Prémio Nobel da Literatura - Mulheres

Page 1

Prémio Nobel da Literatura

Ilustração de Sarah Afonso

MULHERES


Selma Lagerlöf (1858-1940)

Selma Ottilia Lovisa Lagerlöf nasceu a 20 de Novembro de 1858 na paróquia de Östra Ämtervik, na Suécia. Aos 15 anos decidiu que seria escritora e em 1882 entrou para uma escola que formava professoras e que se preocupava com a causa feminista. Aos 27 anos, concluídos os estudos, foi nomeada professora de História em Landskrona. Nessa época, num gesto que na época era escandaloso e visto como sinal de emancipação feminina, cortou os cabelos que sempre usara em tranças. Em 1890, participou num concurso de contos com alguns capítulos de um romance que estava a escrever ganhando o seu primeiro prémio em dinheiro. Em 1891, publicou o romance completo “A Saga de Gösta Berling”. Após o sucesso desse romance publicou em 1894 “ Osynliga Lankar” (Os Laços Invisíveis) e em 1897 escreveu ”Antikrists Mirakler” (Os Milagres do Anticristo). Após uma viagem ao Egipto e à Palestina em 1901, publicou o volume “Jerusalém” e entre 1902 e 1904 “I Dalarne” (Na Dalecárlia), “I Det Heliga Landet” (Na Terra Santa), “Herr Arnês Penningar” (Os escudos do Sr. Arne) e “Kristuslegender” (Lendas de Jesus Cristo). Em 1904 recebeu a medalha de ouro da Academia Sueca e em 1907 foi nomeada doutora “honoris causa” da Universidade de Uppsala. Selma Lagerlöf recebe o Prémio Nobel da literatura em 1909. Entre 1911/1925 escreveu “Liljecronas Hem” (A Casa de Liljecrona), “ Korkarlen” (O Carroceiro da Morte), “Kejsarn Av Portugallien” (O Imperador de Portugal), “ Bannlyst” (O Exilado), e a trilogia dos “Lowenskoldska Ringen” (O Anel dos Löwensköld). Selma Lagerlöf morreu no dia 16 de Março de 1940.

In: http://pt.wikipedia.org/wiki/Selma_Lagerl%C3%B6f


Grazia Deledda (1871-1936)

Grazia Deledda, escritora italiana, nasceu a 27 de Setembro de 1875 na cidade de Nuoro, na Sardenha. Casou-se muito jovem e mudou-se para Roma mas as suas viagens à terra natal rendem cenários para obras que narram a vida dura e os conflitos emocionais dos seus habitantes. Aos 17 anos, sem educação formal, escreveu as primeiras histórias baseadas em temas folclóricos e em 1900 publicou “Il Vecchio della Montagna” (O Velho da Montanha). De entre as suas mais de 50 obras, as mais importantes são “Elias Portolù” que escreveu em 1903 e que relata a história de um ex-condenado e a sua paixão pela cunhada, e “Cenere” (Cinzas), que escreveu em 1904. Ao longo da sua carreira escreveu ainda inúmeras obras das quais se destaca “La Madre” (A mãe), escrito em 1920. Representante do Realismo, Grazia Deledda foi galardoada com o Prémio Nobel da Literatura em 1926. O romance “Cosima”, obra de cunho autobiográfico, foi publicado em 1937, um ano após sua morte, em Roma, a 15 de Agosto de 1936.

In: http://www.algosobre.com.br/biografias/grazia-deledda.html


Sigrid Undset (1882-1949)

Sigrid Undset nasceu a 20 de Maio de 1882 em Kalundborg, na Dinamarca e cresceu em Cristiânia, cujo nome seria alterado para Oslo, em 1925. A falta de dinheiro da família viria a minar as suas possibilidades de estudos universitários, fazendo com que aos 16 anos, após um curso de secretariado de um ano começasse a trabalhar como secretária, ao longo de 10 anos. Aos 22 anos, tinha pronto o seu primeiro manuscrito, mas este foi recusado pela editora, o que constituiu um duro golpe para ela. Em 1907, já tinha pronto um novo romance “Fru Marta Aulie” (A senhora Marta Auli) que apesar de não ser imediatamente aceite acabou por ser publicado, após a intervenção de um escritor famoso na altura. Era uma pessoa introvertida e uma das formas que tinha de quebrar a solidão era através de grandes passeios a pé, pelas ruas de Cristiânia, ficando a conhecer a cidade como poucos. Como os seus livros começaram a vender bem, recebeu uma bolsa de escritora e abandonou o escritório onde trabalhava. Começou então uma viagem pela Europa, passando pela Dinamarca e Alemanha, dirigindo-se, em seguida, para a Itália, onde permaneceu 9 meses. Conheceu Anders Castus Svarstad, com quem casaria em 1912. Em 1919 mudou-se para Lillehammer onde escreveu a sua obra mais famosa, “Kristin Lavransdatter” publicada em 1920. Sigrid Undset recebeu o Prémio Nobel da Literatura em 1928. É também autora de uma biografia sobre Santa Catarina de Sena, a quem ofereceu a sua medalha do Prémio Nobel. Faleceu em 1949 em Lillehammer, na Noruega, a 10 de Junho.

