VERBUM 1

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Paróquia de Nossa Senhora da Conceição do Seixal

Ano1

nº 1

Natal 2010

Natal! Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, mistério de amor e de salvação, mistério do céu que se rasga e desce o Salvador, mistério de encontro do homem com Deus. Vem, ó Rei mensageiro de paz, traz ao mundo o sorriso de Deus! Nenhum homem jamais viu o Seu Rosto, só Tu podes revelar-nos o Mistério. Diante do Menino Jesus no Presépio a primeira atitude é a do silêncio, do acolhimento, da contemplação, na novidade do dom do Verbo Incarnado. Tudo foi feito por meio d`Ele e de tudo o que existe, nada foi feito sem Ele (Jo.1,3). A outra atitude diante de Jesus que nasce é a alegria: Alegrai-vos sempre no Senhor! Repito: alegraivos. A primeira flor do silêncio é a alegria. Cantai hinos de glória com o coro dos Anjos, Glória a Deus nas alturas e paz na terra pois nasceu o Príncipe da Paz. Cantemos o poder transformador da Presença de Jesus, Deus salva. O sorriso de Deus manifestado em Jesus é a primazia da misericórdia face à nossa debilidade. Em Jesus, Deus visita o Seu povo, mas é preciso no silêncio e na alegria do encontro, a coragem de o receber em nosso coração. Só dizendo Vem! A paz entra em nós, e a alegria, o sorriso de Deus, através de nós ilumina, comunica-se à nossa volta, em cada coração. A luz brilha nas trevas. À pergunta: «O que quer Jesus de nós?» colocada ao Santo Padre Bento XVI no livro «A Luz do Mundo» podemos encontrar a seguinte resposta: “Quer que acreditemos n´Ele. Que nos deixemos guiar por Ele. Assim, tornamo-nos mais parecidos com Ele e mais verdadeiros.» Foi numa Noite de Natal que nasceu a comunidade paroquial do Seixal, há quase trezentos anos, a primeira Missa aqui celebrada foi na Noite de Natal. Belém significa «casa do pão». É em cada Eucaristia que cada um de nós se alimenta do Pão Vivo descido dos céus e que nos sabemos pedaços deste Pão, do Corpo de Cristo. Também hoje a Eucaristia continua a ser encontro com Deus, connosco e com os outros. Porque Jesus nasceu, porque Jesus veio até nós, pode ficar no meio de nós, vencendo o pecado e a morte, permanece Vivo, Ressuscitado, presente no pão e no vinho que se tornam o Corpo e Sangue do nosso Salvador. Vem depressa, não tardes, ajoelha-te, faz silêncio, cheio de espanto, Ele veio ao mundo por ti, deixa que a Sua alegria te invada e tome conta de ti de tal forma que Ele nascendo no teu coração possa reinar, dizendo o quanto te ama e através de ti possa dizer a cada pessoa com quem te encontras o quanto a ama. Vem e sê minha luz quero dizer a Jesus este Natal, Vem e sê minha luz diz-te Jesus este Natal. Padre Marco Luís

Um Santo e Feliz Natal são os votos do Grupo de Jovens Caminho de Vida


INÍCIO DO GRUPO DE JOVENS “CAMINHO DE VIDA” A continuação do Caminho de Vida pessoal. O início de amizades que nos ajudam a Caminha até à verdadeira Amizade com o Senhor. Há muitos jovens que querem aderir mais fortemente a Jesus Cristo, sem deixarem de lado tudo o que a juventude tem para oferecer. A adolescência é talvez o período mais desafiante e complexo que o ser humano experiencia. É nesta fase que se definem objectivos de vida concretos. Estamos, portanto, na emergência de um ser adulto. Por isso, é tão importante pegar nos jovens e conduzi-los a Cristo. O pe. Marco sentiu esta importância de não deixar “fugir” da Igreja os jovens que iam terminar a catequese, e falou com a Cristina e o Pedro Silva para iniciar este desafio de formar e dirigir um grupo de jovens na paróquia do Seixal. Depois do seu sim, surgiu-me o convite de os ajudar nesta tarefa. Como era óbvio, eu não podia rejeitar esta proposta. Pensei para comigo “todos nós precisamos de ajuda a caminhar para Cristo e eu não fujo à regra”. Como tal, esta era a oportunidade perfeita de criar amizades que me ajudassem a caminhar, dentro de uma paróquia à qual tinha chegado há pouco tempo. O dia 8 de Outubro ficou marcado como a data da nossa primeira reunião. Ainda me lembro daqueles que entraram pela porta pensando que aquele encontro seria apenas um momento de preparação para o Crisma. Não deixava de o ser, mas ia muito para além disso. O desafio foi feito. “Jovens, este grupo, para além de estarem aqui para se prepararem para o Crisma, tem o objectivo de continuar a reunir-se, a caminhar e a fazer encontro com o Senhor depois da vossa confirmação”. Depois de alguma perplexidade, o sorriso abriu-se nas suas caras e todos aceitaram este chamamento de Deus. Começámos logo com 2 objectivos principais a longoprazo: ir às Jornadas Mundiais da Juventude e organizar um Campo de Férias para crianças carenciadas. Muitas outras actividades surgiriam de forma a arranjarmos fundo para estas finalidades.

