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Paróquia de Nossa Senhora da Conceição do Seixal http://paroquiados eixal.blogsp ot.pt/

Ano2

nº 5

Páscoa 2 0 1 2

“ Porque buscais entre o mortos Aquele que está vivo? Não está aqui: ressuscitou.” (Lc. 24, 5)

« “Nós vos anunciamos a Boa-Nova de que a promessa feita a nossos pais, a cumpriu Deus por nós, seus filhos, ao ressuscitar Jesus” (Act 13, 32-33). A ressurreição de Jesus é a verdade culminante da nossa fé em Cristo, acreditada e vivida como verdade central pela primeira comunidade cristã, transmitida como fundamental pela Tradição, estabelecida pelos documentos do Novo Testamento, pregada como parte essencial do mistério pascal, ao mesmo tempo que a cruz: Cristo ressuscitou dos mortos./ Por sua morte venceu a morte,/ e aos mortos deu a vida. (Liturgia bizantina, Tropário Pascal)» (Cf. CIC, can.638) «Existe um duplo aspeto no mistério pascal: pela sua morte, Cristo liberta-nos do pecado; pela sua Ressurreição, abre-nos o acesso a uma nova vida. Esta é, antes de mais, a justificação, que nos repõe na graça de Deus, “para que, assim como Cristo ressuscitou dos mortos (…), também nós vivamos uma vida nova” (Rm 6, 4). Esta consiste na vitória sobre a morte do pecado e na nova participação na graça. Ela realiza a adoção filial, porque os homens tornam-se irmãos de Cristo, como o próprio Jesus chama aos discípulos depois da Ressurreição: “ Ide anunciar aos meus irmãos” (Mt 28, 10; Jo 20,17). Irmãos não por natureza, mas por dom da graça, porque esta filiação adotiva proporciona uma adoção real na vida do Filho, plenamente revelada na sua Ressureição.» (Cf. CIC, can.654) Jesus está vivo no meio de nós. Este é o grande Mistério da nossa fé, que todos os dias devemos atualizar, não só na Eucaristia ao escutarmos a Sua Palavra e ao tornarmos presente a Última Ceia, mas também nos gestos de caridade que temos para com os nossos irmãos. A todos os pobres e os que sofrem temos a obrigação de ajudar já que em cada um deles devemos ver o Cristo ressuscitado. Como escreveu o Santo Padre na sua Mensagem de Quaresma há que prestar atenção ao outro, pondo em prática o dom da reciprocidade com a certeza de que este gesto levará também à santificação pessoal. Que Nosso Senhor nos faça compreender a grandeza da Sua Ressurreição e nos ajude, com a Sua graça, a viver praticando boas obras, não só neste tempo pascal mas durante toda a nossa vida Francisco Sá


O Verbo de Deus Nos ensaios de sexta-feira no Coro Juvenil, desafiamos muitas vezes os presentes a refletir nas palavras cantadas. Encorajamos também todos a participar da forma que achem melhor servir o objetivo de proclamar a Palavra de Jesus. Assim, além do canto, tocam-se guitarras, flautas, percussões e até o som de um cavaquinho nos ajuda a sentir a presença do Espírito. No entanto por vezes acontece que é necessário interromper o cântico porque, no calor da interpretação e concentrados na execução, sente-se que deixámos de pensar nas suas palavras. Então cantamos de novo sem os instrumentos e parece que as palavras voltam a adquirir sentido. Existe no entanto um cântico em que nunca foi necessário recomeçar, porque nos sentimos tocados desde o início: “O Verbo de Deus acampou entre nós”. E porquê? Talvez porque de uma forma muito simples nos ensina que neste mundo, em que por vezes ao fim de uma semana de trabalho nos sentimos cansados e nos parece tão complicado viver, a melhor maneira de reencontrar Deus é, olhar de novo à nossa volta como se fosse a primeira vez. Aqui fica o convite para te deixares tocar pelas palavras simples deste cântico. Uma palavra final para neste tempo de caminhada para a Páscoa, nos lembrarmos que enquanto passamos a vida a queixar-nos das dificuldades, Jesus opta pelo caminho mais difícil, dando a sua vida por nós.

Queres saber de que cor são os sonhos de Deus? Volta a olhar o mundo pela primeira vez. Pois o Verbo de Deus acampou entre nós Queres saber o lugar da morada de Deus? Volta a olhar o Homem pela primeira vez.

