A CASTIDADE NO CASAMENTO (Canção Nova – Formação – Roberta Castro) Muitas pessoas acreditam que castidade significa abstinência sexual, por isso mesmo é uma virtude para o tempo de namoro e noivado. Porém, todo cristão é chamado a ser casto em seu estado de vida específico (celibato ou matrimônio). Surge, então, o desafio de entender o que seria a castidade dentro do casamento, e como ela funciona na prática. Para mim, três conceitos são essenciais para entendermos o que ela significa: fidelidade, doação e totalidade. Promessa de fidelidade Todos nós sabemos que, no rito do matrimônio, é feita a promessa da fidelidade. Porém, gostaria de convidá-lo a olhar com outros olhos essa decisão. Fidelidade significa ser exclusivo de alguém, separar o que somos e a nossa afetividade sexual para uma única pessoa. É reservar o que temos de mais precioso para entregar àquele que se mostrou digno de nos receber por causa do seu amor (comprometido na saúde e na doença, na alegria e na tristeza…). Sendo o matrimônio nossa vocação, nos nossos cônjuges Deus colocou tudo o que é necessário para nos completar e nos saciar em todos os aspectos – também no sexual. O outro é um tesouro escondido que encontramos, e pelo qual vendemos todos os nossos bens (incluindo outras pessoas). Costumo dizer para os noivos que deveriam olhar um para o outro e sentir: “Nossa, essa pessoa é um tesouro! Não posso perdê-la!”. Se estiver em dúvida sobre isso, não se case. A exclusividade não pode ser um peso, uma prisão! Ela é um ganho, uma sorte grande de ter encontrado alguém tão especial para dividir a vida. A fidelidade não é algo prático (não trair) ou imposta pelo meio exterior. Para ser verdadeira, deve nascer no interior e governar cada pensamento, cada sentimento da pessoa. Adultério Amo uma passagem bíblica em que Jesus surpreende os fariseus ao falar sobre o adultério. Ele diz: “Todo aquele que olhar para uma mulher com o desejo de possuí-la, já cometeu adultério com ela em seu coração”. Pense que loucura! A pessoa não praticou nenhum ato, ninguém sabe que ela pensou aquilo, mas Jesus diz que ela já cometeu adultério (nem preciso dizer quão grave é a pornografia após entendermos isso!). A verdadeira fidelidade é um voto feito a Deus, uma consagração da sexualidade. Algo pessoal e íntimo, que diz respeito a nós e a Deus. A nossa
fidelidade não pode ser determinada pelas atitudes do outro (mesmo que ocorra traição da outra parte). A nossa fidelidade gerará santidade e realização em nós e trará segurança e paz para nossa casa. Em relação à doação, precisamos ter em mente o conceito verdadeiro do sexo e da realização sexual. A doação na castidade matrimonial envolve não usar do sexo e do outro para a nossa satisfação, mas buscar a doação para tornar o outro realizado. Com isso, dentro da relação sexual não sobra espaço para o desrespeito, para as atitudes que fogem da natureza humana ou para a agressividade. Sendo vocação, a nossa entrega ao esposo é uma representação terrestre da nossa entrega ao próprio Deus. Ele se torna a representação viva de Cristo, a quem devemos respeito, amor, serviço e dedicação. Na vida sexual, a realização do outro é nosso dever, nosso objetivo. Por isso, vivemos a sexualidade não para nós, mas para o outro. Nessa entrega está nossa realização. A relação sexual é a total doação Para ser verdadeira, essa doação precisa envolver tudo o que somos, a nossa totalidade. Nosso intelecto, sentimentos, nossa história e corpo. Tudo aberto e disponível para o outro, para completálo. A relação sexual na total doação não pode ter limitação, precisa acolher tudo o que o outro é, inclusive na sua fecundidade. Um casal que se fecha aos filhos (usando métodos anticoncepcionais, por exemplo) está rejeitando um dom existente no outro. Não se doam por completo, por isso não vivem uma castidade real. Deus fez o ser humano de forma que um casal é fértil durante um pequeno período em cada ciclo menstrual e em uma fase restrita da vida. Assim sendo, Ele permitiu que fosse possível a vida sexual nos outros dias e fases, sem a geração de um novo filho. A fecundidade do outro é um dom, e se estou fechada a isso, não o estou acolhendo em sua totalidade. Você deve ter percebido que a castidade no matrimônio é um grande desafio diário e para a vida toda. Ela é uma representação da própria fidelidade de Cristo à Igreja, e é um dom que deve ser pedido a Deus constantemente. Com certeza, gerará uma grande felicidade para aqueles que a conquistarem. Termino com uma frase linda do Catecismo da Igreja Católica: “A castidade comporta uma aprendizagem do domínio de si, que é uma pedagogia da liberdade humana. A alternativa é clara: ou o homem comanda suas paixões e obtém a paz ou se deixa subjugar por elas e se torna infeliz (§2339).”
