Caderno de Produção e negócios

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PRODUCÃO & NEGÓCIOS ANO 1 - NÚMERO 42 RIO BRANCO, DOMINGO, 11.11.2012

Pensão Restaurantes populares oferecem opção da comida boa e barata, gerando negócios que melhoram a vida das famílias


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Pensão da Janete

Numa dupla jornada entre o trabalho diário na portaria da Fundhacre e a pensão que além da renda lhe dá alegria

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anete da Silva Alves perdeu a mãe muito cedo e aos dez anos começou a cuidar das crianças de outras famílias para ajudar o pai nas despesas da casa, já

aos 12 anos trabalhava como empregada doméstica. Hoje trabalha meio expediente noturno na portaria da Fundação Hospitalar e durante o dia faz o que mais

gosta, cozinhar pratos regionais na Pensão da Janete, uma das mais freqüentadas do Mercado Velho, no centro de Rio Branco. “Minha vida é trabalhar,

Sempre atenta aos pedidos dos clientes

Janete faz da cozinha um dos grandes prazeres de sua vida

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Uma publicação de responsabilidade de Rede de Comunicação da Floresta LTDA C.N.P.J. 06.226.994/0001-45, I.M. 1215590, I.E. 01.016.188/001-87

faço porque gosto, é um prazer ver as pessoas comendo satisfeitas, embora não dê para satisfazer a todos os gostos. Apesar dos meus problemas de saúde, insisto em

continuar tocando a pensão porque gosto mesmo de trabalhar aqui!” Garante Janete. Ela recorda que até os 29 anos de idade quando já tinha quatro filhos e uma enteada ela trabalhou como empregada doméstica e decidiu montar seu próprio negócio. “Isso foi há 28 anos quando resolvi começar uma pensão ali na antiga praça da Bandeira, desde aquele tempo eu nunca mais parei de trabalhar por conta e foi o melhor negócio que fiz porque minha vida melhorou muito mesmo, agora os filhos já estão todos casados, só falta a enteada”. No cardápio do dia o tradicional arroz com feijão, macarrão, farofa e salada vão sendo combinados com bifes, bistecas, sarapatéis, galinhas picantes, paneladas, frangos fritos ou ao molho, carnes de panela, estrogonofes, fígados ou porcos guisados. Janete lembra que quando montou sua pensão o Acre ainda era um Estado isolado do Brasil e isso criava um sem número de dificuldades. “Naquele tempo faltava tudo, a gente tinha de ir pra fila do gás, todo dia eu tinha de carregar 12 latas d’água para usar na pensão, para conseguir verduras contava com um amigo que comprava bem cedo pra mim porque naquele tempo Rio Branco nem supermercado tinha. Só melhorou em 92 quando o Edmundo Pinto completou o asfalto ligando o Acre a Porto Velho, hoje tudo é muito mais fácil e você pode escolher o que comprar e onde”.

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Miras Lanche Ex-funcionária pública montou uma pensão para ajudar nos estudos da filha e nunca mais voltou ao emprego

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uando sua filha passou no vestibular para o curso de assistente social, Albemira Darub se viu obrigada a tomar uma decisão radical em sua vida para poder garantir o pagamento das mensalidades da faculdade, pediu afastamento do emprego no governo do Estado onde já trabalhava há mais de 20 anos, pegou o fogão e outros utensílios de sua própria cozinha e montou uma pensão. “Isso aconteceu há seis anos, mas se eu soubesse que trabalhar por conta era tão bom eu tinha deixado o emprego muito antes. Hoje minha filha está formada, passou em primeiro lugar no concurso público e está empregada, já eu continuo aqui na pensão e nem penso em voltar a trabalhar no gover-

no, pelo contrário, estou me programando para montar um novo restaurante com serviço self service!” Garante “Mira”. Como em toda pensão, o arroz com feijão, salada e farofa são indispensáveis ao cardápio popular ao qual se somam os bifes, almôndegas, guisados de porco, galinha caipira, peixes, estrogonofes, pimentões recheados, bistecas, elem dos lanches e salgados que vende no balcão. A pensão localizada na avenida Getúlio Vargas, ao lado da Casa da Motosserra, fica lotada nas horas de almoço. “Muita gente vem comer aqui, temos uma boa freguesia mesmo porque a comida é boa e a preços mais populares. Mas o forte mesmo são as marmitas que entregamos para as empresas, por isso, mesmo quando a

gente montar o restaurante self service eu vou continuar aqui na pensão atendendo as empresas e as pessoas que gostam da comida mais tradicional!” Fazendo uma reavaliação de sua vida pessoal, Mira é taxativa: “Durante muitos anos eu fiquei acomodada no salário do governo, quando decidi começar a pensão, no começo o negócio não foi fácil, mas aprendi rápido, minha vida melhorou muito e hoje até carro eu tenho, quando era empregada não podia nem pensar numa coisa dessas!” Pedidos e encomendas pelo telefone 3224-7385.