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Para iniciar o grupo faltava no entanto algo que nos identificasse. Um nome, um hino e um símbolo. Algumas semanas passadas e as coisas foram construídas. O nome Caminho de Vida veio representar aquilo que nós todos temos feito individualmente e que agora faríamos em conjunto. Um Caminho de Vida, sempre acompanhado daquele que é mais importante: Jesus Cristo. Foi com base nisto que criámos o nosso hino e o nosso símbolo.

Já estávamos identificados. Faltava a apresentação dessa identificação à paróquia e a consagração àquela que é nossa mãe: Nossa Senhora da Conceição. Foi dia 7 de Novembro que tal aconteceu. O grupo foi apresentado à paróquia, cantámos o nosso hino e rezámos a consagração a Nossa Senhora aos pés da nossa padroeira. Foi assim que se iniciou este Caminho de Vida em conjunto. Agora, passados alguns meses, aqueles que se preparavam para o Crisma já o fizeram. Continuamos, assim, a trabalhar para os nossos principais fins, maduros na fé, e prontos para continuar a caminhar. Agradeço a todos o facto de me ajudarem a mim também a crescer na fé com a sua amizade, a sua alegria e a sua criatividade. Estamos unidos, continuamos unidos em Cristo!

Ricardo Mendes

AJUDA FRATERNA Grupo com carácter sócio - caritativo surgiu na nossa Paróquia à cerca de 30 anos. Podemos definir a vocação do grupo de várias maneiras... «Amai-vos uns aos outros como irmãos» Irmãos em Cristo, partilhamos alegrias e tristezas, sucessos e desaires. Somos onze mas contamos com a ajuda de todos. Estamos aos sábados no Centro Paroquial entre as 15.30/17.30h. Apoiamos 53 famílias. Famílias onde o desemprego, a doença, a idade e muitas vezes a solidão trazem dificuldades, problemas que tantas vezes não têm solução à vista. Ouvimos, procuramos ajudar a encontrar rumos. Damos o que temos, mas sobretudo estamos disponíveis para acolher, para ouvir e para fazer sentir que todos os caminhos têm dificuldades, mas se forem caminhos de Deus acabamos por encontrar força para continuar em frente. Damos alimentos que nos chegam dos excedentes da CEE distribuídos pela Segurança Social e muitos mais que são partilhados por todos no ofertório do 3º Domingo do mês. Damos roupa que agradecemos nos façam chegar já escolhida tratada e bem acondicionada. Damos apoio na procura de soluções de habitação. Damos ajuda muitas vezes interagindo com outras instituições. Inspiramo-nos na vida da Madre Teresa de Calcutá, contamos com a sua ajuda e protecção. Um dia um Padre a quem manifestava a minha insatisfação, disse-me uma frase que nunca mais deixou de estar presente, partilho-a com todos porque acredito que se nos unirmos em oração Deus estará connosco. Todos sabemos que não podemos mudar o Mundo, mas temos obrigação de tentar mudar o nosso metro quadrado. Ana Isabel


