Caderno de Produção e negócios

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PRODUCÃO & NEGÓCIOS ANO 1 - NÚMERO 26 RIO BRANCO, DOMINGO, 15.07.2012

Três fronteiras

cultivando a integração

Assis Brasil, Iñapari e Bolpebra têm na produção seu sonho de desenvolvimento sustentável à margem da Estrada do Pacífico


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Três fronteiras da integração

Fotos de Marcos Goes - Seaprof

Produção em expansão

Assis Brasil, Iñapari e São Pedro de Bolpebra esperam pelo desenvolvimento prometido pela carreteira inteorceanica do Pacífico Juracy Xangai

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omemorando, neste 2012, seu centenário de fundação a cidade peruana de Iñapari ainda chora os prejuízos sofridos durante a enchente de fevereiro que cobriu 95% da cidade destruindo o comércio e invadindo prédios públicos como a prefeitura (alcaldia) e que, apesar de todos os apelos do alacalde Celso Curi Paucarmayta, até hoje não receberam nenhum tipo de ajuda do seu governo central, assentado em Lima. Do lado brasileiro, separados apenas pelo rio Acre está a jovem Assis Brasil, com apenas 36 anos, transforma-se em canteiro de obras das ruas do povo, construção de moradias populares, mecanização de terras agrícolas e levantamento de açudes para estimular a piscicultura, hortas e à criação de ovelhas renovam a esperança da população no desenvolvimento produtivo como forma de poder participar dos benefícios prometidos pela Estrada do Pacífico. Ao lado de Iñapari, tendo como demarcador de frontei-

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Motos tuc-tuc movimentam clientes do comércio peruano

ra o igarapé Javari, está a cidade boliviana de São Pedro de Bolpebra, cujos poucos moradores foram embora logo após a maior alagação que já atingiu aquela região, ali resta apenas uma reduzida guarnição do exército da Bolívia, tendo em vista que nem o prefeito (alcalde) da cidade mora ali. Neste ponto do território Acreano em que se encontram as fronteira d Brasil, Peru e Bolívia, três cidades irmãs que até bem pouco tempo viviam totalmente isoladas, agora sonham com o prometido

desenvolvimento social e econômico que seria promovido pelo asfaltamento da estrada do Pacífico que as integrou ao Brasil e ao mundo.

Caminhos e descaminhos Iñapari lavou a lama da enchente e prepara para o dia 28 de julho sua maior festa cívica para comemorar o Dia da Independência do Peru. O comércio retomou seu ritmo e cresce impulsionado pelo fluxo crescente de carga e passageiros que por ali passa,

Uma publicação de responsabilidade de Rede de Comunicação da Floresta LTDA C.N.P.J. 06.226.994/0001-45, I.M. 1215590, I.E. 01.016.188/001-87

fazendo parada para regularizar documentos, comer e se refrescar da viagem pela estrada que passa por dentro da cidade. Mas do lado brasileiro, reclamações dos moradores preocupados com a destruição crescente da pista da BR317 pelos caminhões bolivianos e peruanos que entram no Brasil pelo Peru trazendo cargas de combustíveis, cimento e ferro para descarregar na cidade de Cobija. Já a população de Assis Brasil se recente do isolamento a que foi relegada com

a estrada passando por fora da cidade que acabou acuada pela aduana num canto da fronteira, o que obriga seus moradores ao constrangimento de serem fiscalizados quando se movimentam dentro do próprio país e até mesmo no território de seu município. Ali, a esperança maior de participar das oportunidades de negócio que estão sendo criadas ela estrada, está na construção de atrativos turísticos que convidem os passantes a descer à cidade para seus restaurantes e hotéis, gerando com isso, ocupação para os moradores, contribuindo para a economia local. Num município que tem 92% de todo o seu território transformado em Reservas Extrativistas e Terras Indígenas, restando 8% para o desenvolvimento de atividades econômicas. Ocorre que por força das leis ambientais apenas 20% destes 8%, ou seja, só 1,6% de suas terras podem ser desmatadas e efetivamente usadas produtivamente, mas é dessa área que ainda vem a maior esperança de conseguir produção suficiente para alavancar o desenvolvimento local.

