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janeiro 2006

Belém Pará - Brasil

www.paramais.com.br

ISSN 16776968

Edição 47

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PARABÉNS CIDADE MORENA; CIDADE MODELO!




Contribuintes reclamam de ter de pagar os impostos, mas os dirigentes dizem que o dinheiro ajuda a melhorar a vida de todos. Desde os primórdios da humanidade, os tributos são cobrados pelos governantes...

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Feliz Aniversário Belém!

Interligação Litorânea de Belém à Ilha de Mosqueiro

Parabéns Castanhal

No dia 12 de janeiro, nossa idolatrada cidade comemora mais um aniversário de fundação, completando 390 anos de idade, desde 1616, dando a arrancada para ser a maior Metrópole dos trópicos em todo o mundo!

Fax Comunicação

A agência Fax Comunicação é considerada nova no mercado de trabalho apesar de já ter 15 anos no ramo da publicidade.

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74 anos de prosperidade

Através da Ilha de Caratateua e Anel Metropolitano, proposta pelo vereador e engenheiro civil João Messias para o desenvolvimento de Belém e pela integração da sua região metropolitana.

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A grande cidade modelo, carro chefe de todo o Nordeste do estado do Pará, abrangendo mais de 15 municípios dessa região, e ao mesmo tempo, um pólo de saúde, comercio e indústria, estendendo suas atividades até as mais remotas e diminutas agrovilas e distritos... HÉLIO TITAN

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Amazônia. A Ilha da Pacoca

CAMILLO VIANNA e WALTER CHILE

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P I N H E I R O

Editora Círios S/C Ltda CNPJ: 03.890.275/0001-36 Inscrição (Estadual): 15.220.848-8 Rua Timbiras, 1572A - Batista Campos Fone: (91) 3083-0973 Fax: (91) 3223-0799 ISSN: 1677-6968 CEP: 66033-800 Belém-Pará-Brasil

www.paramais.com.br revista@paramais.com.br

Í N D I C E

Uma boa causa !!!! Vamos votar no Prêmio Multishow 2005. Leila, como melhor cantora e “Nos horizontes do mundo” como melhor CD. Vamos fazer a diferença. Mãos ao Teclado! http://globosat.globo.com/multishow

matérias

nestaedição

Mais de sete mil imóveis do Centro e intorno histórico poderão usufruir dos recursos do Projeto Monumenta...

HÉLIO TITAN

PUBLICAÇÃO

Pra que serve o IPTU

Por que amar a Cidade Velha?

Reforma de bems privados de valor histórico

Secult homenageia Belém com 06 exposições de cerâmica... Cidade Garota

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Belém, uma jovem e bela Paraense de 390 anos

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Celeste Proença

Castanhal, 74 anos: A Metrópole 30 do Nordeste do Pará Cartola do Samba e do Amor

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Sérgio Pandolfo

Não me imagino sem Acyr Castro o Cinema

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DIRETOR e PRODUTOR: Rodrigo Hühn; EDITOR: Ronaldo Gilberto Hühn; COMERCIAL: Alberto Rocha, Augusto Ribeiro, João Modesto Vianna, Rodrigo Silva, Rodrigo Hühn; DISTRIBUIÇÃO: Dirigida, Bancas de Revista; REDAÇÃO: Ronaldo G. Hühn; REVISÃO: Paulo Coimbra da Silva; COLABORADORES: Acyr Castro, Camillo Martins Vianna, Caroline Dias Pastana, Celso Freire, Celeste Proença, Hélio Rodrigues Titan, Rejane Jatene, Sérgio Martins Pandolfo, Walter Chile; FOTOGRAFIAS: Arquivo Paratur, Arquivo FAX Comunicação, Euler Arruda, Caroline D. Pastana, João Vianna, Sérgio Bastos; DESKTOPING: Mequias Pinheiro; EDITORAÇÃO GRÁFICA: Editora Círios *Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores



Secult h exposiç marajoa

E O Consul geral do Japão em Belém, Sr. Shigeo Nakakarumai

Rosa Kamada e o Secretário de Cultura Paulo Chaves

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m homenagem aos 390 anos de Belém, a Secretaria Executiva de Cultura programou duas exposições celebrando a cerâmica dos povos marajoara e japonês. As mostras “Rastros da Nossa História - Cerâmica Marajoara e Aquarelas de Manoel Pastana” e “Cerâmica e Porcelana do Japão - A Geração Emergente”, no Boulevard das Feiras e Exposições da Estação das Docas, foi também um presente aos que por lá passaram. Foi beleza pura. A exposição foi promovida pelo Sistema Integrado de Museus e Memoriais (SIM), em parceria com o Consulado Geral do Japão em Belém e Fundação Japão. Rosa Kamada, Assessora de Divulgação Cultural do Consulado do Japão, conta que a mostra japonesa com mais de 70 peças, que têm circulado por várias partes do Brasil. "É uma mostra itinerante, que já foi exposta em Belo Horizonte, São Paulo, Manaus, Recife e Belém. Daqui, vai para Maringá, no Paraná, Porto Alegre, Florianópolis e Rio de Janeiro", enumera. "A exposição tem rodado o mundo inteiro e é a primeira vez que veio ao Pará. A gente sempre tenta incluir no roteiro o Pará, que tem a terceira maior congregação japonesa no Brasil", afirma. As peças que compõem a mostra 'Cerâmica e Porcelana do Japão' foram produzidas nos últimos dez anos e possuem estilos bem variados. "No Japão, existem diversos padrões de produção. São vários estilos, que representam um panorama do Japão. É muito mais abrangente do que

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omenageia Belém com õesde cerâmica ra e japonesa trabalhos do artista plástico Manoel Pastana. Na primeira metade do século XX, Manoel Pastana, artista paraense, trabalhou na Casa da Moeda, onde imprimiu nos tijolos de ouro desenhos com motivo marajoara; e na Empresa Brasileira de Correios, onde criou selos com imagens provenientes da fauna e flora amazônica. O artista também se deteve no estudo documental da cerâmica do Marajó e realizou pranchas com desenhos preciosos de peças e fragmentos que se encontram em mãos de colecionadores, em museus do Pará e no Museu Nacional. Em Rastros da Nossa História..., são mostrados 16 lâminas (desenhos) de Pastana, retratando utensílios marajoaras como tangas, cabeça de serpente, aquarelas sobre papel, estatuetas, entre outros, além de 16 peças de cerâmica marajoara, entre estatuetas, pequenas urnas, tigelas e tangas. A seleção das peças foi feita pela arqueóloga Denise Shann, pesquisadora bolsista do CNPq pelo Museu Paraense Emílio Goeldi.

somente a história da porcelana. São sete regiões registradas, ou estilos diferentes. As mais famosas são a Bizen, a Kutani, Arita e Karatsu", comenta Rosa. "Alguns estilos são muito sóbrios. O Bizen, por exemplo, não usa cerâmica esmaltada, sem maiores elementos decorativos. É mais rústica. Outras são mais coloridas. O Kutani, por exemplo, usa muito o azul", descreve. Um detalhe interessante é que para a maioria dos japoneses, as peças não são objeto de apreciação estética. "A porcelana no Japão não é utilizada para apreciação, e sim no dia-a-dia. Está presente na mesa do japonês. É diferente da nossa brasileira. A cerâmica faz parte da vida dos japoneses e talvez para o japonês isso seja tão comum e alguns podem se perguntar por que fazer uma exposição delas".

Cerâmica marajoara 'Rastros da Nossa História - Cerâmica Marajoara e Aquarelas de Manoel Pastana' compõe-se de peças da cultura marajoara de 400 a 1.200 d.C., além de

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Reforma de bens privados

Mais de sete mil imóveis do Centro e entorno histórico poderão usufruir dos recursos do Projeto Monumenta

de valor

histórico

de Santana. No total, a área possui 232 imóveis, considerados de interesse a preservação, sendo que boa parte deles está em estado de abandono ou sendo sub utilizados. Todos os donos destes imóveis receberam cartas-convite e instruções dos técnicos do Programa para que procurem financiar a recuperação de seus imóveis com linhas de crédito sem juros. No entanto, apesar do trabalho pioneiro de sensibilização realizado em Belém, apenas 13 proprietários destes bens buscaram o financiamento. Agora, a Fumbel relança o Edital do Programa, com o restante do dinheiro (aproximadamente R$1,4 milhões) e amplia a área de benefício para todo o Centro Histórico e Entorno da capital. Ou seja, mais de sete mil proprietários de bens privados estarão aptos ao pleitear verbas para a recuperação de seus prédios. Monumenta - O Monumenta é um programa estratégico do Ministério da Cultura com financiamento do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e apoio da Unesco, além de recursos federais, estaduais e municipais. Através dele, é feita a recuperação e preservação do patrimônio, sem perder de vista o desenvolvimento socioeconômico. Entre os imóveis selecionados estão monumentos como museus, igrejas, fortificações, casa de câmara e cadeias, palacetes, conjuntos escultóricos, conventos, fortes, ruas, logradouros e edificações privadas em áreas tombadas. Prazos As propostas para revitalização de prédios do Centro Histórico e entorno podem ser retiradas na sala do Programa Monumenta, no Palácio Antônio Lemos, até o dia 17 de fevereiro, no horário das 08h às 14 horas. As propostas poderão ser entregues ao

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benefício já foi publicado em edital pela Fundação Cultural do Município de Belém (Fumbel) e disponibiliza R$1.380.658,34 para reforma de prédios do Centro histórico e entorno e da capital. A Fumbel amplia o projeto e espera uma adesão maior dos proprietários dos bens que contam parte da história da capital paraense... Edital Durante os meses de outubro e novembro, dezenas de técnicos da Fundação Cultural do Município de Belém (Fumbel) e da Caixa Econômica Federal visitaram imóveis e casarões privados do Centro Histórico da capital. O trabalho foi de sensibilização e conscientização de proprietários ou moradores destes espaços que guardam muito da memória e história da cidade. Eles foram convidados a buscar linhas de financiamento com juros zero, junto ao Programa Monumenta. O Programa disponibilizou um fundo de R$ 2.318,763,94 para a recuperação de estruturas e fachadas degradas em áreas previamente estabelecidas do Centro Histórico da cidade.Todo o dinheiro proveniente do pagamento do financiamento será destinado ao Fundo Municipal de Preservação da cidade, sendo usado para manutenção e preservação dos monumentos existentes nas áreas de projeto do Programa Monumenta na capital paraense. No primeiro momento, o programa atendeu a moradores das ruas João Alfredo, Boulevard Castilho França, Marquês de Pombal, Leão XIII, Félix Roque, Tomázia Perdigão, parte da Avenida Portugal até a Manoel Barata e o entorno da igreja

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Monumenta, entre os dias 18/02 a 08/03. As propostas serão abertas no dia 10/03 às 10h, para serem analisadas. Em seguida, haverá a divulgação dos projetos selecionados para receberem verbas e serem

recuperados. Em breve, o edital estará disponível no portal da Prefeitura de Belém: www.belem.pa.gov.br. Mais informações podem ser obtidas pelo fone: 3283 4677.

CONDIÇÕES OFERECIDAS PELO PROGRAMA MONUMENTA 01. IMÓVEIS PRIVADOS Construídos, em sua maioria, entre os séculos 18,19 e 20 os imóveis privados localizados nos núcleos históricos de várias cidades brasileiras passaram por um intenso processo de desgaste nas últimas décadas. Grande parte dessas construções encontra-se em precárias condições, comprometendo a qualidade de vida das pessoas que nelas habitam. Outras estão desocupadas e sem condições de uso. Para transformar essa realidade, o Ministério da Cultura por intermédio do Programa Monumenta disponibiliza uma linha de financiamento para recuperação dos imóveis localizados nas áreas de projeto do Programa.

As pessoas que possuem renda familiar mensal de até três salários mínimos poderão financiar ainda: Reforma interna do imóvel, para atender à legislação sanitária brasileira quanto à iluminação natural, ventilação e instalações sanitárias; Reforma e adequação do imóvel para fins de geração de renda. 04. CONDIÇÕES DE FINANCIAMENTO A taxa de juros é zero; A atualização monetária anual é feita com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC); A contratação do seguro não é obrigatória; O prazo de carência é de seis meses após o término da obra; Serão consideradas a renda formal e a informal para o pedido de financiamento; O financiamento também pode ser solicitado por pessoas com renda familiar até três salários mínimos A prestação não poderá exceder 30% do valor bruto da renda familiar. O prazo máximo para o pagamento do financiamento será de: Dez anos para imóveis comerciais; Quinze anos para imóveis residenciais ou mistos; Vinte anos para imóveis cujos proprietários tenham renda inferior a três salários mínimos.

