O CÉU TEM UM CORAÇÃO (J.A.LOARTE – OPUS DEI) Os últimos anos de Maria na terra – os que para acompanha-la nos seus últimos momentos. E passaram desde o dia de Pentecostes até a numa tarde branca e serena fecharam os seus Assunção – ficaram envolvidos numa neblina olhos e depositaram o seu corpo num sepulcro. tão densa que não é possível entrevê-los e Poucos dias depois, quando São Tomé, que menos ainda penetrar neles. A Sagrada chegou atrasado, insistiu em ver o corpo da Escritura cala, e da Tradição recebemos apenas Virgem Maria. Encontraram a sepultura vazia, ecos longínquos e incertos. A sua vida enquanto ouviam cânticos celestiais. transcorreu calada e laboriosa: como uma fonte À margem dos elementos de verdade destes oculta que dá aroma às flores e sabor aos frutos. relatos, o que é verdade é que a Virgem Maria, A liturgia, com palavras da Sagrada Escritura a por um privilégio especial de Deus Onipotente, chama de Jardim fechado, fonte selada (Ct 4, não experimentou a corrupção: o seu corpo, 12). E também: fonte de água viva, riacho que glorificado pela Santíssima Trindade, foi unido à corre do Líbano (Ct 4,15). Assim como quando alma, e Maria foi assunta ao Céu, onde reina viva estava junto de Jesus, passou despercebida, e gloriosa, junto de Jesus, para glorificar a Deus e velando pela Igreja nascente. interceder por nós. Foi o que o Papa Pio XII definiu É certo que, sem dúvida, viveu junto de São como dogma de fé. João, já que tinha sido confiada aos seus Apesar do silêncio da Escritura, uma passagem do cuidados filiais. E São João, nos anos seguintes ao livro do Apocalipse deixa entrever esse final Pentecostes, morou habitualmente em glorioso de Nossa Senhora. Apareceu em seguida Jerusalém: o encontramos ali sempre ao lado de um grande sinal no céu: uma Mulher revestida do São Pedro. Na época da viagem de São Paulo, sol, a lua debaixo dos seus pés e na cabeça uma na véspera do Concílio de Jerusalém, ao redor coroa de doze estrelas (Ap 12,1). O magistério vê do ano 50, o discípulo amado aparece entre as nesta cena, não só uma descrição do triunfo final colunas da Igreja. Se Maria ainda estivesse ao da Igreja, mas também uma afirmação da vitória seu lado, deveria ter ao redor de 70 anos, como de Maria (tipo e figura da Igreja) sobre a morte. É afirmam algumas tradições: a idade que a como se o discípulo que tinha cuidado de Nossa Sagrada Escritura considera a da plena Senhora até a sua ida ao Céu, tivesse querido maturidade humana. deixar constância – de modo delicado e silencioso Mas o lugar de Maria estava no Céu. Onde o seu – deste fato histórico e de salvação que o povo Filho a esperava. E assim, num dia desconhecido cristão, inspirado pelo Espírito Santo, reconheceu e para nós, Jesus levou-a consigo à glória celestial. venerou desde os primeiros séculos. Ao declarar o dogma da Assunção de Maria, E nós, animados pela liturgia da Missa da véspera em 1950, o Papa Pio XII não quis resolver se desta festa, aclamamos a Nossa Senhora com estas Nossa Senhora morreu e imediatamente depois palavras: Bem-aventurada és Maria, porque hoje ressuscitou, ou se foi diretamente ao Céu sem foste elevada sob os coros dos anjos e, juntamente passar pelo momento da morte. Atualmente, com Cristo, alcançou o triunfo eterno. como nos primeiros séculos, a maioria dos teólogos pensa que ela também morreu, mas – da mesma forma que Cristo – a sua morte não foi um tributo ao pecado – ela era a Imaculada! – mas para ficar mais parecida a Jesus. E assim, desde o século VI, o Oriente começou a celebrar a festa da Dormição de Nossa Senhora: um modo de expressar que foi uma passagem mais parecida ao sonho que à morte. Deixou esta terra – como dizem alguns santos – transportada pelo amor. Os escritos dos Padres e autores sagrados, principalmente a partir dos séculos IV e V, oferecem detalhes sobre a Dormição e Assunção de Nossa Senhora baseados em alguns relatos do século II. De acordo com estas tradições, quando Maria estava prestes a abandonar este mundo, todos os Apóstolos – exceto São Tiago maior, que já tinha sido martirizado, e Tomé, que estava na Índia – se reuniram em Jerusalém ___ Pastoral da Comunicação - Igreja Matriz de Nossa Senhora da Glória Pároco - Padre Geovane Ferreira Silva Coordenação – Sérgio Calado Fadul Jr Site da paróquia: www.nsdagloria.com.br Email: pascomnsdagloria1@gmail.com Agentes participantes: Williams Júlio / Elydia Facebook/Matriz.de.Nossa.Senhora.da.Gloria Whatsapp A Voz da Glória: solicite agora a adesão do Machado s/nº A Voz da GlóriaLargo 19/08/2018 – Página 04- Catete – Rio de Janeiro – Tel: (21) 2225-0735
Boletim Semanal da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Glória - Largo do Machado 19/08/2018 - Edição 32 - Ano 2
AVISOS PAROQUIAIS ROMARIA DA ARQUIDIOCESE À APARECIDA DO NORTE nos dias 24 e 25/08. Inscrições na secretária paroquial. CONFRARIA DO ROSÁRIO - Santa Missa e reunião dia 24/08, sexta-feira às 08 h INSCRIÇÕES PARA MARIANINHAS, COROINHAS E CERIMONIÁRIOS. Mais informações na secretaria paroquial. A PASTORAL DA CARIDADE SOCIAL solicita doações para os irmãos de rua.