SANTA BEATRIZ DA SILVA Muitos de nós sabíamos que existe Santa Beatriz da Silva, mas não conhecíamos a sua vida. Desde há uns meses, ouvimos falar desta Santa e sentimos curiosidade em ler e conhecer a sua vida e de certo modo como subiu os degraus da santidade. A nossa aproximação com a Santa Beatriz foi evoluindo e hoje já a temos entre nós, na nossa Igreja, no altar de Nossa Senhora da Conceição. Não existe melhor lugar para colocar a relíquia senão junto da Imaculada Conceição. Tal como a fé não se consegue explicar, vive-se, também há certas emoções que não se explicam, vivem-se. Em Toledo, no convento das concepcionistas ao recebermos a relíquia (osso) de Santa Beatriz foi uma mistura de emoções naquele ambiente que respira espiritualidade, alegria, veneração e paz interior nunca vividas por mim, pela forma tão simples, tão rica de significado e tão cheia de compromisso como as irmãs nos confiaram esse tesouro que era pertença da sua fundadora. Tesouro, porque estava a receber santidade. Santidade alcançada no silêncio e solidão, na oração e penitência, no desapego completo de si própria numa entrega total a Deus pelas mãos de sua Mãe a Imaculada Conceição. A Eucaristia foi celebrada e vivida como a selar o compromisso da veneração de Santa Beatriz, pela nossa paróquia, e como um hino de acção de graças pela GRAÇA acabada de receber. A alegria e a acção de graças continuaram a palpitar nos nossos corações durante a viagem pela certeza de que a Santidade viajava connosco e tão próximo de nós, e que iria continuar ao nosso lado, junto d’ Aquela a quem ela tanto amou e por quem teve tanta devoção. Durante o tempo em que a relíquia esteve resguardada fomos cúmplices ao sermos guardiões de um pouco do céu que estava a habitar na nossa Igreja. Durante este tempo alguém se sentiu muito pequenino, mais pequenino que uma partícula de pó, perante tanta bondade de Deus para connosco, e perante o enorme amor e devoção de uma mulher à Santíssima Mãe do Céu. A partir do dia 6 de Dezembro, dia da celebração solene da entronização das relíquias, continuamos a entrar na Igreja com a certeza da presença de Jesus no sacrário, à nossa espera, mas agora também fazemos a experiência da presença de Santa Beatriz para com ela aprendermos a cumprir a nossa missão, seja ela qual for, com desprendimento, alegria, e assim como ela cobriu o seu rosto para não ser causa de intrigas aprendamos também com ela a prosseguir no silêncio e humildade para amarmos a Deus gratuitamente a fundo perdido. “ A vida alimenta-se de uma Mãe: a IMACULADA “ Peçamos a intercessão de Santa Beatriz para amarmos ainda mais a Imaculada Conceição, e aprender com ela a recolhermo-nos confiadamente no seu regaço. Um abraço…

O CORO JUVENIL E A MÚSICA NA LITURGIA Finalmente, graças ao entusiasmo de um grupo de crianças e adolescentes da nossa paróquia, foi formado um grupo coral em que os mais jovens podem exprimir de uma forma mais activa os seus dons musicais, tornando-se instrumento do Espírito Santo no meio da comunidade. Os ensaios, que ocorrem quinzenalmente às quartasfeiras, procuram ser ponto de encontro para todos os que procuram uma participação mais activa na liturgia através da música instrumental e cantada. Por vezes reza-se ou fala-se do texto antes de ensaiar o canto, valorizando a interiorização da Mensagem. Quem participa na eucaristia dominical das 10h da manhã já se apercebeu que a celebração é diferente. Além dos ritos com uma linguagem mais acessível aos mais novos, procura-se um envolvimento interior e exterior mais activo dos adolescentes, jovens e crianças, Por vezes ouve-se uma melodia simples de flauta, clarinete ou guitarra convidando à intimidade com Deus. Alguns dos cânticos promovem o canto acompanhado de gestos. Erguer as mãos num aleluia, abrir as mãos num cântico da apresentação dos dons são gestos muito simples que nos podem ajudar a exprimir a fé de um modo mais perfeito. Espera-se que os horizontes desta acção ultrapassem as paredes da igreja. Se, voltamos para casa e sentirmos necessidade de cantar o novo cântico aprendido, o processo de audição e aprendizagem foi bem sucedido. Por outro lado, se sentida e bem interpretada, a música por ser um grande veiculo de transmissão da mensagem de Cristo é um convite à participação dos nossos colegas, familiares e amigos na vida comunitária. A música pode ajudar-nos a expressar com alegria a nossa fé em Deus. Pode estar sempre presente nos momentos de reunião, de reflexão, de festa e celebração. Se gostas ou conheces alguém que gosta de cantar ou tocar um instrumento de cordas, sopro ou percussão e procuras um caminho de maior intimidade com Cristo, então precisamos de ti. José Mendes

