PlasticoSul 117

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Expediente Conceitual - Publicações Segmentadas www.plasticosul.com.br

"Precisamos acordar todas as manhãs com o olhar brilhante, mesmo que haja chuva." (Moacyr Scliar)

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Da Redação

Porto Alegre - RS

Por Melina Gonçalves. >>>> Pág. 05

Fone/Fax: 51 3062.4569 Fone: 51 3392.3975

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plasticosul@conceitualpress.com.br Direção:

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Sílvia Viale Silva Edição:

Roberto Messenberg e o futuro econômico. >>>> Pág. 06

Especial Perspectivas da 3ª geração para 2011 . >>>> Pág. 10

Melina Gonçalves - DRT/RS nº 12.844 Redação:

As metas da nova diretoria da Adirplast. >>>> Pág. 16

Erik Farina

Destaque

Gilmar Bitencourt Júlio Sortica

O desempenho das commodities. >>>> Pág. 18

Departamento Financeiro:

Entrevista

Rosana Mandrácio Departamento Comercial:

PET: Auri Marçon abre as portas do mercado. >>>> Pág. 26

Débora Moreira e Magda Fernandes

Artigo

Design Gráfico & Criação Publicitária: José Francisco Alves (51 9941.5777)

Marco Quirino e Roger Marchioni, da Braskem . >>>> Pág. 28

Plástico Sul é uma publicação da editora Conceitual -

BPA na mídia

Publicações Segmentadas, destinada às indústrias produtoras de material plástico de 3ª, 2ª e 1ª geração

Biosfenol volta a ser palco de polêmica. >>>> Pág. 30

petroquímica nos Estados da Região Sul e no Brasil, formadores de opinião, órgãos públicos pertinentes à área, entidades representativas, eventos, seminários, congressos,

Painel da Indústria

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Antilhas estabelece unidades na China. >>>> Pág. 34

fóruns, exposições e imprensa em geral.

Petroquímica

Opiniões expressas em artigos assinados não correspondem necessariamente àquelas adotadas pela revista Plástico Sul.

Braskem faz definições na planta do México. >>>> Pág. 35

É permitida a reprodução de matérias publicadas desde que

Tendências e Mercado

citada a fonte. Tiragem: 8.000 exemplares.

A vez do plástico no agronegócio . >>>> Pág. 38

Foco no Verde

Filiada à

GreenBusiness chega ao mercado. >>>> Pág. 44

ANATEC

Bloco de Notas

PUBLICAÇÕES SEGMENTADAS

Novidades variadas sobre o setor. >>>> Pág. 46

ANATEC - Associação Nacional das Editoras de Publicações Técnicas,

Anunciantes + Agenda

Dirigidas e Especializadas

Fique por dentro. >>>>

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38 Capa: divulgação

404 >> Plástico Plástico Sul Sul > Jan./Fev. > Jan./Fev. de 2011 de 2011 >> >>


ARQUIVO/PS

Da Redação

Aprovado ção uma matéria elaborada sobre o assunto, trazendo ao leitor todos os bastidores da informação, já que uma notícia como esta merece muito mais do que uma página de nosso conteúdo editorial. A manobra da Braskem conclui um importante processo de reconfiguração do setor petroquímico, seguindo tendências internacionais, para ganhar escala e competitividade mundial. Tal fato conta muitos pontos a

N

esta edição da revista Plástico Sul muitos são os assuntos extremamente pertinentes ao setor plástico nacional. A começar por uma análise feita pelos empresários de terceira geração petroquímica sobre os rumos que o país deve tomar em 2011 e seus reflexos para a indústria brasileira. E a conclusão é um pouco preocupante. As tendências são de alta na taxa de juros, real valorizado, preço do petróleo aumentando, balança comercial deficitária e infelizmente uma grande distância da tão esperada reforma tributária. Mas acreditem, há boas notícias. Os transformadores plásticos estão bem representados por um grupo de dirigentes que não medem esforços para reverter os prejuízos do setor. São empresários competentes que dedicam parte de seu tempo para o bem coletivo. E eles estão aqui, nas páginas da Plástico Sul expondo todas as fragilidades da indústria de transformação de plásticos, propondo novos caminhos e dando voz aos anseios do setor. E não se intimidam: reivindicam atenção das petroquímicas para o mercado interno, revelam o que esperam do governo federal e fazem suas apostas quanto ao futuro econômico. Mas tomo a liberdade de abordar outro assunto que não está nas páginas da revista. Trata-se da aprovação do CADE para a incorporação da Quattor pela Braskem. Como o acontecimento ocorreu nas vésperas de nosso fechamento editorial optamos por apresentar na próxima edi-

“A manobra da Braskem conclui um importante processo de reconfiguração do setor petroquímico, seguindo tendências internacionais...” favor do nosso país. A Braskem assume agora um compromisso efetivo com a competitividade de toda a cadeia de plásticos, já que passa a ser a maior produtora de resinas termoplásticas das Américas. Quanto maior o salto, maior é o risco e maior ainda a responsabilidade. Tudo dependerá da forma como a Braskem conduzirá os rumos a partir de agora. A segunda geração é de classe mundial e a terceira também quer ter competitividade para o mesmo. Resta o entendimento e o bom senso de ambas as partes.

MELINA GONÇALVES / Editora melina.goncalves@conceitualpress.com.br <<<< Jan./Fev Jan./Fev. . dede 2011 2011 << Plástico PlásticoSul Sul<<05 5


PLAST VIP Roberto Pires Messenberg

Os rumos econômicos do país Doutor em economia, Roberto Pires Messenberg fala sobre perspectivas econômicas para 2011. O economista não enxerga a viabilidade da Reforma Tributária, acredita na desaceleração do consumo e pede atenção ao chamado “voo da galinha”, onde o baixo crescimento é perpetuado em nome da estabilidade financeira.

O

ano mal começou e as especulações sobre o futuro econômico do país já circulam nas principais rodas de conversas de empresários, dirigentes e executivos. Com o objetivo de elucidar algumas questões pontuais que afetam o setor plástico brasileiro, a Revista Plástico Sul apresenta uma entrevista com o Coordenador do Grupo de Análise e Projeções (GAP) do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Roberto Pires Messenberg. O economista, que já exerceu o cargo de Secretário Adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda entre os anos de 2003 e 2005, faz uma avaliação da economia brasileira em diversos aspectos. Entre suas opiniões, Messenberg diz não acreditar na viabilidade da reforma tributária, afirma que em 2011 o ritmo de crescimento do consumo deve se desacelerar e pede atenção para uma situação conhecida por “vôo de galinha”, onde o baixo crescimento é perpetuado em nome da estabilidade monetária. Revista Plástico Sul - O Brasil superou algumas incertezas nos últimos anos e, apesar de existirem algumas lacunas no sistema sócio-econômico, é possível acredi6 >>Plástico 06 Plástico SulSul > Jan./Fev. > Jan./Fev. de 2011 de 2011 >> >>

tar que o Ciclo de Desenvolvimento continuará positivo nos próximos dez anos? Roberto Pires Messenberg - Sim, diferentemente dos anos oitenta e noventa, o ciclo de desenvolvimento inaugurado no Brasil a partir da primeira década do século XXI deve permanecer com tendência positiva ao longo dos próximos anos, o que não significa a eliminação de seus momentos de aceleração e desaceleração da atividade econômica. Para que a tendência do desenvolvimento seja acelerada com menor volatilidade da atividade econômica, torna-se imperativo a ampliação da taxa de investimentos na economia. Plástico Sul - Os últimos indicadores sinalizam que o Brasil segue um ritmo de crescimento que causa inveja ao Primeiro Mundo. Mas porque o setor industrial teme a chamada “desindustrialização”? Messenberg - A indústria constitui a base de sustentação do desenvolvimento, a partir da realização dos investimentos responsáveis pela ampliação da capacidade produtiva na economia, com o aumento do estoque de capital per capita, e a incorporação e difusão do progresso tecnológico as-

sociadas aos ganhos de produtividade total dos fatores. Não obstante, como o setor industrial é relativamente mais intensivo na utilização do fator capital que os demais setores da economia, consumindo e produzindo mais bens transacionáveis com o exterior, o estímulo para seus investimentos é afetado, de forma positiva, pelo nível da taxa real de câmbio (e, de forma negativa, pelo nível da taxa de juro real). Plástico Sul - Para que o Brasil mantenha um ritmo de crescimento quais são os principais desafios do Governo Dilma: Taxa de juros? Taxa cambial? Controle da inflação? Nível de emprego? E quais as tendências nestes quesitos? Messenberg - A manutenção de um ritmo elevado de crescimento econômico no Brasil esbarra na limitação imposta pela vigência de uma reduzida taxa de investimentos. O ponto a ressaltar aqui é que dessa reduzida taxa de investimentos resulta uma atrofia da capacidade produtiva que, por sua vez, problematiza o sucesso na obtenção dos ganhos sistemáticos de produtividade e do controle da inflação. Assim, uma mudança de preços relativos destinada a estimular o


DIVULGAÇÃO/PS

Messenberg é coordenador do Grupo de Análise e Projeções do IPEA

investimento industrial pelos movimentos da taxa de câmbio acaba por produzir elevação permanente do nível absoluto de preços, equivocadamente interpretada como descontrole inflacionário. A preocupação com a inflação passa então a dominar as expectativas de mercado, influenciando a decisão do Banco Central de combatê-la através da elevação da taxa de juros. Com a elevação dos juros, contudo, a decisão de investir é desestimulada, e voltamos ao ponto de partida, configurando-se na economia uma situação conhecida por “vôo de galinha”, onde o baixo crescimento é perpetuado e julgado a norma, em nome da estabilidade monetária. Por outro lado, se a taxa de câmbio for mantida valorizada, a entrada de recursos externos tenderá, por um lado, a ampliar os saldos negativos em conta corrente do Balanço de Pagamentos e, por outro, a estimular a produção doméstica dos bens não transacionáveis com o exterior, ou seja, primordialmente, a produção proveniente dos setores não industriais. Então, os setores de serviços passam a ganhar peso relativo no fluxo agregado da oferta doméstica, enquanto a demanda de consumo, alimentada na expansão geral do crédito, passa a crescer mais rapidamente que a demanda agregada. Nesse caso, também, em nome da estabilidade monetária, a economia estará trilhando uma trajetória clara de crescente desequilíbrio externo. Plástico Sul - A valorização cambial tira a

competitividade? Porque e o que fazer? Messenberg - A rentabilidade do setor industrial depende de uma taxa de juro real mais baixa e de uma taxa real de câmbio mais favorável aos bens transacionáveis com o exterior; não obstante, uma política monetária voltada para a busca de tais objetivos entra em contradição com o regime de metas para a inflação. A alternativa não inflacionária de política econômica a uma tentativa, seja de cristalização da economia na situação de baixo crescimento, permeada pelos ciclos de voos de galinha, seja de manutenção do crescimento alimentado no consumo e no desequilíbrio externo crescente, é a pró-atividade da política fiscal com subordinação da política monetária. Nesse sentido, pró-atividade significa manejo dos instrumentos fiscais para a remoção dos custos empresariais envolvidos no ajustamento da produção doméstica aos novos condicionamentos externos e à ruptura com a estratégia econômica organizada em torno da valorização do câmbio para o alcance das metas de inflação. Desde logo, nos marcos das atuais restrições ao crescimento, a política fiscal só pode ser avaliada a partir dos estímulos conferidos à expansão dos fluxos de produção dos bens transacionáveis com o exterior. Isto significa o compromisso radical da política econômica com a ampliação e a capitalização da lucratividade da indústria de transformação. Plástico Sul - O Brasil importou muito em 2010 em vários setores, respondendo por 21% do consumo do país. Qual sua avaliação sobre o atual grau de abertura brasileira? Messenberg - A elevação do grau de abertura da economia é importante apenas na medida em que facilita a realização de um ajustamento necessário diante de um choque externo não antecipado. Assim, para duas economias parecidas e que contem com o mesmo saldo comercial, a situação de fragilidade será menor para aquela que detiver o grau de abertura mais elevado. Em tal caso, o esforço será menor em termos de desvalorização do câmbio e de queda do nível de atividade econômica para produzir o ajusta-

“A rentabilidade do setor industrial depende de uma taxa de juro real mais baixa e de uma taxa real de câmbio mais favorável aos bens transacionáveis com o exterior...” mento externo necessário, diante de um choque, em termos da ampliação dos saldos comerciais. Contudo, diante de uma situação de desequilíbrio externo crescente, em que o aumento do grau de abertura reflete, essencialmente, a elevação mais rápida do coeficiente de importação em relação ao coeficiente de exportação, a fragilidade da economia estará necessariamente aumentando e não diminuindo. Este é o risco que a economia brasileira poderá enfrentar no futuro, caso a taxa de investimentos não seja significativamente ampliada.