02. QUEM PODE SOLICITAR O FINANCIAMENTO Proprietários ou pessoas que tem a posse legal de imóvel localizado no centro histórico da cidade, na área de projeto do Monumenta. 03. O QUE PODE SER FINANCIADO Podem ser financiadas, independente da renda do interessado ou de seu representante, obras referentes à: Recuperação de fachadas e coberturas, incluindo, sempre que necessário, a demolição de acréscimos que tenham descaracterizado a edificação; Estabilização ou consolidação da estrutura do imóvel; Embutimento de fiação elétrica em condutos e adequação dos quadros de distribuição e medição de luz;

UNESCO

Organizações das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura

Banco Interamericano de Desenvolvimento

Ministério da Cultura

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Por que amar a

Walter Chile

CIDADE VELHA? Forte do Presépio

Fotos: João Vianna

da Cidade Velha, em Belém do Pará, o palco de importantes acontecimentos históricos deste Estado, quiçá desta Região, vejamos: Foi na Cidade Velha, que o navegador Francisco Caldeira Castelo Branco, a mando da coroa lusitana, ergueu o Forte do Presépio, com a finalidade de proteger a mais nova colônia portuguesa dos corsários holandeses e franceses - empreitada que deu origem à fundação da cidade de Santa Maria de Belém do Grão Pará. Foi na Cidade Velha, que portugueses dizimaram os índios de várias etnias, entre eles os tupinambás, que aqui habitavam, destacando-se a resistência do índio Iguaimiaba, o Cabelo de Velha. Foi na Cidade Velha, que o paraense Júlio Cezar teria executado vôo com sucesso em um balão, 10 anos antes da investida do 14 bis, do também brasileiro Santos Dumont. Foi na Cidade Velha que os Cabanos chegaram ao poder após matarem o Governador Bernardo Lobo de Sousa, “O Malhado”. Foi na Cidade Velha, assim como nos seus arredores, que os Cabanos foram cruelmente depostos do poder pelas tropas, também assassinas, do General Andréa. Foi a Cidade Velha, assim como outros singelos pontos de Belém, que emocionaram o poeta modernista Manuel Bandeira, quando por aqui esteve, conforme se identifica no poema Belém do Pará. Foi a Cidade Velha, também, assim como outros pontos de Belém, que inspiraram o talentoso artista abaetetubense Chico Sena, que Deus o tenha! a compor a música “Flor do GrãoPará”, a qual se tornou o símbolo imaterial de Belém. Foi a Cidade Velha, o ponto escolhido pela Missão Jesuítica, para erguerem belos exemplares da arquitetura barroca, especialmente templos religiosos. Foi a Cidade Velha, o local escolhido para a saída do primeiro Círio de Nossa Senhora de Nazaré, no ano de 1793, mais precisamente, da Capela do Palácio do Governo, hoje chamado de Museu do Estado do Pará.

É o bairro

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Ver-o-Peso

Capela do Palácio do Governo (Museu do Estado do Pará) o

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Casarões da Cidade Velha

Foi pelos arredores da Cidade Velha, que viveu Maria Igarapé, das mais famosas prostitutas pobres da história do Pará, imortalizada no espetáculo teatral “Verde -Ver - o - Peso”. É a Cidade Velha, um dos lugares bastante violentos de Belém, onde impera a violência silenciosa, como a prostituição e a sedução pelas drogas. É a Cidade Velha, o reduto dos mais belos e mais descaracterizados casarões de Belém, seja pela intolerância humana, seja pela timidez operacional governamental de todas as esferas administrativas. É na Cidade Velha, que está localizado o Palacete Pinho, com os cuidados negligenciados durante longo tempo por grupo econômico de destaque no Estado,

Martins à Rua Cesário Alvim, obrigando pedestres a se tornarem alvos fáceis de veículos. É na Cidade Velha, que está instalado o Sistema Integrado de Museus - SIM, além do Museu de Arte de Frei Caetano Brandão

Sistema Integrado de Museus - SIM (Igreja de Santo Alexandre)

felizmente em processo de Palacete Pinho restauração, graças à sensibilidade e agilidade do Ministério Público. É na Cidade Velha, no centro da praça com o mesmo nome, que habita a escultura do Frei Caetano Brandão que, de acordo com moradores do local, desce do pedestal à noite e passeia pelas ruas do bairro. É na Cidade Velha, que está instalada a Cia. Amazônica Têxtil de Aniagem CATA, que, como muitas outras empresas localizadas no bairro, nos ceifam o direito de acesso ao rio Guamá e como se não bastasse, a CATA também teria se apropriado do passeio de segmento da avenida Bernardo Sayão, no trecho que vai da Vila

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Casa das Onze Janelas (Complexo Feliz Luzitânea)

Belém que não faz parte do tal sistema, feliz iniciativa de se manter viva a história da Região no imaginário das gerações atuais e futuras. É na Cidade Velha, nos museus do SIM que aconteceu o Projeto Interação Museu Escola, maravilhosa iniciativa da Secretaria Executiva de Educação do Pará e do Sistema Integrado de Museus em contar a história da Região, por meio do patrimônio cultural material, atendendo no ano de 2004, aproximadamente cinco mil alunos do Ensino Fundamental. É na Cidade Velha, que está instalado o Mangal das Garças, feliz tentativa governamental de se abrir vistas

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Mangal das Garças

responsabilidade, como condição para melhor qualidade de vida de todos os povos. É na Cidade Velha que, todos os anos, há pelo menos uma década, acontece o espetáculo teatral de rua Auto do Círio, dirigido hoje pelo competente teatrólogo paraense Miguel Santa Brígida. É na Cidade Velha, que habita a misteriosa Boiúna urbana mais popular da Região, e que segundo os mais antigos, estaria morando em túnel real que liga a Igreja do Carmo a Catedral da Sé. É no Porto do Sal, na Cidade Velha, que encostam as canoas que pescam a Gurijuba (Arius parkeri) na costa amapaense e levam a fama para o município de Vigia de Nazaré no Pará. É no Porto do Sal, na Cidade Velha, que está instalada sobre palafitas a favela Malvina, onde são notórios, a luz do sol ou da lua, o comércio de pasta de cocaína e possivelmente outras drogas que tanto tem mudado o curso normal da vida de jovens do bairro, acelerando o processo de desestruturação familiar. É na Cidade Velha, que está localizado o antigo casarão em que viveu Domingos Antônio Rayol, o Barão de Guajará, onde hoje funciona o Instituto Histórico e Geográfico do Pará, que depois de longos e tenebrosos invernos, está em vias de restauração. É pelos teus altos e baixos, pelas tuas certezas e incertezas, pelos teus vícios, pelas tuas virtudes, pelo teu silêncio, pelo teu barulho, pelas volúpias, pelo gozo estético que geras em nós amantes da beleza e da simplicidade, pelos incômodos e estranhamentos, pelos gostos e desgostos que declaro meu amor por ti. Cidade Velha, do fundo do meu coração, eu te amo!

para o rio Guamá. Na ilharga do Mangal que está instalada uma pequena invasão, onde famílias ocuparam pontes sobre o rio e construíram palafitas, para morada sem a mínima estrutura de saneamento, antes mesmo da empreitada governamental. É na Cidade Velha, que está instalada a Casa das Onze Janelas, local onde teria ficado preso o poeta Rui Barata durante o regime militar, e hoje abriga o Panorama das Artes Visuais (antigas artes plásticas), produzidas nas décadas de 80 e 90. É pelas ruas da Cidade Velha, que desfila o fofó de Belém animando as tardes dos domingos que antecedem a festa da carne, feliz idéia do artista talentoso e excêntrico Eloy Iglesias, para com isso manter vivo o carnaval sensual, respeitoso e pacífico de rua. É a Cidade Velha, o local de parte do percurso do tal Bonde de Belém que possivelmente circulará, pois, até o presente momento, só trouxe frustração para os amantes da época bela. Teremos volúpia tardia ou será bostiferação projectual? Foi a Feliz Lusitânia, na Cidade Velha, o local escolhido pela Comissão Interinstitucional de Educação Ambiental do Estado do Pará CIEA, para ser o ponto de concentração e saída da grande caminhada pelo Meio Ambiente em junho de 2005, onde cidadãos de todas as raças, gêneros, classes sociais e confissões religiosas, alardearam para o restante deste planeta, a necessidade de se tratar o meio ambiente com

Auto do Círio

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Arte-Educador; Membro da Diretoria da SOPREN; Silvicultor; Amazônida e apaixonado por sua terra. wchile@hotmail.com

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PARA QUE SERVE O IPTU

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cidade... Um exemplo para explicar tal situação é o Imposto Predial e Territorial Urbano IPTU, imposto municipal arrecadado no mês de janeiro de cada ano, incidente sobre a propriedade, o domínio útil ou a posse de todos os bens móveis, edificados (residenciais ou não residenciais) ou não edificados (terrenos), situados no território do município e que, independentemente de sua localização, não se destine à exploração agrícola, pecuária, extrativa vegetal ou agro-industrial. Quem são os contribuintes do IPTU? O proprietário do imóvel, titular do seu domínio útil ou o seu possuidor a qualquer título. O tamanho do imóvel, também influencia o valor do IPTU, pois tanto a área do terreno quanto a construída são aplicadas sobre os valores constantes da Planta de Valores Genéricos PVG e da Tabela de Valor Básico do metro quadrado da construção, respectivamente, para determinar o valor venal do imóvel, que será a base de calculo do IPTU. O valor do IPTU calculado é igual: ao valor venal do imóvel (valor estimado de avaliação do imóvel para compra e venda à vista, de acordo com a realidade do mercado imobiliário), vezes, a alíquota (percentual aplicado que variam de acordo com o valor e o uso do imóvel) destinada para cada situação, conforme tabela a seguir:

ontribuintes reclamam de ter de pagar os impostos, mas os dirigentes dizem que o dinheiro ajuda a melhorar a vida de todos. Desde os primórdios da humanidade, os tributos são cobrados pelos governantes. Antigamente os impostos serviam simplesmente para fornecer recursos à corte, aos reis e aos conquistadores. Ao longo dos tempos esta situação foi mudando e esses recursos foram sendo utilizados para manter a máquina pública na administração do país, do estado, do município, bem como em benfeitorias de infraestrutura, urbanização, iluminação, segurança, saúde, saneamento, educação, ou seja, benefícios em prol da população, da cidade. O tributo municipal é toda contribuição que o cidadão deve ao Município para a formação da Receita Pública e caracteriza-se pela sua compulsoriedade, ou seja, é obrigatório o ato do pagamento do tributo. Neste sentido, é importante compreender que o pagamento do tributo não deve ser visto apenas como uma imposição da lei, mas como um dever social, um ato de cidadania, que se materializa em um investimento que o cidadão faz na sua própria cidade. E neste caso, o dinheiro pago pelo contribuinte financia a realização de obras que melhoram a qualidade de vida da população, através de investimentos em hospitais, escolas, pavimentação de logradouros, urbanização da

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Tabelas IPTU 2006 Município de Belém/PA. (Faixas de Valor Venal x Alíquotas)

Imóveis de Uso Residencial VALOR VENAL DO IMÓVEL (R$) Até 25.186,48 25.186,49 a 56.893,67 56.893,68 a 151.883,34 151.883,35 a 246.570,05 Acima de 246.570,05

ALÍQUOTAS (%) Isento 0,3 0,4 0,5 0,6

Imóveis de Uso Não Residencial VALOR VENAL DO IMÓVEL (R$) Até 62.789,60 62789,61 a 188.368,81 188.368,82 a 313.948,00 Acima de 313.948,00

ALÍQUOTAS (%) 0,5 1,0 1,5 2,0

carnê do IPTU somente no caso de imóvel não edificado (territorial). O contribuinte recebe o carnê do IPTU em sua residência ou no seu estabelecimento comercial ou industrial, salvo nos seguintes casos: - Carnês de imóveis não edificados (terrenos baldios ou com construções em ruína). - Carnês que não tenham sido entregues pelos Correios por motivo de endereço insuficiente; identificação incompleta do proprietário ou do responsável; imóvel fechado; correspondência recusada. Quando o proprietário/possuidor do imóvel não receber o carnê, deverá dirigir-se à Secretária de Finanças do Município de Belém SEFIN / Central de Atendimento, situada na Avenida Presidente Vargas, 180 (esquina com a Rua Santo Antônio) para solicitar o carnê e regularizar seu cadastro. Vale ressaltar que o valor correspondente ao tributo (IPTU + as taxas) não pago no último dia do mesmo exercício em que foi efetuado o seu lançamento é inscrito em dívida ativa no primeiro dia útil do exercício subseqüente, acrescido de multa de 32% (trinta e dois por cento) sobre o saldo devedor e de juros de 1% (um por cento) ao mês. No caso do contribuinte não concordar com o valor do IPTU atribuído a seu imóvel, ao invés de não pagar o imposto, deve procurar explicações junto a SEFIN imediatamente, para que as pendências sejam resolvidas dentro do exercício, evitando com isso, o aumento de multas e juros sobre o valor original do imposto. Finalmente, o IPTU é incorporado ao Orçamento Municipal e é aplicado em obras e serviços pela Municipalidade. Assim, como você vê, é importante pagar os tributos, pois de sua arrecadação depende o bem estar de todos, contribui para a melhoria e embelezamento da cidade, além de valorizar o imóvel. Os carnês do IPTU começam a ser distribuídos a partir do dia 15 pelos Correios. Para quem estiver em dia (pagou o tributo no ano passado) os descontos podem chegar a 25%, se pago em cota única.