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ENTREVISTA AO SR. D. GILBERTO REIS, BISPO DE SETÚBAL Na sequência da Visita Pastoral o Grupo de Jovens promoveu uma entrevista com o nosso Bispo, agrademos a disponibilidade e a prontidão com que o Sr. D. Gilberto se dispôs a responder Fale-nos um pouco do momento em que se sentiu chamado para a sua vocação? Senti que o chamamento pelos 8/9 anos. Recordo-me de dizer às pessoas, ainda na escola primária, que queria ser padre para ajudar Jesus a salvar as almas. Nesse seguimento pedi e entrei para o Seminário aos 11 anos. Aos 24 anos o meu bispo chamou-me para ser padre e eu aceitei feliz, por dar a minha vida a Jesus para que fizesse de mim um instrumento Seu em ordem à salvação dos homens por quem morreu. Antes desse chamamento como era a sua vida? Era o segundo filho de sete já nascidos, (embora tivessem morrido dois). Vivia na alegria dos meus pais e irmãos, uma vida repartida pelo estudo, pela brincadeira, por pequenos trabalhos duma casa de campo e pela oração: todos dias se rezava o terço em casa.

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Que Seminário frequentou? Que momentos destaca nesse tempo de formação e preparação? O Seminário de Vila Real durante 12 anos e, a seguir, a Universidade Gregoriana, em Roma, durante três anos onde fiz a licenciatura em teologia dogmática e estudei teologia espiritual. Recordo o dia em que entrei para o seminário porque senti saudades enormes da minha família, como acontecia sempre que regressava de férias mas vencia-as porque desejava mesmo ser padre. Deste dia, por isso o refiro, ficaram sobretudo gravadas em mim as palavras de meus pais, que recordo amiúde, se queres ir para o Seminário, vai pois teremos muita alegria. Só te pedimos que sejas bom padre.

Gostei muito do Seminário e posso dizer que, no meio das dificuldades normais, todos os momentos eram bons para mim porque sentia que Deus me estava a preparar. A amizade com os meus condiscípulos, continua viva: com muitos me reúno anualmente. Quanto à estadia em Roma, para mais no decorrer do Concílio Vaticano II, considero-a uma graça muito grande, mesmo muito grande de Deus. O que ressalta do dia da sua ordenação? A gratidão a Deus que me escolheu e ungiu sacerdote para levar a salvação; e a alegria e disponibilidade para O servir onde Ele quisesse, na comunhão do Bispo e dos padres da Diocese de Vila Real. A missão de padre revelou-se ser como a imaginava? Sim, no sentido em entendia que tinha sido feito padre por Deus não para fazer o que me apetecia mas para fazer o que Deus me pedisse, fosse o que fosse, através da Igreja com o Bispo à frente, por entre inevitáveis alegrias e dores. Não, na medida em que fui descobrindo que os tempos mudavam e que o padre não podia ficar mais em casa à espera dos fiéis, mas tinha de sair ao seu encontro, como Jesus fez. Quando foi ordenado Bispo? E que emoções e preocupações lhe ocorreram nos primeiros instantes de ter dito sim a essa Missão? Disse ao sr. Núncio que não tinha qualidades. Ele riu-se, disse o que entendeu e fez-me compreender que quando Deus chama há que dizer sim, porque Ele dá a força para a missão, e que era a minha hora de dizer sim a Deus. Rezei um pouco na capela da Nunciatura e disse sim estimulado por Nossa Senhora. Fui ordenado Bispo a 12 de Fevereiro de 1989 na Igreja Matriz de S.ta Maria Maior de Chaves, onde era pároco e onde continuei mais um mês. Quando surge a sua relação com Setúbal?


