Caderno de produção e negócio

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PRODUCÃO & NEGÓCIOS ANO 1 - NÚMERO 19 RIO BRANCO, DOMINGO, 27.05.2012

Colheita bendita

A mandioca é o carro-chefe da agricultura acreana, com 40 mil hectares plantados, o que corresponde a 48% de toda a produção estadual


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O pão da América nasceu aqui

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Uma publicação de responsabilidade de Rede de Comunicação da Floresta LTDA C.N.P.J. 06.226.994/0001-45, I.M. 1215590, I.E. 01.016.188/001-87

Mandioca, yuca ou aipim, não importa que seja brava ou mansa, os mais de quatro mil tipos de macaxeira existentes no Brasil surgiram aqui na fronteira do Acre com a Bolívia Juracy Xangai

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referência nacional, a mandioca tem nos estados do norte e nordeste seus maiores consumidores, sendo o principal produto da agricultura acreana, onde os mais de 40 mil hectares cultivados correspondem a 48% de toda sua produção agrícola do Estado, onde são colhidas mais de 830 mil toneladas de raízes a cada ano. O segundo produto agrícola mais importante do Acre é a banana. O terceiro é a extração da castanha. Para o mundo, sua importância econômica é incalculável, já que além da boa farinha de Cruzeiro do Sul, também é indispensável na indústria de papel, materiais eletrônicos, perfuração dos poços de petróleo, indústria de carnes, massas e – para afogar as mágoas ou animar a festa – há quem tome umas boas doses de Tiquira (cachaça de mandioca) que, garantem, não dá ressaca. O título de Pão da Terra é mais do que justo e foi concedido como reverência dos portugueses e espanhóis que, acostumados à fome e à miséria da Europa medieval, ao chegarem por aqui se renderam ao irresistível sabor das inúmeras variedades de mandioca cultivadas na América do Sul. Trataram logo de levar suas mudas (manivas) à África, onde é hoje um dos alimentos mais importantes para a população. Rainha absoluta pela rusticidade, ela se reproduz em praticamente todo tipo de solo, mas, humilde, não sobe às alturas das montanhas e hoje também é cultivada na Ásia, especialmente em países como China, Índia e Coreia. Considerada uma das poucas plantas perfeitas do mundo, concentra toda sua energia

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(os carboidratos) nas raízes. Já suas folhas e também as manivas (talos) são riquíssimas em proteínas. Rica e saborosa, a mandioca esconde um dos venenos mais potentes do mundo, o ácido cianídrico, que em doses mínimas pode matar um homem ou um boi. Veneno que se degrada (desmancha) na fermentação da manipueira (água que sai da massa de raízes raladas) ou pela exposição das folhas postas para murchar na sombra e em seguida para secar ao sol e assim ficam prontas para alimentar pessoas e animais domésticos. Falar ou escrever tudo sobre a mandioca seria missão impossível, pois sua importância alimentar para doces, salgados e composição de alimentos industrializados é indescritível e seu valor econômico é incalculável. Apesar de tudo isso, ainda há quem considere a mandioca um produto rústico, alimento de pobre, mas pesquisadores de renome, sobretudo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, a Embrapa, se rendem às suas qualidades e importância cada vez maiores, especialmente para os produtores familiares que, na verdade, sustentam a mesa de cada brasileiro.

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A cultura da mandioca representa 48% de toda a produção do Acre e se espalha por mais de 40 mil hectares de cultivo


