Primeira Impressão _Especial Eleições 2020

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Gratuito Outubro e Novembro I 2020

Santos Ano XXV Edição 177

A eleição das redes No dia 15 de novembro, 1.371.693 eleitores da Baixada Santista estarão aptos a exercer o seu direito democrático de escolher os futuros prefeitos e vereadores das suas cidades. O desafio é atraí-los às urnas, em meio à pandemia, com propostas que façam a diferença e melhorem a vida das pessoas. Caderno Especial

Baixa escolaridade e falta de educação política podem impactar na escolha de candidatos pág 4

PRODUZIDO PELOS ALUNOS DO 3º ANO DE JORNALISMO DA

Confira as propostas e ideias dos 16 candidatos que concorrem à Prefeitura de Santos págs 6 a 9

Representatividade feminina na política ainda é pequena na região. De 2000 a 2020, 4 mulheres foram prefeitas pág 4


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Diagramação

PRIMEIRA IMPRESSÃO

Narriman Sorbille

Outubro/ Novembro de 2020

EDITORIAL

A melhor alternativa Esta edição do Primeira Impressão é sobre as eleições deste ano. Nas próximas páginas você vai conhecer as propostas dos 16 candidatos à Prefeitura de Santos, além de matérias com candidatos aos Executivos de São Vicente, Praia Grande, Itanhaém, Mongaguá e Bertioga. Outra matéria aborda as mudanças na legislação eleitoral por conta da pandemia. Saiba mais sobre essas alterações na página 3, assim como a importante iniciativa que foi a instituição do mesário voluntário pela Justiça Eleitoral. A questão da participação feminina na política é outra pauta relevante e, assim como em outros anos, as mulheres são minoria. Confira as matérias na página 4. A falta de escolaridade e seu impacto na hora do voto é outro tema discutido nesta edição. Veja a opinião de especialistas na página 4. Uma retrospectiva política de Santos, desde o golpe militar que fez o Município ficar 16 anos sem autonomia política e sem eleger o prefeito, pode ser acompanhada na página 5. Outra pauta interessante é a de um santista que trabalha na Cidade, mas é candidato a vereador em Belmonte, na Bahia. Saiba quem é na página 16. Assim, o Primeira Impressão presta um relevante serviço ao eleitor da região nesta eleição que, por conta da pandemia, é atípica e está exigindo dos candidatos muita criatividade nas campanhas para conquistar o voto. E, para tanto, as redes sociais são a melhor alternativa. E é desse modo, com muita informação séria, que se consegue escolher bem os candidatos a prefeito e vereador em 15 de novembro. Boa leitura e bom voto!

EXPEDIENTE Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Faculdade de Artes e Comunicação da UNISANTA Diretor da FaAC: Prof. Humberto Iafullo Challoub Coordenador de Jornalismo: Prof. Dr. Robson Bastos Coordenadora de Publicidade e Propaganda: Profª Drª Giovanna Capomaccio Professores responsáveis: Texto: Prof. Francisco La Scala Júnior, Prof. Dr. Fernando De Maria. Design Gráfico e Diagramação: Prof. Fernando Cláudio Peel e Profª Nara Assunção Infografia/Fotografia: Profª Nara Assunção Redação, fotos, edição e diagramação: Alunos do 3º ano de Jornalismo

As matérias e artigos contidos nesse jornal são de responsabilidade de seus autores. Não representam, portanto, a opinião da instituição mantenedora, UNISANTA – UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA

Rua Oswaldo Cruz, nº 266, Boqueirão, Santos (SP) Telefone: (13) 32027100, Ramal 191 – CEP 11045-101

COLETIVA

Um panorama pré-eleitoral por Fernando Chagas

Jornalista e cientista político analisa o cenário das eleições municipais na Baixada Santista

Fernando Chagas diz que o jornalismo é um poder social

Julia Mayorca

Maria Eduarda Nascimento Há de se surpreender quem tentar analisar o Brasil em ritmo de eleições municipais, vivendo uma situação emergencial de saúde, envolvida a uma crise política nacional. O cenário, além de não ser o melhor, pode ser considerado o pior da história do país. Nem mesmo o jornalista e cientista político Fernando Wagner Chagas conseguiu enxergar uma resolução ao analisar a disputa pelos cargos de prefeitos e vereadores na Baixada Santista. Segundo ele, essa vai ser uma eleição complicada e difícil de saber quem vai levar a melhor. É certo que a sociedade enfrenta uma situação jamais prevista mundialmente, mas o cenário muda quando encontra uma população escassa de consciência política. Foi o que sintetizou Chagas em entrevista coletiva aos alunos da UNISANTA. Os impactos dessa falta de conhecimento implicam na decisão do eleitorado em todos os âmbitos. “A discussão da política é necessária, sem ela nenhum pais cresce e se desenvolve. O destino de uma nação cai nas mãos dos outros sem a discussão política”, argumenta. Mesmo sem um diagnóstico preciso sobre os possíveis resultados das eleições municipais, é possível dizer que a população irá levar em consideração as

atitudes dos prefeitos e vereadores durante a pandemia. E essa é uma questão que implica tanto nas votações como na forma que a sociedade está lidando com essa situação, já que segundo o jornalista, a falta de discussão política fez o Brasil criar um vírus ideológico. É por essa avaliação que o eleitorado irá votar em novembro. Mas também não se pode descartar a influência das redes sociais nesse processo, que tem sido um ambiente de discussão e extremismo desde a eleição presidencial. As mídias sociais criaram bolhas que a todo tempo discutem quem é o melhor ou tem mais razão, o que favorece a criação das conhecidas fake news, um dos maiores problemas da política.

ra, a disputa irá continuar neste campo, entre candidatos de direita, extrema direita e centro-direita. Além disso, a abstenção de votos também pode ser um fator decisivo da eleição no município, já que na Baixada Santista não existe outra cidade com o número de eleitorado idoso maior do que o da população santista.

JORNALISTA APAIXONADO Fernando Wagner Chagas é jornalista e cientista político. Embora tenha atuado no setor automobilístico, não pôde deixar de lado sua paixão pela área que hoje domina e compartilha conhecimentos com outras pessoas, a política. Chagas diz que o jornalismo é um poder social e também afirma que não foram somente os estudos os responsáveis por sua EM SANTOS construção como profissional e pessoa, e Quando o assunto é Santos, Fernando sim a capacidade de entender que um país Chagas diz que pelo fato de a cidade ter só cresce, se desenvolve e pode manter sua uma população de maioria conservado- democracia intacta, se discutir política.

Cientista político analisa cenário na região Larissa Barbosa “Nunca vi eleição tão incerta como essa. Difícil dizer quem vai ganhar”, diz o jornalista e cientista político Fernando Wagner Chagas sobre as eleições municipais, que vão acontecer em 15 de novembro, com segundo turno marcado para o dia 29 do mesmo mês. Segundo o especialista, que tem 40 anos de experiência na política, as redes sociais serão fundamentais na escolha do candidato. “Hoje, não dá para cravar quem é favorito numa eleição. A reação pode mudar e os métodos científicos podem não funcionar”, ressalta em coletiva virtual a alunos do sexto semestre do curso de jornalismo da Universidade Santa Cecília. Santos, por exemplo, tem um eleitorado predominantemente conservador. Podem se destacar candidatos da direita, do centro ou da extrema-direita. Mas para ele, um fator determinante neste período eleitoral serão as medi-

das dos candidatos perante a pandemia. Quem foi adepto ou não ao isolamento social e os reflexos dessas ações nas esferas econômica e da saúde. Ele explica que os impactos podem ser positivos ou negativos, dependendo de como o eleitorado vai reagir num cenário onde a receita dos municípios pode estar caindo ou se mantendo e a despesa crescendo. Também é previsto um grande número de abstenções, considerada por Chagas a “maior da história”, o que corrobora para as incertezas desta eleição. Ele prevê que muitos idosos não vão participar, sendo que 30% do eleitorado santista tem mais de 60 anos. Outro ponto que ele destaca é a perda do contato físico comumente visto no período eleitoral que terá de ser compensado pelas campanhas na internet. Por outro lado, as redes também democratizaram dando as mesmas condições aos candidatos e tornando a eleição “mais igual e barata”.

PRATA DA CASA

Um exemplo de paixão pelo jornalismo

Giovanna Real e Yasmin Braga Dedicação e força de vontade nunca faltaram na vida de Juliana Gonçalves Correia, de 25 anos. Desde a época em que estudava jornalismo na Unisanta, administrava o tempo entre dois estágios e o TCC. Tamanho esforço e motivação não poderiam resultar em outro caminho senão o convite para juntar-se a equipe da Santa Cecília TV como editora de texto. Formada em 2019, ela revela que foi uma grata surpresa e que a cada dia é um novo aprendizado para a realização do sonho de trabalhar em uma emissora de televisão. “Estou nessa área desde os meus 16 anos. As pessoas costumam olhar e achar

que você conseguiu o que tem apenas pelas amizades, mas poucos sabem o tempo que dedicou para se fortalecer e formar como profissional. É prazeroso ver que todos os ‘perrengues’ resultaram no que eu vivo atualmente. Ainda estou longe de me sentir boa, mas tenho orgulho do meu caminho, no que me tornei e no futuro que estou construindo”, diz a jornalista. Juliana conta ainda que é necessário manter-se forte ao longo da trajetória profissional e que alguns dias são mais cansativos do que outros, mas ao final todo o esforço é válido, conselho esse de quem experimentou na pele e escolheu viver cotidianamente os desafios da profissão dentro da edição de um jornal diário. “Não tenha pressa. Realmente muita coisa pode mudar em um ano, mas a

ANÁLISE DO PROFESSOR A coletiva concedida pelo cientista político Fernando Chagas foi altamente esclarecedora e produtiva. O grande número de perguntas feitas pelos estudantes, em uma live concorrida, atesta o elevado interesse dos alunos pelo tema político-eleitoral. Os textos de Maria Eduarda e Larissa, selecionados para publicação, revelam abordagens adequadas em torno da análise e reflexão de Chagas na atividade acadêmica. O panorama apresentado pelo entrevistado foi plenamente compreendido pelos alunos e estão bem retratados nos textos referidos. Parabéns a todos! Valeu pessoal! Francisco La Scala Jr

Arquivo Pessoal

Juliana na TV SANTA CECÍLIA

construção de algo permanente na vida leva tempo. Seja você mesmo. Trilhe seu caminho e sempre tente melhorar, sem se comparar com outras pessoas. Não menospreze o outro, trate todos com respeito e esteja aberto as oportunidades”, finaliza.


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PRIMEIRA IMPRESSÃO

Allan Veríssimo

Outubro/Novembro de 2020

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Medidas para votar com segurança A elaboração das orientações foi realizada por técnicos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) com os hospitais Sírio Libanês e Albert Einstein Peter Nardotto Em razão da pandemia do coronavírus, uma série de medidas estão sendo adotadas pela Justiça Eleitoral para que o pleito seja realizado com sucesso e segurança. Por exemplo, o sistema eleitoral adotou novas medidas sanitárias de controle à pandemia, após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgar o protocolo de funcionamento das eleições de 2020. O juiz eleitoral de Praia Grande, Wilson Zanluqui, da 406ª Zona, explicou as adaptações realizadas para as eleições municipais deste ano para os cerca de 148 milhões de eleitores aptos a participarem do pleito. Uma das mudanças será no horário das eleições, abertas uma hora mais cedo (7 horas) encerrando às 17 horas (considerando o horário local) no primeiro turno marcado para 15 de novembro, e, onde for necessário, no segundo turno, marcado para 29 de novembro. O novo horário foi definido após análise de estatísticos do tribunal e avaliação de uma consultoria técnica formada por especialistas do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), Insper, Fiocruz e Universidade de São Paulo (USP). O TSE também definiu, por orientação da consultoria sanitária formada pela Fiocruz,

CONFIRA AS PRINCIPAIS MUDANÇAS QUE SERÃO ADOTADAS NA ELEIÇÃO 2020

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MÁSCARA OBRIGATÓRIA

Conforme o protocolo, todas as seções eleitorais terão álcool em gel para limpeza das mãos dos eleitores antes e depois da votação, e os mesários receberão máscaras, face shield (protetor facial) e álcool em gel para proteção individual.

IDENTIFICAÇÃO

A Biometria foi dispensada. Para o processo de identificação do eleitor será necessário apenas a exibição do documento - sem precisar entregar para diminuir ainda mais os riscos.

milhões de brasileiros devem votar nesta eleição que traz mudanças por conta do Covid-19

HORÁRIO PREFERENCIAL O TSE também definiu, por orientação da consultoria sanitária formada pela Fiocruz, Hospital Sírio Libanês e Hospital Albert Einstein, que haverá horário de votação preferencial de 7h às 10h para pessoas acima de 60 anos, que fazem parte do grupo de risco para o coronavírus.

MUDANÇA NO CALENDÁRIO

Os quase 148 milhões de eleitores aptos a participar do pleito irão às urnas de 7h às 17h (considerando o horário local) no primeiro turno, marcado para 15 de novembroio. O segundo turno está marcado para o dia 29 de novembro.

CANETA PRÓPRIA

ACESSIBILIDADE

Cada eleitor deverá levar a sua própria caneta para assinar o caderno de votação e levar anotados os nomes e números dos candidatos para que a votação seja a mais rápida possível.

Deficientes visuais terão a possibilidade de ouvir o nome do candidato, após digitar o número na urna. A nova tecnologia leva o nome de ‘sintetização de voz’, que transforma texto em som.

FONTE: TSE / ARTE PETER NARDOTTO

Hospital Sírio Libanês e Hospital Albert Einstein, que haverá horário de votação preferencial das 7h às 10h para pessoas acima de 60 anos – maior grupo de risco para o coronavírus. O objetivo é evitar aglomerações. “Conforme o protocolo, todas as seções deverão disponibilizar álcool em gel para limpeza das mãos dos eleitores antes e depois da votação, e os mesários receberão máscaras, face shield (prote-

tor facial) e álcool em gel para proteção individual. Cartazes também serão afixados com os procedimentos a serem adotados por todos.”, reiterou. Segundo a chefe do cartório da 406ª Zona, Suzana Sea, a identificação do eleitor será realizada sem o auxílio da biometria. Neste ano, o eleitor se identificará mediante assinatura do caderno de votação – sendo solicitado a levar sua própria caneta para isso.

