Produção e negócios

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PRODUCÃO & NEGÓCIOS ANO 1 - NÚMERO 6 RIO BRANCO, DOMINGO, 19.02.2012

Acre produz pepinos gigantes Páginas 2 e 3

Otimismo toma conta do comércio Páginas 6 e 7

Doce realidade

Programa de incentivo a criadores promete pôr o Acre no mapa da produção de mel

Páginas 4 e 5


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Ver para crer! Município de Tarauacá, conhecido por seus abacaxis gigantes, também produz pepinos com até 45 quilos

Juracy Xangai

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erço do Purussauro, um jacaré que atingia mais de 15 metros de comprimento, sendo o maior fóssil da espécie encontrado no mundo, Tarauacá se destaca também por produzir abacaxis gigantes. Mas não são apenas estes que crescem em demasia no município: pepinos muito maiores que melancias se tornaram atração para os quem visitam a horta comunitária do Boa Vista, onde o fruto é plantado por Maria José de Oliveira Pessoa. Um gigantismo em nada explorado como negócio. As sementes foram encontradas por acaso quando ela visitava a colônia de Vanderley, localizada no Ramal Jarinal. Vanderlei é cunhado da amiga Alice, que tinha convidado Maria para passar um final de semana fora da cidade. “Quando eu fui ao roçado e vi aquela grandiosa melancia, pensei: hoje eu me racho de tanto comer melancia. Mas quando pedi um fruto ao Vanderley, ele me disse que era pepino e eu olhei pra ele muito desconfiada”, conta. A decepção inicial virou interesse pelo fruto que, se não era doce, podia render uma boa salada. “No começo eu não acreditei que aquilo era pepino, então ele me deu um fruto de uns 30 quilos já maduro pra eu trazer. Nós

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Maria José na horta onde planta seus pepinos gigantes

duas ficamos tão animadas que nem lembramos que a gente ia ter de carregar aquilo por mais de seis quilômetros. No meio do caminho a gente estava tão cansada que resolvemos partir ele pela metade, andamos mais um pouco e cortamos metade da metade, então escolhemos a parte

que tinha mais sementes e só assim conseguimos chegar à estrada”.

Tamanho é exagerado De tão grande e bonito, o pepino é mais um enfeite

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da horta do que um produto de mercado por causa de seu tamanho exagerado, conforme explica Maria das Graças Correia da Silva, moradora do bairro da Base no centro de Rio Branco. Duas vezes por semana ela pega o ônibus da Sobral, no qual sacoleja por meia hora até chegar ao

Boa Vista para comprar suas verduras. “Moro no centro da cidade, onde tem tudo, mas prefiro comprar aqui na horta. Isso porque as verduras estão fresquinhas, cheirosas e mais gostosas. Também porque é mais barato e os maços são maiores. A única confusão

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Frutos em exposição na Ceasa chegam a pesar até 35 quilos cada um

em que me meti por aqui foi quando a Maria José me deu um pepino desses de quase 30 quilos. Primeiro foi uma luta pra entrar no ônibus com ele, quando cheguei em casa, todo mundo achava que era melancia, mas quando abri e mostrei que era um pepino correu todo mundo pra ver a novidade. A gente quase morre de tanto comer pepino. Mesmo assim mais da metade se perdeu, era pepino demais”, diz Maria das Graças.

Gigante por natureza Sem uma aplicação propriamente mercadológica para o pepino agigantado, Maria José ligou para um dos diretores da Ceasa para ele

mandasse alguém para buscar dois frutos a fim de expor como atração durante a última Feira do Peixe lá realizada. “Um pepino tem 29 quilos e o outro 25, são muito bonitos, pena que só o restaurante popular que serve comida pra muita gente de uma vez tem comprado esses pepinos. Acho que alguém poderia se interessar por eles pra colocar uma bela salada de frutas ou verduras. Eles também servem pra fazer conserva e outras coisas que eu nem sei fazer”, diz ela.

do bairro Boa Vista, que foi convidá-la para trabalhar na horta comunitária. “Sempre plantei meu canteirinho de couve, cebola e pimenta de cheiro no quintal, mas como

nunca tinha ouvido falar de horta comunitária, perguntei como era, e ela me explicou que era pra gente plantar, colher e ter nosso dinheirinho. Então me animei, a reunião das interessadas foi lá em casa mesmo, 15 começaram com a gente, mas foram desanimando, agora só restam seis. Dá trabalho, mas eu gosto, e também eu vivo disso”. Na horta elas plantam couve, alface, quiabo, jiló, coentro, salsa, jerimum, maxixe, pepino d’água, pepino gigante, macaxeira, cebolinha, açafrão, pimentão, chicória, vinagreira, rúcula, couve-flor, repolho, pimenta ardida e pimenta de cheiro.