In: http://pt.wikipedia.org/wiki/Sigrid_Undset


Pearl S. Buck (1892-1973)

Pearl S. Buck nasceu a 26 de Junho de 1892 num estado da Virginia, mas ainda criança foi viver com os seus pais para a China, país cuja vida e ambiente evoca nas suas obras. Estudou em Xangai até os quinze anos e trabalhou num abrigo chinês para mulheres escravas e prostitutas. Foi, em 1910, estudar Psicologia para os Estados Unidos da América, onde se formou em 1914. Depois de concluída a sua formação em Psicologia regressou à China para leccionar na Escola Presbiteriana e cuidar da mãe que se encontrava doente. Viveu na China até à Guerra Civil e em 1934 foi removida para o Japão e de lá para os Estados Unidos da América, nunca mais retornando à China. Mestre em Literatura pela Universidade de Cornell, escreveu em 1930 “East Wind, West Wind” (Vento do Oriente, Vento do Ocidente), que obteve grande reconhecimento da crítica e em 1931, a sua obra “The Good Earth” (Terra Bendita), vendeu 1,8 milhões de cópias somente no primeiro ano. Por esta obra Pearl S. Buck recebeu o Prémio Pulitzer em 1932 e o Prémio Nobel de Literatura em 1938. Escreveu mais de 110 livros e várias novelas de rádio. Muitos dos seus livros foram transformados em filmes. O seu livro A Flor Escondida tem o mesmo enredo da ópera Madame Butterfly. Pearl S. Buck contribuiu em certa parte para a mudança da visão que os povos ocidentais tinham acerca da China. Morreu a 6 de Março de 1973, aos oitenta anos. Vários dos seus livros foram escritos sob o pseudónimo de John Sedges.

In: http://pt.wikipedia.org/wiki/Pearl_S._Buck


Gabriela Mistral (1889-1957)

Gabriela Mistral foi o pseudónimo escolhido por Lucíla de María del Perpetuo Socorro Godoy Alcayaga, em homenagem aos seus poetas predilectos: o italiano Gabriele D'Annunzio e o provençal Frédéric Mistral. Nascida a 7 de Abril de 1889 em Vicuña, o seu pai abandonou a família quando Lucíla completou três anos de idade. No seu livro “Tala”, a escritora dedica a primeira parte à sua mãe, falecida em 1929, a que chamou: “Muerte de mi Madre” (Morte da minha Mãe). Gabriela Mistral começou a trabalhar como professora primária em 1904 e ganhou renome ao vencer os Juegos Florales de Santiago em 1914 com “Sonetos de La muerte" (Sonetos da Morte). Tida como um exemplo de honestidade moral e intelectual e movida por um profundo sentimento religioso, a tragédia do suicídio do noivo em 1907 marcou toda a sua poesia com um forte sentimento de carinho maternal, principalmente nos seus poemas em relação às crianças. Na sua obra aparecem como temas recorrentes: o amor pelos humildes, um interesse mais amplo por toda a humanidade. Em 1922 é convidada pelo Ministério da Educação do México a trabalhar nos planos de reforma educacional daquele país. Ao receber o Prémio Nobel da Literatura em 1945, transforma-se numa figura de destaque na literatura internacional, levando-a a viajar por todo o mundo e a representar o seu país em comissões culturais das Nações Unidas. A notoriedade obrigou-a a abandonar o ensino para desempenhar diversos cargos diplomáticos na Europa. Faleceu em Hempstead, estado de Nova Iorque, nos Estados Unidos a 10 de Janeiro de 1957.

