retrato de uma tragédia: Brasileia

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Rio Branco – Acre, TERÇA-FEIRA, 28 de fevereiro de 2012

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ENCARTE ESPECIAL

Retrato de uma Página 20

Rio Branco – Acre, TERÇA-FEIRA, 28 de fevereiro de 2011

tragédia

Enchente que atingiu Brasileia destruiu muito mais que casas e móveis. Mais do que os danos materiais, ela destruiu a vida de muitas pessoas Solidariedade SOS Enchente em Brasileia Conta número: 1000-6 Agência: 1662-4 As doações materiais estão sendo recebidas no Centro Cultural de Brasileia

Últimas informações do Corpo de Bombeiros Nove bairros foram atingidos, totalizando 3.486 pessoas desabrigadas; 3. 367 pessoas desalojadas e 1027 famílias afetadas. O total de pessoas atingidas, segundo relatório do Corpo de Bombeiros, é de 6.853 pessoas. As vistorias técnicas apontam para os seguintes dados: 28 residências e 44 estabelecimentos comerciais desabaram 108 residências e 92 estabelecimentos comerciais foram interditados


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ENCARTE ESPECIAL Juracy Xangai

Fotos: Regiclay Saady

de. Entidades e órgãos públicos se mobilizaram para dar socorro às vítimas, 32 abrigos foram organizados para eles. As famílias levaram o que conseguiram salvar, muitos chegaram apenas com os filhos e as roupas do corpo. Para a grande maioria dos moradores dos bairros Leonardo Barbosa, Samaúma, Braúna, Raimundo Chaar e Zé Peixoto, a perda é total. Caminhar pelas suas ruas é encontrar à frente de cada casa os montes de móveis, tevês, geladeiras, fogões, camas, colchões, sofás, livros e até documentos total ou parcialmente destruídos pelas águas. Nas casas, principalmente nas varandas e calçadas, o que se vê são pessoas de olhar baixo esfregando e lavando para tirar a lama de panelas, sapatos, móveis de madeira maciça. Os muros e cercas que conseguiram se manter de pé agora servem de varal para secar algumas roupas e utensílios que não foram arrastados pelas águas, que faziam remoinhos

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ENCARTE ESPECIAL Perdi tudo!

T

udo pronto para o carnaval! A praça enfeitada e as fantasias coloridas agitavam ao som da banda que dava o tom da quadra carnavalesca bem no centro de Brasileia, prometendo uma alagação de cerveja e alegria. Naquela sexta-feira, as boas notícias de que o Rio Acre tinha vazado em Assis Brasil, Iñapari e São Pedro de Bolpebra, cidades arrasadas pela maior enchente de sua história, soavam como alívio aos que tinham parentes, amigos e conhecidos por lá. Aqui tudo era festa. Já nas primeiras horas de sábado o nível das águas do Rio Acre entre Brasileia e Cobija subia “educadamente”, mas sem parar, avisando que mais uma alagação estava chegando. Por volta das nove horas começava a escorrer para a área central da cidade, mas ninguém se assustou. Às duas e meia o que, a princípio era um murmúrio d’água tinha se transformado numa enchente nunca vista e que já cobria os cinco bairros mais antigos de Brasileia fazendo submergir até o telhado de muitas casas. Maior e mais forte que uma alagação, as águas tomaram força e velocidade de enxurrada transformando ruas em rio, por onde sofás, colchões, mesas, carros, geladeiras e casas inteiras iam sendo arrastados, esmagando-se uns contra os outros, contra árvores ou flutuando pelo rio até se destruírem ao bater contra as ferragens da ponte de Brasileia para Epitaciolândia. Casas humildes, casas ricas, comércio, o fórum, a igreja matriz, tudo foi mergulhado nas águas sem que as pessoas tivessem tempo de salvar nem suas roupas, documentos e as compras do mês. Foram horas de desespero, em que o instinto de sobrevivência falou mais forte e famílias inteiras buscaram abrigos nos telhados até serem resgatadas por voluntários de primeira hora percorrendo ruas com canoas e barcos. Logo chegavam também os soldados do Exército e outros militares, mas ninguém imaginava as proporções daquela tragédia que entrou pela madrugada. Quando veio a luz do dia é que as pessoas começaram a se dar conta do tamanho e da proporção dos estragos que levaram a prefeita Leila Galvão a decretar Estado de Calamidade Pública na cida-

