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Com Selic alta, vendas de imóveis recuam
from 30.05.2023
9,2% no primeiro trimestre, diz CBIC
tos a tendência foi negativa em todas as regiões. Ao todo foram lançadas 48.554 unidades residenciais, queda de 30,2% em relação ao primeiro trimestre do ano passado e de 44,4% em relação ao período de outubro a dezembro de 2022.
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A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação oficial do país, caiu de 5,80% para 5,71% este ano. A estimativa consta do Boletim Focus desta segunda-feira (29), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC) com a expectativa de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.
Para 2024, a projeção da inflação ficou em 4,13%. Para 2025 e 2026, as previsões são de 4% para os dois anos.
A estimativa para este ano está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é 3,25% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é de 1,75% e o superior, 4,75%. Segundo o BC, no último Relatório de Inflação, a chance de a inflação oficial superar o teto da meta em 2023 é de 83%.
mitê de Política Monetária (Copom). A taxa está nesse nível desde agosto do ano passado e é a maior desde janeiro de 2017, quando também estava nesse patamar.
Para o mercado financeiro, a expectativa é de que a Selic encerre 2023 em 12,5% ao ano. Para o fim de 2024, a estimativa é de que a taxa básica caia para 10% ao ano. Já para o fim de 2025 e de 2026, a previsão é de Selic em 9% ao ano, para os dois anos.
Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.
A Câmara Brasileira da Industria da Construção (CBIC) divulgou nesta segunda-feira (29) os resultados do setor imobiliário no Brasil para o primeiro trimestre de 2023. Os números mostraram recuo tanto no lançamento quanto nas vendas de imóveis.
Ao todo foram vendidas 72.988 unidades residenciais entre janeiro e março de 2023. O número representa um recuo de 9,2%% em relação ao mesmo período de 2022 e de 5,2% quando comparado com o trimestre imediatamente anterior. Entre as regiões do país, o Norte escapou à tendência negativa e apresentou avanço no número de vendas. Ao todo foram comercializadas 1.824 unidades, em um avanço de 6,1% na comparação com o mesmo período de 2022. Em relação aos lançamen-
Em entrevista coletiva para divulgação dos resultados do trimestre, o presidente da CBIC, José Carlos Martins, indicou que a queda nos números se deve especialmente ao pessimismo dos incorporadores com determinadas condições macroeconômicas.
Um dos exemplos é o nível elevado da taxa básica de juros, atualmente em 13,75% ao ano desde agosto de 2022. Martins classificou o patamar como “absurdo” e explicou que ele leva os agentes financeiros a “ficarem mais restritivos com o crédito”.
Também participou da apresentação o presidente da Comissão de Mercado Imobiliário da CBIC, Celso Petrucci. Ele destacou que caso o cenário persista para os próximos meses as obras e os empregos gerados pelo setor podem ser impactados de maneira ainda mais severa.
“Estes fatores desencorajam os investimentos privados e podem resultar na queda do emprego no setor. Afinal, os lançamentos de hoje impactam na geração de emprego amanhã”, concluiu.
Os números relativos ao Minha Casa, Minha Vida também recuaram. Os lançamentos caíram 41,8% em relação ao mesmo período do ano passado, enquanto as vendas ficaram 38,4% abaixo.
A projeção do mercado para a inflação de 2024 também está acima do centro da meta prevista, fixada em 3%, mas ainda dentro do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual.
Em abril, influenciado pelo aumento dos preços de remédios, o IPCA ficou em 0,61%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado é inferior à taxa de março, de 0,71%. Em 12 meses, o indicador acumula 4,18%.
Para maio, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) - que mede a prévia da inflação oficial - ficou em 0,51%.
Juros básicos
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 13,75% ao ano pelo Co -
Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.
PIB e câmbio
A projeção das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira neste ano passou de 1,20% para 1,26%.
Para 2024, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) - a soma de todos os bens e serviços produzidos no país - é de crescimento de 1,30%. Para 2025 e 2026, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 1,70% e 1,80%, respectivamente.
A previsão para a cotação do dólar está em R$ 5,11 para o fim deste ano. Para o fim de 2024, a previsão é de que a moeda americana fique em R$ 5,17.