ACESSIBILIDADE Além disso, eleitores com deficiência visual terão a oportunidade de ouvir o nome do candidato, após digitarem seu número na urna eletrônica. Ficarão disponíveis fones de ouvido nos locais destinados a esses tipos de pessoas – que utilizarão da tecnologia de “sintetização de voz”, a qual transforma texto em som. Ainda no campo da acessibilidade, o chefe do cartório, Frederico Affonso, da 317ª Zona,

em Praia Grande, também reforça que para o eleitor com deficiência física haverá uma seção eleitoral específica. Essa permanecerá localizada no térreo, escolhida pelo próprio - durante o atendimento presencial - no cartório eleitoral. “Os eleitores acima de 70 anos são facultativos. Todos precisam justificar ausência na votação no prazo de 60 dias, salvo os eleitores facultativos”, concluiu Affonso. Divulgação/ TRE

Participação de mesários voluntários cresce 37% Evelyn Nayara Instituído no Brasil em 2004 durante as eleições municipais, o Programa Mesário Voluntário, elaborado para estimular cidadãos e cidadãs a participar efetivamente do processo eleitoral, conta com adaptações para que o programa seja viabilizado em meio a pandemia do novo coronavírus. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) intensificou o apelo para que pessoas fora do grupo de risco se voluntariassem por meio de uma campanha nas mídias protagonizada pelo médico Drauzio Varella. O conteúdo, repercutido em meios digitais, reforça a importância da participação de mesários isentos do grupo de risco, tanto para a saúde pública, quanto para o exercício da democracia. E, apesar de juízes dos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) entenderem por bem dispensar os inscritos com mais de 60 anos, o mesmo só poderá fazê-lo sob seu consentimento. Isso porque, apesar de se encontrarem em grupo de risco, não há qual-

quer determinação da Justiça que o impeça. A campanha deu resultado. A quantidade de mesários voluntários no Brasil subiu de 569.500 (de um total de 1,7 milhão de mesários) em 2016 para 780.058 de um total de 1.812.897 mesários. Alta de 37%. Os mesários convocados não mais passarão por treinamento presencial, mas de forma remota (o treinamento é ministrado desde o dia 1° de setembro), por meio de metodologia de ensino a distância (EaD) ou programação da TV Justiça. O material disponibilizado contém instruções sobre protocolos sanitários, segurança (desde a abertura até o encerramento das seções) e dinâmica do trabalho. Segundo o “Plano de Segurança Sanitária Eleições Municipais de 2020”, das 401.950 seções eleitorais nos 95.093 postos de votação, apenas quatro mesários ocuparão uma seção, sob condições de uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), distanciamento social e higienização dos objetos manuseados.

Em 2020, mesários voluntários não serão submetidos a treinamento presencial como em eleições passadas

Saiba como participar Para os interessados, ainda há tempo. Segundo o TSE, não há data limite para se inscrever, contanto que na sua região ainda haja vagas antes do primeiro turno, no dia 15 de novembro. Para isso, basta ter 18 anos ou mais e estar em situação regular com a Justiça Eleitoral, preencher um formulário específico disponibilizado presencialmente, no cartório eleitoral em que está designado, ou no site do TRE. Posteriormente, o documento preenchido passará por análise e, se aprovado, o nome do candidato passará a integrar a listagem de mesá-

rios. A convocação só ocorrerá horas trabalhadas como ativiquando houver necessidade. dades extracurriculares. BENEFÍCIOS A Justiça Eleitoral não oferece remuneração aos convocados na modalidade de voluntários, mas propicia dois dias de folga para cada dia trabalhado como mesário; 2 dias de folga para cada dia de treinamento; auxílio-alimentação no valor de $30,00 por dia trabalhado; certificado; preferência no desempate em concursos públicos (havendo cláusula prevista no edital); e é possibilitado aos mesários universitários, acrescentar suas

HORÁRIO Excepcionalmente este ano, os eleitores terão 10 horas para ir às urnas, das 7 às 17h. O período foi prolongado para atender preferencialmente os eleitores maiores de 60 anos, durante as três primeiras horas de funcionamento da seção. Cabe ressaltar que pessoas que não pertençam à terceira idade poderão votar no horário preferencial sob a condição de aguardar no final da fila ou em fila separada (a depender da organização local).


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Diagramação

PRIMEIRA IMPRESSÃO

Larissa Barbosa

Outubro/Novembro de 2020

Falta de escolaridade impacta na escolha de candidatos

Além do baixo grau de instrução, a falta de educação política pode contribuir para o aumento de analfabetos políticos na sociedade Luana Chaves

A falta de escolaridade é um fator presente na vida de vários brasileiros. De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral, apenas 41,7% do eleitorado concluiu o Ensino Médio. Ou seja, quase 87 milhões de eleitores não puderam, ou quiseram, incluir esta etapa em seu currículo escolar. Contudo, a falta dessa formação pode atrapalhar diretamente no desenvolvimento do senso crítico de um cidadão, essencial para a análise e tomada de algumas decisões importantes, como a escolha e a fiscalização de candidatos a governantes. Segundo a cientista política Clara Versiani, a questão da falta de escolaridade é, sem dúvidas, “uma variável importante na maneira como votam os eleitores”. Ela explica que a experiência da escola ajuda o indivíduo a adquirir uma noção de cidadania, já que o local funciona como um

espaço de socialização. Além disso, o aprendizado influencia na definição das escolhas, pois, quanto mais conhecimento e referências o cidadão tem, mais consciência de escolha ele terá. Por outro lado, ela ressalta que essa noção de cidadania pode ser adquirida também fora da escola, como no trabalho ou em atividades de socialização, mas, o que realmente engaja o indivíduo às causas políticas e

sociais, é a educação política. Um exemplo disso são os candidatos que não possuem formação superior ou especializada, mas, mesmo assim, conseguem ser eleitos e cumprir suas funções. Dos candidatos aos cargos públicos de 2020, apenas 24,34% possuem ensino superior completo, o que pode auxiliar na formação de estratégias e resolução de problemas de maneira mais técnica, mas, não necessariamente define que esses mandatos serão melhores ou inferiores Arquivo pessoal aos dos candidatos sem essa formação. Mas no que a escolaridade pode realmente diferir? Para a especialista, a falta de conhecimento expõe o cidadão a uma possibilidade maior de manipulação, pois fica mais difícil analisar a veracidade das informações. Para evitar essa exposição e A falta de o analfabetismo político, conconhecimento forme explica a professora de expõe o cidadão a sociologia Dida Dias, a principal função da educação polítiuma possibilidade ca, matéria ensinada principalmaior de manipulação mente em sociologia no Ensino Clara Versiani Médio, é “dar condições para Professora e cientista política que o cidadão ou cidadã tenha formas de fazer uma análise

A maioria que é minoria

Arquivo pessoal

Larissa Barbosa Mulheres ainda são minoria na política, apesar das conquistas ao longo da história. Na Baixada Santista, de 81 candidatos ao Poder Executivo, 13 mulheres concorrem às prefeituras este ano. Em meio a essa disparidade, o número representa um avanço tímido na região, se comparado a 2016. Nas últimas eleições municipais, de 62 candidatos, apenas cinco eram mulheres. Se para cargos como este, a candidatura por si só já é um desafio, vencer uma disputa eleitoral ainda pode parecer longe do alcance de muitas – mas não é. Telma de Souza, do PT, é um destes exemplos. Foi uma das fundadoras do próprio partido há 40 anos e desde então tem seguido a paixão herdada do pai e da mãe. Ela não só foi prefeita, em 1989, como já foi três vezes vereadora, três vezes deputada federal, com uma suplência, e três vezes deputada estadual. No entanto, não foi fácil. A santista conta que enfrentou preconceito e teve que se desdobrar no trabalho para provar sua capacidade. “Era difícil, dificílimo, imagina o que foi ganhar uma prefeitura como a de Santos. Havia todos os clichês de preconceitos, com o partido, com a figura feminina. De lá para cá, é claro que muita coisa mudou, mas ainda não tanto quanto queremos. A luta feminista aumentou muito, muitas mulheres ascenderam ao poder, principalmente a Dilma Rousseff, que foi presidente da República, isso não é pouca coisa. Mas ainda é pouco porque, na verdade, nós mulheres ainda não somos protagonistas do poder real que nós temos que ter”, diz Telma, que atualmente é vereadora no município. De repórter de rua a deputa-

Ensino Médio Completo

Grau de escolaridade do eleitorado

Ensino Médio Incompleto Superior Completo Lê e Escreve Ensino Fundamental Completo Superior incompleto Analfabeto Não Informado 0%

Ensino Médio Completo

15,48% 10,68% 7,82% 6,67% 5,22% 4,44% 0,02% 1,000%

da federal mais votada do PSB no Estado de SP, Rosana Valle decidiu em 2018 encerrar a carreira no jornalismo, após 25 anos, para ingressar na Câmara. Segundo ela, toda sua experiência a encorajou a dar o primeiro passo. Ela revela que foi questionada no início, mas que lutou e continua lutando para ganhar espaço. “Por vezes, eu tenho de trabalhar duas, três vezes mais, mas entendo que isso me torna ainda mais forte. Quando cheguei, me perguntaram se eu estava lá porque era filha ou neta de político, ou por causa de algum padrinho. Aos poucos, foram vendo que eu estava ali por conta do meu trabalho. Minha credibilidade foi aumentando e os outros deputados e até ministros reconhecendo a representante que sou”, diz a deputada que atua da Baixada Santista e Vale do Ribeira. Apesar disso, só 15% das vagas no Congresso Nacional são ocupadas por mulheres. A problemática se estende a todas esferas de poder – mesmo com o sistema de cotas de 30% de candidaturas femininas e sendo a maioria do eleitorado brasileiro, com 52,5%, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A cientista política Clara Ver-

siani diz que a obrigatoriedade de cotas não foi suficiente para transformar esta realidade e explica que, por ser uma estrutura marcadamente masculina, a possibilidade das mulheres terem mais expressão dentro da liderança partidária é menor. “Os partidos são em sua grande maioria controlados por homens e isso sem dúvida nenhuma se constitui num empecilho. Eles investem pouco nas lideranças femininas, então elas têm pouca possibilidade de expressão, de inclusive realizar as alianças ou até mesmo a militância dessas mulheres. Elas ficam muito limitadas”, diz. Ainda, segundo a especialista, outro fator excludente são as “candidaturas laranja”, onde a verba que deveria ser usada para a campanha da candidata é repassada a outro candidato. Outra problemática diz respeito à própria condição da mulher na nossa sociedade, à sobrecarga pelo papel doméstico, junto do papel materno, e também pela dupla ou tripla jornada de trabalho. “A participação feminina tanto será maior quanto maior forem os espaços de expressão das mulheres. Então, à medida que as mulheres” conclui a cientista.

2,000%

3,000%

Grau de escolaridade dos candidatos* 24%

Superior Completo

13%

Ensino Fundamental Incompleto Ensiono Fundamental Completo

5% 5% 3%

Ensino Médio Incompleto Superior Incompleto Lê e escreve 0%

38%

*números arredondados 10%

20%

30%

40%

INFOGRÁFICO: LUANA CHAVES / DADOS: TSE

crítica da sociedade”. E assim entender as relações antropológicas e o papel desempenhado por cada instituição social, seja para os eleitores, ou para os candidatos. A socióloga acredita que, se toda a população tivesse mais acesso a esse aprendizado, haveria uma escolha e fiscalização mais efetivas do eleitorado em relação aos governantes Muitas pessoas se aproveitam da ignorância para manipular

e moldar as opiniões dos eleitores, ou passar quatro anos do mandato sem realizar suas promessas, sabendo que nada lhes será cobrado, até porque, alguns eleitores sequer se lembram a quem destinaram seus votos nas urnas alguns meses depois. Por isso, além de votar, é importante que a população acompanhe e fiscalize o dia a dia dos governantes, sendo a educação a chave para combater o analfabetismo político.

Mulheres são 16% das candidaturas às prefeituras na região Luciano Matioli

Rosana Valle é uma das representantes femininas na Câmara dos Deputados

25,47% 24,18%

Ensino Fundamental Incompleto

Apenas 16% dos candidatos às prefeituras da região são mulheres. Este percentual é o mesmo das eleições de 2000 nas nove cidades Baixada Santista. Neste ano, dos 81 candidatos a prefeito apenas 13 são mulheres, um número reduzido tendo em vista que as mulheres representam a maioria do eleitorado. Nos últimos 20 anos, apenas quatro mulheres ocuparam o cargo de chefe do Poder Executivo na região metropolitana: Milena Bargieri (PSB) foi eleita em 2008 em Peruíbe; Marcia Rosa (PT) e Maria Antonieta (PMDB) foram eleitas em Cubatão e Guarujá, respectivamente, também em 2008, sendo reeleitas em 2012 junto com Ana Preto (PTB), que ganhou o pleito em Peruíbe derrotando duas adversárias.

Esta disputa, aliás, foi a maior da Baixada Santista com representação feminina, pois apenas as três candidatas disputaram o Executivo. Em Mongaguá, durante os últimos 20 anos, nenhuma mulher se candidatou à Prefeitura. O mesmo acontece este ano. Em São Vicente acontecia o mesmo até este ano, quando três candidatas disputarão o Executivo: Anália Silva(PT), Mônica Batalha (PRTB) e Solange Freitas (PSDB). Elas tentarão ocupar o cargo que nunca foi exercido por uma pessoa do sexo feminino. A cidade de Santos, por sua vez, teve candidatas nas últimas eleições para a Prefeitura. Neste ano, porém, que é recordista de pretendentes, com 16 candidatos, todos são do sexo masculino. Muitas mulheres, contudo, serão candidatas a vice.

CANDIDATAS A PREFEITA NA BAIXADA SANTISTA 298

16%

16%

candidaturas

mulheres

47

mulheres de 2000 a 2020, nas 9 cidades da região: Peruíbe Itanhaém Mongaguá Praia Grande São Vicente Cubatão

84%

84% homens

Santos Guarujá Bertioga

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mulheres foram prefeitas, sendo 2 reeleitas

INFOGRÁFICO: LUCIONA MATIOLI. FONTES: TSE/ TRE E INSTITUTO DATAFOLHA


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PRIMEIRA IMPRESSÃO

Narriman Sorbille

Outubro/ Novembro de 2020

SANTOS

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Narriman Sorbille

Escadarias do poder Conheça, nas próximas páginas, os 16 candidatos que concorrem ao cargo de prefeito e pretendem subir, no dia 1° de janeiro do ano que vem, as escadarias da Prefeitura de Santos, que levam do andar térreo do Paço Municipal ao gabinete do prefeito no primeiro andar.

De 68 a 84, Santos ficou 16 anos sem eleger o prefeito

Walter Mello

Allan Verissímo 1º de abril de 1964. A nação brasileira assistiu a uma série de acontecimentos que levaram à deposição do Presidente João Goulart pelas Forças Armadas, com o apoio do governo dos Estados Unidos. Com os militares no controle do País, o Congresso Brasileiro apoiou o golpe e declarou que o cargo de presidente estava vago. O resultado é conhecido: o regime militar durou até 1985, quando Tancredo Neves foi eleito indiretamente o primeiro presidente civil do Brasil desde o golpe militar em 1964. Uma das cidades mais atingidas pelo golpe, com dezenas de cassações, perseguições a políticos, sindicalistas e lideranças sociais, foi Santos que ficou 16 longos anos sem poder eleger o prefeito. O município já era conhecido pela sua importância cultural, política e social. A cidade foi um dos centros do movimento abolicionista no século 19, graças a Quintino de Lacerda e seu quilombo no bairro do Jabaquara. O Teatro Guarany, primeiro grande teatro da cidade e palco de manifestações pela abolição, foi inaugurado em 1888. Com a abolição da escravatura,

Em 9/7/84, o último nomeado Paulo Barbosa transfere o cargo para o prefeito eleito Oswaldo Justo

Santos abriu seus portos e portas para os esperançosos imigrantes italianos e japoneses, que em sua maioria se fixaram na cidade. A cidade foi perseguida durante os dois governos de Getúlio Vargas, tendo sua Câmara Municipal fechada à força (entre 1937 e 1948) e dois prefeitos depostos. Quando o golpe de 64 ocorreu, o então prefeito José Gomes, - que havia sido eleito em 1961 vice de Luiz La Scala Júnior, que faleceu em um acidente automobilístico no dia da diplomação -, foi deposto e substituído pelo capitão de fragata Fernando Hortala Ridel. Ainda assim, o regi-

me militar autorizou eleições na cidade em 1965, que ocorreram tranquilamente e sem problemas, com a vitória do ex-prefeito Silvio Fernandes Lopes que governou até 1968. Mas, naquele ano, quando o jornalista, advogado e deputado estadual Esmeraldo Soares Tarquínio de Campos Filho venceu as eleições, o regime militar interveio. Aos olhos do regime, o novo prefeito eleito democraticamente pelo povo de Santos era “subversivo”. Em 13 de março de 1969, Esmeraldo Tarquínio teve seu mandato cassado pelo Conselho de Segurança Nacional, e

seus direitos políticos suspensos por dez anos. Com a renúncia em seguida do vice Oswaldo Justo, em solidariedade ao eleito e por discordar daquela arbitrariedade, o então presidente, marechal Costa e Silva nomeou o general Clóvis Bandeira Brasil para a Prefeitura. Entre 1969 e 1984, Santos teve quatro prefeitos nomeados: além de Bandeira Brasil, que governou de 1969 a 1972, foram nomeados Antônio Manoel de Carvalho (1974 a 1979), Carlos Caldeira Filho (1979 a 1980), e Paulo Gomes Barbosa (1980 a 1984).