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Mãe da agricultura mundial

que pouquíssimas pessoas sabem fora do meio científico é que a macaxeira é um cipó que foi domesticado pelos índios da região entre o Vale do Purus, no Acre, no do Madeira, em Rondônia, e até o Vale do Beni, na Bolívia, há cerca de 12 mil anos. A prova viva, ou seja, a mãe da nossa mandioca, é a Esculenta flabelifolia, que não é comestível. Testes de DNA feitos pelos pesquisadores Keneth O. Olsen e Barbara A. Schaal confirmam que todas as demais variedades de mandioca brava ou mansa descendem desta planta. Essa coisa da evolução do DNA é mesmo uma loteria que vai sendo jogada ao longo de milhares de anos, como explica o pesquisador da Embrapa no Acre, Amauri Silveira. “A partir da flabelifolia surgiram 93 espécies de mandioca, e o incrível é que 92 são silvestres [selvagens] não comestíveis. A única espécie é a Manihot, que se multiplicou em mais de quatro mil variedades de mandiocas comestíveis. Segundo o American Journal of Botany, os nossos índios fizeram essa

domesticação há 10 ou 12 mil anos atrás, antes mesmo da domesticação do trigo na Mesopotâmia e, por isso mesmo é considerada, hoje, a mãe da agricultura no mundo”, diz Amauri. Ele destaca que é também desse período, nesta região, agora incluindo parte do Peru, a domesticação da pupunha e da pimenta. Amauri faz parte da equipe que acaba de concluir um estudo específico da importância econômica da mandioca no Brasil, no qual se conclui que o paraense é o campeão nacional no consumo, equivalente a 35 quilos de mandioca por pessoa a cada ano, enquanto o gaúcho consome 200 gramas e o acreano, 30 quilos anualmente. As maiores concentrações de plantio estão no Vale do Juruá, especialmente na região de Cruzeiro do Sul, onde são cultivados 16.391 hectares, com 90% dessa colheita destinada à produção de farinha. Cerca de 70% dessa produção saem nas balsas que descem o Rio Juruá para chegar aos mercados de Manaus, onde 67,7% do produto são consumidos. Rondônia consome 3,76% e Mato Grosso, 2,66%.

Segundo o pesquisador Amauri Silveira, as maiores concentrações de plantio de macaxeira no estado estão no Vale do Juruá, especialmente na região de Cruzeiro do Sul


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A melhor das farinhas Seus flocos crocantes e saborosos fazem a fama da farinha de Cruzeiro do Sul, que agora luta para ter seu certificado de indicação geográfica

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á pouco mais de um mês o camarão da Costa Negra, no Maranhão, conquistou seu certificado de origem, ou seja, um selo que garante ao consumidor segurança na qualidade e origem de um produto diferenciado pelo

Mercado de Cruzeiro do Sul é conhecido por visitantes que procuram a legítima farinha da região

qual as pessoas se dispõem a pagar um pouco mais caro. Esse preço a mais depende da resposta do mercado, como explica a pesquisadora da Embrapa no Acre Virgínia de Souza Álvares, engenheira agrônoma especialista em pós-colheita. “Quem pede o certificado de indicação geográfica de um produto são os

produtores organizados em associações ou cooperativas e, desde o ano passado, quando os produtores de farinha de Cruzeiro do Sul e Marechal Thaumaturgo fundaram sua Central de Comercialização, nós da Embrapa, em parceria com a Seaprof e o Instituto Histórico de Cruzeiro do Sul, estamos apoiando seu pedido

A farinha de Cruzeiro do Sul é um patrimônio cultural e a maior parte de sua produção ganha o mercado externo

de indicação geográfica para a farinha de Cruzeiro do Sul, que é um produto diferenciado das demais farinhas que se fazem no Brasil”, diz ela. O sabor e a textura crocante dos flocos de farinha de Cruzeiro do Sul devem-se principalmente ao processo de fabricação artesanal utilizadas pelos agricultores de lá. “A gente sabe que eles sempre usam mais de um tipo de mandioca na fabricação das suas farinhas, mas, ainda que sua qualidade também seja influenciada pela variedade de mandioca, constatamos que é realmente o processo de ralar, prensar, peneirar, escaldar e torrar a massa da mandioca é que garantem o diferencial”, afirma Virgínia. Uma das preocupações dos pesquisadores é descobrir como aquele processo foi desenvolvido. Há suspeitas de que isso veio com os migrantes nordestinos, que arribaram pelo Juruá nos tempos áureos da borracha. Mas, segundo Virgínia, ainda é cedo para fazer qualquer afirmação desse tipo.