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dentro das moradias, contam os flagelados. Quando as águas começaram a baixar houve uma sensação de alívio, logo quebrada pelo estrondo dos barrancos quebrando em volta dos bairros, deslizamentos derrubando ruas, casas e lojas do comércio, para serem arrastadas pelas águas do rio que vazava a toda pressa. Cinco dos maiores bairros da cidade foram simplesmente arrasados. A Rua da Goiaba perdeu casas e a maior parte da pista, enquanto a Avenida Prefeito Rolando Moreira, a principal rua comercial e centro histórico da cidade teve 14 lojas levadas pelas águas e dezenas de outras estão interditadas pelos bombeiros porque foram parcialmente destruídas e podem cair a qualquer momento. Quem vê as fachadas das lojas dessa rua comercial não pode imaginar o cenário desesperador de quem a olha a partir do rio. O cenário começa com o

próprio rio tapado de lado a lado por árvores brasileiras e bolivianas que desceram com seus barrancos dos dois lados do para formar um arvoredo insólito no meio das águas, tapando tudo de margem a margem. Do lado boliviano, que é bem mais alto, casas e hotéis também foram abalados pelos deslizamentos, mas a tragédia está mesmo do lado brasileiro, onde a força das águas cavou o barranco, solapando a rua comercial, que teima em se equilibrar sobre restos de terra e barrotes de palafitas tortas anunciando queda para qualquer momento. Às suas margens, restos de sonhos, quer dizer, telhados, paredes, mercadorias que não puderam ser salvas e que agora vão sendo arrastados pela lama até sumir nas águas. Enquanto isso, os proprietários das casas e comércios olham impotentes a lenta destruição dos sonhos que muitos levaram a vida inteira para construir. Já nas ruas, equipes da prefeitura, do governo e voluntárias trabalham a toda pressa

com pás, enxadas e máquinas para retirar montes e montes de entulhos. Apressados, grupos de flagelados e índios reviram os montes de entulho buscando alguma coisa dispensadas por algumas famílias, mas que podem servir a quem perdeu o pouco que tinha. Nas casas, lágrimas. Conversar com os moradores exige atenção e calma. Sseis dias depois da tragédia, muitos ainda estão como que embriagados pelo choque de perder tudo, mas vão cuidando como podem do que ainda resta. Se as águas foram as verdadeiras causadoras dessa tragédia, é dela que as pessoas mais precisam para lavar a lama que se acumula até no forro de muitas moradias, sua marca está nas paredes, nos soalhos, sobre os armários, nos vidros das janelas, na espuma dos colchões e sofás, até dentro das panelas. Alguém nos olha, conta sua história de sua tragédia pessoal, dos olhos escorrem fios de lágrimas, que servem para lavar a alma.

Cleison Gonçalves Joqueres, 26 anos, pai de quatro filhos, morava na Rua dos Catraieiros número 307, do bairro Samaúma. “Eu morava naquela casa há cinco anos, ninguém imaginava que as águas viessem com toda essa força. Minha casa caiu com tudo que tinha dentro, só deu tempo da gente sair correndo com as crianças, ficamos sem nada, pelo menos 20 casas foram arrastadas. Agora estou aqui revirando os montes de lixo para ver se encontro coisas que sirvam para a gente usar”, disse. O drama de Cleison vai bem além da perda da casa: “Trabalho como padeiro em Epitaciolândia. Quando a casa caiu eu avisei para ele e disse que voltava quando tivesse resolvido a situação, não sei se ele ainda vai me querer no emprego”. Reduzido à condição de catador, o padeiro Cleison e o lavador de carros Francisco Sidnei Silva de Oliveira, 27 anos e pai de três filhos, fazem parceria na busca por objetos reaproveitáveis. Francisco explicou: “A gente que mora na beira do rio já está acostumado com as alagações. Quando a água começou a subir ninguém se assustou, mas ela foi ficando cada vez mais forte e mais rápida, de repente já estava dentro de casa e começou a cobrir tudo. Quando baixou, minha casa ficou no barranco. O pior é que a casa de meu pai também está caindo e a gente não tem dinheiro para reconstruir. Ele morava naquela casa havia sete anos, é vendedor de picolé e aquilo é tudo que ele tem na vida”.