No dia em que o Núncio Apostólico me informou de que o Santo Padre me escolhera para Bispo de Setúbal e me pedia uma resposta. Faz treze anos, no princípio do ano. O que sentiu ao saber que vinha a ser bispo de Setúbal? O mesmo que senti quando fui ordenado padre: gratidão a Deus; medo de infidelidade ao Senhor acompanhado de confiança n’ Ele; e desejo de procurar, no serviço pastoral, o que mais agradasse a Deus. Quais são as grandes preocupações para a nossa Diocese? Formar cristãos que vivam o seu dia a dia como discípulos de Cristo e na comunhão da Igreja, de forma feliz, decidida, livre, esclarecida e corajosa para assim testemunharem o Amor de Deus diante de todos, especialmente dos pobres, doentes e atribulados e serem luz e fermento do evangelho no mundo. Formar sacerdotes segundo o Coração de Cristo e preparar bem os leigos que colaboram com pároco nos serviços da catequese, da liturgia, da caridade, da animação da comunidade. Encontrar formas de ajudar os Diocesanos a compreender que Deus nos colocou aqui como pequeno rebanho, para evangelizarmos a todos e para organizarmos as comunidades em dimensão missionária. Ajudar a Diocese inteira a tornar-se o que é: Corpo de Cristo. Corpo onde a comunhão com Deus gera mais comunhão entre todos e onde cada pessoa se descobre como membro vivo da comunidade Ajudar a descobrir a Eucaristia e a Palavra de Deus como alimento indispensável para a vida cristã. Qual a sua rotina diária?

Rezar, estudar, receber pessoas, analisar e despachar pedidos relativos à vida pastoral, visitar pessoas e as paróquias de forma mais formal ou mais simples, presidir a múltiplos conselhos. Também há tempo para descansar! 11- Que imagem tem da paróquia do Seixal e da terra em si? A melhor ideia. Gostei muito de sentir a fé em Jesus e o amor à Igreja da gente do Seixal na visita de há seis anos. De resto procuro ver cada terra e cada pessoa com o olhar de Deus que no acto criador viu que tudo era bom. Em comparação com outras paróquias parece-me que no Seixal há um grupo maior de pessoas aí nascidas e assim criam maior sentido de pertença. Também me pareceu a comunidade algo envelhecida na linha do que acontece em bastantes paróquias da Diocese. Verifiquei ainda que há na paróquia um bom grupo de fiéis com grande amor a Jesus e com grande sentido eclesial. Curiosidades Sobre o Nosso Bispo Data de Nascimento: 27/05/1940 Cor Preferida: o azul que lembra o Céu, certos rios e mares, a Imaculada Conceição. Estação do Ano: Verão Santo com que mais se identifica: gostava de ser como S. Paulo Filme: A Ponte do rio Kwait ou Violino no Telhado Música: Clássica e também a música popular portuguesa Livro: Para lá da Bíblia e da Liturgia das Horas, tenho dificuldade em escolher um porque já li muitos de mil áreas e uns tocarem-me muito por um motivo e outros, por outro.

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O Túnel Nós tínhamos uma teoria: a nossa vida era uma autoestrada rodeada de montes e floresta que, uns cem metros adiante, atravessaria um túnel - o Crisma. Achávamos que quando saíssemos do outro lado, a paisagem continuaria igual, seria a mesma nas duas extremidades. Foi em Setembro a primeira reunião do grupo de jovens. Ali estávamos nós, a olhar pela primeira vez para aquele túnel ainda distante. Não era a primeira vez que ouvíamos falar dele, mas era a primeira vez que o olhávamos de frente. Quando deixamos que o Pedro, a Cristina, e todos os jovens entrassem no nosso carro, se juntassem a nós, não fazíamos ideia da dimensão que isso tomaria. Entrámos curiosos, saímos felizes. Ao longo de Outubro e Novembro, à medida que nos aproximávamos cada vez mais do túnel, se colocava cada vez mais perto a questão – o que vai mudar do lado de lá? O que é que o Crisma mudaria nas nossas vidas? O nosso sentimento era o de que amaríamos a Deus de igual maneira – forte. Mas o Pedro e Cristina ensinaram-nos muito. Através das suas formações, começávamos a tomar percepção do que nos esperaria. Foi então que certos acontecimentos abalaram a nossa viagem, fizeram tremer tudo, num sentido muito positivo. Foram elas o nosso retiro ao Santuário do Cristo Rei, e a noite de oração que tivemos na Igreja do Seixal. Nestes momentos particulares a nossa confiança renovou-se, com aquilo que Deus nos segredava, apaziguando o nosso espírito e orientando-nos para o bom caminho. No dia anterior ao Crisma, falámos entre nós. Estávamos desanimados, pouco entusiasmados, quase cépticos. Dizíamos: o Crisma devia ter sido no dia do retiro, ou assim, porque nessa altura estávamos preparados. E naquele instante… não sentíamos nada. Parecia que ia acontecer porque ia acontecer. Foi nessa noite que criámos a teoria do túnel. E então chegou a manhã do dia. Quando o Senhor Bispo disse que não veríamos o Espírito Santo, que teríamos simplesmente de acreditar que Ele estava ali, desconfiámos. E vimo-Lo, tal como sabíamos que ia acontecer. Presente realmente, levou-nos a um sentido de emoção profunda que nos fez perceber que não estávamos ali a dizer o nosso sim, mas sim a receber o sim de Deus.