No início da década de 80, o regime militar tinha se enfraquecido e as pressões políticas cresceram em favor da redemocratização. Em 1983, Santos recuperou sua autonomia política e o direito de eleger o seu primeiro prefeito após 16 anos, que foi Oswaldo Justo, do PMDB, que havia sido vice de Tarquínio em 1968 e renunciado ao cargo em razão da cassação de seu companheiro de chapa. Justo elegeu-se prefeito em 3 de junho de 1984 e tomou posse em 9 de julho daquele ano, pondo fim ao ciclo de prefeitos biônicos.


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Diagramação

PRIMEIRA IMPRESSÃO

Julia Moura e Giovanna Real

Outubro/Novembro de 2020

SANTOS

Candidatos apontam prioridades Banha vai priorizar educação e saúde ANTONIO CARLOS BANHA

Fotos Divulgação

Partido MDB Número 15

Cascione quer resgatar grandeza da cidade VICENTE CASCIONE

Partido PROS Número 90

Giovanna Real

Bruno Kato

Com 55 anos, formado em Direito e Administração, o vereador Antônio Carlos Banha Joaquim, do MDB, decidiu disputar a Prefeitura e por diversas razões: “a experiência alcançada ao longo de seis mandatos é o que me possibilita tentar o Executivo santista. Não adianta tentar se não conhecer a cidade onde mora, conhecer todos os problemas, conversar com as pessoas. Afinal, quem conhece mais vai errar menos, vai saber como direcionar recursos para trazer mais resultados ao Município”. Quando se trata de planos, Banha deixou claro que quer focar nas pessoas “Isso porque não precisamos de novos bens materiais, e sim de pessoas com uma vida melhor, pois temos a maior favela de palafitas do mundo onde pessoas passam fome. Além disso, Santos tem 22% da população de idosos e precisamos oferecer uma vida digna com lazer e conforto para essa população”. Ele acrescenta que as pessoas em vulnerabilidade social precisam ser assistidas, acesso à cesta básica e moradia. “O tripé de uma sociedade justa e igualitária é a educação, saúde e ação social”. O candidato destaca que o seu principal foco no governo será a educação. “É ela que previne, prepara, ensina, traz

O candidato do Partido Republicano da Ordem Social (Pros) Vicente Cascione decidiu se candidatar à Prefeitura de Santos novamente por diversos motivos, mas o principal, segundo ele, foi o retrocesso da cidade nos últimos anos. “Estou insatisfeito de ver a cidade encolher, a cidade não se renovar, porque renovação não é idade, renovação pode ser sinônimo de experiência. Eu vivi minha vida toda na cidade de Santos e sei que agora é a hora de devolvermos a grandeza e o progresso que ela perdeu”, afirma. Questionado sobre governos passados, Cascione faz críticas ao modelo adotado pelos antigos gestores e diz que: “Santos vem assistindo o não fazer há seguramente 28 anos; é preciso que coloquemos nossos pés no chão e digamos a verdade”.

novos horizontes. Essa é a extensão da casa da gente, tudo começa pela educação e quando investimos nisso, investimos em pessoas, nos cidadãos do amanhã”. Por isso, o seu plano é oferecer o melhor da educação para que no futuro, os jovens possam ter um emprego digno, uma moradia e bem-estar. Outro foco será a saúde. Disse que apesar da pandemia, é preciso enfrentar outros problemas e dificuldades do setor como unidades de atendimento abandonadas, falta de medicamentos, prontos socorros sem qualidade. “Precisamos fazer manutenções no que já temos como os hospitais, escolas, creches e praças; de nada adianta criar novas unidades se não preservarmos o que já temos”, observa o candidato. Por fim, Banha se mostra confiante neste novo passo em sua carreira política e pede que os eleitores santistas pesquisem a vida e o histórico dos candidatos bem como os seus planos de governo para a cidade.

EDUCAÇÃO Com relação à educação, Cascione é a favor da implementação da educação integral, mas acredita que existem fatores que precisam ser adotados para o bom funcionamento desse método. “Se não pudermos dar conteúdo para o aluno, não adianta a implementação do ensino integral, não

adianta você trancar o estudante entre quatro paredes e ele não ter uma ocupação. Ele tem que ser ensinado, tem que ser educado e os pais devem interagir com os professores. É preciso que os alunos aprendam ofícios que os capacitem para a vida profissional”, ressalta. Cascione completa que não se pode mais fingir que se ensina. “O aluno não pode mais sair da escola sem estar capacitado. Isso é uma indecência”, aponta. VIRTUDE Cascione finaliza exaltando a experiência como uma das maiores virtudes que um administrador público pode ter. “É preciso que a gente tenha calma, e a calma vem da idade, da maturidade, da experiência, e de ter vivido oito anos no Congresso Nacional, saindo de lá honrado e isso não é para qualquer um”.

Soares quer combater Rogério segue com metas da atual gestão a desigualdade MÁRCIO AURÉLIO SOARES

ROGÉRIO SANTOS

Partido PDT Número 12

Partido PSDB Número 45 Marcela Rodrigues

Julia Moura

O candidato à Prefeitura de Santos, Rogério Santos (PSDB), vai priorizar três pontos em seu eventual governo: educação, geração de emprego e zeladoria urbana. Para ele, o desafio de se candidatar é resultado de 32 anos como servidor e uma carreira construída e dedicada à gestão pública, além de ter sido secretário de Governo nos últimos sete anos e meio do atual prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB). No setor educacional, Rogério pretende ampliar a escola em período integral, onde o contraturno será voltado a atividades que envolvem cultura, esporte, tecnologia, educação financeira e empreendedorismo. O candidato ressalta que Santos supera as metas do Plano Nacional da Educação, do Governo Federal: “já temos 50% das crianças na escola integral, superando as metas do Plano Nacional de Educação, que diz que em quatro anos devemos ter 25% das crianças na escola em tempo integral. Estamos adiantados, e meu objetivo é que cheguemos a 75%”. Também ressalta que se eleito vai trazer para a cidade um distrito industrial portuário, empresas de porte internacional, como por exemplo a GL Events, a Amazon Web Services de tecnologia e o Parque Tecnológico que contribui para o desenvolvimento de soluções in-

Carioca de 62 anos, Márcio Aurélio Soares é um dos 16 candidatos a prefeito de Santos. O médico infectologista se mudou para Santos a convite de David Capistrano, na época secretário de Saúde de Santos, durante os anos 90, com o objetivo de colaborar na estruturação do SUS. Após ter conseguido realizar seus planos, acabou tomando a cidade como lar. Hoje, concorre pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT). A motivação para a entrada na política veio da crença na mudança. “Sempre tive uma visão progressista. Não tinha como, à medida que vim de uma geração que criou o SUS, que pretende oferecer um atendimento humanizado a todas as pessoas, independente de CEP ou classe social. E uma vida saudável também sugere o acesso à moradia, à urbanização, a serviços públicos de qualidade, como educação e transporte”, explicou Soares. Segundo ele, o grande desafio no município de Santos é o fato de a cidade ser muito desigual, convivendo com progresso e miséria, sobretudo em termos habitacionais. Para solucionar o problema, o plano de Soares é a criação de uma Secretaria de Habitação e a construção de casas populares para amenizar o déficit existente. O médico já tem as prioridades de-

teligentes e fomento às startups. Já na parte da zeladoria urbana, o candidato pretende manter a qualidade dos serviços públicos na Orla, Ponta da Praia, Zona Noroeste, no quadrilátero do Gonzaga, rua da gastronomia, nos morros, e agora no Novo Quebra-mar, remodelar a Rua Álvaro Guimarães, na Zona Noroeste que será um grande corredor comercial e na área central incentivar a moradia com o retrofit, além de investir no comércio e no turismo para recuperar a região. Questionado sobre a Zona Noroeste, que abriga cerca de 120 mil santistas, o candidato afirmou que a região foi a que mais teve investimento público nos últimos anos e, se eleito, irá dar continuidade a todos os trabalhos. No setor de habitação reafirmou o compromisso de dar continuidade ao projeto de construção de casas. “Estamos investindo em conjuntos habitacionais e qualificação profissional para a população por meio de projetos como as Vilas Criativas”.

finidas. “Nosso plano de governo pretende ser o encontro do Poder Público com os anseios do trabalho, que garanta a reinserção social e o acesso aos direitos da população”. Um exemplo é a colocação de jovens como agentes comunitários esportivos, reequipando áreas de esporte e lazer para garantir o espírito de coletividade dos envolvidos. Isso junto de uma saúde preventiva por conta da atividade física, já que a ideia incentiva a ocupação de espaços públicos. Além dessas, Soares também tem outras propostas, que apesar de não serem prioridade, também são necessárias. Uma delas é a criação de um Banco Municipal de Desenvolvimento Comunitário, com o intuito de estimular cooperativas e a economia solidária. O médico também pretende, caso seja eleito, atualizar o Plano de Saneamento Básico de Santos, aumentar as vagas da Educação Infantil da cidade, além de estimular a logística reversa, economia circular e coleta seletiva, na área ambiental.


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PRIMEIRA IMPRESSÃO

Milena Estela

Outubro/Novembro de 2020

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SANTOS

Prefeituráveis definem propostas Sartori quer realizar Douglas vai priorizar auditoria na Prefeitura educação e saúde IVAN SARTORI

Fotos Divulgação

Partido PSD Número 55

DOUGLAS MARTINS Partido PT Número13

Milena Estela

Eduarda Gouveia

O Plano de Governo do candidato do PSD, Ivan Sartori, tem como objetivo fazer com que Santos seja grande novamente, englobando agentes políticos diretos eletivos e uma sociedade civil organizada para buscar indicadores melhores de Desenvolvimento Humano, aplicado às análises da “Revisão das Metas do Milênio”. Os principais objetivos são: combate à corrupção, com a instalação de um sistema integrado de controladoria; fazer uma auditoria detalhada nas contas municipais, seguida de revisão profunda nas destinações de verbas e contratos; além de revisão nos cargos públicos, com extinção dos excessivos. Além disso, a preocupação com os prédios municipais; implantação de uma central de saúde no centro da cidade, englobando clínica geral, especialidades, exames laboratoriais, de ressonância e outros; hospital de retaguarda para pacientes crônicos, especialmente os idosos; implantação de uma forma de triagem digital no atendimento de pacientes e por meio de “mototriadores” capacitados, distribuídos estrategicamente na cidade (orla, bairros intermediários, centro, Zona Noroeste, morros e área continental). Ainda, conforme o plano de governo, recuperar a zeladoria dos prédios municipais de ensino, com a implantação de sistema digital de ensino a distância e valorização dos professores.

Investir na educação a longo prazo, agir na prevenção de doenças e tornar mais transparente os assuntos que envolvem as finanças da cidade: essas são algumas das principais propostas do candidato à Prefeitura de Santos, Douglas Martins (PT). Afirmando defender a ideia de democracia e solidariedade, o advogado e jornalista pretende criar um programa de saúde familiar, dar mais apoio aos professores e reforçar um Orçamento Participativo, mecanismo governamental que permite que os cidadãos tenham envolvimento com as definições de investimentos. “Falta médico de família. É preciso chegar antes, não depois da doença”, explicou o candidato referente à saúde na cidade. Após mencionar o funcionamento ineficaz das UPAs, declarando que apesar de ser algo que parece bom, na verdade nem sempre funciona. Ele afirmou que o ideal é entender as necessidades da população e agir de acordo com isso, visando principalmente a prevenção de doenças. Nesse sentido, o candidato acredita que a criação de um programa de saúde familiar é a melhor forma de lidar com o problema, principalmente nas áreas mais vulnerabilizadas. Para Douglas, um exemplo de compromisso com as necessidades da população foi a implantação de policlínicas no governo Telma de Souza (PT), entre 1989 e

SEGURANÇA Na área da segurança, ênfase na implantação de um sistema de monitoramento digital inteligente para garantir a segurança preventiva dos cidadãos. No Porto de Santos, interseção entre a cidade e a autoridade portuária, por meio de gestão política de aproximação, com reparo e utilização dos armazéns 1 e 8; investimentos na instalação privada de equipamentos retroportuários, inclusive na área continental para aquecer a economia e gerar empregos. O plano de governo é dividido em eixos com desenvolvimento, segurança ambiental, redução da desigualdade social, liberdade de modo de vida, inserção tecnológica, eficiência de mobilidade e setor de saúde. O candidato destaca que pretende trabalhar, se eleito for, com absoluta transparência na gestão, medida que considera fundamental para o bom andamento da administração pública.

1992. Entretanto, ele acredita que, com o passar do tempo, a gestão dessas redes passou a ficar degradada, algo que ele pretende dar atenção também, já que o bom funcionamento das policlínicas é fundamental para a população que precisa do SUS. No setor da educação, o candidato também afirma que as áreas fragilizadas da cidade, como a Zona Noroeste, precisam de uma atenção maior, pois os problemas da região podem afetar na educação. Para exemplificar, Douglas citou a quantidade de famílias vulnerabilizadas que, durante a pandemia, precisaram manter as crianças em casa, sem condições de continuar o ensino. Segundo ele, pelo menos 8 mil famílias se encaixam nessa situação, e esse será um desafio, porque o índice de evasão escolar pode ser significativo. Ainda sobre a educação no município, Douglas, que já foi professor, argumenta que é preciso investir no longo prazo, com foco em apoiar o magistério.

