TCC I - Parque Memorial São Caetano do Sul

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CENTRO UNIVERSIÁRIO SENAC SANTO AMARO

Paola Gomes de Araujo

Parque Memorial São Caetano do sul

Trabalho

de

apresentado

Conclusão ao

Centro

de

Curso

Universitário

Senac - Santo Amaro, São Paulo, como exigência parcial para obtenção do grau de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo

São Paulo 2019

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RESUMO Este trabalho consiste no projeto de um parque em um terreno contaminado por BHC na região de São Caetano do Sul. O projeto tem como objetivo propor uma solução sustentável e rentável para a questão da contaminação e criar um espaço público de lazer para a região, já que esta é carente neste quesito. Alem disso, visa propor a valorização do espaço através do paisagismo, criar espaços com diversas funcionalidades e dar identidade para a região. Foram feitas analises do entorno através do levantamento de dados do local e, de opiniões e perfis dos moradores, com a finalidade de fazer um projeto condizente com a realidade da região e de possíveis frequentadores, alem de promover uma discussão fundamentada nas pesquisas bibliográficas sobre a importância da requalificação destes espaços abandonados, chamados de “brownfields”, na cidade. Portanto, a partir das analises, entrevistas e do desafio da contaminação, será proposto o Parque Memorial de São Caetano do Sul, uma área verde pública que promove lazer, cultura e descanso. Palavras-chave: 1. São Caetano do Sul 2. Contaminação 3. Parque 4. Paisagismo 5. Espaço público 6. Vazio Urbano.

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ABSTRACT This work consists of the design of a park on BHC dust-contaminated site in the region of São Caetano do Sul. The project aims to propose a sustainable and costeffective solution to the contamination issue and create a public leisure space forthe region, already that this is lacking in this regard. In addition, it aims to propose the enhancement of space through landscaping, create spaces with various features and give identify to the region. Analyzes of the surroundings were made by collecting data from the region and the opinions and the opinions and profiles of the residents, with the purpose of making a project consistent with the reality of the region and possible visitors, besides promoting a discussion based on bibliographic research on the importance the requalification of these abandoned spaces, called “brownfields” in the cit. Therefore, based on analyzes, interviews and the challenge of contamination, the São Caetano do Sul Memorial Park will be proposed a public green area that promotes leisure, culture and rest. Keywords: 1. São Caetano do Sul 2. Contamination 3. Park 4. Landscaping 5. Public space 6. Urban Void.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................7 2. SÃO CAETANO DO SUL......................................................................................8 2.1.

Indústrias Matarazzo.................................................................................8

2.2.

Áreas verdes de lazer existentes.............................................................9

3. ÁREA DE ESTUDO.............................................................................................15 3.1.

Leitura da área.........................................................................................16

3.1.1. Analise fotográfica.................................................................................16 3.1.2. Terreno..................................................................................................17 3.1.3. Analise viária.........................................................................................20 3.1.4. Uso do solo...........................................................................................21 3.1.5. Clima e Vegetação................................................................................22 3.1.6. Entrevistas............................................................................................24 3.2.

Problemáticas e Reflexões.....................................................................27

3.2.1. Industrialização, Desindustrialização e a Monofuncionalidade.............27 3.2.2. Contaminação.......................................................................................29 3.2.3. Vazios Urbanos.....................................................................................31 3.2.4. Espaços públicos e Serviços Ambientais..............................................33 3.2.5. Área de Preservação Permanente (APP) em áreas urbanas...............35 4. ESTUDOS DE CASO..........................................................................................37 5. DIRETRIZES DO PROJETO...............................................................................42 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................48 7. BIBLIOGRAFIA...................................................................................................49

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LISTA DE FIGURAS Figura 1 – São Caetano do Sul....................................................................................8 Figura 2 – Áreas de lazer existentes..........................................................................10 Figura 3 – Vista aérea Pq. Lydia Natalizzio Diogo.....................................................11 Figura 4 – Reserva natural Lydia Natalizzio...............................................................11 Figura 5 – Pq. Lydia Natalizzio Diogo........................................................................11 Figura 6 – Vista aérea Pq. Ecológico.........................................................................12 Figura 7 – Pq. Ecológico Vila Prudente......................................................................12 Figura 8 – Bosques Pq. Ecológico.............................................................................12 Figura 9 – Foto aérea Espaço verde Chico Mendes..................................................13 Figura 10 – Estátua São Caetano..............................................................................13 Fugura 11 – Reserva Natural Chico Mendes.............................................................13 Figura 12 – Vista aérea Pq. Catarina Scarpo D’ Agostini...........................................14 Figura 13 – Lago Catarina Scarpo.............................................................................14 Figura 14 – Ponte lago Catarina.................................................................................14 Figura 15 – Vias e Perímetro da intervenção.............................................................15 Figura 16– Perspectiva do terreno.............................................................................16 Figura 17 – Análise Fotográfica..................................................................................17 Figura 18 – Indicação dos cortes...............................................................................18 Figura 19 – Cortes......................................................................................................19 Figura 20 – Fluxos......................................................................................................21 Figura 21 – Uso do solo.............................................................................................22 Figura 22 – Vegetação...............................................................................................23 5


Figura 23 – Posição do sol nas estações do ano.......................................................24 Figura 24 – Áreas contaminadas e reabilitadas no estado de São Paulo..................29 Figura 25 – Vista aérea Praça Vitor Civita.................................................................38 Figura 26 – Arquibancadas Praça Vitor Civita............................................................38 Figura 27 – Rampas Praça Vitor Civita......................................................................38 Figura 28 – Parque do Flamengo...............................................................................39 Figura 29 – Passarelas...............................................................................................39 Figura 30 – Olympic Sculpture Park...........................................................................40 Figura 31 – Baia Olympic Park...................................................................................40 Figura 32 – Sistema de drenagem pluvial Olympic Sculpture Park...........................41 Figura 33 – Vista aérea Parque Vila Leopoldina........................................................42 Figura 34 – Implantação NK&F..................................................................................42 Figura 35 – Plano de massas da proposta.................................................................46 Tabela 1 – Questionário para entrevista....................................................................25 Tabela 2 – Fitorremediação........................................................................................31 Gráfico 1 – Direção dos ventos..................................................................................24 Grafico 2 – Gráficos dos resultados das entrevistas..................................................25 Gráfico 3 – Processo de transformação do vazio urbano na cidade..........................32

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1. INTRODUÇÃO

A degradação do meio ambiente tem sido considerada e discutida de todas as formas, porem o assunto “contaminação do solo” ainda é recente e mostra se importante gradualmente por conta da aparição de terrenos abandonados e contaminados em São Paulo. Na região metropolitana de São Paulo, a aparição dos “brownfields” tem sido constante devido á relocalização das indústrias, ou seja, a desindustrialização de algumas regiões e com isso estes lotes tornam se vazios urbanos negligenciados e em alguns casos, sem previsão de mudança, por conta da postura dos governos em relação à ocupação do espaço urbano. Portanto aumenta a necessidade da discussão política e inovação para a revitalização desses terrenos urbanos. Leite (2005, p.12) descreve essas áreas como: “[...] entraves espaciais, obstáculos que provocam descontinuidades urbanas, dificultando o uso mais eficiente do espaço, e dando a eles a aparência ultrapassada ou de abandono bastante característica, proporcionando um impacto visual negativo do ponto de vista urbanístico.”