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Nessa noite, numa conversa pela internet entre os dois, fizemos o balanço do que tínhamos sentido. “Afinal foi muito mais do que tínhamos imaginado”, disse o Tiago. “Eu ainda estou dentro do túnel”, disse a Marta. “Olha, eu estou parado na saída, e olhar em frente, e posso dizer-te que a paisagem afinal é diferente”. E é-o, realmente. Marta e Tiago

A minha Profissão de Fé A profissão de fé, como o nome indica, é afirmar a nossa fé perante as outras pessoas, é deixarmos a esponja da nossa vida transbordar e anunciar a todas as pessoas o grande Amor de Deus. É dizer a toda a gente que é isto que quero: quero seguir Jesus. Na minha profissão de fé pude contar com a presença do Sr. Bispo, e isso tocou-me muito, naquele dia 8 de Dezembro em que entrei na igreja e iria dizer à comunidade paroquial, que quero amar cada vez mais Jesus, fazia 12 anos em que tinha nascido para a Igreja, pela mesma mão que agora testemunhava o meu compromisso. Com a minha profissão de fé fiquei a conhecer melhor, com o contributo do seminarista José Joaquim, aquela oração (Credo) que dizemos todos os domingos na Eucaristia, que exprime todas as verdades principais da nossa fé, que é em Deus que acreditamos, e que o queremos amar cada vez mais através da sua Igreja. Foi um momento em que senti que cresci muito no amor a Deus Pai, Deus Filho, Deus Espírito Santo e que tenho toda uma Igreja, que me ensina a crescer neste amor. Rita Matias, 8º Volume