Enquanto isso, os pesquisadores da Embrapa, trabalhando em parceria com o Ministério da Agricultura e governo do Estado, georreferenciaram 906 casas de farinha do Juruá e analisaram em laboratório a produção de 20% delas, confirmando sua qualidade e diferenciais. Outra dúvida que só poderá ser confirmada com testes de DNA é a identidade das mais de 50 variedades de mandioca que os produtores dizem usar na produção da farinha. Essa dúvida acontece porque as variedades recebem nomes populares, mas há risco de que dois ou mais nomes regionais desses podem ser usados pelos agricultores para identificar uma mesma variedade. A identificação é importante para garantir sua preservação, bem como as qualidades úteis, seja dos pontos de vista alimentar, comercial e genético. Por tudo isso, a farinha de Cruzeiro do Sul é na verdade um patrimônio cultural dos moradores do Vale do Juruá.


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Produtor Sanderlei Holando da Silva recebe em casa a visita de Gilberto Costa, pesquisador da Embrapa-Acre

E a pesquisa vai ao campo

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esquisadores da Embrapa recolhem variedades de mandioca descobertas com os produtores rurais ou comunidades indígenas e passam anos estudando as qualidades específicas de cada uma delas. A partir daí eles selecionam as melhores para cada área de interesse humano, seja industrial ou alimentar, resistência a pragas e doenças. Só para se ter uma ideia desse trabalho, há no banco de germoplasma da Embrapa no Acre mais de 130 variedades de mandioca em estudo. Os pesquisadores também promovem cruzamentos para melhorar essas qualidades, desenvolvem as melhores técnicas para

cultivá-las e só então fazem parcerias com os produtores, que vão testar essas novas variedades nas condições de campo, ou seja, nas roças dos produtores e sua aceitação pelos consumidores. Quando os produtores aprovam o resultado, passam a boa notícia aos demais e então começa a reprodução da nova variedade de mandioca entre eles. Além das qualidades genéticas, os fatores da cultura regional também são levados em consideração, como o fato de a população da Região Norte preferir as variedades que têm raiz de polpa amarela. Mas há também variedades de cor laranja, cor de rosa, como também as curiosas “mandiocabas”, que podem ser comidas cruas e têm

um teor de açúcar tão alto que estão sendo estudadas para produzir açúcar e álcool. Na Embrapa do Acre esse trabalho é coordenado pelo engenheiro agrônomo Gilberto Costa do Nascimento. Ele distribuiu novas variedades de mandioca para produtores assentados nos pólos hortigranjeiros de Xapuri e Capixaba, ou de bananas resistentes ao mal da sigatoka negra em Acrelândia e Plácido de Castro, por exemplo. Esse trabalho se estende a todos os municípios do Estado. Feito com paciência, o trabalho dos pesquisadores da Embrapa produz resultados efetivos, embora a produção das muitas variedades tradicionais cultivadas pelos agricultores ainda esteja na média de 20,8 toneladas

(20.800 quilos) por hectare. Variedades desenvolvidas pelos pesquisadores Embrapa, como a Panati e Araçá, que são boas para a fabricação de farinha, oferecem colheitas de até 40 toneladas (40 mil quilos) por hectare.

Fome Zero A divulgação das variedades de mandioca pesquisadas pela Embrapa ganhou impulso em 2005 com a implantação do programa Fome Zero, que bancou essa despesa da extensão durante um ano e meio. Em 2009 o trabalho de levar as variedades para serem multiplicadas pelos produtores rurais foi retomado já com recursos da própria Embrapa. “Os produtores dos pó-

los de Xapuri foram os primeiros a receber as variedades de macaxeira de mesa como a Caipora amarela, que é uma variedade tradicional originária aqui do Acre mesmo, já a Panati veio do Amazonas. Mas é preciso lembrar que esse trabalho de pesquisa para a transferência de tecnologia da mandioca para os produtores começou com a Hélia Alves de Mendonça distribuindo a variedade Pirarucu e foi continuado pelo Amauri. Nossa equipe faz essa ponte, levando as variedades até o produtor e é uma grande satisfação ver nosso trabalho dando frutos e melhorando a vida das pessoas”, explica Gilberto, esclarecendo que a variedade Pirarucu é mais plantada em Sena Madureira.