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Pois o Verbo de Deus acampou entre nós Queres saber o segredo do coração de Deus? Volta a olhar o amor pela primeira vez. Zé Mendes


Por muito tempo estive afastada da Igreja, de Nosso Senhor Jesus Cristo; sabia que Ele existia e sentia que não precisava fazer muito para ter a Sua ajuda quando fosse preciso… a vida começou a ficar complicada! O Augusto só ia à Igreja em ocasiões sociais ou nas raras vezes que lhe pedia para ir à missa comigo. Sentia um grande vazio na minha vida e na vida conjugal abria-se um “grande buraco”. Precisava de ajuda, sentia que tinha que aproximar-me de Deus e levar o Augusto comigo, precisava aumentar a minha fé. Numas férias passadas com a minha irmã que sempre foi frequentadora assídua da Igreja e que parecia sentir-se tão bem, com a vida preenchida por Deus e a família, fui “contagiada” pela sua fé! Ao voltarmos das férias percebemos que nossas filhas precisavam de ir para a catequese e eis que no primeiro dia fomos “pescados” para a Catequese dos Pais. Era o início da minha volta para a casa de Deus Pai e o início da vida religiosa do Augusto. O “buraco” da nossa vida começava a ser preenchido… Meses depois fomos convidados pelo Padre Marco a participar numa Equipa de Nossa Senhora e para isso, apesar do caminho que estávamos a percorrer, precisávamos ter o verdadeiro casamento: o Sacramento do Matrimónio. Fomos aconselhados pelo Padre Marco para que o contraíssemos e percebemos que esse Sacramento fazia muita falta na nossa vida. E assim aconteceu no dia 25 de Junho de 2011, foi uma cerimónia maravilhosa! E como prenda de casamento o Padre Marco ofereceu-nos a participação na Equipa de Nossa Senhora Seixal 4… não poderia haver prenda melhor! Desde então essa “prenda” vem enriquecendo a nossa vida todos os dias. Temos 12 novos amigos e um conselheiro espiritual fantástico, com quem podemos partilhar a nossa vida, nossas experiências e acima de tudo, aprender a viver a nossa vida conjugal como Deus Nosso Senhor quer: no amor, na caridade, na paciência e compreensão e em todos os sentimentos tão bons que Ele quer de nós; que saibamos nos ouvir, a conversar, a partilhar, a nos amarmos incondicionalmente… e que não é válido só um falar e decidir, somos um casal e temos que partilhar a nossa vida… A ENS traz-nos aprendizagem, mostra-nos caminhos a percorrer e formas para faze-lo que os torna mais gratificante e construtivo e, principalmente, porque os percorremos com Cristo e a Virgem Maria. “Um casal é união profunda de duas pessoas que perceberam a sua vocação na construção de uma nova unidade, na procura da felicidade duma vida a dois”.. (ENS caderno 8) Aquele “buraco” da nossa vida conjugal está cada vez mais cheio. Com a ENS, com a Formação para Casais e outras vivências que temos tido, aprendemos também a importância da oração pessoal, conjugal e familiar que nos faz crescer espiritualmente, a aumentar a nossa fé e o nosso amor por Cristo e a Santíssima Virgem e a não deixar que esse “buraco” se aprofunde, mas sim, que desapareça. Casal Mara e Augusto ENS Seixal4

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Artigo de Reflexão e Partilha meditando na mensagem do Santo Padre Bento VI para a Quaresma e a Alegria da vivência da Páscoa

Este é o «tempo propício à renovação», durante 40 dias, marcados pela oração e a partilha, o jejum e o silêncio, vivemos fortemente o apelo do Santo Padre a refletirmos sobre o cerne da vida cristã – o amor, a sermos mais de Jesus na entrega da nossa vida, do nosso tempo e dos dons recebidos ao serviço do nosso próximo, com a ajuda da Palavra de Deus e dos Sacramentos. Ao meditar na proposta do Santo Padre, da leitura da Carta aos Hebreus, por vezes perguntamos: “E quem é o nosso próximo?”, É aquele que há de vir?“, “É aquele que o Senhor há de enviar?”. Não. É aquele que já está ao nosso lado e que por vezes nem reparamos, frequentemente somos tentados a ficar fechados em nós, nos nossos interesses e preocupações, contudo, o desafio que nos foi colocado foi encontrar na graça de Deus a força e o desejo de «Prestarmos atenção uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras» (Hb 10, 24). Enche-nos de alegria, chegar à Páscoa de Jesus Vivo e Ressuscitado, à certeza da vitória da vida sobre a morte, do bem sobre o mal e nos sentirmos mais responsáveis pela salvação do nosso próximo. Na realidade da pobreza material, como cristãos somos chamados a partilhar, dentro do que Deus concede a cada um, assim como numa atitude de verdadeira «correção fraterna tendo em vista a salvação eterna», ajudar o nosso próximo na pobreza moral, que tanto afeta hoje em dia a nossa sociedade. Contudo, não podemos esquecer que “o fato de «prestar atenção» ao irmão inclui, igualmente, a solicitude pelo seu bem espiritual”, como nos lembra o Santo Padre. A pobreza espiritual, que se trava atualmente, num combate perante tendências enganadoras que afastam as pessoas de Deus, na vivência de um relativismo e aceitação de tudo o que é oferecido com aparente ausência de sofrimento, faz-nos por vezes afastar daquilo que Deus nos veio ensinar – que não é pela ausência do sofrimento que alcançamos a felicidade, mas sim pela certeza que apesar da dor vivida na Cruz sempre chega a alegria da Ressureição.