Equipa Nossa Senhora Seixal 3 Esta aventura começou não há muito tempo. Talvez fosse Junho ou Julho quando o Padre Marco conversou connosco para nos propor criar um grupo. Aí, não sabíamos de nada: que era um grupo com outros casais jovens, que iríamos reunir mensalmente, que havia um casal piloto, que esse movimento se chamavaEquipas de Nossa Senhora,... Apenas que alguém nos chamava. Seria Jesus? Depois, tivemos o primeiro encontro na casa paroquial, numa noite de Setembro. Encontramos pela primeira vez os nossos companheiros de caminhada, casais mais ou menos da nossa idade, e percebemos que estávamos a ser convidados para formar um grupo de casais, que nos encontraríamos uma vez por mês na casa uns dos outros, partilharíamos a refeição e depois reuniríamos. Estranho!! Como é que vamos receber na nossa casa estas pessoas? São tantos e nem nos conhecemos... Mas Jesus disse que nos deveríamos abrir ao outro. Porque não? E chegou o dia da reunião zero. O casal piloto, a, receberam-nos na sua casa e, desta vez, providenciaram toda a refeição. E começamos verdadeiramente esta aventura. Uma aventura de descoberta do outro, dos outros casais, uma aventura de descoberta do movimento das Equipas de Nossa Senhora, dos seus métodos e propostas, mas sobretudo uma aventura de desenvolvimento espiritual em casal, com o fim último de descobrir Deus. A Ana e o Zé lembraram-me desta frase do Padre Cafarel, fundador do movimento: "As Equipas de Nossa Senhora têm como objectivo essencial ajudar os casais a caminhar para a santidade. Nem mais, nem menos". Todos nós, membros desta equipa, acreditamos profundamente nela. Hoje, já fizemos três reuniões, se descontarmos a reunião zero: a primeira, na casa da Marta e do João, a segunda, na nossa casa, Vanda e João, e a terceira na casa da Ana e do Zé. E, nestas reuniões de pilotagem (com este nome por estarmos a ser conduzidos e ajudados pelo casal piloto, bastante mais experientes no movimento), temos vindo a descobrir o movimento: a refeição partilhada, repasto simples mas sempre delicioso, que nos permite confraternizar, conhecer melhor todos os membros e ganhar verdadeira amizade entre todos; as várias partes da reunião (a oração, a partilha, o pôr em comum e a discussão do tema de estudo), onde partilhamos entre todos, mas sobretudo com Deus, as alegrias e as tristezas, as vitórias e as derrotas, as conquistas e as dificuldades do nosso dia a dia; os pontos concretos de esforço (a oração, a escuta da palavra de Deus, o Dever de Sentar,...), exercícios espirituais que permitem, em casal, caminhar para Deus; e, last but no the least, a ajuda do Padre Marco, conselheiro espiritual da nossa equipa, que contribui, com a sua presença e palavra, para nos ajudar a compreender e a caminhar mais facilmente para Deus. O percurso ainda é pequeno, mas tem sido cheio de alegria, amizade, fé e vontade de descoberta, do outro e de Deus. Não posso terminar sem uma pequena nota mais pessoal: neste curto tempo relatado aqui, desde Setembro, num jogo de futebol combinado entre os membros da equipa para confraternizar, parti a perna. Um acontecimento desagradável, doloroso e que me alterou bastante a vida. No entanto, o que queria realçar aqui foi o modo optimista, esperançoso e calmo com que encarei este evento que alterou, de um modo repentino e inesperado, a minha vida. E acho que o modo com que encarei este acontecimento desagradável teve a ver com o optimismo, esperança, calma e fé transmitidos por este percurso espiritual nas Equipas, curto, mas já tão rico. Muito mais haveria a dizer. Não queria acabar sem agradecer a todos os membros da Equipa, ao casal piloto, e ao Padre Marco, nem sem nomear todos os casais: Marta e João, Ana e Zé, Cátia e Frederico, Joana e Mário, Ana e Rafael, e nós,

Vanda e João. Muito obrigado a todos pelo privilégio de, juntos, fazermos esta caminhada. E sem dizer também que, apesar de escrito por nós, Vanda e João, o foi em nome de toda a equipa, que comparte este testemunho" Vanda e João

Escuteiros Há cerca de 2000 anos três reis magos percorreram um longo caminho para adorar a Deus Menino. Homenagearam-no com ouro incenso e mirra, ofertas preciosas que representavam a importância da missão de Jesus na terra. Hoje, mantendo viva esta memória, também nós trocamos presentes. Presentes tantas vezes simbólicos de um amor maior, oferecidos em nome de uma amizade ou de um amor e não como simples moeda de troca. Quem recebe reconhece na oferta este dom ou apenas vê o valor do objecto? Deixamos-vos um pequeno texto que nos ajudou na nossa caminhada de preparação para o Natal. “Aprecia o que tens As pessoas satisfeitas apreciam aquilo que têm na vida e não se preocupam com o que os outros possuem. Valorizar o que se tem, em vez de se lamentar pelo que não tem ou não se pode ter, leva a uma felicidade maior. Alice tem uma filha de 4 anos. Ela corre para a árvore de Natal e vê presentes maravilhosos. Não há dúvida de que ela recebeu menos presentes do que os seus amigos e é provável que não tenha recebido algumas das coisas que mais queria. Mas, nesse momento, ela não pensa no que não teve e não compara o que tem com aquilo que os outros têm. Em vez disso, fica deslumbrada com os seus tesouros que estão à sua frente. Insistimos muito nesta questão: usufruir o que se tem, não comparar-se com outros e principalmente não exigir de si mais do que é capaz de dar. Quando olhamos as nossas vidas, muitas vezes pensamos naquilo que não temos e naquilo que não conseguimos. Esse sentimento é inevitável e devemos dar-nos conta dele, sem o negar. Mas esta abordagem tira todo o prazer. Serias capaz de te sentar junto da árvore de Natal e chamar a atenção da Alice para as prendas que ela não teve, ou para comparar as prendas dela com as dos outros? Então porque fazes isso contigo mesmo? Reconhece quando esse sentimento te desilude e desapega-te dele. Tenta com todas as tuas forças substituir a imagem das coisas que não tens pela das que possuis, procurando a alegria que te oferecem.” (Sirgy, Cole, Kosenko e Meadow) «A imaginação foi-nos dada para compensar o que não somos, o humor foi-nos dado para nos consolar do que somos.» (Mark McGinnis