O objeto de estudo deste trabalho, traz consigo esta discussão, além de refletir sobre o papel do espaço público, Áreas de Preservação Permanente (APP) e serviços ambientais no tecido urbano. O terreno esta localizado na divisa entre São Paulo e São Caetano do Sul, ás margens do rio Tamanduateí onde está sofrendo o processo de desindustrialização, deixando de ser um pólo industrial e caindo na monofuncionalidade residencial. Sendo assim a região possui diversos terrenos abandonados e contaminados pelas indústrias Matarazzo, como é o caso do lote estudado. Outro ponto importante da região é a falta de equipamentos públicos de lazer, já que a mudança de uso da região é recente. A predominância hoje é o uso residencial, e consequentemente a necessidade da região são áreas de lazer e a revitalização dos terrenos abandonados, já que estes podem gerar proliferação de animais prejudiciais á saúde dos moradores, acúmulo de lixo e invasões.

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Portanto, o conceito deste projeto é promover um espaço publico de lazer com diversas opções de recreação e aproximação dos habitantes com a natureza de forma segura. Alem disso, propor soluções rentáveis e ecológicas para o problema da contaminação do terreno.

2. SÃO CAETANO DO SUL

O município de São Caetano, localizado na região metropolitana de São Paulo, é considerado um dos melhores para moradia já que seu Índice de Desenvolvimento Humano Municipal segundo o IBGE é de 0,862 e sua Renda Per Capita de 83.656,30 R$, mantendo ele em primeiro no ranking dos oito municípios, alem disso a renda média de trabalhadores formais é de 3,6 salários mínimos. Sua densidade é de 9.736,03 hab/ km² com ocupação em 70% do seu território com 100% de esgoto adequado. Figura 1- São Caetano do Sul

Fonte: FAU. Mapas da metrópole, modificado pela autora.

2.1.

Indústrias Matarazzo

As indústrias reunidas Matarazzo tiveram bastante importância para São Caetano do Sul, sendo estas localizadas no Bairro Fundação que recebeu este 8


nome, pois a partir dele iniciou se a consolidação do município. Nelas tinham a produção de sabão, óleo vegetal, produtos agrotóxicos, celulose, soda caustica, entre outros, mas principalmente cerâmica. Alem disso, criou se a Capela Matarazzo, trouxe a influência italiana para o local, aumentando o numero de imigrantes italianos. Essa influencia é percebida ate os dias atuais com eventos como a Festa Italiana de São Caetano que é terceira maior do tema no Estado de São Paulo. Porem com sua alta produção de produtos químicos e liberação destes no solo, as indústrias foram gradualmente sendo fechadas com inúmeras multas devido à alta contaminação do solo. Sua atividade industrial foi oficialmente desativada no ano de 1987 e desde então está abandonado, contaminado e com ruínas das edificações industriais. Portanto, desde os anos 90 a região anda passando por um processo de desindustrialização, deixando grandes lotes, alguns contaminados, abandonados. O abandono desses grandes lotes é recorrente nos dia de hoje em varias regiões da Região Metropolitana de São Paulo o que deve ser discutido. Esses grandes lotes passam a ser visados por construtoras para a construção de condomínios fechados e com isso, a região que antes era predominantemente industrial, hoje é predominantemente residencial.

2.2.

Áreas verdes e de lazer existentes

Com a mudança do uso industrial para residencial, novas demandas surgiram para a região, por exemplo, espaços públicos de lazer. Porem, atualmente, carece neste quesito, já que as praças e os parques existentes não são o suficiente. Os moradores, no seu tempo livre, acabam recorrendo a shoppings próximos que também são poucos, porem possuem mais opção de atividades de lazer do que os parques existentes. Estes são o shopping Central Plaza, antes focado em materiais de construção, móveis e decoração para casa, hoje esta com muitas lojas fechadas e focam em lojas de preços acessíveis e programas para família como sessões de yoga, exposições de arte, entre outros. Apesar deste programa, não chama tanto atenção dos moradores quanto o shopping Mooca, que tem mais opções na praça de alimentação e lojas, porem ele não suporta a demanda. Os 9


outros shoppings da região (Figura 2), não possuem estrutura para a quantidade de pessoas, pois atendem outros municípios do ABC também. Existem quatro parques (Figura 2) para atender a região de São Caetano do Sul e bairros vizinhos de São Paulo, o espaço verde Chico Mendes e Parque Catarina Scarpo D’Agostini ambos em São Caetano do Sul, Parque Lydia Natalizio Diogo e Parque ecológico Vila Prudente na zona Leste de São Paulo; todos estes de pequeno porte e de difícil acesso. Figura 2- Áreas de lazer existente

Fonte: Google Maps, modificado pela autora.

Parque Lydia Natalizio Diogo Área: 60.000 m² Localização: Vila Prudente, São Paulo.V 10


Problemática: É um parque voltado para esporte e para preservação da fauna, portanto a variedade de uso é escassa. Alem disso, está abandonado na questão de manutenção e cuidados com a vegetação. Figura 3- Vista aérea Pq. Lydia Natalizzio Diogo Figura 4- Reserva natural. Lydia Natalizzio

Fonte: http://portalvilaprudente.com.br/ Figura 5- Pq Lydia Natalizzio Diogo

Fonte: Google Maps

Fonte: https://www.encontravilaprudente.com.br/

Parque ecológico Vila Prudente Área: 6.000 m² Localização: Vila Prudente, São Paulo. Problemática: Sofre com o abandono da manutenção e é voltado apenas para caminhadas. A ideia inicial era ter uma horta comunitária juntamente com um centro de educação ambiental, porem não foi concretizada.

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Figura 6- Vista aérea Pq. Ecológico

Figura 7- Pq. Ecológico Vila Prudente

Fonte: https://www.tripadvisor.ca/ Figura 8- Bosques Pq. Ecológico

Fonte: Google Maps

Fonte: https://mapio.net/

Espaço verde Chico Mendes Área: 140.000 m² Localização: Bairro Cerâmica, São Caetano do Sul. Problemática: É um parque de grande metragem quadrada, porem totalmente voltada para o esporte e lanchonetes sem muitas variedades de uso. Possui sete quadras poliesportivas, pista de Cooper, mesas para jogos, cafeteria e quiosques.

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Figura 9 – Vista aérea Espaço verde Chico Mendes

Fonte: Google Maps Figura 10- Estatua Santo São Caetano

Fonte: www.saocaetanodigital.com.br

Figura 11- Reserva Natural Chico Mendes

Fonte: www.saocaetanodigital.com.br

Parque Catarina Scarpo D’Agostini Área: 11.000 m² Localização: Bairro São José, São Caetano do Sul. 13


Problemática: É um parque de pequeno porte e com pouca possibilidade de uso, pois é voltado para a preservação da fauna e flora, por conta disso há muitas restrições sendo um lugar apenas para caminhadas. Figura 12- Vista aérea Pq. Catarina Scarpo D’ Agostini

Fonte: Google Maps Figura 13 – Lago Catarina Scarpo

Figura 14 – Ponte Lago Catarina

Fonte: https://vipzinho.com.br/

Fonte: https://m.feriasbrasil.com.br/.