Bayard defende Villela propõe mais liberdade econômica redução de impostos BAYARD UMBUZEIRO

JOÃO VILLELA

Partido PTB Número 14

Partido Novo Número 30 Karina Ramos

Bárbara Pitta

Apesar de ser um novato na política, o candidato a prefeito João Villela (Novo) conta que sua indignação foi o estopim para fazê-lo concorrer ao Poder Executivo. Nunca teve vontade de ingressar na vida pública, mas sua insatisfação com tantas promessas não cumpridas o levou a mudar de opinião. Como ele diz “tem muita coisa pra fazer em Santos” e seus principais focos são o saneamento básico e a liberdade econômica. “Temos 26 mil pessoas morando sobre o mangue e estamos passando pela pior crise sanitária dos últimos 100 anos”. A sua proposta é mudar isso por meio da expansão de programas de prevenção já existentes e melhorias no processo de deposição final dos dejetos. Uma das maiores preocupações de Villela é com os moradores das palafitas e dos cortiços e para ajudá-los pretende oferecer oportunidades para que possam arranjar trabalho. Para isso, vai desenvolver o retroporto para gerar mais empregos e retomar o desenvolvimento econômico. E ainda com relação ao entorno do Porto, o candidato propõe investimentos na área do turismo – melhorando as condições do Centro e de seus atrativos. Após trabalhar como professor durante oito anos na rede pública, Vilella conta que vai priorizar a educação, mas seu objetivo não é criar nada novo e sim melho-

“A decisão de ser candidato pulsou muito dentro de mim após a produção do livro Santos 50 anos em 5, em que estudamos muito os problemas da Cidade. Chegou a hora de dar ao Município, com todo empenho, tudo aquilo que ele me deu, sob todos os aspectos”. A afirmação é do empresário e ex-vereador Bayard Umbuzeiro, candidato a prefeito pelo PTB. Caso seja eleito, diz que irá desenvolver uma política tributária sustentada na redução de impostos para alavancar a economia e gerar empregos. Apenas no período da atual Administração, entre 2013 e julho de 2020, Santos teve uma redução de 17.712 empregos formais no seu mercado de trabalho, fato que representou a diminuição aproximada da massa salarial em R$ 1 bilhão. Também disse que irá cobrar as verbas do Dade (Departamento de Apoio às Estâncias), já que o Governo do Estado deve cerca de R$250 milhões e que, segundo ele, a atual administração e as passadas negligenciaram porque eram da base de apoio do Governo. Ainda no aspecto econômico, o candidato revela que 61.268 santistas tiveram de recorrer ao programa de auxílio emergencial do Governo Federal, de R$ 600,00, por problemas de ordem financeira, ou seja, 14,13% da sua população. Diante deste cenário, quer reforçar o

rar o que já existe. De acordo com ele, a escola não deve ser um lugar para somente aprender a ler e escrever, mas também para despertar o interesse nos esportes e na cultura, especialmente na música e nas artes visuais. Outro ponto também abordado foi o de que as escolas devem ter maior interação com a sociedade, incentivando o aprendizado de todos com aulas de empreendedorismo e geração de renda para, assim, também melhorar a economia. CENTRO HISTÓRICO Os planos de Villela para cuidar do Centro de Santos pretendem começar pelo lugar mais degradado hoje, que é a Bacia do Mercado. O candidato quer fazer a concessão de vários imóveis públicos para a iniciativa privada, como o Teatro Coliseu. Esse prédio histórico já consumiu mais de R$ 20 milhões e encontra-se deteriorado e abandonado.

atendimento assistencial vinculado à possibilidade de retorno ao mercado de trabalho, aproveitando as informações individualizadas do Cadastro Único do Ministério do Desenvolvimento Social para instituir ações específicas para públicos distintos; criar programas sociais adicionais de natureza municipal, para dar cobertura ao público que não consegue atingir exigências de programas assistenciais estaduais ou federais; estudar mecanismos de ofertas de oportunidades de trabalho para o público dependente dentro de contratações de investimentos públicos e produzir amplo censo sobre a população local. O candidato tem uma carreira bem extensa. É formado em Direito, presidente da Transbrasa há mais de 40 anos, autor do livro recém-lançado “Santos 50 anos em 5”, que fala dos desafios da cidade, e idealizador do livro “Em busca de mar calmo”, que aborda os 25 anos da Lei de Modernização dos Portos.


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PRIMEIRA IMPRESSÃO

Isabela Marangoni

Outubro/Novembro de 2020

SANTOS

Problemas desafiam postulantes Fernandes vai priorizar Paz tem plano para destinação do lixo geração de emprego MOYSES FERNANDES

Fotos Divulgação

Partido PV Número 43

CARLOS PAZ

Partido AV Número 70

Isabela Marangoni

Guilherme Coutinho

‘’Cheguei a cogitar não me candidatar este ano, até por conta da pandemia. Afinal, tem pessoas que não conseguem se alimentar e você está lá pedindo votos para elas’’. A afirmação é do candidato do Partido Verde à Prefeitura de Santos, jornalista Moyses Fernandes, acerca da reflexão que fez em torno da candidatura. Mas, decidiu disputar o pleito e sua principal preocupação é a questão ambiental, especialmente a coleta e a destinação do lixo. “Queremos resolver o problema do lixo com outro tipo de tecnologia, uma menos poluente’’. A solução é um tratamento tecnológico e sustentável com biodigestores. “Esse lixo vai poder ser tratado e se transformar em adubo, e a parte reciclada se transformará em mais material reciclável. É um processo limpo que vai produzir um gás, que será queimado no lugar do lixo’’. A bioeconomia é outra proposta que ele quer colocar em prática. ‘’Queremos criar uma área verde para a atração de empresas sustentáveis’’. Essas empresas muitas vezes se estabelecem no interior do Estado, gerando empregos. ‘”Vamos trabalhar para que essas empresas se instalem e permaneçam na cidade, para que os

O candidato a prefeito Carlos Paz (Avante) defende investimentos nas áreas mais carentes da Cidade, cidade onde nasceu há 61 anos. Ex-presidente do Sindicato de Analistas Tributários da Receita Federal e do presidente de honra do Instituto Capaz, o candidato enfatiza que, caso eleito, sua prioridade será a geração de empregos. Segundo ele, a população tem saído da cidade devido a falta de oportunidades. Assim, melhorar a economia é um dos seus focos além de olhar para as áreas menos favorecidas. Assim, ele defende mais investimentos em áreas vulneráveis. “Devemos investir em educação, cultura e moradia. Os últimos governos olharam apenas do José Menino a Ponta da Praia. Somos a cidade com mais moradias sob palafitas do Brasil. Isso precisa ser mudado.” A respeito da falta de experiência política por nunca ter ocupado uma cadeira de vereador e ser sua primeira candidatura à prefeitura, Paz defendeu que a renovação é o principal motivo para mudar o rumo da cidade. “Fazer diferente é meu objetivo. Abrir a gestão para a população, trabalhar para que o santista tenha de fato uma qualidade de vida melhor,

negócios voltem a aumentar’’. A geração de empregos é outra preocupação e um desafio. “É preciso dar trabalho para quem precisa e temos que fazer isso via Prefeitura, por meio de serviços que estão ligados à zeladoria da Cidade. Esses serviços poderiam ser feitos por essas pessoas em situação de rua e que querem reverter sua realidade. Dar a possibilidade de pessoas que têm algum tipo de vício, de serem tratadas, e dar acesso a essas pessoas a um trabalho de verdade’’. A desigualdade social é um tema que toca muito o candidato e que ele deseja enfrentar e reduzir. ‘’Percebemos que houve um aumento muito grande do número de pessoas em condição de rua, e é uma situação que precisamos resolver de alguma forma’’. Ele quer utilizar a Guarda Municipal para fazer um levantamento de quem são essas pessoas nas ruas e quais realmente precisam

Tanah quer implantar política humanista

com empregos melhores.” “Não acredito em partidos’’ Ele acrescenta sua participação nestas eleições. “Eu acredito em pessoas, não em partidos. Quero que a população conheça minha história, me conheça e principalmente acredite em mim como pessoa. Não faço campanhas milionárias como outros candidatos, com coligações partidárias. Faço uma chapa limpa e espero que a população acredite e confie em mim”. Por fim, ele promete mostrar uma nova forma de pensar a Cidade, se apadrinhamentos. “Não haverá aparelhamento político”, ressalta. Além disso, destacou a importância do voto. “As pessoas não podem ter medo de votar em algém novo na política. Devem votar de forma consciente”, acrescenta o candidato do Avante que tem nesta eleição a sua primeira experiência como candidato a um cargo público.

Coelho quer realizar auditoria nas contas MARCELO COELHO

TANAH CORRÊA

Partido PRTB Número 28

Partido PC Número 23 Myriã Pedron

Bruno Kato

O diretor teatral Tanah Corrêa é candidato a prefeito de Santos pelo partido Cidadania. Durante a entrevista concedida apontou alguns pontos que considera fundamentais e que precisam de solução. Ele demonstra grande preocupação com as áreas carentes da cidade, como as comunidades da Zona Noroente e Morros. O candidato destaca ainda que o que falta para a cidade é uma relação humana, ou seja, a inclusão do chamado humanismo na administração pública, o que muitas vezes é esquecido. “Por exemplo, a gente tem um problema como o Dique da Vila Gilda, que é uma coisa horrorosa. Falta um respeito da Prefeitura com o trabalhador.” , afirma Tanah. Outro exemplo citado por ele foi a reforma da entrada da cidade. “Mas não deram atenção devida aos moradores do bairro da Alemoa. Na primeira chuva que ocorreu ali as casas ficaram alagadas e as pessoas perderam o seu patrimônio, fruto de muito trabalho e sacrifícios. Falta preocupação humana com a população santista.”, argumenta.

O educador físico Marcelo Coelho, de 50 anos, nascido em Santos, decidiu se candidatar ao cargo de prefeito devido a sua experiência em administração, já que, como diz, é empresário bem sucedido e graças a esse trabalho acredita que se sairá bem na gestão pública. Quanto as prioridades de governo, Coelho acredita que antes de qualquer ação será necessário fazer uma análise de toda a estrutura da Prefeitura seguido de uma auditoria em todas as contas públicas e em tudo que foi realizado até aqui. “Não tem cabimento você ter um orçamento totalmente destinado para o pagamento do funcionamento e da máquina pública”, afirma o candidato do Partido Republicano Trabalhista do Brasil (PRTB). Com relação a degradação do centro, Marcelo Coelho inclui em seu plano de governo projetos alternativos para devolver a pujança do Centro Histórico de Santos. “Queremos transformá-lo em um local de entretenimento, como já foi alguns anos atrás e tratar o centro, principalmente próximo à Praça Mauá, num grande ponto de lazer. Queremos nivelar a praça para que ela funcione apenas para pedestres, com

deixados de lado; eles precisam de um acompanhamento médico. É preciso desenvolver parcerias para que se desenvolva uma medicina preventiva, e não somente uma curativa.” Ele cita que pode ser feito uma parceria com estudantes de Medicina, para eles colocarem na prática esse acompanhamento que vai melhorar muito a vida dessas pessoas. “Santos precisa mesmo é de uma ampla parceria com a comunidade e com as entidades sociais para que realmente haja uma preocupação com o ser humano.”, acrescenta o candidato.

PANDEMIA Para Tanah a questão da pandemiarequer um esclarecimento à sociedade, no sentido de criar consciência nos munícipes. “Querem obrigar as TERCEIRA IDADE pessoas a usar máscaras. Isso é uma O candidato preocupa-se também campanha impositiva, que acaba com a população da terceira idade criando barreiras. É preciso educar “Os idosos santistas não podem ser as pessoas”.

a remodelação do entorno”. Ele lembra que Santos possui a maior favela sobre palafitas da América Latina, o Dique da Vila Gilda. E para retirar as pessoas dessa situação precária, o candidato planeja construir um grande conjunto habitacional e capacitar a população, para que consiga se inserir no mercado de trabalho. “Sou contra o assistencialismo, mas é necessário criar um plano de adaptação vinculado ao sustento daquelas pessoas, e, óbvio, congelar o espaço de onde ela será retirada”. Santos vive um problema grave com relação aos moradores de rua e o candidato considera isso como uma questão de saúde pública e em alguns casos, policial. “A questão dos moradores de rua na cidade de Santos é uma espécie de enxugar gelo, é necessário fazer um trabalho de triagem e destinar aquele morador de rua para.


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PRIMEIRA IMPRESSÃO

Narriman Sorbille e Lucas Leite

Outubro/Novembro de 2020

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SANTOS

Em defesa de políticas públicas Guilherme propõe governo aberto GUILHERME PRADO

Thiago quer enfrentar desigualdade social THIAGO ANDRADE

Partido PSOL Número 50

Partido PCdoB Número 65

Laís Regina

Narriman Sorbille

Guilherme Prado (PSOL) é um dos candidatos a prefeito de Santos que vai lutar pela educação, saúde e segurança do cidadão. Quando questionado sobre seus principais projetos, ele deixa claro que de início irá trabalhar dentro de quatro eixos primordiais: governo aberto, apoiado na transparência da gestão pública e na produção de dados para avaliação autônoma da população. Outra eixo é reduzir a desigualdade social e combater a opressão. “Santos é uma cidade segregada, então entre a periferia e o centro, existe muito estratificação racial. O objetivo é combater a opressão de gênero, racismo, machismo, LGBTfobia. Queremos uma Santos que tenha uma discussão fraterna sobre os direitos humanos em todas as instâncias, que ela esteja presente nas escolas, na segurança pública e em diversos setores”. O terceiro eixo é promover políticas públicas de socialização dos recursos da população. A ideia é colocar a periferia no centro do orçamento fazendo com que os investimentos possam chegar a quem realmente precisa, pois os problemas estruturais da cidade ainda seguem, mesmo após tanto tempo do atual grupo no poder. O último eixo é baseado na ideia da

No que se refere aos diferenciais de sua candidatura em relação às adversárias, o candidato do PCdoB à prefeitura de Santos, Thiago Andrade, afirma se tratar de uma candidatura de apelo popular, voltada a enfrentar a imensa desigualdade social de Santos. A cidade não tem uma gestão abertamente de esquerda desde a administração de David Capistrano, no período de 1993 a 1996. Em relação a isso, ele acredita que o mundo, como um todo, vive uma onda conservadora, em que se propõe a diminuição do Estado. Esta prática também ocorre em Santos, afirmando que seu governo não pretende ser de esquerda, mas para todos. Ainda nesse tópico, ele fala sobre o resultado da campanha de Carina Vitral, do mesmo partido, em 2016, apontando o machismo da sociedade santista e o cenário de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, como responsáveis pelo resultado pouco expressivo daquela candidatura. Ele acredita ser necessário reapresentar a esquerda para a cidade, de uma forma mais serena e não combativa, de forma a reunir todos em torno de um projeto de desenvolvimento. No tópico de privatizações, com ênfase na situação da Prodesan, que apresenta sucessivos prejuízos aos

socialização nos meios de governar. Segundo ele, é preciso criar dispositivos democráticos de deliberação da sociedade civil para a comunidade participar e ajudar, elaborar e aplicar orçamentos. A ideia é disponibilizar um acesso virtual para saber a opinião de todos sobre as grandes mudanças da cidade. BANCO MUNICIPAL Uma ação objetiva imediata é fazer um banco social municipal. O candidato espera chegar até o fim de seu mandato com 10% das famílias atendidas pela renda básica municipal no valor de R$100,00 por mês. O grande destaque desse projeto é que ele vai ser custeado com moeda social, o que significa que só pode ser gasta no território. O candidato Guilherme Prado tem como vice a sindicalista Eneida Khoury, que também é filhiada ao PSOL (Partido Socialismo e Liberdade).