In: http://pt.wikipedia.org/wiki/Gabriela_Mistral


Nelly Sachs (1891-1970)

Escritora e poetisa alemã, tornou-se cidadã sueca em 1940. Recebeu o Prémio Nobel da Literatura em 1966 pela sua distinta escrita lírica e dramática em que interpreta o destino de Israel com grande força e precisão. De descendência judia, era filha de um bem sucedido industrial da moda, William Sachs, e de sua esposa Margareta Karger. Nelly Sachs estudou música e dança com professores particulares e desde tenra idade, começou a escrever poesia. Desde os 15 anos manteve correspondência com a autora Selma Lagerlöf e na fase adulta conseguiu o apoio do escritor austríaco Stefan Zweig para a publicação dos seus poemas. Embora os seus poemas fossem elogiados por grandes nomes da literatura alemã e ainda sem ser valorizada como grande poetisa, com a eclosão da II Grande Guerra, Nelly Sachs mudou-se para a Suécia, onde se dedicou ao estudo do sueco e dedicou muito do seu tempo à tradução de poetas suecos como Gunnar Ekelöf, Johannes Edfelt, e Karl Vennberg. No pós-guerra publicou o seu primeiro volume de poesia, “In den Wohnungen des Todes” (Nas moradas da morte, 1946). Nos anos seguinte publica as colecções “Sternverdunkelung “(Escurecer das estrelas, 1949)), “Und niemand weiss weiter” (E ninguém sabe mais além, 1957) e “Flucht und Verwandlung” (Fuga e transfiguração, 1959), poemas que relatam o ciclo de sofrimento, perseguições, exílios e mortes que caracterizaram a vida do povo judeu. Recebeu vários prémios, principalmente na Suécia e Alemanha, entre eles, o Prémio da Associação de Poetas da Suécia e o Friedenspreis des deutschen Buchhandels (Prémio da Paz da Fundação dos Livreiros e Editores Alemães).

In: http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/NLNSachs.html


Nadine Gordimer (1923)

Escritora sul-africana, Nadine Gordimer nasceu a 20 de Novembro de 1923 em Springs, uma cidade mineira dos arredores de Joanesburgo. Filha de um joalheiro judeu, vindo da Letónia e de uma cidadã britânica, obcecada pela saúde da filha, estudou numa escola de orientação cristã. Geralmente confinada em casa pelos cuidados da mãe, escreveu o seu primeiro conto com apenas nove anos de idade e, continuando o seu esforço literário, viu Come Again Tomorrow, merecer publicação na secção infantil da revista “Fórum” cinco anos depois. Matriculando-se na Universidade de Witwaterstrand, acabou por desistir dos seus estudos ao fim de um ano, preferindo a escrita. Assim, em 1949 publicou o seu primeiro livro, uma colectânea de contos intitulada Face To Face, e que revelavam as suas preocupações quanto à segregação racial na sociedade sul-africana. Seguiram-se The Soft Voice Of The Serpent (1952), a sua primeira colectânea de contos, e o romance The Lying Days (1953) de cariz autobiográfico que descreve o descontentamento de Helen, uma rapariga que cresce numa pequena localidade, cujos habitantes são preconceituosos e mesquinhos. Em 1963 publica Occasion For Loving e dando continuidade ao tema dos direitos da maioria negra, Gordimer publicou em 1974 The Conservationist, romance em que propõe um contraste entre o mundo tradicional Zulu e o devastador fluxo de industrialização conduzido pela etnia europeia. Seguem-se The House Gun em 1998 e The Pickup em 2001, obra que descreve o encontro entre Julie, filha de um banqueiro, e Ibrahim, um imigrante ilegal oriundo de um país árabe. Nadime Gordimer foi galardoada com o Prémio Nobel da Literatura em 1991. In: http://www.wook.pt/authors/detail/id/4795


Toni Morrison (1931)

Chloe Anthony Wofford nasceu a 18 de Fevereiro de 1931 na cidade de Lorain, no estado do Ohio (E.U.A.). Filha de uma família pobre, passa privações nos primeiros anos de vida, em virtude da Grande Depressão. Estuda teatro na Universidade de Howard e letras na Universidade de Cornell, em Nova York. Depois de formada, faz carreira universitária como professora de inglês e ganha a vida como editora de livros de ficção a partir de 1965, até publicar o seu primeiro trabalho ”O mais azul dos olhos” em 1970. O romance conta o drama de uma jovem negra obcecada pela beleza branca, que se martiriza por não ter olhos azuis. Escreve outros livros bem recebidos pela crítica e pelo público norte-americano, como “Canção de Salomon” em 1977 e “Tar Baby” em 1981, onde explora os conflitos de raça, classe e sexo numa ilha das Caraíbas. Seis anos depois, ganha o Prémio Pulitzer com a obra “Amada”, baseado numa história real. O livro é transformado no filme “A Bem Amada”, em 1998, com direção de Jonathan Demme e Oprah Winfrey e com Danny Glover no elenco. Acabaria por optar pelo pseudónimo de Toni Morrison para assinar os seus trabalhos. Recebeu o Prémio Nobel da Literatura em 1993. A sua obra retrata o ponto de vista e as experiências quotidianas das mulheres negras.