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3. ÁREA DE ESTUDO

O objeto de estudo deste trabalho compreende a área das antigas indústrias Matarazzo com aproximadamente 180.000 m², fechadas na década de 80 pela alta contaminação de BHC. Desde então, a área sempre se mostra desconexa da malha urbana, pois seu entorno cresceu em densidade demográfica e uso residencial, enquanto ele continua abandonado, sem uso, com vegetação nativa e alta sem cuidados, com invasões e proliferação de animais. Há poucos registros do local, tanto que hoje não se sabe se esta em posse da prefeitura, ou se é particular, entretanto sabe se que esta especificamente na Macrozona de Comércios e Serviços (MZ-CS), sendo parte da Z8- Zona de Predominância Industrial e Comercial, portanto a proposta sugere alteração do uso. O perímetro da intervenção (Figura 15) está localizado na ponta de São Caetano do Sul, bem na divisa com São Paulo e é fragmentado por vias estruturais, vias coletoras, por um córrego e pela linha de trem turquesa da CPTM, sendo a estação mais próxima a Tamanduateí. Ou seja, esta em um local importante de conexão entre os municípios e bem estruturado de transporte público. Figura 15 – Vias e Perímetro de intervenção

Fonte: Google Maps, modificado pela autora. 15


Apesar do terreno estar abandonado, o seu entorno está se consolidando de maneira adensada, por conta das novas construções de condomínios fechados, tanto no Bairro Fundação que é onde ele esta localizado, quanto no bairro vizinho Vila Prudente, porem ainda há ruas industriais. Figura 16 – Perspectiva do terreno

Fonte: Google Maps

3.1.

Leitura da área

As analises feitas a seguir, tem como objetivo ter melhor entendimento e identificar as problemáticas e qualidades da área de estudo e seu entorno, servindo para fundamentar a proposta projetual.

3.1.1. Analise fotográfica

Para melhor visualização da área foram tiradas as seguintes fotos, coforme a Figura 16:

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Figura 17- Analise Fotográfica

Fonte: Google Maps, modificado pela autora

Observando as imagens, percebe a fragmentação do terreno, principalmente nas fotos 11, 12, 13 onde mostra a ponte e o trem que recorta uma parte da área estudada. Mostra também possíveis fachadas onde pode se propor as entradas como nas fotos 2, 3, 7, 8, 19 e 25. Nas fotos 20, 21, 22, 23 e 24 onde acontece a Festa Italiana de São Caetano do Sul. 3.1.2. Terreno

O relevo de grande parte deste terreno é relativamente plano já que foi modificado ao longo do tempo para adequação das indústrias, seguindo o nível das ruas que o contorna. As declividades maiores estão nas áreas que rodeiam o córrego e no fragmento ao sul, tendo uma diferença de aproximadamente três metros.

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Figura 18 – Indicação dos cortes

Feito pela autora

Conforme a realização dos cortes (Figura 18 e 19), a ponta norte do terreno está na cota 739 e a ponta sul esta na 743, já a ponta leste está na 745 e a ponta oeste esta na 738, percebendo se que os desníveis não são altos devido á extensão do terreno que é de aproximadamente 180.000 m², com sua medida maior longitudinalmente de 930 metros e a menor de 430 metros.

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Figura 19- Cortes

Feito pela autora. 19


3.1.3. Analise viária

O terreno escolhido está em um local de conexão entre os municípios, pois alem de estar próximo á divisa entre São Paulo e São Caetano do Sul, é cercado por vias estruturais, como no caso da Avenida do Estado e a Avenida Doutor Francisco Mesquita, e por vias coletoras como a Avenida Prefeito Luiz Tortorello. Todas estas possuem tráfego de carro intenso, assim como ônibus e caminhões sendo assim com o passar do tempo elas vêm sendo adaptada para o pedestre e para o uso da bicicleta com a inserção da ciclofaixa, faixa de pedestre, redução da velocidade, e algumas árvores nas calcadas das Avenidas do Estado e Dr. Francisco Mesquita. Entretanto, as mudanças para o pedestre não são suficientes já que, como este terreno, a área possui muitos lotes grandes abandonados, cercados por muros altos e extensos, pouco iluminados trazendo insegurança no período noturno. Algumas vias são divididas para uso local e industrial, os moradores tem que dividir a rua com caminhões já que estes acabam pegando caminhos alternativos para fugir do transito e chegar às indústrias, causando transtornos, como no caso da Rua Mariano Pamplona, Rua 28 de Julho, Av. Conselheiro Antonio Prado e Rua Ibitirama. Porem há muitas vias locais, estritamente para os moradores. Na Rua Guamiranga e na Avenida Presidente Wilson, o processo é o inverso, os caminhões precisam dividir o fluxo com os carros por conta dos novos condomínios e a estação do metrô. Um dos elementos viários mais importantes que corta o terreno é a linha férrea da linha Turquesa da CPTM que está há aproximadamente 2 km da área de estudo. A estação é a Tamanduateí que tem ligação com o metrô e com o trem, possui saída para a Rua Guamiranga onde tem um pequeno terminal de ônibus, e para a Rua Presidente Wilson onde passam ônibus intermunicipais.

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Figura 20 - Fluxos

Feito pela autora

3.1.4. Uso do solo

O mapa da Figura 21 mostra o uso de solo diversificado, tendo indústrias, comércios, serviços e residências próximas ao terreno e aos eixos viários, entretanto o uso residencial é predominante. Sendo assim, a região no período noturno possui um fluxo extremamente reduzido em comparação com o período diurno, trazendo insegurança. 21


A situação do terreno atualmente aumenta a insegurança do local, pela falta de uso, falta de iluminação, vegetação alta, calçadas mal cuidadas e o fechamento por meio de muros altos. Portanto a proposta introduziria usos noturnos e iluminação para o local. Figura 21 – Uso do solo

Feito pela autora

3.1.5. Clima e Vegetação

Atualmente a região é bem climatizada, tendo poucos locais onde é perceptível a mudança climática do efeito estufa, já que há muita vegetação (Figura 22


22), tanto nas calçadas, nos condomínios residenciais, como nos terrenos abandonados onde a vegetação é alta e abundante, e também por conta do córrego Ribeirão dos Meninos. Portanto o índice de vegetação é relativamente alto, porem não é proposital e muito menos cuidado. Figura 22 - Vegetação

Feito pela autora

O nascer e o por do sol (Figura 23) se dão de forma transversal pelo terreno, e a maior quantidade dos ventos (Gráfico 1) são provenientes do leste.