Qualidade de vida preocupa Romano

cofres públicos, o candidato se colocou fortemente contrário à ideia de privatização, afirmando que não é a solução para os problemas de empresas estatais, citando as organizações sociais que administram UPAs e hospitais como um exemplo a não ser seguido. Sem apresentar detalhes sobre uma proposta para melhoria da gestão, ele se limita a dizer que sua candidatura pretende reforçar a gestão de empresas públicas. TRANSPORTE COLETIVO Para os altos valores do transporte coletivo, Andrade afirma que pretende subsidiar o transporte na cidade, abrindo as planilhas. “O transporte é um direito do cidadão”, enfatiza. Assim, ele defende a ideia do passe-livre. Em relação à gestão do Porto de Santos, ele deve ser de competência exclusiva federal, por se tratar de uma área estratégica, afirmando que o maior problema do complexo portuário é sua utilização em “negociatas” políticas.

Xavier defende

conselhos populares LUIS XAVIER

DELEGADO ROMANO

Partido PSTU Número 16

Partido PR Número 27 Lucas Leite

Luciano Matioli

O ano de 2020 está marcado na história pela pandemia do novo coronavírus que paralisou as atividades em todo o planeta, mas, no Brasil, também é ano de eleições municipais, onde serão definidos prefeitos e vereadores dos municípios brasileiros. E na cidade de Santos não será diferente: o atual mandatário: Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) deixa o cargo após dois mandatos e oito anos à frente da cidade litorânea. No total, 16 candidatos disputam o executivo santista. Um destes é Carlos Alberto de Sá Romano, de 56 anos, casado, pai de duas filhas, também conhecido como Delegado Romano pelos seus 30 anos de serviços prestados à segurança pública e à Polícia Civil, e candidato a prefeito de Santos pelo Democracia Cristã (DC). O candidato se define como uma pessoa simples, que ama a cidade, ir à praia e pedalar na ciclovia observando o sol e o mar. No tempo livre, também gosta de praticar esporte e apreciar uma boa leitura. Postulante à Prefeitura Municipal de Santos, Romano tem desenvolvido estudos sobre demandas públicas da cidade, como saúde, educação, desenvolvimento econômico, segurança, turismo, habitação e lazer, com

É com o Programa Revolucionário Socialista do PSTU, que o candidato a prefeito de Santos, Luiz Xavier, baseia sua proposta para tentar o cargo de prefeito da cidade. Alexandre Leme (também do PSTU) será o candidato a vice. “O partido da situação está com 14 agremiações aliadas. Seria um governo que já nasceria loteado”. Essa afirmação é parte da crítica de Xavier às coligações e alianças que são feitas com outros partidos e afirma que a única candidatura que faz oposição ao atual sistema é a do PSTU. A criação de conselhos populares é uma das principais propostas do candidato, que é servidor público aposentado. “Os trabalhadores e moradores dos bairros é que tem que decidir os rumos do Município e onde tem que aplicar o dinheiro, para não vermos as aberrações que estão por aí, com investimentos milionários, mais de 110 milhões por parte da Prefeitura na entrada da Cidade, que apenas resolveu o fluxo do trânsito e não o problema de alagamentos daquela área”, argumenta Xavier. Tarifa zero nos transportes públicos e a geração de empregos, através de um plano de obras públicas

objetivo de melhorar a qualidade de vida do santista caso eleito. O candidato foi assunto repercutido nacionalmente quando a delegacia onde comandava foi totalmente repaginada, com um visual bastante diferente dos padrões da segurança pública. Na oportunidade, o local teve a fachada pintada com cores vivas e flores, além da instalação de quadros, estátuas, incenso e, até mesmo, música no ambiente interno. Muito comentado, e até criticado, à época, Romano explica os motivos que o levaram a repaginar o local onde trabalhava. “Aquela obra visou primeiro o cidadão que ia buscar nosso auxílio e proteção, e estimular e motivar nossos funcionários com um ambiente mais suave, permitindo maior tranquilidade no seu exercício profissional, uma vez que o meio policial é tenso e desgastante. Humanizamos, enfim”, explica.

e estatização, são outros pontos da proposta do candidato do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU). Ele cita exemplos onde a proposta de tarifa zero funciona: “ Sidney, na Austrália, e cidades italianas implataram a tarifa zero no transporte público. Quem pagaria por isso seriam as empresas que se beneficiam deste serviço.”, acrescenta Xavier. Segundo ele, é necessário que a classe trabalhadora tenha uma participação efetiva no poder. Sobre as organizações sociais que atuam na área da saúde, o candidato garante que vai rever os contratos em vigor. Luiz Xavier foi candidato a prefeito de Santos em 2004 e 2012, sendo que na última teve 1.131 votos e foi um dos candidatos menos votados. Este número representa aproximadamente 10% do total de servidores públicos de Santos.


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Bárbara Silva

Outubro/Novembro de 2020

São Vicente

Desafios constantes

Amado quer criar

Continuidade é a central de inteligência aposta de Gouvêa Giulia Arduin

KAYO AMADO

Partido PODEMOS Número 19

Arquivo pessoal/Facebook

PEDRO GOUVÊA

Partido MDB Número 15

Giulia Arduin

Giulia Arduin

Kayo Amado entende que não é possível elencar prioridades com facilidade: diz que a cidade está muito atrasada em comparação com as vizinhas. No entanto, destaca três pontos que pretende enfrentar de imediato: saúde, combate às enchentes e geração de empregos. Mas tudo isso será precedido da criação de uma central de inteligência. A proposta parece ousada, mas Amado explica que é mais simples do que parece. O propósito da central é ter equipes reunindo informações de todos os bairros, levantando números necessários que até então eram desconhecidos. Ela pretende ser o coração do mandato. O candidato e sua vice, Sandra do Postinho, servidora pública e moradora da Área Continental, querem reabilitar a saúde vicentina por meio da referida central. O maior problema está na gestão, e segundo Amado, a saúde básica, preventiva, é a melhor forma de evitar a superlotação das unidades. “Precisamos recuperar a confiança e a credibilidade da saúde, e isso você faz com a gestão e humanização do serviço”, acrescenta. Quanto aos problemas das enchentes que assolam a cidade, ele possui uma visão de longo prazo. “Você não

Pedro Gouvêa acredita que seus quatros anos como prefeito trouxeram saldo positivo. Com a construção de moradias populares, investimentos na saúde pública e mudanças no transporte alternativo, o também candidato acredita que a cidade ainda pode melhorar. Por meio de outras obras, que estão sendo realizadas no fim de seu mandato, alguns dos problemas emergenciais podem ser resolvidos de maneira mais simples. A questão das enchentes foi e é motivo de grande preocupação. Medidas emergenciais foram tomadas, como a construção de canais, e ele pretende continuar com obras nas áreas de encostas e nos morros. A pandemia da Covid 19 foi um ponto marcante durante o mandato de Gouvêa. Mesmo com a volta prematura das atividades, o que gerou embates com o governo estadual, Gouvêa afirma que não houve prejuízos para a saúde coletiva. “A gente conseguiu fazer isso de maneira muito equilibrada, a ponto de a cidade ter hoje níveis bastante controlados de leitos e de casos de Covid”, diz. No quesito da saúde pública, ele afirma que existem dificuldades, ainda que considere o serviço bom. A alta

resolve um problema de duas décadas em quatro anos”. É necessário fazer a manutenção do que já existe, buscar recursos para obras e cuidar da educação ambiental para evitar que o trabalho anterior seja perdido. “É preciso uma parceria entre o governo e o cidadão pra dar certo”. O candidato também menciona a educação nas prioridades. Para elaborar seu plano, Amado conta ter chamado mais de 300 pessoas, de alunos a gestores, para ter um panorama de como estavam as coisas. “E o veredito foi taxativo: nada bem”. A mudança inclui uma reformulação total do repasse de verbas, além de vistoria constante dos mesmos. Outro aspecto que vai merecer a preocupação do candidato são as creches. “A criação dessas unidades é ponto central, porém é fundamental que tenham qualidade”, diz ele sobre a proposta.

demanda pelos serviços faz com que os investimentos, mesmo que altos, não sejam suficientes, e a abertura de novas instalações ajudará a suprir a superlotação. O plano para o próximo mandato é humanizar o atendimento. Existe uma grande preocupação sobre a possível campanha de vacinação contra a Covid 19 que está por vir. A recusa de muitos cidadãos de tomar a vacina, seja por medo ou desinformação, traz diversos prejuízos à sociedade, e é trabalho da Prefeitura mudar isso. “É um trabalho que não é fácil, porque é de convencimento. Famílias muitas vezes têm um tabu em participar”, diz o prefeito destacando que a vacinação será uma de suas missões. “Hoje em dia as pessoas acham que certas doenças não podem voltar, mas não sabem quanto elas estão enganadas, e nós sabemos quão necessárias são essas campanhas”, ressalta.

Solange prioriza ação Ex-prefeito Bili propõe social e educação “círculo virtuoso” Arquivo pessoal/Instagram

Divulgação/ALESP

LUIS CLAUDIO BILI

SOLANGE FREITAS

Partido PTB Número 14

Partido PSDB Número 45 Bárbara Silva

Caio Mendonça

Projetos sociais e educação. Estas são algumas das prioridades de Solange Freitas, candidata do PSDB à Prefeitura de São Vicente. Ela quer retomar alguns programas sociais que foram encerrados durante as gestões anteriores e formar parceria com os munícipes que coordenam entidades sociais – tudo isso com foco no planejamento, que pretende que seja a base de sua gestão. “Os projetos sociais que antes existiam, de geração de emprego, renda, culturais, nada disso existe mais. Eles foram sendo eliminados, e as mães hoje reclamam muito que a Prefeitura não tem nada a oferecer para as crianças e adolescentes”, contou a candidata. Solange quer firmar parceria com munícipes que fazem este tipo de trabalho voltado para a comunidade com foco na cultura, educação e esporte, entre outras áreas. Ela garante que, caso eleita, quer fornecer uma ajuda ao trabalho realizado pelos moradores. “É bom para a Prefeitura, porque não vai disponibilizar de tudo, e é bom para a população, que vai atender um número maior de pessoas”. Uma das propostas para a educação é a implantação do contraturno escolar, com atividades culturais, artísticas e

Caso seja eleito, a principal proposta de Luis Claudio Bili (PTB) é a criação da “Plataforma das conquistas”, um projeto voltado para a redução de inadimplência do IPTU. Na plataforma, que funcionaria de maneira digital, os vicentinos se cadastrariam para solicitar melhorias em seus bairros como, por exemplo, um médico de certa especialidade no posto de saúde, ou uma viatura da Guarda Civil. Progressivamente, quanto menor a inadimplência do bairro mais melhorias a população poderia solicitar. Para o candidato, isso geraria um “ciclo virtuoso”, criando um incentivo para que mais munícipes paguem o IPTU. Luis Claudio Bili Lins da Silva, de 49 anos, é candidato à prefeitura de São Vicente pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), sem coligação. O policial militar Márcio André da Silva compõe a chapa como vice. Bili foi prefeito de São Vicente entre 2013 e 2016 pelo antigo Partido Trabalhista do Brasil (PT do B), atual Avante. Além disso, ainda foi vereador na cidade durante cinco mandatos. O candidato, por ser o concorrente com mais experiência política, acredita ter a obrigação de “elevar o nível” dos debates. Sua gestão foi marcada por uma sé-

esportivas fora do horário de aula. Um dos objetivos para a educação é fazer um novo plano de Magistério, já que o atual está defasado; valorizar o profissional da educação e também padronizar o plano pedagógico. “Se uma criança mora num bairro, estuda numa escola, quando ela se muda para outra, o conteúdo muda. Não tem a mesma linha pedagógica e isso atrapalha as crianças”, apontou. A união da tecnologia e da educação também faz parte dos planos. A ideia é criar um programa para unir as secretarias e fazer elas conversarem entre si, trazendo o projeto das lousas digitais em todas as escolas para fora do papel, além da internet. “Existem alguns programas dos governos do estado e federal que ajudam também na alfabetização das crianças e em aulas de matemática. Se você apresenta os projetos, consegue os recursos”, explicou.

Conheça os demais candidatos

ANÁLIA MARIA

Partido PT Número 13

MÔNICA BATALHA

Partido PRTB Número 28

rie de dificuldades e, entre elas, uma das que mais marcou os vicentinos foi a paralisação da coleta de lixo. Bili alega que no seu mandato a dívida com a empresa responsável pela coleta era menor do que a atual, porém na sua época o serviço foi paralisado, e, atualmente continua funcionando. Além disso, o ex-prefeito alega que pessoas deixavam, propositalmente, lixo em “esquinas estratégicas” da cidade para agravar o problema. Entre as principais conquistas, o candidato cita que pagou o 14° salário para professores da rede pública, além de ter asfaltado mais de 200 ruas e iniciado a construção de 2580 unidades habitacionais. Quando questionado sobre o motivo pelo qual não tentou a reeleição em 2016, o candidato disse que na época acreditou ser a decisão correta para São Vicente. E acredita que agora pode fazer um trabalho melhor.

LUIZ CARLOS GIANELLI Partido PSD Número 55

VALQUIRIO MARTINS

Partido SOLIDARIEDADE Número 77


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PRIMEIRA IMPRESSÃO

Bárbara Silva e Henrique Miguel

Outubro/ Novembro de 2020

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São Vicente Bárbara Silva

Candidatos recorrem às redes para campanha Quatro candidatos à Câmara Municipal encontram soluções para divulgar seus nomes e propostas em meio ao distanciamento social Bárbara Silva Comícios, carreatas pela cidade, olho no olho, abraços, apertos de mão. Aquele contato com o eleitor, que era o fundamento da campanha de um vereador, agora precisa de um plano B por conta da pandemia da Covid-19. Há quem recorra à moda antiga, com carros de som que tocam jingles pela cidade, e há quem utilize as redes sociais para divulgar o nome e o número. Vale de tudo. “Em vez de andar pelas calçadas, o candidato agora vai ter que andar pelas redes”, comentou o cientista político Fernando Chagas. Para ele, o candidato que conseguir se comunicar da melhor forma vai ter uma possibilidade maior de conquistar o eleitor. O que não será tarefa fácil, devido ao crescimento da rejeição aos políticos. Chagas vê que existe uma rejeição ainda

maior ao candidato do Legislativo, uma falta de identificação entre os políticos e a população. “Antes da pandemia já era difícil você fazer propaganda eleitoral na rua. As pessoas não querem ouvir, não querem saber de política. Qual a maneira de superar isso? A internet”, afirma o cientista político. Esta é a primeira vez que Geovana Albuquerque, do Podemos, se candidata a um cargo político. Ela diz que desde o ano passado tem trabalhado em peso nas redes, e isso se intensificou agora na pandemia, pois o distanciamento tornou a maioria das campanhas deste ano remotas. Diante das limitações, ela tenta encontrar uma solução para estar em contato com o eleitor, seja o que esteja seguindo a quarentena à risca, o que sai só por necessidade ou o que não segue mais o isolamento. “A pessoa que não quer ter contato presencial, fazemos a conversa por Zoom, mas nem todo mundo sabe usar, então fazemos ligação por celular. Quem aceita sair, chamamos para tomar café ou vamos na casa da pessoa, sempre anali-

Desafio dos candidatos é se aproximar do eleitor em tempos de pandemia e rejeição política

sando possibilidades e a situação de cada um na pandemia”, relatou. Também é a primeira campanha de Jhony Sasaki, do PSB. Ele faz uso das mídias sociais para promover debates e discutir as pautas das necessidades com o eleitor. Mas não se limita às redes: Sazaki anda pela cidade, conversa com as pessoas uma a uma sobre os problemas dos bairros, e também em grupos, mas mantendo o distanciamento. Junior Ferreira, do PROS, descreve sua campanha como feita “na cara e na coragem”. Em 30 de setembro, ele foi até a feira do bairro onde mora, usando máscara e com uma placa de papelão. No conteúdo, uma mensagem, seu nome e o número da candidatura – e ainda foi sozinho para evitar promover mais aglomerações no local. Apesar da falta de recursos, Ferreira diz contar com a ajuda de amigos e

pessoas que acreditam em seu trabalho para promover suas redes sociais, e assim atingir um público maior. Pelo Facebook, ele mantém o contato com os eleitores por meio de lives (vídeos ao vivo) e postagens falando de seus projetos, reivindicações da periferia e as propostas para seu mandato. José Eduardo Filho, o “Doca”, do MDB, foi eleito pela primeira vez em 2016 para a Câmara vicentina e agora tenta a reeleição. Nas redes sociais, ele divulga o trabalho que realiza como vereador. Porém, ele também segue um estilo considerado tradicional e já conhecido: Doca acredita que, em seu caso, o carro de som tocando seu jingle é uma boa ideia, pois ajuda a divulgar seu nome e número pela cidade. Outro método utilizado por ele é a mala direta, endereçada a pessoas que o ajudaram em campanhas passadas.