Pastoral da Comunicação - Igreja Matriz de Nossa Senhora da Glória Pároco - Padre Geovane Ferreira Silva Coordenação – Sérgio Calado Fadul Jr Site da paróquia: www.nsdagloria.com.br Email: pascomnsdagloria1@gmail.com Agentes participantes: Williams Júlio / Elydia Facebook/Matriz.de.Nossa.Senhora.da.Gloria Whatsapp A Voz da Glória: 99443-1022 do Machado s/nº A Voz da GlóriaLargo 22/07/2018 – Página 04- Catete – Rio de Janeiro – Tel: (21) 2225-0735
Boletim Semanal da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Glória - Largo do Machado 22/07/2018 - Edição 28 - Ano 2
AVISOS DA SEMANA Missa com orações por cura e libertação dia 25/07, quarta-feira às 20 h. Inscrições para Marianinhas e Coroinhas, mais informações na secretaria. Caravana Acampamento “Livrai-nos do Mal” na Canção Nova, dia 28/07. Mais informações na secretaria da paróquia. Romaria da Arquidiocese à Aparecida do Norte, dia 24 e 25 de agosto. Inscrições na secretária paroquial. Mil Ave Marias, dia 28/07, sábado ás 9 h.
A Oficina de Oração e Vida terá início no dia 07/08, terça-feira às 9 h e às 19 h. A Pastoral da Caridade Social solicita doações de agasalhos destinados aos irmãos de rua. Já se aproxima a festa de nossa padroeira, Nossa Senhora da Glória. Começamos a arrecadação para os gastos de todo esse evento. Contamos com a colaboração de todos. As AIAS estão nas mesinhas nas saídas das missas esperando por sua doação. Nossa Senhora saberá lhe retribuir no momento propício.
CONTARAM-LHE TUDO... CHEGARAM ANTES DELE... JESUS VIU E COMPADECEU-SE (Aliturgia)
Marcos encanta-nos ao revelar-nos um Jesus tão humano, que pode ter os sentimentos que nós temos, as reações que tantas vezes nos acodem. A humanidade de Jesus, a sua sensibilidade espontânea, a sua atenção e delicadeza, ressaltam aqui de forma tão bela! Jesus não é apenas o homem dos milagres estrondosos. Ele é sobretudo o homem que ajuda a desenterrar o milagre do dia a dia, na vida de cada um. Ele revela uma ternura maternal com os discípulos: primeiro confia neles, depois acolhe as suas partilhas entusiasmadas, por fim vela pelo seu cansaço. Imagino a alegria deles, depois da azáfama missionária, por encontrarem um ambiente assim para partilhar alegrias e dores, cansaços e êxitos! É muito mais do que um prestar contas… Apetece-me entrar aqui, no grupo dos discípulos, e contar também a Jesus como foram as minhas expedições apostólicas, como venci os meus medos e geri as minhas decepções. Rir com Ele das peripécias, regozijar-me com os sucessos! Sinto que Ele me compreende, que não me repreende como um patrão arrogante, mas me educa como pedagogo brilhante. Ainda hoje… sei que Ele confia em mim e me incita sempre a continuar, mesmo depois de tantos fracassos! Preciso da oração, de me sentir com o coração da Igreja, haurindo da força comum, partilhando a vida, trazendo os segredos do mundo, perscrutando a trajetória do olhar do Mestre. Que mel teria este Mestre da simplicidade para ter sempre tanta gente à sua procura? Seria possível que a multidão chegasse ao mesmo tempo que eles, rodeando o lago a pé, por caminhos inóspitos, pejados de obstáculos, competindo com o deslizar de um barco na superfície das águas? Isto só nos mostra como é veloz a esperança e como são vazios de esperança os poderes deste mundo. ______
Marcos retrata-nos um povo em novo êxodo, saindo do povoado, onde residiam as suas seguranças materiais e humanas, e escolhendo novamente o deserto. O povo vê esperança em Jesus que, como ele, não tem onde reclinar a cabeça, mas lhe mostra o verdadeiro sentido para a vida, não apenas em palavras, mas em gestos concretos de carinho e solicitude, de atenção, de socorro. Não são as palavras grandiloquentes de poderosos que confortam os famintos, mas as bagagens vazias dos que repartem tudo o que têm. Imagino a surpresa de Jesus, ainda mais a dos discípulos ao desembarcar. Marcos menciona dois preciosos verbos que descrevem o segredo de Jesus para dar esperança a um povo: viu e compadeceu-se. Jesus ia para repousar, mas o repouso de Deus acontece pelo olhar. Como o artista que, embebido no labor da sua obra, nem se lembra de comer, nem de descansar, também Jesus deixa que a multidão desorientada entre pelo seu olhar e faça acontecer o milagre da sua compaixão. Ele não dará esmolas provisórias, mas o palpite para encontrar a verdadeira riqueza; ele não fará curas temporárias, mas dará o bálsamo que supera todo o sofrimento. Só então o Deus que “ama a obra das suas mãos” poderá repousar, quando a sua obra alcançar aquela plenitude de beleza. Os discípulos aprenderão com Jesus que o seu cansaço nunca será tão grave como as tribulações de uma multidão sem pastor. Ainda hoje, os discípulos de Jesus são os que dão de graça o que de graça receberam: o tesouro do Evangelho!