Plástico Sul - Até que ponto as reformas tributária, política e previdenciária poderão ajudar a economia a continuar crescendo com mais garantias de justiça social? Messenberg - A questão previdenciária é, no meu modo de ver, essencialmente fiscal. Há um regime de repartição simples que não pode funcionar de forma auto-financiada. A saída é a institucionalização do subsídio fiscal à previdência. Do mesmo modo, não acredito na viabilidade da reforma tributária. Resta considerar, então, as possibilidades do emprego da política fiscal convencional para o relaxamento da peculiar restrição interna que hoje onera as possibilidades de crescimento sustentável da indústria e de ampliação dos saldos comerciais na economia brasileira. Dada a reduzida capacidade de resposta de tais fluxos aos sinais nem sempre confortáveis emitidos pela demanda externa e pela a taxa de câmbio; não se pode conceber o relaxamento da restrição através da mera tenacidade no alcance de ajustes fiscais crescentes. Tomada nesses termos, tal postura serviria exclusivamente às condições imediatas de sustentação da afluência de capital externo na economia, com convergência das expectativas de mercado no curto prazo, ao custo,>>>> << << Jan./Fev. Jan./Fev.dede2011 2011<<Plástico PlásticoSul Sul<<07 7


PLAST VIP Roberto Pires Messenberg DIVULGAÇÃO/PS

Bens complementares à produção interna têm presença marcante no fluxo de importações no cenário atual do Brasil

entretanto, da permanência dos elevados patamares da taxa real de juro e da instabilidade latente da taxa real de câmbio. Plástico Sul - A entrada massiva de produtos importados a baixo custo limitou a competitividade de alguns setores da indústria nacional, como o plástico. Por outro lado os empresários também demonstram dificuldades em exportar. O resultado é uma balança comercial deficitária em setores como por exemplo, o de embalagens flexíveis. Como resolver essa equação? Messenberg - Os custos empresariais envolvidos na opção desenvolvimentista decorrem do fato de que, através de uma estratégia econômica acomodatícia – baseada na dominância monetária (ou financeira) com subordinação fiscal e câmbio valorizado –, estimulou-se a entrada líquida dos fluxos externos de capital na economia brasileira, vinculando-se, ao mesmo tempo, os incentivos domésticos de produção à expansão da oferta de bens com menor grau de “tradeability”. Em que pese, assim, o rompimento de alguns pontos de estrangulamento importantes do sistema econômico, associou-se às crescentes influência e mobilidade dos fluxos financeiros externos, uma perda contínua de flexibilidade de sua base produtiva. No atual momento, esta última ainda encontra-se ressentida pela: 1) ampliação acentuada da presença de bens complementares à produção doméstica na pauta de im8 >>Plástico 08 Plástico SulSul > Jan./Fev. > Jan./Fev. de 2011 de 2011 >> >>

portações; o que limita o alcance no tempo de um padrão mais equilibrado de comércio exterior (objetivo último da colapsada estratégia anterior, de substituição de importações); 2) especificidade do movimento de diversificação da pauta de exportações; movimento este realizado a partir do aumento das participações de produtos básicos, e de produtos manufaturados com maior inclinação ao emprego intensivo de insumos importados (físicos e financeiros) e ao atendimento de demandas cativas (doméstica ou regional). Plástico Sul - O aumento do consumo da população sentido em 2010 deverá se repetir em 2011? Como será o aquecimento do mercado interno no ano que começa? Messenberg - Não, em 2011 o ritmo de crescimento do consumo deve se desacelerar em relação ao registrado em 2010, em função da necessidade de uma acomodação do grau de endividamento das famílias e das medidas de elevação do compulsório dos bancos implementadas recentemente pelo Banco Central. Plástico Sul - O que impede o crescimento do Brasil? Messenberg - A persistente dominância da política monetária engendrou uma deformação estrutural na economia brasileira: um espaçamento em sua base produtiva que, no curto prazo, tornou as variações positivas dos saldos comerciais menos sensíveis às desvalorizações reais do câmbio; mais de-

pendentes da redução nos níveis de atividade interna e do sopro extraordinário dos “bons ventos” (nacionais e estrangeiros) para as exportações dos produtos básicos; e, finalmente, menos capazes da difusão de efeitos dinâmicos sobre o conjunto da economia. No plano das decisões microeconômicas, os custos associados à recente mudança estratégica são sentidos pelas empresas, a partir do reconhecimento da necessidade de deslocamentos em suas costumeiras rotas de compras e de vendas externas. Além das aludidas despesas com importações mais intensas de insumos físicos, propriamente ditos, os custos empresariais de ajustamento compreendem: 1) custos de aquisição de informações sobre o funcionamento dos novos mercados e instituições de toda espécie; custos de reformatação de velhos ou do desenvolvimento de novos produtos; custos de promoção, teste, distribuição e financiamento das vendas externas; além dos custos naturais de cobertura dos riscos de preço e câmbio subjacentes a qualquer movimento de inserção no (segundo os novos parâmetros do) comércio internacional; 2) Adicionalmente, no caso específico das empresas com reduzidos graus de tradeability, o custo ampliado da cobertura do risco da troca de atividades, envolvendo um setor diferenciado da economia e em momento de ruptura generalizada das expectativas. Em essência, o arranjo dos instrumentos da política fiscal deveria focalizar os obstáculos postos pela necessidade de re-alocação dos fluxos internos de produção. Assim, caberia à política econômico-fiscal a tarefa de incentivar a remodelagem da base produtiva na economia brasileira, em direção à superação definitiva dos problemas trazidos de forma recorrente pela inconsistência dos movimentos de valorização cambial. Desta perspectiva, o avanço dos investimentos públicos constitui o ponto central da política econômica. Através dele, obter-se-ia o alargamento do horizonte de cálculo empresarial e a continuidade da trajetória de queda das taxas domésticas de juro, cujo piso passaria a refletir os níveis das taxas praticadas no mercado internacional.PS


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ESPECIAL Perspectivas

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Por Melina Gonçalves

O que será do amanhã? O ano de 2010 apresentou diversas dificuldades para o setor, como o aumento de preços de resinas, energia e mão-de-obra, além de entraves cambiais e tributários. Chegado 2011, saiba quais são as perspectivas sob a ótica dos transformadores plásticos brasileiros.

J

osé é um pequeno transformador de utilidades de plástico que mora no interior do Paraná. Com muito trabalho e dedicação, sua empresa prosperou em anos de trabalho árduo. Mas nos últimos tempos, seu José tem enfrentado grande dificuldade em suas vendas. Com o aumento de custos fundamentais como energia e mão-de-obra, além do aumento da matéria-prima, o dono da fábrica perde terreno para os fabricantes de plásticos importados, que entram no Brasil com custos mais acessíveis e são ajudados pelo cambio valorizado. O pequeno transformador de plásticos do interior do Paraná não sabe, afinal, o que fazer para voltar aos velhos tempos e ter uma boa margem de lucro em sua empresa. Seu José é apenas um exemplo dos milhares de fabricantes de plásticos que amargam momentos difíceis. Independente do porte, a situação é de risco para a competitividade do setor e coloca os principais dirigentes em alerta na busca de soluções imediatas para salvar a robustez das empresas de transformação. Ao que tudo indica a resolução da problemática não se dará tão fácil assim. Nessa equação, são diversos os motivos que impedem o crescimento e assinalam aos mais pessimistas um risco de desindustrialização. A começar pelos aspectos macro econômicos do país. O primeiro agravante é que, com o aumento de consumo da população, há aumento de juros para estancar a infla-

ção. Além disso, há a valorização do real, que reduz a competitividade dos produtos nacionais facilitando a importação e desestimulando a exportação. Associada ao aumento de juros e a questão cambial, está a elevada carga tributária, uma das principais barreiras para o crescimento. “Nosso setor precisa com urgência diminuir a carga tributária que carregamos em nossos produtos, que nos impedem de exportar e abre as portas para importação de acabados”, salienta a Presidente do Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Paraná (Simpep), Denise Dybas Dias. Na outra ponta desse cabo de guerra está a pressão sobre os preços do petróleo, e por consequência seus derivados, incluindo a nafta e outros produtos petroquímicos. O resultado é um aumento no custo das resinas petroquímicas que o transformador tem dificuldade de repassar ao seu cliente final. O presidente do Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Estado de Santa Catatina (Simpesc), revela que a tendência de alta voltou com tudo no final de 2010 e início de 2011. “Obviamente é um movimento global. Os preços estão subindo em todas as partes do mundo e aqui não é diferente. O que nos assusta é a velocidade com que isso está ocorrendo”, alerta. Mas o que esperar de 2011, tendo em vista um novo governo na liderança do país? As perspectivas para o ano são preocupantes, já que o cenário deve permanecer o mesmo. O presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), José Ricardo Roriz Coelho, afirma que nada indica uma mudança no câmbio, o real deve permanecer valorizado e as taxas de juros continuarão subindo. O dirigente ressalta os custos das matérias-primas. “Os nossos preços de resinas são maiores do que a concorrência internacional, tirando nossa competitividade e fazendo com que a entrada de produtos importados seja maior do que as nossas exportações” avalia Roriz. Neste aspecto a tendência também é de continuidade do quadro. O sócio-diretor da Maxiquim Consultoria de Mercado, Otávio Carvalho, revela que, com esse cená-

rio de preços de produtos petroquímicos em elevação, dólar relativamente estável e demanda aquecida é bastante provável que a fatia das importações no mercado brasileiro siga crescendo pelos próximos meses e anos. E quem sairá ganhando com esse movimento é o produto chinês, que adquire cada vez mais espaço no mercado mundial, por ter um custo de capital baixo, valor de mão-de-obra reduzido, acesso a matérias-primas baratas e fábricas com grande escala de produção. “É um absurdo o Brasil não poder responder a isso já que, no caso dos plásticos, o chinês não é auto-suficiente em petróleo e sim um grande comprador. Já o Brasil, além de ser auto-suficiente, será um dos maiores exportadores de petróleo do mundo. Então não teria motivos para o país não ter um plano para ganhar competitividade nos próximos anos e isso deveria a começar por um acesso a preços de matérias-primas a custos mais razoáveis”, desabafa o presidente da Abiplast. A alternativa para fugir dos altos preços está na importação das resinas, cujo déficit comercial aumentou 119,2% em 2010. O problema desta manobra é que 95% dos transformadores de plásticos são empresas de pequeno porte com dificuldades para importar. “O monopólio acaba impondo condições de preços e o transformador tem um poder de barganha muito baixo para conseguir negociar esse valor. O Brasil está aumentando as importações de resinas porque o país tem um dos preços mais altos do mundo”, salienta Roriz. Mas nem tudo está perdido. Como solução temporária para tentar aumentar a competitividade está o investimento em máquinas e equipamentos novos para buscar produtos mais inovadores e para baixar custos. Outro aspecto em que o Brasil pode se diferenciar do resto do mundo é o fato de o país ter condições de desenvolver a mais competitiva indústria de bioplásticos do mundo. “É preciso aproveitar o potencial do etanol e de outras fontes renováveis para gerar oportunidades para a transformação”, opina Otávio Carvalho, da Maxiquim. É preciso agora saber usas essa vantagem a nosso favor.PS << Jan./Fev. de 2011 < Plástico Sul < 11


Os próximos desafios

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ESPECIAL Perspectivas O Vice–Presidente do Sindicato da Indústria de Material Plástico do Nordeste Gaúcho (Simplás), Victor Oscar Borkoski, observa com atenção a questão da reorganização do setor petroquímico e seus reflexos na indústria de transformação. “Vemos com preocupação o encaminhamento do monopólio já que a importação é tarifada. Mesmo assim, as resinas importadas estão mais acessíveis, enquanto as economias do mercado comum e U.S.A. não apresentam crescimento sustentável. Esta situação deve continuar durante o ano de 2011”, antecipa Borkoski. Quanto às importações de transformados, o dirigente acredita que os produtos vindos de fora continuarão crescendo a taxas próximas de 20% enquanto as exportações, que são essenciais para as Américas com destaque para Argentina, não deverão crescer mais que 7% a 8%. Para escapar dos efeitos colaterais, o dirigente aposta no investimento em design de produtos novos e aumento de produtividade com automação de processos. Já os Sindicatos do Estado esperam um diálogo aberto com o novo Governo estadual para encontrar soluções, através de Políticas de Investimentos no setor que levem as indústrias da região a competir em igualdade de condições com os outros Estados da Federação. “A luta por melhores condições para o desenvolvimento do setor deve ser contínua, nas áreas da educação, energia competitiva, programa de desenvolvimento estadual do setor e através de uma política em conjunto com o Governo”, enfatiza. A região de abrangência do Simplás transforma por ano 450.000 toneladas de produtos plásticos em suas mais de 450 empresas. A média de crescimento para 2011 está na casa de 8%.

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Alternativas para crescer Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias de Material Plástico no Rio Grande do Sul (Sinplast), Alfredo Felipe Schmitt, 2011 é um ano de trabalho forte na busca pelo aumento da competitividade interna e na tentativa de um equilíbrio tributário adequado para o setor. O dirigente também destaca a busca por uma melhora na questão da gestão, mão-de-obra e um acordo quanto aos preços internos de matérias-primas para competir tanto a nível interno quanto com produtos que começam a vir de fora também. “Os preços das resinas seguiram o ritmo mundial, subiu no exterior, subiu aqui também. Faz parte de uma estratégia do Sindicato, da Abiplast e das associações, todos juntos e reunidos, buscar um entendimento melhor com a própria Petrobras para olharmos a transformação de plásticos do Brasil como um mercado de 350 mil empregos”, diz. O dirigente busca alternativas para minimizar o desequilíbrio da balança comercial de transformados. Ele conta que o Sinplast encaminhou proposta de criação de uma lei que obrigaria às empresas estrangeiras com interesse em vender para o Brasil a possuir um representante legal dentro do país para assumir todas as responsabilidades, inclusive sobre a destinação da embalagem pós-consumo. Fato semelhante ocorrerá nos Estados Unidos onde, a partir de 2012, uma empresa para exportar para o país americano deverá ter uma filial ou representante legal no local. Na Europa já está em vigor este sistema que tem o nome de REACH, mas até o presente momento não envolve embalagens.


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Santa Catarina enfatiza PNRS

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ESPECIAL Perspectivas

Um grande desafio para todas as cadeias produtivas, e do plástico em especial, nos próximos anos, será a nova Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) aprovada recentemente pelo Congresso Nacional. O presidente do Simpesc, Alfredo Schmidt, acredita que a Política trará para todos os setores enormes consequências, pois terão, juntamente com a sociedade (cidadãos e municípios), que implantar e colocar em funcionamento estruturas de coleta e reciclagem no Brasil todo. “Comparado a outras cadeias produtivas, a do plástico apresenta uma complexidade ímpar, dada à variedade de resinas existentes e à diversidade de aplicações permeadas por todos os setores da economia”, lembra. As recomendações e orientações oriundas da PNRS vieram do anseio da sociedade, que não aceita mais o uso indiscriminado dos recursos naturais e o pouco caso dado ao meio ambiente. Segundo o dirigente, o setor plástico está fazendo sua parte, procurando alternativas e soluções para o correto descarte e reaproveitamento destes materiais, mas sem comprometimento da sociedade, separando e levando os produtos recicláveis até os pontos de coleta, não será possível salvar o planeta.

O Brasil viveu em 2010 um ano de forte recuperação econômica, em que a produção industrial voltou aos patamares pré-crise com efeito positivo sobre segmento do plástico. Para Albano Schmidt, certamente o otimismo em relação ao futuro do Brasil também fez com que muitos investimentos tenham sido planejados e realizados. Entretanto, como os demais dirigentes do setor, Schmidt alerta para o lado ruim do ano, como a invasão de produtos importados. “Como estamos na vitrine, o mundo inteiro tem interesse de vender no Brasil, o que aumenta a competição com a indústria aqui localizada”, enfatiza. Para tentar sanar os problemas na região, o dirigente acredita na união, garra, empreendedorismo e boa relação com os fornecedores para manter o nível de crescimento sustentado acima da média nacional. “Estamos já trabalhando em diversas áreas, com foco na competitividade, na inovação, na sustentabilidade e no conhecimento para termos uma liderança regional e uma projeção nacional no segmento de plásticos”. Schmidt acredita que o crescimento do setor no estado em 2010 tenha sido da ordem de 12% em termos de volume e de cerca de 15% no faturamento. Já para 2011 ele aposta em um crescimento mais moderado, de cerca de 5% em volume.