Hotel destruído Localizado em frente à praça Hugo Poli, no centro da cidade, o Hotel Brasileia foi simplesmente arrasado pelas águas, como explica o gerente Sérgio Tuma. “Tudo o que tinha nos 30 quartos está destruído. Além dos colchões e móveis, foram fogão, ar-condicionado, tevês, freezers, tudo mesmo. Também tínhamos a lan house aqui do lado, dali salvamos alguns computadores, mas não deu tempo de salvar seis deles, nem a máquina de reprodução de cópias, que pesa mais de 200 quilos. Nesse momento estamos cuidando da limpeza, ainda não dá nem para avaliar o tamanho do prejuízo, só não sei como va-

mos fazer para recomeçar a vida de novo porque a gente vive é disso aqui.”

Aquarnaval Ao lado do Hotel Brasileia, dos camarotes construídos três metros acima do nível da rua e da praça onde os brincantes fariam sua festa de carnaval, resta apenas a marca mostrando que a água atingiu 70 centímetros dentro dos camarotes, ou seja, 3,7 metros acima do chão. As águas invadiram a praça em pleno carnaval e depois que elas baixaram o que restou são montes de areia, lama e lixo onde deveria ter sido palco de diversão e alegria.

Justiça abalada Edson Rufino de Lima, diretor-geral do Fórum de Brasileia, onde vive há mais de 20 anos, relata: “Foi uma coisa muito rápida, de um momento para outro a água foi invadindo tudo, nós corremos pra cá e ainda conseguimos salvar os processos que estão em tramitação, alguns computadores e umas poucas coisas. A destruição foi total, perdemos processos em instrução, arquivos, móveis, computadores, até a sala de armas ficou debaixo d’água, fui recuperar alguns bancos do fórum duas quadras abaixo daqui. Diante dessa situação ainda não temos nem previsão de quando o fórum vai voltar a funcionar.”

Comércio arrasado O presidente da Associa-

feliz proprietária da loja Comercial Janete localizada no centro comercial de Brasiléia atingido pelos desbarrancamentos que arrastaram a maior parte de sua loja onde vendia ferragens e utensílios domésticos. “A gente morava no fundo da loja que caiu com todas as nossas coisas dentro, mas ainda deu para salvar parte das mercadorias que eu trouxe aqui para a garagem do meu pai. Agora é levantar os prejuízos e recomeçar a vida de novo!” Outra desabrigada da Rua da Goiaba é Fabiana Pereira de lima, 23, mãe de três filhos que declarou: “Eu morava numa casa emprestada que não aguentou a força das águas que arrancaram parte do soalho e das paredes, não dá mais pra voltar pra lá. Há três anos me inscrevi nesse programa minha casa, minha A enxurrada vida, mas até agora não fui Sentada na beira da cal- sorteada e não sei como vai çada, a professora Edilene ficar minha vida com meus Braga e dois amigos esfregam filhos daqui pra frente!” panelas, calçados e outros utensílios, enquanto outros Garrafas flutuantes familiares lutam para tirar toda a lama e areia que entraNem o bar do Júnior, loram dentro da casa que nun- calizado junto à ponte que ca tinha sido atingida pelas liga Brasiléia a Epitaciolândia cheias. “Nunca tinha ouvido escapou à força das águas. falar numa coisa dessas, foi Elaíde Ferreira de Queiroz, uma surpresa para todo mun- filha da proprietária do estado porque a alagação nun- belecimento, informou que: ca tinha vindo aqui na nossa “O prejuízo é total porque rua, mas dessa vez veio e veio além dos móveis destruídos, como enxurrada, arrastando e queimou dois freenzers, uma destruindo tudo até dentro de geladeira, fogão e muitas garcasa.” rafas de bebida foram levadas pelas águas do rio. Estamos limpando tudo há três dias Deu zebra! A casa caiu e a tristeza é tanta que todo Nem a Casa Lotérica de Janete Guedes da Cruz, 51 mundo parece meio perdido Brasileia, onde os moradores anos, mãe de três filhos, era a no tempo, sem nem saber

