Caderno de Produção e Negócios

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PRODUCÃO & NEGÓCIOS ANO 1 - NÚMERO 8 RIO BRANCO, DOMINGO, 04.03.2012

Depois das chuvas O que sobrou aos produtores rurais após a enchente que destruiu plantações, desfez barragens, invadiu açudes e já tem reflexos no bolso do consumidor

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2 Rio Branco – AC, DOMINGO, 04.03.2012

Novas profissões Crescimento econômico gera oportunidades de negócio e empregos criando com isso novas profissões para quem está em busca de trabalho

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tlec tlec da velha máquina de escrever foi substituído pelos teclados de computador durante a geração de trabalhadores que está completando 30 anos. Como os antigos datilógrafos, muitas profissões estão “morrendo” e outras surgindo neste mundo que passa por transformações constantes e cada vez mais rápidas. E para dar apoio aos jovens que buscam seu primeiro emprego ou aos trabalhadores mais calejados, que precisam se recolocar no mercado, é que existem as instituições do chamado Sistema “S” composto pelo Sebrae, Senai, Sesc, Senac, Senar, Sesi e o Sest/Senat – este último dedicado ao ramo dos transportes e motivo central desta matéria. O Serviço Social dos Transportes (Sest) é o braço social do Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Senat), que se dedica a treinar iniciantes e requalificar os profissionais do transporte para que se mantenham atualizados, garantindo um melhor funcionamento deste fundamental tanto no que diz respeito ao transporte de cargas quanto à construção da logística e de armazenamento adequado dos mais variados produtos (que vão do alimento, passageiros e produtos químicos de risco), além da atualização para CNH aos motoristas que precisam renovar a carteira ou estão mudando de categoria.

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Localizado na Rodovia AC-40, km 02, próximo à Vila Acre, O Sest/Senat oferece nove modalidades de curso neste mês. São treinamentos para a formação de instrutor de trânsito, Mopp – condições de transporte de produtos perigosos, atualização para CNH, frentista abastecedor, atualização para moto-taxista, espanhol instrumental, cabeleireiro completo, montador de móveis e atendimento eficaz ao cliente.

Novidades à vista A coordenadora de desenvolvimento profissional do Sest/Senat, Antônia Márcia de Oliveira, esclarece: “Nosso trabalho tem como prioridade os cursos legais relacionados com a área dos transportes e trânsito, como por exemplo a atualização de carteiras de motorista ou sua mudança de categoria, treinamentos para condutores de veículos de transporte de passageiros, carga e produtos perigosos, instrutor de trânsito e veículos de emergência. Mas o mercado está em permanente evolução, assim vão surgindo novas oportunidades de trabalho como os de operador de empilhadeira, operador de caixa e auxiliar de farmácia que já estamos realizando. Neste ano vamos iniciar a realização dos primeiros cursos técnicos nas áreas de transporte, informática e segurança. Também cursos de logística em transporte e de trânsito”, diz ela.

Antônia esclarece ainda que os cursos são pagos pelos alunos, exceto quando o Sistema Nacional de Empregos, o Sine, ou empresas se reúnem e pagam para que os Sest qualifique profissionais que estão faltando no mercado. “Nestes casos em que o Sine ou as empresas pagam os cursos, boa parte dos alunos já sai daqui com emprego garantido, o que é um estímulo muito bom para estes novos profissionais, especialmente aos que estão buscando seu primeiro emprego”, afirma. Segundo ela, a demanda crescente vem estimulando a realização de cursos que já estão acontecendo a quem quer aprender ou melhorar sua prática na operação de máquinas pesadas como retroescavadeiras, escavadeiras hidráulicas, patrol e caçamba destinadas à área da construção civil. O Sest também realiza cursos gratuitos quando relacionados diretamente ao setor dos transportes, como é o caso de dos novos motoristas para ônibus, carga e caminhão. Para isso os candidatos precisam ter mais de 18 anos, ensino fundamental completo e carteira com categoria compatível à nova profissão, no caso as carteiras D e E.