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Figura 23- Posição do sol nas estações do ano

Feito pela autora Gráfico 1- Direção do vento

Fonte: PT.weatherspark.com

3.1.6. Entrevistas

Para melhor entendimento das necessidades dos frequentadores da região e suas expectativas para o terreno, e com a finalidade do levantamento de um programa adequado, foram feitas entrevistas com 30 indivíduos sendo estes com

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média de 38,3 anos e 60% mulheres, entre os meses de agosto e outubro de 2019, com as seguintes perguntas, mostradas na Tabela 1: Tabela 1 – Questionário para entrevistas

Feito pela autora

Os resultados são mostrados nos diagramas a seguir: Gráfico 2- Gráficos dos resultados das entrevistas

Feito pela autora

Os gráficos acima mostram que a população esta dividida entre moradores antigos e moradores novos, devido aos novos condomínios fechados que aumentaram a densidade da região. Alem disso, mostra que apesar da grande quantidade de carros, mostrando que deve ser levado em consideração no projeto, o 25


transporte público é muito utilizado pelos moradores por conta do transito nos horários de pico e pela proximidade com as linhas de metrô e trem. A partir dessas conversas também percebe se uma revolta dos moradores em relação á necessidade do lazer e revela que 100% dos entrevistados esperam a criação de um parque neste local. “As pessoas (urbanistas e poder público) esquecem que o homem precisa da natureza, nosso único lazer não pode ser shopping, não é saudável, não é humano”- comenta morador de 45 anos, sobre passeios com animais nos shoppings da região. “Aqui até que tem parque, mas nada pode fazer, tudo é preservado, não se tem lazer neles, só é legal para caminhar”- comenta moradora de 32 anos sobre os parques da região.

Alem de relatarem essa deficiência, mostrou se a importância da Festa Italiana de São Caetano e os seis usos mais repetidos foram: 

Áreas de permanência e descanso

Área para passeio com animais domésticos

Espaço para estudo

Área infantil

Pista de Cooper e aparelhos de ginástica

Espaço para eventos e comércios/ serviços

Outro meio em que se identifica esse clamor da população foi a criação de um site para petição pública em favor do Parque Fundação (nome inicial dado pelos moradores), onde mostra a sua indignação com a possibilidade de não ter a construção do parque. ”O prefeito atual em exercício disse em uma entrevista ao jornal Diário do Grande ABC que a área foi toda vendida e loteada e que o mesmo deseja ver ali muitos prédios. Isso é um insulto à população de São Caetano do Sul, em especial os moradores do bairro Fundação, que além de não terem o seu parque, arcarão com as consequências da especulação imobiliária, já que o bairro não suporta grande tráfego de veículos e nem tem infraestrutura necessária para Luz, água e esgoto. 26


Vamos lutar para que nosso parque saia do papel.”- Fonte: https://peticaopublica.com.br/pview.aspx?pi=Parquefundacao

3.2

Problemáticas e Reflexões

Através das analises da região, na sua característica regional e do terreno da intervenção, algumas problemáticas e reflexões são levantadas e que devem ser discutidas para o aprofundamento da solução do projeto. Alem disso, são discussões pertinentes para outros locais metropolitanos, mostrando a sua importância como projeto. “A arquitetura pode pacificamente guiar a sociedade para um novo rumo.” (NESBITT, 1996).

3.2.1 Industrialização, Desindustrialização e a Monofuncionalidade.

O conceito de desindustrialização é a redução da participação da indústria na questão de emprego em relação ao emprego total (Rowthorn, R; Ramaswany, R; 1999) e também em relação ao PIB (Tregenna; 2009). Pensando nisso, vê se que os países de “primeiro mundo” passaram por este processo de maneira intensa na década de 70, porem na America latina inicia se na década de 90. Em São Paulo a desindustrialização acontece, alem dos fatores econômicos externos, por conta da maneira de ocupação da cidade que se dá pelo preenchimento dos espaços vazios da malha urbana, (Rafael Faleiros de Pádua, 2009) intensificados pelo crescimento industrial, congestionando e valorizando esses terrenos industriais o que acarreta no aumenta de impostos no território. Com este processo, as indústrias acabam se locomovendo para cidades mais monótonas. No caso de São Caetano do Sul, em 1932 iniciou se o processo de industrialização da região através da família Matarazzo a qual escolheu a região pelo fácil acesso ferroviário, disponibilidade de grandes lotes e proximidade com o Rio Tamanduateí e com isso a região passa por um momento de consolidação 27


industrial durante a década de 40. Essa consolidação incentivou a migração e imigração, principalmente italiana e com isso a construção de novas moradias para os trabalhadores destas indústrias. As indústrias reunidas Matarazzo foram uma das primeiras a sair da região na década de 80, iniciando o processo de desindustrialização do local, porem a sua saída não se deu totalmente pela valorização ou congestionamento do entorno, se deu também pela pressão da CETESB, a partir de multas de alto valor, para a descontaminação do terreno já que suas ações estavam irregulares e a contaminação aumentava gradativamente. Após a saída destas, abriu se uma oportunidade para o mercado mobiliário construir condomínios fechados nestes grandes lotes abandonados, fazendo com que

o

congestionamento

e

valorização

aumentassem

repentinamente

desestimulando as outras indústrias de São Caetano do Sul e bairros de São Paulo vizinhos como Mooca e Vila Prudente e também com que prevalecesse a monofuncionalidade residencial. “Se mostrar a uniformidade de usos francamente como é – uniforme –, ela parecerá monótona. Superficialmente, essa monotonia pode ser encarada como uma espécie de ordem, embora enfadonha. Do ponto de vista estético, porém, ela lamentavelmente traz consigo uma desorganização profunda: a desorganização de não implicar direção alguma. Você anda por lugares marcados pela monotonia e pela mesmice, mas, apesar de ter andado, tem a sensação de não ter ido a lugar algum. O norte é igual ao sul ou ao leste ou ao oeste. Às vezes norte, sul, leste e oeste são bem parecidos, como quando se está no terreno de um grande projeto habitacional. É necessário haver diferenças – muitas diferenças – aflorando em várias direções para não perdermos a orientação. As perspectivas visuais inteiramente uniformes carecem desses avisos naturais de direção e movimento, ou os têm em número insuficiente, e, portanto são muito desnorteantes. Isso, sim, é uma espécie de caos.” (JACOBS, 2009, p. 155).

A monofuncionalidade, não importando de qual uso, não traz vitalidade para o local já que as pessoas transitam em horários específicos deixando outros horários praticamente vazios. De acordo com Jacobs (2009, p.109), essa atitude não incentiva a diversidade cultural e social, e ainda traz insegurança em alguns horários do dia pela falta de fluxo. 28


“Nas ruas prósperas, as pessoas devem aparecer em horários diversificados. Esses horários são calculados em intervalos curtos, a cada hora, ao longo do dia.” (2009, p.109)

Esta transformação do espaço urbano abrange diversas reflexões teóricas por conta da característica contraditória, já que para a visão comercial da cidade vê um progresso linear em que ocorre a valorização imobiliária através do crescimento de moradias contemporâneas e escritórios, todavia os moradores antigos não sentem da mesma forma, já que não utilizam estas novas edificações apenas percebem o empobrecimento urbano e a gentrificação.

3.2.2 Contaminação

O surgimento dos “brownfields” no tecido urbano é algo decorrente, pois é consequência

da

transformação

da

paisagem

urbana

por

conta

da

desindustrialização. Em São Paulo, os terrenos contaminados estão espalhados e a cada mapeamento feito pela CETESB, o número contabilizado dessas áreas aumenta, sendo muitos destes localizados em São Caetano do Sul. Figura 24 – Áreas contaminadas e Reabilitadas no Estado de São Paulo

Fonte: CETESB, 2017 29


As características destes lotes são preocupantes, pois em sua maioria são grandes lotes abandonados em locais que estão sofrendo mudança no uso, em alguns casos, residencial e assim valorizando o entorno. Portanto, acabam sendo terrenos com valor alto, por conta da localização, porem inutilizados já que a sua requalificação acaba tendo um custo muito alto. O destino destes lotes acaba sendo os mesmos. Alguns são reabilitados e outros são construídos com edificações irregulares sendo assim, é uma situação preocupante no tecido urbano. “Os metais pesados se acumulam frequentemente na camada superior do solo, ficando acessíveis as raízes das plantas. Em estágios avançado de contaminação podem chegar dizimar a biota ou, mesmo apresentar concentrações milhares de vezes maiores do que no sistema aquático. Isso ocorre devido às mudanças nas suas formas química possibilitando o acúmulo em organismos vivos.” (VALENTE, 2008, p. 13).