Imóveis de Uso Residencial - Distrito Industrial VALOR VENAL DO IMÓVEL (R$) Até 62.789,60 Acima de 62.789,60

ALÍQUOTAS (%) 0,5 1,0

Imóveis de Uso Residencial - Orla VALOR VENAL DO IMÓVEL (R$) Até 8.702,65 8.702,66 a 18.968,74 18968,75 a 56.895,22 Acima de 56.895,22

ALÍQUOTAS (%) 0,5 1,0 1,5 2,0

Imóveis de Uso Territorial VALOR VENAL DO IMÓVEL (R$) Até 50.445,16 50.445,17 a 110.996,31 110.996,32 a 243.455,70 243455,71 a 535.603,17 535.603,18 a 1.178.357,78 Acima de 1.178.357,78

ALÍQUOTAS (%) 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5

O valor do IPTU é atualizado monetariamente pelo IPCA-E (Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial) que é produzido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE, apurado no período de outubro a setembro do exercício anterior. O índice de correção dos valores bases para o cálculo do IPTU/2006 do Município de Belém é de 1,0595. Há, ainda, outras taxas cobradas no carnê de IPTU, as quais são: - Taxa de Limpeza Pública destinada à cobertura dos gastos com coleta de lixo e limpeza da cidade; - Taxa de Urbanização utilizada para a construção e manutenção e guias e sarjetas. - Contribuição de Iluminação Pública utilizada para a ampliação e manutenção da rede de iluminação pública da cidade: ruas, praças, avenidas e logradouros públicos de Belém. Essa contribuição é cobrada no Edição 47 - janeiro

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(seringueira, ou Hevea brasiliensis), quando gerou o famoso ciclo da borracha, gerando grande capacidade comercial, principalmente em 1878, oportunidade em que foram construídos o Palácio Lauro Sodré, Teatro da Paz, Palácio Antonio Lemos, e o mercado do Ver-o-Peso. Belém é uma cidade majoritária Católica, onde se realiza o já famoso em todo o mundo, como a maior romaria religiosa de todas as religiões, o “Círio de Nazaré” no segundo domingo de outubro, sendo atualmente em torno de dois milhões de romeiros, acompanhando sua padroeira, Nossa Senhora de Nazaré! A região metropolitana de Belém foi criada em 1973, e alterada em 1995, possuindo atualmente cerca de dois milhões de habitantes. A capital paraense possue três distritos: Icoaracy, Mosqueiro e Outeiro. Amigos leitores, esse articulista é um apaixonado inveterado, alucinado por minha cidade, a ponto de chorar pela perda de suas características antigas, da minha infância, vendo pelo meu prisma e meus valores sua descaracterização da cidade morena que eu conheci, e que os malditos espigões a estão sufocando, inclusive literalmente no infernal calor dos tempos atuais. Por isso, amigos, grita no meu peito a saudade da Belém antiga, cabocla, morena, tão provinciana... Belém das saudades vagas! Sim, Belém de saudades vagas, maltratadas, choradas, com se eu estivesse no exílio da distancia, sem tuas mangas, teu cheiro, teu lamaçal, da chuva chuvosa, graciosa, morna, de hora marcada no compasso e descompasso tão idosa e preciosa. Saudades das morenas, serenas, tão serenas, tão morenas, como tu, morena serena!

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o dia 12 de janeiro, nossa idolatrada cidade comemora mais um aniversário de fundação, completando 390 anos de idade, desde 1616, dando a arrancada para ser a maior Metrópole dos trópicos em todo o mundo! Inicialmente era chamada de Feliz Lusitânia, depois, Santa Maria do Grão Pará, e finalmente Belém. Um pouco de Historia e dados de nossa cidade: Belém veio sofrer um acontecimento político, em grande parte pela distancia ao resto do paíz, e em parte aos fortes vínculos de nossa cidade com Portugal. Só viemos reconhecer a independência do Brasil em agosto de 1823, quase um ano após a proclamação da independência. Entre os anos de 1835 e 1840, nossa terra foi palco da “Revolta dos Cabanos”, a famosa Cabanagem, considerada a mais popular e autentica da historia do paíz. Nossa cidade, amigos leitores de PARÀ+, cresceu de importância econômica atravez da extração da borracha

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casas, molhados! Saudades do calor úmido, suores paraenses, diferentes, na dor e no trabalho do caboclo descarregando os peixes das geleiras, grosseiras, com nomes nossos “Deus é bom pai”, “Dois irmãos”, “Deus te pague!”. Saudades das pedras de lioz, quebradas, maltratadas, dando tombos nas moçadas. Saudades das paqueras de sábado na João Alfredo, dos matinais do Olímpia, da arara, do Garcia, do espanhol, da peste fome e guerra! Saudades de ti, cidade impar no equador do mundo, sem rival, nas maravilhas de mil doçuras regadas no teu seio tropical. Saudades no medo de morrer longe de ti, sem viver a eternidade dormindo na tua terra úmida com cheiro de capim cheiroso, com restos de açaí! Saudades de ti, do aroma do teu bacuri, cupuaçu e tapereba. Completas minha querida Cidade-Morena, mais um ano de existência, saudades de meus choros infantis! Saudades da Virgem de Nazaré, dos arraias, dos cavalinhos, dos brinquedos de mirití. Saudades do círio, do recírio, das coisas que não encontro noutros lugares! Para terminar, peço uma graça à minha Padroeira de Nazaré; não me deixes morrer longe dessa terra, mesmo assim, abençoada e bela!

Saudades do “quem são eles”, do “rancho”, do império pedreirense, da grande família, dos apaches, da Condor, e suas pancadarias na madrugada do Guamá. Das batalhas de confeti na Praça Brasil, Marechal Hermes, da tinta vermelha que sumia! Saudades das figuras típicas do nosso carnaval, “doutor passa o pau”, o gorila africano puxado por uma corrente, dos “sujos” imitando mulheres “grávidas”, do talco e da lança perfume! Das festas do bancrevea, do “11 bandeirinhas” e da eterna fantasia de araque (uma faixa e um gorro de pirata). Saudades das festas a rigor da Assembléia Paraense! (a rigor mesmo)! Do bloco “grande família”. Saudade de nossas próprias músicas “mamãe, MAMÂE eu quero passear de zepelim, com tanta mulher boa meu irmão está pra mim!”. Saudades dos papagaios, (hoje, pipa!) cangulas, empinados, encerados, cortados, “chinando” engatados nos fios de luz, nas mangueiras, ou caindo nos tetos das

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Celeste Proença

Minha Belém, do Ver-o-Peso tão velhinho que adormece de mansinho nos braços da Guajará Ouvindo os sinos que batendo, lentamente pedem à brisa, de presente toda a beleza do dia! Cidade amada, que se despe enamorada sai pelas ruas, encantada tresandando a vindicá E é tão ativo o seu “cheiro tão cheiroso” que fica no ar, dengoso o seu jeitinho de andar Minha Belém é feita de pavulagem porque o povo, à sua passagem declara o seu grande amor Nas suas andanças vai gargalhando com o vento pincelando o firmamento para a chuva desabar E dançam alegres, nos telhados sonolentos chamando a sesta cabocla modorra do meu Pará Ela adormece abraçada à ventania ao canto da maresia, silencio de preamar Sua rede é armada na própria ilharga do tempo tendo Deus no pensamento abençoando o lugar! Belém querida, marajoara altaneira cabocla de mil encantos, mistério deste lugar E o seu tipo diferente de mulata é de brasileira nata deste céu, deste mundão! E é por isso que eu te amo, simplesmente porque sempre estás presente vaiando o meu coração!

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aqui tomamos açaí Belém, uma jovem e bela Por pra dormir a sesta, com farinha d'água ou de paraense de 390 anos ! tapioca, com açúcar ou

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á algum tempo circula na internet o e-mail abaixo, “Paraense é assim” com a assinatura de autor paraense. Como retrata por si só, o dia-a-dia, principalmente do Belenense, é que nestes 390 anos de nossa querida e gostosíssima Belém, a publicamos, com ilustrações do Sergio Bastos. Esse cartunista, ilustrador, diagramador, diretor de arte, apaixonado pelos traços e pelas cores, faz durante quase dois anos a coluna “Belém tem Disso”, em O Liberal. Sergio, nos diz que “além de desenhar a cidade em que vivo e amo, apesar de não ter nascido aqui, pois sou carioca, há o contato gratificante com os leitores, que me mandam sugestões, fotos, elogios e até agradecimentos pelo meu trabalho. Têm sido uma experiência gratificante”. Disse ainda “tenho vários projetos como ilustrador em andamento, como uma cartilha para colorir, que vai ser lançada em janeiro, livros infantis e até um projeto de animação baseado nos meus desenhos”, concluiu.

“Paraense é assim”, Belém tem Disso... “Tem coisas que só paraense, seja ele de nascimento ou por adoção, sabe o que é: passar numa esquina, e salivar só de sentir o cheiro do tucupi, ou da maniçoba, empinar papagaio do cobra; ou fazer pacientemente, com talinhas de palmeira e papel de seda uma curica pra os filhos brincarem. Paraense joga peteca, não bolinha de gude, tem seguro contra as mangas que quebram os pára-brisas dos carros, pena que não tem seguro pra cabeça... Paraense conhece mato, marés, conta estória do boto, moço bonito, mas com um pitiú de peixe, mas que mesmo assim, encanta as moçoilas mais desavisadas nas noites de lua cheia, não sabe o que é pitiú? O paraense sabe! Paraense é carinhoso, chama todo mundo de mano, mana, maninho, fica logo amigo faz almoço, jantar, põe logo dentro de casa, eita povo hospitaleiro! Fala se não é?

