Nei Silveira de Almeida - Respeitem a Minha Pátria

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E, de Brasil Colônia a Brasil República, muitas coisa por aqui ocorreram. Os portugueses contribuíram com um dos maiores desafios sociais que nossa Pátria enfrentou. A importação e escravização dos negros, oriundos da África, e mesmo que em 13 de maio de 1888, os houvesse libertados através da Lei Áurea, assinada pela Princesa Izabel, fizeram a maior lambança, pois simplesmente aboliram a escravatura deixando o negro da mesma forma, pobre e escravo do homem branco, não foi o que deveria ter sido feito realmente. O presumivelmente correto seria colocar os negros em navios e devolvê-los ao lugar de onde foram violentamente tirados. Contudo, muito tempo havia se passado e não só haviam perdido a propriedade, como havia aqueles que tinham aqui nascido. Portanto, o verdadeiramente correto teria sido, ao abolir a escravatura, os governantes da época indenizarem os negros pelas perdas que lhe foram impostas, dando-lhes terras e recursos para o plantio, suporte técnico agrícola., bem como capacitá-los ao escoamento da produção Desta forma o negro teria alcançado um lugar na sociedade e no plano econômico, sem se humilhar como foi humilhado, sem ser discriminado e sem viver na pobreza como viveu até aqui. Em contrapartida neste período Brasil Colônia, os portugueses apropriaram-se abundantemente de nosso ouro, de nossa madeira e de inúmeras de nossas riquezas minerais. Mesmo que tenhamos conquistado a independência do jugo de Portugal, em 1822, deixamos realmente de ser colônia com a Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889. E, da 1ª República, à Era Vargas e à 2ª República, os politiqueiros inescrupulosos foram se instalando e consagrando o nepotismo, a corrupção, a mentira e a injustiça. Isso alastrou-se de tal forma, que ainda no período da chamada 1ª República, Ruy Barbosa celebrizou a frase: “De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto.” Quem foi Ruy Barbosa? Um dos poucos homens corretos e dignos que fizeram parte de nossa história política, sobre o qual discorremos em seguida Ruy Barbosa de Oliveira, nascido em Salvador, 5 de novembro de 1849, e falecido em Petrópolis, 1 de março de 1923, foi jurista, político, diplomata. Escritor, filólogo, tradutor e orador brasileiro. Um dos intelectuais mais brilhantes do seu tempo, foi um dos organizadores da República e coautor da constituição da Primeira República juntamente com Prudente de Morais. Ruy Barbosa atuou na defesa do federalismo, do abolicionismo e na promoção dos direitos e garantias individuais. Primeiro Ministro da Fazenda do novo regime, sua breve e discutida gestão foi marcada pela crise do encilhamento sob a proposição de reformas modernizadoras da economia. Destacou-se, também, como jornalista e advogado. Foi deputado, senador, ministro. Em duas ocasiões, foi candidato à Presidência da República. Empreendeu a Campanha Civilista contra o candidato militar Hermes da Fonseca. Notável orador e estudioso da língua portuguesa, foi membro fundador da Academia Brasileira de Letras, sendo presidente daquela casa entre 1908 e 1919. Como delegado do Brasil na II Conferência da Paz, em Haia (1907), notabilizou-se pela defesa do princípio da igualdade dos Estados. Sua atuação nessa conferência rendeu-lhe o apelido de "O Águia de Haia". Teve papel decisivo na entrada do Brasil na Primeira Guerra Mundial. Já no final de sua vida, foi indicado para ser juiz da Corte

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