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Parcerias são fundamentais

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Hoje, só na região do Alto Acre, existem sete áreas de reprodução das mudas de banana e mandioca desenvolvidas pelos pesquisadores da Embrapa

primeiro produtor que aceitou o desafio proposto pela Embrapa de testar variedades da mandioca Caipora e bananas prata tipo Japira e Preciosa, ou maçã Thap, foi Sanderlei Holando da Silva. Ele está assentado há oito anos na colônia Cristalina, localizada no quilômetro 14 da Estrada da Variante, dentro do pólo Agroflorestal Xapuri I. “Passei minha vida trabalhando como diarista nas fazendas de Xapuri, sempre sonhando em um dia ter meu pedaço de terra. quando recebi este lote enfrentei muita dificuldade porque aqui só tinha capim, mas hoje vivo muito bem. Quando o Gilberto Costa do Nascimento, pesquisador da Embrapa] ofereceu as mudas de banana e as manivas de mandioca, eu entendi que era a chance de conseguir uma coisa melhor para produzir e deu muito certo mesmo. Hoje me orgulho de estar ajudando a

agricultura do Acre, aqui a Embrapa já realizou vários cursos e dias de campo. Daqui tem saído muita muda pra melhorar a produção nas outras colônias”, afirma Sanderlei. No começo recebeu manivas de macaxeira da variedade Caipora, além de 1.111 mudas clonadas de três variedades de bananeiras resistentes ao mal da sigatoka. “Vendo toda minha produção para os comerciantes do mercado e supermercados de Xapuri. Agora estou entregando uma parte para os programas de alimentação e merenda escolar do governo e prefeitura. Aqui eu só produzo macaxeira de mesa, também tiro goma porque acho melhor do que fazer farinha”, diz o produtor. Ele também planta abacaxi, abacate, laranja e limão Taiti. Há dois anos integra do programa de produção de alimentos saudáveis que vem sendo estimulado pelo Sebrae. Nesses programas, os participantes recebem como apoio uma

horta coberta e assistência técnica para plantar verduras, criar galinhas e cultivar frutas em um mesmo ambiente. É assim que funciona o sistema de Produção Agroecologica Integrada e Sustentável (Pais), que há dois anos começou a ser ensinado para 25 famílias de agricultores de Brasileia, Xapuri, Epitaciolândia, Assis Brasil e Capixaba, e que hoje se multiplica em mais de cem sistemas que estão sendo instalados em municípios de todo o estado. “Aqui não falta serviço porque da roça tiro a mandioca, a banana, o abacaxi e outras frutas, e da horta saem a cebola, a couve, coentro e outras coisas e não faltam a quem vender, por isso já estou me preparando para aumentar a horta. Quando a gente tem a terra e pode receber apoio e orientação como temos do Sebrae e da Embrapa, conseguimos produzir mais e a vida melhora”, afirma Sanderlei.

Dos laboratórios para a terra, onde os resultados florescem “Trabalhar no que é da gente é sempre melhor. Esta terra em que estou assentado é uma benção que Deus me deu”, afirma Fernando da Mata, assentado há onze anos na colônia Santa Luzia, no pólo Agroflorestal Xapuri I. Em 2005 ele aceitou ser parceiro da Embrapa e testar variedades de mandioca e banana. “Quando me ofereceram as mudas eu pensei que era coisa de futuro, e desde então nunca mais parei de plantar. Hoje vendo no mercado, na compra antecipada e agora também vou fornecer pra merenda escolar. Quando me separei da mulher, o pessoal me aconselhou a vender a colônia porque não ia dar conta de enfrentar a mata bruta com três crianças para cuidar, mas não vendi, não sou doido, porque na colônia só não tem nada quem não quer trabalhar”, diz o produtor. Na propriedade ele cultiva as variedades Colonial

e Caipora amarela, além de criar carneiros, porcos e galinhas que engrossam o orçamento da família.