Textos, fotografias e demais criações intelectuais publicadas neste exemplar, não podem ser utilizados, reproduzidos, apropriados ou estocados em sistema de bancos de dados ou processo similar, em qualquer processo ou meio (mecânico, eletrônico, microfilmagem, fotocópia, gravações e outros), sem autorização escrita dos titulares dos direitos autorais. Não devolvemos originais, publicados ou não. IMPORTANTE - Matérias, colunas e artigos assinados, são de responsabilidade de seus autores e não traduzem necessariamente a opinião do jornal

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m grupo de 27 produtores rurais participou de cinco a sete de julho, do treinamento para iniciar ou amliar sua criação de ovelhas, cada um deles receberá do governo do Estado 12 matrizes e um reprodutor promovendo a melhoria genética de seu rebanho. Enquanto isso, outros produtores estão recebendo treinamentos em piscicultura para saber usar bem os 240 açudes que deverão ser construídos no município até 2014. Ao longo do ano passado foi iniciada a construção de 40 açudes com recursos de emenda parlamentar do, então senador, Tião Viana, dez foram concluídos, os restantes já estão em construção. O chefe do escritório da Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof) explica que: “Reunimos as associações de produtores para discutir o programa de açudagem e ficou acertado que cada produtor receberá 22 horas de máquina, o que passar disto será pago pelo proprietário. Já as mais de 90 famílias do Projeto de Assentamento Paraguassu, que tiveram suas

posses regularizadas pelo Incra há cerca de quatro anos, aplicaram o dinheiro destinado a habitação enquanto suas moradias não foram construídas e assim tiveram um rendimento de R$ 500 mil que serão aplicados na construção de açudes para a piscicultura, o que vai render umas 40 horas de trator para cada um O grande interesse na criação de peixes está na venda para o mercado local, mas, principalmente, para os consumidores peruanos”. Já o programa de mecanização agrícola conta com um trator de esteira e sete tratores de pneus , são esperados para os próximos dias, mais um trator de esteiras, além de semeadeira, colheitadeira para impulsionar a produção de grãos e ouros alimentos no município. Os danos causados aos produtores ela alagação de fevereiro estão sendo corrigidos pela concessão de créditos de até R$ 12 mil que começam a ser liberados pelo Pronaf Emergencial. Segundo Marcos: “Mais de 70 produtores já estão com seus projetos sendo concluídos. Os recursos tem como objetivo recuperar a produção nas propriedades rurais

afetadas pelas águas da maior cheia que já atingiu nosso município!” Ao mesmo tempo, está em plena execução, em Assis Brasil, o Projeto Florestas Plantadas, através do qual já foram reclorestados mais de 22 hectares de seringueiras, sendo uma média de dois hectares por produtor. “Neste caso estamos estimulando o consorciamento de outras culturas com as seringueiras. Assim os agricultores plantam mandioca, milho, feijão e outras culturas anuais nas entre linhas das árvores, além de plantar frutíferas como o cupuaçu que vão impulsionar nossa indústria comunitária de doces que tem ficado parada nos períodos de entre safra!” Exército na roça A construção de cinco casas de vegetação (hortas cobertas) medindo 25 meros de comprimento por seis de largura, foi agilizada pela Searof que recorreu à parceria com o Exército Brasileiro que mantêm o programa Sargento Agrário, cujo objetivo é estimular a produção de alimentos nas áreas onde hajam quartéis. “Os produtores sempre nos ajudam nessas atividades, mas a ajuda do

quartel foi fundamental porque eles são muito organizados e a maioria dos soldados são filhos aqui da região, por isso tem mais consciência da importância dessas unidades produtivas para a melhoria da qualidade de vida daqueles agricultores, bem como a

importância disto para melhorar o abastecimento do mercado de Assis Brasil!” Além da casa de vegetação, os produtores também receberam gratuitamente, uma bomba pulverizadora e os insumos necessários para trabalhar sua primeira safra.