14 > Plástico Sul > Jan./Fev. de 2011 >>

Paraná destaca guerra fiscal A falta de mão-de-obra qualificada está na pauta de preocupações do Sindicato da Indústria de Material Plástico do Paraná. Segundo a presidente da entidade, Denise Dybas Dias, trabalhadores migraram para outros setores mais aquecidos, com políticas sólidas e sérias de preços e incentivos diversos que conseguem oferecer salários maiores que o setor plástico. Outro desabafo vindo do Paraná é quanto à guerra fiscal entre estados. “Esta guerra fiscal esta fazendo com que as indústrias instaladas em paraísos fiscais dentro do Brasil, principalmente Manaus, trabalhem com margem negativa e tenham um grande lucro somente nos impostos que deixam de recolher”, explica Denise. Estas empresas, observa a presidente, pelos benefícios fiscais criam um referencial de preços abaixo do custo da grande maioria das indústrias de transformação do País. Ela garante que este tipo de concorrência precisa terminar rapidamente, antes que seja tarde demais. “Em torno de 90% do nosso setor é composto por pequenas e médias empresas que não possuem condições de instalar plantas em diversos paraísos fiscais. Estas empresas pagadoras de inúmeros impostos que servem dentre tantas outras para financiar grandes empresas que lucram e crescem com a imoralidade legalizada”, denuncia. Denise faz coro aos demais empresários do setor quanto a configuração da indústria petroquímica. Para ela, é necessária a competitividade no total da cadeia produtiva, com os mesmos benefícios e condições para concorrer internacionalmente. A balança comercial do setor no ano de 2010 apresentou um aumento das importações de produtos transformados (plásticos) em torno de 30%, enquanto que as exportações aumentaram 10%. “Somente por estes dados podemos confirmar os disparates que o nosso setor vem apresentando”. O Paraná conta com 940 empresas que geram 24.500 empregos diretos. O crescimento do setor em 2010 foi 8,5% no volume e de 6,6% no faturamento. Denise considera que o estado apresentou boa demanda, embora com pouca rentabilidade. “Para o cenário econômico do momento, os números poderiam ser melhores, ficamos um pouco a menos que a média nacional, a guerra fiscal esta segurando muito o crescimento de nosso estado”, observa.


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O que os dirigentes esperam do Governo Dilma Roussef “Existe uma expectativa grande de um governo mais técnico e objetivo para atender as demandas não só da Indústria, mas como um todo, governo com menos marketing e sentimentalismo que proporcione resultados para nosso País. As primeiras ações da nova Presidente já sinalizam preocupação com importados de baixa qualidade oriundos da Ásia e já sinalizou medidas para restringir a entrada no País. Esperamos que sejam tomadas medidas para que a indústria de transformação possa iniciar um processo de exportação não se restringindo ao mercado interno”. Denise Dybas Dias – Presidente do Simpep

“Esperamos um governo mais pragmático, mais executivo, melhor planejador e gestor. É o perfil da presidente Dilma. O presidente Lula deixou um legado positivo nas questões sociais, mas também uma conta a pagar. Vemos com preocupação o aumento dos gastos do governo, não apenas em seu crescimento, mas também no que diz respeito à sua qualidade. Deveríamos ter gasto muito mais em investimento em infraestrutura e muito menos em custeio. O resultado é que a presidente já entra com a necessidade de subir juros e fazer cortes no orçamento”. Albano Schmidt – Presidente do Simpesc

“Esperamos que dê início a Reforma Tributária que os últimos governos têm adiado, pois esta carga tributária em cascata afeta negativamente as empresas, independente de seu porte. Além disso, é preciso haver revisão de política de juros, conservação de investimentos na infra-estrutura e política adequada ao setor”. Victor Oscar Borkoski – Vice-Presidente do Simplás

“Desejamos que a presidente consiga imprimir uma velocidade de trabalho que permite ao setor se desenvolver. Que se crie uma política pública que vise dar condições efetivas de competitividade às indústrias de transformação de plásticos. Nós temos que nos preparar para exportar excedentes de transformados e não de resinas”. Alfredo Schmitt – Presidente do Sinplast

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ESPECIAL Perspectivas

Os próximos passos da Adirplast Desde 03 de janeiro, entidade é presidida por Laercio Gonçalves, que traça metas para a distribuição nacional. DIVULGAÇÃO/PS

Gonçalves: “Adirplast deverá dobrar de tamanho e representatividade”

O

ano de 2011 começou com nova Diretoria Executiva na Associação Brasileira dos Distribuidores de Resinas Termoplásticas (Adirplast). No comando da entidade está agora o Presidente da Activas, Laercio Gonçalves. Com metas ambiciosas, o dirigente aponta os próximos passos deste setor que movimenta anualmente de 496.175 mil toneladas de resinas e faturamento acima de R$2,5 Bilhões. Gonçalves assume a entidade em uma época de grandes acontecimentos, como aumento considerável nos preços das matériasprimas em nível mundial, entrada massiva de importadores de ocasião e revendedores informais, além da aprovação recente do CADE para a aquisição da Quattor pela Braskem. Esses fatores implicam diretamente nos negócios da distribuição, e mesmo assim o dirigente projeta um crescimento na ordem de 10% para o ano de 2011. Gonçalves acredita que a

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) anunciou a meta das exportações para 2011 de US$ 228 bilhões, valor 13% acima do alcançado em 2010 (US$ 201,916 bilhões), recorde histórico do país. Este crescimento também é superior aos 9,2% estimados para o crescimento das vendas no mercado externo feita pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). A corrente de comércio no ano (soma das exportações e importações) foi de US$ 383,554 bilhões. “Isto será possível em razão do crescimento econômico dos 16 > Plástico Sul > Jan./Fev. de 2011 >>

Novos associados

política do segmento já está praticamente definida, mas que no segundo semestre do ano novas fusões e aquisições entre os distribuidores podem ocorrer. “Acredito que 2011 ainda será um ano de acertos”, salienta. Para fortalecer os diferenciais da distribuição e unir as empresas que permanecerem nessa estrada, Gonçalves fez um planejamento estratégico para a gestão 2011/2012. Nos tópicos estão questões fundamentais para o futuro do setor como o desenvolvimento de código de auto-regulamentação com a criação de um conselho de ética e de canais de comunicação como rede sociais, revistas, maior relacionamento com a imprensa e participação nas feiras do setor. A começar pela principal mostra nacional da indústria do plástico, a Brasilplast, que acontece em maio deste ano. No evento, a entidade terá um estande mais aberto e convidativo, mostrando a importância do relacionamento entre transformador e distribuidor com as respectivas vantagens competitivas. Além destas estratégias, a Adirplast buscará também vínculos com entidades para capacitação profissional como Senai, e nos polos educacionais como São Carlos e Joinville. Gonçalves explica que através de palestras, viabilizará a valoração saudável sobre a importância da distribuição nas principais universidades do país. Os associados também receberão todo o suporte de infor-

MDIC anuncia meta de US$ 228 bilhões para exportações em 2011

mações disponível. “Faremos eventos sobre logísticas, atendimento comercial, aspectos tributários, gestão financeira e pessoas, com participações de convidados da petroquimica e de clientes”, destaca.

Através de fusões e aquisições houve uma considerável diminuição no número de distribuidores de resinas nos últimos anos, processo natural quando o objetivo é ganhar escala e acompanhar as tendências mundiais. Mesmo assim, um dos principais planos na pauta da nova diretoria é aumentar o número de associados para fortalecer, ampliar a instituição e consolidar os números do setor, aliás unica fonte oficial. O dirigente explica que o movimento se dará através da abertura da entidade para novas empresas, como por exemplo, as que representam multinacionais. Para entrar na Adirplast, porém, devem-se atender as exigências do estatuto. “A ideia é ampliar a abrangência dos associados, mas precisa ser representante de uma empresa de resinas termoplásticas”. Na mesma batalha em busca do amadurecimento do setor está o fortalecimento da relação entre distribuidor e petroquímica e a ampliação da Adirplast para América do Sul. “A Adirplast tem que ser reconhecida como um canal de distribuição legal pela petroquímica e que o transformador veja os benefícios de nossas empresas que, além de entregar resinas, proporciona financiamento, leva tecnologia, pequenos e médios volumes, acesso a matérias-primas com valor agregado, e acima de tudo, diferencias aos seus negócios. Nesta gestão a Adirplast deverá dobrar de tamanho e representatividade”, finaliza.PS

países em desenvolvimento”, avaliou o secretário de Comércio Exterior do MDIC, Welber Barral. E completou: “levamos também em consideração a manutenção dos preços das commodities e do mesmo nível cambial.” Especificamente a indústria do plástico transformado inicia 2011 com a perspectiva de aumentar em 10% os volumes exportados, com relação às 310 mil toneladas comercializadas em 2010, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast). Com esse crescimento, o setor espera chegar a dezembro de 2011 com 340 mil toneladas exportadas, o equivalente a US$ 1,75 bilhões.


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DESTAQUE Commodities

Mercado em alta Por Gilmar Bitencourt

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Indústria da segunda geração fecha o ano com crescimento nas vendas apesar do aumento das importações de resinas.

A

nálise feita pelas principais petroquímicas revela que o mercado de commodities em 2010 foi muito positivo. Em relação aos investimentos, desenvolvimentos e lançamentos de novos produtos pelos fabricantes de resinas, realmente foi um ano cheio de novidades. Porém a constatação pode parecer um pouco confusa para quem olhar a balança comercial do segmento, que continua negativa e registra um incremento nas importações superior as vendas externas. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) a entrada de resinas no Brasil aumentou 25,8% no ano passado, representando 1,9 milhão de toneladas, contra 1,5 milhão em 2009. Enquanto que a receita brasileira com as exportações cresceu 12%, atingindo a cifra de US$ 1,87 bilhão, no mesmo período, as importações tiveram alta de 41,6%, na mesma base comparativa, chegando a US$ 3,26 bilhões. E mesmo assim, o ano foi bom? Foi bom sim, as empresas registraram o crescimento no volume de vendas e no faturamento. A explicação é simples. O aquecimento da economia nacional incentivou o aumento do consumo interno de resinas. Isso somado a questão do câmbio que tem favorecido às importações, tornou o país alvo das vendas externas. Por sua vez, a indústria nacional, atenta ao aumento do consumo brasileiro e à concorrência internacional, priorizou o mercado interno e reduziu as exportações. Fato que causou um déficit comercial no acumulado do ano de US$ 1,39 bilhão, alta de 119,2% sobre 2009 (US$ 635,1 milhões). Os principais fornecedores de resinas termoplásticas para o mercado brasileiro foram a América do Norte, a Ásia (com exceção do Oriente Médio) e a União Européia. Já o principais destinos da produção nacional foram o Mercosul e demais países latino-americanos, com exceção do México.

Diante deste contexto fica claro que a petroquímica nacional tem que botar as barbas de molho. É preciso ampliar a produção brasileira sob o risco da concorrência internacional ocupar cada vez mais o nosso mercado. Segundo o presidente-executivo da Abiquim, Eduardo José Bernini, o Pacto Nacional da Indústria Química, estudo entregue ao governo pela Abiquim, estima um potencial de investimentos no setor de US$ 167 bilhões até 2020. O dirigente deixa claro que é necessário estimular a realização de investimentos, para atender demanda interna e a recuperação do déficit comercial.

A Braskem, única produtora nacional dos commodities Polietileno (PE) e Polipropileno (PP), está ciente do desafio que deve enfrentar. A empresa ainda não divulgou oficialmente o fechamento do ano, mas comemora os bons resultados do terceiro trimestre, considerado o melhor em consumo de resinas termoplásticas do mercado brasileiro. No período as vendas domésticas da Braskem cresceram 17% em comparação com o trimestre anterior, refletindo as altas taxas de operação das unidades industriais da Companhia. O aumento dos volumes e da produção, especialmente na Quattor, compensou a queda dos preços das resinas no mercado internacional e brasileiro, permitindo à petroquímica aumentar em 12% sua receita líquida no período, para R$ 7,3 bilhões. O EBITDA consolidado da Braskem no terceiro trimestre de 2010 foi de R$ 1.03 bilhão, em linha com o registrado no trimestre anterior. O acumulado dos nove meses do ano, o EBITDA ficou em R$ 3,0 bilhões, com alta de 24% em relação ao mesmo período de 2009. Os investimentos da Braskem totalizaram cerca de R$ 1,0 bilhão ao longo de 2010, dos quais R$ 311 milhões foram destinados à conclusão da planta de eteno verde, inaugurada no final de setembro. Cabe destacar ainda os investimentos feitos na Quattor, no valor de R$ 191 milhões, contribuíram para a melhoria da eficiência operacional de seus ativos.

No Rio Grande do Sul, os resultados da Braskem na produção de>> << Jan./Fev. de 2011 < Plástico Sul < 19


GILMAR BITENCOURT/PS

DESTAQUE Commodities Plástico Verde: petroquímicas investem em tecnologias renováveis, como a Braskem com sua planta de PE em Triunfo (RS)

Ao analisar o mercado de Polietileno (PE), a Dow comenta que

polietileno (PE) devem superar as expectativas. A empresa processou 1,13 milhão de toneladas, 8% acima do registrado no período anterior. O resultado deve-se em boa parte à conclusão do investimento de R$ 65 milhões iniciado no final de 2009 na aquisição de uma nova extrusora e na ampliação da capacidade produtiva do conjunto de plantas dessa resina em Triunfo para 1,3 milhão de toneladas. Até abril deste ano, serão investidos mais R$ 25 milhões no desgargalamento das plantas de alta pressão de polietileno de baixa densidade (PEBD), concluindo as benfeitorias para tornar a unidade totalmente preparada para receber a carga de 200 mil toneladas de eteno verde ao ano. Conforme Sérgio Scander, diretor industrial de PE no RS, o resultado também foi alcançado graças à boa oferta de matéria-prima, ao mix de produção ajustado, ao processo de melhoria contínua, à demanda aquecida e às boas práticas em Saúde, Segurança e Meio Ambiente, que têm garantido a não-ocorrência de acidentes pessoais (SAF e CAF) nas unidades. Ainda em 2010, a empresa iniciou a produção de PE verde, na planta instalada no Polo Petroquímico de Triunfo (RS), com capacidade para produzir 200 mil toneladas de eteno e polietileno a partir da cana-de-açúcar. A Braskem foi a primeira empresa no mundo a certifi20 > > Plástico Sul > Jan./Fev. de 2011 >>

car PE (de alta densidade, de baixa densidade, linear e ultra-alto peso molecular) e PP produzidos com matéria-prima 100% renovável, a base de etanol. A empresa já concluiu a etapa conceitual do projeto de construção da planta de propeno verde. Em 2011 serão concluídos os estudos de engenharia básica. Após a aprovação final, a empresa começará a implementação do projeto, que tem a operação programada para o segundo semestre de 2013. A expectativa de investimento é de aproximadamente US$100 milhões e a capacidade mínima de produção de 30 mil toneladas por ano, de propeno verde para produção de polipropileno. O local onde será construída a planta ainda não foi divulgado pela petroquímica. Outra ação da empresa a curto prazo, será o investimento de US$ 470 milhões em uma planta de PVC, com 200 mil toneladas ao ano de capacidade, em Alagoas, que deverá entrar em operação em 2012. Segundo a empresa, assim como ocorre com o PE verde, o PP verde utilizará uma tecnologia já provada e comprovada industrialmente e terá como fonte de matéria-prima o etanol de cana de açúcar. Também vai apresentar as mesmas propriedades técnicas, de processabilidade e desempenho apresentados pelo polipropileno produzido a partir de rotas tradicionais.