Negócio coletivo Há pouco mais de quatro anos, Maria José estava em casa quando recebeu a visita de Janete, a presidente da Associação dos Moradores

Maria das Graças, cliente de Maria José: verduras mais frescas e em maior quantidade

A Saga de Maria José Nascida num seringal do município de Tarauacá, Maria José foi trazida ainda criança para Rio Branco, quando os pais migraram em 1975. Em seguida eles se mudaram de seringal em seringal até o União, ali no Riozinho do Rola, comprado pelo fazendeiro Tavares. “Quando o fazendeiro avisou a gente pra sair que ele ia derrubar a mata pra plantar capim, nós saímos assim como quem joga fora o que não presta, porque a gente não tinha nada nem pra onde ir, então entramos na invasão do Santa Inês, que era um lugar muito ruim. Tempos depois conseguimos um lugar na Invasão do Ivete Vargas, onde já era melhor, e doze anos atrás consegui este lugar no Boa Vista e daqui não saio mais. Já criei meus sete filhos, só tem três deles em casa, hoje cuido da horta, vendo aqui mesmo e na Ceasa, eu gosto mesmo vivo disto, é meu negócio, é assim que me sinto bem. Só não esperava que esse pepino gigante fosse o sucesso da horta, colhi um com mais de 45 quilos, é mesmo um exagero”, afirma ela.


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Mel de abelha em alternativa de

s abelhas são conhecidas por formar uma das mais organizadas sociedades do reino animal. E é em torno delas que aos poucos se organiza no Acre uma cadeia produtiva que promete gerar renda a milhares de pessoas e colocar o Estado no mapa da indústria do mel. Segundo o gerente do departamento de planejamento da Secretaria Estadual de Pequenos Negócios (SEPN), Cézar Henrique Freitas de Souza, o projeto começou, de forma despretensiosa, em julho do ano passado. Nos municípios de Cruzeiro do Sul e Mâncio Lima, o governo

identificou pequenos grupos de produtores, com os quais começou a trabalhar. Um curso teórico foi o primeiro passo do projeto, que pretende, só este ano, trabalhar com 744 produtores, dos quais 200 indígenas. Este total é relativo a 20% dos 3.720 inscritos no programa da SEPN – dos quais mil são indígenas. Juntos, eles terão capacidade de produzir, até o final do ano, segundo as estimativas dos técnicos responsáveis pelo projeto, 111,6 mil quilos do produto. Em 2013 esse número deve saltar para 342,2 mil kg, e em 2014 a previsão é de que, juntos, os produtores possam colocar no mercado nacional 2,43 toneladas de mel.

Incentivo, capacitação e doação A cada pessoa, o governo, através da Secretaria de Pequenos Negócios, doa uma caixinha onde se formará a nova colmeia e providencia o início da produção do mel. Na segunda visita, para os que mostraram interesse em levar adiante o cultivo, são doadas outras nove caixinhas. Cézar Henrique informa

que a secretaria também capacita, em parceria com o Sebrae, os agentes locais. Serão eles os responsáveis em passar adiante os conhecimentos sobre o cultivo do mel. A ideia é que as comunidades sejam autônomas no novo empreendimento, cujo foco é a exportação do produto para empresas de cosméticos e a indústria farmacêutica.

Produtores aprendem que alguns cuidados são essenciais à adaptação da colônia

Cadeia produtiva passo a passo

Projeto capacita produtores a construírem as caixinhas onde as abelhas produzirão o mel

Gestor de políticas públicas, Luis Antonio Baraúna explica que a primeira etapa do projeto da Secretaria de Pequenos Negócios visa organizar a cadeia produtiva do mel e abelha. Na segunda etapa, afirma Baraúna, o mel de abelha será produzido. E a terceira e última visará a comercialização do produto, com treinamento

sobre empreendedorismo e marketing de vendas destinado aos envolvidos. Treze casas de mel estarão à disposição dos produtores de todo o Estado. Dali, o produto será levado, em bombonas, para os entrepostos (seis no total), onde serão envasados e transportados até os compradores. Nesta primeira fase do

programa, o destino final serão as escolas e hospitais acreanos. Por enquanto, produzido de forma artesanal, o mel chega ser comercializado a até R$ 80 o litro. Com o beneficiamento, esse valor pode saltar para R$ 150. Mas os idealizadores miram mercados mais robustos, inclusive no exterior, onde o mel de abelha alcança altos preços.


