Revista R - Ed. 05

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CIÊNCIA

HIV NO RIO GRANDE DO SUL: A IMPORTÂNCIA DO SEU DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO

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Por DAIANE LAUX CONTE1, EUGÊNIA ALMEIDA SCHERER2 e MARA SARQUIZ3

Até o final de 2013, as estimativas indicavam aproximadamente 35 milhões de pessoas vivendo com o vírus do HIV. A África Subsaariana é responsável por quase 25 milhões dessa população mundial, enquanto cerca de 730 mil pessoas estão infectadas no Brasil. Destas, estima-se que 44 mil tenham contraído o HIV no ano de 2013. A maior taxa de detecção no País é observada na região Sul e, dentre as Unidades da Federação, destaca-se o Rio Grande do Sul. Nos anos de 2010, 2011 e 2012, ocorreram 10.167 notificações de AIDS no Estado, sendo 1.384 na região do Vale do Rio dos Sinos, que corresponde a 14% do total das notificações no âmbito estadual. Um estudo realizado a partir da análise de 16.255 prontuários de pacientes atendidos na região do Vale do Rio dos Sinos – mais precisamente na cidade de Novo Hamburgo/RS – nos anos de 2012 e 2013, em que 127 pacientes foram reativos na pesquisa de anticorpos contra o HIV, revelou que a incidência de novos casos é predominante em indivíduos do sexo masculino, mas se observou um crescimento importante no número de novos casos entre as mulheres. Em ambos os sexos, as faixas etárias mais afetadas no período foram de 20 a 30 anos e 31 a 40 anos, observando-se ainda um aumento do índice na faixa etária de 41 a 50 anos em 2013 – dados que se semelham ao perfil nacional. Enquanto cai em nível mundial a epidemia de AIDS, no Brasil – e, especialmente no Rio Grande do Sul – os números só aumentam. Hoje, mais de 70 mil gaúchos vivem com o vírus. A doença causada pelo HIV começa com a infecção aguda, parcialmente controlada pelo sistema imunológico adquirido, e avança para uma infecção crônica progressiva dos tecidos linfoides periféricos. A infecção aguda é caracterizada tanto por elevada viremia (presença de vírus no sangue) quanto por resposta imune intensa e uma rápida queda na contagem de linfócitos T CD4, quando o risco de infecção e de outros componentes clínicos da AIDS é alto. O contato sexual é o modo de contágio mais frequente, sendo a transmissão heterossexual responsável por mais de 80% das infecções.

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Muitas metodologias foram desenvolvidas e aplicadas à utilização rotineira para o estudo de marcadores biológicos e imunológicos associados à infecção e doença causadas pelo HIV. As principais técnicas são a determinação sorológica de anticorpos circulantes contra o vírus, a detecção e quantificação de antígenos virais e a detecção e quantificação viral. A história natural desta patologia vem sendo alterada consideravelmente desde a chegada da terapia antirretroviral (TARV), que retarda a evolução da infecção, e, com o suporte das campanhas de prevenção, parece estar contribuindo para a estabilização do crescimento da epidemia de AIDS no Brasil. Cabe ressaltar que as principais estratégias de prevenção envolvem o uso de preservativos, a utilização de agulhas e seringas esterilizadas ou descartáveis, o controle do sangue e derivados e a adoção de cuidados na exposição ocupacional a material biológico.

Referências Abul KA, Andrew HL, Jordan SP. Imunologia Celular e Molecular. 6. ed. Rio de Janeiro: Revinter; 2008. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST, AIDS e Hepatites Virais. Boletim Epidemiológico – HIV/AIDS. Brasília, 2013. FERREIRA, Antonio W.; MORAES, Sandra L. Diagnóstico Laboratorial das Principais Doenças Infecciosas e Autoimunes. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. Kenneth M, Paul T, Mark W. Imunobiologia de Janeway. 7. ed. Rio de Janeiro: Artmed; 2007. UNAIDS, Report on the Global AIDS epidemic, 2012. Joint United Nations Programme on HIV/AIDS and World Health Organization, 2012. UNAIDS, Report on the Global AIDS epidemic, 2014. Joint United Nations Programme on HIV/AIDS and World Health Organization, 2014.

1

Biomédica do Laboratório Exame

2

Formanda de Biomedicina

3

Farmacêutica bioquímica e sócia-gerente do Laboratório Exame


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