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Fazendo a diferença

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O progresso está chegando

Paulista estimula vizinhos a investir na horticultura para melhorar de vida e fazer circular mais dinheiro em Assis Brasil

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ino Silva Neto veio de Barretos em São Paulo, para o Acre há um ano e fixou-se em Assis Brasil onde logo começou a formar sua horta especializada na produção de alfaces, hortaliça com a qual já trabalhava em São Paulo. Trabahando na colônia São Geraldo localizada no quilômetro 395 da BR-317, seu esforço foi reconhecido pelos técnicos da Seaprof que, em parceria com o projeto Sargento Agrário, do Exército Brasileiro, construíram ara ele sua primeira horta coberta. “Com esta casa de vegetação as plantas crescem protegidas do sol e da chuva, evitando com isso o ataque de muitas pragas e doenças. O tempo de produção é o mesmo que eu levaria plantando num canteiro comum, mas a qualidade é muito melhor com isso garantimos a preferência dos nossos produ-

“A

Lino Neto: produção traz desenvolvimento

tos no mercado local”, explica Neto. Um ano depois, Lino já tem três estufas de 25 meros de comprimento e mais duas de cinqüenta metros onde tem

como carro chefe a produção de alface, além de cebolinha, coentro e couves intercaladas nos canteiros de alface. “Venho estimulando meus vizinhos a produzir verduras,

alguns estão começando aos poucos, mas minha idéia é a de que nós podemos produzir aqui a maioria das verduras e legumes que hoje são importados de São Paulo ou do Peru. Desta

Idas e vindas

forma a gente vai fazer esse dinheiro circular por mais tempo em Assis Brasil e isso é bom pra todos nós do município porque o desenvolvimento a gente constrói pela produção!”

Iñapari e Assis Brasil se consolidam como caminho de passagem dos mochileiros pela fronteira Brasil Peru

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ena comum nas praças de Assis e Iñapari é a presença de turistas sentados rodeados por mochilões e outros teréns que carregam em suas viagens. Uns à caminho da imperial cidade de Cuzco, outros para conhecer os centros de desenvolvimento brasileiros e suas praias. Num eterno ir e vir de gente da América, Ásia e Eu-

ropa em ritmo crescente e, prova disso, é que segundo a imigração brasileira, teriam passado por Assis Brasil mais de 30 mil pessoas, em janeiro deste ano o número já chegava à casa dos 60 mil. A empresária rondoniense Admary de Carvalho e seu companheiro, o policial civil Pedro Rates colocaram a mochila nas costas e foram realizar o sonho de conhecer as paisagens andinas. “O

legal de viajar de mochila é a sensação de liberdade podendo escolher e mudar caminhos conforme as coisas forem acontecendo durante a viagem. Essa é uma forma de quebrar a rotina dos pacotes planejados e viver o agora, enquanto as coisas vaão acontecendo na sua frente. Ir ao Peru de mochila foi a realização de um sonho pessoal que eu á tinha há muito tempo de conhecer a cultura andina com suas músicas, sua arte e principalmente os monumentos incas!” Dizendo-se satisfeita com os resultados ela comenta: “Adorei tudo que vi, foram nove dias maravilhosos, gosei especialmete da pizza e das cervejas que são muito boas mesmo!”

Paisagens e sustos

Paola e Marcelo tiveram problemas com os bancos

A comerciante e cantora Paola França Samapaio e seu companheiro, o artesão e músico Marcelo Raposo, ela natural de São Paulo e Ele de Recife, ambos vivendo em Pirinópolis no Goiás, foram

Adimary e Pedro estão encantados com o Peru

curtir o Festival do Sol (Inti Raymi) em Cusco e conhecer as paisagens andinas. “Há muito tempo que eu queria conhecer Macchu Picchu e agora surgiu a oportunidade, foi tudo muito bonito e a paisagem me encantou muito. Gosto da arte e da cultura indígena, da ayawaska, das danças folclóricas e isso tudo foi maravilhoso, mas confesso que fiquei decepcionada com os excessos da comercialização em torno de monumentos como a visita a Macchu Picchu que são mui-

to caros, além de empresas que vendem pacotes turísticos e saem arrastando a gente feito loucos numa propaganda enganosa que não atende nossas expectativas de conhecer melhor os lugares que visitamos”. Mas a decepção maior de Paola e Marcelo acabaria sendo com os serviços de extangeria e os bancos brasileiros, pois quando o dinheiro em espécie que tinham no bolso estava acabando, então veio a surpresa. “Mesmo tendo meus cartões liberados para uso no exterior eu não consegui sacar dinheiro em nenhum dos bancos do Brasil e do Itaú existentes no Peru, eles simplesmente não estão integrados ao sistema. O estranho é que a gente foi até desrespeitado nessas agências, nossa sorte foi também ter contas no Bradesco, este funciona, nos demais, estarei encerrando a conta assim que chegar em casa. Afinal de contas tive que voltar do Peru dez dias antes do planejado porque os bancos não me atenderam em nada!”