o ano passado foi muito bom para o segmento de plásticos no país. Para respaldar a sua análise, cita parte de um artigo do presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), José Ricardo Roriz Coelho, no qual ele afirma que a indústria brasileira de transformação do plástico está para estabelecer um recorde em 2010, sendo que o consumo interno de seus produtos deve alcançar 5,7 milhões de toneladas. Ainda segundo artigo, os segmentos que mais puxaram essa expansão que girou em torno de 10%, foram laminados (que cresceu 12%), embalagens (crescimento de 9%) e os demais itens cresceram 6%. “Ora, se uma das principais aplicações do polietileno é justamente no mercado de embalagens, podemos concluir que o ano foi bastante positivo”, salienta o diretor de vendas de Plásticos Básicos para o Brasil, Nestor de Mattos. Segundo Mattos o crescimento da empresa em 2010 acompanhou a evolução do PIB do país. Neste período a Dow fez o lançamento de novas resinas principalmente para o mercados de filmes, que foram apresentados nas feiras Argenplás, na Argentina, Plastimagem, no México. Entre os destaques dos dois eventos, o diretor cita o ELITE™ 5960G, resina de alto desempenho indicada para a produção (extrusão balão) de filmes destinados para aplicações que requerem propriedades diferenciadas de barreira a umidade e gordura, tais como cereais, alimentos secos, farinhas e alimentos para animais (pet food). Outra novidade é a família ATTANE™ de polietilenos lineares base octeno de ultra baixa densidade (PEBDL) produzidos pelo processo de solução. “Essas resinas apresentam excelente flexibilidade e propriedades mecânicas como resistência à perfuração e ao rasgo, sendo indicadas para a fabricação de filmes utilizados para embalagens congeladas (até -40C)”, acrescenta. Ainda na esteira dos lançamentos o executivo acrescenta o DOWLEX™ TG>>>>


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DESTAQUE Commodities

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Fábio Meireles afirma que o cenário positivo ampliou o consumo de PS no país

DIVULGAÇÃO/PS

2085B, Polietileno Linear de Baixa Densidade copolímero base octeno, desenvolvido especificamente para otimizar as propriedades óticas em filmes transparentes, pigmentados e impressos, apresentando alta resistência a avermelhamento/amarelamento. Além dos investimentos na área de Pesquisa & Desenvolvimento, a empresa também focou na capacitação contínua de seus profissionais em todos os níveis hierárquicos. “Isso se traduz na geração de soluções para as demandas do mercado, antecipação de tendências ou mesmo em um atendimento técnico e personalizado que pode ser considerado um significativo diferencial da Dow no mercado”, acrescenta Mattos. Com o objetivo de fortalecer o negócio tanto na questão estratégica como de marketing, o diretor informa que foram realizadas mudanças na equipe de Plásticos Básicos da Dow. Dolores Brizuela assumiu a gerência de marketing para food & specialty packaging e health & Hygiene (embalagens especiais para alimentos, higiene e saúde). Sergio Coleoni, gerente de marketing para pipes (tubos) passou a atuar como gerente de marketing para packaging & pipes industrial and consumer (embalagens industriais, de consumo e tubos). Mariana Mancini assumiu como líder de suporte técnico e desenvolvimento América Latina para rigid packaging & durables (embalagens rígidas e duráveis). “Essas mudanças já estão refletindo positivamente no modo como atendemos nossos clientes e avaliamos o mercado”, comenta. Para este ano Mattos acredita que o crescimento da empresa deve continuar acompanhando o PIB. “Apesar da restrição do crédito, o polietileno tem vasta aplicação, principalmente na indústria alimentícia, um setor insubstituível, ou seja, a compra de alimentos não pode ser adiada, ao contrário do que acontece com outros polímeros, aplicados em bens de consumo”, comenta. A oferta de soluções aos seus clientes é outra meta da empresa, que pretende ir além da vendas de commodities. Conforme Mattos, isso quer dizer que a empresa está focada em oferecer ao mercado soluções que sejam desenvolvidas em parceria com os clientes ou ainda

antecipando tendências por meio da “nossa área de Pesquisa & Desenvolvimento”. Acrescenta ainda, que “essa área busca a diferenciação que o mercado necessita, avaliando qual é a melhor combinação de soluções, dentro do portfólio de pro dutos da Dow, para atender determinada demanda”.

A indústria do poliestireno (PS) também comemora o aumento nas vendas em 2010. A Innova, uma das principais fabricantes da resina, produziu 390 kton de PS e comercializou toda a sua produção, registrando um crescimento de 5,6%, em comparação com o ano anterior. Segundo a empresa o segmento foi impulsionado pelo bom desempenho do mercado brasileiro, alavancado principalmente pelos setores de linha branca e de descartáveis. Segundo o gerente comercial & marketing da petroquímica, Fábio Meireles, o cenário positivo da economia brasileira, que ampliou o consumo de resinas, foi um dos responsáveis pelo aumento das importações de matérias-primas. Comenta que em 2010, o volume de poliestireno importado subiu 27%, comparando com os números apurados no período anterior. Para este ano, ele acredita que este volume deva se manter estável. Segundo o executivo, as exportações do produto sofreram a mesma influência da economia nacional, registran-

do uma queda de 34%. Em uma análise mais macro ele comenta, “acreditamos que a equação demanda/consumo/produção deva aumentar no cenário mundial na medida em que os mercados americanos e europeus retomem seus consumo normal abalado pela crise de 2008”. Sobre a mudança de perfil por parte das empresas da terceira geração, que está passando a produzir itens diferenciados, com maior valor agregado, o gerente acredita que este processo não deve afetar o mercado de commodities, “pois existe espaço para todos”. Fala que esta é uma tendência para todo mercado (transformadores e produtores). “Nossos recentes lançamentos foram desenvolvidos também com o intuito de diferenciação frente às opções de mercado procurando oferecer aos nossos clientes um produto com maior valor agregado”, complementa. Meireles informa que em 2010 a empresa lançou um novo poliestireno de alto impacto (HIPS) de extrusão, o R970E. O produto está em processo de homologação nos clientes. De acordo com a Innova, o R970E apresenta altíssima resistência ao impacto e elevada rigidez, esta performance mecânica permite grande potencial de redução de espessura, que deve ser avalizado conforme às exigências de cada aplicação. “O principal destino são as aplicações para o segmento de lacticínios e descartáveis. Para as bobinas de lacticínios em especifico, este novo grade possui excelente equilíbrio entre impacto e rigidez podendo retirar a adição do GPPS na mistura de massa”, acrescenta o gerente. Ainda dentro dos desenvolvimentos da petroquímica o executivo apresenta o R350L, poliestireno de alto impacto transparente, “sem contratipos no país”, para o setor de descartáveis com grande equilíbrio de impacto e alta transparência. A Innova é uma empresa controlada pela Petrobras Argentina. Conta com unidades produtivas no Brasil e na Argentina. Quanto a produção de PS que vem de fora do país, Meireles explica>>>>


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DESTAQUE Commodities DIVULGAÇÃO/PS

Acima: Tarantino, da Solvay: “meta até 2012 é a conclusão da última fase do projeto de investimentos iniciado em 2008” Abaixo: crescimento da indústria de construção civil impulsiona o mercado brasileiro de PVC

que o produto importado sofre o processo de nacionalização ao entrar no mercado brasileiro pagando os impostos pertinentes.

No segmento do policloreto de vinila (PVC) , a Solvay Indupa informa que, de acordo com os dados da Associação Brasileira da indústria Química (Abiquim), o mercado aparente de 2010 cresceu 18,9%, ante ao ano passado. A indústria fechou o ano com a produção de 1.100 Kton. Para o próximo período as previsões são otimistas, a empresa está estimando um cres24 > > Plástico Sul > Jan./Fev. de 2011 >>

cimento para o mercado brasileiro na ordem de 5 a 6%. Sem dúvida o aquecimento da economia foi o principal responsável pelo crescimento do mercado do PVC. Mas para o gerente comercial da empresa, Gibran João Tarantino, o aumento da participação da resina em vários setores, também motivou este bom desempenho. “A participação do PVC na indústria da construção não é novidade, pois os tubos e conexões já vêm sendo usados há muito tempo. Atualmente, além dos tubos e conexões, o PVC é utilizado na fabricação de janelas, perfis, sidings, pisos, fios e cabos, cercas, portas sanfonadas, divisórias, forros, decks e coberturas de piscinas, geomembranas, formas de concreto, setor automobilístico entre outros”, salienta. O gerente comercial comenta que a Solvay Indupa teve um crescimento alinhado a evolução do mercado aparente, no ano que passou. E destaca que a meta da empresa até 2012 é de concluir a última fase do projeto de investimentos iniciados em 2008 de US$ 500 milhões e que agregarão mais 55Kton de produção de PVC Suspensão no Brasil e mais 40 Kton de PVC Suspensão na Argentina, “totalizando a consolidação da capacidade instalada na ordem de 590Kton/ano no Mercosul”, informa. Segundo Tarantino, a crise ocorrida em 2008 obrigou a empresa adiar a segunda fase do projeto de investimento em expansão da Solvay Indupa, que prevê a construção da planta de etileno, “que estava em um patamar bastante avançado”. Ele conta que recentemente, os estudos para implementar o projeto foram retomados e encontram-se em fase final. Dentro desses estudos, está prevista a manutenção do escopo original do projeto, tan-

to em relação à capacidade prevista como para o investimento, “mas apenas após a conclusão dessa etapa, estaremos aptos a fornecer detalhes sobre esse projeto”, observa o gerente. A tendência de ampliação da demanda de PVC para os próximos anos é destaca por Tarantino. A previsão do executivo está amparada nos vários acontecimentos que estão mobilizando o país. “Temos recordes de fomentos de créditos para construção civil o que torna o segmento sustentável para os próximos anos. A Copa de 2014 e as Olimpíadas, são fatores importantíssimos que agregarão volumes de resinas na composição dos materiais destinados a construção civil”, observa. O executivo ressalta o crescimento do setor de infraestrutura. Ele frisa que as ações do PAC frente à carência de saneamento básico existente no país e o interesse do governo federal de investir nesse setor, representará uma forte demanda de PVC. “O saneamento básico tende a ser maior prioridade para os próximos governos, uma vez que há uma forte conscientização da sociedade para os problemas trazidos pelos esgotos não-tratados”, acrescenta. A Solvay Indupa apóia o Instituto Trata Brasil que busca a mobilização da sociedade, para cobrar das as autoridades a solução para deficiência histórica de infraestrutura no país. “Quanto mais rápido o problema do saneamento e do déficit habitacional forem resolvidos, mais rápido será o crescimento do consumo do PVC nacional”, afirma. Outro ponto destacado por Tarantino e o projeto social Minha Casa Minha Vida, implantado no Governo anterior e “que deverá seguir, temos grande carência nesse setor e são volumes grandes os investimentos do setor para obtenção da casa própria”. O executivo também comenta que alguns segmentos importantes para o mercado de PVC, como calçados, laminados, filmes para embalagens, também são emergentes e terão crescimento sustentável nos próximos anos, “face aos investimentos que o mercado de transformação vem realizando constantemente na atualização tecnológica e no desgargalamento das capacidades produtivas”, explica.PS


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Sustentabilidade como diferencial competitivo O forte apelo ambiental da indústria do PET faz com que o produto ocupe cada vez mais espaço no mercado e coloca o Brasil como um dos principais recicladores do material no planeta.

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uando se fala em PET a primeira imagem que nos vem à cabeça é a embalagem de refrigerante. Essa associação não é por acaso. Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria do PET (Abipet), o poliéster é a resina mais utilizada para o envase da bebida e detém 80% deste mercado. De acordo com o presidente da instituição, Auri Marçon, além dos tradicionais segmentos de bebidas, vinagres e óleos de cozinha, outros setores que já iniciaram sua trajetória de crescimento no uso do PET continuam demonstrando interesse em adaptar suas embalagens para este material. “É o caso dos achocolatados, sucos concentrados ou diluídos e produtos de limpeza”, informa Marçon. O presidente da Abipet destaca ainda que, historicamente, em razão de suas características e diferenciais nas áreas de envase e logística, o PET democratizou o consumo para as classes de menor renda, ao proporcionar a comercialização de produtos com preço reduzido. O PET já ultrapassou a imagem de vilão. Estudos realizados nos Estados Unidos indicam o material como a embalagem mais amigável ao meio ambiente. O dirigente salienta que o bom desempenho da reciclagem de PET no Brasil é fruto dos investimentos realizados pela indústria, colocando o país entre os principais recicladores mundiais da embalagem. Mas, segundo o presidente, o principal entrave da reciclagem está na coleta. “Agora está na hora de mostrar ao consumidor a importância do seu papel nesse processo. Na entrevista a seguir Marçon faz uma análise do mercado de PET no país, que em 2010 deve ter um crescimento superior a 7%, apesar das dificuldades mercadológicas enfrentadas principalmente no Sul do país com concorrência com os países do Mercosul. 26 > > Plástico Sul > Jan./Fev. de 2011 >>

Revista Plástico Sul - Como o senhor analisa o mercado de PET em 2010? Auri Marçon - Nossas primeiras estimativas para 2010 revelam que o desempenho da indústria do PET manteve o mesmo positivismo dos últimos dez anos, com crescimento em torno de 7,5%. Plástico Sul - Quais foram os principais pontos que impactaram o segmento no ano? Marçon - Várias questões impactaram o segmento do PET em 2010, especialmente aquelas de cunho concorrencial. Sobretudo na região Sul, o principal entrave para o setor tem sido provocado pela desatualização da Regra de Origem entre os países membros do Mercosul, que tem possibilitado a importação de resina PET em regime de drawback, e subsequente exportação para o Brasil de préformas fabricadas no Uruguai e no Paraguai. Em razão dos acordos existentes, essa compra é feita com isenção de tributos, desequilibrando o mercado interno. Isso tem contribuído para a perda da competitividade de empresas brasileiras e até levado algumas companhias a se transferirem para outras regiões ou mesmo outros países, fechando vagas de trabalho nos três Estados da região. Isso sem contar o estrago que faz em toda a cadeia química que abastece o mercado do PET. Plástico Sul - Quais as principais tendências e novidades do PET para este ano? Marçon - Além dos mercados onde o PET está consolidado (refrigerantes, água e óleos comestíveis, por exemplo), sempre existe a possibilidade de crescimento em outros mercados. Essas oportunidades são mais efetivas no momento de renovação do parque industrial, pois não podemos desprezar o investimento já realizado em máquinas e