Emprego garantido A estudante Géssica Ferreira da Costa recebeu seu certi-

Uma publicação de responsabilidade de Rede de Comunicação da Floresta LTDA C.N.P.J. 06.226.994/0001-45, I.M. 1215590, I.E. 01.016.188/001-87

ficado do curso de frentista abastecedor na quinta-feira da semana passada, mas desde o início da semana já estava estagiando no Auto Posto Amapá com mais dois colegas de sua turma. “Quem participa de cursos hoje tem muito mais chances de conseguir um

emprego. Eu mesma escolhi o curso de frentista porque já tenho um emprego garantido num posto. Quem estuda tem mais facilidade para mudar de profissão, melhorar a que já tem ou conseguir seu primeiro emprego como, é o meu caso”, ensina.

Cursos do Sest/Senat em março de 2012 Cabeleireiro completo Frentista abastecedor Carga horária – 400 horas Carga horária – 30 horas Horário- 08h às 12h/ 14h às Horário – 08h às 12h/ 18 às 22 17h h Período- 01/03 a 22/10 (manhã Período – 12 a 23/03 – manhã e tarde) e tarde Valor – 6 parcelas de R$ 230 19 a 30/03 à noite Valor – R$ 120 MOPP- condutor de transEspanhol instrumental porte de produtor perigosos Carga horária -100 h Carga horária – 50 horas Horário – 18 às 22 hs Horário – 18 às 22 h Período – 05/03 a 10/04 Período – 12 a 27/03 Valor – R$ 200 Valor – R$ 200 Atualização para moto-taxista Carga horária – 10 h Horário – 08 às 12h/ 18h às 22 h Período -19 a 21/03 – manhã 21 a 23/03 – à noite Valor – R$ 60 Montador de móveis Carga horária -60 horas Horário – 18h às 22 h Período – 12 a 30/03 Valor – R$ 200

Atendimento eficaz ao cliente Carga horária – 20 horas Horário – 18h às 22 h Período – 26 a 30/03 Valor – R$ 100

Atualização para CNH Carga horária – 15 horas Horário – 14h às 18h/ 18 às 22h Período12 a 16/03 – tarde e noite Valor – R$ 50 Formação para instrutor de trânsito Carga horária – 180 horas Horário – 18h às 22 h Período – 19/03 a 25/05 Valor – R$ 700

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Géssica Ferreira da Costa aposta no aperfeiçoamento para garantir espaço no mercado de trabalho


Efeitos da PRODUCÃO & NEGÓCIOS

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Mercados já sofrem as consequências da cheia que arrasou hortas e outras plantações localizadas nas encostas de rios

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feirante Manuel Henaldo da Silva Oliveira que trabalha há 15 anos vendendo frutas e verduras no mercado Elias Mansour já está preocupado com o abastecimento de sua banca, que sempre teve nos ribeirinhos seus principais fornecedores. “A diminuição principalmente na quantidade de verduras é normal no período do inverno, mas não como

neste ano, onde a chicória e a pimenta de cheiro, por exemplo, praticamente desapareceram e por isso aumentou muito seu preço. Isto acontece porque praticamente todas as hortas e lavouras existentes nas beiras de rio foram por água abaixo no meio de toda essa alagação”, afirma o feirante, que agora busca na Ceasa os produtos que ainda consegue para vender. Henaldo esclarece que também caiu muito o abas-

tecimento de couve, cheiro-verde, chicória, como também a macaxeira. “Eu mesmo tinha uma boa horta com bastante chicória, couve e cheiro-verde ali no bairro do Taquari, onde moro, mas quando a água pegou no pé, as verduras apodreceram todas do dia pra noite, não deu pra aproveitar nada. Por essas beiras de rio acabou-se a batata-doce, o milho, a macaxeira e a banana. O quiabo e o feijão verde, que se dão

melhor em terra de areia, desapareceram”, conta. Tendo como produto principal de venda a macaxeira em casca e descascada, a feirante Raimunda Ocelina Pereira da Silva, moradora do Belo Jardim também confirma a escassez dos hortifrutigranjeiros, sendo ela própria uma das chefes de família que se encontra ilhada pela alagação e que perdeu a maior parte de sua plantação. “A maior