Mira deixou emprego público para tocar a pensão e não tem do que se arrepender


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Comida saudável para o corpo e a alma Teralternat serve alimentos exclusivamente vegetarianos, além de oferecer dietas e tratamentos alternativos Juracy Xangai

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udo começou, há cerca de cinco anos, com uma pensão servindo comidas, lanches e marmitas naturais à margem do Parque da Maternidade, hoje é um amplo restaurante instalado na rua Guiomard Santos 209, próximo à igreja Batista do Bosque. Agregado ao restaurante funciona a lojinha de produtos naturais onde além de pães e biscoitos naturais, ainda se vendem complementos alimentares e chás naturais. Em outra sala a clínica de tratamentos e alimentos naturais orientados por exames de iridologia, ciência que analisa o sistema orgânico e psicológico das pessoas a partir da análise da Iris dos olhos dos pacientes. A loja funciona das sete da manhã às oito da noite,

já o restaurante com pratos à base de frutas, verduras, grãos, ovos e proteína de soja oferece o que há de melhor na comida natural, como explica o gerente e proprietário do restaurante Teralternat Ezilton Waks Sabino. “Quando iniciamos o restaurante a maioria das pessoas não conheciam estes alimentos, então alguns entravam, olhavam os pratos e iam embora, mas quem provava voltava sempre e convidava outros, assim fomos construindo uma freguesia que hoje é muito boa. Aqui servimos o almoço e à tarde os lanches que vão até às oito horas da noite, sempre de segunda às sextas feiras!” A busca de uma vida mais saudável é, segundo Ezilton, um dos principais motivos do sucesso alcançado pelo restaurante e da clínica de tratamentos alternativos que acaba de se transfor-

Garçonete serve marmita para dieta de clientes

mar na primeira franquia de comidas naturais do Brasil. “Através desta franquia de consumo consciente nossos

clientes ganham descontos especiais no consumo dos nossos produtos e nos serviços da clínica alternativa

Grãos, verduras e proteína de soja são base dos pratos

de saúde. Também ganham bônus especiais pela indicação de novos clientes. A vida saudável só é possível a partir de uma prática diária que envolve desde a alimentação até mudanças no comportamento sem vícios!”

Comida saudável

Quem prova alimentos naturais volta sempre

No cardápio do restaurante ganham destaque as saladas de verduras combinadas com grão debico, ervilhas e outros legumes, o bife de soja (glúten), as fibras de soja, além de nossa tradicional castanha, gergelim e linhaça. “Nossos pratos estão baseados na dieta vegetariana e ovolacta, ou seja vegetais, ovos e leite, então não servimos nenhum tipo de carne branca ou vermelha, apenas soja e outras proteínas vegetais que são mais saudáveis para o organismo!” Mais que um restaurante O restaurante Teralternat funciona aliado à fábrica de alimentos de onde saem manteiga de soja temperada com alho, ricota, queijo tofu e carne de soja, além do tofu temperado com sal de ervas. Nela ganham destaque os variados pães naturais e os biscoitos de aveia, gergelim e

Produtos Teralternat, indústria acreana com aprovação da Anvisa

Lojinha oferece produtos alternativos para a vida saudável

castanha fornecidos a supermercados e outros estabelecimentos da capital. Daí também saem complementos alimentares Teralternat como o fibra-mix light recomendado para pessoas com diabetes, problemas cardíacos e digestivos. Já para os que estão em dieta alimentar há o fribra-mix

com chá verde e colágeno. Quem quer melhorar o pique no dia-a-dia pode optar pelo energético fribra-mix que tem como base o tradicional guaraná amazônica, açúcar mascavo e cacau. Tanto os complementos alimentares quanto os chás, biscoitos e tônicos naturais estão à venda na lojinha do

restaurante. “Hoje temos 28 produtos e complementos alimentares todos autorizados pela Anvisa e mais de 60 outros em fase de aprovação de acordo com as leis brasileiras que exigem a comprovação científica dos efeitos de cada produto sobre o organismo das pessoas!” Esclarece Ezilton.

Dentre os serviços alternativos oferecidos pela clinica e pelo restaurante estão as dietas especiais para quem quer emagrecer ou tratar de problemas específicos na saúde. Há ainda dietas de limpeza e descontaminação orgânica, além de fornecer marmitex. A empresa familiar

gera hoje com dez empregos no restaurante e outros 16 na fábrica de alimentos e produtos alternativos para saúde. Mais informações sobre os produtos alternativos da Teralternat entrenó site www.teralternat. com.br ou pelos telefones 3223-2744 2 3026-4642.


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Quê Delícias!