In: http://www.algosobre.com.br/biografias/toni-morrison.html


Wislawa Szymborska (1923)

Wislawa Szymborska nasceu em 1923 em Bnin (Kornik), na Polónia, mas vive na Cracóvia desde 1931. Durante a guerra frequentou

cursos

clandestinos

e

posteriormente estudou literatura polaca e sociologia na Universidade Jaguellonica. Estreou-se como poeta em 1945 com o poema “Szukam slowa” (Procuro uma palavra) e mais tarde, entre 1953 e 1981 colaborou, como editora de poesia e colunista, na revista semanal Zycie

Literackie

(A

vida

literária).

Os

seus

ensaios

Lektury

nadobowiazkowe foram reunidos num livro. Das suas 16 obras de poesia publicadas, a primeira, intitulada “É por isso que estamos vivos” (1951), é uma tentativa de se adaptar ao realismo-socialista, o estilo literário aprovado oficialmente pelo regime comunista. Wislawa Szymborska aborda temas como as lutas modernas na Polónia, o Holocausto, a II Guerra Mundial, a ocupação soviética e a transição para a democracia. Na sua poesia, o contexto histórico e biológico manifesta-se em fragmentos da realidade humana. Os seus poemas foram traduzidos para 36 línguas. Em Portugal foram publicados dois livros: “Paisagem com grão de Areia”, e “Alguns Gostam de Poesia”. Ganhou vários prémios, nomeadamente o Prémio Nobel da Literatura, em 1996.

In: http://um-buraco-na-sombra.netsigma.pt/p_mundo/index.asp?op=5&p=33


Elfriede Jelinek (1946)

Nascida a 20 de Outubro de 1946 na província austríaca de Styria, Elfriede Jelinek é filha de uma mestiçagem cultural e religiosa: a mãe era uma austríaca católica; o pai, engenheiro químico e autodidacta, era um judeu de origem checa oriundo de um meio pobre, mas culto. Elfriede Jelinek, marcou o panorama teatral e literário germânico e europeu do fim do século XX como nenhuma outra autora. Eminentemente política e feminista, soube forjar uma linguagem muito própria que utiliza como arma artística e estética contra os males e vícios das sociedades modernas. Jelinek inscreve-se na tradição literária austríaca junto de grandes e polémicos autores, tais como Karl Kraus e Thomas Bernhard, sendo considerada pornográfica e traidora da pátria. Trabalhou em produção industrial estratégica durante a Segunda Guerra Mundial, conseguindo com isso escapar à perseguição nazi. Predestinada pela mãe a transformar-se num génio da música, ingressa em 1950 numa instituição religiosa, em Viena, onde, a partir dos 4 anos, estuda ballet e francês. A partir dos 7 anos a mãe obriga-a a frequentar aulas de piano, alto e violino e aos 16 anos entra para o Conservatório de Música de Viena. Ingressou igualmente na Universidade de Viena para estudar Teatro e História da Arte. Por fim, esgotada, acaba por adoecer e enfrentar uma grave crise psicológica. Asfixiada pelo domínio materno, revolta-se contra a autoridade e direcciona a sua atenção para as palavras e a linguagem, uma área descurada pela a mãe, mas estimulada pelo pai. A partir do final dos anos 60 Elfriede Jelinek publica os seus primeiros textos e poemas, escreve para a rádio e recebe os seus primeiros prémios literários. Em 1970 surge o seu primeiro romance, "Wir sind lockvogel baby!". Das suas novelas destacam-se "Die Liebhaberinnen" (Os amantes, 1975), "Die Ausgesperrten" (Os excluídos, 1980) e "Die Klavierspielerin (A Pianista, 1983), uma autobiografia que esteve na origem do filme de Michael Haneke, em 2001, um romance perturbante e escandaloso. Não menos escandaloso foi o seu romance seguinte, "Lust", que surge em 1989 e que é ao mesmo tempo o desejo, o gozo, o prazer, "o livro que sempre quis escrever", afirmaria a autora. Um texto pornográfico feminino, uma espécie de anti-história inspirada em George Bataille e Sade. A escritora foi laureada com o Prémio Nobel da Literatura em 2004. In: http://www.wook.pt/authors/detail/id/14000