Feirante Raimunda Ocelina diz que a macaxeira está em falta no mercado

parte dos produtores perdeu toda a macaxeira que tinham pronta para vender, então está dando trabalho pra gente garantir nosso abastecimento aqui na banca. Perderam também o jerimum, as verduras e batata-doce que produzem melhor nas beiras de rio. Até eu perdi mais de mil covas de roça, couve, pimenta e cheiro-verde que plantava no nosso terreno e trazia pro pessoal vender aqui no mercado”, afirma.


alagação PRODUCÃO & NEGÓCIOS

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Produtores choram suas perdas

Das colônias invadidas pelas águas da enchente vinha a maioria das frutas e verduras comercializadas nos mercados populares da capital As águas facilitam a navegação do batelão do ribeirinho que chega ao mercado novo carregado com tambores de goma e caixas d’água cheias de Manipueira. Guilherme Brandão da Silva, morador da colônia São Sebastião, no antigo Seringal Extrema, a cerca de meia hora de rio Branco, Rio Acre abaixo, são as mesmas que destruíram boa parte da sua produção e dos demais ribeirinhos que têm nas plantações sua principal fonte de renda. “Perdi mais de quatro mil covas de roça prontas para arrancar, do jeito que estavam boas. Com elas ia fazer pelo menos três mil quilos de farinha e cinco mil quilos de goma, com isso agora vou amargar um prejuízo de mais de quinze mil reais. O negócio foi feio, as águas entraram até pelas janelas da nossa casa, todo mundo perdeu boa parte o toda sua produção. Tenho um vizinho que per-

Porto do mercado, onde os ribeirinhos atracam batelões e catraias para descarregar seus produtos

deu mais de quinze mil covas de roça e outros também perderam os peixes que estavam engordando nos tanques e açudes”, diz ele, desconsolado. Já Antônio José de Sou-

za, morador da colônia Santa Maria, localizada no km 14 do Ramal do Catuaba, também chora suas perdas e a dos vizinhos. “Nosso ramal virou rio e a gente só consegue chegar em casa indo de

Plantações inteiras ficaram submersas. Alagação causou prejuízos ainda não contabilizados

barco. Perdemos muito milho espigado, arroz, feijão e toda a roça de mandioca. A única coisa que consegui salvar foi a farinha e a goma que vou usar pra gente comer, o resto o rio levou”, afirma. Ele relatou que quando as águas começaram a subir, ainda dava para arrancar uma parte da mandioca. “Mas se a gente trouxer muito produto ele se estraga porque não tem muita saída no mercado, então se é pra estragar com tanto trabalho, melhor perder para o rio. As únicas coisas que a gente vende bem ligeiro mesmo são a goma e o tucupi”. Seu vizinho Pita, que se destaca como o maior plantador de abacaxis de Rio Branco, cujas lavouras estão localizadas no Catuaba, também foi atingido pela cheia. “Os plantios de abacaxi ficam nas terras altas, mas os de macaxeira e os tanques em que o Pita estava criando muito peixe, foram cobertos pelas águas da enchente e os peixes foram

se embora. É um prejuízo medonho pra todo mundo”, diz Antonio José. Conformado com mais esse acidente natural, Antônio José esclarece: “Agora o jeito é esperar as águas baixarem e plantar nos barrancos, em ano de cheia a areia das praias ficam mais fortes e dão boa produção”. A produtora Maria do Socorro Silva e o marido Carlos Batista de Araújo subiram de Porto Acre para Rio Branco com seu batelão para fazer compras e reabastecer a colônia fortemente atingida pela alagação. “Perdemos toda a macaxeira, milho, arroz e banana, foi uma tristeza porque pegou água até dentro de casa. Só conseguimos salvar mil quilos de farinha que estava pronta, o resto foi comido pelo rio. Agora é recomeçar do zero, mas até pra isso vamos ter trabalho porque a maior parte da maniva apodreceu na água”, lamenta Maria do Socorro.


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Estrada do Panorama debaixo das águas que causaram prejuízos a produtores rurais

Piscicultores amargam prejuízos Colônia do Panorama ainda sofre com os efeitos da alagação que invadiu açudes, liberou peixes, arrastou barragens e destruiu plantações Juracy Xangai

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ais de 60 famílias que vivem na área dos ramais Panorama e da Juraci foram afetadas pela cheia que, além de destruir muitos roçados de macaxeira, milho e outros legumes, também cobriu muitos

açudes, deixando escapar os peixes que estavam em período de engorda para ser vendidos na Semana Santa. O produtor Francisco Pereira filho, 62 anos, morador da colônia Boa Vista e membro da Associação dos Piscicultores do Panorama, ainda se lembra da alagação de 1971 e 97 e as compara à deste ano.