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Nascido e criado em Assis Brasil, “Bebé” investe com cuidado e lembra os tempos em que a estrada permitia tráfego por três meses no ano

ntigamente a gente só podia usar a estrada por dois ou três meses do ano, no restante do tempo Assis Brasil ficava isolada, quem precisava ir a Brasiléia o recurso era a canoa e quando alguém adoecia o socorro vinha de avião!” Recorda Gesildo Bonfil Bezerra, mais popularmente conhecido por Bebé que dentre outras coisas já foi vereador por quatro mandatos, oito anos juiz de Paz do Fórum e durante muito tempo operador do serviço de fonia do governo do Estado para atender as necessidades de comunicação da cidade nos tempos de seu isolamento quando nem a telefonia era confiável. Hoje Bebé mantêm seu Assis Brasil Hotel e uma mercearia, negócios que vão crescendo conforme o ritmo de desenvolvimento da cidade. “Quando comecei o hotel em 1982 muitos diziam que não dava certo, não encontrei apoio, com a abertura da estrada apareceram bancos e outros oferecendo financiamento para ampliar o negócio, preferi fazer as melhorias que achei necessárias e estou trabalhando mais tranqüilo

Bebé: Assis Brasil melhorou muito

agora. O movimento melhorou, mas não foi tão grande quanto a gente esperava porque com a estrada passando por fora da cidade, a maioria dos carros passa direto, poucos descem até aqui. Também aquela fiscalização que fechou a entrada da cidade inibe muitas pessoas”. Mas as preocupações de Bebé não afetam o reconhecimento pelos demais be-

nefícios conquistados com a estrada: “Muitos políticos prometeram asfaltar essa estrada desde que eu era quase um menino, mas só agora ela é realidade. Com ela, nossa vida melhorou muito na regularidade do abastecimento, a Ufac veio quaificar os professores, isso melhorou o ensino, agora a gente vai para onde quer na hora que quiser, mas apesar disso, o de-

senvolvimento vai chegando bem devagar mesmo!” Com uma visão mais objetiva da realidade, ele se anima com ações como a ruas do povo que promete pavimentar todas as ruas da cidade, o georeferenciamento que está titulando todas as propriedades, mas cobra pressa em outras ações. “É preciso gerar ocupação para que as pessoas consigam me-

lhorar sua renda, o turismo é uma alternativa, outra é o estímulo à produção criando um cinturão verde para garantir o abastecimento de alimentos pra cidade. A gente reclama dessas coisas porque temos nossas expectativas e prensamos no futuro dos nossos jovens, mas comparando com a Assis Brasil em que nasci, já melhorou foi muito mesmo!”

Opção pela tranqüilidade Comerciante transferiu sua loja de Rio Branco para Assis Brasil e conseguiu melhorar sua qualidade de vida

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ntônio José Lira é um desses empreendedores que optou por caminhar na contra mão do mercado comum e investir no bem estar da sua família. Isso aconteceu há oito anos quando ele decidiu transferir sua loja Rafaela Modas de Rio Branco para Assis Brasil na fronteira com o Peru. Essa mudança foi pensada e pesquisada após visitar vários municípios. “Durante um período, nós participamos das feiras realizadas em vários municípios, aqui em Assis Brasil nós ficamos um mês e nesse período conhe-

ci melhor a cidade e gostei da população, foi aí que veio a idéia de mudar minha loja para cá e digo que valeu a pena!” Ele justifica sua decisão quase inusitada, do ponto de vista do comércio que busca sempre lugares com mais pessoas. “O ponto mais importante é que aqui eu conquistei minha tranqüilidade, é um lugar que praticamente não acontecem roubos, todo mundo se conhece, então a taxa de inadimplência é muito baixa. Já a concorrência é muito menor do que na capital onde você fica em desvantagem ao ter de disputar os clientes com as grandes lojas!”

Quanto aos benefícios da estrada ele declara: “Tirando a facilidade no abastecimento e no acesso para a capital, a estrada pouco beneficiou a população porque passou fora da nossa cidade, além do fato da alfândega internacional ter isolado Assis Brasil como se a gente fosse uma cidade estrangeira. A Receita faz o trabalho dela, é assim mesmo, mas foi colocada no lugar errada e impede nossa liberdade de movimento dentro do nosso próprio país, porque nós somos brasileiros!” Ateto às oportunidades ele sugere: “Assis Brasil precisa de suporte para investir forte no turismo, na agricultura,

Antônio José na Rafaela Modas

em lacticínio, na piscicultura porque nosso desenvolvi-

mento depende diretamente da produção!”