Há inúmeros estudos sobre este tipo de contaminação, já que é comum em terrenos anteriormente industriais, e todos chegam à conclusão de que a descontaminação é possível, porem o custo é extremamente alto e outras formas duram milhares de anos para a descontaminação total. Portanto a solução mais rentável é não acabar totalmente com contaminação, mas sim controlá-lo a ponto de ser seguro a utilização do espaço. Para isso deve se usar as técnicas de drenagem das águas pluviais de fitorremediação como fitoextração, fitoacumulação, fitoestabilização, fitodegradação, rizoestabilização e rizodegradação, explicadas na Tabela 2, todas elas são feitas através de tipos específicos de vegetação de maneira que controla a contaminação do ar de maneira quebra ou estabiliza as moléculas do composto químico. Mesmo com essas técnicas, o solo não será descontaminado totalmente, portanto engenheiros químicos e ambientais dizem que a solução seria cobrir com novas vegetações e elevar no mínimo 1,5 metros do chão, evitando alastramento das partículas no ar e o contato direto com o solo.

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Tabela 2 - Fitorremediação

Feito pela autora através de pesquisas

3.2.3 Vazios urbanos “Um espaço que não pode se definir nem como identitário, nem como relacional, nem como histórico, definirá um não-lugar” (AUGÉ, 1994, p. 73).

Os vazios urbanos no Brasil passam ser estudados a partir da década de 70 quando ocorre o inchaço populacional ocasionado pela procura de emprego. Desta forma passou se a ocorrer inúmeras ocupações irregulares em terrenos periféricos e muitas vezes em áreas de preservação permanente, longe dos centros e dos equipamentos urbanos. O mercado imobiliário, visando fins lucrativos, passou a comprar terrenos próximos a essas áreas ocupadas irregularmente pensando na possibilidade do poder público trazer infraestrutura e assim valorizar esta terra. Por conta dessa visão comercial do mercado imobiliário, aumenta o numero de vazios urbanos na cidade. Outro motivo para esse aumento é a desindustrialização já comentada no tópico anterior, deixando lotes grandes e ruínas de seus edifícios para trás. 31


Em São Caetano do Sul, o surgimento dos vazios urbanos é constante, deixando galpões desativados e antigas edificações em ruínas. Em alguns casos abre se alguma loja outlet, outras vezes a construção de um shopping, porem ainda há muitos abandonados, sem supervisão pública, deixados a mercê de fatores ambientais e invasões. Algo muito decorrente neste município é a invasão destes lugares inóspitos pelos próprios frequentadores da região que sem um espaço para lazer publico e mesmo sabendo da periculosidade, acabam passeando com seus animais domésticos, ou até mesmo fazem como ponto de encontro e descanso. O crescimento dos vazios urbanos gera interesse do planejamento municipal com a finalidade de manuseá-los a favor da cidade, visando atender alguma deficiência da área, sendo muitas vezes futuros terrenos para a construção de habitações de interesse social voltadas para a população em que o mercado imobiliário não abrange, diminuindo o déficit habitacional. Gráfico 3 – Processo de transformação do vazio urbano na cidade

Feito pela autora

No entanto, alguns locais já estão muito adensados, dando assim um novo sentido para estes vazios existentes que é a melhoria da qualidade vida dos moradores (CARDOSO, 2006), sendo assim, o terreno escolhido, por estar em um local próximo ao córrego com Área de Preservação Permanente (APP), o uso que deve fazer jus á este pensamento e á legislação é um espaço público.

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3.2.4

Espaços públicos e Serviços Ambientais

Na questão do planejamento urbano atual, o espaço público tem sido tratado com um espaço residual, ou seja, é o resíduo deixado pelo espaço privado (HUET, 2001), porem ele deve ser tratado com mais importância e reflexão já que, segundo Bernard Huet (2001): “É pela rede dos espaços públicos que a cidade vai tomando a sua forma, é pela permanência no tempo dos espaços públicos que uma cidade constitui sua memória.” (p.148)

Os espaços públicos definem a malha urbana de forma que influencia os usos do seu entorno, tempo de permanecia, fluxos, propiciar conforto térmico e a relação social do espaço. Alem disso, possui a função da respiração urbana, ou seja, traz ventilação para regiões adensadas, diminui a poluição do ar, controla a temperatura e umidade local através da vegetação e ajuda no processo de drenagem das águas pluviais. (Robba & Macedo, 2003, p.44). Atualmente o poder público incentiva este pensamento funcional da natureza apenas para a área rural, através do projeto de lei PL 312/2015 que abrange o pagamento pelos serviços ambientais prestados pelo produtor rural, porem são serviços relevantes que deveriam ser estendidos e pensados para a criação dos espaços públicos. Os serviços ambientais são: a) serviços de provisão: os que fornecem diretamente bens ou produtos ambientais utilizados pelo ser humano para consumo ou comercialização, tais como água, alimentos, madeira, fibras e extratos, entre outros; b) serviços de suporte: os que mantêm a perenidade da vida na Terra, tais como a ciclagem de nutrientes, a decomposição de resíduos, a produção, a manutenção ou a renovação da fertilidade do solo, a polinização, a dispersão de sementes, o controle de populações de potenciais pragas e de vetores potenciais de doenças humanas, a proteção contra a radiação solar ultravioleta e a manutenção da biodiversidade e do patrimônio genético; c) serviços de regulação: os que concorrem para a manutenção da estabilidade dos processos ecossistêmicos, tais como o sequestro 33


de carbono, a purificação do ar, a moderação de eventos climáticos extremos, a manutenção do equilíbrio do ciclo hidrológico, a minimização de enchentes e secas, e o controle dos processos críticos de erosão e de deslizamentos de encostas; d) serviços culturais: os que proveem benefícios recreacionais, estéticos, espirituais e outros não materiais à sociedade humana; (PL 312/2015- art. 4º.)

Sendo assim esta lei deveria ser expandida para o planejamento dos espaços públicos da cidade, para que não sejam pensados apenas no lazer, mas também na sua importância ambiental na malha urbana. Locais como praças, parques, e ciclofaixas exercem um papel muito importante no incentivo a um estilo de vida mais ativo e com mais qualidade, já que democratiza um local para lazer, atividades físicas, culturais e sociais, portanto devem receber infraestrutura e manutenção necessária para não se desvalorizarem e caírem no desuso, não só das prefeituras, mas também dos frequentadores. “O segredo é dar aos espaços públicos uma forma tal que a comunidade se sinta pessoalmente responsável por eles, fazendo com que cada membro contribua á sua maneira para um ambiente com o qual possa se relacionar e se identificar” (HERTZBERGER, 1991, p. 45)

Na região de estudo as áreas publicas de lazer são abandonadas, sem manutenção pela falta de identidade com os usuários, já que em sua maioria são mais voltados para a preservação não dando diversidade de lazer o que não incentiva o seu uso frequente. Assim, a opção dos moradores para lazer acaba sendo os shoppings ao redor. “Vivem, portanto as dimensões como morar, lazer, estudar, conviver e esportes encerrados quase sempre em instituições fechadas e seguras, sem experimentar a experiência das ruas, do bairro, do transporte coletivo de massa: sem contato enfim com a dimensão publica da cidade” (FRÚGOLI, 1995, p.91).