SÔNIA MELE/PS

ENTREVISTA PET

Auri Marçon, da Abipet equipamentos. Nessa competição com os outros tipos de embalagem, um fator competitivo importante é o apelo ambiental do PET. Como a embalagem tem um índice de reciclagem alto, isso é um atrativo para as indústrias que desejam vincular a sua imagem à questão da sustentabilidade. É o que acontece, por exemplo, com a indústria de cosméticos e detergentes. Plástico Sul - A maior aplicação do PET ainda é a indústria de bebidas? Marçon - O envase de refrigerante responde por 63% de todo o PET produzido no Brasil para embalagem – neste segmento, a participação do PET é esmagadora, com 80%. O PET também está presente em 100% do mercado das bebidas isotônicas e em 90% do mercado de água mineral, se forem excluídos os garrafões. Plástico Sul - Em quais outros setores o PET se destaca? Marçon - A resina PET se destaca ainda pela participação em 95% dos vinagres e 80% dos óleos de cozinha envasados - que são aplicações tradicionais. Durante 2010, observamos vários lançamentos em produtos domissanitários. A tendência é termos a embalagem de PET envasando parcela significativa dos produtos desse segmento. Plástico Sul - Eventos como a Copa de 2014 e Olimpíadas já estão trazendo reflexos para o setor? Marçon - É interessante observarmos que o PET está bastante presente nos campos de futebol. Reciclado e transformado em manta geotêxtil, faz parte do sistema de drenagem dos estádios. Como embalagem, é um produto seguro para o consumo e pelo qual cer-


tamente haverá interesse para coleta e posterior reciclagem. Portanto, a importância do PET para o espetáculo da Copa ou da Olimpíada pode ser também tão grande quanto o evento em si para o PET – vislumbrando um possível aumento de consumo. Este aconteceria proximamente e durante os jogos. As garrafas de PET são especialmente indicadas para eventos esportivos – bem como qualquer outro em que a aglomeração de pessoas seja grande – devido à segurança que proporciona. Como exemplo prático, no carnaval de 2010, a organização dos desfiles cariocas permitiu apenas a entrada de garrafas de PET para matar a sede dos espectadores, já que, mesmo lançada por um folião mais afoito, uma garrafa dessas não causaria grande dano a ninguém. Tampouco podem ser quebradas para que sejam usadas como arma, em situações mais críticas. Plástico Sul - O Brasil tem uma forte atuação na reciclagem de PET pós-consumo. Em comparação com outros países que reciclam este material, como nós estamos? Marçon - O sucesso da Reciclagem de PET no Brasil acontece graças aos pesados investimentos, realizados pela indústria, no desenvolvimento de aplicações para o PET reciclado. Por isso chegamos ao índice de reciclagem atual (55,6%), que coloca o Brasil entre os maiores recicladores de PET do mundo. Entretanto, em outros países, o que se faz é a coleta, sem reciclagem. No caso do Japão, por exemplo, o índice de coleta é de 69%, mas quase 70% desse total é “exportado” para países em desenvolvimento, não é utilizado internamente. Precisamos estar atentos ao equilíbrio desse sistema que envia resíduos de um país para o outro, se não está gerando um problema onde é descartado. Com a vantagem de participar do ciclo completo, que envolve a coleta, a reciclagem e a destinação do PET, o Brasil está em posição de destaque diante do cenário mundial, superando os índices da União Européia e dos Estados Unidos, sendo líder em aplicações para o PET reciclado. Plástico Sul - Qual o volume da reciclagem no país? Marçon - A Abipet realiza anualmente, desde 2004, o Censo da Reciclagem do PET. Em 2009, 262 mil toneladas do produto receberam destinação ambientalmente adequada em 2009 – 3,6% acima do ano anterior. Esse volume corresponde a 55,6% das 471 mil

toneladas de novas embalagens produzidas em 2009. Apesar dos números excelentes, a indústria recicladora opera com ociosidade devido à falta de sistemas de coleta. Plástico Sul - Qual o destino do PET reciclado? Marçon - De acordo com levantamento realizado, o PET reciclado continua sendo usado principalmente pela indústria têxtil, com 39% do volume total. Acompanhe o gráfico abaixo, que ilustra a distribuição do PET reiclado nos diversos segmentos em que é utilizado. Plástico Sul - Quais as principais ações desenvolvidas no Brasil para incentivar a reciclagem do PET? Marçon - A Abipet, que reúne toda a cadeia do PET e é a maior representante do setor da América Latina, há 15 anos realiza um trabalho em benefício da reciclagem do PET. O grande impulsionador do crescimento verificado na reciclagem nos últimos anos é o trabalho que a indústria vem fazendo para ampliar a demanda pelo material. A demanda é o que sustenta a reciclagem e ela só existe quando há inovação, no sentido do desenvolvimento de novas aplicações. O uso químico do PET reciclado, por exemplo, muito utilizado para a fabricação de tintas, foi um pioneirismo do Brasil. As empresas brasileiras que desenvolveram essa aplicação, posteriormente, foram adquiridas por grupos multinacionais e a tecnologia foi “exportada” para os países-sede e outras unidades dessas corporações. Há também o Prêmio EcoPET de Incentivo à Reciclagem, que anualmente – há 11 anos – reúne as boas idéias e iniciativas para a reciclagem do PET. Graças a esse esforço, o Brasil está entre os líderes da atividade, à frente de países como os Estados Unidos e também da grande parte das nações da União Europeia. Plástico Sul - Qual o principal entrave para o aumento da reciclagem do PET? Marçon - Atualmente, trabalhamos sobre o principal entrave para o aumento da reciclagem do PET no Brasil, que é a coleta do material. Isso começa com o consumidor, que é o verdadeiro dono da embalagem. Nesse aspecto, a educação ambiental é fundamental para incutir na cabeça do cidadão o papel importante que ele tem nesse processo. É isso que estamos buscando com o LevPET. PS << Jan./Fev. de 2011 < Plástico Sul < 27


Marco Antonio Quirino Junior

Roger Marchioni

Artigo

Mercado de polietileno: crescimento global alicerçado na sustentabilidade Por Marco Antonio Quirino Junior* e Roger Marchioni**

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pós o mercado mundial sofrer sérias conseqüências com a crise de 2008, percebemos um aquecimento da economia em 2010 e neste início de 2011. Especificamente no mercado de polietileno, as perspectivas são boas. A demanda começa a crescer a taxas superiores à entrada de novas capacidades no mundo, aumentando assim a taxa de operação da indústria petroquímica. Além disso, as soluções em polietileno já começam a ser visualizadas como alternativas sustentáveis em função da redução de peso e reciclabilidade frente a outros materiais. Com isso, a gama de aplicações se estende a cada dia. Mundialmente, temos visto a valorização do PEBD (polietileno de baixa densidade) frente ao PEBDL (polietileno de baixa densidade linear) e ao PEAD (polietileno de alta densidade). Esse prêmio maior se justifica pelo maior equilíbrio entre demanda e oferta, já que não ocorreram novos investimentos em capacidade em PEBD nos últimos anos. Nos países emergentes, como Índia, China e Brasil, a procura por PEBDLs especiais (base octenos e metalocenos) crescerá significativamente, uma vez que esses consumidores começam cada vez mais a demandar embalagens mais especializadas. No Brasil, bem como nos demais países do Mercosul, a procura por PE cresce em 28 > > Plástico Sul > Jan./Fev. de 2011 >>

bom ritmo. Através de uma análise mais detalhada, podemos desenhar um cenário bem otimista para a resina. O mercado é promissor em função da substituição de sucedâneos por PE que geram economia e benefícios ao meio ambiente. Podemos citar a utilização da resina em bombonas de grande volume, que substituem similares de aço; em injeção de caixarias e paletes, no lugar de madeira e papelão. O polietileno tem se apresentado como uma ótima opção para reduzir, na maioria das vezes, o peso das embalagens tradicionais, além de ser um produto reciclável. Ainda dentro do aspecto da sustentabilidade, podemos ressaltar o início da produção de polietileno verde (feito a partir da cana-de-açúcar), iniciativa que foi muito bem vista pelo mercado e que tem despertado o interesse de cada vez maior de empresas transformadoras de plástico e end users. Paralelo a essas novas descobertas de aplicações, o mercado na área de filmes industriais (como shrink e stretch), e o dedicado ao agronegócio e bebidas, deve crescer acima da média dos PEs. Essas aplicações representam cerca de 17% do mercado total de PE. Tanto a recuperação industrial como a do agronegócio devem respaldar o crescimento esperado. Tais aplicações demandam mais PEBDL e PEBD.

Enquanto isso, as sacolas de supermercado, que hoje representam cerca de 7% do mercado, devem manter seu volume de utilização e não capturar mais espaço no mercado de PE. Outras aplicações que devem ter forte alta em 2011 são a extrusão de tubos de PEAD com resistência à pressão e as geomembranas, em função dos diversos projetos de infra-estrutura por conta da proximidade das Olimpíadas e Copa do Mundo no Brasil. Frente a este cenário, o desafio tem sido desenvolver novos negócios para a cadeia, buscando ampliar cada vez mais o uso do plástico, através do polietileno, enfatizando as diversas vantagens de sustentabilidade e econômicas frente às soluções hoje existentes. Se anteriormente a economia era colocada como prioridade na escolha das soluções por parte dos consumidores, cada vez mais a funcionalidade e sustentabilidade tomam espaço na avaliação de compra. Cabe a todos da cadeia do plástico saber transmitir as claras vantagens do polietileno como a alternativa para esta crescente tendência.PS *Diretor de negócio de Polietileno e **Gerente de Marketing Estratégico da Braskem


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BPA na Mídia

DIVULGAÇÃO/PS

O biosfenol-A é largamente utilizado em produtos para bebês e tem sido acusado de causar males à saúde

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Polêmica do biosfenol-A volta à tona Não há estudos conclusivos sobre danos ao organismo causados pelo BPA e Abiquim aconselha o transformador a continuar a utilização nos limites da legislação nacional.

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biosfenol-A, conhecido como BPA voltou às manchetes novamente. No ano passado o programa Fantástico, da Rede Globo, levou ao ar uma matéria alertando as mães sobre os ricos da substância, encontrada em algumas mamadeiras de plástico, à saúde das crianças. Recentemente o jornal gaúcho Zero Hora publicou uma matéria, onde especialistas apontam o químico como um desregulador endócrino, reacendendo a polêmica. O BPA é empregado principalmente no

policarbonato, na produção de mamadeiras, copos infantis e potes plásticos, garantindo características como durabilidade, leveza e transparência. O químico também tem grande aplicação nas resinas epóxis, no revestimento de alumínios, evitando a oxidação, corrosão e a contaminação de bebidas e alimentos enlatados. A matéria divulgada no jornal destaca que ainda não é possível garantir a relação do acúmulo do químico no corpo com disfunções como a puberdade precoce em meninas. Mas observa que devido ao fato da substância ter uma composição química semelhante à do estrogênio, hormônio feminino, é considerada pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia de São Paulo (Sbem-SP) como um desregulador endócrino. Em países europeus como a França, o biosfenolA foi banido de alguns produtos. No Canadá, a discussão cresceu depois de uma pesquisa ter relacionado o BPA a alterações no número do nascimento de meninos em uma pequena

comunidade. Por precaução, o país decidiu proibir o uso do químico em mamadeiras e em outros objetos usados por crianças de até três anos. Ações como essas desencadearam reações em gigantes da indústria. No final do ano passado, a Nestlé Brasil divulgou que, no prazo de três anos, deve eliminar o uso do químico em seus produtos. Neste sentido a Sbem-SP está realizando uma Campanha Contra os Desreguladores Endócrinos e um dos principais objetivos é pesquisar as interferências da substância nas glândulas do corpo humano. E a partir de março, a equipe da endocrinologista e professora da USP, Elaine Costa, integrante da campanha, deve começar a desenvolver estudos epidemiológicos sobre o tema. A idéia e tentar verificar se existe relação entre as mães expostas ao biosfenol-A e o peso de seus recém-nascidos. Por outro lado a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) observa que existe uma série de estudos que es->>>>

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BPA na Mídia tão sendo conduzidos por vários órgãos e agências reguladoras nacionais e internacionais, com objetivo de evidenciar o potencial impacto do biosfenol-A a saúde e ao próprio meio ambiente, mas até o momento não existem resultados conclusivos. Para o assessor técnico de assuntos industriais e regulatórios da instituição, Gilson Spanemberg, não há nenhum estudo que garanta que o BPA cause os efeitos que têm sido apontados pela mídia. “O próprio FDA, departamento americano que estuda as substâncias químicas, ainda está testando a influência do biosfenol-A”, observa. O assessor destaca que os estudos até então realizados não refletem as condições usuais de exposição aos quais as pessoas têm contato com este tipo de produto. “Grande parte dos testes foram feitos utilizando animais como cobaias, aplicando o biosfenol-A via subcutânea ou venosa. E a principal forma de que nós podemos ter contato com a substância é a oral”, salienta. No caso dos testes de exposição oral, Spabenemberg comenta que na maioria das vezes foram utilizadas altas concentrações do produto, que fogem ao uso

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normal da substância pela indústria. Spanemberg explica que o fenômeno da degradação do polímero, para liberação do BPA, ocorre por um mecanismo chamado de migração, em condições enérgicas de temperatura. Como exemplo, ele cita que é necessário aquecer uma mamadeira a temperaturas superiores a 100º centígrados durante um determinado tempo, para que aconteça a liberação da substância da estrutura do policarbonato e posterior incorporação no alimento que estiver no recipiente. “Só que, de acordo com teste realizados, esta migração ocorre em concentrações extremamente inferiores ao limite que está preconizado atualmente pelos principais órgãos reguladores, de 0,6 mg/kg”, acrescenta. De acordo com a Abiquim a capacidade brasileira de produção do BPA é de 28 mil toneladas por ano, o que representa menos de 1% do total produzido no mundo. E segundo o assessor da entidade, atualmente sob o ponto de vista técnico e financeiro não existe nenhum substituto para o BPA. Nos países onde ocorre a proibição do uso do químico na fabricação de alguns produtos, o

policarbonato com biosfenol-A está sendo substituído por outros materiais, como o vidro, ou por outras resinas plásticas, que não têm as mesmas características técnicas, nem de preço. Desta forma, Spanemberg comenta que a população no afã de preservar a saúde pode ficar exposta outros riscos. “O consumidor fica refém de informações sem base científica conclusiva e pode substituir os produtos com BPA por outros que às vezes não têm estudos de análise de risco em relação à saúde das pessoas”, salienta. Diante de toda esta polêmica, a orientação da Abiquim para os transformadores de plástico é de que continuem usando a substância no limite preconizado pela legislação nacional. Spanemberg diz que a instituição vai orientar sempre, “sob a luz dos estudos”, as empresas associadas. “Se por acaso tivermos estudos conclusivos, o que não existe neste momento, que garantam o impacto do biosfenol-A a saúde das pessoas, naturalmente a Abiquim será a primeira a informar as indústrias e a sociedade sobre os efeitos negativos da substância”, acrescenta.PS


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Painel da Indústria

Antilhas Ásia traz as principais novidades em embalagens para o Brasil Empresa estabelece unidades na China para prospectar e desenvolver novos produtos e manter uma infraestrutura logística para atender todas as operações.

