Corpes Fora da Caixa

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cidades, mas no caso de São Paulo, por exemplo, esses atendimentos são de difícil acesso, sendo disponibilizados apenas na região central da cidade. Nas instituições de educação não se têm professores(as), diretores(as) e demais profissionais prestadores de serviços dessas instituições, formades para atuarem com as culturas de diversidade; pois o tema ainda é um tabu, intensificando ainda mais a invisibilidade dessa população num ambiente propício para se abrir debates, ampliar discussões e desmistificar a cultura LGBTQIAP+ e na ausência dessas abordagens, contribui-se para a evasão escolar dessa população; onde a mesma não é acolhida, nem amparada, mas sofrem diversos tipos de violências psicológicas e físicas, por disseminação do ódio, preconceito e por falta de conhecimento, diálogo e entendimento sobre o que é transgeneridades e travestilidades.

O Mercado de Trabalho formal dificilmente emprega pessoas transgêneras e travestis, por preconceito, intolerância, ódio e abandono do Estado, que se ausenta em discutir políticas para esses corpos. E por sobrevivencia, principalmente no caso de mulheres trans e travestis, essa população acaba por ter de se submeter ao mercado do sexo, ferindo ao direito de uma vida digna, expondo essas vidas à vulnerabilidade extrema, tendo como consequência muitas vezes, a morte; causada pela violência das ruas.

A soma da ausência de políticas-públicas não formuladas e não implementadas pelo Estado em diálogo com a sociedade civil, culmina em total exclusão e invisibilidade desses corpes, socialmente e economicamente, pois, sem saúde, sem educação e sem emprego, não se tem a mínima chance de emancipação econômica e inclusão dessa população que, na maioria das vezes são desamparadas e desabrigadas pela própria família. E sem essa estrutura, não há possibilidade de se manter viva a população LGBTQIAP+.

Objetivos Gerais

● Ampliar a discussão sobre as culturas LGBTQIAP+ entre pessoas cisgêneras e heterossexuais nos espaços de educação, saúde e trabalho;

● Visibilizar pessoas transgêneras no equipamento;

● Contribuir no combate a LGBTfobia;

Objetivos Específicos

● Promover lives entre pessoas LGBTs em prol de discutir e fortalecer o movimento no território;

Metas

● Visibilizar artistas LGBTs da Zona Leste para que possam ocupar os espaços de arte e cultura visando disputar contratações artísticas no território;

Metodologia

Ações:

Uma das principais ações desenvolvidas foi buscar pelos pares em prol do mesmo objetivo, no caso, pessoas LGBTs que se interessem em participar do projeto e de organizar-se dentro do movimento LGBTQIAP+.

Dentro dessa organização e movimento é realizado o agendamento dos encontros virtuais contando com uma participação por semana, devido a situação pandêmica causada pela COVID-19, para evitar aglomerações num mesmo local.

A criação de roteiro para mediar o bate-papo e entrevista prevendo a área de atuação de cada participante, é elaborado de forma a abordar contextos pertinentes a cada área e ao objetivo do projeto, por isso, são convidades pessoas transgêneras de diversas áreas de atuação: da saúde, da educação, do trabalho e emprego e do lazer e entretenimento, da política e do Direito visando buscar informações de pessoas trans e travestis que não só atuam na área, mas que também são invisibilizadas dentro dela.

Por entender as diversas dificuldades de agenda e disponibilidade, de mobilidade pelo fato de algumas participações residirem em outras cidades ou estado e principalmente pela preocupação e responsabilidade em preservar vidas devido a pandemia do Covid-19, o projeto foi pensado para ser realizado em formato virtual. Também há preocupação em atender o público PCD, por isso, o projeto busca disponibilizar o documentário da forma mais acessível possível, então a participação de intérprete de libras para traduzir as falas dos e das participantes, é importante para alcançar o público LGBT PCD também.

Desenvolvimento das ações:

Na realização desses encontros virtuais, o agendamento das entrevistas conta com uma participação por semana, somando-se 4 participações ao mês.

A cada entrevista e bate-papo, as gravações já são encaminhadas para o processo de edição de áudio e vídeo, quando é realizada também a interpretação e gravação em libras. Durante esse processo, a construção do projeto gráfico é realizada paralelamente.

Já na finalização desse processo, o vídeo é enviado para o canal do youtube do projeto, a legenda é editada em português e ao realizar a publicação, inicia-se as divulgações nas redes sociais do “Corpes Fora da Caixa”.