Portanto esse contato com a natureza juntamente com ações de lazer é deficiente e o perímetro escolhido para a intervenção pode incentivar isso, através do Córrego dos Meninos e de um programa adequado e diversificado para os possíveis frequentadores.

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Assim, os espaços públicos devem ser pensados como fundamentadores da malha urbana, promovendo serviços ambientais com um urbanismo sustentável e criar uma identidade com a região e com a população através do conforto e dos usos. Sem esses requisitos, não há incentivo para o individuo usufruir deste espaço, não importando a sua localização ou a necessidade da região. “E, por fim, esse novo uso (ou usos) deve combinar com o perfil do distrito, e nunca atuar em sentido contrário.” (JACOBS, 2009, p. 113).

3.2.5 Área de Preservação Permanente (APP) em área urbana

No processo de crescimento da cidade, a natureza não foi considerada e em algumas vezes foram pensadas como barreiras para o desenvolvimento urbano, como é o caso de córregos e rios os quais tiveram seu curso natural alterado ou foram tamponados. E assim, a cidade foi se expandindo, sem uma legislação que protegesse essas áreas deixando os a mercê da criação de grandes avenidas e loteamentos industriais e residenciais, sem se importar com os cursos d’água. Com a área de estudo não foi diferente, o rio Tamanduateí teve seu curso e formato natural modificado e implantado duas rodovias de transito rápido que são a Avenida do Estado e Avenida Dr. Francisco Mesquita, o deixando sem vegetação que o protegesse. Essa ação humana teve consequência por muitos anos, transformando a região em área de alagamento, porem, após inúmeras construções de escoamento da água, os alagamentos cessaram por um período de tempo. No dia 11 de março de 2019, um enorme alagamento aconteceu na região de São Caetano do Sul e São Paulo, mais precisamente nos Bairros Fundação e Vila Prudente. Este alagamento foi consequência de inúmeras retificações ocorridas nos rios da região metropolitana de São Paulo e também pelos métodos paliativos de escoamento da água da chuva adotado pelos municípios. Já que após uma grande chuva que ocorreu simultaneamente pelos municípios do ABC e Mauá, os “piscinões” não conseguiram conter a quantidade de água. 35


“Moro há 30 anos nesta região, passei por mais ou menos por 20 enchentes, faz mais de 10 anos que elas pararam, mas nunca tinha visto desse jeito, a água subiu em questão de poucas horas, subiu mais de 3 metros, minha casa passou a madrugada totalmente submersa. Nunca tinha visto nada igual, nunca.” Diz entrevistado, morador da Rua Mariano Pamplona.

Alem dos alagamentos, as águas do Rio Tamanduateí estão contaminadas por conta dos córregos adjacentes que na região, o principal é o córrego Ribeirão dos Meninos que, de acordo com a ONG SOS Mata Atlântica em 2018, está entre os cinco piores pontos de água da região Metropolitana de São Paulo. Sua contaminação é altíssima e não tem previsão para iniciar a sua descontaminação já que o local que se encontra também está muito contaminado. Para a sua descontaminação é necessário que haja um sistema de drenagem da água da chuva e o reflorestamento da sua mata ciliar, para que a contaminação do solo não passe para o córrego, e assim o processo de revitalização ocorra naturalmente. Observando estes problemas ocasionados por uma política negligente em relação à natureza, foi criada a lei do Código Florestal, Lei nº12. 651/12 art. 3º que diz respeito sobre as Áreas de Preservação Permanente (APP), Área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas,

Também definidas no art. 4º da mesma lei: Considera-se Área de Preservação Permanente, em zonas rurais ou urbanas, para os efeitos desta Lei: I - as faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente, excluídos os efêmeros, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de: (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012). a) 30 (trinta) metros, para os cursos d’água de menos de 10 (dez) metros de largura; b) 50 (cinquenta) metros, para os cursos d’água que tenham de 10 (dez) a 50 (cinquenta) metros de largura; c) 100 (cem) metros, para os cursos d’água que tenham de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) metros de largura;

36


d) 200 (duzentos) metros, para os cursos d’água que tenham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura; e) 500 (quinhentos) metros, para os cursos d’água que tenham largura superior a 600 (seiscentos) metros. (Lei 12.651/2012).

Mesmo com a implantação desta lei, ainda há alguns pontos a serem resolvidos já que em muitos casos a mata considerada APP está muito inserida no tecido urbano, porem sem sua vegetação natural e com loteamentos irregulares. Portanto a CONAMA, Conselho Nacional do Meio Ambiente, prevê essa recuperação entrelaçada com o tecido urbano, sem perder obviamente a sua função ambiental. No seu art. 1º diz que a intervenção em uma área de APP só pode ocorrer se for de utilidade pública ou de interesse social, como é caso deste projeto. Portanto, ambas as leis, trazem soluções importantes para área de estudo, já que possibilita a recuperação da vegetação da APP perdida no processo de formação desordenado da cidade, a coloca no âmbito urbano e promove uma área verde de respiro para a população.

4. ESTUDOS DE CASO

Praça Vitor Civita Data: 2007 Localização: Pinheiros, São Paulo- Brasil. Autor: Levisky Arquitetos Associados e Anna Julia Dietzsch Área: 15.000 m² Observação: Área contaminada com projeto sustentável. Este projeto foi escolhido por ser em uma área contaminada que tem a exigência de não poder encostar nenhum tipo de construção no solo, semelhante ao terreno escolhido para projeto e também pela sua característica sustentável. Conta com caminhos desenhados pelo grande deck de madeira, sustentado por estrutura metálica, pontuados por edificações onde se encontra museu, depósitos, entre 37


outros, por locais de recreação e áreas de permanência. Seu programa abrange eventos culturais, espaço para apresentações e locais para contemplação. Figura 25 – Vista aérea Praça Vitor Civita

Fonte: archdaily.com Figura 26- Arquibancadas Praça Vitor Civita Figura 27- Rampas Praça Vitor Civita

Foto tirada pela autora

Foto tirada pela autora

Parque do Flamengo Data: 1961 Localização: Orla da Baía de Guanabara, Rio de Janeiro- Brasil. Autor: Afonso Eduardo Reidy e Burle Marx 38


Área: 1.251.244,20 m² Observação: Antigo local do Morro Santo Antonio, foi retirado e colocado nova terra para a transformação do parque e conecta as zonas sul, centro e norte do rio de janeiro. O Parque do Flamengo foi escolhido por conta da conexão que ele faz com as diferentes zonas do Rio de Janeiro, sendo fragmentado com vias passando por ele e mesmo

assim

permanecendo

conectado

pelas

passarelas

e

passagens

subterrâneas. Dessa mesma forma acontece com o terreno escolhido, já que nele passam vias estruturais que conectam São Paulo com o município de São Caetano do Sul exigindo soluções para haver uma conexão entre as partes. Este projeto conta com um programa extenso baseado no caminhar, nas atividades físicas e culturais, esporte, permanência e principalmente a preservação da fauna e da flora incentivadas pelo projeto de paisagismo que utiliza vegetações locais atraindo a procriação da fauna. Figura 28 – Parque do Flamengo