Praia Grande

Cunha quer fazer melhor Raquel Chini quer ser a governo da história primeira prefeita ALEXANDRE CUNHA

Fotos/ Divulgação

Partido Republicanos Número 10

RAQUEL CHINI

Partido PSDB Número 45

Henrique Miguel

Matheus Mendel

O melhor governo que Praia Grande já viu. Essa é uma das principais promessas do candidato a prefeito do município, Alexandre Cunha (Republicanos). Caso seja eleito, o político terá ao seu lado o vice Arnaldo Amaral. Até lá, Cunha desenvolve sua campanha e se prepara para o primeiro turno das eleições. “Eu sei que estou preparado para fazer o melhor governo que essa cidade já teve”, afirma Alexandre Cunha. Para ele, a dignidade humana, a valorização do empreendedorismo local e a capacitação além da inovação nos sistemas de atendimento ao munícipe, são os objetivos primários de seu governo. Cunha já possui uma longa história na política da cidade. Aos 23 anos de idade, foi eleito vereador em 1993, e, logo após, em 1997, foi eleito presidente da Câmara. No período entre 2001 e 2008, ele também foi vice-prefeito na gestão de Alberto Mourão (PSDB), atual prefeito do município. O republicano acredita que seu histórico é uma vantagem em relação aos outros candidatos, já que inclui experiência legislativa e administrativa, “Sou resiliente”, acrescenta. É comum os cidadãos se locomoverem para outras regiões em busca de saúde, emprego e ensino de qualidade. No entanto, essa é uma necessidade que Cunha pretende mudar, promovendo a otimização dos serviços e processos pertencentes a essas áreas. Para tanto, a proposta é criar polos nas áreas de confecção, marcenaria, artesanato e tecnologia para gerar oportunidade de emprego, capacitação e renda própria. A ação tem como foco a qualificação profissional para atrair empresas de fora, a fim de fixá-las na cidade e valorizar o trabalho da população local. “O governo tem

Cidade, ao lado de São Vicente, com o maior número de candidatas mulheres (três ao total) na Baixada Santista, Praia Grande vive também a expectativa de ter segundo turno pela primeira vez. Outra novidade é o fato do atual prefeito Alberto Mourão (PSDB) ter indicado uma candidata, pela primeira vez, para sua sucessão. Nas anteriores, foram escolhidos e eleitos Ricardo Yamauti e Roberto Francisco. “Vim para Praia Grande ainda criança com meus pais, que buscavam uma escola para eu estudar. O município sofria com o turismo desordenado e a falta de infraestrutura. Mesmo assim me apaixonei pela Cidade que escolhi para viver”, relembrou a candidata do PSDB, Raquel Chini. Formada em Engenharia Civil, com pós-graduação em Informática, Raquel também possui bacharelado no curso de Direito e ganhou o diploma desta nova conquista acadêmica em 2019. Para ela, o que a motivou a sair como candidata é o simples fato de que já está ao lado do prefeito Alberto Mourão desde os anos 90. “Absorvi todo o aprendizado ajudando a construir e transformar Praia Grande. Passei a conhecer o macro e o micro, a peculiaridade de cada espaço e de cada bairro da nossa cidade”, explica a candidata, que fora diretora da Agência Metropolitana da Baixada Santista. Ao longo dos últimos anos, diz a candidata, Praia Grande investiu maciçamente em obras de infraestrutura em todas as regiões e bairros da cidade. Desta forma, segundo ela, não existe qualquer ação emergencial. Conforme a candidata, o que será colocado em prática é um plano de ação para aprimorar e ampliar os serviços públicos

que se antecipar para promover a capacitação nas atividades. Se não, teremos impactos ambientais e iremos gerar empregos para os vizinhos”, observou. Segundo Cunha, o turismo é uma indústria limpa e que gera muito emprego, podendo oferecer novas oportunidades profissionais aos moradores. Além disso, o incentivo aos microempreendedores também proporcionará uma recuperação maior pós-pandemia. “Por meio de um microcrédito aliado a um crédito no Banco do Povo, a pessoa poderá desenvolver uma atividade econômica e gerar renda para sair da pandemia”, propõe. Mesmo com 2.600 câmeras de monitoramento com sistemas de reconhecimento facial e de placas de veículos, Praia Grande ainda sofre com a associação de violência. Cunha acredita que apenas a expansão do policiamento não basta para garantir a segurança. “Tem que fazer um trabalho social grande, tem que trabalhar na iluminação, nas polícias e na comunidade também”, assinala. Sobre o transporte, Cunha alega que “a concessionária é um dos empecilhos para a chegada do VLT na Praia Grande, já que aparenta não ter interesse na concretização das obras”. Mas, para ele, essa situação tem “que ser enfrentada e o VLT implantado, porque existe a necessidade de integrar a região por meio de um transporte eficiente”.

oferecidos à população. “Este é o nosso maior desafio para os próximos anos, manter a qualidade dos serviços públicos e aumentar a oferta. Tudo pelo crescimento populacional do município, de cerca de 7 mil novos moradores por ano em média, índice mais alto que o padrão nacional”, contou. A despeito dos avanços, ela enfatiza e reconhece a necessidade de dar continuidade para solucionar questões em aberto, como as obras do desassoreamento dos canais Acaraú Mirim e Marília, finalizar o licenciamento ambiental para a construção do canal Princesa e refazer as comportas do canal Tude Bastos. Outro destaque é finalizar as obras da rede de esgoto e substituir a rede antiga, para, assim, efetuar a pavimentação desses trechos. Além de investir na mobilidade urbana, dando continuidade nos serviços públicos, como, por exemplo, na Avenida do Trabalhador e na Via do Cidadão. TRANSPARÊNCIA Atualmente, a corrupção na classe política vem ganhando espaço na mídia e na boca do povo. Os casos de ilegalidade gestorial envolvem diversos cargos políticos na cidade. Ao ser questionada sobre este problema, Raquel foi categórica. “O meu governo será extremamente transparente”, pontua.


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PRIMEIRA IMPRESSÃO

Julia Mayorca

Outubro/ Novembro de 2020

PRAIA GRANDE

Uma cidade igual para todos Janaína promete

maior transparência

Morgado quer investir nas pessoas DANILO MORGADO

JANAÍNA BALLARIS

Partido PSL Número 17

Partido PL Número 22

Victor Vieira

Amanda Bento Transparência, saúde e educação serão as principais prioridades da candidata Janaína Ballaris (PL) caso conquiste a Prefeitura de Praia Grande. No segundo mandato como vereadora, ela revela que a motivação para ingressar na política veio durante uma campanha, na qual atuou como advogada. Depois de ouvir juízes e promotores comentarem a força de seus discursos em defesa da democracia e da verdade e que, por isso, deveria entrar na vida pública, começou a considerar a possibilidade, e, em 2012, foi eleita vereadora com 2.662 votos, iniciando assim, a sua carreira política. Depois de sete anos como vereadora, Janaína quer ser prefeita para que as pessoas tenham melhores condições de vida. “Praia Grande cresceu em desenvolvimento urbano, mas as pessoas não cresceram da mesma forma; os moradores não tiveram melhorias reais de vida”, afirma. Segundo ela, Praia Grande é uma cidade muito bonita, mas que precisa melhorar os serviços públicos essenciais, como transporte e saúde. Além disso, ela pretende congelar o IPTU, que é considerado um dos mais caros do Brasil.

de, caso eleita. “Minha grande bandeira sempre foi maior transparência no serviço público, com informações claras para que a população possa saber o que eu, como prefeita, estarei fazendo”, explica. “[...] para que os cidadãos saibam onde está sendo gasto o dinheiro público, que sai das casas e do comércio para os cofres municipais.” No setor de educação, quer valorizar os profissionais, “acabando com o sistema de apadrinhamento e realizando concursos”. Para melhorar o sistema de educação, a candidata também quer inserir uma internet de melhor qualidade nas escolas, porque não adianta ter lousas digitais se os alunos não conseguem aproveitar os conteúdos oferecidos.

SAÚDE Para a saúde, Janaina promete reorganizar todo o sistema de saúde para TRANSPARÊNCIA que o atendimento seja mais rápido Janaína assinala que a transparência do e humanizado [...] “São dois pontos serviço público será a sua maior priorida- principais: pessoal e gestão”.

Conservador e defensor do liberalismo econômico, o candidato do PSL à Prefeitura de Praia Grande é Danilo Morgado que conta com o apoio de lideranças do partido, como o senador paulista, Major Olímpio. Para ele, o que falta em Praia Grande é o governo cuidar melhor das pessoas. “Não adianta escolas bonitas, se a educação que as nossas crianças recebem lá dentro não é boa. Não adianta o asfalto em volta do Hospital Irmã Dulce ser perfeito se lá dentro, às vezes, as pessoas morrem esperando por um exame. Resolver esses problemas é o que me motiva uma Praia Grande igual para todos”. O candidato ressalta que o segredo está em administrar bem. “Então o primeiro passo é colocar ordem na casa. Na saúde, ter ambulâncias para atender a população, com uma base do Samu, que hoje precisa vir de Itanhaém. Também vamos zerar filas de exames e garantir o atendimento para quem utiliza a nossa rede pública. Temos um projeto inovador voltado para a saúde da mulher, que vai reunir todo o atendimento de saúde e social necessário para as cidadãs da cidade”. Ao avaliar a atual gestão, ele observa: “O governo atual fez um bom trabalho, dentro da sua proposta de desenvolver a cidade com obras. Mas está na hora de mudar esse conceito, de que uma cidade se administra com tijolo. Nosso pro-

jeto é fazer uma administração para as pessoas. As obras vão continuar, mas o objetivo sempre será melhorar a vida das pessoas, investindo no que elas mais precisam e fazendo uma Praia Grande igual para todos, não mais uma cidade dividida pela região onde as pessoas moram”. A respeito de segurança, o candidato observa que pretende aumentar o efetivo da Guarda Municipal, melhorar os equipamentos e criar uma dinâmica própria com as polícias Civil e Militar para que o trabalho seja eficiente. “Também teremos outras medidas. Por exemplo, a iluminação pública na cidade é muito antiga e ruim. Vamos trocar tudo por iluminação de LED, que traz uma sensação de segurança maior”. Com relação ao turismo, Morgado pretende incentivar fazendo o calendário de eventos para atrair novos empreendimentos à cidade. Além disso, promete garantir qualificação aos profissionais do setor turístico.

Conheça os demais candidatos DELEGADO COMIN

Partido PODE Número 19

JASPER SOL

Partido PSOL Número 50

ERIKA PEDROSO

Partido PRTB Número 28

PROFESSOR MAURICIO Partido PT Número 13

Divulgação/ Praia Grande

Em pandemia, redes sociais são prioridades Jefferson Santos Vivendo um período de eleições completamente atípico, a campanha dos candidatos é um imenso desafio por conta da pandemia do coronavírus. Sem poder aglomerar e ter contato físico com o eleitor, como os políticos estão apresentando seus projetos e seguindo o dia a dia nas ruas em busca do voto? Candidato a vereador em Praia Grande pelo (PTB), Cicero Beletato de Menezes, de 49 anos, conta que suas visitas aos eleitores têm sido realizadas de forma respeitosa. Segundo ele, as regras da vigilância sanitária estão sendo seguidas, como uso de máscara e álcool em gel. O candidato ressalta a importância das mídias sociais, que estão ajudando bastante como outra forma de chegar aos eleitores. Falando diretamente e sem ter o contato social, que não é o recomendado nesse momento. Roberto Andrade e Silva, o Betinho

(PSDB), de 44 anos, que já atuou como vereador na cidade, conta que a Covid-19 complicou bastante o cenário. Em sua campanha, realiza reuniões de no mínimo dez pessoas para evitar grandes aglomerações. Ele ressalta também o uso fundamental da máscara e álcool em gel. O candidato diz que muitas pessoas ainda preferem a forma clássica de olho no olho e contato nas ruas. Porém, ele encontrou nas redes sociais uma forma fundamental da divulgação de suas propostas. “Está sendo a melhor forma de comunicação”. Toda a divulgação está sendo realizada por meio das redes. Betinho diz ainda que procura responder todas as mensagens que vem recebendo em suas plataformas digitais. Samira Siloti, de 37 anos, candidata pelo (PL), conta que não vem encontrando dificuldade no período atual de pandemia. A candidata não está realizando encontros com os eleitores. Segundo ela, sua campanha está sendo

Ao todo, 514 candidatos disputam 21 vagas ao Legislativo, um recorde

pela internet, e com isso consegue alcançar o público para apresentar suas propostas de trabalho. Ela vem fazendo vídeos e conversando com os eleitores, divulgando todo o trabalho em suas redes, em uma campanha completamente virtual sem aglomeração, como pede o cenário atual da pandemia. O vereador Eduardo Rodrigues Xavier, de 49 anos, busca a reeleição pelo (PSDB). Ele diz que a campanha no cenário de pandemia exige novas ações. Nessa reinvenção, afirma que as ferramentas de divulgação são os

amigos, familiares e as redes sociais. Mesmo assim, o candidato diz que tem que ter material para estar diariamente nas redes e não apenas estar por estar. “As redes sociais estão sendo fundamentais na campanha. É uma forma de entrar na casa das pessoas podendo apresentar seus trabalhos, planos de ações, dentre outros. Reforçando ainda a importância das redes, ele diz que elas são as principais ferramentas da campanha e sem elas os candidatos estariam com dificuldades para expor suas propostas.