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Terra documentada E

ntregar o título de propriedade a cada um dos moradores do perímetro urbano da cidade de Assis Brasil é o objetivo do georeferencimento que está sendo realizado pelos técnicos do Instituto de Terras do Acre (Iteracre) em parceria com a prefeitura, a Companhia Ambiental, o Bope e a Polícia Militar. A primeira fase dos trabalhos foram iniciados em 14 de junho, quando 400 casas foram georeferenciadas por satélite e seus moradores cadastrados para poder receber seu título definitivo; “Com o título as famílias tem maior segurança porque possuem um documento que comprova serem donas do lugar em que vivem. Com isso podem buscar financiamentos para melhorar o imóvel ou investir em atividades que melhorem a renda da família, influenciando positivamente a eco-

Iteracre está georefereciando as casas de Assis Brasil, estimava existirem pouco mais de mil, descobriu que são mais de 2.500

nomia do município”, explica Alexandre Costa engenheiro agrícola credenciado em georeferenciamento pelo Incra, o qual está liderando a equipe do Iteracre no trabalho de titulação dos terrenos de Assis Brasil. Os trabalhos acontecem dentro do perímetro georeferenciado pelo INCRA que incluem, além da área já consolidada da cidade, também uma invasão e dois loteamentos. A equipe que agora realiza sua segunda etapa de trabalho já documentou a existência de mais 500 lotes de um total estimado em 2.500 moradias. A equipe já realizou trabalhos semelhantes nos municípios de Marechal Thaumaturgo, Jordão, Bujari, Brasiléia e nas mais de 500 moradias do bairro do Caladinho, em Rio Branco. “Uma das maiores dificuldades neste trabalho é encontrar os moradores, até porque muitos trabalham na zona rural então a gente georeferncia

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Um ano de festas

Iñapari completa cem anos fazendo planos para crescer produtivamente com sustentabilidade onde começa o Peru

a casa, deixa um bilhete pra entrarem em contato conosco, mas a gente vem nos finais de semana para verificar se estão em casa. Outro fato interessante é que a maioria dos moradores aça importante a documentação, mas existem aqueles que dizem que isso não serve pra nada. De qualquer maneira, a gente sabe que isso vai ser importante pra eles!”

O dono da casa O diarista Wanderson Sales Lopes morador do bairro Plácido de Castro, na periferia de Assis Brasil explicou que: “Eu estava vendendo a casa para investir em outro lugar porque não tinha documento de nada. Pra mim esta documentação é uma coisa boa, porque agora eu vou ser o dono com toda segurança e já posso realizar a ideia de construir em alvenaria!” Wanderson esclareceu

Wanderson recebe Iteracre

que: “Este bairro surgiu a partir de um assentamento foi pelo Incra, mas sem documentos o pessoal ia passando os terrenos de um pro outro, assim este onde está a minha

casa já passou pelas mãos de três ou quatro donos, agra estou realizando o sonho de ser o dono, só fala o de ser eleito vereador e me formar em medicina!”

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irmada no departamento de Madre de Dios a Capital da Biodiversidade no Peru, Iñapari pertence à província do Tahuamanu e com a conclusão da Carretera Interoceanica foi transformou-se no portal de relacionamento social, cultural e econômico com o Brasil. Com a viagem do prefeito (alcalde) Celso Curi para participar de reuniões do congresso nacional, em Lima, nesta semana, a cidade estava sendo governada pelo presidente da câmara de vereadores Narciso Parichau que explicou: “Diferente de Assis Brasil, aqui a carretera passa por dentro da cidade

Alcalde, em exercício, Narciso Parichau: cidade aberta aos investidores

e isto nos beneficia muito porque tanto os turistas que vem regularizar sua documentação quanto os veículos de carga que trazem produtos como cimento e Ferro de Arquipa, ou combustíveis e alimentos da Bolívia param aqui movimentando o comércios, os bares e restaurantes e isto beneficia a todos!” Parichau esclarece que a alagação do último mês de fevereiro causou sérios danos a toda a população e também aos serviços públicos. “A água invadiu tudo, destruiu equipamentos e documentos até aqui na alcaldia, o hospital foi invadido, nossa maior escola teve de ser desativada e os alunos

transferidos para o bairro de Colônia, o comércio teve grandes prejuízos e, apesar de todos os nossos pedido de socorro e das promessas de ajuda que recebemos, até agora não recebemos qualquer tipo de apoio para recuperar a cidade corrigindo os danos causados!”