Equipes

Participantes da área de Direito

● Levy Campos - Bacharel em Direito

● Márcia Rocha - Advogada e Conselheira Seccional da OAB/SP

Participantes da área de Saúde

● Julia Bueno - Psicóloga

Participantes da área de Educação

● José Barbosa - Educador

● Vanda Luiza Montenegro - Educadora

Participantes da área de Artes

● Laerte Coutinho - Pintora e Cartunista

● Nathan Santos - Influencer Digital e Criador da “King Of Durags”

Participantes de empresas privadas

● Victor Douglas - Analista de Operações

Participantes do Parlamento

● Samara Sosthenes - Covereadora / Mandata Coletiva Quilombo Periférico

Produção e Direção

● Carlos Pereira

Edição de áudio e vídeo

● Carlos Pereira

Vinheta e Trilha Sonora

● Carlos Pereira

Designer Gráfico

● Carlos Pereira

Intérprete de Libras

● Patrick Borges Santos

Mês de Maio

Cronogramas

Link: docs.google.com/spreadsheets/d/1DTQoPr1yCvnJaM4J1Rgp-vIrW1SBMlaU9JhYxQ mk0kw/edit#gid=0

Mês de Junho

Link: https://docs.google.com/spreadsheets/d/1Psqj1Y0HUrSgeRYjO_RWz_HAhmmj4G4 FzkXS_iyQPSE/edit#gid=0

Plano de Comunicação

O plano de comunicação do documentário “Corpes Fora da Caixa” segue diversos eixos de divulgação e comunicação, como:

● Grupos de nicho LGBT no facebook;

● Facebook do Teatro Flávio Império;

Link:

● facebook.com/events/450967826422449/

Link:

● facebook.com/933729426638320/posts/pfbid0g47Ywe1CR3P8Aet1Yi2kJ2Yc 8njokPyXEvHnAK8YBhaodeikiSqGrWdkKGMrSXehl/

● Facebook do Corpes Fora da Caixa;

Link:

● facebook.com/108567908556951/posts/pfbid02ALzhaityAfF76qpfsZUp4RGV BYUrnMDWL3P5Zco7hB48gSQ6QACJAwMEArqRz1kyl/

● Instagram do Teatro Flávio Império;

Link:

● instagram.com/p/CfrwPEXPP7a/?igshid=YmMyMTA2M2Y=

● Instagram do Corpes Fora da Caixa;

Link:

● instagram.com/p/Cfr5USavVhf/?igshid=YmMyMTA2M2Y=

● Youtube do Corpes Fora da Caixa;

Link:

● youtube.com/playlist?list=PLseOxOzx4iXPx-kQv6V8GFYuDmQ0RP6ZJ

● Stories do facebook do PJMC;

● Pelo whatsapp pessoal;

Referências Bibliográficas:

● ANTRA ( Associação Nacional de Travestis e Transexuais );

Link: antrabrasil.org/

Imagens e Anexos

Impacto

O impacto gerado através da exibição do documentário “Corpes Fora da Caixa” em seu canal no Youtube alcançou 757 visualizações no canal no mês de Julho e 939 visualizações no canal e 13 inscrites até o dia 14 de Agosto de 2022

O processo criativo do documentário foi pensado e planejado para acontecer de forma natural entre xs envolvides, de forma que pudesse trazer a essência do movimento, o modo de se organizar, etc. É uma obra orgânica. O modo como ele foi construído, desde as filmagens, os encontros com as pessoas, as etapas de edição de áudio e víde e as trocas com o intérprete de libras aconteceram de forma em que o tempo todo, etapa por etapa, o processo necessitou de reconfigurações. Principalmente porque ser a mão de obra em muitas funções no processo criativo é algo novo, no qual, exige que o artista desenvolva as ações conforme realmente, as coisas vão acontecendo. Por isso a importância de ter ao lado, o tempo todo acompanhando, os cronogramas e roteiros é muito útil. Foi uma imersão já sendo pensada e executada.

Xs convidades se envolveram demais em suas diversidades e alcançaram diversas linhas de pensamento e visões de mundo, provocando reflexões sobre o corpo, o próprio corpo e nossa maneira de se relacionar com ele, quanto gênero, identidade de gênero, orientação sexual e filosofia de vida. Nosso olhar para o mundo! E do mundo sobre corpes.

Muito do que foi pautado impactou pessoas de maneiras diferentes e provocou questionamentos e diálogos sobre a própria sexualidade entre o público do território e demais pessoas que acompanharam o documentário, trazendo o feedback de como esse trabalho chegou até essxs corpes e esses questionamentos faz parte do objetivo do projeto, pensar fora da caixa. Procurar entendimento, aprender a discernir identidade de gênero e orientação sexual. Para fim, libertar-se de preconceitos ou simplesmente aprender com o próprio corpo, a respeitar outres corpes. Diferentes do seu!

Conclusão

Como foi realizar o PIAC “Corpes Fora da Caixa” e como eu gostaria de dar continuidade ao projeto:

Realizar, produzir o conteúdo, provocar a discussão; todo esse processo foi desafiador e ao mesmo tempo instigante, pois, tudo foi acontecendo naturalmente seguindo um fluxo de ações, que antes nunca havia pensado na possibilidade de abordagens de maneiras, talvez mais diversas. Não só o tema, a elaboração de roteiro, pensar participantes, apoiadores da discussão, do conflito das ideias. Durante o processo foi perceptível a necessidade do espaço de fala e a conexão e conflito de ideias se enriquecendo ali, na troca de visões de mundo e entendimento de que ainda dentro da sigla LGBTQIAP+, existe o eu. A diversidade da individualidade também; o eu quanto existência, o eu quanto indivíduo/espaço/tempo, o eu lírico. O “eu também existo”!

E dentro dessa experiência, meu maior aprendizado foi poder estar aprendendo a cada dia, a respeitar a diversidade natural das coisas do mundo.

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