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se transforma de renda no Acre

Propriedades terapêuticas A utilização dos produtos das abelhas com fins terapêuticos é denominada “apitearapia”, que se vem desenvolvendo consideravelmente nos últimos anos, com a realização de inúmeros trabalhos científicos, cujos efeitos benéficos à saúde humana têm sido considerados por um número cada vez maior de profissionais da saúde. Países como a Alemanha já a adotaram como prática oficial na sua rede pública de saúde. Especificamente ao mel, atribuem-se várias propriedades medicinais, além de sua qualidade como alimento. Apesar de o homem fazer

uso do mel para fins terapêuticos desde tempos remotos, sua utilização como um alimento único, de características especiais, deveria ser o principal atrativo para o seu consumo. Infelizmente, a população brasileira, de maneira geral, não o encara dessa forma, considerando-o mais como um medicamento do que como alimento, passando a consumi-lo apenas nas épocas mais frias do ano, quando ocorre um aumento de casos patológicos relacionados aos problemas respiratórios. No Brasil seu consumo como alimento

ainda é muito baixo (aproximadamente 300 g/habitante/ano), principalmente ao se comprar com países como os Estados Unidos e os da Comunidade Européia e África, que podem chegar a mais de 1kg/ano por habitante. Dentre as inúmeras propriedades medicinais atribuídas ao mel pela medicina popular e que vêm sendo comprovadas por inúmeros trabalhos científicos, sua atividade antimicrobiana talvez seja seu efeito medicinal mais ativo (Sato et al., 2000), sendo que não apenas um fator, mas vários fatores

e suas interações são os responsáveis por tal atividade. Segundo Adcock (1962), Molan (1992) e Wahdan (1998), os responsáveis por essa habilidade antimicrobiana são os fatores físicos, como sua alta osmolaridade e acidez, e os fatores químicos relacionados com a presença de substâncias inibidoras, como o peróxido de hidrogênio, e substâncias voláteis, como os flavonóides e ácidos fenólicos. De maneira geral, destinam-se ao mel inúmeros efeitos benéficos em várias condições patológicas. Propriedades antissépti-

cas, antibacterianas também são atribuídas ao mel, fazendo com que ele seja utilizado como coadjuvante na área terapêutica em diversos tratamentos profiláticos (Stonoga & Freitas, 1991). Sua propriedade antibacteriana já foi amplamente confirmada em diversos trabalhos científicos e promotora da epitelização das extremidades de feridas. Popularmente, ao mel ainda se atribuem outras propriedades como antianêmica, emoliente, antiputrefante, digestiva, laxativa e diurética. (Fonte: Wikipedia)


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Comércio confia no crescimento em 2012 Pesquisa feita pela Fecomércio confirma otimismo entre os empresários acreanos, apesar das incertezas mundiais Juracy Xangai

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inguém dúvida que o Acre está vivendo o maior crescimento econômico de sua história. Essa boa fase contagia positivamente os investidores em todos os setores. O comércio funciona como alavanca da economia e serve de termômetro para medir esse otimismo, já que é o principal elo entre a produção e os consumidores, principalmente em um Estado em que mais de 98% dos negócios existentes são micro e pequenas empresas. A pesquisa já acontece há mais de quatro anos e é um dos principais indicadores que, do ponto de vista do comércio, apontam para onde

vai o Acre. O levantamento foi realizado no período de 2 a 16 de janeiro pelo Instituto de Pesquisas Empresariais da Federação do Comércio, Bens, Serviços e Turismo do Estado do Acre, a Fecomércio, sob a batuta do economista Roberval Ramirez. Seu objetivo é avaliar as expectativas de venda dos comerciantes acreanos para o primeiro semestre de 2012, ouviu 138 empresários e constatou que 56% estão muito otimistas, 20% tem comportamento indiferente, apenas 7% acreditam que vai piorar e 17% simplesmente não quiseram opinar. “Esse resultado é muito positivo para toda a sociedade porque significa que nossos empresários vão continuar investindo e quando há

investimento há geração de mais empregos, mais renda, mais dinheiro sendo movimentado e isso gera mais negócios”, afirma Ramirez. O economista lembra que é no mercado que as coisas acontecem, então quando o comércio se mostra negativo, a indústria freia a produção e vem a recessão econômica.