ção Comercial de Brasileia, Aparecido Carlos Saturnilho, teve a casa invadida pelas águas e sua loja Dallas, dedicada ao comércio de confecções e calçados, na Avenida Prefeito Rolando Moreira, teve mais da metade do prédio arrastado pelas águas do rio Acre e o restante pode desabar a qualquer momento. “É uma tragédia que a gente nem consegue descrever direito porque só nesta rua nós perdemos 19 estabelecimentos comerciais, pelo menos 80 estabelecimentos foram afetados só aqui nesta área central, mas estimo que foram mais de 200 em toda a cidade”, completa. A situação calamitosa que atinge moradores e comerciantes fez com que o presidente da Associação Comercial convocasse uma reunião geral dos comerciantes para a noite de segunda-feira, 27. “Vamos nos reunir para começar a avaliar o volume dos prejuízos, com isso pretendemos pedir apoio do governo e orientação do Sebrae para reorganizar nossos negócios, até nossa associação perdeu móveis, documentos e equipamentos. A princípio marcamos nossa reunião para acontecer na Câmara de Vereadores, mas não sabemos se o prédio estará em condições para isso nem se a luz estará religada até lá. Como vocês podem ver, estamos vivendo um momento de completa incerteza.”

arriscavam a sorte de ficar milionários e outros recebiam suas pensões e o bolsa família, escapou da tragédia que se abateu sobre a cidade, como explica Antônio Francisco Viana Pacífico, proprietário da casa. “O barranco caiu e levou metade da loja onde ficava o escritório com nossos documentos e arquivos. Foi perda total. Estamos retirando o que sobrou porque o resto do prédio pode cair a qualquer momento. Estávamos funcionando aqui há 12 anos e, além de gerar seis empregos diretos, nós prestávamos um serviço social à população pagando aposentadorias e bolsa família. Agora vamos ficar parados até resolver essa situação, mas aqui na beira do rio eu não fico mais”, afirma


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ENCARTE ESPECIAL

Prefeita Leila Galvão recebe o governador Luiz Flores, solidário à população de Brasileia

Solidariedade vem de toda parte Centenas de voluntários, a maioria deles filhos de Brasileia que vivem em Rio Branco, deslocaram-se para Brasiléia ainda no período de carnaval para ajudar como podem no socorro às vítimas e limpeza das casas. Além de bombeiros e militares, o governo do Estado

deslocou equipes de saúde para assistir à população, homens e máquinas para auxiliar na retirada da lama, areia e lixo que se acumulam por todas as ruas atingidas pela enchente. Luiz Flores, o governador do departamento de Pando, na Bolívia, que tem como

capital a cidade de Cobija, reuniu-se com a prefeita Leila Galvão solidarizando-se com o sofrimento dos moradores da cidade e oferecendo como apoio material seis caçambas, duas pás-carregadeiras, uma retroescavadeira e trabalhadores para ajudar na recuperação de Brasiléia.