Doris Lessing (1919)

Escritora inglesa, nasceu em 1919, no Irão, mudando-se, aos cinco anos de idade, para o Zimbabwe. Após dois casamentos falhados e um envolvimento activo na política, viajou, em 1949, para Inglaterra, onde, em 1950, publicou o primeiro romance intitulado “The Grass is Singing”. Seguiram-se as obras “Martha Quest”, “A Proper Marriage” (Um casamento apropriado), “A Ripple from the Storm” (Um murmúrio da tempestade), “Landlocked” (A revolta) e “The Four-Gated City”, que constituem o conjunto denominado “Children of Violence”. “The Golden Notebook”, publicado em 1962 foi provavelmente o seu romance mais conhecido, foi considerado como marcante pelo movimento feminista. As narrativas subsequentes entram em ruptura com o realismo tradicional, descrevendo eventos épicos e míticos de um universo ficcional. De entre estes destacam-se: “Colonised Planet 5”, “Shikasta”, e “The Sirian Experiments”, entre outros. Os trabalhos de Lessing evidenciam as suas opiniões sobre política, o papel da mulher e o medo de um desastre tecnológico. Em 1984, tentou publicar duas novelas sob o pseudónimo de Jane Somers. As novelas foram rejeitadas pelo seu editor britânico, mas aceites por outro, Michael Joseph, e pela editora americana Alfred A. Knopf. A obra “The Diary of a Good Neighbour “ (O diário de um bom vizinho) foi publicada no Reino Unido e nos Estados Unidos da América em 1983, e “If the Old Could” em 1984, ambas como escritas por Jane Somers. Foi-lhe atribuído o Prémio Nobel da Literatura em 2007.

In: http://www.wook.pt/authors/detail/id/13722


Herta Müller (1953)

Nasceu a 17 de Agosto de 1953, na localidade de fala alemã de Nitzkydorf, na Roménia. Os seus pais pertenciam à minoria germânica da Roménia. O pai serviu durante a Segunda Guerra Mundial nas Waffen-SS. Muitos alemães da Roménia foram deportados para a União Soviética em 1945 e a mãe de Herta Müller foi uma delas. Passou cinco anos num campo de trabalho na actual Ucrânia. Estudou literatura alemã e romena na Universidade de Timisoara (Temeswar). Durante esse tempo, contactou com o Aktionsgruppe Banat, um círculo de jovens escritores de fala alemã que se opunha à ditadura de Ceausescu e procurava a liberdade de expressão. Depois de finalizados os estudos trabalhou como tradutora numa fábrica de máquinas entre 1977 e 1979. Foi despedida quando se negou a cooperar com a polícia secreta e a agir como informadora. Depois do despedimento, foi objecto de perseguição por parte da Securitate. Debutou na escrita com a colecção de relatos Niederungen (1982), que foi censurada na Roménia. Dois anos mais tarde, publicou-se uma versão não censurada desta colecção de relatos na Alemanha e, no mesmo ano, surgiu Drückender Tango, na Roménia. Nestas duas obras, Herta Müller relata a vida numa pequena localidade de fala alemã e a corrupção, a intolerância e a opressão que nela existem. Por este motivo, foi alvo da crítica da imprensa nacional, ao mesmo tempo que teve uma recepção muito positiva nos meios de comunicação de fala alemã no estrangeiro. Ao criticar publicamente a ditadura romena, foi castigada com a proibição de publicar no seu país. Em 1987,

emigrou

com

o

marido,

o

escritor

Richard

Wagner.

Os romances Der Fuchs war damals schon der Jäger (1992), A Terra das


Ameixas Verdes (1994) e Heute wär ich mir lieber nicht begegnet (1997) proporcionam com os seus pormenorizados detalhes, uma imagem da vida quotidiana numa ditadura estanque. Herta Müller foi professora convidada nas universidades de Paderborn, Warwick, Hamburgo, Swansea, Gainsville (Florida), Cassel, Gotinga, Tubinga e Zurique. Vive actualmente em Berlim. É membro desde 1995 da Deutsche Akademie für Sprache und Dichtung, em Darmstadt. Recebeu o Prémio Nobel da Literatura em 2009.

In: http://www.wook.pt/authors/detail/id/927608


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.