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Sentimos e vivenciamos uma necessidade urgente de respostas e desafios concretos que proporcionem verdadeiro encontro com Jesus, verdadeira experiência de um Deus vivo e atuante nas nossas vidas, pois aí encontramos a concretização da nossa felicidade – em


Jesus, numa liberdade que nos pertence mas que é usada com opções morais cristãs que geram a «paz e edificação mútua» (Rm14, 19). Este é o tempo de fazer essa experiência, a alegria da Paz que os discípulos sentiram ao saber que o Mestre os saudava e continuava com eles, que vencera a morte e fizera cumprir tudo quanto havia prometido. Este é um tempo favorável a perceber os sinais de Deus, atuantes na nossa vida, a tomarmos consciência do despojamento necessário, de nós mesmos e da nossa aparente capacidade para superar os coisas, percebendo que as nossas forças são fracas perante os desígnios do Senhor, que por mais que lutemos e procuremos resolver, tudo se resume a entregar-Lhe, a Ele que é o Senhor que tudo conhece e que não nos concede as dificuldades para que fiquemos caídos, mas pelo contrário, para possamos aprender a levantar. Este é o tempo favorável a perceber o quanto Deus se torna Providente através do meu próximo, porque a providência de Deus também tem rosto, e esse é o grande ensinamento que retiramos desta quaresma, não por aquilo que demos, mas por aquilo como o bom samaritano, através da ajuda concreta nos momentos de maior provação. Agora resta a alegria de nos sabermos mais amados, mais de Jesus, mais participantes da Sua Páscoa. Apesar da nossa fragilidade, do nosso pecado, de todas as adversidades e dificuldades da vida, sentimos que ficamos mais bem-aventurados, pois o que Deus vai deixando na nossa história, reflete-se não apenas naquilo que faz por nós, mas principalmente do que faz em nós, quando nos tornamos coparticipantes com Ele na salvação e santificação do nosso próximo e na alegria de reconhecermos os prodígios da graça de Deus nas suas vidas. Nesta Páscoa, enquanto casal, sentimos em nós renovado o compromisso de vivermos alicerçados em Jesus e o Seu apelo à conversão à ajuda mútua e à contribuição para a santificação um do outro, porque o nosso conjugue é também o nosso próximo. Que Nossa Senhora, Mãe da Igreja e nossa Mãe, nos ajude a realizar, neste tempo de vida que nos é concedido, as boas obras no amor de Deus ajudando mais aqueles que vivem aos nosso lado a serem de Jesus e a descobrirem este apelo universal à santidade.

Mário e Joana (ENS, Seixal3)

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ALGUMAS ATIVIDADES DA NOSSA CATEQUESE NESTE SEGU NDO TRIMESTRE No passado dia 15 de Janeiro, tivemos uma catequese com o Pde. Rocha dos Salesianos, onde nos foram transmitidas as ideias chave para uma educação preventiva: Religião, Razão e Amor. Por vários motivos os pais acabam não conseguir ter tempo para cumprir com todas as suas tarefas, deixando por vezes, a sua principal missão para trás: a de EDUCAR. Educar é nos dias de hoje uma das tarefas mais complicadas da nossa sociedade. Ao presenciar esta catequese e ao ouvir o que D. João Bosco nos pede e aconselha, dá-me cada vez mais certeza absoluta do excelente trabalho que os nossos pais fizeram, pois sem essa educação presente de Amor paterno/materno, sem a sua Razão de nos fazer aproximar de Jesus não teríamos a Religião, que nos alimenta, ilumina e nos faz hoje acompanhar os nossos filhos e filhas na catequese e na vida em comunidade, no intuito de os tornar melhores, procurando qual o sentido da vida e qual o plano de Deus para cada um deles. Luís Cid ( pai da Inês – 2º volumo) O encontro com o Sr. Padre Rocha Monteiro foi uma experiência enriquecedora, onde ficamos a saber um bocado mais da vida e obra de S. João Bosco que desde bem cedo e apesar de todas as dificuldades da época, teve uma grande força de vontade em aprender a palavra de Deus e depois espalhá-la pelos mais desavindos. Foi um excelente momento de reflexão sobre o papel que desempenhamos na divulgação da palavra de Deus junto dos nossos filhos, principalmente nos dias que correm, em que os bons valores são cada vez mais esquecidos. Sérgio Ruano (Pai da Bruna – 1º Volume) RESUMO DA CONFERÊNCIA AOS PAIS DO 1º E 2º VOLUMES DA CATEQUESE DO DIA 15/01/2012