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Antilhas, fornecedora de embalagens para o varejo, também está alinhada com as tendências mundiais para que seus clientes se diferenciem no mercado. Por isso, a empresa decidiu montar escritórios na Ásia e criou o serviço Antilhas Ásia, que está preparado para a prospecção e o desenvolvimento de novos produtos e serviços, produção e também toda operação logística necessária para atender os clientes. A empresa possui duas unidades na

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China, uma na cidade de Hangzhou (próxima de Shanghai e Ningbo) e outra em Hong Kong. O escritório de Hangzhou conta com pessoal especializado no desenvolvimento de novos produtos e serviços. A equipe é fluente nos idiomas mandarim, inglês e português. A região de Hangzhou é altamente industrializada e atende as demandas da Antilhas com diversos insumos, produtos e serviços e está localizada estrategicamente próxima a grandes portos, aeroporto internacional e abriga os maio-

res operadores logísticos mundiais. Vale ressaltar também que o continente é referência em inovação e design. A segunda unidade fica mais ao sul, na cidade de Hong Kong. Possui equipe fluente em mandarim, inglês português e cantonês. Desta forma, a Antilhas amplia sua presença pelo mundo, pois está nas principais regiões da China com excelente infraestrutura logística para suportar todas as operações. Agora os clientes da Antilhas terão acesso mais rápido às novidades do mundo inteiro. PS


Petroquímica

Braskem-Idesa define a tecnologia Lupotech T para planta no México Processo será será utilizado utilizado na na unidade unidade de de PEBD PEBD do do projeto projeto Etileno Etileno XXI, XXI, na na América América do do Norte. Norte. Processo

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Braskem-Idesa, joint venture entre a petroquímica brasileira Braskem e o grupo mexicano Idesa, dá mais um passo importante para o desenvolvimento de seu projeto Etileno XXI no México. A JV escolheu a tecnologia de processo Lupotech T, da holandesa LyondellBasell, para a planta de 300 mil toneladas de PEBD (polietileno de baixa densidade), uma das três plantas de polietileno integradas ao projeto do México, com previsão de entrada em funcionamento em 2015. A unidade industrial será construída na região dos Complexos Petroquímicos de Coatzacoalcos/Nanchital, no estado de Veracruz. A Braskem-Idesa considera que a escolha trará benefícios importantes ao projeto, uma vez que a tecnologia Lupotech T permite produzir uma extensa gama de polietilenos, com diversos índices de fluidez e com excelentes propriedades óticas e mecânicas. “A tecnologia de processo Lupotech T nos permitirá competir com muita propriedade no mercado norte-americano. Com essa tecnologia seremos líderes em custos de produção e teremos um portfólio de produtos mais amplo”, explica Roberto Bischoff, CEO da Braskem-Idesa. A tecnologia Lupotech T pertence à holandesa LyondellBasell e é o processo mais usado no mundo para unidades de alta pressão, o que garantirá a melhor performance possível ao investimento. Será a primeira licença para planta tubular de PEBD no México e nas Américas em mais de 20 anos. Com mais essa etapa do processo definida, Braskem-Idesa completa a seleção das tecnologias de polietilenos para o projeto, que terá uma planta de 300 mil toneladas/ano de PEBD e duas plantas de PEAD (polietileno de alta densidade) com tecnologia INEOS e capacidade conjunta de 750 mil toneladas/ano,totalmente integradas a uma unidade de produção de eteno a partir de gás etano, com capacidade para 1,05 milhão de toneladas/ano. Os trabalhos de engenharia básica para a planta de PEBD começaram no início deste mês na Alemanha e na Itália e, quando ela entrar em operação, será a maior do gênero em capacidade nas Américas.

movidos a GLP. Estas máquinas são dotadas do primeiro sistema no mundo que reutiliza corrente regenerativa eliminando fugas. As máquinas foram adquiridas pela In-Haus, empresa responsável pelo transporte interno de resinas na Braskem no RS. Foram adquiridas sete empilhadeiras elétricas com investimento de R$ 735 mil. A empresa aproveitou o momento para renovar todos os equipamentos que fazem parte das operações a partir da aquisição de mais 60 máquinas, totalizando um investimento de R$ 4 milhões. Na análise de Fábio Rios, coordenador de Projetos da Braskem, a expectativa com a troca das máquinas é uma redução sensível na emissão de CO2 dos processos de movimentação de produto.PS

Pioneira em logística interna sustentável, a Braskem iniciou, em janeiro, sua primeira operação de logística interna “Verde”. A empresa passou a contar com empilhadeiras elétricas híbridas com tecnologia 100% sustentável movidas à bateria elétrica. Segundo Mirian Calvano, gerente de supply chain da Braskem, os equipamentos substituem os atualmente utilizados << Jan./Fev. de 2011 < Plástico Sul < 35




DIVULGAÇÃO/PS

Tendências & MercadoAgronegócio Exigente aumento de produtividade e cobrança pelo crescimento sustentável alavanca participação do plástico no agronegócio

Plástico acompanha o crescimento 38 > > Plástico Sul > Jan./Fev. de 2011 >>


Lançamentos ampliam o uso do plástico na agroindústria e possibilitam o desenvolvimento de novas tecnologias para o setor que registrou superávit em 2010.

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s vendas externas do Brasil receberam incremento e bateram recorde em 2010, totalizando US$ 76,4 bilhões. Segundo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o responsável pelos números foi o setor do agronegócio, que teve volume recorde de exportações, na comparação com o ano de 2009, quando foram comercializados no mercado externo US$ 64,7 bilhões (o avanço, se comparados os números de 2010, foi de 18%). E o resultado do ano passado superou o melhor desempenho, de 2008, quando o agronegócio brasileiro vendeu aos mercados externos US$ 71,8 bilhões. Mesmo com o aumento das importações que cresceram 35%, em comparação com 2009, que saltaram de US$ 9,9 bilhões para US$ 13,4 bilhões, no ano passado, o brilho do setor não foi ofuscado. Em resposta, a balança comercial do agronegócio encerrou 2010 com um superavit de US$ 63 bilhões. Superou em US$ 8,1 bilhões os registros do ano anterior. O bom desempenho da agroindústria é comemorado pelos produtores de matériaprima da cadeia do plástico, que acompanham o crescimento da aplicação deste material nas diversas áreas do agronegócio. A Braskem, por exemplo, observa a vocação do país para a agricultura. E a Dow fala que os plásticos estão abrindo caminho para um futuro mais lucrativo e amigável ao meio ambiente, do segmento. Ambas fazem coro ao afirmar que o polietileno (PE), principal resina utilizada no setor, segue a mesma curva de crescimento e prevêem o aumento da participação do polímero nesta indústria. As constantes exigências deste mercado estão sendo um desafio para os fabricantes de master e aditivos, que cada vez mais investem em novos desenvolvimentos e a cada ano lançam novos produtos. Nas entrevistas a seguir fica claro que o setor termoplástico está atento e pronto para atender as necessidades do setor do

agronegócio, que sem trocadilhos têm sido a salvação da lavoura, auxiliando a equilibrar a balança comercial do país.

Para a Braskem o Brasil é certamente um país com vocação para a agricultura. O vice-presidente de polímeros da empresa, Rui Chammas, informa que os níveis de produção devem seguir o ritmo de crescimento em 2011. Ele destaca ainda que o agronegócio passa por uma grande mudança com a ampliação de algumas culturas, com o exigente aumento de produtividade e com a cobrança pelo crescimento sustentável. “Estes fatores devem aumentar a demanda por novas funcionalidades dos produtos destinados para este mercado”, comenta. Chammas observa que este segmento é de grande representatividade para a Braskem. Além de implementos usados na agricultura o setor de embalagens é o que mais usa os produtos da empresa. De acordo com o executivo a Braskem disponibiliza ao mercado resinas, que são matérias-primas básicas para a produção de um amplo portfólio de produtos que irão atender ao setor agrícola. “Nossos materiais podem ser vistos em todas as fases da produção agrícola, desde peças que irão compor maquinários e implementos agrícolas até caixas plásticas que servirão para o transporte do produto acabado, passando pelo cultivo protegido e a micro irrigação”, acrescenta. Dentre os produtos da Braskem que têm aplicação relacionada ao agronegócio, destacam-se os polietilenos (PE) com suas famílias (PEBD – polietileno de baixa densidade, PEBDL – polietileno de baixa densidade linear, PEAD – polietileno de alta densidade). Esses produtos têm aplicações diversificadas dentro do agronegócio, como sacaria industrial para adubos, lonas simples, filmes de estufas, telas de sombreamento, silobag (bolsas para armazenamento de grãos), mulching (aplicação de um finíssimo filme de PE para cobertura na superfície do solo e que constitui uma barreira física à transferência de energia e vapor de água entre o solo e a atmosfera), geomembranas para proteção e impermeabilização de solos e estruturas (onde seja necessário agregar resistência mecânica, química e aos raios solares), embalagens sopradas para envase de defensivo agrícola e tubos e tripas para irrigação de culturas. Na área do polipropileno (PP), a prin-

cipal aplicação no agronegócio é no segmento de ráfia, que responde por mais de 11% do mercado desta resina no Brasil. Segundo Chammas, na área de ráfia, a Braskem oferece um leque completo de produtos como o H 503 HS e o H 503 para sacaria, o H 611 para big-bags, telas de aviário e tecidos de cobertura. Além de produtos para impermeabilização via recobrimento por extrusão dos tecidos e sacarias, como o CP 144, RP 144, H 103 e H 107. “A Braskem utiliza sua estrutura de inovação e tecnologia, que conta com cerca de 170 pesquisadores e mais de US$ 160 MM investidos em ativos, para oferecer a seus clientes o que há de mais moderno em produtos e serviços”, destaca o executivo. Entre os lançamentos ele destaca o H 503 HS, polipropileno homopolímero destinado principalmente ao mercado de sacaria de ráfia (utilizada para envase de fertilizantes, açúcar, farinha de trigo, entre outros) “que possibilitou ao transformador melhor processabilidade com conseqüente aumento de produtividade e redução das perdas de processo e ofereceu ao mercado uma sacaria ainda mais resistente e segura”. Rui Chammas informa que a Braskem trabalha no apoio da ampliação do uso de produtos e no desenvolvimento de novas soluções. “Como exemplo, podemos citar o case do Silo Plástico Agrícola, que é amplamente utilizado na Argentina como solução barata para o armazenamento de grãos e que no Brasil é praticamente desconhecido”, acrescenta. Pesando pouco mais de 100 kg e com capacidade para armazenar mais de 200 toneladas de soja, o silo pode ser uma das soluções para o já conhecido problema de infra-estrutura de armazenagem em função da crescente ampliação da produção nacional de grãos. Conforme o vice-presidente, a empresa tem procurado desenvolver ações em parceria com toda a cadeia de forma a introduzi-lo como alternativa de armazenagem. “O case do Silo é um típico exemplo do quanto é possível avançar no uso do plástico”, salienta. O executivo comenta que aliando técnicas de cultivo protegido com micro irrigação é possível duplicar a produtividade da maioria das culturas de frutas e vegetais. Para que este potencial seja melhor aproveitado, é necessário criar políticas públicas e privadas que tragam investimentos em pesquisa, divulgação e treinamento, além de crédito>>>> << Jan./Fev. de 2011 < Plástico Sul < 39


Tendências & MercadoAgronegócio DIVULGAÇÃO/PS

Balança comercial do agronegócio encerrou 2010 com um superavit de US$ 63 bilhões

para aquisição dos equipamentos necessários. “Hoje o plástico pode ser visto como um indicador do nível de tecnologia empregado no campo em cada país”, fala Chammas. A importância do plástico e mais especificamente do polietileno na agricultura também é apontada pela Dow. A empresa destaca que o PE possui uma participação importante no mercado agrícola e que vem crescendo continuamente. Salienta que os desenvolvimentos tecnológicos estão beneficiando os produtores, visando oferecer melhores condições de armazenamento dos produtos, proteção das plantações contra as intempéries da natureza, melhoria de irrigação, entre outros benefícios que melhorem o dia a dia do trabalhador rural e resultem numa colheita cada vez melhor. “Tendo em vista esses benefícios, os produtores estão utilizando cada vez mais materiais produzidos em polietileno”, comenta. Nos segmentos de mercado agrícola, os plásticos estão abrindo caminho para um futuro mais lucrativo e amigável ao meio ambiente. Os avanços na tecnologia de filmes de polietileno para uso nesta área reduziram a necessidade de fertilizantes químicos, pesticidas e herbicidas. “Os filmes agrícolas aprimoram a qualidade do grão e aumentam a colheita. As vantagens dos filmes do polietileno sobre materiais concorrentes (como lascas de madeira, palha, esterco, tecido, estopa e fibra de vidro) incluem baixo custo, maior lucratividade e estabilidade ambiental”, salienta. 40 > > Plástico Sul > Jan./Fev. de 2011 >>

Para a engenheira de desenvolvimento de produto da Dow Brasil, Gianna Buaszczyk, a líder de suporte técnico e desenvolvimento América Latina para rigid packaging & durables, Mariana Mancini, o gerente de marketing para industrial & consumer packaging e pipes, Sérgio Coleoni, e o engenheiro de desenvolvimento de produto da Dow Brasil, Carlos Jabur, autalmente o Brasil é um cenário ideal para a implementação dos silos bolsa, a exemplo do que se faz na Argentina. Segundo eles o país vizinho absorveu muito bem o produto, constituindo-se como um mercado maduro. Os executivos observam que os produtores argentinos estão cinco anos à frente dos demais países da América Latina, que somente agora, vendo o bom resultado desse produto naquele país, começam a implantar o sistema. “Além da armazenagem no campo, por exemplo, os produtores começam a armazenar seus estoques em silos flexíveis localizados nos portos, enquanto esperam pelo navio”, exemplificam. Eles explicam que entre os fatores que vão propiciar a grande aplicação dos silos bolsa estão o crescimento da produção superior ao da estrutura logística (armazenagem, transporte) e a possibilidade de o produtor armazenar no próprio campo para o caso de alguma eventualidade, como o fechamento de acesso físico, atrasos nos portos, etc. “Nossa expectativa é que a utilização de silo bolsa aumente significativamente nos próximos cinco anos”, preveem. O silo bolsa tem sido utilizado principalmente para o armazenamento de grãos.