Festa da independência Apesar dos problemas enfrentados, eles se preparam para festejar com apresentações musicais, desfiles, MotoCross e outras atrações o Dia da Independência do Peru no dia 28 de julho. “Iñapari tem a melhor festa da independência de todo o

Peru e nós fazemos questão de que continue sendo assim. A festa atrai visitantes e isso é muito bom pra todos os negócios!” Mas é o mercado transfronteiriço que promete impulsionar com maior força a economia de Iñapari. “Nossa produção local está baseada na madeira, tanto que nesta província do Tahuamanu existem pelos menos 150 serrarias, também é crescente o rebanho de gado e começa a produção agrícola para atender ao mercado. De Arequipa temos boa exportação de ferro e cimento, do Brasil temos importado muitos acessórios para tratores, equipamentos agrícolas,

materiais para garimpo e ouros itens de uso pessoal!” A onda de turistas peruanos, argentinos e europeus que cruzam a fronteira é uma boa oportunidade de negócio já notada pelas autoridades locais. “Os turistas passam, mas não param, queremos que parem aqui por algum tempo para apreciar nossas atrações porque temos grandes belezas naturais, mas ainda não surgiu aqui um investidor desse ramo. As oportunidades estão abertas, o brasileiro Vinicius por exemplo tem uma das maiores serrarias de nossa cidade e trabalha com plena liberdade, nós estamos abertos para receber outros empresários tão bons quanto ele!”


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Quem tem conhecimento

vai pra frente!

Sebrae Acre realiza seminário nesta terça para lançar o Amazontech 2012

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altam exatamente 118 dias para começar um dos maiores eventos da Amazônia, o AMAZONTECH 2012. Este ano o evento será realizado no estado do Amapá no período de 13 a 17 de novembro, porém, antecedendo o dia D, o Sebrae está realizando o lançamento em todos os estados da região. NO ACRE O LANÇAMENTO DA ESTADUAL DA AMAZONTECH 2012 ACONTECERÁ NA TERÇA-FEIRA, 17/05, NO SALÃO DE EVENTOS DO HOTEL TERRA VERDE ONDE SERÁ REALIZADO O SEMINÁRIO CONSTRUINDO SOLUÇÕES PARA OS NEGÓCIOS SUSTENTÁVEIS DA AMAZÔNIA. O AMAZONTECH teve sua primeira versão, no ano de 2001, no Estado de Roraima, através de iniciativa das unidades do Sistema Sebrae, situadas na Amazônia Legal e em parceria com a EMBRAPA e Universidades da Amazônia, abrindo as portas para a discussão de um modelo de desenvolvimento sustentável para a Amazônia, com foco na inovação tecnológica e na ciência empresarial. Desde então o projeto vem sendo realizado com êxito, angariando importantes conquistas para os negócios de pequeno porte, com fundamento na inovação tecnológica, levando para a mesa de discussão projetos, temas, inovações e soluções interessantes para a Amazônia. Nessa trajetória, o Sistema Sebrae e parceiros continuaram promovendo discussões construtivas a respeito do desenvolvimento sustentável da Amazônia Legal, buscando uma sinergia para a construção de rumos seguros, principalmente para os negócios de pequeno porte, razão maior de ser do Sebrae em todo o território nacional, fazendo com que o AMAZONTECH acontecesse em 2002 no Estado do Acre; em 2003 no Estado do Amazonas; em 2004 no Estado do Mato Grosso e em 2006 no Estado do Pará; em 2008 no Estado do Maranhão e, sua última versão em 2011, no Estado de Tocantins. Expediente:

Exposição de Tecnologia e Inovação e pela Exposição Mercadológica, que possuem o objetivo de mostrar inovações, produtos, serviços e tecnologias, que representam soluções para o desenvolvimento econômico sustentável da região, bem como apresentar seu potencial produtivo, no propósito de despertar o interesse econômico de investidores e empreendedores.