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O Sr. P. Rocha falou sobre o método preventivo de S, João Bosco baseado em três princípios: Razão, Religião e Amor. A Razão é a capacidade de compreender o mundo e a nós mesmo. Fomenta o diálogo entre o educador e o educando. A Religião estimula a descoberta do sentido da vida e a abertura para o transcendente (conhecimento de Deus). Ajuda a descobrir a existência de Deus na vida de cada um de nós, a discernir os valores da razão e a agir com amor. O Amor cuida dos afetos, das relações interpessoais. Simplifica o diálogo e os gestos de amizade.

Educar é interagir com base nestes três princípios. Devemos criar um ambiente de educação integral, humana e cristã. Se nos vossos lares houver estes 3 princípios, os vossos filhos não irão percorrer os maus caminhos (droga e outros vícios). Aos pais compete amarem os seus filhos, eles são vossos e serão sempre vossos. Procurai nesse amor a habilidade de educar. Do Amor brota o diálogo com base na Razão, que consiste em fazer propostas sérias e fundamentadas para que os vossos filhos possam tomar decisões. D. Bosco disse “só a Religião é capaz de começar e completar a grande obra de uma verdadeira educação” sendo assim, rezai, entregai a Deus os vossos filhos. Os pais devem ser um sinal e porta do amor de Deus aos filhos. Pedir, todos os dias, a bênção de Deus para os filhos é obrigação dos pais. Por exemplo quando estão doentes, a primeira atitude deve ser de colocar a vossa mão sobre a cabeça do vosso filho e rezar a Deus, pedindo a sua misericórdia, e só depois a que deveis levá-lo ao médico. Experimentai e vereis que tudo se torna mais simples. Escrito pela catequista –Filomena Almeida O TERCEIRO VOLUME E UMA EXPERIENCIA DE CARIDADE No dia 15 de Janeiro de 2012, embora tenha sido depois do Natal, foi ainda no âmbito da nossa caminhada de advento que as crianças do 3º volume de catequese fizeram uma visita a casa das Irmãs Missionárias da Caridade, ou seja a casa das Irmãs da Beata Madre Teresa de Calcutá. Esta visita foi efetuada, somente por vontade de Nosso Senhor, pois nos fez sentir a necessidade de dar a conhecer a este grupo uma realidade completamente diferente da sua. Uma realidade em que se vive para o mais pobre dos mais pobres. Uma realidade em que se vive tão somente da providência divina. Uma realidade em que há muitas crianças diferentes daquilo a que chamamos normais. Mas uma realidade onde se pratica e vive o amor, esse amor que só pode vir de Jesus e que em nome de Jesus e também por amor a Jesus a Beata Madre Teresa viveu, transmitiu, ensinou e ainda hoje nos anima a viver. Esse amor que nos dá vontade de ser a gota de água para responder à frase “ TENHO SEDE” Foi uma manhã abençoada onde quase todo o grupo esteve presente e com a enorme alegria de ver os pais destas crianças a participar e a viver as mesmas emoções em conjunto com os filhos. Começámos por assistir à missa na paróquia, depois reunimos no adro da igreja onde fizemos uma oração antes de partir. E lá fomos. Fomos acolhidos com muita alegria, aliás como é hábito naquela casa. Visitámos o edifício, vimos as crianças, a irmã superiora deu a conhecer


como é e como surgiu a obra da Madre Teresa e entregámos todos os bens que as crianças levaram para oferecer. Terminámos a visita com a oração da dezena do terço para agradecer a Jesus a oportunidade de tal experiência, rezámos pelas irmãs e também para que surjam vocações portuguesas para a congregação. As crianças perceberam que todos e qualquer um de nós é amado por Deus sem discriminação independentemente da sua condição física. Perceberam que cada um de nós é especial e único para Deus. E a semente foi lançada. No final alguns pais disponibilizaram-se para ajudarem a “obra “. Viemos mais ricos pois recebemos muito mais do que ofertámos. E mais uma vez fomos surpreendidos por Jesus quando no final nos encheu de alegria, de paz interior e fez com que o nosso coração se voltasse para Deus e rezasse: Bendito sejas Pai do Céu pela tua bondade, pelo teu amor, por tudo o que fazes por mim… (Os catequistas do 3º vol. Fernanda, Luís e Victor)