“A água ficou com um metro a mais do que está agora, e pra de 97 faltou pouco menos de um palmo. Mas os estragos de agora são muito maiores porque naquele tempo a gente só praticava agricultura, hoje formamos a maior colônia de criadores de peixes de Rio Branco, então quando um açude é invadido ou arrastado

Francisco Pereira teve sorte na alagação, que não atingiu nenhum de seus açudes

pelas cheias, o prejuízo acaba sendo muito maior”, assegura Francisco. Segundo Francisco, somando-se a criação dos 26 sócios da associação, a Colônia Panorama tem mais de cem açudes com vários tipos de peixes que estão sendo engordados para ser vendidos na Semana Santa. Pelo menos dez produtores tiveram seus açudes invadidos pela alagação. “Nem todo mundo conseguiu retirar todos os peixes antes das águas cobrirem os açudes e tanques, por isso a gente estima que a perda ultrapassa os 40 mil quilos de peixe. Isso vendido no atacado a cinco reais o quilo dá um prejuízo de 200 mil reais”, calcula o produtor. Para Francisco, que não teve nenhum de seus açudes abalados pela enchente, os atingidos têm uma perda sem solução e vão amargar sozinhos o prejuízo da fuga dos animais, da destruição dos açudes e com os gastos que tiveram com a

ração para engordar os peixes. “O grande problema é que a maioria tirou financiamento para comprar ração, mas sem o peixe vão ter dificuldade para pagar as contas”, diz.

Conhecimento popular Os produtores também se revoltam contra o engenheiro do Deracre avisado sobre o nível atingido pelas enchentes em anos interiores. “A gente disse pro engenheiro que o aterro era baixo e que ele devia subir a pista por pelo menos um metro e meio a mais do que foi feito e asfaltado. Agora nós estamos com mais de um metro de água sobre a pista, mais de 60 famílias isoladas e ninguém vai ser punido por isso. Aqui no Acre, quando se trata de construir estradas, é preciso dar mais atenção aos moradores da região. Isto porque a natureza é muito boa, mas quando vem, vem com tudo”, adverte Francisco.


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Casa das Cadeiras C

riado nas barrancas do seringal Fortaleza, às margens do Pauini, no Amazonas, o ex-seringueiro Ronaldo Silva de Souza veio para Rio Branco há dez anos e desde então trabalhou em serraria, lanchonete e até como vendedor ambulante. Mas um dia a sorte mudou. O amigo “Luiz”, que tem uma serralheria no bairro Calafate, o convidou para aprender as artes da serralheria. “Aprendi a medir, cortar ferros e soldar fazendo cadeiras, churrasqueiras, lixeiras, o que fosse preciso, então o filho do Luiz me convidou para trabalhar na Casa das Cadeiras Rio Branco, onde fui me aperfeiçoando, até que no último dia 8 de fevereiro abri meu próprio negócio num ponto alugado aqui na Rua Floriano Peixoto, em frente ao colégio São José”, conta Ronaldo. Ele estava animado com o negócio, até que na madrugada da última sexta-feira (22)

Ex-seringueiro usa talento para produzir cadeiras de balanço e outros artigos de serralheria, mas lamenta sensação de insegurança

teve a porta da loja arrombada por ladrões. Além de levarem sua solda elétrica e outros equipamentos, os bandidos também sumiram com sua pasta de documentos e controle financeiro. “A venda de cadeiras e churrasqueiras ia muito bem até me roubarem. Agora vou ter de perder tempo pra descobrir quem roubou e recuperar o que for possível. Se não der certo, terei de comprar tudo de novo”, lamenta. “Levaram as máquinas que eu tinha, mas não levaram minha vontade de trabalhar para vencer. Vou continuar porque eu acredito neste negócio e nunca fui do tipo que desiste de uma empreitada”, avisa Ronaldo. Para consolo dele, os ladrões não levaram o estoque de cadeiras, churrasqueiras e lixeiras que já estavam prontas no mostruário da oficina, onde Ronaldo expõe seu trabalho e atende os clientes pelo telefone 9952-2957. Além de vender cadeiras novas, ele reforma as antigas.