São grandes “sacos” com 60 metros de comprimento por 2,75 metros de diâmetro têm capacidade para armazenar até 200 toneladas de grão (soja, milho, trigo) sem a necessidade de grandes investimentos em infraestrutura. De acordo com a empresa, a qualidade do grão armazenado depende diretamente da integridade do filme plástico e as características de resistência mecânica são de extrema importância.Os silos são moldados pelo processo de coextrusão e utilizam as resinas Dowlex e Attane, que garantem resistência UV, flexibilidade e barreira à luz. Outra tendência apontada pela empresa é a expansão do uso da resina de ultra baixa densidade AttaneTM NG 4703G para filmes de silagem e no uso do FINGERPRINTTM DFDC-7525 NT e FINGERPRINTTM DFDA-7512 NT para os tubos de microirrigação. Os filmes para silagem são utilizados para cobrir os silos, que são estruturas em forma de pilha de material volumoso (milho, sorgo) onde a forragem verde é colhida, picada, disposta no solo e compactada, e finalmente coberta com o filme de polietileno. Quanto melhor for a proteção do silo, menor será a perda de matéria orgânica da silagem, o que representa menor perda de dinheiro para o pecuarista. Frente a isso, as principais características exigidas para um filme de silagem são as propriedades mecânicas, como resistência ao rasgo e resistência à perfuração. Neste caso a Dow indica a utilização dos polietilenos lineares na composição, por tornarem o filme muito mais resistente nas características exigidas. Entre estas resinas destaca-se AttaneTM, de ultra baixa densidade, indicadas para filmes de alta resistência e qualidade superior. Como parte de seu comprometimento com a sustentabilidade, a Dow introduziu no mercado brasileiro as resinas de polietileno FINGERPRINTTM, desenvolvidas para o setor de microirrigação. Elas chegam como uma solução efetiva para o aumento da performance dos sistemas de microirrigação, reduzindo a quantidade de água perdida por vazamento e promovendo, assim, a economia desse precioso recurso. A empresa também produz aditivos para aplicação em filmes utilizados em estufas e>>>>


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túneis, que necessitam de estabilidade de processo durante a produção, pois são fabricados em grandes larguras, chegando até 20 metros. Estes filmes devem ter como características principais a resistência dos raios UV, a nebulização devido à condensação da umidade interior, além de serem fortes para suportar o manuseio. Segundo a empresa, geralmente a proteção contra raios UV e nebulização é conseguida por meio do uso de aditivos. Um filme comum pode ser feito a partir de uma mistura de LLDPE, LDPE e aditivos. “Um LDPE com índice de fluidez baixo oferece melhor estabilidade, porém, menos transparência. Já um LDPE com índice de fluidez alto oferece mais transparência, mas menor estabilidade de bolhas. A escolha entre o LLDPE e o LDPE também depende da capacidade do equipamento”, aconselha. Já para o segmento de filmes para mulching, a Dow destaca que o desempenho mecânico das suas resinas faz com que elas sejam a escolha ideal para esta finalidade. “O nosso DowlexTM NG 2045B – em estrutura 100% PEBDL - é indicado para essa aplicação”, comenta. E observa que esses filmes atendem a inúmeros propósitos. O transparente é utilizado para estimular tanto o crescimento das plantas no início do cultivo quanto a colheita prematura; o preto, para controlar o avanço de plantas daninhas; e o branco, para refletir a luz do sol nas plantas. “Em todos os casos, conseguese um uso mais eficaz da água disponível”, observa. A maioria dos filmes para mulching tem espessura entre 10 e 50 mícrons, e largura de até 3 metros. A Dow também desenvolveu produtos para atender os segmentos de geomembranas, como as resinas PEMD NG 6995, PEMD 8818 e PEMD NG 6895, que devido a sua média densidade, facilitam o processo de embobinamento durante a extrusão e a adaptação às irregularidades do terreno durante a instalação das geomembranas. E para atender o segmento de caixas utilizadas na colheita, armazenamento e transportes de frutas e verduras a empresa oferece os polietilenos de alta densidade, que “apresentam excelente rigidez e boas propriedades mecânicas para essa aplicação”, acrescenta. A indicação é o HDPE com aditivação UV: Dowlex IP 10262, com índice de fluidez de 10 dg/ min, (a 190oC, 2.16 kg). O portifólio da empresa também conta 42 > > Plástico Sul > Jan./Fev. de 2011 >>

AMAJANE FOTOGRAFIA/PS

Tendências & MercadoAgronegócio Caldari fala sobre os benefícios dos aditivos especiais nos filmes para o agronegócio

bilizante à luz empregado em filmes agrícolas com alta resistência no contato com pesticidas. E o mais recente lançamento da Clariant é o Hostavin® Now Pills XP, “produto de altíssimo desempenho em filmes agrícolas”, salienta Ghidetti. Ele informa que o aditivo pertence ao grupo das Aminas Estericamente Bloqueadas (HALS), com tecnologia chamada NOR-HALS. “Este grupo de estabilizante à luz demonstra extraordinário desempenho em contato com meio agressivo. Sua principal aplicação é nos filmes para estufas agrícolas”, informa.

com resinas para a área de rotomoldagem, com propriedades mecânicas que atendem as exigências de acabamento, resistência a stress cracking e baixo empenamento. E a rápida sinterização torna possível atingir reduções de no mínimo 10% nos tempos de cozimento. De acordo com a Dow, as opções com aditivação oferecem resistência ao calor e aos raios UV, o que resulta em uma grande janela de processo, ótima durabilidade e elevada retenção de cor. A companhia também oferece uma opção sem aditivos, que possibilita ao convertedor utilizá-la pura ou com o aditivo que lhe for mais conveniente.

A Clariant também destaca que a participação do plástico no agronegócio vem crescendo muito nos últimos anos. O coordenador técnico da Unidade de Negócios Additives para a América Latina, Paulo César Ghidetti, afirma que este segmento é um importante mercado de atuação para a área de aditivos da empresa. Ele informa que em 2010, atuação da Clariant neste segmento superou as expectativas e prevê para este ano um crescimento superior. Ghidetti observa que constantemente são desenvolvidas novas tecnologias para atender as necessidades deste mercado, que exige produtos cada vez mais específicos, como os estabilizantes à luz com alto desempenho e maior resistência aos ataques pesticidas. Para atender esta demanda a empresa o apresenta ao mercado seus novos desenvolvimentos, como o Hostavin® N 30, esta-

Segundo o Coordenador de Negócios de Aditivos e Pigmentos para Plásticos da Basf para a América do Sul, Pedro Caldari, em 2010 a empresa se consolidou como líder na estabilização de filmes agrícolas. “Para 2011 esperamos que mais uma vez o agronegócio contribua positivamente para o balanço positivo das exportações dos países sul-americanos, mantendo o crescimento sustentável dos últimos anos”, observa. Caldari informa que alguns aditivos especiais para plásticos utilizados no agronegócio permitem dar aos filmes características foto seletora, foto conversora e efeitos térmicos. Dessa maneira, permitem gerenciar adequadamente fatores de produção como a luz e a temperatura, com influência inclusive na umidade do ambiente. “Manejando adequadamente tais fatores temos como resultado produções mais homogêneas e produtos de maior qualidade, ou seja, afetam diretamente os ganhos do agricultor”, observa. Neste sentido a empresa lançou no ano passado, na Feira K, realizada na Alemanha, o aditivo TINUVIN XT 200 FF. Caldari destaca que este produto complementou a linha de aditivos agrícolas para um mercado de médio desempenho e altamente competitivo. Ele informa que através do uso do Tinuvin® XT 200 é possível produzir de maneira econômica os filmes de polietileno de baixa densidade (PEBD) que resistem aos níveis acentuados dos químicos agrícolas, “assegurando uma vida útil de dois ou mais anos sob luz solar intensa e em contato com


DIVULGAÇÃO/PS

O plástico consegue atender todos os pré-requisitos técnicos que o setor necessita

as estruturas de madeira ou metal das estufas agrícolas”. O coordenador comenta que sem um estabilizante à luz, as estufas não sobreviveriam nem mesmo durante um ciclo de produção agrícola. As características técnicas do novo aditivo foram confirmadas por um extenso processo de testes conduzidos pela Ciba (empresa adquirida pela BASF em abril de 2009) ao longo de vários anos. Os testes envolveram ensaios laboratoriais e de campo no centro de desenvolvimentos da BASF em Bolonha, na Itália, dedicado ao desenvolvimento de aditivos para aplicação agrícola. “Após ensaios laboratoriais e de campo em nosso centro, o aditivo também foi colocado à prova em estufas comerciais, em ensaios de campo conduzidos na Itália, Espanha e Argentina. Agora, esse novo aditivo tem a oportunidade de crescer acompanhando o mesmo dinamismo do mercado de plasticultura”, complementa Caldari. O executivo também destaca em seu portfólio de produtos uma linha de plásticos biodegradáveis e compostáveis, como o Ecoflex, oEcovio e o Ecobras. Estes materiais têm um apelo interessante para algumas aplicações do agronegócio, como filmes mulch, tubetes para reflorestamento, sacos para mudas e amarras. Conforme o coordenador a biodegradação e compostabilidade garantem a não-contaminação do solo mesmo que os materiais fiquem no campo ao invés de serem retira-

dos. “Outro aspecto a ser considerado é a contaminação presente nos plásticos que foram utilizados na agricultura – para que a reciclagem seja possível é necessária lavagem intensa e dispendiosa para retirada de terra e defensivos. A compostagem é então uma opção de fim de vida útil mais prática e econômica”, acrescenta.

“O plástico é hoje um dos materiais que mais possibilita uma mudança do Agribusiness, pois consegue atender todos os pré-requisitos técnicos que o setor necessita e mostra-se extremamente capaz de ser convertido em estruturas das mais diversas”, afirma o diretor comercial da Cromex, Cesar Ortega. Ele acrescenta ainda, que aliado às características que os masterbatches proporcionam, como barreira anti-chamas, anti-raios UV, maior capacidade de conservação do produto embalado, além de uma infinidade de cores, os plásticos ganham valor agregado em diversas aplicações, tanto no mercado interno como no externo. Para Ortega, o plástico é uma das matérias-primas que mais facilitaram a modernização do setor. Segundo ele, as aplicações não estão somente nas estufas agrícolas, que são mais conhecidas do grande público, mas também em ráfias, que possibilitam todo processo de embalagem de produtos tais como grãos, farináceos, açúcar, entre outras aplicações. “Isso sem falar de toda cadeia de fertilizantes na qual

a ráfia sem dúvida mostra grande vantagem como aplicação”, complementa. O diretor comenta que o agronegócio é um setor bastante desafiador em todas as fases de desenvolvimento e aplicação, pois tem várias necessidades especificas e demanda desafios bem diversificados. “A área de atuação de nossa empresa é ampla, o que nos possibilita estarmos presentes em diversas oportunidades de negócio”, comenta. Atualmente, aproximadamente 10% da produção da Cromex é destinada para atender o segmento. “Entretanto, estamos com os novos projetos e novas frentes de estudo de aplicações, acreditamos que este volume terá uma boa expansão durante o ano de 2011, principalmente pelos novos desafios que o setor de agribusiness tende a oferecer”, acrescenta. A empresa comemora a atuação no agronegócio em 2010, que segundo o diretor foi um ano muito positivo, “obtivemos um crescimento neste segmento na ordem de 18%, com a entrada de novos produtos e novos clientes”. Ele observa que as perspectivas para 2011 são ainda melhores, com lançamentos esperados para o segundo semestre, “o que nos faz estimar um crescimento ainda maior do que obtido em 2010”. A Cromex atua no segmento de agronegócio fornecendo masterbatches (cores e aditivos) para lonas plásticas, estufas, moulching, filmes agrícolas, embalagens flexíveis, sopradas e geomembranas. De acordo com Ortega as novidades para 2011 envolvem soluções de última geração. Visam atender as exigências do mercado, de alta resistência à ação dos pesticidas nos filmes agrícolas e, conseqüentemente, aumentam a resistência destas aplicações frente a condições bastante agressivas; tecnologias que permitem a rastreabilidade do gado, contribuindo inclusive para o melhor controle do rebanho; produtos e soluções para aumentar as propriedades de barreira de filmes plásticos contribuindo para maior tempo de vida de produtos lácteos, por exemplo.PS << Jan./Fev. de 2011 < Plástico Sul < 43


Foco no Verde

Gui Brammer apresenta ao mercado empresa de projetos e soluções para resíduos.

DIVULGAÇÃO/PS

Executivo da TerraCycle cria, no Brasil, a GreenBusiness Empresa pretende aproveitar o potencial do mercado de gerenciamento de resíduos industriais, gerado a partir PNRS

A

Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) é um importante passo para o amadurecimento do brasileiro com relação a sua responsabilidade ambiental. Desde as empresas até o consumidor final, todos terão sua parcela de responsabilidade pelos produtos após o consumo. Mas além da parte sustentável, a manobra criará novas oportunidades e impulsionará a economia. O responsável pelo gerenciamento da TerraCycle para o Brasil, Gui Brammer, é um bom exemplo. Ele acaba de criar uma empresa de projetos e soluções de logística reversa para atender a indústria brasileira, que terá de gerenciar seus resíduos a partir de agora. A GreenBusiness pretende aproveitar o potencial do mercado de gerenciamento de resíduos industriais, gerado a partir PNRS. A GreenBusiness vai facilitar o encaminhamento dos resíduos industriais até os processos de reciclagem, que hoje no Brasil apresentam ociosidade em sua capacidade produtiva pela falta de uma coleta seletiva mais eficiente. “Com isso vamos resolver dois problemas, já que hoje a grande maioria das indústrias do país ainda não sabe o que fazer para atender as exigências da nova legislação”, afirma Brammer. Entre os programas e ações previstos para o início das atividades da Green44 44> > >Plástico PlásticoSul Sul >> Jan./Fev. Jan./Fev. de 2011 de 2011 >> >>>>

Business estão o fomento da coleta de resíduos para a reciclagem mecânica, projetos que vão envolver capacitação para a produção de móveis feitos com produtos de reciclagem (Carpintaria Verde), de compra e venda do lixo reciclável online, soluções de consumo colaborativo – uma nova tendência mundial - entre outros. Segundo Gui Brammer, em relação a outros países, o Brasil está num estágio muito incipiente quando a questão é o gerenciamento de seus resíduos. “Os primeiros passos para regulamentar as ações quanto aos resíduos sólidos urbanos foram dados pelo poder público e o nosso desafio é contribiur com soluções sus-

tentáveis para que as empresas consigam atender as novas exigências”, completa o executivo. A GreenBusiness atua com o conceito do “Social Business”, no qual o lucro é reinvestido para a expansão do próprio negócio. As empresas que atuam no segmento de logística reversa - ou seja, no transporte de bens, embalagens e de outros materiais dos consumidores às empresas ou do pós-consumo às empresas - movimentaram no ano passado cerca de US$ 20 bilhões. A atividade já atinge a cerca de 10% de tudo que é vendido no País, e a projeção para este ano é que ela cresça de 10 a 12%.PS


