Revista PARNAÍBA tem - Edição 4 - Maio 2009

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Informações: Prof.ª Consuelo Bueno Alonso Salles (filha) - Dr. Arthur Alonso Gonzalez (filho)

Informações: Ercília Lepri Ribeiro - Álvaro Lepri Ribeiro - Thereza Christina Lepri Ribeiro Gasparini

Mesmo com o passar dos anos, os queridos Doutores estão em nossas lembranças e ficaram... as nossas saudades. Texto e pesquisa elaborados por: Prof.ª Izes Bastianon Chaves Oliveira www.parnaibatem.com.br

2009

Nasceu em Cajuru (S.P.) em 4 de março de 1919. Era o nono filho, oriundo de uma família de vinte irmãos. Estudou no Grupo Escolar Jardinópolis e no Ginásio Progresso, em Ribeirão Preto. Aos 16 anos ocupou a função de Viscerotomista (coleta de material e diagnóstico) no serviço de profilaxia da Febre Amarela,em 1935. Em seguida ingressou na Faculdade Fluminense de Medicina, no Rio de Janeiro. Enquanto acadêmico,trabalhou no Instituto Neurosífilis (antigo Pinel, já desativado). No período da Faculdade foi convocado pelo Exército Brasileiro para ser preparado para lutar na 2ª Guerra Mundial e partir para a Europa mas, a guerra chegou ao seu fim. Transferiu-se para São Paulo para concluir seus estudos na Escola Paulista de Medicina. Começou a trabalhar no Hospital das Damas de Caridade (Osasco) como Radiologista e Laboratorista Clínico. Mudou-se para o Estado do Paraná, já diplomado como Clínico, com especialização em Cirurgia Geral. Instalou seu consultório em Cambé,cidade onde conheceu e casou-se com Ercília Lepri Ribeiro, deixando aqui reconhecido o seu trabalho médico como “o pioneiro da Medicina”. Em 1955, volta para Osasco com seu filho Álvaro e sua esposa grávida do segundo filho João Evangelista,para fundar o Hospital e Maternidade São Germano (atual Hospital e Pronto Socorro Celso Giglio), tendo como sócios os seus irmãos Adauto e Ophélia. Foi Diretor Clínico desse Hospital em 1955 a 1965, período em que deixou registrado na memória

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Dr.Álvaro Ribeiro

osasquense, o seu trabalho em prol da dignidade humana, paralelo às suas atividades em seu consultório particular e no Posto de Saúde de Santana de Parnaíba. Ao desligar-se do Hospital (1965), mudou-se para esta cidade com sua esposa e seus seis filhos: Álvaro, João Evangelista, Thereza Christina, Thomaz, Antonio Guerino e Ana Rita. Em 1974, trabalhou no Posto de Saúde de Pirapora do Bom Jesus e passou a atender os menos favorecidos, gratuitamente, na Santa Casa de Misericórdia de Santana de Parnaíba.Trabalhava também,no Posto de Saúde de Cajamar. Incansável na busca de se manter atualizado, em 1975 concluiu sua pós graduação em Medicina do Trabalho. Dr.Álvaro teve uma vida dedicada em ajudar o próximo. Possuía um consultório em sua residência Chácara Ana Rita- atendendo a todos com seus préstimos, presenteando a população, sua família e seus amigos com a sua generosidade. Tornou-se um ícone de referência de solidariedade . Em 12 de maio de 1978, a notícia do falecimento do Dr. Álvaro Ribeiro, (59 a.), Vice-Prefeito em exercício, deixou triste a nossa Parnaíba. Em sua homenagem, o seu nome é relembrado em vários pontos da cidade: Avenida Dr. Álvaro Ribeiro (Jardim Deghi); Posto de Saúde “Dr. Álvaro Ribeiro” (atual UBS) na rua Coronel Raymundo; Colégio “Dr. Álvaro Ribeiro” (Jardim Isaura); Sala de Sessões “Dr. Álvaro Ribeiro”, no prédio da Câmara Municipal. Atualmente, sua família está constituída pela Senhora viúva, seus seis filhos, noras, genros e treze netos. Dr. Álvaro não era natural de Santana de Parnaíba, mas escolheu aqui para viver com sua família e dedicar-se como médico, nesta terra que tanto amava. Fazia questão de dizer: SOU PARNAIBANO DE CORAÇÃO.

MAIO

Implantou a Campanha do leite, que era enviado do Estado e era distribuído às mães. Suas funcionárias cuidavam da higiene das crianças carentes que passavam em consulta, dando-lhes até banhos e orientando sobre noções ao combate da escabiose e pediculose. Tinha o seu ambulatório particular nos fundos da sua farmácia, no Largo São Bento. Muitas vezes deixava de cobrar seus honorários e sempre estava pronto ao atendimento a qualquer hora da noite. Sempre residiu na cidade desde que aqui chegou. Primeiramente morou no imóvel nº 209 e depois no de nº 391, ambos na rua Suzana Dias. Muitos anos passaram-se até construir sua própria residência na rua Pedro Procópio, nº 35. Apesar de rígido quanto à educação dos filhos era atencioso, prestativo e humilde. Tornou-se amigo dos parnaibanos, participava da vida social, em geral, ia aos teatros em São Paulo com sua esposa, freqüentava os bailes do C.A.S.A., oferecia churrascos e festas em sua casa, nadava no rio Tietê com os filhos e os jovens estudantes do Ginásio e com seus amigos. Nesta época o rio não era poluído. Apreciava a música de boa qualidade. Sua Hi-Fi sempre estava ligada em sua sala, durante o almoço e o jantar. Pintava óleo sobre tela,esculpia em argila, colecionava selos, jogava xadrez, gostava de fotografar com sua máquina e era jogador de futebol do time do C.A.S.A. Dr. Miguel muitas vezes abria as portas da sua casa para que os jovens, filhos dos amigos,pudessem passar o sábado no “bailinho” dentro da sua grande sala. Ele somente determinava o horário do início e do término. Não se importava com o som, com o vozerio e o vai e vem dos jovens. Entrou para a vida política , elegendose vereador em 1960, 1961 e 1962. Neste último, foi eleito para ser o Presidente da Câmara. Ao aposentar-se em 1970, mudouse para a cidade de São Paulo. Em 15 de março de 1990, faleceu vítima de ataque cardíaco (73 a.) deixando viúva, a professora Mariêne, já aposentada e seus quatro filhos já casados. Dr. Miguel dedicou-se aos mais necessitados. Foi muito querido e respeitado por todos que o conheceram e que ainda é lembrado como “o nosso médico de família”.

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