O vendedor de currupios e roque-roque

sem, com charque, pirarucu ou sem nada só ele purinho, bom que só! Tomamos banho de rio, barrento como o Guamá ou a Baía de Guajará, de rio azul transparente como o Tapajós, de Igarapé Gelado de bater Sérgio Bastos o queixo de frio. Paraense tem alto verão em julho quando a maioria do Brasil morre de frio e nós por aqui bronzeadérrimos, acentuando a beleza de nossa morenice! Festa é com a gente mesmo! Em todo o canto tem um violão, uma música legal, um carimbó, uma guitarra, um treme terra, botando todo o mundo pra dançar. Paraense quando não tem nada pra fazer vai pra beira do rio ver o pôr do sol vermelho e os pôpôpos passarem, quando está estressado vai pra Salinas, Marapanim, Algodoal, Mosqueiro, Marajó, Ajuruteua ou ata uma rede na sacada de casa e fica lá de pezinho pra fora esfriando a cabeça. Somos índios, místicos, curandeiros, mas também com toda essa energia de águas e mata não poderia ser de outro jeito! Paraense vai ao Ver-o-Peso, compra ervas, faz chá, garrafadas, banho de cheiro uma delícia! Curas de corpo e de alma. Ao mesmo tempo temos o privilégio de ter as bênçãos da Nazica, com toda a intimidade que eu, como paraense, tenho pra chamá-la assim. Minha Santinha, que em outubro sai toda linda fazendo todo o mundo, paraense, turista, brasileiro e gringo engasgar de emoção. Somos orgulhosos por sermos assim essa mistura morena, brejeira e gostosa, por sermos autênticos, pela cultura que temos, por nosso sangue índio que a tantos outros se misturou e que a nós nos faz muito, mas muito especiais"! Ilustrações de Sergio Bastos

Nossa Santinha no Círio

O túnel das mangueiras

Autor paraense


Francisco Caldeira Castelo Branco, nosso descobridor, em estátua frente a CDP

Venda de peixe no Ver-o-Peso

O Theatro da Paz

Hotel do Farol no Mosqueiro

Escadinha ao lado da Estação das Docas

Festas Juninas

Fone: (91) 3248-5651 Edição 47 - janeiro

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Interligação Litorânea de

Belém à Ilha do Mosqueiro Através da Ilha de Caratateua e Anel Metropolitano, proposta pelo vereador e engenheiro civil João Messias para o desenvolvimento de Belém e pela integração da sua região metropolitana.

futuro da cidade de Belém, há que se tomar medidas em forma de programas e projetos, derivadas de p o l í t i c a d e desenvolvimento i n t e g r a d o metropolitano, que d e v e m s e r implementadas em cada uma das administrações Vereador e Engenheiro municipais da Região Joao Messias Filho Metropolitana de Belém. A integração do município de Belém através de seu litoral, faz parte de projeto maior que remete a uma política de descentralização de atividades geradoras de emprego e renda, através da criação de novos vetores de desenvolvimento, em áreas que apresentem potencial para projetos auto-sustentáveis. A proposta objetiva propiciar a integração intermodal rodo-fluvial do Município de Belém, através de seu litoral, com o aproveitamento de sua beleza natural amazônica, interligando primeiramente por transporte rodo-fluvial a ilha de Caratateua (Outeiro) à de Mosqueiro e posteriormente, por via rodoviária, com a construção de ponte com aproximadamente 1.400 metros sobre o Furo do Maguari. A interligação intermodal reduzirá o percurso Belém Mosqueiro em 30 quilômetros e o tempo de deslocamento em 30 minutos e possibilita a redução do custo da passagem de ônibus, que passará a ser de âmbito municipal. Destacamos a importância que esse novo eixo de transporte litorâneo representará no contexto da economia municipal, como gerador e indutor de emprego e renda, por sua localização geográfica privilegiada, interligando áreas de alto potencial de atração de negócios, principalmente os relacionados às atividades de lazer, cultura e turismo, nas suas diversas formas: ecoturismo, turismo de aventura, turismo esportivo e turismo de negócios entre outros. A integração poderá permitir melhor e mais rápido acesso à Ilha do Marajó (Camará), a partir de terminal intermodal rodo-fluvial a ser construído em Carananduba, no Mosqueiro. O aproveitamento dessas áreas sob a influência dos projetos propostos, hoje à margem de possíveis investimentos privados no município de Belém,

Antecedentes históricos: as décadas de 80 e 90, os arquitetos e urbanistas Euler Santos Arruda e Eduardo José da Costa Silva propuseram junto à iniciativa privada e outros, a completa integração litorânea do município de Belém, através das ilhas de Caratateua e do Mosqueiro, pelas vantagens, lógica e benefícios que esta alternativa propiciava. Em 2005, o engenheiro civil Milton Gonçalves Pinheiro, procurou o engenheiro civil Orlando Sarmanho Frade do Clube de Engenharia do Pará - CEP, com a proposição de uma APA - Área de Proteção Ambiental, abrangendo a área insular situada ao norte dos municípios da Região Metropolitana de Belém, com uso eco-turístico e interligação litorânea do município de Belém, tendo este último, de pronto considerado a idéia e levado o assunto ao Clube de Engenharia do Pará (CEP) que a acatou. Com o conhecimento das supracitadas proposições anteriormente feitas, o Clube com a contribuição da sua diretoria e vários sócios e consultores (Engº Civil Reno Cimino-PPS e a Bacharel em Turismo Sonia Maria Chermont Arruda- Eco Turismo), buscou somálas, sistematizá-las e apresentar a proposição ao Poder Público, aos empresários e à sociedade, pela importância das idéias ao presente e ao futuro de Belém e de sua região metropolitana. A proposição tem como objetivo o desenvolvimento urbano com planejamento, através de ações/ investimentos em infra-estrutura e empreendimentos sócio-econômicos em áreas específicas do sítio municipal. Essa iniciativa da equipe técnica, organizada pelo Clube de Engenharia do Pará, objetiva uma dinamização, integração e revitalização da orla litorânea municipal, criando novo e necessário vetor de desenvolvimento e estimulando novas zonas potenciais de atração a negócios que atendam à finalidade de fomento na geração de emprego e de renda, em áreas hoje pouco exploradas, pela criação de infra-estrutura para o desenvolvimento urbano e para o eco-turismo. A partir dessa visão holística do contexto presente e

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permitiria a inserção das mesmas, de forma natural e consequentemente ao grande potencial para alavancar um novo momento de desenvolvimento urbano diferenciado e sustentável, com APAs, condomínios habitacionais, aproveitamento dos nossos rios, complexos de hotelaria possibilidade via hoteleira, de áreas para Centro Administrativo Municipal, para Centro de Convenções, aeroclube, clubes, marinas e etc. E assume maior importância, ao visualizarmos a consolidação do Anel Viário Metropolitano formado pela integração dos dois acessos, o existente e o proposto, circundando área de 482 Km² e perímetro de 104,37 Km, formada de ilhas e rios que preservados e com uso adequado, poderá vir a ser um dos maiores Parques Ambientais do mundo, inserido em uma região metropolitana brasileira, com a especificidade de ser Amazônida, evidenciando Belém no roteiro Turístico internacional, por sua expressiva cultura e exuberante natureza.Nas orlas das baías, novos setores de lazer, turismo.

um terminal rodo-fluvial, de onde os veículos serão embarcados em balsas e transportados (tempo estimado de 15 minutos) através da Baía de Santo Antônio e pelo Rio Pratiquara, por uma distância de 5.600 metros até idêntico terminal, a ser construído na confluência do Igarapé Tamanduá com o Rio Murubira, na ilha do Mosqueiro. (ver mapa 1) Para a viabilização desta etapa será necessária a desapropriação de faixa de terreno para a execução da nova estrada, com 60 metros de largura por 3 quilômetros de extensão, sendo: 2.200 metros em Caratateua e 800 metros no Mosqueiro. Para a construção dos dois terminais intermodais será necessária áreas de aproximadamente 1 hectare para cada terminal. Na integração regional, principalmente com a ilha do Marajó, está prevista a construção de um terminal rodo-fluvial em Carananduba, com ganhos significativos e otimização do transporte entre a ilha do

Acesso Intermodal

1ª FASE:

A interligação rodo-fluvial de Belém até a Ilha do Mosqueiro está prevista através da Ilha de Caratateua (Outeiro), por meio rodoviário até ao extremo norte da lha, no lugar denominado Santa Cruz, onde se prevê

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Marajó e Belém e a RMB (esta solução pode ser incluída nesta primeira fase, por seu baixo custo. À distância entre Camará do Marajó e Icoaraci é de 29 milhas náuticas (54 Km) percorridas em tempo médio de 3:40 h e a distância entre Camará do Marajó e Carananduba é de 13 milhas náuticas (24 Km), percorridos em tempo médio de 1:20 h. Portanto, com grande vantagem na relação Camará do Marajó e Carananduba (Mosqueiro), aos usuários locais e aos turistas).

2ª FASE

este memorial, com diretriz de traçado. (ver mapa 2) Com a construção da ponte projetada e implantação da segunda fase deste projeto, os terminais intermodais não ficarão sub-utilizados, continuarão a funcionar em apoio ao turismo, lazer e como acesso a outras localidades ribeirinhas, principalmente as situadas no arquipélago do Marajó e as da Região Metropolitana de Belém. A proposta para a sua viabilização prevê a utilização de Parcerias Público-Privadas PPPs e de políticas públicas. Com previsão dos principais benefícios: (até o décimo ano após a implantação):

Acesso Rodoviário

Para a concretização dessa etapa será necessária a construção de ponte com vão e altura mínima de 23 metros, de forma a permitir a navegabilidade (como as do Acará e Moju) ,sobre o Furo do Maguari (entre as ilhas de Caratateua e do Mosqueiro), com aproximadamente 1.400 metros, próxima do local escolhido para a implantação do terminal rodo-fluvial da ponta da Santa Cruz (Caratateua). O percurso proposto pelo projeto, na Ilha do Mosqueiro, de aproximadamente 10 quilômetros, deverá seguir pelos divisores de águas das bacias hidrográficas dos rios Pratiquara e Mari-Mari e articular-se ao trevo existente na confluência da Estrada Augusto Meira Filho (esta chega em Carananduba) com a Estrada para o Chapéu-Virado (PA-391). Para redução do trajeto para a Vila, está previsto um ramal com extensão de aproximadamente 3 quilômetros, que interligar-se-á à rodovia PA-391 na confluência desta com a Rua Dr. José Mariano. Para a execução desse ramal, será necessária a construção de ponte de aproximadamente 70 metros sobre o Rio Murubira. Ambas as fases estão visualizadas em mapa anexo a

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·Na redução do tempo de viagem para as ilhas do Mosqueiro e do Marajó: Para Mosqueiro, 30 minutos; Para o Marajó, 2 horas; · Na redução do consumo de combustíveis em função da redução do percurso em 30 km para Mosqueiro e 120 Km para o Marajó; · Na redução global dos custos do deslocamento de cargas e passageiros em relação às alternativas atuais;

Dentro do contexto atual de rigor orçamentário, a formação da Parceria Público Privada, gira em torno de quatro funções principais: fornecer capital adicional; fornecer habilidades alternativas de administração e de implementação; f ornecer valor agregado aos consumidores e ao público em geral; fornecer melhor identificação de necessidades e de uso otimizado dos recursos. As PPPs propiciam ganhos de eficiência:construir de infra-estrutura com menor custo; oferecer serviços públicos de qualidade, em menor prazo; ganhos em volume de investimentos, com aumento da carteira de projetos economicamente viáveis; permite superar gargalos e estimula outros investimentos.