Tudo começou com uma banquinha vendendo café sobre a calçada, hoje é uma pensão que planeja crescer

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ntônia Soares de Oliveira começou a trabalhar ainda criança quando os país construíram um pequeno lanche na frente da casa localizada no bairro seis de agosto e a colocaram para tomar conta do pequeno negócio. “Lá na seis a gente vendia lanches e doces, faço todo tipo de salgados, mas os doces são meu forte mesmo. Por causa disso fiz vários cursos no Senac e o que achei melhor foi a produção de chocolates, gosto de fazer e na Páscoa eu preparo muito mesmo!” Antônia recorda que a pensão Quê Delícias que funciona em frente à agência da Caixa do Bosque começou com uma banquinha posta sobre a calçada onde ela vendia café, bolos e pão com manteiga, há poucos metros de onde hoje está sua pensão. “Quando

surgiu a oportunidade de alugar este ponto eu fiquei muito contente, tinha medo das despesas, mas com trabalho e fé em Deus a gente vence tudo. Ainda hoje meu forte é o café da manhã com tapioca, pão de milho, bolos e mingaus, comecei a fazer almoço porque os clientes que trabalham nesta área começaram a pedir, gostei porque é mais um ganho que ajuda a cobrir as despesas com o aluguel!” Sempre às voltas com formas e panelas ela declara: “Desde que me conheço por gente minha vida sempre foi fazer comida, gosto do que faço e as pessoas ficam contentes. Com o dinheiro da comida estou terminando de criar dois filhos que de vez em quando vem me ajudar. Emprego eu nunca tive, nem quero, Deus me livre, a escravidão já acabou, agora a gente depende só de Deus, mas não dos homens!”

Antônia cozinha desde criança e tem nos doces sua maior paixão

Ponto de encontro de amigos e clientes

Pensão da Tiana Uma vida na cozinha fez com que ela só descobrisse tardiamente as vantagens de ter seu próprio negócio

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m 1972 Sebastiana Fernandes da Silva começou a trabalhar na lanchonete “Minhocão” que funcionava ao lado do antigo cine Rio Branco, hoje o Formigão, fazendo lanches e almoços; ali permaneceu trabalhando durante 27 anos até a morte de seu proprietário o compositor Osmeth Duck, há 13 anos. “Logo depois que o Osmeth morreu eu consegui esta pensão no Camelódromo pela prefeitura, mas no começo foi muito difícil porque quando a gente fica muito tempo trabalhando como empregada se acostuma a ser mandada, já

tocando por conta precisa tomar as decisões sozinha, mas graças ao apoio dos a,igos e antigos clientes do minhocão

Depois de 27 anos trabalhando como empregada, Tiana descobriu a vantagem de ter seu pró´rio negócio

eu consegui. Hoje digo que valeu a pena e tocar o negócio por conta própria é muito melhor do que trabalhar de empregada”, declara Tiana. Habituada a ter a pensão cheia de clientes para o almoço, ela serve a tradicional galinha caipira, peixe frito e cozido, panelada, porco, cozidão e outros pratos tradicionais, Tiana esclarece que: “Passei minha vida inteira na cozinha, me aposentei em 2010 e continuo trabalhando porque gosto mesmo de atender as pessoas, mas estou pensando em parar daqui há uns dois ou três anos. Mas não vou parar de vez, quero descansar e me divertir um pouco, nos fins de tarde posso vender tacacá!”

Comer de pensão já é tradição de família


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Pensão da Lourdes D

Ex-garçonete decidiu montar seu próprio restaurante e se diz feliz com a mudança de vida

epois de trabalhar durante seis anos como garçonete de uma das lanchonetes restaurante do Terminal Urbano de Rio branco, Maria de Lourdes viu a oportunidade de iniciar seu próprio negócio tocando uma das pensões que funcionam no Camelódromo. “Quando meu marido me disse que tinha a possibilidade de me conseguir uma das pensões aqui do camelódromo eu fiquei muito feliz mesmo. Assim que recebemos autorização da prefeitura comecei a trabalhar e nunca mais pa-

Lourdes atende clientes na pensão do Camelódromo

rei porque é isso que eu gosto de fazer, comida para servir às pessoas!” Afirma Lourdes. Antes de se empregar na lanchonete do terminal, Lourdes já havia trabalhado nove anos no restaurante Nosso Galeto. “A verdade é que eu trabalho em lanchonetes e restaurantes desde os 15 anos de idade, é isso que aprendi e gosto de fazer, então cozinho com a maior satisfação e meu prazer é ver que as pessoas gostam da comida que eu faço!” Mas para quem está pensando em montar seu próprio negócio, Lourdes explica que:

“Todo dia eu chego aqui no mercado às cinco horas da manhã para preparar os pães de milho, tapiocas e bodós pro café da manhã do pessoal que chega pra trabalhar. O que eles mais comem de manhã é o pão com manteiga e a baixaria!” A cozineira esclarece que: “Mal termino de servir o café e já hora de começar a preparar o feijão, bifes, bistecas, frangos, peixes e carnes de sol para o almoço. As pessoas comem de tudo, especialmente bife e bisteca, mas gostam mesmo é das frituras!”


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