A Exposição de Tecnologia e Inovação é composta pela: • Exposição de Instituições de Ciência e Tecnologia – ICTs • Exposição de Protótipos • Vitrine Tecnológica de Produtos Vivos • Exposição Multimídia

A Exposição Mercadológica é composta pelo: O que é o Amazontech? O AMAZONTECH é um Programa do SEBRAE desenvolvido pelos Governos dos Estados da Amazônia Legal, SEBRAE Nacional, Universidades Amazônicas, EMBRAPA e outros parceiros institucionais, para disseminação da inovação e tecnologia junto aos negócios que operam no ambiente amazônico, em abordagem sistêmica que inclui estratégias de mercado, políticas públicas, responsabilidade sócio-ambiental e educação, com o propósito de assegurar competitividade e sustentabilidade.

O que consiste e qual o objetivo de cada ação: As ações que constituem a programação do AMAZONTECH são os meios que viabilizam e concre-

tizam o evento, tornando-o visível, eficiente, eficaz e efetivo junto ao seu público-alvo. Com sua abrangência regional, nacional e internacional, o AMAZONTECH é um programa de dimensões científica, tecnológica e educativa, objetivando o desenvolvimento sustentável e o uso de tecnologias para a melhor utilização dos recursos naturais renováveis da Amazônia, como fator gerador de renda, emprego e melhorias de processos produtivos, incrementando um maior nível de competitividade às organizações produtivas da região. Para atender ao seu objetivo, o AMAZONTECH será empreendido da seguinte forma:

EXPOSIÇÃO DE PRODUTOS, SERVIÇOS E TECNOLOGIAS A Exposição de Produtos, Serviços e Tecnologias é composta pela

• Portal dos Estados • Empório Artesanal Amazônico • Exposição Empresarial

Rodada de negócios Evento com característica internacional, de curta duração, idealizado para promover negócios, colocando frente a frente ofertantes x demandantes, com interesses afins ou complementares, mediante reuniões exclusivas com pré-agendamento de horários e mesas de negócios pré-definidas. A Rodada de Negócios é um evento com foco em soluções tecnológicas geradoras de mercado para negócios sustentáveis de alto valor agregado, com previsão de realização em dois dias, sendo um dos eventos responsáveis pela conotação nacional e internacional do AMAZONTECH 2012.

Encontro de Negócios em Ciência e Tecnologia Terá o objetivo de fomentar e

promover o encontro de negócios entre instituições financiadoras, entidades de pesquisa e empresas, com o objetivo de incentivar o acesso a crédito, assim fortalecendo os programas de pesquisa das instituições fomentadoras de desenvolvimento tecnológico e empresas que desenvolvam projetos inovadores.

Palestras e oficinas: No AMAZONTECH 2012 serão realizadas palestras, oficinas e seminários, workshops e oficinas, cujos conteúdos serão científico-tecnológicos e de inovação, empreendedorismo e gestão, em conformidade com as diretrizes e eixos temáticos. Consistem em eventos de capacitação focados no repasse de conhecimento orientado para a inovação e difusão de tecnologias limpas, propiciando, muito além do aprendizado, o estímulo à geração de novos negócios sustentáveis.

Eventos Estratégicos – As Grandes Causas da Amazônia Eventos a serem realizados simultaneamente, que atendem a necessidades, demandas e expectativas de grupos de diferentes interesses na Amazônia Legal, vinculados as convergência entre diretrizes e eixos temáticos. • Fórum de Governadores da Amazônia • Fórum de Parlamentares da Amazônia - Senadores e Deputados • Fórum da Associação de Universidades Amazônicas – Unamaz • Fórum Nacional de Secretários Estaduais para Assuntos de Ciência e Tecnologia – Consecti • Fórum Nacional das Fundações de Amparo à Pesquisa – Confap • Fórum Pan-Amazônico dos Negócios Sustentáveis • Fórum de Secretários de Meio Ambiente da Amazônia Legal • Encontro de Procuradores de Justiça • Encontro de Gestores de Turismo da Região Norte

Textos publicados nesta página são de responsabilidade da Assessoria de Comunicação do Sebrae no Acre Jornalista Responsável: Lula Melo MTB 015/90 - e-mail: lula@ac.sebrae.com.br. Colaboradores: Juracy Xangai, Vanessa França e Evandro Souza. Sugestões, comentários e-mail para ascom1@ac.sebrae.com.br. Central de atendimento: 0800-5700800


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