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Prêmio Abrarj incentiva a Responsabilidade Social Objetivo é valorizar políticas responsáveis de comunicação

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Associação Brasileira de Jornais e Revistas (Abrarj) está com inscrições abertas ao 1º Prêmio Abrarj Responsabilidade Social Comunicação Brasil, que visa valorizar e incentivar políticas de comunicação e relacionamento com a Imprensa que estejam focadas na responsabilidade social, assim como motivar a reflexão sobre o tema e promover a participação democrática do cidadão. Conforme destacou o presidente Walter Estevam Júnior, a realização de um programa de comunicação responsável é fator de desenvolvimento social de uma comunidade e, desde que implantado com transparência, produz inclusão e conscientização política. "Iniciativas com essa perspectiva devem ser premiadas, para que as ações sirvam de modelo e sejam disseminadas pelo País. Valorizar esse trabalho, em prol da qualidade de vida e da cidadania, estimular novas e mais atitudes de respeito à dignidade humana, são

premissas deste Prêmio", frisou o dirigente. Podem se inscrever Administrações Públicas, Organizações Governamentais e Não Governamentais e Empresas Públicas e Privadas que realizem programas de comunicação em benefício do cidadão e de sua comunidade, por meio de casos e ações concretas que projetem aumento da qualidade de vida, inclusão e reintegração social, conscientização política. A premiação dos vencedores de cada uma das categorias será feita durante o 2º Encontro Nacional da Abrarj, em março de 2006, em Santos. O modelo da ficha de inscrição, assim como a íntegra do regulamento, podem ser acessados no site www.abrarj.com.br. As inscrições podem ser feitas até o dia 31 de janeiro de 2006, na sede da Abrarj, na Rua Sete de Abril, 345, conj. 503, Centro, São Paulo, SP, CEP 01043-000, telefone (11) 3214.1770, abrarj@abrarj.com.br

Regulamento A realização de um programa de Comunicação responsável é fator de desenvolvimento social de uma comunidade e, desde que implantado com transparência e espírito democrático, reflete no nível de inclusão e conscientização política do cidadão. Iniciativas com essa perspectiva devem ser premiadas, para que as ações sirvam de modelo e sejam disseminadas pelo País. Valorizar esse trabalho, em prol da qualidade de vida e da cidadania, estimular novas e mais atitudes de respeito à dignidade humana, são premissas deste Prêmio. Do Concurso O 1º Prêmio Abrarj Responsabilidade Social Comunicação Brasil tem como objetivo valorizar e incentivar as políticas de Comunicação e Relacionamento com a Imprensa socialmente responsável, que resultem em benefícios para a comunidade, assim como motivar a reflexão do tema para promover a participação democrática e conscientização política do cidadão. Dos Participantes Podem participar Administrações Públicas, Organizações Governamentais e Não Governamentais e Empresas Públicas e Privadas que realizem programas de Comunicação em benefício do cidadão e de sua comunidade, por meio de casos e ações concretas que projetem aumento da qualidade de vida, inclusão e reintegração social, conscientização política. Os trabalhos concorrerão ao 1º Prêmio Abrarj Responsabilidade Social Comunicação Brasil por indicação das empresas associadas à Abrarj e por inscrição direta, mediante o preenchimento de ficha apropriada. 26

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Dos Critérios de Avaliação Os trabalhos inscritos devem envolver um programa de responsabilidade social na área de Comunicação, por meio de um caso concreto, implantado em prol de uma comunidade, que envolva a qualidade de vida, a promoção da inclusão social, a conscientização política do cidadão. Os trabalhos serão analisados de acordo com os seguintes critérios: qualidade do conteúdo do trabalho; alcance e envolvimento social; resultados práticos, capacidade de fomentar parcerias; documentação. Das Inscrições Uma ficha de inscrição deverá ser preenchida e enviada junto com o trabalho descrito, na qual deverá constar o nome dos responsáveis representantes pelo trabalho, bem como a instituição responsável. O modelo da ficha de inscrição pode ser acessado no site da Abrarj: www.abrarj.com.br Os trabalhos deverão ser inscritos e enviados impreterivelmente até 31 de janeiro de 2006, à sede da Abrarj, na Rua Sete de Abril, 345, conj. 503, Centro. São Paulo, SP, CEP 01043-000, telefone (11) 3214.1770. Da Apresentação A apresentação do trabalho inscrito deve obedecer a seguinte formatação: no máximo, 10 (dez) páginas de texto, redigidas em português, tamanho ofício, digitadas em fonte times new roman, corpo 12, espaço 1,5. Deste tamanho máximo estão excluídos o resumo (obrigatório), bibliografia, ilustrações e anexos. O texto deve ser entregue impresso em 02 (duas) vias e em arquivo eletrônico, no formato doc s

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Deverá ser enviado um resumo anexo, com no máximo 20 (vinte) linhas, em times new roman, fonte 12, com título do trabalho e nome dos autores/instituição. Da Comissão Julgadora A Comissão Julgadora do 1º Prêmio Abrarj Responsabilidade Social Comunicação Brasil será formada por associados da Abrarj, nomeados especialmente para esta tarefa, sendo soberana, não cabendo às suas decisões qualquer recurso ou impugnação. Os membros participantes desta Comissão não poderão ser autores, co-autores ou participantes diretos de quaisquer dos trabalhos e projetos inscritos. Da Premiação Seleção - Serão pré-selecionados 3 (três) trabalhos finalistas em cada uma das categorias. E dentre estes serão selecionados os vencedores, em cada uma das categorias, que serão premiados. Premiação - Cada um dos trabalhos vencedores em cada

uma das categorias receberá o troféu 1º Prêmio Abrarj Responsabilidade Social Comunicação Brasil. Todos os trabalhos inscritos serão disponibilizados no site da Abrarj após a premiação. A premiação dos vencedores de cada uma das categorias será feita em Cerimônia de Entrega e Encerramento do Prêmio, durante o 2º Encontro Nacional da Abrarj, em março de 2006 (em data e local a serem divulgados). Das Considerações Finais Ao inscreverem-se, os candidatos ao 1º Prêmio Abrarj Responsabilidade Social Comunicação Brasil tacitamente concordam com a utilização sem ônus de seu nome, imagem e trabalho para divulgação em qualquer meio de comunicação, nacional ou internacional. Os casos omissos neste regulamento serão discutidos e acordados pela Coordenação do 1º Prêmio Abrarj Responsabilidade Social Comunicação Brasil. Coordenação.



Carlos Humberto Duarte dos Santos, João Sampaio de Oliveira, José Arledo Márquez de Souza, José Raimundo Albuquerque Gadelha, Regina de Fátima da Silva Rodrigues e Rubenixson Ribeiro Farias. Castanhal possue na área de saúde, excelentes profissionais médicos, odontologos, fisioterapeutas, enfermeiras, que nada ficam a dever em suas capacidades de ação aos centros mais adiantados. Como exemplo podemos citar cardiologistas, como os drs. Antonio Bastos, Galdino Diniz. Em pediatria, Dra. Sônia Lobato, em otorrino, Francisco Palheta, em neurologia, Dr. Jorge Santos, e por aí vai em outras especialidades, como Angiologia, Dermatologia, Ginecologia, Urologia, Proctologia, Pneumologia, Mastologia e Alergicista, todos com atividade na UBS(unidade básica de saúde), sob a tutela do excelente profissional dr. Mauricio Kayate. Não podemos deixar de citar as casas de saúde, como Hospital São José, Clínicas de Imagens “Medical” que realiza exames especializados, desde ultrassonografias até densiometria óssea, Procardiaco, Hospital Magalhães, Acidentados, etc. Castanhal ainda possue na área de saúde, de dois médicos em perícia Médica, uma fonoaudióloga, e uma terapeuta ocupacional. Listar o todo, amigos leitores de PARÀ+, ocuparia um grande espaço, não comportável nesse artigo, alertando, portanto que as ausências não são omissões premeditadas. Quanto a indústria, as mais importantes na qualidade de seus produtos, e na quantidade do contingente de empregados, temos a Companhia Têxtil de Castanhal, indústria de produtos alimentícios “Hiléia” e “Mariza”, além de atacadistas famosos como a “Importadora Souza” de meu amigo Ernani Souza. Castanhal tem também seu forte na Pecuária e transporte urbano e rural, sobejando a população de vasta locomoção pelo município e arredores. Assim é Castanhal, amigos leitores, que numa pincelada resumida nos dá a idéia de que é realmente a “Cidade Modelo” do nosso querido Pará.

O Prefeito Hélio Leite e seu Vice Milton Campos

Referimos anteriormente, que Castanhal tornou-se um pólo nas atividades do nordeste do Pará. Como referencial citamos alguns municípios que fazem parte da região nordestina paraense: Magalhães Barata, Igarapé-Açú, São Francisco do Pará, Inhangapí, São Domingos do Capim, Maracanã, Marapanim, Curuçá, São João da Ponta, Terra Alta e outros de mesma importância, que fazem da região geográfica paraense, uma das mais desenvolvidas de nosso estado, tendo inclusive seus interesses vários configurados, representados e defendidos por uma entidade denominada AMUNEP (Associação dos Municípios do Nordeste do Pará), cuja sede central encontra-se em Belém, com o fito de estar mais perto da administração governamental do estado. O atual prefeito da cidade, castanhalense da gema, Hélio Leite, seu vice Milton Campos, vêm impondo uma administração do mais alto padrão de governabilidade, honradez, trabalho, tino administrativo, incentivando com amor e denodo, criando com isso um desenvolvimento de alto jaez, tanto no comercio, indústria, saúde, obras, saneamento básico e um embelezamento urbano, que é visto em grande escala em todas as praças, logradouros públicos, áreas de lazer, cultura e educação em todos os níveis de escolaridade. Castanhal tem ainda a sorte de possuir um poder legislativo, onde estão inseridos vereadores do mais alto quilate de devoção honesta, anexa à capacidade de legislar com denodo, proficuidade dirigida para o bem do povo, haja vista os projetos que tramitam na Câmara, sobejamente identificados para o bem estar comum de Castanhal, e o que é mais importante, isentos de interesse partidário! O poder Legislativo de Castanhal tem sua mesa diretora constituída pelo presidente Ronilson Corrêa de Souza, seu vice, vereador Celso Saliba Ribeiro, e secretários Nivan Setubal e Ezequias Corrêa Ribeiro. Não podemos deixar de citar os outros Edis, dotados sem exceção das mesmas qualidades que os tornam legisladores do mais alto escol. São eles: Antonio Oliveira de Souza, Carlos Alberto de Souza Sampaio, Edição 47 - janeiro

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Castanhal, 74 anos: A metrópole do Nordeste do Pará

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rivilegiada geograficamente, a cidade de Castanhal, a 65 km de Belém, consolida seu desenvolvimento através de uma administração municipal onde a participação é a palavra de ordem. Uma das principais bandeiras do prefeito Hélio Leite (PMDB) e do vice Milton Campos (PSDB) tem sido, acima de tudo, o engajamento dos castanhalenses num projeto que coloca poder público e povo lado a lado, atendendo um Plano de Governo elaborado a partir dos anseios da própria população, que beira os 200 mil habitantes. Castanhal, que um dia já fez parte do território da grande Belém, tornou-se uma espécie de metrópole da Região Nordeste do Estado, graças às suas vocações naturais, culturais, comerciais e industriais. Além disso, tem no turismo mais um de seus potenciais, em espaços, por exemplo, como a orla do rio Apeú, que oferece diversos ambientes com restaurantes, bares, lanchonetes e o mais cobiçado banho de igarapé da região. Descendo o rio até a agrovila Boa Vista há o maior

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produtor natural de orquídeas do Pará, mais uma beleza nas entranhas da mata que encanta os turistas que percorrem, à canoa, uma extensão de quase 10 quilômetros de sombra e água fresca. Com um currículo extenso, o prefeito Hélio Leite ingressou na política como vereador, tendo sido eleito duas vezes. Foi secretário municipal por três vezes, viceprefeito, deputado estadual duas vezes e, após 20 anos de vida pública, sabe como ninguém dos avanços e das necessidades de sua terra natal. Daí o bom relacionamento que tem com políticos de vários partidos, inclusive os de oposição. Além disso, tem trabalhado em parceria com o governador Simão Jatene (PSDB), que também tem suas raízes em Castanhal. Para o prefeito Hélio Leite, “o maior atrativo de Castanhal está, acima de tudo, no sorriso de sua gente, que tem o orgulho de ser um povo hospitaleiro. Por isso acreditamos que com a participação de todos, Castanhal vai continuar sendo a Cidade Modelo do Pará, porque entendemos que sem participação não há desenvolvimento”, conclui.

Palácio Municipal Maximino Porpino da Silva Major Ilson

O Posto Médico do Imperial conta com uma ambulância

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Algumas das Obras concluídas  A orla do Apeú completamente revitalizada, é um dos pontos turísticos desta região Nordeste do Pará, voltando a ser o point dos castanhalenses. Com quiosques, bares e lanchonetes, o espaço conta com um dos mais procurados banhos de igarapé do município, dada a tradição do rio e da vila centenária.  O asfaltamento de várias ruas de Castanhal com asfalto do tipo CBUQ (concreto e seixo), no bairro de Ianetama inaugurou a lista de bairros que foram ou ainda serão beneficiados. Os moradores das ruas São José e Pedro Lopes de Queiroz ainda

Orla do Apeú

Casos de urgência e emergência.  A informática chegou à Castanhal, através do curso de capacitação Línux Boto, programas de computadores direcionados para a inclusão digital, funcionando como uma ferramenta pedagógica para os profissionais da educação. Segundo o prefeito Hélio Leite, “a informática representa a interação do estudante com o universo. Por isso estamos investindo na capacitação e na informatização das escolas, procurando vislumbrar um novo momento para a escola pública”.