Ronaldo Silva agora ganha a vida em outra profissão

Negócio na terceira idade

Agricultora dá exemplo de persistência na luta por melhores condições de vida vendendo pães no calçadão

A aposentada Rosa Pereira resolveu não se acomodar e põe as mãos na massa

A aposentada Rosa Pereira Leite , 75 anos, não se acomodou em casa para sobreviver da assistência social, mas usa sua fibra e disposição para ir às ruas vender pães caseiros que ajudam a complementar a renda e assim melhorar as condições de vida da família. “Trabalhei a vida inteira na roça, e quando me mudei pra Cuiabá comecei a fazer pão pra vender, mas desde que cheguei aqui no Acre, há seis meses, resolvi transformar o meu conhecimento em negócio pra colocar mais um pouco de dinheiro em casa. Moro no bairro Canaã, onde faço uma média de 25 pães por dia. Vendo uma parte em casa e trago outros para vender aqui no terminal. Aqui é bom porque passa muita gente, então vende bem”, ensina Rosa. Ela é exemplo para muitas pessoas que estão sempre a esperar soluções do Estado ou à espera que dos céus caia alguma solução pronta para os problemas financeiros.


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Quem tem conhecimento

vai pra frente!

Mulheres que fazem negócios

Vencedoras do prêmio Sebrae Mulher de Negócios vão representar o Acre no dia 8 de março em Brasília Juracy Xangai

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ada vez mais presentes no disputado mundo dos negócios, as mulheres representam 48% de todos os Empreendedores Individuais cadastrados em Rio Branco e é em reconhecimento à capacidade delas que o Serviço de Apoio aos Micro e Pequenos Negócios realiza o prêmio Sebrae Mulher de negócios que contou com 39 inscritas no Acre e teve divulgado os nomes de suas vencedoras na manhã da última quinta-feira. Nesta etapa estadual disputada pelas seis finalistas, a empresária Maria de Lourdes Manuary da Silva que está à frente das empresas L N Construções e Comércio Ltda e da L N Materiais de Construção, venceu em primeiro lugar o prêmio Sebrae Mulher de Negócios na categoria pequenos negócios. Já na categoria negócios coletivos, a grande vencedora foi Maria Andrade da Costa que lidera as 26 sócias da Cooperativa Delícias e Artes da Floresta, a Coopdarf. Falando em nome de sua cooperativa, Maria Andrade declarou que: “Esta premiação do Sebrae para nós mulheres que atuamos em negócios coletivos funciona como um reconhecimento do trabalho que estamos realizando e, mais que isso, é um estímulo para continuarmos trabalhando ainda mais com nossas sócias pela conquista de um espaço permanente onde possamos gerar mais ocupação e renda investindo na melhoria da qualidade de vida dos nossos filhos!”. À frente da cooperativa dedicada a produzir e comercializar alimentos, Maria Andrade destacou que a maior riqueza da cooperativa são suas sócias: “A coisa só tem valor quando a gente luta por elas. O melhor de tudo é a alegria das cooperadas quando dividem os lucros e as tarefas!” Expediente:

Já Maria de Lourdes, a vencedora da categoria pequenos negócios lembrou que: “Estou à frente da L N Construções há 12 anos, nunca foi fácil, mas a premiação me faz recompensada pelo reconhecimento deste trabalho num mundo dominado pelos homens, mas é entre eles que conquistei meu espaço e muitos amigos que hoje são nossos parceiros comerciais na construtora e clientes na L N Materiais de Construção. Todos nós que montamos um negócios estamos lutando diariamente pela nossa sobrevivência e, no meu caso, também dos nossos 50 funcionários!”

dência da República preconiza a mudança de paradigma pela facilitação e reconhecimento da importância do trabalho da mulher para o exercício pleno da sua cidadania com dignidade. “A premiação destas mulheres é mais que um reconhecimento de sua capacidade, mas um exemplo de superação da desigualdade e do preconceito que até há bem pouco tempo pesava contra a mulher que na casa ou à frente de empresas demonstra

são cada vez mais importantes na nossa economia, sem descuidar da família onde são presença fundamental!”