Traduzindo essa opinião positiva de 56% dos comerciantes, isto leva a uma perspectiva positiva de que as vendas brasileiras e particularmente as do Acre vão continuar crescendo na média de 10 a 11%, apesar das notícias negativas sobre as economias da Europa e Estados Unidos.

Ano atípico “Esse otimismo é atípico depois de um ano um tanto conturbado, como foi 2011, quando sofremos uma parada geral do crescimento nos dois primeiros meses do segundo semestre, crescimento que só foi retomado a partir de novembro graças a

Via Verde Shopping causa temor pela concorrência qualificada e grande poder de atração da clientela


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uma série de medidas tomadas pelo governo federal e que deram resultados muito positivos”, explica Roberval. “O ano de 2012 conta com dois fatores atípicos que, teoricamente, ajudam a sustentar essa visão positiva dos investidores. Um é o fato de ser um ano eleitoral. quando gira mais dinheiro nas mãos da população, e o segundo são os muitos investimentos que estão sendo realizados em obras do PAC, especialmente na criação de infraestrutura para a realização da Copa do Mundo de 2014”, diz ele.

Problemas existem Embora a maioria dos empresários acredite no mercado e continue investindo, há problemas recorrentes que precisam ser corrigidos porque suas consequências negativas tendem a ganhar maior gravidade numa eventual crise. “Nossas fronteiras furadas alimentam um comércio informal bastante forte, que gera uma concorrência desleal para com o comércio estabelecido, que paga suas taxas e impostos que contribuem para o crescimento do Acre”, afirma Roberval Ramirez. A concorrência desleal dos informais é apontada por 6% dos comerciantes como problema grave. A Fecomércio constatou que 33% dos investidores consideraram a carga tributária como principal dificuldade para que suas empresas enfrentem a concorrência. Outros 20% consideram os juros elevados como fator de risco para seus negócios, porque precisam repassar esse custo aos consumidores. O comércio está bem de saúde, prova disso é que os estoques acreanos cresceram 24% em 2011 com relação ao que tinham em 2010. A notícia é positiva, mas isso não é tudo, pois também exige certas interpretações como, por exemplo, a boa administração dele. “O controle absoluto sobre o estoque pode representar o sucesso ou o fracasso de um grande ou um pequeno negócio. Por isso precisa ser bem administrado, já que ele imobiliza capital de giro. Então o comerciante precisa entender quando está em seu nível máximo, quando está na reserva e qual é a hora de repor para que o negócio continue girando sem atropelos”, diz Ramirez.

Comércio informal é apontado por lojistas como fator de concorrência desleal contra os que pagam pesados impostos

Fantasmas assustam Muita gente andou perdendo o sono durante o segundo semestre do ano passado com as notícias de instalação de novos concorrentes, em particular o Shopping Via Verde. Tanto que, na pesquisa, quando a pergunta foi “Qual a principal ameaça para sua empresa no segundo semestre de 2011?”, 23% responderam que foi a entrada de novos concorrentes no mercado. O medo só não foi maior do que os 30% preocupados com o endividamento

dos consumidores e as taxas de juros (para 19% dos entrevistados). “Esse endividamento é falta de educação financeira nas escolas e nas famílias, e está comprometendo gravemente a capacidade de compra e até a qualidade de vida de muita gente. Não tenho dados precisos, mas as estimativas são de que praticamente 90% dos servidores públicos e outros assalariados estão completamente endividados e isso é fruto da falta de orientação que deveriam ter recebido quando o crédito foi concedido a eles. Quando

você compra, você terá de pagar, então é preciso priorizar as coisas que são necessárias na sua vida. Os supérfluos a gente gasta com as sobras depois de poupar alguma coisa para as emergências que acontecem na vida de todos nós”, adverte Ramirez.