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PRIMEIRA IMPRESSÃO

Gabriel Fomm e Maria Eduarda

Outubro/Novembro de 2020

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ITANHAÉM

Fórmulas para o desenvolvimento Strama quer aquecer Cervantes foca em economia e empregos turismo e construção Reprodução

MARCELO STRAMA

Divulgação/ Nicolas Schukkel

TIAGO CERVANTES

Partido PSDB Número 45

Partido PSB Número 40 Maria Eduarda

Maria Eduarda

Apresentar soluções e colocar Itanhaém em uma rota de desenvolvimento. Esse é o principal objetivo de Marcelo Strama, candidato a prefeito pelo PSB. Considerando as dificuldades trazidas pela pandemia, o advogado quer atuar no fortalecimento da economia gerando emprego e renda, o que, segundo ele, vai conduzir suas ações de governo. Strama organiza suas propostas de governo em três períodos: curto, médio e longo prazos. De imediato, o candidato quer criar oportunidade de renda para as famílias que se encontram em situação de vulnerabilidade social. Para isso, irá colocar em prática iniciativas desenvolvidas com essa finalidade, entre elas o Projeto Geração Inovar e a Cooperativa Bananita. O Geração Inovar consiste em um programa que vai dar oportunidade aos jovens de baixa renda, principalmente aos que deixaram os estudos. A ideia é que o jovem trabalhe para o Município e realize um curso de qualificação profissional, o que vai prepará-lo para o mercado de trabalho. Já o Bananita é uma cooperativa que vai atuar na geração de renda para mulheres chefes de família. O objetivo da ação é aproveitar a matéria-prima da fazenda Mambu, uma forte produtora de banana para produzir doces, balas e outros produtos.

“Não posso ter propostas que não poderão ser realizadas nos próximos quatro anos”. É assim que Tiago Rodrigues Cervantes, candidato a prefeito de Itanhaém pelo PSDB, pretende governar o município, ajustando planos às principais necessidades da população que, segundo ele, enfrenta dificuldades para conseguir emprego e consequentemente gerar renda. O atual vice-prefeito tem como ideia principal a geração de oportunidades por meio de duas frentes: turismo e construção civil. Cervantes entende que Itanhaém precisa solucionar a realidade empregatícia e se tornar mais atraente aos grandes investidores. Desta forma, afirma que o aquecimento econômico será a melhor maneira de fazer isso acontecer: “Com a construção civil aquecida é possível gerar empregos diretos e indiretos. Grande parte das estâncias balneárias que cresceram, investiram na organização do turismo e tornaram a construção civil atrativa”. E a juventude também está nesse plano, de acordo com o candidato. Ele pretende realizar parcerias com o comércio local para dar oportunidades aos jovens que estão em busca do primeiro emprego. Neste projeto, o município irá contribuir com parte do pagamento de uma bolsa-auxílio para facilitar a contratação dos candidatos, que são os estudantes. No setor de educação, Cervantes pretende seguir a linha de trabalho que vem sendo realizada pelo atual governo. No entanto, acredita que a inovação precisa estar presente nos

ECONOMIA E CONSTRUÇÃO As pretensões de Strama a médio prazo baseiam-se no investimento na construção civil. Segundo ele, os construtores têm dificuldades de se instalar em cidades onde a legislação

não é clara: “Eles não querem cidades que fabricam dificuldades para vender facilidades”. Por essa razão, a principal proposta nesse sentido é fazer com que as leis para construir no município sejam transparentes. Desta forma, o candidato pretende trazer as construtoras para Itanhaém com o objetivo de impulsionar a economia, o que consequentemente vai gerar empregos diretos e indiretos. Além disso, Strama destaca que essa é uma forma de ampliar e multiplicar a arrecadação do município, convertendo o ganho na melhoria dos serviços públicos. ZONA EMPRESARIAL Tratando-se das ações a longo prazo, o candidato, que já foi presidente da Junta Comercial do Estado de São Paulo, quer trazer empresas para Itanhaém e concentrá-las na zona empresarial do município. No entanto, segundo ele, é necessário preparar a infraestrutura do local com todo suporte necessário para que as organizações possam atuar na cidade. Outra estratégia é oferecer um plano de incentivo fiscal para que os empreendimentos tenham interesse em crescer na região. “O que nos interessa é que a empresa venha, se instale e funcione” argumenta.

anos iniciais e finais. “A minha ideia hoje é ampliar o programa Aprendizado do Futuro para toda rede de ensino, dando suporte tecnológico por meio de ferramentas de internet, que facilitam o aprendizado e já fazem parte das séries finais do ensino fundamental”, argumenta. FILA ZERO Segundo o IBGE, Itanhaém possui uma população estimada em 103 mil habitantes, e quando a pauta é saúde, o advogado e candidato a prefeito reconhece a existência de uma demanda reprimida, que faz os munícipes terem que chegar muito cedo às Unidades de Saúde da Família para serem atendidos. Por isso, a proposta é ampliar o horário de atendimento nas unidades para diminuir o tempo de espera. Além disso, quer colocar em prática um programa de fila zero: “Nós temos uma certa necessidade no que diz respeito ao atendimento médico especializado e, por isso, queremos firmar parcerias com a iniciativa privada para que eles possam recepcionar alguns pacientes do SUS, reduzindo assim a fila de espera que ainda se mantém em uma condição não desejável”, explica.

Conheça os demais candidatos CAPITÃO GALVÃO

Partido PRTB Número 28

CÉSAR LIMA

Partido PATRIOTA Número 51

CRIS FORSSELL

Partido PODEMOS Número 19

PAULO MUNHOZ

Partido PTC Número 36

POLIANA FÉ

Partido PSOL Número 50

WILSON BRITO

Partido PT Número 13

SANTOS

Coletivo do PCdoB quer eleger uma vereadora Lívia Abreu Em convenção realizada no dia 13 de setembro, o Partido Comunista do Brasil homologou seus candidatos para o pleito de 15 de novembro. Para a Câmara Municipal lançou a estudante da Unifesp e presidente do Centro dos Estudantes de Santos, Aline Cabral, de 23 anos. O PCdoB instituiu a chamada bancada estudantil que é um coletivo composto por universitários de Santos e tem como objetivo ter um membro no Legislativo que defenda suas propostas e ideais.

Cada integrante do coletivo, que tem mais de 50 pessoas, é aluno de uma universidade santista, ou seja, UNISANTA, Unimes, UniSantos, Esamc, Unip, Unilus, Unimonte, Unifesp e Usp. Os integrantes participam de diversos movimentos estudantis, diretórios acadêmicos e atléticas. Todavia, sentem a falta de representatividade na política santista. Dos 21 vereadores que ocupam uma cadeira na Câmara, não há nenhum que, segundo o coletivo do PCdoB, apresente pautas favoráveis aos jovens. E vale destacar ainda que somente duas

edis são do sexo feminino. O coletivo critica a atuação dos vereadores, citando, como exemplo, o projeto que visava proibir o comércio e distribuição de bebidas próximo a instituições de ensino superior, à noite, de autoria do vereador Bruno Orlandi (PSDB). De acordo com o tucano, os bares localizados nos arreAo todo, 50 jovens dores das universidades cauintegram o coletivo sam aglomeração entre jovens e atraem traficantes. “Esse agrupamento acaba atraindo o tráfico de drogas e, conseNo momento, a bancada quentemente, favorecendo a estudantil luta para que “as ocorrência de outros delitos”, mensalidades sejam reduzijustificou o parlamentar. das nas escolas, pois por conta

da pandemia, as instituições utilizam o ensino remoto, com aulas em lives, o que também dificulta o aprendizado”.


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PRIMEIRA IMPRESSÃO

Ágata Luz

Outubro/Novembro de 2020

Mongaguá

Desenvolver é o desafio Cabeça quer resolver Donato defende

questões urgentes MÁRCIO CABEÇA

FOTOS DIVULGAÇÃO

Partido REPUBLICANOS Número 10

gestão transparente

ÁGATA LUZ

RENATO DONATO

Partido PSB Número 40

Gabriel Bacci

Ágata Luz

Márcio Melo Gomes, o Márcio Cabeça (Republicanos), está na prefeitura de Mongaguá desde 2018, quando foi empossado após a prisão do então prefeito Artur Parada Prócida, na época acusado de lavagem de dinheiro. Cabeça, que era o vice na gestão anterior, completou dois anos de governo e afirmou que, caso vença as eleições, continuará a trabalhar “focado no bem-estar da população.” Se reeleito, Márcio Cabeça dará prioridade aos problemas mais urgentes da cidade, dentre os quais se destacam: alagamentos, desemprego, educação, saúde e limpeza pública. “Iniciamos diversos trabalhos de combate a alagamentos (...) e ações estratégicas nos bairros Itaóca e Vera Cruz (...), além de estarmos trabalhando na descentralização do serviço de farmácia municipal”, afirmou o prefeito. Assim como a população de Mongaguá, Cabeça conhece bem os problemas que a cidade enfrenta, e após assumir o comando do município sob circunstâncias extraordinárias, busca a reeleição e com um plano de governo definido. Na educação, desde o início da quarentena, a Prefeitura organiza roteiros de estudo em que os alunos podem realizar exercícios e, posteriormente, entregar as atividades. Sobre a comunicação com os alunos, Cabeça explicou:

Uma gestão eficiente e transparente. Esta é a meta do candidato a prefeito pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB), Renato Donato. Buscando recuperar a confiança da população na Administração Pública após o passado conturbado da cidade, Donato pretende realizar uma campanha com projetos reais e possíveis de serem realizados, baseada em transparência para que todos os munícipes tenham fácil acesso à gestão do recurso público. Entre suas prioridades, destaca-se a habitação. “Há muito tempo que não temos um programa habitacional. Nós iremos trabalhar com a regularização fundiária e de imóveis”, explica o advogado. A área da saúde também é um dos pilares do Plano de Governo. O intuito é que o pontapé seja dado com a abertura da maternidade, que já existe na cidade, mas não funciona há 12 anos. Entretanto, o candidato quer abrir a unidade com UTI Neonatal. “Não adianta a gente abrir a maternidade e não ter setor para prestar atendimento caso algum bebê venha a ter complicação”. Além disso, Donato pretende intensificar a saúde da família. “Entendo que a saúde preventiva é tão ou mais importante que a intervenção médica”. O ex-vereador ainda quer ampliar serviços

“A Rede Municipal de Ensino também utilizou as redes sociais para compartilhar conteúdos pedagógicos e manter a comunicação com as famílias. O planejamento para a volta às aulas, baseado nas orientações contra a Covid-19, já está pronto”. SAÚDE “Embora seja a cidade com menor orçamento da Baixada Santista, Mongaguá é um dos municípios que mais tem investido em equipamentos de Saúde”, declarou Cabeça. O candidato também citou as novas obras inauguradas em seu mandato; lembrou que o novo Pronto Socorro do Vera Cruz agora possui maior capacidade de atendimento e foco maior na humanização na relação médico-paciente. Também destacou a alteração feita na Unidade de Pronto Atendimento: a Prefeitura transformou o setor em um local específico para tratar os pacientes acometidos pelo novo coronavírus.

Criar empregos, meta de Casa Branca RODRIGO CASA BRANCA

no Centro de Especialidades, prioritariamente com serviço de Odontologia, pois, segundo ele, a autoestima começa de um sorriso. Outro fator é a busca por melhor localização para a Farmácia Municipal (que atualmente fica em um local sem acesso ao transporte público), bem como a implantação de um serviço para entregar medicamentos a pacientes acamados. Em busca de oportunidades de emprego, uma das pautas foca na geração de renda. “Uma das minhas prioridades é cortar parte dos cargos comissionados na Prefeitura, pois o número atual é elevado. Com isso, queremos investir em estágio e alistamento de jovens”. SEGURANÇA Na segurança pública, o ex-agente penetenciário quer implantar câmeras de monitoramento, fazer parcerias com Polícias Militar e Ambiental, investir em estrutura para a Guarda Municipal e capacitar funcionários.

Conheça os demais candidatos MARCELO CONCEIÇÃO

Partido PSDB Número 45

Partido PTC Número 36

Ludmila Andrade “O foco é tirar nossa cidade do estado de calamidade em relação ao emprego”, enfatizou o vereador e candidato a prefeito de Mongaguá, Rodrigo Casa Branca (PSDB), sobre o principal objetivo caso seja eleito prefeito. Casa Branca falou sobre sua preocupação em relação aos jovens do município e às dificuldades para inseri-los no mercado de trabalho pela falta de empresas e indústrias. Entre as principais metas para impulsionar a empregabilidade do município estão a de trazer empresas oferecendo anistia fiscal e criar um projeto de lei que as isente de ISS e IPTU por cinco anos com o intuito de atrair os empresários. “Também pretendemos fazer parcerias com faculdades para oferecerem cursos profissionalizantes”, explica o candidato sobre qualificação dos jovens. O candidato pontuou sobre a necessidade de fiscalização e recadastramento dos ambulantes da cidade. Casa Branca tem interesse em ofertar cursos para a qualificação destes profissionais, com objetivo de aprimorar a prestação de serviços e impulsionar o turismo.

ANTONIO TIMÓTEO Partido PT Número 13

público Privadas (PPP) para a construção de casas populares em pontos estratégicos. “Temos uma estimativa de R$ 90 a 100 mil por residência”. As casas serão destinadas à população de baixa renda. “Nossa meta é edificar 100 unidades por ano”, calcula.

LIMPEZA PÚBLICA Outro assunto abordado pelo candidato refere-se à limpeza pública. “Trabalhar a conscientização da população para o descarte correto de lixo é o primeiro passo”. De imediato, segundo ele, seu eventual governo pretende promover a ampliação e reorganização do serviço Cata-Treco, com dias e horários fixos para cada bairro do município. Posteriormente, ele comentou sobre uma possível parceria da prefeitura com ecopontos e empresas privadas para auHABITAÇÃO xiliarem na produção de sacolas para Casa Branca pretende realizar renego- lixo. O objetivo é destinar as sacolas aos ciações de terrenos com grandes dívi- ambulantes e, como restituição pelo audas de IPTU. A partir da desapropria- xílio na produção, as empresas teriam ção, o candidato quer fazer parcerias seus logotipos fixados nas sacolas.

De lavagem de dinheiro à eleição anulada Gabriel Bacci e Ludmila Andrade Eleito pela primeira vez em 1992, o ex-prefeito de Mongaguá, Artur Parada Prócida, foi afastado do cargo ao ser preso em flagrante durante uma investigação da Polícia Federal em maio de 2018. Durante a operação Prato Feito, agentes da PF encontraram cerca de R$ 4,6 milhões e U$ 200 mil (R$1,1 milhão) na residência de Prócida. O então vice-prefeito Márcio Cabeça assumiu o cargo de chefe do Executivo até agosto daquele ano, quando foi afastado após uma sessão extraordinária. Na ocasião, o então presidente do Legislativo, Rodrigo Biagioni, o Rodrigo Casa Branca, assumiu a Prefeitura com

o apoio da maioria dos vereadores. Em setembro, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) marcou eleições suplementares para prefeito, que seriam realizadas no dia 28 de outubro, juntamente com as de presidente, governador e deputados. Um dia antes do resultado das eleições foi determinado que a Mesa Diretora da Câmara tomasse providências imediatas para que Márcio Cabeça retornasse ao cargo de prefeito, uma vez que sua cassação havia sido suspensa. Extraoficialmente, Casa Branca venceu o pleito, porém não tomou posse e as eleições suplementares não foram validadas. Desde então, Márcio Cabeça governa a cidade e agora é candidato à reeleição.