Todas são vencedoras A diretora técnica do Sebrae no Acre, Elizabeth Monteiro deu vazão às emoções lembrando que a previsão das mulheres empreendedoras é uma das formas encontradas pelo Sebrae para valorizar o esforço de quem sai de casa para contribuir para o desenvolvimento do Acre e do Brasil. “Todas as mulheres já nascem vencedoras pela sua natureza de lutar pela família e esta qualidade ganha ainda maior proporção quando saem de casa para fazer negócio. Todas as que se inscreveram para concorrer a esta premiação já são vencedoras e nós do Sebrae temos a grata alegria de ver várias acreanas se destacando nas premiações nacionais”. Também destacou que: “Quando nós mulheres saímos de casa para enfrentar a concorrência no mercado, demonstramos nossa coragem e vamos além quando nosso trabalho gera emprego e renda contribuindo decisivamente para o desenvolvimento do Acre e do Brasil!”. A premiação foi elogiada pela secretária da Mulher, Concita Maia, a qual lembrou que a Secretaria Nacional de Políticas para Mulheres, da presi-

Como funciona o prêmio

sua competência e contribui na construção de um Brasil cada vez melhor!”. O secretário dos Pequenos Negócios, José Carlos Reis destacou que: “Pelo menos 70% do público de empreendedores que vem recebendo apoio, orientação e até a doação de equipamentos do governo do Estado pela nossa secretaria são mulheres que atuam em pequenos negócios. Outra característica importante é a facilidade com que elas se organizam para trabalhar coletivamente e isto garante mais força e influência aos seus negócios rurais e urbanos!”. Segundo o secretário essa mesma tendência vem aparecendo quando promovem cursos e treinamentos em áreas em que antes tinha presença dominante de homens, hoje se destaca a presença cada vez maior das mulheres. “As mulheres hoje estão presentes no volante dos ônibus, no controle de máquinas

pesadas, há poucos dias formamos onze no uso de roçadeiras e umas 20 em pintura de casas. A importância do trabalho destas mulheres para nossa economia é cada vez maior!”

Mulheres Empreendedoras O superintendente do Sebrae no Acre, João Batista Fecury lembrou que as mulheres empreendedoras geram negócios em toda parte, muitas delas sem nem sair de casa. “As 3.540 mulheres cadastradas como Empreendedoras Individuais correspondem a 48% do total de empreendedores individuais existentes em todo o Estado do Acre. Estas mulheres empreendedoras atuam numa gama muito grande de atividades que vão dos biscoitos e doces feitos em casa, à banquinha de tacacá ou à frente de empresas de transporte e construtoras por isso

Inscreveram-se para esta premiação 39 mulheres empreendedoras de Rio Branco, Cruzeiro do Sul, Brasiléia e Capixaba atuantes em negócios privados e coletivos. O objetivo deste prêmio promovido pelo Sebrae é identificar, selecionar e premiar a história de vida destas mulheres empreendedoras que à frente de seus negócios contribuem decisivamente para o desenvolvimento do Acre e do Brasil como um todo. Para o julgamento da história de vida delas foram utilizados 12 itens que servem para avaliar a superação da discriminação à mulher. Sua visão de futuro, as ideias inovadoras e adaptação às novas tendências; a atuação democrática, transparente, inspiradora e motivadora com seus colaborados. A participação ativa nos negócios, sua perseverança e superação dos desafios; o ambiente participativo e agradável para quem trabalha no seu negócio; também o estabelecimento de parcerias para o desenvolvimento das atividades; as lições aprendidas, o crescimento e os resultados obtidos; por fim, sua contribuição para o desenvolvimento de outras empreendedoras.

Textos publicados nesta página são de responsabilidade da Assessoria de Comunicação do Sebrae no Acre Jornalista Responsável: Lula Melo MTB 015/90 - e-mail: lula@ac.sebrae.com.br. Colaboradores: Juracy Xangai, Vanessa França e Evandro Souza. Sugestões, comentários e-mail para ascom1@ac.sebrae.com.br. Central de atendimento: 0800-5700800


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