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Bloco de Notas Seibt lança moinho MGHS 700 GF Criado para atender ao exigente mercado de linhas de reciclagem de pósconsumo, a Seibt, de Nova Petrópolis (RS) desenvolveu o moinho MGHS 700GF. O equipamento foi projetado especificadamente para moagem de garrafas e filmes e tem como foco a facilidade na manutenção e, como consequência, um ágil acesso às facas e peneira. O moinho MGHS 700 GF oferece acesso às partes internas da caixa de moagem sem a utilização de chaves ou outros tipos de ferramentas. Isso porque o modelo vem equipado com fechos rápidos e articulações por comandos pneumáticos, que garantem rapidez e segurança no acesso. A remoção da peneira é realizada através de suporte articulado com auxílio de mola a gás, proporcionando uma articulação precisa, segura e de fácil acesso. Com diâmetro de giro do rotor de 450 mm e área de abertura da peneira superior à linha MGHS 800 A, o moinho MGHS 700 GF alcança uma produtividade acima da média de equipamentos similares. A articulação do bocal de alimentação é feita através de sistema pneumático, que garante ao operador um alto nível de segurança e nenhum esforço para realizar a operação. A caixa de moagem e o rotor foram projetados de forma a receber facas com gabarito para regulagem fora do equipamento, reduzindo significativamente o tempo de parada para a substituição das facas. A forma construtiva deste rotor para moagem de filmes é pioneira no Brasil e se caracteriza por fornecer maior volume livre na caixa de moagem. Isso graças à inexistência de eixo central, o que proporciona menor geração de calor e maior eficiência. Além dessa característica, esse rotor possui discos laterais, mancais separados da caixa de moagem e rolamentos autocompensadores. FOTOS: DIVULGAÇÃO/PS

Tecnos Plásticos é a nova agente da Maguire no Brasil

BASF apresenta novo plástico para aplicação médico-hospitalar A BASF está inserindo três novos produtos de duas classes de material para seu portifólio de plásticos para tecnologia médica sob o sufixo “PRO”. Na linha de produtos POM (polioximetileno e poliacetal) existem dois novos grades: Ultraform® N2320 003 PRO and Ultraform® H4320 PRO. Além destes, o reforço do portifólio também tem o Ultradur® B4520 PRO, o primeiro PBT da BASF (polibutileno tereftalato), que agora foi melhorado para as aplicações em tecnologia hospitalar. Estes três novos grades “PRO” estão disponíveis em quantidades comerciais desde o início de fevereiro.

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A Maguire Products, Inc., uma líder internacional no fornecimento de equipamentos plásticos auxiliares, nomeou a Tecnos Plásticos como sua agente no Brasil. A Tecnos Plásticos é uma divisão do Grupo Tecnos, uma empresa diversificada de fabricação e vendas. A unidade da Tecnos Plásticos mantém uma equipe de 15 especialistas

em vendas e 11 especialistas em serviços técnicos na sede da empresa em São Paulo e em escritórios em outras regiões importantes do Brasil. A instalação principal em São Paulo abrange 8.000 m2. Além da Maguire, a Tecnos Plásticos representa fornecedores internacionalmente reconhecidos de máquinas de modelagem por injeção e equipamentos auxiliares.

Cosan e Shell anunciam a Raízen A Raízen, nome da nova organização formada pela Royal Dutch Shell e a Cosan S.A., será uma das cinco maiores do país em faturamento, com valor de mercado estimado em US$ 12 bilhões e cerca de 40 mil funcionários, posicionando-se como uma das mais competitivas na área de energia sustentável do mundo. A Raízen será responsável por uma produção de mais de 2.2 bilhões de litros de etanol por ano para atendimento ao mercado interno e externo. Além do etanol, as atuais 23 usinas produzem 4 milhões de toneladas de açúcar e tem 900 MW de capacidade instalada de produção de energia elétrica a partir do bagaço da cana. Ao mesmo tempo que é uma organização nova, a Raízen acumula a experiência dos acionistas. É uma organização nacional, que se beneficia de ter no portfólio produtos e soluções com a qualidade de ambas as empresas acionistas e o uso da marca Shell, que é sinônimo de inovação e tecnologia, em sua rede de postos de serviço e no segmento de aviação.

EBITDA da Romi atinge R$ 101 milhões em 2010 A Indústrias Romi S.A. encerrou o quarto trimestre de 2010 com receita operacional líquida consolidada de R$ 191,2 milhões, valor 10,2% superior ao mesmo período de 2009 e de 12,8% em relação ao 3T10. Graças à diluição de custos fixos devido a um volume maior de receita e a melhora na produtividade da Companhia, a margem bruta passou de 31% no 4T09 para 34,4% no 4T10. Já a margem EBITDA acumulou um crescimento de 8,9 pontos porcentuais, atingindo 15% em 2010, reforçando a capacidade de manutenção e geração de caixa da empresa. Outro fator de grande destaque foi a sólida entrada de pedidos ao longo de 2010, que cresceu 16,6% em comparação com 2009, e chegou a R$ 691,2 milhões, evidenciando a recuperação crescente da atividade econômica dos setores industriais.


FOTOS: DIVULGAÇÃO/PS

Premiata de casa nova Dando continuidade à filosofia de melhoria contínua, a Máquinas Premiata, empresa fabricante de equipamentos para o setor plástico, transfere sua estrutura fabril para o município de São Vendelino, onde está localizada sua nova sede. Agora, mais ampla, com estrutura adequada para aprimorar ainda mais o padrão de qualidade, lançar novos produtos e consequentemente melhor atender a seus clientes. Anote o novo endereço: Rua da Cooperativa, 532, CEP: 95795-000 São Vendelino – RS. O telefone fixo também mudou para: (51) 3639.1112

Plástico inteligente Uma nova geração de plásticos promete reduzir de forma significativa as intoxicações alimentares. O anúncio mais alardeado foi feito em janeiro pela Universidade Strathclyde, na Escócia: os cientistas desenvolveram uma embalagem que muda de cor caso o alimento tenha sido refrigerado de forma incorreta, se a embalagem foi danificada ou à medida que o alimento ultrapassa a validade. Desenvolvida pela equipe de Andrew Mills, pesquisador do Departamento de Química Pura e Aplicada da Strathclyde, o produto contou com investimento de US$ 523 mil e pode resolver outro problema grave até nos países mais desenvolvidos: o desperdício de alimentos, uma vez que a mudança de cor do plástico passa a ser o melhor termômetro de frescor. Com um histórico no Brasil mais recente - as pesquisas no Centro de Tecnologia de Embalagens (Cetea) datam de três anos para cá -, as embalagens ativas trabalham basicamente com inibição de agentes microbianos.

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Bloco de Notas MVC apresenta inédita tecnologia RTM-S para fabricação de compósitos A MVC, empresa nacional de desenvolvimento de produtos e soluções em plásticos de engenharia e pertencente à Artecola e à Marcopolo, participou do 7º Simpósio Internacional RTM & Infusão 2011, nos dias 9 e 10 de fevereiro, em Saint-Avold, na França. Pela primeira vez na história do evento, um fabricante brasileiro foi convidado para apresentar uma tecnologia inédita para o mercado mundial. Gilmar Lima, diretor-geral da MVC, palestrou sobre o novo processo para a fabricação de peças em compósitos, o RTM-S (Resin Transfer Molding – Surface). Segundo o executivo, o novo processo, patenteado pela empresa, reúne as propriedades dos termoplásticos, como acabamento superficial de alta qualidade, e as dos termofixos, como maior resistência mecânica, durabilidade e menor custo de fabricação. “Com a utilização do RTMS é possível reduzir o custo de produção da peça entre 15% e 20%”. O RTM-S consiste na moldagem do componente termofixo pelo processo RTM Light, tecnologia também desenvolvida pela MVC, sobre uma peça ou película termoplástica, previamente moldada pelo sistema Vacuum Forming. O resultado é um produto que alia maior resistência mecânica e superior acabamento superficial.

48 > Plástico Sul > Jan./Fev. de 2011 >>

Messe Brasil desenvolve duas novas parcerias A estratégia de ampliar a presença internacional em feiras brasileiras fez a organizadora de eventos Messe Brasil estabelecer parceria comercial com a empresa Fuar Sepeti, da Turquia, e a Demat da Alemanha. Especializada em comercialização de feiras no mercado turco, a Fuar Sepeti representará a Messe Brasil nesse mercado, com o objetivo de atrair a indústria local para feiras no Brasil. Segundo Richard Spirandelli, gerente de marketing da Messe Brasil, a parceria é resultado de contatos iniciados em feiras internacionais e da convergência de interesses pelo intercâmbio dos mercados. “A expectativa inicial é atrair dez empresas da Turquia para a Intermach 2011 e ampliar esse número a cada ano, nas diferentes feiras da Messe Brasil”, comenta. Com a Demat, uma das mais representativas empresas privadas de organização de feiras da Alemanha, anuncia a criação de uma joint venture para realização da EuroMold Brasil – Feira de Fabricantes de Moldes, Ferramentas e Design, programada para estrear no Brasil em 2012. O evento segue os padrões da EuroMold, a maior feira mundial para o segmento, que acontece anualmente em Frankfurt, em dezembro.


Tigre planeja novas aquisições no exterior em 2011

Acinplas se associa ao Export Plastic para ampliar exportação

A Tigre, empresa fabricante de tubos e conexões em PVC, planeja investir R$ 250 milhões em diferentes projetos, entre os quais novas aquisições no exterior. O presidente da empresa, Evaldo Dreher, afirmou que esses recursos serão utilizados para aquisições, fusões e a implantação de novas fábricas tanto no Brasil quanto no exterior. A Tigre que tem 20 unidades na Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Estados Unidos, Peru, Paraguai e Uruguai, investiu no ano passado R$ 200 milhões em projetos como a aquisição da equatoriana Isariego e a ampliação de sua capacidade produtiva em 25%. O executivo esclareceu, no entanto, que a esperada data de entrada no mercado mexicano, um dos maiores da América Latina e do qual a Tigre está ausente, ainda não está confirmada. “Teríamos que entrar (no México) com uma aquisição, o que ainda não foi possível”, revelou, para quem um investimento em uma fábrica própria no país é pouco viável por se tratar de um mercado muito competitivo. Dreher relatou que 2010, quando a empresa teve um crescimento de 17% nas vendas e um faturamento de R$ 2,7 bilhões, foi “o melhor” dos 70 anos de história da empresa. O executivo acrescentou que a base montada no ano passado torna possível atingir a meta da empresa de dobrar as vendas em 2014.

A Acinplas, responsável pela administração de um pool de empresas da indústria plástica, se associou ao Programa Export Plastic há quatro meses, na busca de informações que contribuam com o aumento de suas exportações. Segundo Bárbara Scherer, do departamento de Exportação da empresa, a parcela da produção exportada ainda é pequena, mas há interesse em expandir. “Hoje comercializamos nossas bobinas plásticas para hortifruti em Portugal, Porto Rico, Estados Unidos, Dinamarca e Paraguai e nosso interesse, além de ampliar a atuação nesses mercados é de alcançarmos novas praças”, diz. A Acinplas acredita que a demanda mundial por produtos com viés sustentável será uma tendência, principalmente na Europa. “O lançamento da bobina Unisold I’m Green, fabricada com matéria prima de fonte renovável (cana de açúcar), proveniente de parceria com a Braskem, deverá ter um destaque nos mercados externos”, comenta Bárbara. A empresa tem planos de aumentar as exportações de bobinas Unisold e lançar no mercado externo os silos e lonas Pacifil, que ainda não são exportados. Para atingir esses objetivos, a Acinplas tem alguns passos a cumprir. Um deles é investir em melhorias da comunicação com os compradores externos. “Já demos o primeiro passo, e estamos construindo um site com a versão em inglês”, diz a executiva.

Plast Mix

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Anunciantes Agenda Guangzhou, China, sede da Chinaplas

Activas

# Pág. 51

Apema

# Pág. 31

ARCR

# Pág. 45

Artek

# Pág. 32

AX Plásticos Brasilplast Cabot

# Pág. 48

# Pág. 41

Chiang

# Pág. 25

Deb’Maq

# Pág. 23

Detectores Brasil Gabiplast

# Pág. 19

Incoe

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Itatex

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Maxter

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Mecalor #

Pág. 09

Mecanofar

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Mega Steel

# Págs. 02 e 03

Multi-União Nazkon Nova

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# Pág. 35

# Pág. 33

Olifieri

# Pág. 49

Pevelit

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Plastech

# Págs. 36 e 37

Plastimaster R. Pieroni Radial

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# Pág. 12

# Pág. 47

Replas #

Pág. 21

Resinet

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Rosciltec Sasil

# Pág. 48

# Pág. 47

Inbra

M&G

Nacionais

# Pág. 15

# Pág. 49

# Pág. 13

50 > 50 > Plástico PlásticoSul Sul >> Jan./Fev. Jan./Fev. de 2011 de 2011 >> >>

Brasilplast 2011 – 13ª Feira Internacional da Indústria do Plástico De 09 a 13 de maio Pavilhão de Exposições Anhembi São Paulo (SP) www.brasilplast.com.br Feimafe 2011 - Feira Internacional de Máquinas-Ferramenta e Sistemas Integrados de Manufatura De 23 a 28 de maio Pavilhão de Exposições Anhembi São Paulo (SP) www.feimafe.com.br Fispal Tecnologia 2011 De 07 a 10 de junho Pavilhão de Exposições Anhembi São Paulo (SP) www.fispal.com Plastech Brasil 2011 – Feira de Tecnologias para Termoplásticos e Termofixos, Moldes e Equipamentos De 16 a 19 de agosto Parque Mário Bernardino Ramos (Parque de Eventos Festa da Uva) Caxias do Sul (RS) www.plastechbrasil.com.br Feipack - 4ª Feira Sul-Brasileira da Embalagem De 17 a 20 de agosto

Expotrade, Pinhais/Curitiba (PR) www.feipack.com.br Embala Nordeste 2011 Feira Internacional de Embalagens e Processos De 23 a 26 de agosto Centro de Convenções de Pernambuco – Recife/Olinda (PE) www.greenfield-brm.com Mercopar – Feira de Subcontratação e Inovação Industrial De 18 a 21 de outubro Centro de Feiras e Eventos Festa da Uva Caxias do Sul (RS) www.mercopar.com.br

Internacionais Plásticos - Exposição Internacional da Indústriado Plástico de Buenos Aires 27 a 30 de junho Buenos Aires – Argentina Interpack - Evento Internacional de Embalagem e Processamento 12 a 18 de maio Düsseldorf – Alemanha www.interpack2011.com.br Chinaplas – Feira Comercial Asiática de Plásticos e Borrachas De 17 a 20 de maio Guangzhou – China www.chinaplasonline.com


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