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Yasmin Braga

Outubro/Novembro de 2020

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BERTIOGA

Disputa acirrada na cidade ‘caçula’ da região Fotos Divulgação

Yasmin Braga Em 19 de maio de 1991 surgia Bertioga. Por meio de plebiscito popular naquela data, o então distrito histórico e turístico pertencente a Santos passou a usufruir do direito primordial político e desde 1992 sua população pode escolher seus governantes, passando por um processo de reformulação na sua administração pública, incluindo um processo de estruturação transformador. Em meio a metamorfose e às vésperas das eleições municipais, a cidade enfrenta problemas até então considerados comuns, mas estampa noticiários da região com denúncias e irregularidades. Entre as principais queixas, estão o transporte e a saúde do município, que devido aos leitos de UTI instalados na cidade, foi alvo de investigação pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) em tempos de pandemia. CAMPANHA POLÍTICA Em meio à pandemia, as campanhas dos candidatos à prefeitura tiveram de ser adaptadas ao novo momento. Para Caio Matheus e Silvio Magalhães não foi diferente e ambos se adequaram ao momento incomum da agenda eleitoral.

CAIO MATHEUS

SÍLVIO MAGALHÃES

Partido PSDB Número 45

“A principal diferença será com relação ao contato com as pessoas de forma presencial, o chamado “corpo a corpo”. As restrições impostas pela pandemia limitarão os encontros presenciais, que deverão seguir as determinações sanitárias e o distanciamento social. Por isso, esta campanha será ainda mais digital do que a anterior. Com certeza, a presença nas redes sociais terá mais força do que nunca”, conta Caio Matheus, que busca a reeleição. Para o vereador, Silvio Magalhães o cenário de campanha está sendo feito quase todo digital, utilizando das plataformas da internet para a divulgação de propostas e o trabalho que pretende realizar no município caso seja eleito. “Temos feito um trabalho muito mais voltado para as mídias sociais, divulgando nossas atividades pela in-

exercendo a fiscalização dos contratos em relação a forma da gestão do nosso recurso público. Supervisionando, encontrei muitos desmandos e coisas fora da normalidade da administração pública. Então fico em uma posição de oposição, controlando de maneira sistemática para onde vai o recurso público. Se formos contemplados com a vitória, as três coisas básicas que vamos investir são: saúde, educação e infraestrutura do município”. Além disto, Silvio quer investir em novas formas para gerar renda à população e ampliar os negócios locais, por meio dos próprios recursos naturais oferecidos pelo Parque Estadual da Restinga de Bertioga. “Nós pretendemos fazer uma série de ações voltadas principalmente ao Parque, trazendo parceria com institutos de pesquisa e desenvolvendo projetos voltados a área de piscicultura e aquicultura. Vamos fortalecer o turismo por meio da criação de parcerias públicas e privadas, para atrair principalmente o turismo de negócios, buscando dentro desse universo, saídas para nosso jovem trabalhador encontrar seu espaço no mercado de trabalho e cuidar cada vez melhor da sua família, saúde e cidade”, complementa.

Partido PSB Número 40

ternet. Ao mesmo tempo, estamos fazendo algumas reuniões. No entanto, levando em consideração o espaço, com muita ventilação e respeitando as regras do distanciamento, com máscara e álcool em gel. Mesmo com a dificuldade da pandemia, temos conseguido levar nossa mensagem e propostas, trilhando por essa nova e inédita versão”, conta ele. Quanto as propostas, ambos os políticos pretendem investir em saúde, educação e infraestrutura para o município, na tentativa de gerar empregos para a população e amenizar os efeitos pós pandemia. RESULTADOS “Quando assumimos a gestão em 2017, Bertioga estava sob decretos de emergência financeira e na saúde. Isso fez com que no início

do mandato os esforços fossem voltados a organizar as finanças e reequilibrar o orçamento do município para que pudéssemos investir em áreas importantes, como saúde, educação, turismo e infraestrutura urbana. Os resultados positivos nas pesquisas eleitorais realizadas recentemente apontam que estamos no caminho certo. Mas ainda há muito por fazer e nossa meta é continuar trabalhando, garantindo mais qualidade de vida e oportunidades para todos”, diz Caio Matheus. OPOSIÇÃO O vereador Silvio Magalhães considera-se oposição ao atual governo e comenta que há muito o que ser feito em relação as áreas principais e prioritárias de Bertioga. “Nesses dois anos venho

Conheça os demais candidatos ORLANDINI

KALED

PROFESSORA LUCÉLIA

Partido PSL Número 17

Partido DC Número 27

PAULO CEZAR

LUCÍLIA GOULART

Partido PTC Número 36

Partido PL Número 22

Partido PT Número 13

SIDMAR

Partido PRTB Número 28

PEDRO DE TOLEDO

A disputa de influências nas cidades pequenas Reinaldo Soares de Lara Neste período de eleições nos municípios brasileiros, as atenções se viram principalmente para as grandes capitais e polos econômicos do país. Mas nem todas as cidades são grandes ou médias. Os pequenos municípios também fazem parte da festa da democracia. Uma delas é Pedro de Toledo, no Vale do Ribeira. A cidade de 10.204 habitantes (IBGE/2010) também é participante da democracia direta. Destes, 8.420 estão aptos a votar (TSE ago/2020). Na última eleição, os vereadores foram eleitos por 100 a 200 votos. Já os prefeitos, tiveram disputas por pouco mais de 1 mil votos. Numa cidade pequena, onde todo habitante é praticamente um conhecido de to-

Na política, algumas curiosidades marcam cidades pequenas como Pedro de Toledo, no Vale do Ribeira

dos, esse tipo de situação não poderia deixar de influenciar a política. Prefeitos e vereadores, tanto candidatos como eleitos, são em grande parte amigos, irmãos, primos, clientes, vizinhos e até mesmo, conhecidos de igrejas da cidade. O pre-

feito atual pelo DEM, Eleazar Muniz, é um exemplo. O candidato foi prefeito e elegeu-se em 2016 com 24,82% dos votos (1501 votos). Há quem conheça os candidatos desde a infância, como Rodrigo Fernandes Cardoso, de

38 anos, fisioterapeuta, amigo de longa data do atual prefeito. “Morávamos no Morro do Piolho. Curtimos muito tempo juntos, jogamos futebol, carrinho de rolimã e pipa. Éramos muito próximos. Até caratê começamos juntos”, diz Rodrigo.

AMIZADE Outro que compartilhou do mesmo sentimento foi Jurandir Moura da Silva Filho, de 46 anos, despachante aduaneiro. “Nossas famílias até hoje tem uma amizade muito boa. Ainda trocamos preocupações e conversamos, pois muitas vezes em nossas vidas dividimos as dificuldades também em família”, relata Jurandir. Em 2016, quando Eleazar foi eleito, a notícia foi um misto de emoções para os dois. Na visão de Rodrigo, não foi surpresa, visto que conheceu o plano de governo do então candidato e apostou em sua capacidade. Já para Jurandir, a surpresa foi por um candidato de primeira viagem, ou seja, uma “cara nova” conseguir vencer em Pedro de Toledo.


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Stephanie Lia e Vitor Leutz

Outubro/Novembro de 2020

Santista quer ser vereador na Bahia Dentista, Maurício Rodrigues dos Santos quer assumir a responsabilidade de mudar uma cidade, começando pela educação

Vitor Leutz Dá para nascer em uma cidade e ser candidato a vereador em outra? A pergunta assusta, mas sim, dá! Claro que há regras, ou seja, não é tão fácil assim. Para se candidatar a vereador, o cidadão precisa ter o domicílio eleitoral na cidade onde pretende concorrer até um ano antes da eleição, além de estar filiado a um partido político, ser maior de 18 anos, alfabetizado e estar em dia com a Justiça Eleitoral. Maurício Rodrigues dos Santos nasceu em Santos e se formou em Odontologia na Universidade Metropolitana de Santos (Unimes) aos 21 anos. Em 2005, começa sua história com a cidade de Belmonte na Bahia. Seu irmão mais velho, Marcelo, foi o primeiro a conhecer o lugar, recebeu uma proposta de trabalho, e assim foi para Bahia. Mas por ser um município pequeno, resolveu não ficar. Já Mauricio foi para conhecer o lugar e logo se apaixonou. Por

Vitor Leutz

ser muito comunicativo e simpático, encontrou ali pessoas que queriam ser atendidas por ele. Por conta desses pacientes, surgiu a oportunidade de atendê-los em Porto Seguro, que fica a 1h30 de Belmonte. Mas, logo isso mudou. Um amigo alugou o consultório de um dentista na cidade e, assim, Mauricio atendia seus pacientes a partir das 18 horas até meia noite. Todavia, como nem tudo são flores, depois de três meses ocorreram alguns problemas e o dentista resolveu montar seu próprio consultório. Em maio de 2008, a Prefeitura da cidade criou uma gincana, e ali, surgiu a ideia de montar a “Equipe Riso”. Assim que as atividades acabaram, algumas crianças que participaram tinham um ‘brilho a mais’, e assim, sua esposa, Tatiana Santos, viu a oportunidade de ajudá-las. No começo a ideia era contar historinhas, desenhar e pintar, na pracinha da cidade. A ideia cresceu e hoje a ONG tem a pretensão de formar 30 jovens na universidade. Sete deles, aliás, já estão em Santos, estudando e orgulhando a terra onde nasceram. Logo que Maurício chegou a Belmonte e por atender todo

Além de atender em Belmonte (BA), Maurício atua em seu consultório em Santos

Dois santistas na disputa pela maior metrópole do continente Bianca Franzosi A liderança nas eleições da cidade de São Paulo, uma das mais importantes e populosas do mundo, está entre os quatro candidatos: Celso Russomano (Republicanos), Bruno Covas (PSDB), Guilherme Boulos (PSOL) e Márcio França (PSB). Coincidentemente, entre eles, dois são santistas. Covas e França nasceram no Munícipio, mas já atuaram em diversos momentos em cargos mais próximos da política paulistana. Bruno Covas, atual prefeito de São Paulo, é candidato à reeleição. Ele começou sua vida política há 22 anos, quando se filiou ao PSDB, sendo eleito primeiro secretário da Juventude do partido. Covas viveu pouco tempo em Santos, mudou-se em 1995 para São Paulo onde concluiu sua vida acadêmica e engatou na política local. Em Santos, chegou a ser vice na chapa de Raul Christiano, candidato do PSDB nas eleições de 2004. Antes de ser vice-prefeito de João Dória, chegou a participar do governo de Geraldo Alckmin por duas vezes: em 2005 e 2006 foi assessor de segurança e depois, de 2011 a 2014, foi seu secretário de Meio Ambiente. Neste intervalo, foi eleito deputado estadual em 2006 e reeleito em 2010. Tomou posse como federal em 2015, deixando o mandato para ocupar a vice-prefeitura paulistana dois anos depois. Assumiu como prefeito de São Paulo em 2018, quando o então ex-prefeito João Doria renunciou para tentar o Governo

tipo de gente, começou a ganhar fama, até que em 2008 o então prefeito da cidade o convidou para ser candidato a vereador. Ele aceitou e na época recebeu 200 votos. Não se elegeu por 50 sufrágios. Mas para Mauricio não era a hora, pois não tinha tempo disponível para ficar em Belmonte. Hoje, porém, passados 12 anos desde sua primeira candidatura, Mauricio, que tem residencia na cidade baiana e a ONG bem estruturada, vê a oportunidade de mudar Belmonte. “Hoje eu quero ser vereador na cidade e ajudar a melhorar o município, gerando empregos e oportunidade para os jovens. E eu tenho a certeza de que se for eleito, poderei ajudar a cidade a melhorar”. “Todo município precisa de mudança, e no caso de Belmonte, precisa mudar para os jovens”. A cidade com um pouco mais de 23 mil habitantes precisa investir mais em educação. Seus jovens acabam saindo despreparados e Mauricio vê que arrumando a base, o caminho será outro. Ele explicou que as reuniões na Câmara acontecem toda segunda feira e pretende ficar três semanas na Bahia e uma em Santos. Ele será candidato pelo PSD (Partido Social Democrático).

DIVULGAÇÃO/ FLICKR OFICIAl

Primeiro, como vereador em 1988 e 1992. Quatro anos depois, em 1996, foi eleito prefeito de São Vicente, focando em políticas de incentivo ao turismo, ações culturais e sociais, obras de infraestrutura e criação de empregos, sendo reeleito em 2000. Foi eleito deputado federal em 2006 e 2010. Em 2011, também participou Bruno Covas tenta do governo Alckmin como sereeleição cretário de Esporte, Lazer e Turismo, e criou o programa Roda DIVULGAÇÃO/PSB SP, que consistia em roteiros turísticos pelas cidades da Baixada Santista e interior. Em 2014, foi eleito vice-governador e assumiu a Secretaria de Desenvolvimento Econômico. Em 2018, após Alckmin largar o governo para tentar a presidência, tornou-se governador do estado de São Paulo por nove meses, tendo tentado a reeleição, mas foi derroMárcio França busca tado por João Doria. prefeitura após O fato de ter sido bem votado eleição a governador na Capital (recebeu 3.393.092 58,1% dos votos válidos no segundo turno), o estimulou a do Estado. Seu principal desafio buscar a prefeitura paulistana. como prefeito foi, sem dúvida, a pandemia. Suas estratégias em RAÍZES relação ao fechamento de gran- Por mais que França atue há des avenidas e endurecer o rodí- mais tempo na política em gezio de carros não se mostraram ral, Covas desde o início se manefetivas, além de não terem sido teve na política da Capital ou do Estado, o que colaborou para bem recebidas. que o seu nome fosse conhecido pelo público paulistano. MÁRCIO FRANÇA Além disso, desde 2019, ele Já Márcio França iniciou sua carreira política há 32 anos, filian- luta contra um câncer e isso do-se ao PSB e logo nos seus pri- causa uma empatia maior meiros anos, atuou fortemente nas pessoas, a despeito dele na política de São Vicente, onde não explorar a doença em sua construiu sua carreira política. campanha.

Santa Cecília TV realiza debates com todos os candidatos Stephanie Lia Aguardados por eleitores, que buscam conhecer mais informações sobre as propostas dos candidatos, os debates eleitorais irão ocorrer em apenas algumas das emissoras da região. Esta ocasião auxilia o eleitorado a conhecer seus candidatos, ter uma visão sobre as propostas e também como ele se comporta. Portanto, os debates se tornam essenciais para a decisão dos eleitores, principalmente os mais indecisos. Em âmbito regional, quem saiu na frente foi a Santa Cecília TV, que conseguiu reunir os 16 candidatos à prefeitura de Santos no debate realizado, ao vivo, no último dia 15 de outubro. “Como é de praxe, a San-

ta Cecília TV realizará os debates das cidades com todos os candidatos que estiverem legalmente inscritos do TSE“, afirma Marcos Biancchi, supervisor geral do complexo. Assim, além de Santos, outras cidades já estão programadas para realizar os programas. Além do debate do dia 15 de outubro, a emissora programou outro, com 8 candidatos cada, em dois dias distintos: 9 e 10 de novembro, na semana que antecede a votação do primeiro turno. O grupo Tribuna, afiliada da TV Globo, promoverá debates com os candidatos de Santos, São Vicente e Praia Grande, com transmissão apenas pela Internet. As demais emissoras não responderam até o fechamento da reportagem. Reprodução

Santa Cecília TV é a emissora que mais espaço concedeu aos candidatos


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