Revista Panorama da AQÜICULTURA ed. 105

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Aqualider vence licitação e dá a partida para a sua engorda de bijupirá A empresa pernambucana Aqualider, que atua na reprodução de camarões marinhos há mais de 10 anos, e que mais recentemente expandiu seu foco para o cultivo do bijupirá, venceu em 18 de fevereiro a licitação pública e obteve o primeiro Termo Cessão de Área, podendo, finalmente, instalar o seu cultivo numa área distante nove milhas náuticas (ou 16,5 quilômetros), em frente a Praia de Boa Viagem, na capital pernambucana. Na área, com profundidade de 30 metros, deverão ser instalados ao longo dos próximos três anos, 48 gaiolas ou tanques-rede, que possuem 25 metros de diâmetro e 11 metros de profundidade. São estruturas flutuantes confeccionadas com tubos de polietileno de alta densidade (PEAD), de tecnologia norueguesa e similares às utilizadas nos cultivos de salmão no Chile, e de outras espécies, na Europa. A expectativa é de que a primeira gaiola seja instalada em abril, quando também serão estocados para a engorda os juvenis que a Aqualider já está produzindo no seu laboratório localizado em Porto de Galinhas, município de Ipojuca. A estimativa de produção é de cerca de 90 toneladas por gaiola, o que representará pouco mais de 4.000 toneladas ao ano, quando o projeto estiver totalmente implementado, daqui a 3 anos. O bijupirá é uma espécie tropical e subtropical costeira que se distribui por todos os oceanos, exceto no Oceano Pacífico Leste. No Brasil ele ocorre desde a Região Norte até o Estado de São Paulo, embora seja mais comum no Norte e Nordeste. O País pesca cerca de 1.160 toneladas de bijupirá por ano, sendo os principais Estados produtores o Pará e o Ceará, com 724 e 346 toneladas, respectivamente. No mercado nacional o preço do quilo do bijupirá varia de R$ 15 a R$ 25 nos supermercados. Segundo a Aqualider, tanto o mercado nacional como o internacional estão nos planos de comercialização do produto final.

Carcinicultores participam de curso sobre o uso de probióticos O Centro Tecnológico da Aqüicultura (CTA-RN) promoveu entre os dias 15 e 18 de fevereiro o Curso de Caracterização de Probióticos, em parceria com o capítulo brasileiro da Sociedade Latinoamericana para a Aqüicultura (SLA). Participaram Dra. Sonnya Lombana ministrando cerca de 60 técnicos e empresários que curso de probióticos no CTA-RN atuam na engorda e na larvicultura de camarões, representantes de empresas fornecedoras de probióticos e das fábricas de rações, além de técnicos de órgãos públicos, divididos em duas turmas, com carga horária de 16 horas cada. O curso foi ministrado pela bióloga equatoriana Sonnya Patricia Mendoza Lombana, especialista em fisiologia de invertebrados,

atualmente atuando como diretora geral do CSA - Centro de Servicios para la Acuicultura, localizado em Guayaquil, no Equador. Composto por aulas teóricas e práticas, o Curso de Caracterização de Probióticos vem sendo ministrado em diversos países depois da grande repercussão que teve no Equador, razão pela qual a SLA, coordenada no Brasil por Alfredo Freire, propôs ao CTA a parceria para a sua realização em Natal - RN. Na parte teórica do curso foram vistas as definições e as generalidades dos probióticos e os seus mecanismos de ação. A ecologia microbiana foi também apresentada através dos estudos das interações entre as populações e os habitats microbianos, com destaque para os ambientes aquáticos, onde a seleção de cepas probióticas para o uso na aqüicultura mereceu atenção. Na parte prática foram analisados os principais probióticos do mercado, seu uso, manejo e aplicação. Segundo Ezequias Viana de Moura, Diretor Executivo do CTA, o evento constituiu na primeira atividade desenvolvida pelo CTA voltada para seu público externo e a avaliação do curso pelos participantes foi muito positiva, mostrando que iniciativas deste tipo são muito importantes, principalmente diante dos atuais problemas enfrentados pela carcinicultura nacional. Os planos apontam para a continuidade das ações não só na área de treinamento e de apropriação de tecnologias junto aos produtores, mas principalmente na área de pesquisa. Para discutir o rumo das ações foi criado o Conselho Consultivo do CTA, formado por representantes do setor produtivo e de órgãos públicos.

Inaugurado o Laboratório Nacional de Aqüicultura Marinha (LANAM) Foto: Tadeu Nascimento

Com a presença do ministro Altemir Gregolin e do ex-ministro José Fritsh, foi inauMinistro Gregolin e o ex-ministro José Fritsch na inauguração do LANAM, em Ilha Comprida, SP gurado no último dia 15 de fevereiro, fruto de um convênio firmado entra a Prefeitura Municipal de Ilha Comprida e a SEAP, o Laboratório Nacional de Aqüicultura Marinha (LANAM), situado no boqueirão sul da Ilha Comprida. O laboratório, uma iniciativa da Prefeitura de Ilha Comprida, contou com verba da SEAP para a construção e investimento nos equipamentos e materiais. A gestão está a cargo da Fundação Primeira de São Vicente, através de convênio de cooperação técnica. No que diz respeito à tecnologia aplicada dentro das instalações do LANAM, o Grupo TWB firmou, em 2005, um Memorando de Entendimentos com a Universidade de Miami, se tornando então a única empresa brasileira a ter um convênio firmado com esta universidade e, a deter a tecnologia de reprodução e engorda do bijupirá que, agora, cede à Fundação São Vicente e a Prefeitura de Ilha Comprida. As instalações têm 1.800 metros quadrados de área construída e contam com 30 profissionais capacitados. Com o objetivo principal de produzir acima de um milhão de alevinos de bijupirá por ano, o LANAM conta em sua estrutura física com quatro tanques para maturação dos reprodutores com capacidade de 60 toneladas Panorama da AQÜICULTURA, janeiro/fevereiro, 2008

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