Obras em andamento  Limpeza, empiçarramento, asfaltamento e Hélio Leite e Simão Jatene colocação de meio-fio nos bairros Saudade, Pirapora, Cariri e Milagre. comemoram a chegada do asfalto, que substituiu o  Construção do prédio onde funcionará a Farmácia antigo bloquete, que dava prejuízos aos veículos, Popular (entre as secretarias de Finanças e de bicicletas e até para que andava á pés. Saúde).  A moderna Unidade de Saúde Dr.  Construção de uma escola com Jorge Netto Costa, com 274m2 6 salas de aulas no bairro Bom de área construída, dispõe de Jesus enfermaria, consultório médico, PCCU (tratamento contra o  Construção de um Ginásio câncer d o c o l o u t e r i n o ) , Poliesportivo Coberto no bairro curativos, gabinete Ianetama odontológico, copa, vacinação,  Construção de um ginásio de farmácia e ampla recepção. A A periferia foi a principal Esportes Coberto e uma Praça ambulância é para atender os beneficiada com o no Bairro Imperial. asfaltamento das ruas

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Facilidade, parcelamento e muitas outras vantagens que só mesmo os Amigos podem dar. Edição 47 - janeiro

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MENSAGEM DO PREFEITO HÉLIO LEITE

Meus irmãos de Castanhal. Digo irmãos porque somos todos filhos desta terra querida, promissora e hospitaleira. Chegamos ao segundo ano da nossa administração. E gostaria que você analisasse com carinho cada obra e cada ação que, juntos, realizamos. Isso porque é você que nos impulsa a trabalhar com seriedade e transparência. A maior meta do nosso governo é resgatar compromissos. E temos a certeza de que estamos realizando tudo aquilo que assumimos com o povo de Castanhal. E de uma coisa você, leitor, pode estar certo! Honramos e vamos continuar honrando cada palavra, cada compromisso, sem esquecer uma vírgula. Por isso precisamos muito da sua participação: jogando lixo no lixo, recebendo os visitantes com hospitalidade e pagando o seu IPTU, que não é somente um imposto, mas acima de qualquer coisa, um investimento que você faz na sua cidade. Costumo sempre dizer que não “sou prefeito”, eu “estou prefeito”; sou apenas o gerente do Poder Executivo Municipal. O Cidadão é quem diz como a verba deve ser aplicada e onde ela deve ser aplicada. É assim que temos procurado trabalhar: ouvindo a população nas ruas, ouvindo as lideranças, os vereadores. Enfim, juntando o maior número de opiniões de pessoas que queiram ver a cidade continuar seguindo em frente. O nosso palanque já foi desarmado há muito tempo! Para ser mais preciso, no mesmo dia da eleição. Hoje o nosso palanque, a nossa bandeira, é a sua confiança. Sabemos que ainda temos muito trabalho pela frente, mas não temos dúvida de que continuaremos tendo ao nosso lado grandes parceiros na Câmara de Vereadores, no Governo do Estado - como o próprio governador Simão Jatene e a vice-governadora Valéria Pires Franco -, os

deputados José Priante, Márcio Miranda, o meu dileto amigo ex-prefeito Paulo Titan e a todos que queiram somar esforços para continuarmos fazendo de Castanhal uma das cidades com melhor qualidade de vida desse grande Estado do Pará. Eu não poderia deixar de agradecer aqueles que me acompanham, me apóiam e me incentivam: à minha família, ao meu jovem e dinâmico vice-prefeito Milton Campos, aos secretários, coordenadores e a todos os servidores e colaboradores da administração municipal. Sozinho, eu não conseguiria colocar em prática o nosso Plano de Governo. Foi preciso que todos vestissem a camisa e as cores deste município, para que os trabalhos pudessem acontecer com garra, mas com naturalidade. Que este ano de 2006 seja mais um ano de grandes realizações; de vitórias, de muita saúde e paz. E que Deus, na sua mais infinita bondade, possa continuar nos iluminando e conduzindo nossos pensamentos e ações, para que todos possam se sentir parte de um mundo que pode (e deve) ser bem melhor. Muito obrigado! E parabéns Castanhal!

Hélio Leite Prefeito Municipal

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Associação Brasileira de Agências de Viagens do Amazonas


FAX

Comunicação

Anselmo Gama e Socorro Oliveira

Comunicação surgiu da experiência com o bom texto jornalístico e das excelentes produções televisas, incluindo programas políticos", ressaltou Anselmo Gama. A primeira sala da agência Fax foi na Rua Tupinambás, bairro do Jurunas. Depois passou para a avenida Alcindo Cacela, no bairro da Cremação. Em 1992, mudou-se para o edifício Paladium Center, no Umarizal. Conforme a agência crescia, novas salas eram anexadas ao conjunto. Em outubro de 1998, veio a sede própria, na Rua Domingos Marreiros, 710, também no Umarizal, onde está até hoje. "Um prédio moderno, com toda a infra-estrutura necessária ao bom funcionamento de uma agência de porte médio", disse Anselmo. Após a criação, os primeiros clientes foram aparecendo. O primeiro deles foi o ortopedista Cleobery Braga e sua loja de produtos ortopédicos, a Procorpo. "Os primeiros trabalhos eram principalmente na área de assessoria de imprensa", destacou Socorro. Nessa linha, destaque para o shopping Castanheira como um dos principais clientes. A agência participou de todo o trabalho de lançamento do Shopping. Entre os clientes ao longo da trajetória da agência, merecem citação a Associação Paraense de Supermercados - Aspas, cliente até hoje; Mineração Rio do Norte; o Governo do Equipe Fax

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agência Fax Comunicação é considerada nova no mercado de trabalho apesar de já ter 15 anos no ramo da publicidade. Em maio de 1990, os jornalistas Anselmo Gama e Socorro Oliveira, resolveram fundar a agência após uma bem sucedida carreira jornalística. Eles queriam provar que podiam fazer muito mais. Anselmo e Socorro trabalhavam na TV Cultura. Ele como diretor de programação e ela como editora e produtora do programa Sem Censura Pará. "A Fax

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Pará (na primeira gestão Almir Gabriel); a Prefeitura de Belém (gestão Hélio Gueiros e depois gestão Edmilson Rodrigues) e o PMDB-PA, também cliente até hoje. Alguns cases de sucesso que têm a participação da agência são a La Rocha, loja de moda feminina, que começou na Rua dos 48 e hoje é um dos destaques na Braz de Aguiar; e a SuperNorte, maior feira empresarial da região, realizada pela Aspas. Entre os clientes atuais, estão a cervejaria Amazon Beer e o restaurante Manjar das Garças; as lojas Désirée Presentes; La Rocha e Shouldene; o Supermercado Amazônia; a loja de modulados Celmar; o Hospital Porto Dias; a Prefeitura de Ananindeua, além de outros. Para o jornalista e publicitário Anselmo Gama, o mercado da publicidade em Belém está bastante concorrido. "Mas há espaço para quem efetivamente dá resultados ao cliente. Podemos dizer que a Fax é uma Edição 47 - janeiro

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das agências de Belém que melhor combinam talento e eficácia", disse. Anselmo diz ainda que o momento da propaganda no mercado nacional é de reafirmação de seus princípios éticos e de sua importância para o desenvolvimento d o i

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Amazônia

A Ilha da Pacoca

Camillo Martins Vianna e Walter Chile Lima-Arte Educador / SOPREN

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Para princípio de conversa, a ilha da Pacoca seria a morada de encantadora meuã, mulher virada em cobra. Nas noites de lua a Grande Cobra passeia no leito do rio Maratauira, ora para baixo, ora para cima da maré, levando como tralha ou trouxa, na cacunda, a ilha em questão, parecendo a alguns passantes desatentos, verdadeiro navio e o reflexo da lua nas folhas das árvores da ínsula, dá aparência de estar totalmente iluminado. De boca em boca, é fato sabido que a dita cobrona, como se sabe, não passa de uma linda donzela e se um homem de coragem enfrentá-la, acertando-lhe um tiro no meio da testa ela se desencantará, libertando-se e o atirador terá como prêmio, a ilha transformada em castelos de ouro e cristal, assim como a mão da cunhã, igualmente desencantada. A moradia da Cobra citada era o entorno de uma gigantesca samaumeira, também chamada Rainha da Várzea, dos mais belos exemplares da ainda Suntuosa Floresta Amazônica, que não mais existente nesse local. O rabeteiro Gil, como são conhecidos os de prenome Severino, na região, guiador de rabeta (pequena embarcação motorizada, muito usada por lá) relata que cidadão do local candidatou-se a realizar a proeza. Na hora exata, porém, assombrou-se, e errando o tiro, enlouqueceu e acabou morrendo. Em reunião sobre o folclore abaetetubense realizado

Rio Tocantins, um dos afluentes do Rio das Almazinhas, o Amazonas, do padre Antônio Vi e i r a r e p r e s e n t o u e representa ainda, importante papel na ocupação e desenvolvimento da Amazônia oriental e apresenta maravilhoso e diversificado fabulário que somente agora vem sendo conhecido e divulgado. Atuando há mais de 20 anos na região, foi possível aos integrantes da Sociedade de Preservação aos Recursos Naturais e Culturais da Amazônia (SOPREN) coletar informações preciosas sobre o amazonário hileiano, principalmente no que diz respeito a muito conhecida Cobra Grande, inteiramente incorporada ao imaginário da região e imortalizada pela tradição oral. Famosa em todo Baixo Tocantins paraense a ilha da Pacoca está situada na região das Ilhas do município de Abaetetuba, ou mais precisamente, no rio Meruú ou Maratauira, na boca do furo Maracapucu. O ofídio fluvial estuarino faz parte do acervo imaterial e é encontrado em qualquer ermo do chamado Império da Boiúna, uma das inúmeras denominações do Gigantesco Mundo Verde dos Trópicos. De acordo com o populário, variações as mais diferentes sobre não só a tal ilha como à própria serpente fantasmagórica, enriquecem o patrimônio cultural regional. 36

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no instituto Nossa Senhora dos Anjos a Madre Superiora contribuo com outro aspecto interessante: caso a Cobra Grande da Pacoca seja eliminada, a própria cidade de Abaetetuba será riscada do mapa, o mesmo acontecendo com a igreja matriz de Nossa Senhora da Conceição, padroeira do município. Vem causando apreensão, não só entre os escassos moradores da Pacoca como entre os navegantes, fenômeno que está acontecendo tal seja, o desbarrancamento de parte da ilha, sendo visível a diminuição da mesma e a dúvida que passa pela cabeça de todos é: o que está ocorrendo é a força da maré, ou a Cobra Grande está se preparando para fazer uma das suas? Aqui vale um questionamento, será que a terra caída ou desbarrancamento da ilha, fenômeno encontradiço em

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todo o Mundo Hídrico, cuja cobertura florestal está sendo reduzida a escombros e a secura que ocorreu recentemente em rios, igarapés e lagos dependentes do grande Amazonas, seria um alerta baseado na sabedoria popular, pois as Cobras Grandes estão sendo agredidas, tal qual o homem da região? Resta para todos os hileianos do bem, que em suas orações natalinas ou de final de ano implorem as bênçãos do Criador para que o bom senso prevaleça e a Grande e Generosa Floresta seja preservada. E a fauna e a flora míticas desse maravilhoso rio amazônico, o Tocantins DE 1968 com a instalação de ES D gigantesca hidroelétrica, a revelia do povo amazônico, também estarão sob risco de REN desaparecer ou novos SOP personagens surgirão, TA enriquecendo sob modo a A ND cultura regional? O P EL A

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SÉRGIO PANDOLFO

Cartola a e d b o m A a m S o o r d Cartola desfilando pela Mangueira

carioca Angenor de Oliveira nasceu a 11 de agosto de 1908, quinto filho de uma prole de sete irmãos. Muito cedo começou a trabalhar; foi tipógrafo, contínuo, lavador de carros e ajudante de pedreiro. Aos oito anos já desfilava em blocos carnavalescos e aos onze, por ingentes dificuldades financeiras sua família foi morar no morro da Mangueira. O hábito de usar chapéu de coco para proteger a cabeça do cimento lhe rendeu o apelido com que ficou conhecido para o resto da vida: Cartola. Ele não só fundou a Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira como lhe deu nome e as cores: verde e rosa. Era homem simples e de parca instrução (só o primário) e isso é que impressiona: suas letras são de impecável correção, algumas até com laivos de erudição, e ao longo de mais de cinco décadas dedicadas ao samba construiu um dos legados musicais de maior expressão, realce e beleza do cancioneiro popular, sendo considerado por expoentes da música como o maior sambista de todos os tempos. Viveu tempos difíceis e atribulados no morro que tanto amou, o da Mangueira.