Com alguns santos caminhamos na nossa Quaresma, para com o seu exemplo, melhor subirmos na escadaria da nossa vida, para a santidade

“Da Melhor Vontade” É a divisa dos Lobitos, mas é a mensagem que devemos guardar no coração se pensarmos no sofrimento de Jesus – desde a sua travessia no deserto até à morte na Cruz. Quarenta dias de tentações, privações, humilhações e provas duras que Ele superou – sempre- Da Melhor Vontade, por Amor a nós (seu povo), mas por Amor maior a Deus Pai. O que seriam estes 40 dias nos dias de hoje? Em que as tentações estão ao virar de cada esquina, as humilhações são o prato de cada dia nos ambientes em que nos cruzamos e todas as provas duras são uma injustiça à nossa pessoa!? Provavelmente seria um infinito de 40 dias, uma travessia no deserto que não teria fim e nos levaria a sucumbir à primeira adversidade. Mas, se tal como Jesus, aceitarmos esta travessia “Da Melhor Vontade” vamos viver esta Quaresma com sacrifício (porque nada na vida é fácil), renunciando a tudo quanto é supérfluo, mas sobretudo aproveitando este tempo para olharmos para nós mesmos e esforçarmo-nos por emendar aquilo que não está tão bem. Que esta Quaresma seja vivida como tempo maior de oração, de conversão e de escuta da Palavra de Deus para conseguirmos vencer os obstáculos do dia-a-dia tal como Jesus, e sermos merecedores do seu Amor infinito. Que cada um de nós renasça um Homem Novo. “Da Melhor Vontade” Chefe Elsa Rosa

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A Cruz de Cristo e as cruzes do nosso dia-a-dia O sofrimento é algo que nos acompanha dia após dia ao longo da nossa vida. Não há forma de o evitar. Ele é parte da nossa condição humana. Sofremos fisicamente, moralmente, na doença, na solidão, na deceção, no desgosto, na perda, na frustração,… “Porque criou Deus o sofrimento?” – Preguntarão os menos crentes. “É a tua Cruz! Jesus sofreu muito mais por ti!” - Dizem as pessoas crentes sem que isso nos acalme verdadeiramente o sofrimento. Sim, é verdade! Jesus sofreu muito mais do que nós! MESMO muito mais! Mas, Ele não nos pede que igualemos o Seu sofrimento sem qualquer sentido. Se o fizesse, teríamos um Deus sádico. Ele é Pai! E que Pai gosta de ver um filho sofrer? O problema é que, além de Pai, Ele também é Filho e não deixou de sofrer com isso… Mas Ele não sofreu tudo isto por acaso… e se calhar o segredo está aí: no sentido que damos à ‘Cruz’! Jesus não carregou aquela Cruz, nem morreu nela, porque quis. “Pai, se é possível afasta de Mim este cálice.” (Lc 22, 42a) Jesus carregou aquela Cruz porque achou nela um sentido maior: dar a vida pelo Mundo. Jesus carregou aquela Cruz porque sabia que ao 3º dia Ressuscitaria de forma a permanecer no coração de cada ser humano disposto a recebê-Lo. Há que encontrar também um sentido nas cruzes do nosso dia. Não serve desesperar ou resignarmo-nos enquanto as carregamos. Deus quer que a nossa cruz sirva para nos amadurecer, ganhar sabedoria e virtudes, e, mais importante, aprender a Amar mais e duma nova forma tudo o que nos é dado na vida. É quando ela está mais pesada que aprendemos a valorizar mais tudo o que de bom existe no nosso mundo. É quando caímos com ela que aprendemos a não tropeçar de novo, ou a não tropeçar da mesma forma. É quando já não a suportamos mais que encontramos os Cireneus (verdadeiros amigos) da nossa vida que nos ajudam a transportá-la. É quando somos despregados dela que renascemos para uma vida nova, de maior felicidade, caridade e Amor. Uma vida de maior maturidade interior, de purificação, de redenção. Este é o verdadeiro sentido da nossa Cruz.

Jesus, eu não quero carregar a mesma cruz que Tu. Afasta de mim esse cálice. Mas se for essa a Tua vontade, não deixes que o faça sem sentido. Ajuda-me a entender o sentido da Cruz que me dás. Faz com que a Cruz me torne sempre mais Teu. e a Cruz me converta à Santidade. Ricardo Mendes


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