erguidas no Peru. O investimento total será de R$ 100 milhões.

Plast Mix

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Activas / Página 11 Apema / Página 21

Agenda DIVULGAÇÃO

Anunciantes

Düsseldorf, Alemanha

AX Plásticos / Página 26 Brasfixo / Página 29 CEB / Página 28 Detectores Brasil / Página 37 Digitrol / Página 45 Feplastic / Página 33 Gabiplast / Página 48 Geremia / Página 19 Grupo ARCR / Página 27 Haitian / Página 43 Incoe / Página 32 Innova / Páginas 12 e 13 Lubrizol / Página 23 Matripeças / Página 26 Mecanofar / Página 45 Mega Steel / Páginas 02 e 03 Metalúrgica Expoente / Página 30 Multi União / Página 41 Nazkom / Página 30 NZ Philpolymer / Página 38 Olifieri / Página 45 Plastech / Página 31 Radial / Página 38 Rosciltec / Página 45 Sabic / Página 47 Solvay / Página 09 Teck Trill / Página 39

46 > Plástico Sul > Dezembro de 2012 >>

Agende-se para 2013 Chinaplas Asia’s No. 1 plastics & rubber trade fair 20 a 23 de maio China import and export fair complex, Pazhou, Guangzhou, PR China www.chinaplasonline.com Feiplastic 2013 Feira Internacional do plástico 20 a 24 de maio Anhembi – SP www.feiplastic.com.br Plastech Feira de tecnologias para termoplásticos e termofixos, moldes e equipamentos 27 a 30 de agosto Pavilhões da Festa da Uva – Caxias do Sul/RS www.plastechbrasil.com.br

Mercopar Feira de subcontratação e inovação industrial 1 a 4 de outubro Centro de feiras e eventos Festa da Uva – Caxias do Sul/RS www.mercopar.com.br Embala Nordeste 27 a 30 de agosto Centro de convenções de Pernambuco – Olinda/RE www.embalanordeste.com.br K 2013 International trade fair No. 1 for plastic and rubber worldwide 16 a 23 de outubro Düsseldorf/Alemanha www.k-online.de


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