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Nos anos 40, viúvo, veio a conhecer Euzébia Silva do Nascimento Dona Zica -, também viúva, com quem passou a conviver, casando-se depois de 12 anos de união. O casal passou por sérias dificuldades financeiras, mudando-se para a Baixada Fluminense. D. Zica foi fundamental, arriscaríamos mesmo dizer definitiva, na vida e na obra de Cartola. Era, juntamente com a Mangueira, suas duas grandes e imorredouras paixões. Nos tempos em que viveram juntos compôs “As rosas não falam”, sua música mais Cartola e Dona Zica conhecida e executada, “Nós dois” (feita dias antes do casamento) e “O Sol nascerá” . O casal, depois de passar por seriíssimas aperturas econômicas foi “descoberto” por gente influente do mundo musical e abriu um restaurante, o Zicartola, de grande sucesso, e juntos desfrutaram momentos inesquecíveis. O Mestre s

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PREITO A MESTRE CARTOLA

outros sambas que ele vendeu para sobreviver Sérgio Pandolfo Novembro/2005 poderemos aquilatar a Na Mangueira ele “nasceu” enorme, quase infinita - vivaz favela carioca , c a p a c i d a d e d e s s e viveu, cresceu, floresceu, humilde homem de cor a dar-se ao samba e em troca em fazer versos de amor, que ele cantava Teve o reconhecimento m e l h o r d o q u e das gentes desta Nação, que viram merecimento ninguém. E versos, em sua obra-canção. diga-se, da melhor qualidade. Entre suas Ajudante de pedreiro, c a n ç õ e s m a i s provocava mariola conhecidas, além de nos colegas de canteiro com sua velha cartola. “As rosas não falam”, podemos repertoriar: Mas era gente de bem, “ O m u n d o é u m compositor respeitado moinho”, “Cordas de - nas rodas de samba, cem Aço”, “Alvorada no mil versos fez , inspirado m o r r o ” , “ D i v i n a Ao som de sua viola, Dama”, “Acontece”, tangendo as cordas de aço “ E n s a b o a ” e - agora sem a cartola “ A u t o n o m i a ” , n a para espantar o cansaço. opinião do autor deste Cansaço da vida dura texto talvez sua música de transportar pedra e cal; mais bela e expressiva, só a noite era doçura como sempre a cantar o a elevar-lhe o astral. a m o r . A m o r Doçura de Dona Zica, impossível. a musa de seus encantos, Em novembro do ano inspiradora da rica findo, por ocasião do melodia e acalantos. transcurso dos 25 anos d a m o r t e d e s s e Certa vez disse pra ela: bem, “as rosas não falam” “monstro sagrado” de meu e lhe compôs a mais bela nossa música nacional, canção em versos que calam. o samba, tocado pela saudade de suas belas De ajudante virou Mestre, canções fizemos, em mestre nas artes do samba! em toda a vida terrestre sua homenagem, a que soube ser poeta e bamba. poesia que vai a seguir.

teve sua obra reconhecida por nomes do quilate de Villa L o b o s , Radamés Gnattali e M a r c u s Pereira. Ao longo de sua vida teve inúmeros parceiros, tais como: Carlos Cachaça, compadre e o mais assíduo; Zé da Zilda; Sílvio Caldas; Noel Rosa; Elton Medeiros; Hermínio Belo de Carvalho, Dalmo Castelo e muitos outros. Cartola compôs e cantou o amor como ninguém. Sempre no ritmo do samba. Foi o menestrel do samba e do amor. O grande sambista Nelson Sargento dizia nunca ter-se atrevido a propor parceria com ele por o considerar “um compositor finíssimo”. O Mestre do samba e trovador do amor morreu de câncer em 30 de novembro de 1980, aos 72 anos de dura mas profícua existência, durante a qual compôs, sozinho ou em parceria, mais de 500 canções que ele assinou e deu a conhecer através de intérpretes famosos ou nem tanto. Se a isso aditarmos centenas de

Sua Zica não escamba

*Médico e escritor - (foi seu par perenemente); SOBRAMES dos maiores foi, do samba, serpan@amazon.com.b o versista mais luzente.

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“Brincando com o Meio Ambiente” *Caroline Dias Pastana

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busca pelo desenvolvimento sustentável, que tenha a finalidade de alcançar a qualidade de vida, sem deixar de utilizar tecnologias, é um grande desafio para os países em desenvolvimento e dentre eles o Brasil que precisa produzir para aumentar e garantir o crescimento econômico, reduzir a pobreza e manter seu ambiente da melhor forma possível. Visto isso, uma problemática adotada (e/ou detectada) pelo projeto “Brincando com o Meio Ambiente” diz respeito à falta de interesse por parte dos órgãos governamentais e de instituições particulares em investir em educação. Isso faz com que as propostas educacionais se esquivem da pouca visão desses órgãos e se desvalorizem. Portanto, para vencer essa barreira o “Brincando com o Meio Ambiente” está em aberto para ser aplicado em escolas

Flor de garrafa pet

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Cesta de jornal

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Caramujo(peso de papel)

Quadro bandeja

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de ensino fundamental das redes pública e privada. Esse projeto é uma realização do Laboratório de Educação Ambiental da Universidade do Estado do Pará. Segundo a UNESCO, Educação Ambiental é uma dimensão dada ao conteúdo e à prática da educação orientada para a resolução de problemas concretos do meio ambiente por via de enfoques interdisciplinares e de uma participação ativa e responsável de cada indivíduo e da coletividade. Abordar a Educação Ambiental em uma sala de aula é estar se preocupando com o bem-estar de cada aluno, com o da humanidade e com o das futuras gerações. Não se pode tratá-la como um anexo da pedagogia nem da biologia, pois ela estaria perdendo a maior parte do seu potencial inovador e revolucionário, isto é, o potencial de conscientizar a

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Dia das crianças

aterros devido às dificuldades de compactação e à sua baixa degradabilidade. As embalagens plásticas lançadas indevidamente no ambiente contribuem para entupimentos, propiciam condições de proliferação de vetores, prejudicam a navegação marítima e agridem a fauna aquática, além de causarem poluição visual. Por isso, as referidas atividades têm a intenção de acatar a idéia de diminuição de resíduos. Jogos que serão feitos pelos próprios alunos, uma vez reciclados objetos para confecção desses jogos, os quais servirão para exemplificar reduzidamente o conceito de sustentabilidade. Além disso, serão usados jogos de memória e dominós ambientais com a intenção de fixar termos específicos voltados para o meio ambiente. Interpretação de vídeos. Os vídeos servirão de ilustração das temáticas abordadas em sala de aula. Visitas em áreas de reserva, que terão a finalidade de pôr o aluno em contato com os elementos da natureza fazendo com que o mesmo faça a relação com temas a serem abordados em sala de aula, bem como reconheça nessas áreas alguns aspectos ambientais positivos e/ou negativos. Comemoração do Calendário Ambiental. Essa atividade tende a comemorar as datas referentes aos temas de abordagem ambiental. Seu objetivo é preservar a memória do calendário e promover a socialização da comemoração. Um exemplo de atuação do “Brincando Carolina em sua oficina com o Meio Ambiente” foi o

população para as questões relacionadas ao meio ambiente, o que é uma tarefa bem árdua. O projeto “Brincando com o Meio Ambiente” tem como objetivo a instalação de uma RECICLOTECA - sala ampla, fechada ou não, onde será aplicada tal prática educativa no ensino fundamental com a finalidade de proporcionar desde cedo maior compreensão, por parte do aluno, do ambiente e de suas relações com os elementos e recursos naturais e sociais, os quais estão em constante interação. O referido projeto tem também como princípio não só aplicar uma prática educativa, mas também inserir na escola a cultura ambiental. Por isso, tal prática é desenvolvida de forma dinâmica e extrovertida, utilizando-se técnicas de: Leitura de cartilhas, histórias em quadrinhos, manuais de preservação, revistas, textos educativos, tendo essa atividade como foco fomentar o interesse do aluno em relação às problemáticas voltadas ao meio ambiente de uma forma simples e visionária através do exercício da compreensão textual em que o aluno depreenderá a estrutura organizacional do texto, bem como seus elementos constitutivos a serem definidos de acordo com o gênero textual. Atividades de reciclagem como oficinas de reciclar papel, garrafas, enfim sucatas. Essas atividades dizem respeito ao processo de reaproveitamento do lixo gerado pela população, dentre o mais visado teremos o plástico. Em sua maioria os materiais plásticos ocupam muito espaço nos

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Dia das Crianças comemorado na Praça Batista Campos, onde foram oferecidas oficinas de reciclagem e teatro de fantoches. Gincanas Ambientais. Estas têm como propósito a unificação de interesses de relevância ambiental da escola onde o projeto for implantado, bem como a divulgação de trabalhos e de atividades desenvolvidas em prol da melhoria contínua do projeto. Tudo isso no intuito de apresentar a “disciplina” de maneira a possibilitar ao aluno que o mesmo absorva de forma mais natural e descontraída conceitos ambientais de suma importância para a sobrevivência do ser humano, bem como para a sustentabilidade da comunidade, e que através disso ele se sensibilize perante às problemáticas inerentes ao meio ambiente e caminhe para refazer suas ações muitas vezes imperceptíveis, porém predatórias e agressivas. Além disso, tem-se o objetivo de que a criança vincule a Educação Ambiental em seu dia-a-dia, interagindo com o meio ambiente seu aprendizado sobre fundamentos ambientais de uma convivência harmoniosa com o meio e com os recursos naturais, assimilando de uma vez conceitos de preservação. Esse trabalho vem não só contribuir com a sociedade através do ensino e aprendizagem, como também vem contribuir de uma forma prática na nossa formação acadêmica, o que sugere uma relevância ímpar na relação universidade e alunos. O ambiente como uma realidade complexa é aquele que interconecta o que está fora e dentro da escola, está na realidade local e global, está no pátio escolar e na reserva ambiental, está no social e no ambiental. Portanto, a educação ambiental é uma proposta aberta ao novo, a uma visão de mundo que procura romper com os paradigmas e disjunções (CUNHA & TEIXEIRA, 2003). É com base nessa visão de mútua interação e troca que este projeto foi elaborado. É preciso despertar desde já nossas crianças para o futuro ambiental da Terra. Educar alguém é fazer cidadãos mais conscientes de seus deveres ambientais.

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Natal

*Autora do projeto Orientadora do projeto: Ms. Andréa Fagundes; Colaborador: Bernardo Caires

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CIESS - Noite de Solidariedade

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omo ocorre todos os anos, o CIEESCentro Integrado de Educação Especial, uma escola fundada em 1991 com fins filantrópicos, especializada em educação de jovens com necessidades especiais(déficit cognitivo), realizou no dia 10 de dezembro último mais uma grande confraternização, reunindo alunos, pais, professores e convidados, para uma Noite de Solidariedade em prol das obras que a escola desenvolve, a fim de captar recursos para melhorar e aperfeiçoar o seu sistema de aprendizado e inclusão social dos alunos.