Globalização acabou com amadores Quanto ao medo da concorrência, o economista recorda que ela é saudável quando se está bem preparado para ir à luta. Mas infelizmente nem todos estão e

outros desconsideram a importância de preparar bem seus colaboradores na área específica em que atuam. “Nossa pesquisa mostra que 36% dos comerciantes acreditam ter como ponto forte de seu negócio a qualidade dos produtos. Empatados em 17% estão o preço competitivo e a agilidade no atendimento. Mas quando se verifica a questão do treinamento da mão de obra, 40% fazem isso no local de trabalho, no dia a dia; 30% não oferecem qualquer treinamento; 8% os envia para o sistema “S” e só 10% oferecem treinamento especializado na sua área de atuação. Mais que ter um bom produto, é preciso estar preparado para saber vendê-lo”, ensina.

Via Shopping

Lojistas estão otimistas com perspectivas de vendas para 2012, apesar da crise econômica mundial

Os maiores concorrentes a entrarem no mercado foram as lojas firmadas no Shopping Via Verde. “Ainda é muito cedo para podermos avaliar os resultados do impacto da abertura do shopping, que ainda vive um momento de lua-de-mel com seus visitantes e clientes em busca de novidades. Estamos preparando um pesquisa comparativa de vendas e resultados comparativos entre as lojas do shopping e suas concorrentes do comércio de rua durante as vendas de fim de ano. Aí veremos”, conclui Ramirez.


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Quem tem conhecimento

vai pra frente!

Acordo de resultados

Parcerias são fundamentais para que projetos do setor produtivo tenham sucesso e contribuam para o desenvolvimento Juracy Xangai

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apacitação profissional e gerencial com melhoria da produtividade e competitividade no mercado para que setores industriais como os da construção civil, confecção e moda, madeira e móveis, panificação, cerâmico são alguns dos objetivos do Acordo de Resultados assinado na última terça-feira (14/02) em ações do Sebrae no Acre e seus parceiros que juntos vão aplicar R$ 13.467.758,00 nessa área até 2015. O Acordo de Resultados é uma celebração dos esforços do Sebrae e seus parceiros se comprometendo a atingir as metas propostas no Plano Plurianual 2012 a 2015 onde o sucesso das ações dependerá diretamente do comprometimento de cada um cumprindo sua parte para que possamos contribuir decisivamente para o desenvolvimento do Acre”, afirmou a gerente da Unidade de Atendimento Coletivo à Indústria, do Sebrae no Acre, Carolina Gaia. A assinatura do acordo foi prestigiada pelo secretário, interino, da Sedict, Fábio Vaz, superintendente do Banco do Brasil no Acre, Marcus Machiega, secretários da Mulher, dos Pequenos Negócios, de Planejamento, da Floresta Negócios. Além de representantes das secretarias do Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Tecnologia, instituições como a Fundação de Tecnologia do Acre (Funtac), Federação da Indústria (Fieac), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, Sindicato da Confecção (Sincon), Sindicato da Expediente:

Indústria da Construção Civil (Sinduscon), Sindicato da Panificação (Sindpan) e Instituto Euvaldo Lodi. O secretário interino do Desenvolvimento, Comércio, Indústria, Serviços e Tecnologia, Fábio Vaz, declarou: “É sempre bom sabermos que podemos contar com o Sebrae como parceiro de todas as horas em nossos projetos que tem como objetivo maior o desenvolvimento do Acre em beneficio de sua gente. De nossa parte estaremos realizando uma revisão da legislação fiscal com objetivo de criar condições mais favoráveis ao desenvolvimento dos micro e pequenos negócios e da indústria como um todo, além de contarmos com apoio do BNDES para investir R$ 100 milhões no estímulo ao desenvolvimento industrial na Capital e no interior. Adianto que já está prevista a instalação de pelo menos 30 indústrias no interior e apoiamos ainda outros 15 projetos de indústrias privadas que estão se instalando na Capital. Tudo isto faz parte de nosso projeto de tornar o Acre uma referência na industrialização regional”.

Foco na indústria O superintendente do Sebrae no Acre, João Fecury, destacou: “O Acordo de Resultados envolve todos os parceiros definindo o papel de cada um dentro deste processo de apoio e estímulo ao desenvolvimento industrial do Acre, isto exige comprometimento para que cada uma das etapas seja cumprida no grau e no momento certo, até porque não bastam ações pontuais para garantir o sucesso nas

atividades produtivas. Assim, a integração dos vários atores envolvidos é fundamental para que estas ações garantam o desenvolvimento industrial que o Acre precisa”. João Fecury lembrou que ao longo destes quatro anos, o Sebrae estará investindo mais de R$ 8 milhões somente nas ações deste acordo de resultados da indústria, somando-se as demais áreas de atuação, como os do agronegócios, por exemplo, os investimentos previstos no Plano Plurianual do Sebrae ultrapassam a casa do R$ 15 milhões.