Sucesso da poliprodução Pequenas propriedades como a Colônia Paraíso, onde vive a agricultora Maria

Conceição da Costa, no Polo Agroflorestal Xapuri II, têm na sua diversidade produtiva o segredo de ganhar dinheiro o ano inteiro. “Vivemos aqui desde que fomos assentados no ano 2000, até aí a gente plantava apenas milho, feijão, macaxeira e banana, mas em 2006 a Embrapa trouxe mudas das

bananas Maravilha, Preciosa e Thap, depois trouxeram a Japira e todas deram muito certo. Também plantamos a mandioca caipora de mesa e Araçá, que dá uma farinha muito boa e rendosa. Em 2007 começamos a criar frangos, mas dá muito trabalho e o lucro deles é muito pequeno, por isso muita gente desistiu. O maior problema é a energia, falta muita luz e quando isso acontece morrem muitos deles, mas nós estamos insistindo. Assim tiro um lote de mais ou menos três mil frangos com uma média de 2,6 a 2,8 quilos a cada 40 dias”, afirma. O governo do Estado construiu uma casa de farinha na comunidade onde Maria Conceição. “A casa ficou aí parada porque todo mundo tinha sua casinha pra cevar a mandioca que plantava, então alugamos para um rapaz que ia comprar mandioca por aí e vinha beneficiar aqui. Enquanto isso nós fomos aumentando nosso plantio. Agora que temos bastante

mandioca, nós pegamos a casa de volta e toda a comunidade está usando a casa pra fazer farinha”, diz ela.

Melhorando a produção Assentado há apenas três anos na colônia São José, localizada no Polo Hortigranjeiro de Capixaba, o agricultor José Fernandes tira o sustento de sua família cultivando variedades de mandioca e de banana melhoradas pela Embrapa. “O forte da minha produção é farinha e goma que tiro da mandioca Araçá, que é muito rendosa, é cem por cento melhor que a Paxiubão, a melhor das tradicionais que eu plantava antes dela. Hoje tenho as duas porque o Gilberto me aconselhou a preservar as mandiocas antigas porque se vier uma doença ou praga que destrua essas variedades novas, é das antigas que a gente vai garantir nosso sustento”, explica José Fernandes.


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Quem tem conhecimento

vai pra frente!

I Fomenta Acre

Sebrae realiza nos dias 30 e 31 de maio seminário onde esclarece como as pequenas empresas podem vender mais para os governos municipal, estadual e federal Juracy Xangai

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mpliar a participação das micro e pequenas empresa, empresas de pequeno porte e empreendedores individuais nas compras públicas de produtos, bens e serviços pelas instituições públicas das três esferas de governo é objetivo principal do primeiro Fomenta Acre que estará sendo realizado nesta quarta e quinta-feira (30 e 31/05), a partir das seis da tarde no Afa Bistrô. O evento é resultado da parceria entre o Sebrae, governo do Estado e Associação dos Municípios do Acre - Amac, como forma de estimular o desenvolvimento das pequenas empresas aumentando seus ganhos pela participação nas compras públicas que acontecem por meio de pregões eletrônico, cartas convite e licitações. Helder Ignácio Salomão prefeito de Cariacica – Espirito Santo, vencedor por duas vezes do Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor fará a palestra de abertura do evento, contando como aplicou a lei geral das micro e pequenas empresas para tornar Cariacica uma cidade empreendedora ao estimular os pequenos negócios que transformaram positivamente a vida de sua população. Animado com as perspectivas deste evento, o superintendente do Sebrae no Acre, João Fecury declarou que: “O município ou o estado que apoia as compras governamentais preferencialmente aos micro e pequenos empreExpediente:

endedores, declaram explicitamente sua preocupação com o fortalecimento da microeconomia local. É a grande oportunidade para que estes gestores públicos além de fazerem cumprir o que se estabelece na Lei 123/2006 (Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas) com o tratamento diferenciado, simplificado e favorecido a estas MPEs, promovam também a inclusão econômica e social de uma camada significativa de sua população na medida em que propicia o crescimento da renda destes indivíduos micro e pequenos empreendedores.” O primeiro Fomenta Acre começa com as inscrições e credenciamento que acontecerão das 18 às 19 horas do dia 30 no Afa Bistrô. De 19

às 19h30 acontecerá a solenidade de abertura que contará com a presença do governador Tião Viana, do prefeito de Rio Branco, Raimundo Angelim, do presidente do Tribunal de Contas do Estado, Ronald Polanco, da procuradora do Ministério Público Estadual, Patrícia Rego, do presidente do Conselho Deliberativo Estadual do Sebrae no Acre, Luiz Saraiva e do superintendente do Sebrae no Acre, João Fecury. A partir das 19h30min até as 20 horas e 30 minutos o prefeito de Cariacica realiza sua palestra magna com o tema Cariacica Cidade Empreendedora, encerrando a abertura. O seminário será retomado às oito horas da manhã de quinta-feira (31/05) com

abertura da secretaria e das nove às dez horas o secretário de Estado da Gestão Administrativa, Andrias Sarkis realiza palestra sobre o Poder de Compra do Estado com foco na Lei Geral que favorece os pequenos negócios nas compras públicas. Das dez e quinze da manhã às onze horas Luiz Gustavo Maia Guilherme, do Tribunal de Contas do Estado, realiza palestra sobre a Legalidade nas Compras dos Entes Federados (União, Estados e Municípios). Das onze e quinze até meio dia e quinze Alexandre Batista da Silva representando o 7º Batalhão de Engenharia e Construção e, Nilson Gomes Vieira Júnior representando o 4º Batalhão de Infantaria de Selva reali-

zam palestra de esclarecimento de como fornecer produtos e serviços para o Exército Brasileiro. Das 12 às 14 horas acontece o intervalo para o almoço, com os trabalhos sendo retomados às 14 horas com o secretário de Estado do Desenvolvimento Florestal, da Indústria, do Comércio e dos Serviços Sustentáveis, Edvaldo Soares de Magalhães com a palestra Novos desafios para o processo de compras governamentais: A utilização da modalidade de credenciamento pelo governo do Estado do Acre. A partir das 15 horas e 30 minutos acontece palestra sobre o Papel do Ministério do Ministério Público Estadual no Cumprimento da Lei Complementar 123 (lei Geral das MPE e EPP) pelos entes públicos. Paralelamente às palestras, durante toda a quinta-feira acontecerá a Exposição Institucional e o Encontro de Oportunidades entre gestores públicos da esfera federal, estadual e municipal com empresários de micro e pequenas empresas. O objetivo é aproximar quem quer comprar de quem quer vender e principalmente esclarecer as condições de fornecimento assim como identificar possíveis fornecedores. Também participarão do evento gestores públicos ou seja, técnicos das prefeituras envolvidos na área de compras (Secretaria de Finanças, Planejamento e CPL) dos municípios de Cruzeiro do Sul, Feijo, Tarauacá e Sena, Xapuri, Brasileia e Epitaciolândia.

Textos publicados nesta página são de responsabilidade da Assessoria de Comunicação do Sebrae no Acre Jornalista Responsável: Lula Melo MTB 015/90 - e-mail: lula@ac.sebrae.com.br. Colaboradores: Juracy Xangai, Vanessa França e Evandro Souza. Sugestões, comentários e-mail para ascom1@ac.sebrae.com.br. Central de atendimento: 0800-5700800


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