A O.V.S. (OBRA DAS VOCAÇÕES SACERDOTAIS) convida a todos para conhecer e participar do movimento. Mais informações com as coordenadoras Maria da Conceição, Cleide ou na secretaria paroquial. SEMINÁRIO DE VIDA NO ESPÍRITO SANTO Dia 23/08, quinta-feira às 19:30 h no Salão Monsenhor Franca. Haverá Ministério Infantil para crianças.
DOU MINHA CARNE... DO COMO AO QUEM... PERMANECER E VIVER...
O banquete da multiplicação da partilha do rapazito continua a “dar que falar”. Jesus mantém a afirmação de base, verdade de fé: “Eu sou o pão vivo descido do céu”. O Pão é oferecido, fruto do amor gratuito do Pai que se aproxima e desce ao encontro das nossas (mais variadas) fomes. Podemos chamar-lhe um Pão Universal. Hoje há tanta variedade de produtos que entram pelos tempos vazios das nossas publicidades que parecem obrigar-nos a ter algumas fomes que nem sequer temos. O Pão dado por Jesus é a Sua carne, alimento universal porque é partilhado pela vida do mundo. É único e une, é vivo e dá vida, dá-se para que também nós nos demos e sejamos sementes. Jesus não dá, dá-se, dá a sua carne como alimento para que tenhamos vida, para não termos mais fome, nem habite em nós o terror da morte. A Sua carne e o Seu sangue são agora alimento, verdadeira comida e bebida, refeição divina e eterna. Os judeus e a multidão, por seu lado, escutam, questionam e discutem entre si mas como? Como pode Ele dar-nos a Sua carne a comer? Caros amigos e amigas, esta questão continua ainda hoje quando não reconhecemos Jesus na Palavra e no Pão, quando não sentimos fome deste amor infinito doado e partilhado. Hoje, somos nós que perguntamos onde e como pode isto ou aquilo acontecer. Como pode Jesus estar presente/ausente da nossa história? Continuamos mergulhados neste mistério do como, porque teimamos encaixar nos nossos limites o milagre de Deus. Jesus não responde aos comos, não dá receitas dos seus milagres ou manuais de instruções para que saibamos como “construir alimentos universais”. Jesus, tal como naquele imenso banquete, continua a responder-nos com a palavra quem! A felicidade, a vida eterna é fruto de uma relação de amor. Não se trata de saber como pode este milagre acontecer. ____
Jesus, por seu lado, propõe que QUEM comer viverá. Porque se não comermos, não teremos a vida em nós. E… se continuamos detidos na teimosa procura do como não abraçamos a magnífica realidade do quem! O alimento proposto por Jesus não é fruto de um saber ou conhecimento científico do milagre eucarístico. Jesus insiste no ato de comer e beber, não no facto de saber ou conhecer. Jesus dá-se em alimento, não em objeto de pesquisa ou análise. Precisamos deixar-nos fascinar por esta surpresa de Deus, milagre universal que se oferece em alimento. Desta refeição com sabor a caridade e recheada de fé, nasce a esperança de uma vida por Ele, permanecendo Nele, enviada com Ele, eterna. Quem participa deste banquete de amor, quem se deixa enamorar por tal presente que não se merece mas se acolhe, quem procura um alimento de vida para a fome de felicidade, esse (quem) permanece na mesa, junto ao mestre na estrada da história ainda em construção. Convidados para a festa da Palavra e do Pão, somos fome mas também mesa, porque permanecemos inebriados pelo perfume do amor que se dá. Quem come deste Pão que dá vida, dá-se em vida e torna-se, também ele, Evangelho!