Acordo de resultados As ações de apoio à indústria vão atender setores das marcenarias, movelarias, malharias, panificadoras, construção civil, oleiro cerâmico, gráfico e publicitário, alimentos, madeireira e agroindústria. Para isso, em 2012, serão realizados 12 cursos, 290 consultorias, duas missões técnicas, 17 palestras e dois acesso a feiras. Com essas ações, ao longo destes quatro anos, estará alcançando 37% das 1.416 indústrias firmadas em sua área de atuação onde vive 69% da população acreana. Seus recursos, ações e objetivos podem ser conhecidos em detalhes por quem acessar o site www.sigeor.sebrae.com.br, no qual deve acessar o ícone visitante, usando a senha e login visitante para abrir as páginas que contém todas as informações. Dentro desse complexo de ações que envolvem cinco projetos para setores específicos, as marcenarias recebem atendimento de continuidade,

enquanto quatro são novos e abrangem as indústrias gráfica e publicitária, construção civil, oleiro, alimentos e bebidas, agroindústria, metal mecânico.

Atendimentos O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Acre (Sinduscon), Carlos Afonso, um dos novos setores integrados às ações da Unidade de Atendimento Coletivo à Indústria do Sebrae no Acre, declarou que: “Nós atuamos num setor que trabalha sempre com grande margem de risco físico, humano e financeiro porque envolve muita gente, muito papel e muito dinheiro, isto faz de nosso ramo apresente maior índice de mortalidade de empresas com até dois anos de sua criação. Então fica clara a necessidade que temos de estar bem preparados para atender a um mercado que cresce mais e mais a cada dia, o apoio do Sebrae é muito bem vindo porque precisamos mesmo de muito treinamento e capacitação!” O setor das confecções e malharias vem recebendo atendimentos do Sebrae há três anos e a presidente do Sindicato das Confecções, Sincon, Raimunda Holanda de Paula avaliou os resultados desse período: “Temos mais de 20 empresas envolvidas neste projeto e outras serão envolvidas agora nesta nova fase de atendimento pelo Sebrae. Os resultados vem sendo excelentes, além dos treinamentos e técnicas que recebemos, a maior transformação se dá na visão dos nossos empreendedores que estão modernizando seus ne-

gócios focados em seu público alvo, ou seja, antigamente a gente fazia tudo pra todos e só faltava enlouquecer, agora não, nós descobrimos que o importante é ter foco, definir um rumo e atuar bem junto à nossa clientela. Nossos produtos hoje estão muito bons, mas precisamos nos aperfeiçoar no acesso ao mercado, ou seja, chegar às lojas e aos consumidores!”

Preparação garante crédito O superintendente do Banco do Brasil no Acre, Marcus Machiega destacou o novo papel proposto pela presidente Dilma Roussef no estímulo aos micro e pequenos negócios, destacadamente o setor industrial para aumentar a produção e consequente geração de emprego e renda no país e, mais particularmente, no Acre. “Nossa finalidade é financiar atividades produtivas e econômicas, além é claro da indústria da construção civil através de programas como o Minha casa, minha vida. Ações como estas do Sebrae vem qualificar os empreendedores para aplicar melhor os recursos de que podemos dispor a eles. Mas o Banco do Brasil é também hoje um dos principais liberadores do crédito estudantil, o Fies que cobra juros de 3,4% ao ano a serem pagos num intervalo equivalente a três vezes a duração do curso, essa é a nossa contribuição para solucionar a necessidade de profissionais de nível superior em todo o país, ponto fundamental para estimular e dar sustentabilidade ao crescimento econômico!”

Textos publicados nesta página são de responsabilidade da Assessoria de Comunicação do Sebrae no Acre Jornalista Responsável: Lula Melo MTB 015/90 - e-mail: lula@ac.sebrae.com.br. Colaboradores: Juracy Xangai, Vanessa França e Evandro Souza. Sugestões, comentários e-mail para ascom1@ac.sebrae.com.br. Central de atendimento: 0800-5700800


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