Fonte: http://www.parquedoflamengo.com.br/

Figura 29 - Passarelas

Fonte: http://www.parquedoflamengo.com.br/

Olympic Sculpture Park 39


Data: 2007 Localização: Seattle, Washington- EUA Autor: Escritório Weiss/Manfreidi Área: 340.000 m² Observação: Área contaminada próxima á orla de Seattle também contaminada por petróleo. Este projeto americano foi escolhido por conta da sua proximidade com a água, como acontece na área de estudo onde está localizado o córrego Ribeirão dos Meninos. A solução para agilizar a descontaminação da orla neste projeto, se dá pela filtração da água da chuva feita por um sistema de drenagem localizado em baixo da terra e assim evitando que a contaminação do solo vá para a orla, com esse método, uma grande parte da orla está descontaminada e começando a ter vida marítima. O programa conta com passagens para conectar a cidade com a orla, um museu e esculturas ao longo do caminho. Figura 30- Olympic Sculpture Park

Fonte: https://www.djc.com/

Figura 31- Baia Olympic park

Fonte: https://www.djc.com/

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Figura 32- Sistema de drenagem pluvial Olympic Sculpture Park

Fonte: https://www.djc.com/

Parque Vila Leopoldina (Reforma) Data: 2016 (Proposta) Localização: Vila Leopoldina, São Paulo- Brasil. Autor: Escritório NK&F Área: 55.000 m² Observação: Antiga área de tratamento de esgoto da Sabesp fechado hoje por ter indícios de contaminação. A proposta, feita pelo escrito NK&F para uma possível reforma com o objetivo de adequar o parque á contaminação, foi escolhida devido ao uso da vegetação no terreno contaminado e como estudo metodológico do uso do paisagismo para definir espaços, criar ambientes que trazem experiências sensoriais diversas, para controlar a temperatura e ruídos sonoros do local provocados pela Marginal Tiête.

Alem

41


disso, conta com um programa feito através da analise das deficiências da área para atender a demanda. O programa reformulado conta com quadra esportiva, espaços para o publico infantil, áreas de permanência e contemplação, skate park e uma passarela conectando o parque com o outro lado do rio Tiête. Figura 33 - Vista aérea Parque Vila Leopoldina Figura 34- Implantação NK&F

Fonte: Google Maps

Fonte: https://www.facebook.com/nkfarquitetura/

5. DIRETRIZES DO PROJETO

A partir das analises feitas (fotográfica, entrevistas, morfologia urbana do local e histórico) e das problemáticas levantadas do lugar conclui se que este vazio urbano deve ser requalificado com a implantação de um espaço público de lazer o qual deve propiciar melhor qualidade de vida para os moradores e futuros frequentadores da região. Este espaço deve cumprir alguns objetivos, visando à solução das problemáticas

apontadas

anteriormente

(vazio

urbano,

monofuncionalidade,

contaminação e desindustrialização), os quais são:  Atrair um público diverso em horários diferentes, trazendo segurança, a partir da diversidade dos usos do parque.

42


 Dar espaço á natureza no tecido urbano de maneira que melhore a qualidade de vida e que contenha a contaminação do terreno.  Propiciar a conscientização de terrenos contaminados e da importância da preservação ambiental.  Conectar o terreno para unir os dois lados da linha férrea e dar mais possibilidades ao fluxo de pedestre e bicicletas no local.  Criar estratégias de projeto para melhorar a segurança tanto dos pedestres como dos motoristas.  Conectar o usuário com o parque. Serão propostas diretrizes com a finalidade de unir estes objetivos em um espaço integrado, com diversidade, atendendo as necessidades da região e trazendo conceitos importantes de projeto de um espaço público, como a sua inserção na região, sua conexão com a cidade e com os frequentadores e a sua função na cidade. As diretrizes são: ACESSOS Por conta da contaminação do terreno, o parque deverá ter grande parte elevada, no mínimo 1,5 metro, portanto os acessos serão por meio de rampas. O lote, atualmente, não possui acessos já que está abandonado, porem, por conta do seu antigo uso industrial, ele esta todo nivelado com as ruas do seu entorno. Esse nivelamento irá ajudar nos acessos, permitindo uma altura adequada para as rampas. Será inserido também uma continuação da ciclofaixa existente que vem da Avenida do Estado, passando pela Rua Maximiliano Lorenzini, dando acesso para o parque e, através dele, se conecta também com Avenida Presidente Wilson onde esta localizado a estação Tamanduateí e pontos de ônibus intermunicipais. As entradas de veículos serão feitas nas ruas 28 de Julho e Rio Branco, sendo as duas de mão dupla, e a sua circulação ficara restrita a área de estacionamento, já que não serão criadas novas vias. Essas ruas foram escolhidas,

43


pois sua movimentação atual é pequena, e com essa nova função, o novo fluxo de carros não irá sobrecarregar o fluxo já existente. Para a conexão das fragmentações do terreno, serão implantadas uma passarela que irá atravessar a linha férrea, e uma passagem subterrânea atravessando a ponte Prefeito Luiz Tortorello. CÓRREGO Pensando na importância da proteção ambiental e na legislação vigente, o Córrego Ribeirão dos Meninos não será canalizado, e para garantir a sua descontaminação, tratamento e prevenção de erosão e escoamento, sua mata ciliar será recuperada nos locais em que ela é quase inexistente. A recuperação da mata ciliar deverá ser feita também para que aconteça o contato da população com a natureza, e para melhorar essa conexão serão criados usos voltados para esporte, como pista de Cooper, ciclofaixas e aparelhos de ginástica seguindo a lei de Áreas de Preservação Ambiental (APP). FERROVIA A ferrovia deve ser delimitada para a segurança dos pedestres, por conta da movimentação dos trens na linha, portanto serão feitos barreiras físicas e ao mesmo tempo visuais com vegetação. O cruzamento desta linha será feita em um nível superior através da passarela. PAISAGISMO A região carece de áreas verdes voltadas para o lazer, porem tem uma boa distribuição de vegetação nas calçadas e em alguns parques voltados apenas para preservação ambiental, portanto é bem climatizada. Pensado nisso, o parque será bem arborizado, com bosques e barreiras, principalmente com a vegetação existente e com tipos de plantas voltadas para a contenção da contaminação, para manter a climatização do local, manter as áreas de permanência, delimitar caminhos e setores, e conectar a cidade com a natureza. Serão implantadas hortas com o objetivo de plantar tubérculos e outros vegetais que acumulam o agente contaminante na sua massa e em suas raízes, 44


para agilizar a sua descontaminação. Porem a horta não será disponível para a população, podendo ser cuidada apenas por funcionários especializados e será protegida por barreiras para impedir o contato dos pedestres e os animais com estes alimentos que não podem ser ingeridos. MEMÓRIA Uma das características principais do Bairro Fundação é a memória da indústria, já que foi este setor que fundou o bairro e garantiu o crescimento do município de São Caetano do Sul, portanto a ideia é trazer esta memória para o parque. No terreno há algumas ruínas das Indústrias reunidas Matarazzo como a antiga chaminé e a fachada da Rua Mariano Pamplona a qual ainda esta cercada pelas paredes da fábrica.