Calamidade Pública Com os bairros históricos Leonardo Barbosa, Braúna, Raimundo Chaar, Zé Peixoto tendo 95% de sua área tomada pelas águas e o bairro Samaúma fortemente afetado pela cheia a prefeitura Leila Galvão deu início ao socorro às vítimas e cuidou dos aspectos legais da situação decretando Estado de Emergência e, logo em seguida o Estado de Calamidade Pública acionando automaticamente as medidas de emergência necessárias numa condição como essa. “As medidas legais dão sustentação às nossas ações, que agora funcionam em regime de emergência diante da situação de calamidade pública em que Brasileia se encontra. Isso nos permite negociar recursos e apoio através do nosso Conselho Municipal de Defesa Civil, trabalhando em parceria com as defesas civis do Estado e Nacional”, explica Leila Galvão. Comandando o gabinete de crise montado na Secretaria de Educação, ela declarou: “A coisa mais urgente a fazer é atender as pessoas, elas precisam de um lar,

então estamos limpando as ruas e oferecendo água para que possam limpar o ambiente e voltar pra casa, mas muitos já não tem mais casa. Pessoas que até agora tinham sua moradia, agora são sem teto e se encontram totalmente fragilizadas, então é preciso dar uma solução urgente ao problema!” Com a volta pra casa, dois dos 32 abrigos já foram desativados, mas mesmo estando em suas moradias, muitos perderam além dos fogões, até suas compras de alimento do mês, então recebem marmitex e sacolões para poder manter-se neste período. Mas muitos ainda são mantidos nos 30 abrigos restantes até que a cidade vá voltando à sua normalidade. A calamidade pública também atingiu o comércio e o setor produtivo de Brasiléia, como esclarece a prefeita. “A maioria dos comércios da rua principal estão destruídos, isso cria uma verdadeira calamidade comercial que tem como consequência um desaquecimento da economia local e a perda de muitos empregos dos que trabalhavam nesses locais. Nesse ponto, não temos uma alternativa

imediata, mas estamos discutindo o assunto para trealizar ações de apoio ao comércio em parceria com o governo do Estado para recuperar este importante setor da nossa economia local!” A preocupação com a população rural também é grande, os levantamentos nesse sentido ainda estão sendo realizados, mas as notícias são melhores do que na cidade. “Nossos ribeirinhos conhecem o rio, por isso costumam fazer suas casas nas terras alta, isso faz parte da sua cultura, por isso os prejuízos de maior extensão parecem estar na cidade. Apesar de ser um fenômeno cíclico que vem ganhando cada vez mais força, a enchente já faz os administradores públicos de Brasiléia repensarem o plano de desenvolvimento da cidade. “Toda essa situação criada agora nos leva a acelerar o plano diretor de Brasileia, que já prevê a priorização de seu desenvolvimento para as terras altas em direção à saída para Assis Brasil. A gravidade desta alagação reforça nossa posição de que as novas ocupações e investimentos devem ser feitos naquela direção.”

Abrigo aos desabrigados A coordenadora geral de alimentação e abrigo aos flagelados, Maria Helena dos Santos Ferreira explica que: “Escolas, igrejas, quadras de esporte, tudo o que pode ser usado foi transformado em 32 abrigos para socorrer os desabrigados. Concentramos uma média de 30 a 40 famílias em cada local, a maioria das pessoas conseguiu se salvar com as roupas do corpo e foi tudo o que restou. Então nossa preocupação maior foi com as crianças e idosos, felizmente muitas pessoas

enviaram doação de roupas usadas que a gente foi distribuindo para que estas pessoas pudessem se acomodar melhor. Só aqui no ginásio Eduardo Lopes Pessoa tem mais de 40 famílias a maioria trazendo de uma a três crianças com idade de oito meses a 13 anos. Hoje nossa maior preocupação é com as doenças, alguns já estão apresentando febre e diarreia, enquanto os idosos vão piorando o quadro de hipertensão preocupados com a situação em que se encontram!”

Haitianos agem solidariamente na assistência aos brasileenses, enquanto flagelados recebem apoio em 30 abrigos de emergência


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