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O Advento na vida de uma família cristã O despertador toca. Inicia-se um novo dia. Um dia do Advento: de preparação para a Vinda do Senhor, para a sua Encarnação. Umas breve orações individuais, que neste período procuraremos sejam um pouco mais intensa. Despachamonos e partimos para o encontro com os outros. O nosso dia de trabalho passa-se entre as aulas, com os alunos, os professores e os encarregados de educação. A escola é espelho da sociedade. Nela connosco se cruzam as realidades sociais da actualidade. Nestes dias são o desencanto e a tristeza, o desemprego e a pobreza disfarçada, a incerteza com o futuro. Mas, precisamente porque é ponto de encontro com muitos, a escola é também campo fértil para que Deus inunde as nossas vidas: chega-nos pelos outros e, se nós não falharmos, chega aos outros através de nós. Logo que as actividades nas escolas nos permitem, procuramos estar com os nossos pais e avós. Tantos anos, tantos trabalhos, tantos sacrifícios por nós. Agora o cansaço e a doença limita-os. Nós temos de, queremos estar presentes. Por vezes é muito difícil. Mas é nesses momentos que melhor se pode em nós exprimir a caridade: o amor aos outros, por amor a Deus. No final do dia, voltamos a casa. Cansados de um dia de trabalho. Algumas actividades domésticas e a preparação do jantar. Sentamo-nos à mesa. Damos graças pelos alimentos que vamos tomar, que eles nos ajudem a melhor servir a Deus e ao próximo. Partilhamos as experiências do dia. As alegrias e as tristezas. Os momentos em que nos cruzamos com Cristo, e os momentos em que caímos. Não raramente, é-nos muito difícil compreender e aceitar o sofrimento que o Senhor coloca à nossa volta. Temos a tentação de questionar: Porquê? Em momentos mais críticos quem sabe pensando mesmo como tudo poderia ser melhor, se fosse como nós queríamos. É nessas ocasiões de fraqueza pessoal, que em partilha de família, nos ajudamos a manter viva a esperança. O Advento é o tempo da esperança. Esperança na chegada do Senhor, que se tornará visível no meio de nós. Esperança que tem de ser anunciada pelas nossas vidas. E as dificuldades da nossa vida têm de orientar os nossos olhos para o Reino dos Céus e a vida eterna. O suporte desta certeza não é o nosso discernimento ou a nossa vontade: é a graça do Espírito Santo, é a confiança no cumprimento das promessas de Cristo, que começam a realizarse com a sua Encarnação. Cristo que veio, vem e há-de vir. É a fé que nos leva a terminar o dia em oração familiar. Agradecemos a Deus por o termos vivido, pedindo perdão pelas nossas faltas e que no dia seguinte saibamos preparar-nos para a chegada de Cristo. Victor, Fátima e Fernando

Não te esqueças !!!... Neste tempo de Natal em que Jesus, feito homem se torna o centro da vida. Esquecemos muitas vezes a Sagrada Família, a primeira pedra deste edifício que é a Igreja. Maria, com espírito de acolhimento daquele menino, dando todo o amor de Mãe. José, com espírito de aceitação, assumiu-o como seu, dando-lhe todo o amor de Pai. Maria e José, naqueles tempos difíceis e turbulentos, dispostos a tudo por Jesus, sinal de vida e esperança. Não nos esqueçamos da Sagrada Família e do seu exemplo para todos tão actual nos dias de hoje. Neste Natal, rezemos diante do presépio esta bela oração: Senhor Jesus Cristo, vós restaurastes a família humana restabelecendo a primitiva unidade, vivendo com Maria, vossa Mãe e São José, o Pai adoptivo, durante trinta anos em Nazaré. Afastai das nossas famílias os males que as ameaçam. Ajudai-nos a promover em todos os lares da nossa Pátria, os sentimentos os propósitos de união indissolúvel, amor generoso, fidelidade permanente e perseverança constante na vossa graça. Assim seja. Rui


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