Desta forma, a proposta mantém a antiga chaminé

transformando a em um marco no parque, como um ponto monumental de referencia. PROGRAMA Através da analise das necessidades da região e das entrevistas feitas, o programa foi definido com as seguintes áreas:  Área de APP  Área para comércio/serviços 

Áreas de permanecia/ descanso

 Área de skate  Área pet  Arquibancada  Deck/ Banho de sol  Espaço para estudo  Espaço para eventos 45


 Estacionamento  Infantil  Pista de Cooper PLANO DE MASSA Figura 35 – Plano de massas da proposta

Feito pela autora 46


Foi realizado um plano de massa que abrange os setores do programa realizado e as propostas descritas nas diretrizes do projeto tendo como influencia as referencias citadas. Ao longo do parque, alguns setores se repetem como as áreas voltadas para o publico infantil onde irá ter brinquedos e cores incentivando o lúdico, também se repetem os espaços de estudos e arquibancadas que podem ser voltados para eventos ou para palestras e cursos incentivando a cultura. Os locais onde estarão os decks para tomar banho de sol foram escolhidos devido á posição do sol nas diferentes estações do ano e também pelo relevo que por ser um pouco mais alto não há muita sombra. Já outros setores do programa, como áreas de permanência, área pet, arquibancadas, espaços de estudo e área para skate foram colocados em lugares mais frescos e com mais vegetação, próximos aos bosques para garantir um lugar agradável de permanência. As praças secas, com diferenciação de piso, foram pensadas como lugares de passagem como no caso das que estão localizadas na passarela, e também como extensões das calçadas existentes para dar conforto aos pedestres e para serem usadas para futuros eventos de grande porte como é o caso da Festa Italiana de São Caetano Do Sul. As rampas de acesso foram dispostas nas ruas de transito mais lento para garantir a segurança do pedestre e irão ter 10 metros de largura para garantir entradas amplas e sem obstruções na vista. Os banheiros, hortas e equipamentos de ginástica são espalhados por todo o parque e as áreas para comercio e serviços, não edificadas, estão dispostas em locais estratégicos de passagem, próximos as entradas e aos principais pontos de ônibus para atrair o pedestre. Os principais materiais que serão utilizados são a madeira e concreto para piso e aço para o sistema estrutural para elevar o parque. Em alguns locais como os espaços infantis e a pista de Cooper terão piso emborrachado para a diminuição do impacto na pratica de esportes e brincadeiras.

47


O plano de massa setoriza parcialmente o parque, pois o conceito é ser um parque fluido, onde os espaços se conectam e misturam podendo ter diversos usos. Por exemplo, as praças secas podem ser usadas para passagens, mas também para eventos, ou ate mesmo para comércios e serviços, da mesma forma acontece com as áreas de permanência que terão mobiliário de descanso, mas podem ser usados para eventos, comércios e para brincadeiras infantis. Essa fluidez possibilita uma conexão com o visitante já que o parque sofre mudanças conforme os eventos e ações da população.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após as analises e estudos feitos, chega-se a conclusão que a melhor solução para o terreno escolhido para intervenção é a inserção de um espaço público com áreas verdes, um parque. Esta solução traria um fim a este vazio urbano e implantaria conceitos de um urbanismo responsável e sustentável como a restauração do córrego Ribeirão dos Meninos e da sua mata ciliar, a implantação da ciclofaixa e o plantio de árvores para a restauração do solo contaminado priorizando a qualidade de vida do cidadão. Desta forma irá beneficiar a cidade como um todo, pois a sua localização possibilita que moradores de outras regiões da grande São Paulo cheguem com facilidade e usufruam deste espaço diversificado. Este novo uso para o local traria vida- tanto noturno como diurno- por conta da sua variedade e possibilidade de usos nas praças internas do parque trazendo convívio social e cultural. Alem disso traz uma conexão do parque com a cidade e com o cidadão através do convívio com a natureza e com a fluidez dos espaços que se modifica conforme a demanda e a necessidade local. A área passaria de um local abandonado e descuidado para um ambiente de convívio que propiciaria a melhoria da qualidade de vida e de recuperação ambiental, cumprindo assim o objetivo do Parque Memorial São Caetano do Sul proposto neste trabalho. 48


7. BIBLIOGRAFIA

AUGÉ,

Marc.

Não-Lugares:

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a

uma

antropologia

da

supermodernidade. Tradução Maria Lúcia Pereira, SP: Papirus, 1994. BARROS, Luzia Helena dos Santos. Requalificação dos Aterros Desativados (Browfields) no Município de São Paulo: Parques (Greenfields) Raposo Tavares e Jardim

Primavera.

Disponível

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https://pt.scribd.com/document/401513688/Requalificacao-de-aterros-desativadospdf>. Acesso em: 29 de agosto de 2019. CARDOSO, Adauto Lucio. Vazios urbanos e função social da propriedade. Disponível em: http://www.fase.org.br/v2/admin/anexos/acervo/1_adauto.pdf. 2006. Acesso em 05 de outubro de 2014. CETESB.

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http://www.cetesb.sp.gov.br/areas-contaminadas/relacoes-deareascontaminadas/15-publicacoes > Acesso: 11 de agosto de 2019. CHAVES, Edson Valente. Absorção de materiais pesados de solos contaminados do aterro sanitário e polo industrial de Manaus pelas espécies de plantas Senna multijuga, Schizolobium amazonicum E Caesalpinia echinata. Disponível

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https://tede.ufam.edu.br/bitstream/tede/3107/1/Tese%20Edson%20Valente.pdf>. Acesso em: 29 de agosto de 2019. FARAH, Ivete; SCHLEE, Mônica Bahia; LORGS, Raquel Tardin. Arquitetura Paisagística Contemporânea no Brasil. Editora Senac São Paulo, 2010 FAU.

Mapas

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metrópole.

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<http://www.metropolefluvial.fau.usp.br/transporte_de_cargas_publicas.php#>. Acesso em: 12 de agosto de 2019. FRÚGOLI JÚNIOR, Heitor. São Paulo: Espaços públicos e interação social/ Heitor Frúgoli Jr. São Paulo: Marco Zero, 1995.

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Fredy.

Vazios

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http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/drops/07.019/1719 . 2007. Acesso em 17 de setembro de 2014. ROBBA, Fábio; MACEDO Silvio Soares. Praças Brasileiras. Edusp. Imprensa Oficial: São. Paulo, 2003 Rafael Faleiros de Padua, « Refletindo sobre a desindustrialização em São Paulo », Confins [Online], 7 | 2009, posto online no dia 31 outubro 2009, consultado o 28 outubro 2019. URL : http://journals.openedition.org/confins/6125 ; DOI : 10.4000/confins.6125 Rowthorn, R; Ramaswany, R (1999). "Growth, Trade and Deindustrialization". IMF Staff Papers, Vol. 46, N.1.

50


SAKATA, Francine Gramacho. Paisagismo Urbano: Requalificação e Criação de Imagens. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2011. 272p WATERMAN, Tim. Fundamentos de Paisagismo. Porto Alegre: Bookman, 2010.

51


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