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A Noite de Solidariedade foi realizada no Hotel Sagres, que há muitos anos cede suas dependências gratuitamente para esse importante evento, o qual vem tendo um grande destaque dentre os acontecimentos sócioculturais de Belém, sempre comparecendo um grande número de pessoas interessadas em colaborar com a instituição. Contando com a orientação pedagógica de profissionais SEDUC e com a colaboração voluntária de diversas empresas da região, a reunião festiva deste ano teve como principal objetivo iniciar uma campanha para a aquisição da sede própria da escola. Em seu segundo ano de mandato, a presidente, Maria Rosária Wanderley Lasmar do Amaral, agradeceu o empenho de todos e fez uma breve avaliação sobre as dificuldades que a instituição ainda enfrenta, mas ressaltou o trabalho dedicado de todos e as conquistas ocorridas nestes últimos anos. “Uma das mais importantes foi a mudança da escola para um prédio mais espaçoso, permitindo uma série de atividades, entre essas a prática capoeira que é ministrada por dois professores voluntários”, comentou a presidente. O s prin cip ais programas desenvolvidos pela escola são os seguintes : 1-Oficina de papel reciclado, confecção de

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O sorteio

A alegria

diretoria é que os alunos permaneçam o dia inteiro na escola, só não acontecendo por falta de recursos para fornecimento de almoço. Por isso a escola luta muito contra a falta de recursos e está aberta para as empresas que se dispuserem a colaborar com qualquer tipo de ajuda. O CIEES conta hoje com 57 alunos, e as dependências do Hotel Sagres ficaram completamente lotadas, estimando-se o comparecimento em torno de 700 pessoas. “ Foi uma noite maravilhosa, mas nosso trabalho não pode se limitar a apenas uma noite de solidariedade, o ideal mesmo é que o voluntariado cresça e que o espírito solidário permaneça pelo ano inteiro. O CIEES aceita de muito bom grado quem estiver interessado em ser voluntário da instituição. Para isso basta procurar a direção da escola na Tv. Piedade 633, bairro do Reduto, entre Henrique Gurjão e Gov. José Malcher, Fone: (91) 3241-1171 , ou a t r a v é s d o s i t e www.ciees.org.br

A apresentação

embalagens para presentes, pastas cartões, agendas e enfeites com motivos natalinos. 2-Oficina de paisagismo com prestação de serviços à comunidade, planejamento e manutenção de jardins em condomínios, residências e escolas. 3- Oficinas de brindes 4-Laboratórios pedagógicos psicomotricidade, história, geografia, ciências e matemática. 5-Programas complementares Educação Física envolvendo treinamento de futsal, capoeira, jogos e recreação. 6-Fonoaudiologia, informática educativa e psicologia. 7- Orientação psicomotora. 8- Projeto de parceria família na escola voltado para o resgate dos familiares dos alunos no dia-a-dia da A confraternização escola. Alguns pais participam ativamente da escola e o c u p a m funções na direção da mesma. Um dos maiores sonhos da

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A presidente agradecendo

Os convidados

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ACYR CASTRO

Não Me Imagino Sem O

CINEMA

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ntrando em cena 2006, e m'indagam se o cinema tem futuro para além do videogame, dos efeitos especiais e da digitação computadorizada. Na prática, ele surgiu em 1895 com a primeira exibição pública do cinematógrafo, e agora tem a encarar inúmeras técnicas de consumo da imagem, da televisão ao laser disc, do vídeo ao CD-ROM, do computador em si ao DVD... A indagação tem sentido, embora o cinema tenha vivido sempre em crise desde que, artisticamente, nasceu - em 1915 (“O Nascimento de Uma Nação”, exaltando o racismo no aparecer dos Estados Unidos) ou em 1916 com “Intolerância” a combater os preconceitos a partir da América apoiado na capacidade do cineasta David Wark Griffith de inventar a montagem alterada, o movimento da câmera inclusive o emprego da panorâmica e o aperfeiçoamento do close-up descoberto em 1896. O grande precursor de Griffith foi, técnica e esteticamente, outro americano, o Edwin Porter de “O Grande Roubo do Trem” (1903), pai do épico e do faroeste. Impossível crise maior do que a de fins da década de 1920, quando chegou ao fim a arte da Cena Muda, substituída por estética inteiramente diversa geradora da arte sonora, falada, paralelo ao advento da

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cor e, pouco tempo depois, ao da TV. Mostram os números oficiais que a produção audiovisual continua crescendo no mundo, deslocando-se os centros de criação, e a demanda também. Ocorre que o filme de celulóide enfrenta concorrência, a cada dia mais vertiginosa a ponto de ameaçá-lo decisivamente, minisséries e produtos outros de consumo televisivo com os da computação à frente, até o disquete eletrônico. A explicação é que os objetos em película são caríssimos, enquanto que os progressos tecnológicos barateiam a imagem eletrônica. Daí a preferência por uma produção periférica, quase à mergem do grosso da indústria audiovisual dos blocos econômicos poderosos comandatários da multimídia internacional, quer pelos fazedores cinematográficos, quer pela crítica e os espectadores da cinemagia insatisfeitos com a sistemática padronização exigida pelos comerciantes do cinema instalados desde que, em 1913, subdivisão política da cidade de Los Angeles, Hollywood com o seu regime de concentração de estúdios iniciou sua existência. Ajudando o Século Vinte a avançar culturalmente, o cinema (o Mudo, O Falado) derrubou fronteiras, obrigou o homem a repensar-se e, entre duas guerras mundiais, criou formas belas e sutis de linguagem a competir com a literatura, com a poesia, com a música, com as artes

Os objetos em película são caríssimos, enquanto que os progressos tecnológicos barateiam a imagem eletrônica

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Michael Curtiz, Anthony Minghella, James Ivory, Raoul Walsh, David Fincher, Carl Theodor Dreyer, Alf Sjoberg, Otto Preminger, Georg Wilhelm Pabst, Vsevolod Pudovquim, Lewis Milestone, Jacques Tati, Jean Cocteau, Marcel Carné, Robert Siodmack, Jules Dassin... Como ficaria eu sem atores tipo Bette Davis, Orson Welles, Katharine Hepburn, Laurence Olivier, Greta Garbo, Charles Laughton, Marlene Dietrich, Charles Chaplin, Joan Crawford, Spencer Tracy, Anna Magnani, Peter Lorre, Mary Astor, Montgomery Clift, Gloria Swanson, John Wayne, Ingrid Bergman, James Cagney, Cacilda Becker, James Stewart, Fernanda Montenegro, Gerard Philipe, Edwige Feuillère, Henry Fonda, Giulietta Massina, James Dean, Elizabeth Taylor, Humphrey Bogart, Li Lian Gish, Walter Huston, Judith Anderson, Ralph Fiennes, Claire Trevor, Marlon Brando, Sting Jarrell, Juliette Binoche, Terence Stamp, Katina Paxinou, Thomas Mitchel, Ethel Barrymore, Louis Jouvet, Agnes Moorehead, Michel Simon, Gloria Grahame, Edward Norton, Michael Redgrave, Maggie Smith, Jack Lemmon, Vanessa Redgrave, Dirk Bogarde, Angela Lansbury, Emil Jannings, Lila Kedrova, Sting, Fiennes, Edwige, quantos, quantos... Não esqueça, eu, jamais, Kenneth Branagh, diretor e ator, jamais! Exijo do cinema o que Vladimir Maiacóvski exigia da poesia (lembram o meu livro “Cléo Bernardo: A Falta Que Faz”?), convicto, com mestres feito Hitchcock e Lang, que o desleixo formal é tão terrível quanto a chatura, a monotonia, o repetitivo. Vamos ao poeta russo?

Bom ator (Leonardo DiCaprio) e o grande diretor Martin Scorsese

pctóricas e as arquitetônicas, e com as dançantes; e delas constantemente usando enquanto parceiras. Não é apenas um divertimento ou mero registro histórico; nunca foi. Espero não estar mais aqui se e quando for. Não suportaria. Garanto categoricamente que a minha vida não ganharia a dimensão espiritual que afinal ganhou, sei lá se para o bem ou para o mal, me havendo levado à euforia tantas vezes, se não houvesse havido a cinemagia. Isto é, se não houvessem vivido artistas geniais como os cineastas Orson Welles, Alfred Hitchcock, John Ford, Sergei Eisenstein, John Huston, Fritz Lang, René Clair, William Wyler, George Stevens, Píer-Paolo Pasolini, Billy Wilder, Jean Renoir, Luchino Visconti, Julien Duvivier, Friedrich Wilhelm Murnau, Howard Hawks, Luís Buñuel, Federico Fellini, Elia Kazan, Michelangelo Antonioni, Stanley Kubrick, Vittorio de Sica, David Lean, Frank Capra, Don Siegel, Charles Chaplin, Griffith, Akira Kurosawa, Martin Scorsese, Ingmar Bergman, François Truffaut, Mário Peixoto, Roberto Rossellini, Robert Aldrick, Jean-Luc Godard, Alberto Cavalcanti, Francis Ford Copola, William Dieterle, Walter-Hugo Khouri, Henry Hathaway, Edward Dmytryck, King Vidor, Leni Riefenstahl,

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“E à poesia só permito uma forma: a concisão”. *Jornalista e Escritor

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LIMOEIRO DO AJURÚ 06

Dia de Reis Principais ruas da cidade Tel: (91) 3636-1106 / 1108 Fax: (91) 3230-4844 (Belém)

SÃO PAULO até 08/02

Adoção de Entidades Culturais Inscrições Caixa Cultural em São Paulo Tel: 0800-7742525 www.caixa.gov.br

CACHOEIRA DO ARARI 10 a 20

Festa de São Sebastião

BELÉM 12

BREVES 14 a 22

390 º Aniversário de Belém Complexo Turístico Ver-O-Rio Tel: (91) 3283-4851 / 4852 Fax: (91) 3283-4865

Festividade de São Sebastião Igreja de São Benedito Cidade Nova Tel: (91) 3783-1109/ 3783-3500 Fax: (91) 3783-3500

BELÉM até 11/02

Revoada por Belém Bazar BR - Tv. Benjamin Constant 1122, lojas 3 e 4 Tel: (91) 3230-2444 8156-9970

AFUÁ 15

Festividade de São Sebastião Praça da Igreja Matriz Tel: (96) 3689-1210 / 1788 / 1412


SÃO PAULO até 15/04/06

Um Passeio por Belém Nova Acrópole Tel: (91) 3225-6919 8816-7499

Prêmio Jabuti Inscrições www.cbl.org.br

BELÉM até 17

SANTARÉM NOVO 18 a 20

“Rastros da Nossa História Cerâmica Marajoara e Aquarelas de Manoel Pastana”, “Cerâmica e Porcelanato do Japão A Geração Emergente Estação das Docas Tel: (91)

BELÉM 23 a 27

CURSOS SEBRAE Análise de Mercado Contabilidade Para Não-Contadores I

Festa de São Sebastião Centro de São Sebastião Tel: (91) 3484-1198 Fax: (91) 3484-1198

BELÉM 26

Noite de Lançamento do Troféu Romulo Maiorana Associação São José Liberto Tel: (91) 3213-1168 / 1169 Fax: (91) 3224-3661

BELÉM até 16

Inscrições para Bolsas do IAP www.iap.pa.gov.br ou na sede do IAP Tel: (91) 4006-2930 4006-2931

TRACUATEUA 19 a 20

Festividade dos Gloriosos São Sebastião e São Benedito (Marujada) Salão da Marujada e Igreja de São Sebastião - Praça Matriz Tel: (91) 3485-1220

BELÉM até 10/02

Bolsas de Estudo no Japão: Educação Escolar - Inscrições Consulado do Japão Av. Magalhães Barata, 651 7º Andar Tel: (93) 3249-3344

As ilustrações usadas nestas páginas são meramente ilustrativas

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TOME AÇÚ 28 a 29

PONTA DE PEDRAS 29 a 08/02

EXPO-ART Tomeaçuense Feira Livre do Agricultor Tel: (91) 3727-2356 Fax: (91) 3230-4844 (Belém)

Carnaponta 2006 Travessa 15 de Novembro e principais ruas da cidade Tel.: (91) 3777-1104 Fax: (91) 3777-1113

BELÉM 31

Mostra Tao Caminho Casa das Onze Janelas (Praça Frei Caetano Brandão s/n, na Cidade Velha). Entrada franca. Tel: (91) 4006-2930/2931

BELÉM até 31

Galeria Theodoro Braga Inscrições Sub-Solo do CENTUR Tel: (91) 3202-4313

BELEM 29

Rainha das Rainhas do Carnaval Assembléia Paraense (sede campestre) Tel: (91) 3216-1135 / 1062

BELÉM até 31

Exposição Interação e Estética Jardim do Instituto de Artes do Pará Praça Justo Chermont, 236 Entrada franca. Tel: (91) 4006-2930/2931

BELÉM até 03/05/06

SÃO PAULO até 15/06/06

SÃO PAULO até 31

Prêmio IAP de Literatura www.iap.pa.gov.br ou na sede do IAP Tel: (91) 4006-2930/2931

Prêmio ECO Inscrições www.amcham.com.br Tel/Fax: (11) 5180-3758

Prêmio Abrarj As inscrições podem ser feitas até o Sede da Abrarj-Rua Sete de Abril, 345 conj. 503, Centro, São Paulo-SP Tel: (11) 3214.1770 abrarj@abrarj.com.br


O nosso forte é estar sempre presente

Forte do Presépio Foto: Ray Nonato

Anos

390

Belém

Rua Roso Danin, 809 www.elevadoreschaves.com.br

Tel: 3274-0476



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